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Acessibilidade

Apresentação

O termo acessibilidade inclui todas as pessoas, e as estratégias associadas a este conceito não se
destinam apenas as pessoas com deficiência. A maioria das pessoas não pensam, mas qualquer um
pode precisar destas estratégias, mesmo que temporariamente. Idosos, pessoas com fraturas,
grávidas ou pessoas com carrinho de bebê também se beneficiam das estratégias de acessibilidade.

Desse modo, a NBR 9050, atualizada em 2020, normatiza o desenho, o dimensionamento e a


sinalização de ambientes e rotas acessíveis a fim de proporcionar a “utilização de maneira
autônoma, independente e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e
elementos à maior quantidade possível de pessoas, independente de idade, estatura ou limitação de
mobilidade ou percepção”.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você compreenderá a importância da aplicação da NBR 9050 na


intenção de garantir espaços onde todos se sintam incluídos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar barreiras arquitetônicas e de sinalização em edificações, mobiliário, equipamentos


urbanos e outros elementos.
• Reconhecer a importância da aplicação do desenho universal, através da NBR 9050, nas
edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e outros elementos.
• Defender o uso da norma na elaboração de ambientes e rotas acessíveis, sejam internos ou
externos.
Infográfico

A NBR 9050 abrange uma série de estratégias visando reduzir as barreiras não só de pessoas com
deficiência, mas também de outros indivíduos.

No Infográfico a seguir, você vai ver algumas estratégias indicadas na norma bem como seus
principais beneficiários.
Conteúdo do livro
No capítulo a seguir você encontra informações para a realização de ambientes e rotas acessíveis,
lembrando que, no Brasil, a norma vigente para tanto é a ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

Boa leitura!
ARQUITETURA

Daniela Giovanini
Manuel Pires
Acessibilidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„„ Identificar os fatores de impedância em rotas acessíveis.
„„ Reconhecer o desenho e dimensionamento de rotas e ambientes
acessíveis.
„„ Desempenhar o uso da norma na elaboração de ambientes aces-
síveis e rotas de circulação, incluindo os estacionamentos.

Introdução
A acessibilidade é um tema muito discutido atualmente. Existe a
ideia equivocada de que a elaboração de ambientes e rotas acessíveis
é destinada apenas às pessoas com deficiências; a maioria das pesso-
as nunca pensou na possibilidade de que elas mesmas podem ter sua
mobilidade reduzida, temporária ou definitivamente – com a velhice,
por exemplo, ou ao quebrar uma perna. Analisando a questão por
esse ângulo, todos nós somos ou seremos usuários de ambientes ou
rotas acessíveis. Claro que alguns tipos de deficiência exigem maior
elaboração do ambiente do que outros, como os ambientes e rotas
acessíveis às pessoas com deficiência visual, porém a questão é que
todo ambiente construído deve ter o mínimo de planejamento no
seu desenho e de dimensionamento para o desenvolvimento das
atividades de maneira confortável e acessível sem distinção. Neste
texto, você vai estudar a elaboração de ambientes e rotas acessíveis.

Visão geral
No dicionário da língua portuguesa (INFOPÉDIA, c2003-2016), você en-
contra as seguintes definições de “acessibilidade”:

1. Facilidade no acesso; facilidade na obtenção.


2. Conjunto das características de um serviço, equipamento ou edi-
fício que permitem o acesso de todas as pessoas, incluindo aque-
las com mobilidade reduzida ou com necessidades especiais.
Acessibilidade 93

A partir dessa definição, você pode ver que o termo acessibilidade in-
clui todas as pessoas, e não apenas àquelas com necessidades especiais. Uma
pessoa pode ter sua mobilidade reduzida temporariamente ou com o passar
dos anos, no caso dos idosos. Uma gestante ou uma pessoa com uma perna
quebrada, por exemplo, apresentam mobilidade reduzida de modo temporário.

“Um projeto de qualidade reflete a natureza diversificada das pessoas e não impõe ne-
nhum tipo de barreira. O projeto inclusivo garante acesso para todos, incluindo pessoas
com necessidades especiais, idosos e famílias com crianças pequenas.” (LITTLEFIELD,
2011, p. 709).

É claro que o projeto de ambientes acessíveis a pessoas com deficiência vi-


sual, por exemplo, exige maior planejamento no dimensionamento e desenho
desses ambientes e das rotas acessíveis. Mas a questão que quero alertá-lo é
que qualquer ambiente ou circulação projetada devem ser pensados de ma-
neira que as atividades a serem desenvolvidas sejam realizadas adequada-
mente, com dimensionamento mínimo para o conforto de todas as pessoas
que utilizarão esses espaços, sem distinção.
A Associação Brasileira de Normas e Técnicas – ABNT – é quem nor-
matiza o desenho e dimensionamento dos ambientes e rotas acessíveis; neste
caso, a NBR 9050, que foi atualizada no final de 2020. “Esta Norma visa
proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura do
ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos à maior
quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou li-
mitação de mobilidade ou percepção.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2015).
Mais adiante, você verá mais sobre essa norma, e também sobre questões
a serem estudadas para o desenvolvimento de projetos acessíveis, com ênfase
na circulação e nos acessos.
94 Arquitetura

O projeto inclusivo
O projeto de ambientes e rotas acessíveis possui desenho e dimensões dife-
renciados, além do uso de materiais, cores e sinalização que são padronizados
pela norma ABNT BNR 9050. Por isso, esses ambientes e rotas acessíveis já
devem ser planejados no início do projeto, para que o resultado final não fique
inadequado, ou “como foi possível ser realizado”. O que acontece muito nas
construções que sofrem reformas para se tornarem acessíveis.

“Para a criação de ambientes inclusivos, é preciso integrar os princípios do projeto in-


clusivo ao processo de elaboração do projeto desde os estágios iniciais. Para elaborar
ambientes que todos possam usar com facilidade, é preciso considerar outros fatores
além dos físicos. Eles incluem as placas e mapas de orientação, a iluminação, o con-
traste visual, os controles, as portas e os materiais.” (LITTLEFIELD, 2011, p. 709).

O papel do arquiteto, portanto, é elaborar projetos inclusivos, funcionais,


viáveis, confortáveis e esteticamente belos. Projetos que possam ser utilizados
igualmente por todos. Seguir os quesitos mínimos da norma, como largura
de corredores, portas e inclinação de rampas em toda a edificação, já é um
grande passo na elaboração de construções confortáveis e mas , para
garantir acessibilidade, com sanitários acessíveis e vagas reservadas em
estacionamento, estes seguem padrões mais específicos que são observados
em normas específicas.

“Em geral, os projetos que possibilitam o acesso – seja ele físico ou intelectual – geram
resultados que beneficiam a comunidade como um todo. Muitos aspectos dos am-
bientes inclusivos serão úteis para todos ou para a maioria das pessoas com necessi-
dades especiais (além de muitas outras pessoas).” (LITTLEFIELD, 2011, p. 709).
Acessibilidade 95

Ao projetar uma edificação, o arquiteto deve lembrar que as pessoas enve-


lhecem e que grande parte delas passou a ter sua mobilidade reduzida; deve
lembrar que o dimensionamento de ambientes voltados para crianças é dife-
renciado, como nos sanitários onde as pias são mais baixas. Também é im-
portante salientar que existem obesos e gestantes, e isso deve ser levado em
conta no dimensionamento de circulações, passagens com roletas, portas e até
desenho do mobiliário.

Equipamentos de locomoção
As pessoas com necessidades especiais ou as que possuem mobilidade redu-
zida podem fazer uso ou não de equipamentos que auxiliam na locomoção.
A dimensão desses equipamentos e a forma como são utilizados são impor-
tantes para o desenho e dimensionamento dos ambientes e rotas acessíveis.
Uma cadeira de rodas, por exemplo, necessita de um certo espaço para rea-
lizar um giro de 360º. Entender sobre a forma como são utilizados ou como
as pessoas se movimentam com esses equipamentos é muito importante. A
bengala, por exemplo, é utilizada no auxílio da pessoa com necessidades vi-
suais. Se na sua rota houver equipamentos ou objetos suspensos, esse objeto
não é identificado pela bengala, e se torna, assim, uma barreira física. Veja
as Figuras 1, 2 e 3, que mostram a relação de algumas situações utilizando os
equipamentos e suas medidas em uso.
O módulo de referência (M.R.) é utilizado como uma medida base, uma me-
dida referencial, como sugere o nome. Nas áreas de transferência dos sanitários,
e também como dimensionamento mínimo em áreas de espera ou cinema, é
esse módulo que devemos usar. Em nichos ou espaços confinados, o dimensio-
namento do espaço deve ser maior do que o M.R., conforme cada caso.
96 Arquitetura

Dimensões em metros

Figura 1. Dimensões referenciais para deslocamento de pessoa em pé.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2020, p.7).
Acessibilidade 97

Dimensões
Dimensões em
emmetros
metros

1,20

0,80

Figura 2. Dimensões do
módulo de referência (M.R.).
Fonte: Associação Brasileira de
Normas Técnicas (2020, p.9).

Dimensõesem
Dimensões em metros
metros
1,20 1,50
50
1,20

1,20

1,
0,80

∅ 1,50
1,20 1,50
1,20
1,20

a) Rotação de 90° b) Rotação de 180° c) Rotação de 360°

Figura 3. Áreas para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2020, p.12).
98 Arquitetura

Fatores de impedância
Uma rota acessível é o caminho a ser percorrido por todas as pessoas, inclusive
as pessoas com necessidades especiais ou mobilidade reduzida. Essa rota per-
tence à circulação comum e conduz os usuários, de maneira segura e autônoma,
aos ambientes internos ou externos de uma edificação privada ou pública.

“Rota acessível é o Trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecte os am-


bientes externos ou internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de
forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência e
mobilidade reduzida. A rota acessível pode incorporar estacionamentos, calçadas re-
baixadas, faixas de travessia de pedestres, pisos, corredores, escadas e rampas, entre
outros”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020, p.5).

Os fatores de impedância são todo e qualquer obstáculo físico ou condições


que impeça a circulação livre de todas as pessoas em passeios públicos ou pri-
vados. Um exemplo são as placas, árvores e mobiliários urbanos localizados
fora da faixa de serviço. A calçada é dividida em duas ou três faixas, conforme
a sua largura. A faixa de serviço localiza-se rente ao meio-fio e sua largura
mínima recomendada é de 0,70 m. É nesta faixa que o mobiliário urbano deve
estar. Fazem parte do mobiliário urbano as árvores, os canteiros, as placas de
sinalização, os postes de iluminação, os telefones públicos, entre outros.

Fatores de impedância
“Elementos ou condições que possam interferir no fluxo de pedestres, como, por
exemplo, mobiliário urbano, entradas de edificações junto ao alinhamento, vitrines
junto ao alinhamento, vegetação, postes de sinalização, entre outros”. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020, p.4).

A faixa livre ou passeio, como o próprio nome diz, deve ser livre para a
circulação de pedestres. A largura mínima recomendada da faixa livre é de
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1,20 m e a altura, 2,10 m de altura livre. Vale lembrar, porém, que essa
dimensão deve ser alterada conforme o fluxo de pessoas, o uso e a existência
de fatores de impe-dância. A inclinação transversal da faixa livre não deve
ser superior a 3%, e ela deve ser contínua entre os lotes.
A faixa de acesso poderá estar presente apenas nas calçadas com largura
total superior a 2,00 m. Veja o exemplo na Figura 4.

Dimensões em metros
Dimensões em metros

Mín. 2,10

0,70 1,20

Faixa de Faixa livre Faixa de acesso


serviço

Largura da calçada

Figura 4. Faixa de uso da calçada – corte.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2020,
p.75).

A faixa de acesso é uma área de transição entre o passeio e o lote; é onde


devem estar localizadas as rampas de acesso e as edificações devidamente
aprovadas pelo município. Os acessos de veículos e as construções não devem
ser uma interferência na faixa livre. Eles não podem criar degraus ou inclina-
ções maiores do que 3%. Lembre-se, a faixa livre ou passeio deve ser contínua
e livre. Veja um exemplo de como deve ser a intersecção do passeio com o
acesso de veículos ao lote na Figura 5.
100 Arquitetura

Dimensõesem
Dimensões em metros
metros

mín. 1,20
rampa rampa

Figura 5. Acesso do veículo ao lote – Vista superior.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2020, p.78).

Travessia de pedestres
A travessia de pedestres, tanto em vias públicas quanto privadas, pode ser
realizada com redução de percurso, com o rebaixamento da calçada ou com
a faixa elevada.
A redução de percurso geralmente ocorre quando a calçada é estreita e sua
largura não possibilita que, além de ser rebaixada, a calçada mantenha a lar-
gura do passeio em 1,20 m. Dessa maneira, a calçada é ampliada sobre o leito
carroçável, em localizações como o meio da quadra ou próximo de esquinas.
O rebaixamento da calçada, em geral, é realizado no meio da quadra ou
próximo de esquinas, na direção do fluxo de maior travessia de pedestres.
Como você já viu, a calçada rebaixada não pode diminuir a largura do pas-
seio, que deve ter a largura mínima de 1,20 m. A inclinação transversal da cal-
çada rebaixada, tanto no centro como nas abas laterais, não pode ser superior
a 8,33%. Além disso, a largura mínima do rebaixamento é de 1,50 m. Veja o
exemplo na Figura 7.
Acessibilidade 101

Dimensões em metros
Dimensões em metros
Alinhamento 1,20 m
do imóvel mín.

i ≤ 8,33%
Sobe
Estacionamento Estacionamento
de veículos i ≤ 8,33% i ≤ 8,33% de veículos

VIA
0,0

Figura 6. Redução do percurso de travessia – Exemplo – Vista superior.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2020, p.79).

Dimensõesem
Dimensões em metros
metros
Alinhamento
do imóvel
� 1,20

i ≤ 8,33%
Sobe

Calçada Calçada

i ≤ 8,33% i ≤ 8,33%

0,0
Via

Comprimento da faixa

Figura 7. Rebaixamento de calçada – Vista superior.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).
102 Arquitetura

Os rebaixamentos de calçadas podem ser realizados entre canteiros, desde


que seja respeitada a inclinação máxima transversal de 8,33% e a largura mí-
nima de 1,50 m. Assim, o canteiro é interrompido e a calçada rebaixada fica
somente com o centro, sem as abas laterais.
Não pode haver desnível entre o término da calçada rebaixada e o leito
carroçável. Se a inclinação transversal do leito carroçável for superior a 5%,
deve-se criar uma área de acomodação, como um patamar de descanso. No
entanto, é recomendado que essa área de acomodação seja plana com medidas
entre 0,45 e 0,60 m de comprimento. Veja o exemplo na Figura 8.
As faixas deve atender à legislação específca do CONTRAN, Resolução
nº 738/18, e sua implantação depende exclusivamente de autorização expressa
do órgão ou entidade executivo de trânsito. Estas faixas elevadas também são
uma solução para a travessia de pedestres, quando a calçada é estreita e não
permite que seja realizado o rebaixamento sem alterar a largura mínima do
passeio que é de 1,20 m. Neste caso, a cal-çada permanece inalterada e a
faixa de travessia de pedestres localizada no leito carroçável é toda elevada,
de calçada a calçada, sem interrupções. Veja
o exemplo na Figura 9.
Quando a travessia encontrar um canteiro central entre os leitos carroçá-
veis e a medida da largura deste canteiro central não possibilitar a execução
de dois rebaixamentos de calçadas mantendo entre eles a distância de 1,20 m,
o canteiro todo será rebaixado para que não se torne uma barreira física na
travessia. Uma outra solução para isso é o uso da faixa elevada.

em metros
Dimensõesem
Dimensões metros

Calçada Via

8,33 % máx.
5 % máx.
0,45 a 0,60

Figura 8. Faixa de acomodação para travessia – Corte.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).
Acessibilidade 103

Alinhamento
do imóvel

Calçada

0,0

Comprimento da faixa

Via Via
0,0

0,0

Calçada

Alinhamento
do imóvel

Figura 9. Faixa elevada para travessia – Exemplo –Vista superior.


Fonte: Resolução 738/18, CONTRAN.

Vagas em estacionamento
As vagas reservadas podem ser de dois tipos: para veículos que conduzem ou
são conduzidos por idosos; para veículos que conduzem ou são conduzidos
por pessoas com deficiência.
O dimensionamento e desenho dessas vagas é padrão; porém, a quanti-
dade de vagas que devem ser reservadas vai variar conforme a quantidade
total de vagas e o uso da edificação. Em geral, as vagas reservadas devem
estar em rota acessível, próximas da entrada principal da edificação; conter
sinalização vertical e horizontal no piso; e conter uma área adicional ao seu
lado de, pelo menos, 1,20m de largura. A área adicional deve estar vinculada
ao rebaixamento da calçada.
104 Arquitetura

Os percentuais obrigatórios de vagas reservadas para idosos em um es-


tacionamento são estabelecidos pela Resolução nº 303/08 do Contran. Essa
norma estabelece um percentual de 5% das vagas em estacionamento regula-
mentado de uso público para uso exclusivo de idosos (BRASIL, 2008a). Já as
vagas reservadas para as pessoas com deficiência, a porcentagem obrigatória
é estabelecida pela Resolução nº 304/08 do Contran. Essa norma define um
percentual de 2% das vagas totais de uso público para uso exclusivo de veí-
culos que transportam pessoas com deficiência ou com dificuldade de loco-
moção (BRASIL, 2008b).

Dimensões em metros

a) Paralela à calçada b) Em 90°

Figura 10. Sinalização horizontal de vagas.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).
Acessibilidade 105

Sobre os acessos às edificações


O nível de mobilidade varia muito conforme a idade e o tipo de
necessidade especial dos indivíduos; fatores como o clima, a to-
pografia (inclinações) e obstáculos também afetam o nível de
mobilidade. (LITTLEFIELD, 2011, p. 714).

Como você já sabe, os estacionamentos devem estar localizados próximos


da entrada principal da edificação, ou a entrada de maior fluxo de pessoas, a
uma distância máxima de 50 m. Além disso, devem estar vinculados a rotas
acessíveis, livres de obstáculos, e possibilitar que todos possam percorrer o
caminho de maneira autônoma. Não esquecer que a rota acessível inclui a
presença de sinalização adequada e do piso tátil, que orienta as pessoas com
deficiência visual no caminho a seguir e indica situações de risco, como a
presença de uma porta giratória.
Nas entradas das edificações, em alguns casos, podem haver desníveis
pequenos e, em outros, desníveis grandes, muitas vezes, com escadas. A aces-
sibilidade prevê que, nestes casos, é obrigatório a existência de rampas devi-
damente dimensionadas.

As mudanças de nível geram problemas para muitas pessoas,


principalmente aquelas com dificuldades de locomoção ou de-
ficiências visuais. Até um único degrau é capaz de impossibilitar
o acesso para um indivíduo com dificuldades de locomoção e
pode apresentar risco no trajeto de qualquer pessoa.
Sempre que as mudanças de nível não puderem ser evitadas,
os declives ou rampas devem ser projetados de maneira aces-
sível, ainda que – é preciso observar – as rampas nem sempre
sejam a solução ideal e talvez ocupem um espaço considerável.
Os declives ou rampas possibilitam o acesso de cadeirantes ou
de pais que empurram carrinhos de bebê. Contudo, algumas pes-
soas talvez prefiram subir um lance de escada a uma rampa; para
elas, a presença de corrimãos para apoio é essencial. (LITTLEFIELD,
2011, p. 715).
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Rampas
As rampas podem estar presentes no interior ou no exterior da construção.
Um piso pode possuir uma inclinação e não ser considerado uma rampa. Por-
tanto, dependendo da inclinação do piso, deve-se prever as áreas de descanso.
A área de descanso é como um patamar, um local de piso nivelado entre os
pisos inclinados; é recomendado que essa área tenha 1,20 m de comprimento.
Se o piso tiver até 3% de inclinação, deve-se prever uma área de descanso
a cada 50 m. Se a inclinação for maior que 3% e menor que 5%, deve-se prever
uma área de descanso a cada 30 m. Inclinações iguais ou acima de 5% são con-
sideradas rampas e devem seguir outras especificações adicionais. Não esqueça
que o tipo de piso a ser utilizado deve ser antiderrapante, e não reflexivo.
Assim como nos pisos, deve-se prever, nas rampas, áreas de descanso a
cada 50 m de percurso. A inclinação máxima recomendada para uma rampa
é de 8,33%. Porém, quando se tratar de reforma e não houver outra forma de
realizá-la, é permitido uma inclinação de até 12,5%.
A largura das rampas é estabelecida conforme o fluxo de pessoas. Como lar-
gura mínima, é admitido 1,20 m e deve ter guia de balizamento. Em reformas,
conforme o caso, é admitido a largura de 0,90m em rampas com percurso de até
4 m. Ambos os lados da rampa devem ter corrimão de duas alturas.

Escadas
Quando houver degraus ou escadas em rotas acessíveis, estes
devem estar associados a rampas ou equipamentos eletrome-
cânicos de transporte vertical. Deve-se dar preferência à rampa.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).

Uma sequência de três ou mais degraus é considerado uma escada. Na exis-


tência de escadas em rotas acessíveis, essas escadas não podem ser vazadas;
e, na existência de bocel ou espelho inclinado, ambos não podem criar uma
quina superior a 1,5 cm.
A largura das escadas, em rotas acessíveis, é estabelecida conforme o
fluxo de pessoas. A largura mínima é de 1,20 m e deve ter guia de bali-
zamento. As escadas devem ter um patamar, no mínimo, a cada 3,2 m de
desnível ou a cada mudança de direção. O corrimão de duas alturas deve ser
instalado em ambos os lados da escada. Veja na figura 11 os regramentos
deste equipamento. Quando a escada tiver uma largura igual ou superior a
2,40 m, tem-se duas opções, é possível instalar dois corrimão, um de cada
lado, ou instalar um corrimão intermediário. Veja na Figura 12 como pode ser
feito esse corrimão.
Acessibilidade 107

Dimensões em
Dimensões metros
em metros

1,20 mín. 1,20 mín.

0,30

0,30
0,30 mín. 0,30

0,30
1,40 mín.

0,80

0,30
0,30

0,30

a) Vista superior b) Perspectiva

Figura 11. Corrimão intermediário interrompido no patamar.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2020, p.62).

Dimensões ememmetros
Dimensões metros
1,20
0,30
0,30

a) Vista superior b) Perspectiva

Figura 12. Corrimão central.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2020, p.63 e 64).
108 Arquitetura

O interior das edificações: ambientes e circulação


Em algumas edificações, como bancos, aeroportos e outros locais de entrada
controlada, são instaladas portas giratórias, catracas e sensores de metal. Nestes
casos, é obrigatório a existência de, pelo menos, uma entrada acessível. Essa
entrada deve garantir ao usuário área de manobra, circulação e manuseio, de
maneira autônoma, do equipamento para a entrada. Os controles de entrada em
edificações, quando na rota de piso tátil, devem ser sinalizados, tanto horizontal
quanto verticalmente, com alerta. Assim também deve ser feito na presença de
rampas, escadas, elevadores, passagens, entre outras situações de risco.

Quando existir porta giratória, deve ser prevista, junto a esta, outra
entrada que garanta condições de acessibilidade. Portas giratórias
devem ser evitadas, mas quando forem instaladas, as dimensões en-
tre as pás devem ser compatíveis com as medidas necessárias para
o deslocamento de uma pessoa em cadeira de rodas e devem ainda
ser dotadas de sistema de segurança para rebatimento das pás em
caso de sinistro. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2015).

Circulação interna
A circulação interna na forma de corredores é dimensionada conforme o
fluxo de pessoas. Porém, algumas dimensões mínimas são recomendadas
dependendo do comprimento do corredor; ou seja do percurso. Esta tabela
simplifica essas medidas:

Comprimento do corredor Largura recomendada do corredor


(percurso)

Corredores de uso comum de até 4 m 0,90 m

Corredores de uso comum de até 10 m 1,20 m

Corredores de uso comum


1,50 m
maiores que 10 m

Corredores de uso público 1,50 m


Acessibilidade 109

Quando os corredores de uso público tiverem um fluxo grande de pessoas,


sua largura deve ser dimensionada conforme esse fluxo. Portanto, é realizada
uma conta para se obter a largura ideal desse corredor.

Além do dimensionamento correto das circulações, são indispensáveis a


sinalização adequada e a presença do piso tátil nas rotas acessíveis.

Ambientes
As portas e passagens são os acessos aos ambientes. Tanto as portas como as
passagens devem ter um vão livre de, no mínimo, 0,80 m de largura e 2,10 m
de altura. Em portas de correr, portas sanfonadas ou portas com mais de uma
folha de abrir, ou passagem, deve-se garantir um vão livre de 0,80 m. Quando
as portas ou passagens estiverem localizadas em edificações de prática de
esportes, a largura mínima do vão livre é de 1,00 m.
Em geral, as portas devem ter condição de serem abertas com um único
movimento. Elas devem ter maçanetas do tipo alavanca e, na sua parte infe-
rior, no lado oposto da abertura, é recomendado que seja instalado uma pro-
teção contra impactos provenientes de bengalas, cadeiras de rodas e muletas.
As portas de correr devem ter o trilho somente na parte superior.
As portas localizadas nos sanitários acessíveis devem dispor de abertura
voltada para o exterior do ambiente, além de um puxador na horizontal, devi-
damente posicionado. Veja o exemplo na Figura 13.
Portas do tipo vaivém devem ter visor com largura mínima de 0,20 m e
posicionado como mostra o exemplo na Figura 14.
Além do dimensionamento das portas e aberturas, o sentido de abertura da
porta, o puxador horizontal e a necessidade de um visor em portas vaivém, a
norma brasileira abrange outras questões com mais detalhes em relação às portas
de vidro e sua sinalização, por exemplo. Por isso, quando você for realizar um pro-
jeto, lembre-se de verificar a norma para a criação de ambientes e rotas acessíveis.
110 Arquitetura

Dimensões em metros
Dimensões em metros

Puxador
horizontal

0,10 0,40 Maçaneta


2,10

0,90 a 1,10
0,50

Revestimento resistente a impactos


0,40

0,80

a) Vista frontal b) Vista superior

Figura 13. Portas com revestimento e puxador horizontal.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).

Dimensões
Dimensõesem
emmetros
metros

0,20 Visor
mín.

Puxador
vertical
1,50 mín.
0,80 a 1,10
0,40 a 0,90

Figura 14. Portas do tipo vaivém.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).
Acessibilidade 111

O interior dos ambientes vai variar conforme as atividades que serão exe-
cutadas em cada um deles, com exceção dos sanitários. A elaboração de sani-
tários acessíveis é rica em detalhes. No seu dimensionamento, por exemplo,
deve-se garantir, em geral, uma área de manobra com circulação de um giro
de 360º; a locação da área de transferência com a medida do M.R. ao lado
da bacia; as barras de apoio posicionadas de maneira apropriada; e as peças
sanitárias adequadas ao uso. Veja na Figura 15 um exemplo que resume de
maneira simplificada um sanitário acessível. Vale lembrar que a norma
também prevê medidas mínimas de um sanitário acessível em caso de
reforma.
Dimensões
Dimensões em metros
em metros

0,10 máx.

∅ 1,50

M.R.
M.R.

M.
R.

0,30 máx.

a) Vista superior
a) Vista dada
superior área dedetransferência
área transferência b)
b)Vista
Vista superior daárea
superior da áreadede manobra
manobra

Figura 15. Áreas de transferência e manobra para uso da bacia sanitária.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2015).

Assim como nos estacionamentos, o número de sanitários acessíveis é cal-


culado conforme a quantidade de sanitários existentes. Em geral, o percentual
de sanitários acessíveis em uma edificação, seja ela pública ou privada, é de
5% da quantidade total de sanitários existentes para cada sexo, em cada pa-
vimento, quando for caso. Quando houver apenas um sanitário na edificação,
ele deverá ser acessível. Existem ressalvas para as construções já existentes.
Os sanitários acessíveis devem estar vinculados a rotas acessíveis, pró-
ximos à circulação principal, e próximos ou integrados às demais instalações
sanitárias. Devem ter entrada independente, caso o auxílio de uma pessoa do
sexo oposto seja necessário, e também estar devidamente sinalizados.
112 Arquitetura

O que você viu aqui foram questões básicas sobre circulação e acessos.
Porém, a elaboração de ambientes e rotas acessíveis é rica em detalhes e pa-
drões especificados pela norma brasileira ABNT NBR 9050 (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Uma norma que não deve
ser consultada apenas na elaboração de ambientes e rotas acessíveis, mas sim
na elaboração de todo projeto. Lembre-se, ambientes dimensionados correta-
mente geram conforto a toda a população, sem distinção. Portanto, não im-
porta se é um projeto de acessibilidade ou não.

Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2020.

1. Sobre os fatores de impedância em a alternativa correta sobre o dimen-


rotas acessíveis, é correto afirmar: sionamento e desenho de travessias
a) São fatores que influenciam no acessíveis.
dimensionamento da rota aces- a) A calçada rebaixada pode ser
sível, como o fluxo de pessoas. executada entre canteiros, desde
b) É uma proporção gerada pela re- que mantenha as abas laterais.
lação entre a inclinação horizontal b) A faixa elevada é executada com
da faixa livre e sua largura. a elevação do leito carroçável de
c) Qualquer elemento ou condição calçada a calçada.
que impeça o trânsito livre pelo c) Quando a faixa de serviço tiver
passeio. a largura de 0,70 m, é indicado o
d) Uma árvore localizada na faixa uso do rebaixamento da calçada
de serviço, é um fator de impe- para a travessia acessível de
dância. pedestres.
e) Objetos suspensos a 2,50 m do d) A redução de percurso geral-
piso, na faixa livre, são fatores de mente é realizada quando não
impedância. se tem espaço suficiente para
2. A travessia de pedestres, tanto em projetar uma faixa elevada.
projetos arquitetônicos quanto e) A travessia acessível é realizada
urbanos, é uma questão importante apenas utilizando a calçada
para garantir a circulação autônoma, rebaixada.
e, assim, as rotas acessíveis. Assinale
Acessibilidade 113

3. Sobre a quantificação, desenho e rampas, é utilizado como alerta.


dimensionamento das vagas reser- e) A inclinação máxima recomen-
vadas, assinale a alternativa correta: dada para uma rampa é de 8,33%.
a) A quantidade de vagas reservadas Porém, admite-se uma inclinação
tanto para uso de idosos quanto de até 12,5% em casos de re-
para pessoas com necessidades forma, quando esgotadas todas
especiais é calculada na mesma as possibilidades.
porcentagem. 5. Os ambientes e a circulação interna
b) A localização das vagas reser- de uma edificação, para serem acessí-
vadas no estacionamento não é veis, também devem seguir a norma
relevante. ABNT NBR 9050. Sobre a elaboração
c) Deve-se garantir uma área de sanitários e rotas acessíveis no
adicional nas vagas reservadas de, interior das edificações, analise as
no mínimo, 1,50 m. questões abaixo e assinale a correta:
d) A sinalização das vagas reser- a) A largura mínima dos corredores
vadas deve ser horizontal. não é influenciada pelo seu
e) As vagas reservadas devem estar comprimento.
vinculadas a rotas acessíveis e b) Os sanitários são dimensionados
calçadas rebaixadas. de maneira que, ao lado do
4. Quando uma edificação se encontra vaso sanitário, exista uma área
elevada em relação à calçada, seu de transferência com a medida
acesso se dá pelas escadas e rampas mínima do módulo de referência
que devem seguir a norma ABNT (M.R. 0,90 x 1,20 m).
NBR 9050, para que sejam acessíveis c) As portas dos sanitários devem
e inclusivas. Assinale a alternativa possuir o sentido de abertura
INCORRETA: para dentro do ambiente, como
a) São consideradas rampas as qualquer porta.
inclinações acima de 5%. d) Os sanitários acessíveis devem
b) Admite-se como largura mínima estar localizados próximos das
para as escadas 1,20 m e, para as circulações principais; vinculados
rampas, 0,90 m. a rotas acessíveis; próximos ou
c) Inclinações abaixo de 5% no piso vinculados aos demais sanitários,
não são consideradas rampas porém com entrada exclusiva.
e, por isso, não exigem área de e) É recomendado que todas as
descanso ou patamar. portas e passagens tenham um
d) O piso tátil é utilizado para sina- vão livre mínimo de 1,00 m.
lizar a rota acessível. Em escadas e
114 Arquitetura

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edifica-


ções, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. São Paulo: ABNT, 2015.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 303, de 18 de dezembro de 2008. Bra-


sília, DF: CONTRAN, 2008a. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/
Resolucoes/(Resolu%C3%A7%C3%A3o%20303.2008).pdf>. Acesso em: 17 set. 2016.

BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito. Resolução nº 304 de 18 de dezembro de 2008. Bra-


sília, DF: CONTRAN, 2008b. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/download/
Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_304.pdf>. Acesso em: 17 set. 2016.

BRASIL. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Brasí-
lia, DF: SNPD, 2016. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/>.
Acesso em: 17 set. 2016.

INFOPÉDIA. Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. Acessibilidade. Porto: Porto,


c2003-2016. Disponível em: <http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/
acessibilidade>. Acesso em: 17 set. 2016.

LITTLEFIELD, David. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 3.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
Conteúdo:
Dica do professor

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Exercícios

1) Todos nós temos o direito de ir e vir, sem distinção. Por isso é importante que as calçadas
sejam planejadas corretamente para garantir que a circulação dos pedestres ocorra
adequadamente. Sobre os fatores de impedância nestas áreas públicas, assinale a alternativa
correta.

A) Todo e qualquer objeto suspensos que esteja a menos de 2,10 m do piso de toda a largura da
calçada, é considerado um fator de impedância.

B) Árvores, postes ou placas, são considerados fatores de impedância quando localizados na


faixa de serviço.

C) Os fatores de impedância influenciam no dimensionamento da rota acessível, um desses


fatores é o fluxo de pessoas.

D) Um dos fatores de impedância é a proporção gerada pela relação entre a inclinação horizontal
da faixa livre e a sua largura.

E) São fatores de impedância: árvores, postes ou placas, localizados no passeio.

2) A ABNT, Assossiação Brasilira de Normas Técnicas, prevê circunstâncias adequadas para os


transeuntes em vias públicas. Podemos afirmar que as duas imagens abaixo ilustram
respectivamente:

Figura I
Figura II

A) Figura I: a redução do percurso de travessia dos veículos fazendo que a caçada tenha
metragem mínima para circulação dos transeuntes. Figura II: a proporcionalidade do
comprimento da faixa de segurança em relação à metragem mínima para circulação dos
transeuntes em calçada com rebaixamento

B) Figura I: a redução do percurso de travessia dos veículos fazendo que a caçada tenha
metragem mínima para circulação dos transeuntes. Figura II: a metragem mínima para
circulação dos transeuntes em calçada com rebaixamento

C) Figura I: a obrigatoriedade de distribuição das vagas de estacionamento junto ao


rebaixamento de calçada. Figura II: a metragem mínima para circulação dos transeuntes em
calçada com rebaixamento

D) Figura I: a obrigatoriedade de distribuição das vagas de estacionamento junto ao


rebaixamento de calçada. Figura II: a proporcionalidade do comprimento da faixa de
segurança em relação à metragem mínima para circulação dos transeuntes em calçada com
rebaixamento

E) Figura I: a organização das vagas de estacionamento perante o alinhamento dos imóveis.


Figura II: a metragem mínima para circulação dos transeuntes em calçada com rebaixamento

3) As escadas são elementos construtivos que sempre exigiram uma série de regramentos para
que possam atender confortavelmente sua usuários, além disso, para que eles sejam
acessíveis, ainda é necessário que atendam critérios e parâmetros técnicos de projeto,
construção, instalação e adaptação do meio às condições de acessibilidade. Assinale a
resposta sobre escadas acessíveis.

A) A largura mínima de uma escada acessível é de 0,90 m e deve ter guia de balizamento.

B) Quando a escada tiver uma largura igual ou superior a 2,40 m, é recomendado que se instale
um corrimão intermediário, que pode ser de apenas uma altura.

C) Em escadas de 1,20 m deve ser instalado corrimão de duas alturas em ambos os lados da
escada.

D) Não são recomendadas mudanças de direção em escadas acessíveis. Estes casos só serão
aceitáveis quando contar com patamar de duas vezes a largura mínima da unidade de
passagem.

E) O prolongamento de 30 cm dos corrimãos só é exigido em escadas com apenas um corrimão.

4) Em muitos casos, acontece de a entrada de uma edificação estar muito acima do nível da
calçada, gerando as escadas e as rampas. Estas, para que sejam acessíveis e inclusivas,
devem seguir as recomendações da norma ABNT NBR 9050. Conforme a norma, assinale a
alternativa correta.

A) Inclinações acima de 3% são consideradas rampas.

B) Quando os desníveis tiverem mais do que 5 degraus, são considerados escada.


C) A inclinação máxima recomendada para uma rampa é de 5 %.

D) As rampas e as escadas devem ser sinalizadas por meio de piso tátil como alerta.

E) Tanto nas escadas como nas rampas é obrigatória a existência do corrimão duplo em ambos
os lados.

5) A acessibilidade não deve estar presente apenas no exterior e como acesso, as rotas
acessíveis se estendem ao interior das edificações. É importante que os ambientes e a
circulação sejam dimensionados e desenhados corretamente para garantir que sejam
acessíveis. A acessibilidade não beneficia apenas as pessoas portadoras de necessidades
especiais, mas também beneficia os idosos, as mulheres grávidas e as pessoas no geral sem
distinção, pois desta maneira são projetados ambientes e circulações mais confortáveis.

O dimensionamento dos ambientes vai variar conforme as atividades que são exercidas no
interior de cada um, para a elaboração de sanitários e circulação interna acessíveis, é
necessário seguir a norma ABNT NBR 9050. Conforme a norma, analise as alternativas a
seguir e assinale a correta.

A) A largura mínima do vão livre das portas e passagens, recomendada pela norma brasileira, é
de 0,80 m. Porém, em construções de práticas esportivas, a largura mínima das portas e
passagens é de 1,00 m.

B) O fluxo de pessoas influencia na largura dos corredores assim como o seu comprimento. Em
corredores com um percurso de 10 m de uso público, recomenda-se uma largura mínima de
1,20 m.

C) O vão livre mínimo dos sanitários acessíveis é de 1,00 m, e o sentido de abertura da porta é
para fora do ambiente.

D) O dimensionamento de sanitários acessíveis deve prever uma área de transferência ao lado


do vaso sanitários com a medida mínima do módulo referencial (MR) de 0,90 x 1,30 m.

E) Os sanitários acessíveis devem estar localizados próximos de rotas acessíveis, e sua


quantificação é baseada no número de vagas reservadas para portadores de necessidades
especiais.
Na prática
O dimensionamento de ambientes acessíveis em uma edificação varia conforme as atividades que
serão desenvolvidas no interior deste ambiente; na elaboração de sanitários acessíveis, o desenho e
o dimensionamento possuem padrões mais específicos, sendo mais ricos em detalhes.

A quantidade de sanitários acessíveis em uma edificação é calculada conforme a quantidade de


sanitários existentes. O percentual de sanitários acessíveis em uma edificação, seja ela pública ou
privada, é de 5 % da quantidade total de sanitários existentes para cada sexo, em cada pavimento,
quando for caso. Quando houver apenas um sanitário na edificação, este deverá ser acessível.

Os sanitários acessíveis devem estar vinculados a rotas acessíveis, próximos à circulação principal e
próximos ou integrados às demais instalações sanitárias.

Porém, devem possuir entrada independente, caso necessário, o auxílio de uma pessoa do sexo
oposto; além disso, devem estar devidamente sinalizados.

Para o caso de reforma, a norma prevê pequena diminuição na dimensão longitudinal do sanitário.

A norma brasileira que regulamenta o dimensionamento e o desenho de ambientes e rotas


acessíveis é a ABNT NBR 9050.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Acessibilidade e sua importância nos projetos de hoje e do


futuro

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NBR 9050/2020

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Projetando rampas acessíveis segundo a NBR 9050

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