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MOBILIDADE
ATIVA
Helena Pauline Schulze
Engenharia Civil
A mobilidade ativa é
baseada no deslocamento
usando a energia do próprio
corpo. É caracterizada na Lei nº
12.587, de 3 de janeiro de
2012, que institui a Política
Nacional de Mobilidade
Urbana, como modos não
motorizados. De acordo com
essa legislação, os modos não
motorizados são aqueles que se
utilizam do esforço humano ou
animal (BRASIL, 2012, Art. 4º, Pirâmide invertida da mobilidade urbana
sustentável.
V). Fonte: ITDP Brasil (20--).
CONCEITOS
CONCEITOS
Caminhabilidade
O conceito de caminhabilidade vem do termo em inglês, walkability, e retrata o
condições do espaço urbano sob a ótica do pedestre. Pode ser definido como a medida em
que as características do ambiente urbano favorecem a sua utilização para deslocamentos
a pé (ITDP, 2019).
A caminhabilidade engloba muitos aspectos, devendo atender não apenas quesitos de
infraestrutura, mas também de conforto e segurança do pedestre. A World Resources
Institute publicou em 2017 o manual "8 Princípios da Calçada", no qual são apresentadas
características que influenciam na mobilidade pedonal, sendo elas:
Dimensionamento adequado: Largura da calçada compatível com os usos no local,
trazendo segurança e conforto. Utiliza como elementos de dimensionamento a faixa
livre, faixa de serviço e faixa de transição ou acesso.
Acessibilidade universal: Uso de elementos para facilitar o acesso por todas as
pessoas, contribuindo para o espaço urbano inclusivo. Considera como elementos o
rebaixamento da calçada, piso tátil e inclinação longitudinal.
Conexões seguras: Elementos urbanos que interligam as calçadas e contribuem para a
formação de uma rede, facilitando e priorizando os deslocamentos a pé. Os elementos
considerados são a conectividade, as situações das esquinas, as faixas de travessia e
pontos de acesso ao transporte coletivo.
Sinalização coerente: Conjunto de sinais que orientam os pedestres no espaço urbano,
trazendo informações na escala do pedestre. A sinalização informativa e os semáforos
para pedestres são elementos dessa categoria.
Espaço atraente: Elementos que contribuem para tornar o espaço agradável,
motivando as pessoas a caminharem e permanecerem no espaço público urbano. São
consideradas a vegetação e o mobiliário urbano.
Segurança permanente: Aspectos que conferem melhoria na segurança pública e no
ambiente urbano, aumentando a sensação de segurança. Para isso são consideradas a
iluminação pública e as fachadas ativas.
Superfície qualificada: Técnicas para assegurar um piso firme e regular para o calçado,
conferindo segurança e conforto. Existem diversos materiais que permitem isso, como
o concreto moldado in loco ou o permeável, blocos intertravados, etc.
Drenagem eficiente: Técnicas para promover o escoamento das águas pluviais,
contribuindo para manter a funcionalidade das calçadas. Para isso considera-se a
inclinação transversal e os jardins de chuva, por exemplo.
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CONCEITOS
Caminhabilidade
CONCEITOS
Caminhabilidade
Para permitir a livre circulação, a NBR 9050/ 2020 determina faixas de setorização das
calçadas. São elas:
Faixa de serviço: Permite a inserção de mobiliários urbanos que aumentem a
atratividade pedonal, como estruturas de iluminação, rampas de acesso, placas de
sinalização e arborização. Dimensão mínima de 0,8 m.
Faixa livre: Faixa livre de obstáculos, que permitem a circulação de todos os usuários.
Dimensão mínima de 1,2 m.
Faixa de transição: Faixa opcional, para acesso aos imóveis, com dimensão livre.
Setorização de calçadas
Fonte: Santos et al (2017)
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CONCEITOS
Caminhabilidade
Deflexões verticais;
Deflexôes horizontais;
Restrições na pista;
Rotatórias;
Redução no raio de giro;
Regulamentação de prioridade;
Marcas viárias;
Largura ótica;
Estreitamento da pista;
Faixas de alinhamento;
Superfícies diferenciadas;
Entradas e portais;
Ilhas centrais;
Espaços compartilhados;
Extensão de calçadas;
Vegetação e paisagismo;
Mobiliário urbano e iluminação;
Regulamentação.
CONCEITOS
Caminhabilidade
CONCEITOS
Ciclabilidade
Ciclabilidade é uma tradução livre do termo em inglês Bikeability, que significa o quanto
um local é "amigável" ao uso da bicicletas. Segundo César (2014) a ciclabilidade refere-se
ao quanto uma cidade é boa ou ruim para o uso da bicicleta como modo de transporte,
pois a cidade pode possuir diversos parques e espaços agradáveis para seu uso e não
necessariamente possuir infraestrutura urbana que permita seu uso como deslocamento.
Segundo a FWHA (Federal Highway Administration), órgão do departamento de
transportes estadunidense, existem fatores objetivos e subjetivos que influenciam no uso
da bicicleta como modo de transporte:
Fatores Objetivos:
Ambientais;
Clima;
Topografia;
Característica da Infraestrutura;
Existência de ciclovias;
Existência de calçadas;
Acessibilidade e continuidade das rotas, e;
Disponibilidade de alternativas de transporte.
Fatores Subjetivos:
Comprimento da viagem;
Segurança no tráfego;
Conveniência (conforto, confiabilidade, tempo de passagem e facilidade de
acesso);
Valor atribuído ao tempo;
Custo da viagem;
Valorização dos exercícios físicos;
Circunstâncias familiares;
Hábitos cotidianos das pessoas;
Atitudes e valores individuais, e;
Aceitabilidade social.
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CONCEITOS
Ciclofaixas:
São faixas de circulação exclusivas de ciclos, no mesmo nível de faixa de rolamento
e segregadas fisicamente por delimitadores visuais como tachões e pinturas.
Podem ser implantadas em vias com velocidades mais baixas.
Ciclovias:
São faixas exclusivas de circulação de ciclos, porém segregadas fisicamente das
faixas de rolamento, podendo estar alocadas junto às calçadas e canteiros centrais.
Ideal para vias com velocidades elevadas ou alto fluxo de veículos.
Via Compartilhada:
São destinadas à circulação de dois ou mais modais no mesmo espaço. Também
podem ser implementadas em "passeios compartilhados", os quais adotam o uso
simultâneo da calçada por ciclista e pedestre, desde que sinalizada e autorizada
pelo órgão competente. A via compartilhada exige velocidades reduzida.
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CONCEITOS
Indicadores
Métodos de avaliação de infraestrutura cicláveis ainda estão em desenvolvimento.
Dentre índices e indicadores que possam ser utilizados para determinar a ciclabilidade,
Andrade (2017) propõe 5 categorias e 12 indicadores:
Categorias:
1ª Ciclovia/Ciclofaixa
Indicadores:
Material do piso;
Condição da sinalização horizontal e vertical;
Condição do piso.
2ª Atração:
Indicadores:
Permeabilidade Física;
Fluxo de ciclistas.
Segurança Pública:
Indicadores:
Iluminação;
Roubos e furtos.
Segurança Viária:
Indicadores:
Velocidade veículos motorizados;
Crimes de trânsito.
Ambiente:
Indicadores:
Arborização;
Poluição sonora;
Resíduos sólidos.
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CONTRIBUIÇÃO NA MATRIZ
MODAL BRASILEIRA
modos ativos para a matriz modal brasileira foi de pouco menos de um terço. Os
deslocamentos realizados por outros modos, para por exemplo, acessar o transporte
público ou o local em que o carro está estacionado. Já o uso da bicicleta ainda é tímido no
Brasil.
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REALIDADE EM
OUTROS PAÍSES
Diversas capitais pelo mundo já adotaram
políticas públicas de desincentivo ao uso
do automóvel e adoção de modos ativos
de deslocamento. Alguns exemplos são:
Copenhague, Dinamarca
É considerada a melhor cidade do
mundo para se deslocar de
bicicleta;
Estrutura de fácil acesso ás vias
centrais;
Sinais de tráfego inteligente que
permitem a priorização da bicicleta
no trânsito.
Berlim, Alemanha
Construção de ciclovias e
readequação de vias existentes
para bicicletas e pedestres;
13% das rotas são feitas de
bicicleta.
Amsterdã, Holanda
1,1 bicletas por pessoa;
Toda infraestrutura voltada para
priorização de modos ativos em
combinação com transporte
público.
Londres, Inglaterra
Sistema público de aluguel de
bicicletas;
Pedágio na região central para
automóveis.
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QUESTÕES DETERMINANTES
Fonte: Koszowski et al (2019)
Espaço construído
Densidade das cidades e usos mistos
Acessibilidade
BENEFÍCIOS DA
MOBILIDADE
ATIVA
A mobilidade ativa possui diversos
benefícios, tanto para a saúde, quanto para
o meio ambiente e para o planejamento
urbano.
LIMITAÇÕES DA
MOBILIDADE
ATIVA
Usuários da mobilidade ativa estão mais
vulneráveis a acidentes e a poluição, tanto
do ar quanto sonora.
DISCUSSÕES
A mobilidade ativa surge como uma
importante solução para os problemas de
mobilidade das cidades de hoje em dia,
especialmente quando aliada com um
transporte público coletivo de qualidade.
A mobilidade pedonal e as bicicletas são
modos que necessitam de infraestrutura
simples, com soluções que priorizem seus
usuários e promovam a segurança.
A utilização de modos ativos contribui
de maneira direta para a redução dos gases
poluentes, grande problema da área de
transportes.
Desse modo, nota-se que a mobilidade
ativa atende aos critérios para ser
considerada sustentável, além de ser
democrática, de fácil acesso a todos.
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 9050/ 2020. Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. Rio de Janeiro, 2020.
ANDRADE, J. W. C. Desenvolvimento de um
índice para a avaliação da
ciclabilidade na cidade de Aracaju. Dissertação
(Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente)
- Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão.
2017.
REFERÊNCIAS
ITDP. Índice de caminhabilidade: Versão 2.0. ITDP,
2019.