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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

COLEGIADO DE ARQUITETURA E URBANISMO


ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE
PROFESSOR: ÂNGELA GABRIELA CARNEIRO DE JESUS

ÁLISSON DIOGO FERREIRA DE CARVALHO


EMANUELLA THÂMARA PINHEIRO FILGUEIRA
FLÁVIA REGINA SOUZA DOS SANTOS
LARA FERNANDA NUNES BRITO

ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE:
ESPAÇOS PÚBLICO DE VIVÊNCIA PARQUE JOSEFA COELHO EM
PETROLINA PE

Petrolina - PE
2023
ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE: ESPAÇOS PÚBLICO DE VIVÊNCIA
PARQUE JOSEFA COELHO EM PETROLINA PE

Álisson Diogo Ferreira de Carvalho (UNIFTC) diogoferreiraarq@gmail.com


Emanuella Thâmara Pinheiro Filgueira (UNIFTC) emanuellathpinheiro@gmail.com
Flávia Regina Souza dos Santos (UNIFTC) flaviafaculdade2@gmail.com
Lara Fernanda Nunes Brito (UNIFTC) larabritocb@hotmail.com

RESUMO: Este artigo tem como função realizar um estudo de caso sobre o espaço público
de vivência do Parque Municipal Josepha Coelho, localizado na cidade de Petrolina - PE, e
fazer uma análise dos espaços públicos de forma geral, nos parâmetros da arquitetura e do
urbanismo, pontuando porque a ergonomia e a acessibilidade são importantes nesses
espaços e se elas existem e estão inseridas de forma correta in loco, de acordo com a
NBR9050 e projeto com base ao desenho universal, visto que esse espaço é de grande
importância para cidade, pois é utilizado diariamente por centenas de pessoas.

ABSTRACT: This article aims to carry out a case study on the public living espace of the
Josepha Coelho Municipal Park, located in the city of Petrolina-PE, and to carry out an
analysis of public spaces in general, in the parameters of architecture and urbanism,
highlighting because ergonomics and accessibility are important in these spaces and if they
exist and are inserted correctly in situ, in accordance with NBR9050 and a project based on
universal design, since this space is of great importance for the city, as it is used daily by
hundreds of people.
PALAVRAS-CHAVES: Arquitetura e Urbanismo, Espaços públicos de vivência,
Acessibilidade e Ergonomia

1. INTRODUÇÃO:

Hoje todas as pessoas por direito constitucional requerem atender suas necessidades,
de forma igualitária. E é de suma importância que os espaços de caráter público e de
convivência sejam construídos de forma a considerar essas adversidades. Com fundamentos
na Arquitetura e Urbanismo, a acessibilidade e ergonomia são parâmetros de essencial
importância para os espaços públicos, pois com elas é possível garantir que todos os
indivíduos possam interagir e serem incluídos plenamente na sociedade com segurança e
conforto.
Por meio da acessibilidade iremos viabilizar que todos independente de condições ou
habilidades físicas ou cognitivas, tenham acesso a instalações públicas, informações e
serviços. Logo, a Ergonomia irá se concentrar em projetar ambientes e produtos que sejam
confortáveis, assim como eficientes, para que possamos utilizar sem gerar riscos ou
limitações. O não cumprimento e a falta desses elementos podem levar à exclusão social e à
violação dos direitos humanos.

O Parque Municipal Josepha Coelho, foi assim escolhido por ser um espaço público de
vivência na cidade. Possui cerca de 160 mil metros quadrados, situado no bairro Maria
Auxiliadora, em Petrolina, Pernambuco, local este onde funcionava o antigo aeroporto. Já o
nome do parque foi uma homenagem a Josepha Coelho, mãe do ex - governador de
Pernambuco e senador Nilo Coelho, O Parque é administrado pela Prefeitura através da
Secretaria Executiva de Esportes e possui vigilância da Guarda Civil Municipal, e vem sendo
adaptado constantemente para atender não somente os bairros e população vizinha, mas para
atender de forma igualitária toda a cidade, as diferentes classes, gerações, contemporaneidade
e inclusão.

O objetivo deste trabalho busca descrever como o parque se comporta diante da


acessibilidade e a ergonomia, e montar quais as maneiras que possam melhorar o seu espaço.
Incluindo assim, quais são as barreiras identificadas que possam dificultar o cumprimento das
normas nesses espaços, bem como identificar estratégias que sejam eficazes para que seja
possível superar essas barreiras. Mas o que seriam essas barreiras? Bom, basicamente se
referindo a espaços públicos seriam barreiras arquitetônicas, ou seja, todos os tipos de
obstáculos que impedem as pessoas de ocuparem e desfrutarem de espaços físicos, ora por
pavimentação precária de asfaltos, calçadas, falta de iluminação pública, postes, faixas de
sinalização, equipamentos urbanos (que não são adaptados para inclusão de grupos com
problemas de mobilidade), ora sejam eles idosos, com deficiência ou com mobilidade
reduzida.

2. Revisão Teórica

O espaço público, vai além do termo espaço público urbano, assim conceitua Narcisa
(2013), por ele não ser só delimitado como um espaço público de uso comum, posse coletiva
e ou de propriedade do poder público, mas como um espaço destinado para socialização da
sociedade e manifestações de grupos sociais, culturais e políticos. Alguns autores como
Magnoli (1982), denomina os espaços públicos como espaços livres, pois ela define: “O
Espaço Livre é todo espaço não ocupado por um volume edificado (espaço solo, espaço -
água, espaço - luz) ao redor das edificações e que as pessoas têm acesso ”, ou seja, se as
pessoas tem acesso, é um espaço livre, independente de ausência ou presença de volumetrias
como teto e parede.

Deste modo, esses espaços públicos torna-se espaços livres de vivência, podendo
oferecer benefícios aos usuários, visto que são propícios à promoção da saúde e favorecem
práticas sociais, manifestações da vida urbana e relacionamento entre as pessoas (Araújo et
al., 2009).

No Brasil, esses espaços livres de convivência surgiram depois da Revolução


Industrial, segundo o autor (SANTOS, 1993 :77), desde 1950, passamos por um estágio de
“urbanização aglomerada” com o aumento dos núcleos com mais de 20.000 habitantes, depois
ingressamos no estágio da “urbanização concentrada”. Para desconcentrar e proporcionar
qualidade de vida à essa população, com base na reforma de Paris realizada por Barão de
Haussmann, a “Haussmanização”. foram criados esses espaços livres de convivência, salvo
entre algumas outras características, são intervenções urbanas, hoje mais conhecidas como
praças, parques e entre outros, assim descreve em resumo o texto do artigo de Pinheiro
(2011).

Embora que esses espaços livres de vivência sejam abertos para o público é
importante frisar, que caso seja para benefícios de todos é necessário que integre dois fatores
importantes: a acessibilidade e a ergonomia. A acessibilidade deve atender às exigências da
NBR 9050, a fim de eliminar as barreiras arquitetônicas para atender as pessoas com
deficiências e assim abranger a maior parte da população da cidade. Já a ergonomia, precisa
está empregada e representada dentro dos conceitos de projeto universal, que destina-se ao
emprego de meios estéticos, formais e comunicacionais em um produto, de modo a facilitar a
usabilidade pela maioria das pessoas (Oliveira et al., 2013).

Segundo a NBR 9050, devem ser estabelecidos critérios e parâmetros técnicos a


serem observados quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e
rural, e de edificações às condições de acessibilidade. No estabelecimento desses critérios e
parâmetros técnicos foram consideradas diversas condições de mobilidade e de percepção do
ambiente, com ou sem a ajuda de aparelhos específicos, como próteses, aparelhos de apoio,
cadeiras de rodas, bengalas de rastreamento, sistemas assistivos de audição ou qualquer outro
que venha a complementar necessidades individuais. Esta Norma visa proporcionar a
utilização de maneira autônoma, independente e segura do ambiente, edificações, mobiliário,
equipamentos urbanos e elementos à maior quantidade possível de pessoas,
independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção.

Na NBR 9050 (2015) é encontrado parâmetros Antropométricos, os caminhos


precisas ter larguras mínimas para deslocamentos de pessoas em pé (Anexo 01), área de
circulação e manobras de pessoas com cadeira de roda - P.C.R (Anexo 02), mobiliário de
rotas acessíveis (Anexo 03), manobra de cadeiras de rodas com deslocamento (Anexo 04),
Proteção contra queda ao longo de rotas acessíveis (Anexo 05), Alcance manual frontal –
Pessoa sentada (Anexo 06) Aplicação das dimensões referenciais para alcance lateral de
pessoa em cadeira de rodas (Anexo 07), Dimensões mínimas da calçada Acesso do veículo ao
lote (Anexo 08).

O Desenho universal é um conceito que propõe a criação de espaços com uso


democrático, garantindo condições igualitárias em sua qualidade de uso. Para a autora
Giovana Martino (2022), o objetivo principal do Desenho Universal é permitir o uso de todos
na sua máxima extensão possível, sem a necessidade de adaptações. Considerado um conceito
que se aplica não somente à arquitetura, mas também a outras áreas como o design de
produtos, o Desenho Universal atende às pessoas considerando suas características pessoais,
idade e habilidades individuais.

Enquanto a acessibilidade arquitetônica pode ser entendida como uma ferramenta de


projeto para garantir condições de uso para diferentes grupos de pessoas, o desenho universal
traz para a arquitetura uma perspectiva mais ampla, tornando-se um conceito de projeto desde
o princípio do processo. O projeto de arquitetura que contempla o Desenho Universal garante
que, sem adaptações, excepcionalidades ou percursos especiais, todas as pessoas possam
desfrutar de seus espaços e das mesmas oportunidades de uso.

3. Metodologia

Esse artigo é de caráter qualitativo e brevemente exploratório, já que a vistoria e


observação in loco, ajuda a descrever quais as alternativas de acessibilidade e ergonomia são
cruciais para que desenvolvimento e adequação do Parque Josefa Coelho seja um espaço
público de convivência igualitária para todos.

A observação é uma técnica de coleta de dados para


conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de
determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas
em ver e ouvir, mas também em examinar fatos e
fenômenos que se desejam estudar. (MARCONI e
LAKATOS, 1996, p. 79).

4. Estudo de caso

O Parque Municipal Josepha Coelho Anexo (09), é o único parque até o momento
existente na cidade, como está situado no bairro Maria Auxiliadora é considerado sua locação
em um ponto central (Anexo 10) e recebe todos os dias, incluindo feriados, centenas de
pessoas de todas as idades, moradores dos bairros, distantes ou próximos, e até mesmo de
cidades vizinhas como Juazeiro, BA. Ele vem sendo considerado um ponto turístico urbano,
pois nele se encontram atividades físicas, de lazer e eventos comemorativos.

O funcionamento do parque é de domingo a domingo das 5hs às 22hs, incluindo


feriados. Além de ser um ambiente arborizado, contando com cerca de mais de 800 mudas
nativas da caatinga que foram plantadas através do Projeto “Nossa Árvore”, tornando assim
um espaço agradável para a prática de atividades físicas e lazer muito utilizado por turistas e
pela população para piqueniques, passeios nos finais de semana e praticas de esportes.

O Parque além de ser contemplado com um ambiente verde rico em variedades de


vegetação na cidade conta com estrutura: jardins sensoriais, (Anexo 11) equipado com
equipamentos de lazer, pistas de cooper, pista de skates, futebol de areia, quadras de futsal,
vôlei, basquete e de tritoque (Anexos 12), pista de skate e ciclismo, parque infantil (Anexo
13), academia, campo de futebol (Anexo 14) e áreas de convivência e evento (necessário ser
feito agendamento antecipadamente), tudo no mesmo ambiente e em harmonia.

Por se tratar de uma cidade plana, o parque não necessita de rampas, mas necessita de
caminhos para que as pessoas consigam se locomover entre os ambientes descritos. Os
bebedouros, lixeiras e bancos requerem regulação ergonômica para diferentes alturas e
portadores de necessidades gerando conforto. As pistas requerem larguras equivalentes às
normas da NBR, para tráfego de pessoas, cadeirantes, bicicletas e patins, como também
possuir sinalizações e faixas divisórias. Os equipamentos de atividades físicas e brinquedos
também necessitam que compartilhem das mesmas premissas das normas de desenho
universal.

5. Considerações Finais

Logo então, como esse artigo é para explanar brevemente os espaços públicos de
vivência, foi apresentado um estudo de caso de um ambiente que se enquadra dentro dessa
premissa, o Parque Josefa Coelho da cidade, veio com o intuito de exemplificar melhor essa
relação entre arquitetura e urbanismo, espaço público de vivência, ergonomia e
acessibilidade, características essas que algumas pessoas não conseguem associar os termos.
Embora o artigo esteja bem sucinto e não apresentar todas as barreiras existentes in loco, ela
vem frisar que este pode ser um tema de um estudo mais aprofundado de melhorias em um
outro momento, mas cabe a este mostrar o quão importante esse tema para um estudante de
arquitetura e outras áreas profissionais que buscam o uso em comum de forma igualitária para
todos.

6. Referências

● ARAÚJO, CD; CÂNDIDO, DRC; LEITE, MFL. Espaços públicos de lazer: um olhar
sobre a acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Licere. 2009;12:171-88.

● ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 90:50: Acessibilidade


a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2011.

● MAGNOLI, M. Espaços livres e urbanização. Tese (Livre - docência) – FAUUSP, São


Paulo, 1982.

● NARCISA, CAF. Espaço Público: Desenho, Organização e Poder: O Caso de Barcelona.


Novas Edições Acadêmicas. 2013.

● OLIVEIRA, ST; PASCHOARELLI, LC; OKIMOTO, MLLR; CARVALHO, ML.


Design Universal e Acessibilidade: Análise Ergonômica de Equipamentos de Ginástica
em Espaços Públicos.HFD, v.2 n.3, p 7 - 18, 2013.

● SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.

● Vai pegar: jogo chamado “Tritoque” começa a crescer em Petrolina-PE.


GloboEsporte,2015. Disponivel
em:<https://ge.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2015/01/vai-pegar-jogo-chamado-
tritoque-comeca-crescer-em-petrolina-pe.html> Acessado dia 16 de outubro de 2023.

7. Anexos
Anexo (01) - Dimensões referenciais para deslocamento de pessoas em pé. Fonte: NBR
9050:2015. Dimensões em metro.

Anexo (02) - Largura para deslocamento em linha reta. Fonte: NBR 9050:2015. Dimensões
em metro.
Anexo (03) - Mobiliários na rota acessível. Fonte: NBR 9050:2015. Dimensões em metro.
Anexo (04) - Área para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento. Fonte: NBR
9050:2015. Dimensões em metro.

Anexo (05) - Exemplos de proteção contra queda. Fonte: NBR 9050:2015. Dimensões em
metro.
Anexo (06) - Alcance manual frontal com superfície de trabalho – Pessoa em cadeira de
rodas. Fonte: NBR 9050:2015. Dimensões em metro.
Anexo (07) - Alcance manual lateral sem deslocamento do tronco. Fonte: NBR 9050:2015.
Dimensões em metro.

Anexo (H08) - Acesso do veículo ao lote. Fonte: NBR 9050:2015. Dimensões em metro.
Anexo (09) - Imagem da entrada do Parque - Guarita. Fonte: Portal Prefeitura de Petrolina

Anexo (10) - Imagem do mapa mostrando a centralidade do parque diante da cidade. Fonte:
Google maps
Anexo (11) - Jardim sensorial - Fonte: Portal da Prefeitura de Petrolina

Anexo (12) - Quadra tritoque - Fonte: Portal da Prefeitura de Petrolina


Anexo (13) - Parque infantil - Fonte: Portal da Prefeitura de Petrolina

Anexo (14) - Parque infantil - Fonte: Portal da Prefeitura de Petrolina

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