Você está na página 1de 52

NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA

PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I


DANIEL MESQUITA

Sócio do escritório D’Almeida Cordeiro & Mes-


quita Advogados. Procurador do Distrito Fede-
ral. Mestre em “Constituição e Sociedade” pelo
Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP.
Pós-graduado em Direito Público. Bacharel em
Direito pela Universidade Federal de Brasília.
Professor de Direito Administrativo II e III do
IDP. Professor de cursos preparatórios para
concursos desde 2012. Cargos e ocupações an-
teriores: Técnico Judiciário do Superior Tribunal
de Justiça; Analista Judiciário – Área Judiciária
do Tribunal Superior Eleitoral; Procurador Fe-
deral. Membro de bancas examinadoras de di-
versos concursos (entre 2008 e 2011). Coautor
dos livros: Direito Administrativo – 4001 ques-
tões comentadas, Ed. Método, 2013 (1ª edição)
e 2016 (2ª edição); Direito Constitucional –
4001 questões comentadas, Ed. Método, 2014;
Direito Administrativo, Série Advocacia Pública,
Volume 3, Ed. Método. Autor de diversos artigos
jurídicos.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

SUMÁRIO
Primeira Parte da Lei n. 10.098/2000 (Lei da Acessibilidade).............................4
1. Apresentação..........................................................................................4
2. Acessibilidade..........................................................................................5
3. Conceitos da Lei n. 10.098/2000 e do Decreto n. 5.296/2004........................7
4. Elementos da Urbanização...................................................................... 12
5. Desenho e Localização do Mobiliário Urbano.............................................. 14
6. A Construção, Ampliação ou Reforma dos Edifícios Públicos ou de Uso
Coletivo................................................................................................... 18
7. Os Locais de Espetáculos, Conferências, Aulas e Outros.............................. 24
8. Centros Comerciais e Estabelecimentos Congêneres................................... 27
9. Outras Disposições do Decreto n. 5.296/2004............................................ 28
Resumo.................................................................................................... 31
Questões de Concurso................................................................................ 36
Gabarito................................................................................................... 41
Gabarito Comentado.................................................................................. 42
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

PRIMEIRA PARTE DA LEI N. 10.098/2000 (LEI DA


ACESSIBILIDADE)

1. Apresentação

Olá! Chegamos a mais uma aula do curso. Hoje começaremos a discutir a aces-

sibilidade das pessoas portadoras de deficiência.

É um prazer tê-lo(a) conosco!

Estudaremos, hoje, uma lei muito importante, que fará diferença na sua apro-

vação. É a lei que trata das diretrizes para promoção da acessibilidade das pesso-

as portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida: a Lei n. 10.098/2000,

regulamentada pelo Decreto n. 5.296/2004. Teremos a aula de hoje e a próxima

para discutir os temas constantes desses diplomas. A aula de hoje tratará, especi-

ficamente, dos arts. 1º a 12-A da lei, bem como dos artigos do decreto que regu-

lamentam esses dispositivos. Na próxima aula, estudaremos os demais artigos da

Lei n. 10.098/2000.

Então, vamos lá!!

Bons estudos!!
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

2. Acessibilidade

Antes de começar, abra imediatamente a lei seca em comento e acompanhe a

leitura dessa aula com a lei do seu lado, com marca texto ou outro recurso de des-

taque de sua preferência!

A Lei n. 10.098/2000 estabelece normas gerais e critérios básicos para pro-

porcionar às pessoas portadoras de deficiência ou com modalidade reduzida aces-

sibilidade ao meio físico, aos meios de transporte, à comunicação e informação,

entre outros, para diminuir as dificuldades a elas naturalmente impostas e, assim,

concretizar seus direitos.

E por que existe essa preocupação? Porque a toda pessoa é garantido o direito

de ir e vir, de se locomover! Esse direito é fundamental e está previsto no art. 5º,

inciso XV, da Constituição Federal, bem como no artigo XIII – 1 da Declara-

ção dos Direitos Humanos da ONU. Tamanha é a importância desse direito que

a Constituição Federal, em seu art. 227, § 2º, prevê que:

Art. 227., § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifí-
cios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir
acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

Assim, a Lei n. 10.098/2000 veio para regulamentar esse dispositivo constitu-

cional:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da aces-
sibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante
a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mo-
biliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte
e de comunicação.

Fica a pergunta: qual a melhor forma de promover o direito de locomoção? Tor-

nar os meios de locomoção e o espaço, público ou privado, acessíveis a todos, em

igualdade de condições, e não só para alguns! Conforme a lei prevê, para ga-

rantir essa igualdade de condições, devem ser eliminados obstáculos públicos em:
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

• vias e espaços públicos;


• mobiliário urbano;
• construção e reforma de edifícios (públicos, de uso coletivo e privados);
• meios de transporte; e
• meios de comunicação.

Ao discutirmos acessibilidade, devemos ter em mente que medidas para sua


promoção devem “compreender a possibilidade de acesso, da aproximação, da uti-
lização, do manuseio de qualquer objeto, local, ou condição e, tudo isso, deve ser
oferecido com facilidade, não exigindo do usuário um esforço excessivo”1.
Em outras palavras, tornar acessível nada mais é do que facilitar! É dar fer-
ramentas para que o portador de deficiência consiga, de forma autônoma, viver
o seu cotidiano, sem empecilhos. Tamanha é a importância da acessibilidade que
tanto a Lei n. 10.098/2000 quando o Decreto n. 5.296/2004 trazem definições a
seu respeito:

Art. 8º, Decreto n. 5.296. Para os fins de acessibilidade, considera-se:


I – acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou as-
sistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços
de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
Art. 2º, Lei n. 10.098. I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnolo-
gias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiên-
cia ou com mobilidade reduzida.

A definição de acessibilidade da Lei n. 10.098 foi alterada pela Lei n. 13.146, de

2015 (Estatuto do Deficiente), a qual AMPLIOU O CONCEITO ANTERIOR!! Veja tam-

bém que as determinações da lei e do decreto não são idênticas, apesar de serem
1
LANCHOTI, José Antonio. Critérios de desempenho da mobilidade no espaço urbano construído
como avaliadores da cidade acessível: o caso de Ribeirão Preto. Tese de doutorado apresentada à
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo em Arquitetura, São Paulo, 2005, p. 28.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

muito parecidas. Perceba que a acessibilidade promove uma maior facilidade aos

portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida para a utilização de equipa-

mentos urbanos, meios de transporte, meios de comunicação, sistemas de tecno-

logia e instalações de uso público, inclusive na zona rural.

Para garantir a acessibilidade, é fundamental também conceder autonomia à pes-

soa portadora de deficiência, permitindo que ela tenha controle sobre o espaço físico e

social, ou seja, que ela possa dominar o espaço em que vive, de forma fácil, acessível.

É importante, também, assegurar independência a esses indivíduos: seria aces-

sível um espaço público no qual o portador de deficiência precise de ajuda de es-

tranhos para entrar e se locomover? Não! Ora, uma pessoa não está vivenciando a

acessibilidade se ela precisa de auxílio, não pode se locomover sozinha e enfrenta

obstáculos intransponíveis. Por isso, a Lei n. 10.098/2000 determina, de modo geral,

supressão de barreiras e obstáculos nas vias e espaços públicos, no espaço urbano,

na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.

Nada justifica a existência de barreiras que impeçam a livre locomoção e ocu-

pação do espaço coletivo, inclusive, sem qualquer discriminação, por pessoas por-

tadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. O direito constitucional de ir e

vir não pode ser reduzido, por exemplo, diante da inexistência de rampas, elevado-

res e afins. É com isso em mente que devemos analisar os arts. 1º a 12-A da Lei

n. 10.098/2000, regulamentados pelo Decreto n. 5.296/2004.

3. Conceitos da Lei n. 10.098/2000 e do Decreto n. 5.296/2004

Não se esqueça de que a Lei n. 10.098/2000 é regulamentada pelo Decreto n.

5.296/2004, como disse acima! Além de definições, esse decreto traz disposições

complementares à lei. Fique atento(a): sempre que formos estudar a Lei de Aces-

sibilidade, devemos recorrer também às disposições do referido decreto.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Vamos olhar as definições trazidas pelos diplomas que estudaremos hoje, com-

parando-as:

LEI N. 10.098 DECRETO N. 5.296


Art. 2º, II – BARREIRAS: qualquer entrave, Art. 8º, II – BARREIRAS: qualquer entrave ou
obstáculo, atitude ou comportamento que obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liber-
limite ou impeça a participação social da pessoa, dade de movimento, a circulação com segurança
bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus e a possibilidade de as pessoas se comunicarem
direitos à acessibilidade, à liberdade de movi- ou terem acesso à informação, classificadas em:
mento e de expressão, à comunicação, ao acesso
à informação, à compreensão, à circulação com
segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas a)  barreiras urbanísticas: as existentes nas
vias e nos espaços públicos e privados abertos vias públicas e nos espaços de uso público;
ao público ou de uso coletivo
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos b) barreiras nas edificações: as existentes no
edifícios públicos e privados; entorno e interior das edificações de uso público
e coletivo e no entorno e nas áreas internas de
uso comum nas edificações de uso privado mul-
tifamiliar;
c) barreiras nos transportes: as existentes c)  barreiras nos transportes: as existentes
nos sistemas e meios de transportes; nos serviços de transportes; e
d) barreiras nas comunicações e na infor- d)  barreiras nas comunicações e informa-
mação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou ções: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte
comportamento que dificulte ou impossibilite a ou impossibilite a expressão ou o recebimento
expressão ou o recebimento de mensagens e de mensagens por intermédio dos dispositivos,
de informações por intermédio de sistemas de meios ou sistemas de comunicação, sejam ou
comunicação e de tecnologia da informação; não de massa, bem como aqueles que dificultem
ou impossibilitem o acesso à informação;
III – pessoa com deficiência: aquela que tem Art. 5º § 1º Considera-se, para os efeitos deste
impedimento de longo prazo de natureza Decreto:
física, mental, intelectual ou sensorial, o I – pessoa portadora de deficiência, além
qual, em interação com uma ou mais barreiras, daquelas previstas na Lei no 10.690, de 16
de junho de 2003, a que possui limitação ou
pode obstruir sua participação plena e efe-
incapacidade para o desempenho de ativi-
tiva na sociedade em igualdade de condições
dade e se enquadra nas seguintes categorias:
com as demais pessoas;
a) deficiência física: alteração completa ou par-
cial de um ou mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da função
física, apresentando-se sob a forma de para-
plegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,


hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa-
ção ou ausência de membro, paralisia cerebral,
nanismo, membros com deformidade congênita
ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e
as que não produzam dificuldades para o desem-
penho de funções;
b)  deficiência auditiva:  perda bilateral, parcial
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou
mais, aferida por audiograma nas frequências de
500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;
c)  deficiência visual: cegueira, na qual a
acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no
melhor olho, com a melhor correção óptica; a
baixa visão, que significa acuidade visual entre
0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor cor-
reção óptica; os casos nos quais a somatória da
medida do campo visual em ambos os olhos for
igual ou menor que 60º; ou a ocorrência simul-
tânea de quaisquer das condições anteriores;
d) deficiência mental: funcionamento intelectual
significativamente inferior à média, com mani-
festação antes dos dezoito anos e limitações
associadas a duas ou mais áreas de habilidades
adaptativas, tais como:
1. comunicação;
2. cuidado pessoal;
3. habilidades sociais;
4. utilização dos recursos da comunidade;
5. saúde e segurança;
6. habilidades acadêmicas;
7. lazer; e
8. trabalho;
e)  deficiência múltipla – associação de duas
ou mais deficiências; e
IV – pessoa com mobilidade reduzida: aquela II – pessoa com mobilidade reduzida, aquela
que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de que, não se enquadrando no conceito de
movimentação, permanente ou temporá- pessoa portadora de deficiência, tenha, por
ria, gerando redução efetiva da mobilidade, da qualquer motivo, dificuldade de movimen-
flexibilidade, da coordenação motora ou da per- tar-se, permanente ou temporariamente,
cepção, incluindo idoso, gestante, lactante, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibili-
pessoa com criança de colo e obeso; dade, coordenação motora e percepção.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

V – acompanhante: aquele que acompanha a


pessoa com deficiência, podendo ou não desem-
penhar as funções de atendente pessoal;
VI – elemento de urbanização: quaisquer com- III – elemento da urbanização: qualquer com-
ponentes de obras de urbanização, tais como os ponente das obras de urbanização, tais como os
referentes a pavimentação, saneamento, enca- referentes à pavimentação, saneamento, distri-
namento para esgotos, distribuição de energia buição de energia elétrica, iluminação pública,
elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de abastecimento e distribuição de água, paisa-
comunicação, abastecimento e distribuição de gismo e os que materializam as indicações do
água, paisagismo e os que materializam as indi- planejamento urbanístico;
cações do planejamento urbanístico;
VII – mobiliário urbano: conjunto de obje- IV – mobiliário urbano: o conjunto de objetos
tos existentes nas vias e nos espaços públicos, existentes nas vias e espaços públicos, super-
superpostos ou adicionados aos elementos de postos ou adicionados aos elementos da urbani-
urbanização ou de edificação, de forma que sua zação ou da edificação, de forma que sua modi-
modificação ou seu traslado não provoque alte- ficação ou traslado não provoque alterações
rações substanciais nesses elementos, tais como substanciais nestes elementos, tais como semá-
semáforos, postes de sinalização e similares, ter- foros, postes de sinalização e similares, telefo-
minais e pontos de acesso coletivo às telecomu- nes e cabines telefônicas, fontes públicas, lixei-
nicações, fontes de água, lixeiras, toldos, mar- ras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer
quises, bancos, quiosques e quaisquer outros de outros de natureza análoga;
natureza análoga;
VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: V – ajuda técnica: os produtos, instrumentos,
produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou espe-
metodologias, estratégias, práticas e serviços cialmente projetados para melhorar a funcionali-
que objetivem promover a funcionalidade, rela- dade da pessoa portadora de deficiência ou com
cionada à atividade e à participação da pessoa mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia
com deficiência ou com mobilidade reduzida, pessoal, total ou assistida;
visando à sua autonomia, independência, quali-
dade de vida e inclusão social;
VI – edificações de uso público: aquelas
administradas por entidades da administração
pública, direta e indireta, ou por empresas pres-
tadoras de serviços públicos e destinadas ao
público em geral;
VII – edificações de uso coletivo: aquelas
destinadas às atividades de natureza comercial,
hoteleira, cultural, esportiva, financeira, turís-
tica, recreativa, social, religiosa, educacional,
industrial e de saúde, inclusive as edificações de
prestação de serviços de atividades da mesma
natureza;
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

VIII – edificações de uso privado: aquelas


destinadas à habitação, que podem ser classifi-
cadas como unifamiliar ou multifamiliar; e
X – desenho universal: concepção de produ- IX – desenho universal: concepção de espa-
tos, ambientes, programas e serviços a serem ços, artefatos e produtos que visam atender
usados por todas as pessoas, sem necessidade simultaneamente todas as pessoas, com dife-
de adaptação ou de projeto específico, incluindo rentes características antropométricas e senso-
os recursos de tecnologia assistiva. riais, de forma autônoma, segura e confortável,
constituindo-se nos elementos ou soluções que
compõem a acessibilidade.
IX – comunicação: forma de interação dos
cidadãos que abrange, entre outras opções, as
línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o sis-
tema de sinalização ou de comunicação tátil, os
caracteres ampliados, os dispositivos multimídia,
assim como a linguagem simples, escrita e oral,
os sistemas auditivos e os meios de voz digitali-
zados e os modos, meios e formatos aumentati-
vos e alternativos de comunicação, incluindo as
tecnologias da informação e das comunicações;

• As definições trazidas pela Lei n. 10.098 foram inseridas pela Lei n. 13.146,
de 2015 (Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência), para a qual também
teremos aulas específicas! Preste atenção na aula sobre a Lei n. 13.146, pois
lá exploraremos melhor alguns conceitos;
• Nem todas as definições trazidas pela lei estão replicadas no Decreto (e vice-
-versa). Isso se dá por conta da alteração mencionada acima. Devemos per-
ceber, porém, que, como o decreto regulamenta a lei, os conceitos trazidos
por ambos devem ser lidos em conjunto, de forma complementar!
• DICA IMPORTANTE: sempre que estivermos analisando os outros disposi-
tivos da Lei n. 10.098 e nos depararmos com os termos da tabela acima, não
custa nada voltar aqui e relê-los! Assim, conseguiremos fixar bem a matéria
e entender o real objetivo dos dispositivos que estivermos analisando!
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

4. Elementos da Urbanização

Feitas essas considerações, vamos para os artigos da Lei n. 10.098/2000. Dife-

rentemente das leis estudas em outras aulas, esses artigos não têm muito segredo!

O importante para resolvermos as questões é memorizar o que cada artigo prevê

como medida de acessibilidade.

O primeiro capítulo sobre o qual discutiremos é o II, “Dos Elementos da Urbani-

zação”. Conforme vimos, elementos da urbanização são, nos termos da lei,

quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavi-


mentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e
de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de
água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico.

Isso quer dizer que esse capítulo diz respeito à cidade em si, ao espaço livre

público, cujo acesso é de direito a todos.

Nesse sentido, a Lei n. 10.098/2000 prevê que:

Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais
espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los
acessíveis para TODAS as pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou
com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de urbanização e parte da via
pública, normalmente segregado e em nível diferente, destina-se somente à circula-
ção de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de
vegetação.

O Decreto n. 5.296/2004, esmiuçando as medidas de acessibilidade para os

elementos da urbanização, determina que:

Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão observadas as regras gerais previs-


tas neste Decreto, complementadas pelas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT e pelas disposições contidas na legislação dos Estados, Municípios e do Distrito
Federal.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Atualmente, a norma que regula as questões de acessibilidade é a NBR 9050:2004

(Acessibilidade a Edificações e Mobiliários, Espaços e Equipamentos Urba-

nos). Segundo a NBR 9050:2004, a acessibilidade define-se como a

possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com


segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e ele-
mentos.

Acessível é definido como

espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcan-
çado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mo-
bilidade reduzida.

Por estarem mencionadas na lei, essas normas técnicas passam a ter força de

lei!!! Sempre tenha isso em mente!

Seguindo a leitura da Lei n. 10.098, vemos que:

Art. 4º As vias públicas, os parques e os demais espaços de uso público exis-


tentes, assim como as respectivas instalações de serviços e mobiliários urbanos deve-
rão ser adaptados, obedecendo-se ordem de prioridade que vise à maior eficiência
das modificações, no sentido de promover mais ampla acessibilidade às pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. NO MÍNIMO 5% (CINCO POR CENTO) de cada brinquedo e equi-
pamento de lazer existentes nos locais referidos no caput devem ser adapta-
dos e identificados, tanto quanto tecnicamente possível, para possibilitar sua
utilização por pessoas com deficiência, inclusive visual, ou com mobilidade
reduzida;
Art. 5º O projeto e o traçado dos elementos de urbanização públicos e privados
de uso comunitário, nestes compreendidos os itinerários e as passagens de pedes-
tres, os percursos de entrada e de saída de veículos, as escadas e rampas, deverão
observar os parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Art. 7º Em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em
espaços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas portadoras
de deficiência com dificuldade de locomoção.
Parágrafo único. As vagas a que se refere o caput deste artigo deverão ser EM
NÚMERO EQUIVALENTE A DOIS POR CENTO DO TOTAL, GARANTIDA, NO MÍ-
NIMO, UMA VAGA, DEVIDAMENTE SINALIZADA E COM AS ESPECIFICAÇÕES
TÉCNICAS DE DESENHO E TRAÇADO DE ACORDO COM AS NORMAS TÉCNICAS
VIGENTES.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Esses são os dispositivos legais que mandam transformar as vias públicas e

adaptá-las aos pedestres portadores de deficiência e criar as vagas de estaciona-

mento destinadas a pessoas com deficiência.

Pelo menos 5% de cada brinquedo nos parques deve ser adaptado para pessoas com

deficiência. Ademais, 2% das vagas totais devem ser destinadas a essas pessoas!

Sobre as calçadas adaptadas para as pessoas com deficiência, o Decreto n.

5.296/2004 esclarece quais seriam as medidas necessárias, e, em conformidade

com as normas da ABNT:

Art. 15. No planejamento e na urbanização das vias, praças, dos logradouros, parques


e demais espaços de uso público, deverão ser cumpridas as exigências dispostas nas
normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 1º Incluem-se na condição estabelecida no caput:
I – a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a adaptação de
situações consolidadas;
II – o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou elevação da via para
travessia de pedestre em nível; e
III – a instalação de piso tátil direcional e de alerta.

Por fim, a Lei n. 10.098 ainda prevê, sobre os elementos da urbanização, um

dispositivo específico para os banheiros de uso público:

Art. 6º Os banheiros de uso público existentes ou a construir em parques, praças, jar-


dins e espaços livres públicos deverão ser acessíveis e dispor, PELO MENOS, DE UM
SANITÁRIO E UM LAVATÓRIO QUE ATENDAM ÀS ESPECIFICAÇÕES DAS NOR-
MAS TÉCNICAS DA ABNT.

5. Desenho e Localização do Mobiliário Urbano

A Lei n. 10.098 também se preocupa em tratar do mobiliário urbano. Lembra o

conceito que vimos acima? Rememore: o mobiliário urbano é o


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicio-
nados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou
seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semá-
foros, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às teleco-
municações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
outros de natureza análoga.

Segundo a Lei n. 10.098/2000:

Art. 8º Os sinais de tráfego, semáforos, postes de iluminação ou quaisquer ou-


tros elementos verticais de sinalização que devam ser instalados em itinerário ou
espaço de acesso para pedestres deverão ser dispostos de forma a não dificultar ou
impedir a circulação, e de modo que possam ser utilizados com a MÁXIMA COMO-
DIDADE.

Elucidando requisitos para atender tais exigências de máxima comodidade, o

Decreto n. 5.296/2000 especifica que:

Art. 16. As características do desenho e a instalação do mobiliário urbano devem


garantir a aproximação segura e o uso por pessoa portadora de deficiência
visual, mental ou auditiva, a aproximação e o alcance visual e manual para as
pessoas portadoras de deficiência física, em especial aquelas em cadeira de
rodas, e a circulação livre de barreiras, atendendo às condições estabelecidas
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 1º Incluem-se nas condições estabelecida no caput:
I – as marquises, os toldos, elementos de sinalização, luminosos e outros ele-
mentos que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação de pedestres;
II – as cabines telefônicas e os terminais de autoatendimento de produtos e
serviços;
III – os telefones públicos sem cabine;
IV – a instalação das aberturas, das botoeiras, dos comandos e outros siste-
mas de acionamento do mobiliário urbano;
V – os demais elementos do mobiliário urbano;
VI – o uso do solo urbano para posteamento; e
VII – as espécies vegetais que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação
de pedestres.
§ 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC, na modalidade
Local, deverá assegurar que, NO MÍNIMO, DOIS POR CENTO DO TOTAL DE TELE-
FONES DE USO PÚBLICO – TUPS, SEM CABINE, com capacidade para originar
e receber chamadas locais e de longa distância nacional, bem como, PELO ME-
NOS, DOIS POR CENTO DO TOTAL DE TUPS, com capacidade para originar e
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

receber chamadas de longa distância, nacional e internacional, estejam adap-


tados para o uso de pessoas portadoras de deficiência auditiva e para usuários
de cadeiras de rodas, ou conforme estabelecer os Planos Gerais de Metas de
Universalização.

Perceba que o mobiliário urbano não pode ser obstáculo; ao contrário, ele deve

ser adaptado ao uso das pessoas com deficiência.

É interessante notar que até os caixas eletrônicos de bancos devem ser adapta-

dos para o melhor acesso das pessoas com deficiência:

Art. 16, § 3º, Decreto n. 5.296/2000. As botoeiras e demais sistemas de acionamento


dos terminais de autoatendimento de produtos e serviços e outros equipamentos em
que haja interação com o público devem estar localizados em altura que possibilite
o manuseio por pessoas em cadeira de rodas e possuir mecanismos para utili-
zação autônoma por pessoas portadoras de deficiência visual e auditiva, con-
forme padrões estabelecidos nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

Há previsões específicas, ainda, sobre os semáforos. Segundo a Lei n.

10.098/2000:

Art. 9º Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equi-
pados com mecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estri-
dência, ou com mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia
de pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a
periculosidade da via assim determinarem.
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em vias públicas de grande
circulação, ou que deem acesso aos serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente
estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe-
destre. .

O Decreto n. 5.296/2004 acrescenta que:

Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equi-
pados com mecanismo que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoa
portadora de deficiência visual ou com mobilidade reduzida em todos os locais onde a
intensidade do fluxo de veículos, de pessoas ou a periculosidade na via assim determi-
narem, bem como mediante solicitação dos interessados.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

• Elementos verticais de sinalização e comunicação não podem impedir a circu-

lação e devem permiti-la com a MÁXIMA COMODIDADE;

–– EXEMPLOS DE ELEMENTOS: CABINES TELEFÔNICAS, TELEFONES PÚBLICOS,

MARQUISES, TOLDOS, SEMÁFOROS ETC.

• Semáforos para pedestres devem portar emissão sonora suave, intermitente

e sem estridência;

• Os semáforos para pedestres também devem contar com mecanismo de guia

ou orientação para travessia de pessoa portadora de deficiência com modali-

dade reduzida:

–– por conta do fluxo de pessoas e de trânsito; e/ou

–– POR SOLICITAÇÃO DOS INTERESSADOS, ou seja, não só a critério

da Administração Pública!

Continuando a leitura da Lei n. 10.098/2000, ainda temos que:

Art. 10. Os elementos do mobiliário urbano deverão ser projetados e instalados em


locais que permitam sejam eles utilizados pelas pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida.
Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circulação
comum para pedestre que ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência
DEVERÁ SER INDICADA MEDIANTE SINALIZAÇÃO TÁTIL DE ALERTA NO PISO,
de acordo com as normas técnicas pertinentes.

Note que, se houver obstáculo, deve haver sinalização de risco de acidente,

inclusive com aquele “piso de bolinhas e relevo” no chão que orienta pessoas com

deficiência visual.

Para reforçar a ideia de acessibilidade do mobiliário urbano, vamos resgatar um

conceito já trazido pela lei, o chamado desenho universal: “espaço de qualidade


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

para todos, sem exclusão, podem surgir da utilização dos princípios do desenho

universal. Um projeto para atender aos princípios do desenho universal deve bus-

car o acolhimento do maior número possível de pessoas”2.

Preocupe-se, neste ponto, em lembrar-se de que os conceitos trazidos pela Lei n.

10.098/2000 e pelo Decreto n. 5.296/2004 estão interligados e podem ser co-

brados conjuntamente! Perceba como os dispositivos da lei e do decreto sempre

procuram determinar que os mobiliários devem ser acessíveis a todos, inclusive aos

portadores de deficiências e/ou com mobilidade reduzida. Em outras palavras, bus-

ca-se essa concepção de desenho universal: se é para desenvolver novo mobiliário,

que ele seja desenvolvido de forma a ser utilizado pelo maior número possível de

pessoas! Lembre-se disso.

6. A Construção, Ampliação ou Reforma dos Edifícios Públicos


ou de Uso Coletivo

Vamos ler, agora, o artigo 11 da Lei n. 10.098/2000:

Art. 11. A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados


destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem
acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. Para os fins do disposto neste artigo, na construção, ampliação ou
reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser obser-
vados, PELO MENOS, os seguintes requisitos de acessibilidade:
I – nas áreas externas ou internas da edificação, destinadas a garagem e a estacio-
namento de uso público, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de
circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem
pessoas portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção permanente;

2
VAZ, Daniela. Acessibilidade à paisagem. 263 p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração: Paisa-
gem e Ambiente) – FAUUSP. São Paulo, 2008, p. 23
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

II – PELO MENOS um dos acessos ao interior da edificação deverá estar livre de bar-
reiras arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a acessibilidade
de pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
III – PELO MENOS um dos itinerários que comuniquem horizontal e verticalmente to-
das as dependências e serviços do edifício, entre si e com o exterior, deverá cumprir os
requisitos de acessibilidade de que trata esta Lei; e
IV – os edifícios deverão dispor, PELO MENOS, de um banheiro acessível, distri-
buindo-se seus equipamentos e acessórios de maneira que possam ser utiliza-
dos por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Veja que esse dispositivo, como forma de garantir a acessibilidade, determina

que a construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados de

uso coletivo contenha determinados elementos para facilitar o acesso e a locomo-

ção no espaço em que se inserem, garantindo segurança, confiança e comodi-

dade.

Assim, se você é proprietário de um edifício privado, mas de uso coletivo (como

uma galeria de lojas, um edifício de salas ou um shopping), e resolver reformá-lo,

você vai ter que promover as adaptações mínimas previstas na lei.

Em outras palavras, o artigo 11 a Lei da Acessibilidade determina que os edi-

fícios de uso privado deverão proporcionar alterações que facilitem o acesso das

pessoas portadoras de deficiência física ou com mobilidade reduzida. TODAS as

edificações, em TODAS as cidades, se em construção, ampliação ou reforma, de-

vem se adaptar!!!

Vamos observar alguns detalhes do dispositivo:

• Como forma de garantir a acessibilidade, os edifícios deverão ter PELO ME-

NOS os requisitos do art. 11. Isso significa que não será aceito menos do que

prevê o artigo! Além disso, outros elementos poderão ser requisitados – é o

que faz, por exemplo, o Decreto n. 5.296/2004. Conforme veremos abaixo, o

decreto traz novos requisitos para a acessibilidade em edifícios.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

• Repetindo:

–– Em garagens e estacionamentos, vagas devem ser reservadas para pes-

soas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Essas vagas

devem estar sinalizadas e perto do acesso de circulação;

–– Pelo menos um dos acessos do edifício deve estar livre de barreiras arqui-

tetônicas e de qualquer obstáculo. Aqui, por exemplo, escadas (em vez de

rampas) podem ser consideradas uma barreira;

–– Quando a lei trata de “itinerários que comuniquem horizontal e vertical-

mente todas as dependências do edifício, entre si e o exterior”, podemos

mencionar elevadores, portas, rampas etc.;

–– Pelo menos um dos banheiros do edifício deve ser acessível. Lembre-se do

conceito de independência que discutimos acima! Um banheiro acessível

deve conter barras, portas de fácil manuseio, dentre outros elementos,

para que o indivíduo possa, sozinho, utilizá-lo com segurança, comodi-

dade e conforto.

O Decreto n. 5.296/2000, por sua vez, ao regulamentar a Lei n. 10.098/2000,

detalha esses requisitos. Vamos estudar artigo por artigo:

Art. 18. A construção de edificações de uso privado multifamiliar e a construção, am-


pliação ou reforma de edificações de uso coletivo devem atender aos preceitos da aces-
sibilidade na interligação de todas as partes de uso comum ou abertas ao público, con-
forme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
Parágrafo único. Também estão sujeitos ao disposto no caput os acessos, piscinas, an-
dares de recreação, salão de festas e reuniões, saunas e banheiros, quadras esportivas,
portarias, estacionamentos e garagens, entre outras partes das áreas internas ou ex-
ternas de uso comum das edificações de uso privado multifamiliar e das de uso coletivo.

O art. 18, conforme vemos, detalha os edifícios e áreas sujeitas às regras de

acessibilidade. Mais importante, porém, é a previsão de que esses locais deverão

se submeter às normas técnicas da ABNT.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Como já dissemos, a norma que regula as questões de acessibilidade é a NBR

9050:2004 (Acessibilidade a Edificações e Mobiliários, Espaços e Equipa-

mentos Urbanos). Há também a NBR 13994:1999, que regula especificamente a

questão dos elevadores (Elevadores para Transportes de Pessoa Portadora

de Deficiência).

Vamos olhar alguns exemplos de formas de garantir a acessibilidade trazidas

pelas normas da ABNT no tocante aos edifícios:

• rampas de acesso ao imóvel;

• elevadores de acesso à área externa do imóvel (equipamento eletromecânico

de descolamento vertical), bem como à área interna;

• sanitários;

• piso tátil e direcional;

• estacionamento ou garagens reservados;

• escadas com corrimão; e

• circulação interna acessível.

Várias são as normas, em verdade, mas não cabe à nós estudar todas aqui. O

que devemos ter em mente é que são normas de caráter obrigatório, por força

da lei, e que devem contar com a análise de profissional técnico da área (enge-

nheiro ou arquiteto) para a sua adequada aplicação.

O art. 19 do decreto, por sua vez, prevê que:

Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público deve garan-


tir, pelo menos, um dos acessos ao seu interior, com comunicação com todas as suas
dependências e serviços, livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou dificultem
a sua acessibilidade.
§ 1º No caso das edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta
meses a contar da data de publicação deste Decreto para garantir acessibilida-
de às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
§ 2º Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o Poder Público buscará garantir
dotação orçamentária para ampliar o número de acessos nas edificações de
uso público a serem construídas, ampliadas ou reformadas.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Duas observações são essenciais nesse dispositivo:

• a partir do decreto, reforça-se o dever de TODOS os edifícios de uso públi-

co contarem com medidas de acessibilidade. Isso significa que esses edifí-

cios devem se adaptar em 30 meses da data da publicação do decreto;

• por mais que a Lei n. 10.098/2000 traga a expressão “pelo menos um” para

os elementos de acessibilidade, o § 2º do art. 19 do decreto deixa claro que,

sempre que possível, é dever do Poder Público buscar ampliar o acesso

nas edificações públicas!

Vamos, agora, ao artigo 20:

Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações de uso púbico ou de uso coletivo,


os desníveis das áreas de circulação internas ou externas serão transpostos
por meio de rampa ou equipamento eletromecânico de deslocamento vertical,
QUANDO NÃO FOR POSSÍVEL OUTRO ACESSO MAIS CÔMODO para pessoa por-
tadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, conforme estabelecido nas normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.

Aqui, o art. 20 deve ser lido em conjunto com o art. 11, incisos II e III, da Lei

n. 10.098/2000:

II – pelo menos um dos acessos ao interior da edificação deverá estar livre de barreiras
arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a acessibilidade de pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
III – pelo menos um dos itinerários que comuniquem horizontal e verticalmente todas
as dependências e serviços do edifício, entre si e com o exterior, deverá cumprir os re-
quisitos de acessibilidade de que trata esta Lei.

Como podemos ver, o art. 20 busca a opção MAIS COMÔDA para a pessoa

portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida e regulamenta as formas

de tornar o acesso livre de obstáculos e os requisitos de acessibilidade, todas em

conformidade com as normas técnicas da ABNT. Assim, na prática, deve-se colocar

rampas em vez de escadas. Se não for possível construir uma rampa, deve-se co-

locar elevadores para pessoas com deficiência.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Lembra que comodidade é um dos fatores componentes de acessibilidade?

O art. 21, por sua vez, trata de balcões de atendimento, bilheterias acessíveis e

urnas de votação acessíveis:

Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilheterias em edificação de uso público ou de


uso coletivo devem dispor de, pelo menos, uma parte da superfície acessível para
atendimento às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, confor-
me os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de voto, as urnas das seções eleitorais
devem ser adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas portadoras de deficiên-
cia ou com mobilidade reduzida e estarem instaladas em local de votação PLENAMEN-
TE acessível e com estacionamento próximo.

Veja que a deficiência ou a mobilidade reduzida não pode, de nenhuma forma,

impedir o exercício da cidadania por meio do voto. Onde a pessoa com deficiência

votar, deve haver estacionamento próximo.

O art. 22 trata, especificamente, de sanitários, que também estavam previstos

no art. 11, IV, da Lei n. 10.098:

IV – os edifícios deverão dispor, pelo menos, de um banheiro acessível, distribuindo-se


seus equipamentos e acessórios de maneira que possam ser utilizados por pessoa por-
tadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Fique atento para memorizar alguns detalhes do artigo que destaquei para você:

Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público ou de uso


coletivo devem dispor de sanitários acessíveis destinados ao uso por pessoa portadora
de deficiência ou com mobilidade reduzida.
§ 1º Nas edificações de uso público a serem construídas, os sanitários destinados ao uso
por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida serão distribuídos na
razão de, NO MÍNIMO, UMA cabine para CADA SEXO em CADA PAVIMENTO da
edificação, com entrada independente dos sanitários coletivos, obedecendo às normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.

Agora, exige-se muito mais do que “pelo menos um banheiro acessível”, como

previa a Lei n. 10.098/2000. Conforme o Decreto n. 5.296, cada sexo, em cada


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

pavimento do edifício, terá no mínimo um banheiro, com entrada independente dos

sanitários coletivos!

§ 2º Nas edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta meses a
contar da data de publicação deste Decreto para garantir pelo menos um banheiro
acessível por pavimento, com entrada independente, distribuindo-se seus equipamen-
tos e acessórios de modo que possam ser utilizados por pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida.

Novamente, o decreto reforça que TODAS as edificações de uso público devem

contar com as medidas de acessibilidade. Se estiverem em construção, ampliação

ou reforma, só receberão “habite-se” se cumpridas as exigências de banheiros

acessíveis. Se já edificadas, devem se adaptar em 30 meses.

Sobre as edificações de uso coletivo:

§ 3º Nas edificações de uso coletivo a serem construídas, ampliadas ou reformadas,


onde devem existir banheiros de uso público, os sanitários destinados ao uso por pessoa
portadora de deficiência deverão ter entrada independente dos demais e obedecer às
normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 4º Nas edificações de uso coletivo já existentes, onde haja banheiros destinados
ao uso público, os sanitários preparados para o uso por pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida deverão estar localizados nos pavimentos acessíveis,
ter entrada independente dos demais sanitários, se houver, e obedecer as nor-
mas técnicas de acessibilidade da ABNT.

7. Os Locais de Espetáculos, Conferências, Aulas e Outros

Dando sequência a nossa aula, vamos analisar agora o art. 12 da Lei n.

10.098/2000:

Art. 12. Os locais de espetáculos, conferências, aulas e outros de natureza similar


deverão dispor de espaços reservados para pessoas que utilizam cadeira de
rodas, e de lugares específicos para pessoas com deficiência auditiva e visual,
inclusive acompanhante, de acordo com a ABNT, de modo a facilitar-lhes as con-
dições de ACESSO, CIRCULAÇÃO E COMUNICAÇÃO.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Esse dispositivo manda reservar um espaço para o cadeirante parar com a sua

cadeira de rodas em um teatro, estádio, escola ou centro de convenções.

Aqui, além da preocupação com as barreiras arquitetônicas, temos as cha-

madas barreiras nas comunicações e informações, definidas pelo art. 8º do

Decreto n. 5.296/2000:

d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que difi-


culte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por inter-
médio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de
massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à infor-
mação;

O Decreto n. 5.296/2004 trata de forma mais detalhada do assunto:

Art. 23. Os teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, casas de espe-


táculos, salas de conferências e similares reservarão, pelo menos, DOIS POR CENTO
DA LOTAÇÃO DO ESTABELECIMENTO PARA PESSOAS EM CADEIRA DE RODAS,
distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos aos
corredores, devidamente sinalizados, EVITANDO-SE ÁREAS SEGREGADAS DE
PÚBLICO E A OBSTRUÇÃO DAS SAÍDAS, em conformidade com as normas técnicas de
acessibilidade da ABNT.

No mínimo, 2% da lotação do estabelecimento deve ser destinada aos cadeirantes.

Esse percentual deve ser distribuído de forma DIVERSIFICADA, de forma a evitar a

SEGREGAÇÃO dos cadeirantes.

§  1º  Nas edificações previstas no caput, é obrigatória, ainda, a destinação de dois


por cento dos assentos para acomodação de pessoas portadoras de deficiência
visual e de pessoas com mobilidade reduzida, incluindo obesos, em locais de boa
recepção de mensagens sonoras, devendo todos ser devidamente sinalizados e estar de
acordo com os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

• Ainda, 2% da lotação do estabelecimento deve ser destinada a outras pesso-

as portadoras de necessidades especiais, sempre em lugares de fácil acesso,

com SINALIZAÇÃO e sem SEGREGAÇÃO.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

§ 2º No caso de não haver COMPROVADA procura pelos assentos reservados, estes
poderão excepcionalmente ser ocupados por pessoas que não sejam portado-
ras de deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida.
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo deverão situar-se em locais que
garantam a acomodação de, NO MÍNIMO, um acompanhante da pessoa portadora
de deficiência ou com mobilidade reduzida.

• Esses 2% de lugares separados deverão contar, ainda, com espaço para

ACOMPANHANTE.

§ 4º Nos locais referidos no caput, haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas
de emergência acessíveis, conforme padrões das normas técnicas de acessibi-
lidade da ABNT, a fim de permitir a saída segura de pessoas portadoras de defici-
ência ou com mobilidade reduzida, em caso de emergência.
§ 5º As áreas de acesso aos artistas, tais como coxias e camarins, também de-
vem ser acessíveis a pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
§ 6º Para obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 2º, as salas de
espetáculo deverão dispor de sistema de sonorização assistida para pessoas portado-
ras de deficiência auditiva, de meios eletrônicos que permitam o acompanhamento por
meio de legendas em tempo real ou de disposições especiais para a presença física de
intérprete de LIBRAS e de guias-intérpretes, com a projeção em tela da imagem do in-
térprete de LIBRAS sempre que a distância não permitir sua visualização direta.
§ 7º O sistema de sonorização assistida a que se refere o § 6º será sinalizado por meio
do pictograma aprovado pela Lei no 8.160, de 8 de janeiro de 1991.
§ 8º As edificações de uso público e de uso coletivo referidas no caput, já existen-
tes, têm, respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a contar da
data de publicação deste Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata o
caput e os §§ 1º a 5º.

• Novamente, o decreto determina prazo para que TODOS os espaços se ade-

quem às normas de acessibilidade. Contudo, aqui há prazo diferenciado para

adaptar edificações de uso coletivo (48 meses).

O art. 24, por sua vez, traz normas específicas sobre estabelecimentos de

ensino. Vamos memorizar:

Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públi-


cos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus am-
bientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações despor-


tivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários.
§ 1º Para a concessão de autorização de funcionamento, de abertura ou reno-
vação de curso pelo Poder Público, o estabelecimento de ensino deverá com-
provar que:

• Importante!!! Sem comprovação de cumprimento das disposições da lei e do

decreto, o estabelecimento de ensino NÃO poderá funcionar!!

I – está cumprindo as regras de acessibilidade arquitetônica, urbanística e na comunica-


ção e informação previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação
específica ou neste Decreto;
II – coloca à disposição de professores, alunos, servidores e empregados porta-
dores de deficiência ou com mobilidade reduzida ajudas técnicas que permitam
o acesso às atividades escolares e administrativas em igualdade de condições
com as demais pessoas; e
III – seu ordenamento interno contém normas sobre o tratamento a ser dispensa-
do a professores, alunos, servidores e empregados portadores de deficiência,
com o objetivo de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminação, bem como
as respectivas sanções pelo descumprimento dessas normas.
§ 2º As edificações de uso público e de uso coletivo referidas no caput, já existentes,
têm, respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a contar da data
de publicação deste Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata este artigo.

• Novamente, o decreto determina prazo para que TODOS os espaços se ade-

quem às normas de acessibilidade.

• Detalhe importante: as normas internas da instituição de ensino devem ins-

truir no sentido de evitar discriminação contra as pessoas com deficiência.

• Deve-se promover ajuda técnica para garantir aos portadores de deficiência

o acesso às atividades escolares.

8. Centros Comerciais e Estabelecimentos Congêneres

Voltando um pouco para a Lei n. 10.098/2000, temos o art. 12-A, o último da

lei que estudaremos hoje:

Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congêneres devem fornecer


carros E cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Esse artigo foi incluído por força do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n.

13.146/2015), objeto de aula específica. Vale a pena destacar, neste momento,

que os centros comerciais e estabelecimentos similares (= shopping centers) deve-

rão fornecer carros e cadeiras de rodas (não apenas um ou outro), podendo estes

ser motorizados ou não – cuidado aqui!

Algumas questões, como pegadinha, colocam que os carros e cadeiras devem ser

motorizados. Porém, não é o que a lei diz: trata-se de uma FACULDADE!!

De qualquer forma, lembre-se: a pessoa com deficiência pode confiar que o

shopping vai disponibilizar cadeira de rodas para ela!

9. Outras Disposições do Decreto n. 5.296/2004

Por fim, vamos analisar as últimas disposições do decreto que dizem respeito,

especificamente, aos edifícios públicos ou de uso coletivo. Aqui, o decreto tem a

preocupação de tratar sobre os estacionamentos e elevadores, elementos cru-

ciais para garantir a acessibilidade:

Art. 25. Nos estacionamentos externos ou internos das edificações de uso público ou de


uso coletivo, ou naqueles localizados nas vias públicas, serão reservados, pelo menos,
DOIS POR CENTO DO TOTAL DE VAGAS PARA VEÍCULOS que transportem pessoa
portadora de deficiência física ou visual definidas neste Decreto, sendo assegurada, no
mínimo, uma vaga, em locais próximos à entrada principal ou ao elevador, de
fácil acesso à circulação de pedestres, com especificações técnicas de desenho e traçado
conforme o estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

São duas as exigências desse parágrafo para os estacionamentos de edifícios de

uso público ou de uso coletivo: 2% de vagas + uma vaga, NO MÍNIMO, próximo

à entrada principal ou ao elevador.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

§ 1º Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão portar identificação a ser
colocada em local de ampla visibilidade, confeccionado e fornecido pelos órgãos de
trânsito, que disciplinarão sobre suas características e condições de uso, observando o
disposto na Lei no 7.405, de 1985.
§ 2º Os casos de inobservância do disposto no § 1º estarão sujeitos às sanções esta-
belecidas pelos órgãos competentes.

• Como forma de garantir a acessibilidade, o descumprimento das normas trará

sanção. Dessa forma, coíbe-se a discriminação contra os portadores de ne-

cessidades especiais.

§ 3º Aplica-se o disposto no caput aos estacionamentos localizados em áreas públicas


e de uso coletivo.
§ 4º A utilização das vagas reservadas por veículos que não estejam transportando as
pessoas citadas no caput constitui infração ao art. 181, inciso XVII, da Lei no 9.503, de
23 de setembro de 1997.

• Vemos, novamente, uma forma de coibir atitudes que violem as medidas

de acessibilidade. OCUPAR AS VAGAS RESERVADAS CONSTITUI INFRA-

ÇÃO AO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.

• Preste atenção nas disposições do CTB:

Art. 181. XVII – em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela


sinalização (placa – Estacionamento Regulamentado):
Infração – grave; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015 – Estatuto da Pessoa
com Deficiência)
Penalidade – multa;
Medida administrativa – remoção do veículo;

Sobre a sinalização e o combate às barreiras de comunicação e de informação:

Art. 26. Nas edificações de uso público ou de uso coletivo, é obrigatória a existência de


sinalização visual e tátil para orientação de pessoas portadoras de deficiência
auditiva e visual, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

Sobre elevadores:

Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua adaptação em edificações de uso


público ou de uso coletivo, bem assim a instalação em edificação de uso privado multi-
familiar a ser construída, na qual haja obrigatoriedade da presença de elevadores, deve
atender aos padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

§ 1º No caso da instalação de elevadores novos ou da troca dos já existentes, qualquer


que seja o número de elevadores da edificação de uso público ou de uso coletivo, PELO
MENOS UM deles terá cabine que permita acesso e movimentação CÔMODA de
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, de acordo com o
que especifica as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 2º Junto às botoeiras externas do elevador, deverá estar sinalizado em braile em
qual andar da edificação a pessoa se encontra.

• Combate às barreiras de informação:

§ 3º Os edifícios a serem construídos com mais de um pavimento além do pavimento


de acesso, à exceção das habitações unifamiliares e daquelas que estejam obrigadas à
instalação de elevadores por legislação municipal, deverão dispor de especificações
técnicas e de projeto que facilitem a instalação de equipamento eletromecâni-
co de deslocamento vertical para uso das pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida.
§ 4º As especificações técnicas a que se refere o § 3º devem atender:
I – a indicação em planta aprovada pelo poder municipal do local reservado para a ins-
talação do equipamento eletromecânico, devidamente assinada pelo autor do projeto;
II – a indicação da opção pelo tipo de equipamento (elevador, esteira, plataforma ou
similar);
III – a indicação das dimensões internas e demais aspectos da cabine do equipamento
a ser instalado; e
IV – demais especificações em nota na própria planta, tais como a existência e as medi-
das de botoeira, espelho, informação de voz, bem como a garantia de responsabilidade
técnica de que a estrutura da edificação suporta a implantação do equipamento esco-
lhido.

Esses eram os conceitos básicos da Lei n. 10.098/2000 e do Decreto n.

5.296/2000 que eu queria passar para você ter uma compreensão exata da norma.

Memorize o que destacamos hoje!!!


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

RESUMO

Vamos relembrar brevemente os principais pontos da aula!

A acessibilidade é o conceito fundamental para o nosso estudo de hoje. Confor-

me o Decreto n. 5.296/2004, em seu art. 8º, I, bem como a Lei n. 10.098/2000, a

acessibilidade é definida como:

condição para utilização, com SEGURANÇA e AUTONOMIA, total ou assistida, dos es-
paços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte
e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portado-
ra de deficiência ou com mobilidade reduzida;

Não nos esqueçamos: autonomia, segurança, comodidade, confiança e inde-

pendência são conceitos chaves para a promoção da acessibilidade!

Hoje estudamos, além das normas gerais e os conceitos da Lei n. 10.098/2000

e do Decreto n. 5.296/2004, três capítulos muito importantes da Lei de Acessibili-

dade: (i) dos elementos da urbanização; (ii) do desenho e da localização do mobi-

liário urbano; e (iii) da acessibilidade nos edifícios públicos ou de uso coletivo.

Retomando o que vimos:

Os elementos da urbanização são “quaisquer componentes de obras de urba-

nização”, como vias, asfalto etc. Existem algumas regras específicas para que eles

sejam acessíveis, tais como:

• NO MÍNIMO, 5% de cada brinquedo e equipamento de lazer presentes

em parques e nos demais espaços de uso público devem ser “adaptados e iden-

tificados, tanto quanto tecnicamente possível, para possibilitar sua utilização

por pessoas com deficiência, inclusive visual, ou com mobilidade reduzida”;

• vias, praças, dos logradouros, parques e demais espaços de uso público deve-

rão respeitar normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Para tanto, deve-se

observar:
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

–– a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a adaptação de

situações consolidadas;

–– o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou elevação da via para

travessia de pedestre em nível; e

–– a instalação de piso tátil direcional e de alerta.

• Os espaços de uso público devem contar com PELO MENOS UM SANITÁRIO

E UM LAVATÓRIO que atendam às normas de acessibilidade da ABNT;

• Estacionamentos localizados em vias ou em espaços públicos deverão reser-

var DOIS POR CENTO das vagas, além de garantir, NO MÍNIMO, UMA VAGA

sinalizada, perto dos acessos de circulação de pedestres COM AS ESPECIFI-

CAÇÕES TÉCNICAS DE DESENHO E TRAÇADO DE ACORDO COM AS NORMAS

TÉCNICAS VIGENTES.

Quanto ao mobiliário urbano, definidos como “conjunto de objetos existentes

nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de ur-

banização ou de edificação”, temos as seguintes exigências legais:

• MÁXIMA COMODIDADE PARA O USO;

• NO MÍNIMO, DOIS POR CENTO DO TOTAL DE TELEFONES DE USO PÚ-

BLICO – TUPS, SEM CABINE, com capacidade para originar e receber cha-

madas locais e de longa distância nacional. Da mesma forma, PELO MENOS

DOIS POR CENTO DO TOTAL DE TUPS com capacidade para chamadas de

longa distância nacional e internacional devem ser adaptados ao uso de pes-

soas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida – para vencer as

barreiras de comunicação;

• O mobiliário urbano, quando vertical, deve estar localizado em altura que

possibilite o manuseio por pessoas em cadeira de rodas e possuir mecanis-


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

mos para utilização autônoma por pessoas portadoras de deficiência visual e

auditiva, conforme padrões estabelecidos nas normas técnicas de acessibili-

dade da ABNT;

• Semáforos para pedestres devem portar emissão sonora suave, intermitente

e sem estridência. Eles também devem contar com mecanismo de guia ou

orientação para travessia de pessoa portadora de deficiência com modalidade

reduzida:

–– por conta do fluxo de pessoas e de trânsito; e/ou

–– POR SOLICITAÇÃO DOS INTERESSADOS, ou seja, não só a critério

da Administração Pública!

• LEMBRE-SE DO CONCEITO DE DESENHO UNIVERSAL PARA A ELABO-

RAÇÃO DE PROJETOS DE MOBILIÁRIO URBANO!

As medidas de acessibilidade especificamente para os edifícios públicos e priva-

dos de uso coletivo são:

• Garagens e estacionamentos com vagas reservadas e acesso facilitado:

–– Conforme determina o art. 25 do Decreto n. 5.296/2004, 2% das vagas

devem ser reservadas, e deve haver NO MÍNIMO uma vaga, perto da en-

trada principal ou do elevador.

–– OCUPAR AS VAGAS RESERVADAS CONSTITUI INFRAÇÃO AO CÓDI-

GO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. Art. 181, XVII, do CTB, qualifica como

infração grave, cuja penalidade é multa, e a medida administrativa é remo-

ção do veículo!

• Pelo menos um dos acessos ao edifício, bem como um dos itinerários que co-

muniquem interna ou externamente as dependências do edifício, deverá estar

livre de barreiras arquitetônicas:


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

–– Conforme o art. 20 do Decreto n. 5.296/2004, os desníveis das áreas de


circulação internas ou externas serão transpostos por meio de rampa ou
equipamento eletromecânico de deslocamento vertical, QUANDO NÃO FOR
POSSÍVEL OUTRO ACESSO MAIS CÔMODO, sempre em conformidade com
as normas da ABNT (9050:2004).
• Sanitários acessíveis:
–– Conforme determina o art. 22 do Decreto n. 5.296/2004, cada sexo terá no
mínimo um banheiro, com entrada independente dos sanitários coletivos,
em cada pavimento do edifício!
• Locais de espetáculos, conferências, aulas e outros devem ser acessíveis também:
–– Conforme o art. 23 do decreto, no mínimo 2% da lotação do estabelecimen-
to deve ser destinada aos cadeirantes. Esse percentual deve ser distribuído
de forma DIVERSIFICADA, evitando-se a SEGREGAÇÃO dos cadeirantes.
–– Ainda, mais 2% da lotação do estabelecimento deve ser destinada a outras
pessoas portadoras de necessidades especiais, sempre em lugares de fácil
acesso, com SINALIZAÇÃO e sem SEGREGAÇÃO
–– Os 4% de lugares reservados devem contar com espaço para, pelo menos,
UM ACOMPANHANTE CADA.
• Especificamente sobre estabelecimentos de ensino:
–– sem comprovação de cumprimento das disposições da lei e do decreto, o
estabelecimento de ensino NÃO poderá funcionar!!
–– o estabelecimento deve colocar auxílio técnico para incluir os portadores de
deficiência, além de evitar as barreiras arquitetônicas, bem como prever san-
ções em caso de descumprimento das medidas, para evitar discriminações.
• Sobre os elevadores:
–– havendo necessidade de elevadores no edifício, PELO MENOS UM deles terá

cabine que permita acesso e movimentação CÔMODA;

–– o elevador deve estar sinalizado em braile!


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

• Centros comerciais e estabelecimentos congêneres

–– deverão fornecer carros e cadeiras de rodas (não apenas um ou outro),

podendo ser motorizados ou não – trata-se de uma FACULDADE!!

Por fim, vamos relembrar: o Decreto n. 5.296/2004 trouxe prazo para os edifí-

cios já existentes se adequarem às medidas de acessibilidade previstas pelo decre-

to e pela lei! Ou seja, TODOS devem atender aos requisitos, sem exceção!
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

QUESTÕES DE CONCURSO

1. (2010/FCC/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO) Nos termos da Lei n.

10.098/2000, a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança

e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações,

dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de

deficiência ou com mobilidade reduzida denomina-se

a) urbanização.

b) sinalização urbana.

c) barreira visual.

d) acessibilidade.

e) equipamento de mobilidade.

2. (2016/FCC/TRT–20ª REGIÃO-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA) De

acordo com a Lei n. 10.098/2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providências, é correto afirmar:

a) Todos os sanitários e lavatórios de uso público existentes ou a construir em

parques, jardins e espaços livres públicos, deverão ser acessíveis e atender às es-

pecificações das normas técnicas da ABNT.

b) Os centros comerciais e estabelecimentos congêneres devem fornecer carros e

cadeiras de rodas, necessariamente motorizados, para o atendimento da pessoa

com deficiência ou com mobilidade reduzida.

c) Não cabe ao Poder Público implementar a formação de profissionais intérpretes

em escrita braile, linguagem de sinais e guias-intérpretes para facilitar a comuni-

cação direta à pessoa com deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

d) Em edifícios públicos, todos os acessos ao interior da edificação devem estar

livres de barreiras arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a

acessibilidade de pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

e) As regras de acessibilidade se aplicam aos edifícios públicos e de uso coletivo,

mas também existem regras impostas aos edifícios de uso privado em que seja

obrigatória a instalação de elevadores ou edifícios com mais de um pavimento.

3. (2016/FCC/AL-MS/AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO) Sobre a Lei no

10.098/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da

acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida,

e dá outras providências, é INCORRETO afirmar:

a) Os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo, vin-

te por cento de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar sua

utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tanto quanto

tecnicamente possível.

b) A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circulação comum para

pedestre que ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indica-

da mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas

pertinentes.

c) Os semáforos para pedestres instalados em vias públicas de grande circulação,

ou que deem acesso aos serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar

equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe-

destre.

d) Os centros comerciais e os estabelecimentos congêneres devem fornecer carros

e cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com defi-

ciência ou com mobilidade reduzida.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

e) A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados

ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessí-

veis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

4. (2015/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE ITATIBA-SP/ADVOGADO) Assinale a al-

ternativa que está de acordo com a Lei da Acessibilidade dos Portadores de Defici-

ência (Lei no 10.098/2000).

a) Os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo, 10%

(dez por cento) de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibili-

tar sua utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tanto

quanto tecnicamente possível.

b) Os banheiros de uso público existentes ou a construir em parques, praças, jar-

dins e espaços livres públicos deverão ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um

sanitário e um lavatório que atendam às especificações das normas técnicas da

ABNT.

c) Em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em

espaços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circula-

ção de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas

portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção e deverão ser em número

equivalente a cinco por cento do total.

d) Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equi-

pados apenas com mecanismo que emita sinal sonoro suave, que sirva de guia ou

orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a inten-

sidade do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.

e) São consideradas, pela lei, barreiras arquitetônicas urbanísticas as existentes

no interior dos edifícios públicos e privados.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

5. (2011/FCC/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO) A Lei n. 10.098/2000 define que

entrave ou obstáculo, que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento

de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, é:

a) barreira na comunicação.

b) elemento da urbanização.

c) barreira sensorial.

d) limitação na acessibilidade.

e) mobilidade reduzida.

6. (2015/VUNESP/PREFEITURA DE CAIEIRAS-SP/ASSESSOR JURÍDICO/PROCURA-

DOR GERAL) De acordo com a Lei no 10.098/2000, que trata da acessibilidade das

pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, assinale a alterna-

tiva correta.

a) A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados

ao uso coletivo poderão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessí-

veis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

b) O planejamento e a urbanização das vias púbicas, dos parques e dos demais

espaços de uso público poderão ser concebidos e executados de forma a torná-los

acessíveis para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

c) É definido como barreiras qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o

acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas.

d) Define-se pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida somente

a que permanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio

e de utilizá-lo.

e) Define-se mobiliário urbano qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal

ou possibilite o acesso e o uso de meio físico.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

7. (2010/FADESP/CREA-PA/TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMU-

NICAÇÃO – WEB DESIGNER) O Decreto n.º 5.296/2004, ao regulamentar a Lei n.º

10.098/2000, estabelece definições ao conceito de Ajuda Técnica à pessoa porta-

dora de deficiência. Neste conceito,

a) apenas a ajuda humana especializada é abrangida, excluindo-se quaisquer ou-

tros meios de apoio.

b) não são considerados como ajudas técnicas os cães-guia e os cães-guia de

acompanhamento.

c) incluem-se os produtos, instrumentos e equipamentos adaptados ou especial-

mente projetados para melhorar a funcionalidade do portador de deficiência.

d) incluem-se os produtos e tecnologias exclusivamente desenvolvidos para me-

lhorar a funcionalidade do portador de deficiência, não se enquadrando no conceito

os equipamentos adaptados.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

GABARITO

1. d

2. e

3. a

4. b

5. a

6. c

7. c
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

GABARITO COMENTADO

1. (2010/FCC/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO) Nos termos da Lei n.

10.098/2000, a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança

e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações,

dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de

deficiência ou com mobilidade reduzida denomina-se

a) urbanização.

b) sinalização urbana.

c) barreira visual.

d) acessibilidade.

e) equipamento de mobilidade.

Letra d.

Conforme vimos acima, esse é o conceito de acessibilidade, trazido pelo Decreto

n. 5.296/2004, que regulamenta a Lei n. 10.098/2000, e pela própria lei, mencio-

nada na questão. Lembrando disso, já conseguimos identificar a resposta correta.

Quanto às demais alternativas, basta perceber que elas tratam de elementos que

ou constituem meios de garantir a acessibilidade (como as alternativas b e e), ou

constituem obstáculos à acessibilidade (alternativa c), que não se relacionam com

o conceito específico trazido pelo enunciado da questão.

2. (2016/FCC/TRT–20ª REGIÃO-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA) De

acordo com a Lei n. 10.098/2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providências, é correto afirmar:


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

a) Todos os sanitários e lavatórios de uso público existentes ou a construir em

parques, jardins e espaços livres públicos, deverão ser acessíveis e atender às es-

pecificações das normas técnicas da ABNT.

b) Os centros comerciais e estabelecimentos congêneres devem fornecer carros e

cadeiras de rodas, necessariamente motorizados, para o atendimento da pessoa

com deficiência ou com mobilidade reduzida.

c) Não cabe ao Poder Público implementar a formação de profissionais intérpretes

em escrita braile, linguagem de sinais e guias-intérpretes para facilitar a comuni-

cação direta à pessoa com deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação.

d) Em edifícios públicos, todos os acessos ao interior da edificação devem estar

livres de barreiras arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a

acessibilidade de pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

e) As regras de acessibilidade se aplicam aos edifícios públicos e de uso coletivo,

mas também existem regras impostas aos edifícios de uso privado em que seja

obrigatória a instalação de elevadores ou edifícios com mais de um pavimento.

Letra e.

Como vimos, existem regras para os edifícios público e de uso coletivo, mas tam-

bém existem normas específicas sobre os elevadores, trazidas pelo Decreto n.

5.296/2004 e, apesar de não termos estudado ainda, pelo art. 13 e seguintes da

lei. Assim, esta é a alternativa correta.

a) Errada. Como vimos, não são todos os sanitários que deverão atender às condi-

ções de acessibilidade. A regra prevista pela Lei n. 10.098 e pelo Decreto n. 5.296

é de que, para cada pavimento, haverá pelo menos um banheiro para cada sexo

destinado aos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida, com entrada

independente dos demais sanitários. Em outras palavras, não há necessidade de

que TODOS os banheiros atendam às normas técnicas de acessibilidade da ABNT.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

b) Errada. Lembra quando falamos da pegadinha? Esse é um claro exemplo do

cuidado que temos de ter ao ler a lei! Os carros e cadeiras de rodas, que devem ser

disponibilizados pelos centros comerciais e estabelecimentos congêneres, PODEM

ser motorizados – não se trata de uma exigência, mas sim de uma faculdade.

c) Errada. Como vimos, é função do Poder Público implementar as medidas de

acessibilidade, especialmente nos edifícios públicos, que são de propriedade da ad-

ministração direta ou indireta, ou de empresas que prestam serviço público.

d) Errada. A Lei n. 10.098/2000, em seu art. 11, II, prevê que pelo menos um dos

acessos deverá estar livre de barreiras arquitetônicas. Assim, não são TODOS os

acessos, conforme diz a questão.

3. (2016/FCC/AL-MS/AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO) Sobre a Lei n. 10.098/2000,

que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilida-

de das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras

providências, é INCORRETO afirmar:

a) Os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo, vin-

te por cento de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar sua

utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tanto quanto

tecnicamente possível.

b) A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circulação comum para

pedestre que ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indica-

da mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas

pertinentes.

c) Os semáforos para pedestres instalados em vias públicas de grande circulação,

ou que deem acesso aos serviços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar

equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe-

destre.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

d) Os centros comerciais e os estabelecimentos congêneres devem fornecer carros

e cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com defi-

ciência ou com mobilidade reduzida.

e) A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados

ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessí-

veis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Letra a.

Vemos aqui a importância de conhecer os artigos da Lei n. 10.098/2000: as res-

postas corretas são exatas reproduções dos termos da lei! Vamos relembrar que:

• Conforme o art. 4º da lei,

parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo, 5%


(cinco por cento) de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar
sua utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida;

• Conforme o art. 10-A,

A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circulação comum para pe-


destre que ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada
mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas per-
tinentes;

• Conforme o art. 9º,

Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equipados com
mecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com me-
canismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoas porta-
doras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosidade da
via assim determinarem;

• Conforme o art. 12-A,

Os centros comerciais e os estabelecimentos congêneres devem fornecer carros e ca-


deiras de rodas, motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida;
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

• Conforme o art. 11,

A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso


coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Assim, percebemos que a alternativa a está incorreta. Preste atenção ao enun-

ciado: ele pede a incorreta, e não a correta!

4. (2015/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE ITATIBA-SP/ADVOGADO) Assinale a al-

ternativa que está de acordo com a Lei da Acessibilidade dos Portadores de Defici-

ência (Lei no 10.098/2000).

a) Os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo, 10%

(dez por cento) de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibili-

tar sua utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tanto

quanto tecnicamente possível.

b) Os banheiros de uso público existentes ou a construir em parques, praças, jar-

dins e espaços livres públicos deverão ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um

sanitário e um lavatório que atendam às especificações das normas técnicas da

ABNT.

c) Em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em

espaços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circula-

ção de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas

portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção e deverão ser em número

equivalente a cinco por cento do total.

d) Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equi-

pados apenas com mecanismo que emita sinal sonoro suave, que sirva de guia ou

orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a inten-

sidade do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

e) São consideradas, pela lei, barreiras arquitetônicas urbanísticas as existentes

no interior dos edifícios públicos e privados.

Letra b.

Essa alternativa é a exata transcrição do art. 6º da Lei n. 10.098/2000. Logo, a

alternativa B está correta.

Vejamos, aqui, alternativa por alternativa:

a) Errada. Conforme vimos no art. 4º da Lei de Acessibilidade, os parques devem

adaptar a porcentagem de 5 % dos brinquedos e equipamentos de lazer, e não

10%, como indica a alternativa.

c) Errada. Conforme o art. 7º, parágrafo único, deverão ser reservadas, em es-

tacionamentos, 2 % das vagas disponíveis, além de haver uma vaga, pelo menos,

“devidamente sinalizada e com as especificações técnicas de desenho e traçado de

acordo com as normas técnicas vigentes”.

d) Errada. Conforme o art. 9º da Lei de Acessibilidade, os semáforos

deverão estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e
sem estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para
a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de
veículos e a periculosidade da via assim determinarem.

E não apenas com mecanismo que emita sinal sonoro, conforme sugere a alternativa.

e) Errada. Conforme o art. 2º, II, b, são barreiras arquitetônicas todas aquelas

existentes nos edifícios públicos e privados, ou seja, todas as barreiras arquitetôni-

cas externas e internas, e não apenas as internas, como sugere a alternativa.

5. (2011/FCC/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO) A Lei n. 10.098/2000 define que

entrave ou obstáculo, que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento

de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, é:


NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

a) barreira na comunicação.

b) elemento da urbanização.

c) barreira sensorial.

d) limitação na acessibilidade.

e) mobilidade reduzida.

Letra a.

Para resolver essa questão, temos apenas que aplicar os conceitos previstos pelo

art. 2º da Lei de Acessibilidade. Lembra-se deles?

Vimos que:

• barreiras nas comunicações e na informação são “qualquer entrave, obstácu-

lo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o

recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de

comunicação e de tecnologia da informação”;

• elementos da urbanização são “quaisquer componentes de obras de urbani-

zação”;

• pessoa com modalidade reduzida é “aquela que tenha, por qualquer motivo,

dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução

efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percep-

ção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso”.

“Barreira sensorial”, trazida pela letra c, não é um conceito constante da Lei de

Acessibilidade. Vamos lembrar dos tipos de barreira da lei? Temos, segundo a lei:

a) barreiras urbanísticas, existentes nas vias e nos espaços públicos e privados

abertos ao público ou de uso coletivo; b) barreiras arquitetônica, existentes em

edifícios públicos e privados; c) barreiras nos transportes, existentes nos sistemas

e meios de transporte; e d) barreiras nas comunicações e na informação, conforme

apontamos acima.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Quanto à limitação da acessibilidade, a lei também não trata especificamente de

limitação, mas conceitua o que é acessibilidade. Vamos aproveitar e relembrar?

Segundo a Lei n. 10.098/2000, em seu art. 2º, inciso I, acessibilidade é

possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de


espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e co-
municação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e ins-
talações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona
urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Bem verdade que as barreiras de comunicação são uma limitação à acessibilidade,

como percebemos pela leitura da lei. Acontece que o enunciado traz o conceito es-

pecífico de barreiras de comunicação, de modo que devemos descartar a alternati-

va sobre a limitação e optar pela alternativa mais genérica.

6. (2015/VUNESP/PREFEITURA DE CAIEIRAS-SP/ASSESSOR JURÍDICO/PROCURA-

DOR GERAL) De acordo com a Lei nº 10.098/2000, que trata da acessibilidade das

pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, assinale a alterna-

tiva correta.

a) A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados

ao uso coletivo poderão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessí-

veis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

b) O planejamento e a urbanização das vias púbicas, dos parques e dos demais

espaços de uso público poderão ser concebidos e executados de forma a torná-los

acessíveis para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

c) É definido como barreiras qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o

acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas.

d) Define-se pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida somente

a que permanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio

e de utilizá-lo.
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

e) Define-se mobiliário urbano qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal

ou possibilite o acesso e o uso de meio físico.

Letra c.

Essa é a exata definição trazida pela Lei n. 10.098/2000. Vamos relembrar o art.

2º, II?

barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impe-


ça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus
direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros

Novamente, olha os conceitos sendo cobrados! Veja a importância de memorizá-los!

Vamos alternativa por alternativa, lembrando as previsões do art. 2º da Lei n.

10.098/2000:

a) Errada. Conforme o art. 11 da lei, a construção, ampliação ou reforma DEVEM

ser concebidas e executadas de forma a promover acessibilidade. Não se trata de

faculdade, mas sim de dever, que inclusive pode fazer com que o estabelecimento,

público ou privado, não funcione, conforme os termos do Decreto n. 5.296/2004.

b) Errada. Mesma observação da letra a. É dever, e não faculdade!

d) Errada. A definição está incompleta, de modo que a letra d também está erra-

da. Vamos lembrar?

III – pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas;
IV – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificulda-
de de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilida-
de, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante,
lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

e) Errada. Mobiliário urbano é conceituado pela lei como

conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicio-
nados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou
seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semá-
foros, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às teleco-
municações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
outros de natureza análoga,

podendo facilitar ou dificultar a acessibilidade, a depender de como está colocado

no espaço público.

7. (2010/FADESP/CREA-PA/TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMU-

NICAÇÃO – WEB DESIGNER) O Decreto n.º 5.296/2004, ao regulamentar a Lei n.º

10.098/2000, estabelece definições ao conceito de Ajuda Técnica à pessoa porta-

dora de deficiência. Neste conceito,

a) apenas a ajuda humana especializada é abrangida, excluindo-se quaisquer ou-

tros meios de apoio.

b) não são considerados como ajudas técnicas os cães-guia e os cães-guia de

acompanhamento.

c) incluem-se os produtos, instrumentos e equipamentos adaptados ou especial-

mente projetados para melhorar a funcionalidade do portador de deficiência.

d) incluem-se os produtos e tecnologias exclusivamente desenvolvidos para me-

lhorar a funcionalidade do portador de deficiência, não se enquadrando no conceito

os equipamentos adaptados.

Letra c.

Vamos nos lembrar de mais um conceito? Segundo a Lei n. 10.098/2000 e o Decreto

n. 5.296/2004:
NOÇÕES SOBRE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Lei n. 10.098/2000. Decreto n. 5.296/2004 – Parte I
Prof. Daniel Mesquita

Lei n. 10.098/2000 Decreto n. 5.296/2004


Art. 2º, VIII – tecnologia assistiva ou ajuda Art. 8º, V – ajuda técnica: os produtos, ins-
técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, trumentos, equipamentos ou tecnologia adapta-
recursos, metodologias, estratégias, práticas e dos ou especialmente projetados para melhorar
serviços que objetivem promover a funcionali- a funcionalidade da pessoa portadora de defici-
dade, relacionada à atividade e à participação da ência ou com mobilidade reduzida, favorecendo
pessoa com deficiência ou com mobilidade redu- a autonomia pessoal, total ou assistida;
zida, visando à sua autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social;

Logo, a alternativa c, mais abrangente, é a correta.

Você também pode gostar