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Junho 2021
Apostila
Índice
O INATAA 03
Introdução a E/A/TAA 06
Histórico da TAA 08
Equoterapia 36
Tradução do Artigo 91
Índice
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O INATAA
Cristiane Blanco
Presidente do INATAA
presidencia@inataa.org.br
O INATAA é uma ONG, Organização Não Governamental, fundada em 2008 que atua nas áreas de Terapias
Assistidas por Animais - AAA/EAA/TAA.
É constituída de voluntários e profissionais com experiência de mais de dez anos em atendimentos terapêuticos e
ações voluntárias envolvendo a interação homem-animal.
A sua missão é proporcionar os benefícios dos efeitos terapêuticos dos animais, por meio da interação Homem-
Animal na Educação, Atividade e Terapia Assistidas por Animais E/A/TAA, para a melhoria da saúde física, emocional e
mental dos pacientes/assistidos.
Tem como visão ser uma Organização de classe mundial, que busca constantemente realizar a Educação ,Atividade
e Terapia Assistidas por Animais – E/A/TAA, com qualidade e eficiência, desenvolvendo, aperfeiçoando e aplicando ações
para proporcionar resultados positivos, que melhorem a qualidade de vida dos pacientes/assistidos e colaboradores.
O INATAA
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• Estabelecer parcerias com entidades de ensino, escolas, faculdades e universidades, empresas privadas e com o go-
verno, como estabelecer convênios, intercâmbios e outras formas de junção e união com grupos e outras associações e
organizações brasileiras e internacionais;
• Cooperar com profissionais da saúde para identificar necessidades fundamentais dos pacientes e, assim, estabelecer
pesquisas/estudos na área para ampliar os benefícios dos nossos programas.
• Divulgar conhecimentos técnicos e correlatos: Bancos de dados por meio de revistas, boletins ou outras formas de divulgação;
• Incentivar e promover estudos, trabalhos e pesquisas no âmbito da aplicação do benefício terapêutico dos animais
em tratamentos de saúde diversos;
• Organizar e realizar visitas, seminários, palestras, cursos, apresentações e outros eventos que envolvam as nossas
áreas e outros do interesse dos participantes;
• Treinar novos colaboradores e introduzir novos profissionais nos conceitos da E/A/TAA;
• Núcleo de incentivo a Ética e Pesquisa.
Atualmente atende mais de 400 pessoas por mês, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, em São Paulo, com
a colaboração de 85 Voluntários com cão e sem cão e 75 cães.
As Atividades Assistidas por Animais – AAA são realizadas em quatro instituições asilares, somando mais de
200 idosos, /mês; Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, nas enfermarias pediátrica e de adultos e Hospital Cruz Azul
na oncologia e pediatria.
As Terapias Assistidas por Animais – TAA são realizadas no Hospital das Clínicas – Instituto de Psiquiatria no
Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo e Desfechos Negativos da Sexualidade com vítimas de violência sexual; na
instituição asilar Padre Vicente Mellilo, com a Fisioterapia Assistida por Cães e na Instituição asilar Recanto da Vovó
com Psicologia Assistida por Cães.
O INATAA realiza também o seu Curso de A/E/TAA semestralmente, além de cursos avançados na área de psicologia,
fisioterapia, fonoaudiologia, medicina veterinária e adestramento em TAA.
Efetua palestras, participa de simpósios, seminários e eventos nacionais e internacionais.
Etapa 4 - Três Visitas aos Asilos sem o cão (previamente agendadas e monitoradas pelos nossos profissionais)
O INATAA
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“estagiários”, sem visitar as instituições, participando de alguns eventos/treinamentos sob orientação da equipe de
Comportamento Animal.
Os voluntários sem cão também são de extrema importância e têm papel fundamental no relacionamento com
os assistidos, já que alguns idosos e crianças se sentem receosos ao chegar perto dos animais ou, simplesmente,
só querem alguém que converse e dê atenção a eles. Além disso, outras funções podem ser desempenhadas em
diversos departamentos, que também são dirigidos por voluntários. Alguns exemplos são a área de parcerias,
comunicação, coordenação de projetos e financeira.
O INATAA
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Introdução à A/E/TAA
Laís Milani Cristiane Blanco
Psicóloga Psicóloga
Voluntária do INATAA Presidente do INATAA
Contato@inataa.org.br / taa@inataa.org.br presidencia@inataa.org.br
Intervenções Assistidas por Animais (IAA) - Uma Intervenção Assistida por Animais é uma intervenção que
busca um objetivo que intencionalmente inclui ou incorpora animais nas áreas de saúde, educação e social para propósito
de ganhos terapêuticos em humanos. As Intervenções Assistidas por Animias incorporam equipes de duplas homem-
-animal em trabalhos formais como os de Terapia Assistida por Animais (TAA) e Educação Assistida por Animais (EAA).
• Terapia Assistida por Animais (TAA) - Uma intervenção terapêutica planejada e estruturada que busca obje-
tivos específicos, direcionada e/ou executada por um profissional da área da saúde, educação ou social. O progresso da
intervenção é mensurado e inclui documentação profissional. A TAA é direcionada e/ou executada por um profissional
formalmente capacitado com expeririência profissional na área de atuação. A TAA tem como foco a melhora física,
cognitiva, comportamental e/ou o funcionamento socio-emocional de um paciente humano.
• Educação Assistida por Animais (EAA): Intervenção planejada e estruturada, com objetivos específicos,
direcionada ou executada por profissionais da educação ou similares. A EAA é conduzida por professores qualificados
em educação geral ou especial. Professores regulares que conduzem a EAA devem possuir conhecimento sobre os
animais envolvidos. Um exemple de EAA realizada por um professor convencional é uma visita educacional que promove
a posse responsável. A EAA quando realizada na educação especial também é considerada uma intervenção terapeutica
e com objetivos específicos. Os focos de atividade são em objetivos acadêmicos, habilidades sociais e funcionamento
cognitivo. O progresso do aluno é mensurado e documentado. Um exemplo de EAA em educação especial é um
programa de leitura facilitada por cães.
Atividade Assistida por Animais (AAA) - Interação e visitação informal, geralmente conduzidas tendo
o voluntariado como base, com equipes compostas por duplas homem-animal e com propósitos motivacionais,
educacionais e recreacionais. Não há objetivo de tratamento nas interações. As AAAs geralmente são facilitadas por
indivíduos sem formação nas áreas de saúde, educação ou social.As duplas homem-animal recebem treinamento, prepara-
ção e assistência para participar das visitas. As duplas homem-animal que trabalham com AAA podem também trabalhar
formalmente e diretamente com um prestador de serviço da área da saúde, educação ou social, para a obtenção
de objetivos específicos e documentáveis, neste caso eles estarão participando de programas de TAA ou EAA que
são conduzidos por profissionais especializados. Exemplos de AAA incluem assistência animal á crises, que foca em
proporcionar conforto e suporte á sobreviventes de traumas, crises ou desastres, e visitas de animais de companhia á
lares de idosos.
Introdução à A/E/TAA
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Em qualquer tipo de intervenção ou atividade realizada é fundamental que existam garantias e preocupações
referentes á saúde e bem estar do animal e do paciente envolvidos.
§ http://petpartners.org/
§ http://www.iahaio.org/
§ http://www.terapiaconanimales.org/
§ http://www.censhare.umn.edu
§ http://www.tdi-dog.org/
§ http://www.bocalan.es/
Apostila
Cristiane Blanco
Laís Milani
Introdução à A/E/TAA
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Histórico da TAA
Laís Milani Cristiane Blanco
Psicóloga Psicóloga
Voluntária do INATAA Presidente do INATAA
Contato@inataa.org.br / taa@inataa.org.br presidencia@inataa.org.br
“A riqueza de símbolos animais em todas as manifestações culturais da história da evolução humana, seja na religião, lendas,
crenças, fantasias, contos de fadas, mitos, sonhos, na alquimia, nas artes e demais produções do imaginário, reflete a importância
do símbolo animal na vida humana...”
Cristiane E. Fridlund
Histórico da TAA
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que a presença de um animal promovia nas sessões terapêuticas, ao observar a reação de um paciente com grande difi-
culdade de interação após ser recebido acidentalmente por seu cão no consultório.
Relatou ele:
“Enquanto eu recebia a mãe, Jingles correu em direção à criança e começou a lambê-lo. Para minha surpresa, o menino não se
assustou senão que abraçou o cachorro e começou a acariciá-lo. (...) Durante várias sessões brincou com Jingles, aparentemente
alheio à minha presença. De qualquer maneira, mantivemos muitas conversações durante as quais estava tão absorto com o
cachorro que parecia não escutar-me, ainda que desse respostas coerentes. Finalmente parte do afeto que sentia pelo cachorro
recaiu sobre mim e fui conscientemente incluído nos jogos. Lentamente atingimos uma forte compenetração que possibilitou meu
trabalho para resolver os problemas da criança”.
No Brasil, a Dra. Nise da Silveira, médica psiquiatra, psicanalista e terapeuta ocupacional do Centro Psiquiátrico D.
Pedro II, no Rio de Janeiro, é responsável pelo primeiro relato dos benefícios dos animais em instituições psiquiátricas, em
1955.. Em seu trabalho com pacientes esquizofrênicos, após a adoção de uma cadela Caralampia por um dos doentes,
A partir destas constatações, diversos pacientes foram incentivados a terem animais como companhia dentro do
centro de reabilitação. Infelizmente, a partir de 1960, diversos “atentados” foram feitos contra seus animais. Em janeiro de
1960, um dos administradores do centro ordenou que os cães fossem levados para o serviço de captura de animais do
Estado onde seriam eletrocutados. Em setembro de 1961, mais nove cães foram mortos por envenenamento dentro do
local onde dormiam. Mesmo assim, Nise da Silveira conseguiu manter por mais alguns anos seu trabalho com os animais,
a exemplo de citações como a do relacionamento entre Carlos e Sertanejo. Carlos já havia tido uma ótima evolução
com outro cão, Sultão, um dos cães mortos em setembro de 1961. Só depois de dois anos Carlos volta a ter um
relacionamento efetivo com outro ser, agora o cão Sertanejo.
Desde 1966 até hoje, o centro Beitostolen, Noruega, criado por Erling Stordahl (músico cego) e sua esposa, Anna,
desenvolve a Terapia Assistida por Animais com pacientes de diversas deficiências, tendo como base principalmente o uso
de cães e cavalos na reabilitação física.
Em 1976 foi inaugurada, nos Estados Unidos a Therapy Dog International (TDI), que formava cães e condutores
para Terapia Assistida.
E em 1990, também nos Estados Unidos, a Delta Society, inaugura seu programa “Pet Partners”, formando animais
como cães, gatos, animais de fazenda, para trabalhos em diversas terapias. Além disto, a Delta Society, cria uma
denominação única para a TAA, facilitando a comunicação e produção cientifica de pesquisa e divulgação dentro da área.
No Brasil o primeiro projeto relatado foi o Pet Smile, que contava com a direção da médica veterinária e psicóloga
Histórico da TAA
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Hannelore Fucks. Eram realizadas visitas á instituições de saúde, na cidade de São Paulo, e participavam das visitas cachorro,
gato, peixe, coelho, tartaruga e chinchila. Em 1998, foi fundado o projeto Cão Terapeuta, que realizava atendimentos de AAA
na cidade de São Paulo. Em 2000, também na cidade de São Paulo, Jerson Dotti fundou a OBIHACC, que realizava trabalhos
de AAA e TAA e cursos de capacitação na área, e deste projeto surgiu o INATAA.
Bibliografia
BECKER, B. “O Poder Curativo dos Bichos”. Ed. Bertrand Brasil, 1ºedição. Rio de Janeiro, 2003.
Bussotti, E. A.; Leão, E. R.; Chimentão, D. M. N.; Silva, C. P. R.: “Assistência individualizada: posso trazer meu cachorro?”.
Rev Escola Enfermagem USP, 2005; 39(2):195-201.
Hooker S.D., Freeman LH, Stewart P. “Pet therapy research: a historical review”. Holist Nurs Pract 2002; 16(5):17-23.
Ribeiro, V.F. “Fisioterapia Assistida por Animais em idosos institucionalizados”. Trabalho de conclusão de curso, Universidade
de Santo Amaro, São Paulo, 2003.
Revista Mente & Cérebro: “Afeto que cura”. Edição 169, Fevereiro 2007. Disponível em http://www.psiquiatriageral.com.br/
terapia/afeto_cura.htm. Acesso em 01/03/2009.
Apostila
Cristiane Blanco
Laís Milani
Histórico da TAA
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Interação Homem Animal
Cristiane Blanco Laís Milani
Psicóloga Psicóloga
Presidente do INATAA Voluntária do INATAA
presidencia@inataa.org.br Contato@inataa.org.br / taa@inataa.org.br
• Animais de Trabalho
Alguma interação no momento do trabalho e dos cuidados básicos (alimentação, limpeza, cuidados médicos) há pouca
ligação afetiva. Deixam o status de “produto” e passam a integrar o patrimônio do proprietário, são um “bem”.
• Tração, carga e transporte à auxiliam os proprietários em suas atividades cotidianas.
• Cães de guarda – Responsáveis pela segurança, na maioria das vezes das propriedades. Além dos cuidados básicos, os
proprietários investem recursos nesse patrimônio, como por exemplo, treinamento. Não raro na mesma propriedade há
• Membro da Família – Paralelamente à concepção ética do animal, temos os animais domésticos, de diversas
espécies, com destaque a cães e gatos, com status de membro da família.
Dentro desse conceitual, observamos que quanto maior a interação nesse grupo social, maior a quantidade de carac-
terísticas humanas (físicas, psíquicas, sociais) atribuídas aos animais, suscitando as mais diversas interpretações a respeito
dos “sentimentos” destes.
A atribuição de características humanas aos animais remonta ao século VI a.C. com Esopo, a quem se credita a autoria,
com transmissão oral, de mais de 300 fábulas (A galinha dos Ovos de Ouro,A Lebre e a Tartaruga), escritas e enriquecidas
por Fedro (30/15 a.C.); várias delas atualizadas posteriormente por La Fontaine, que também criou suas próprias fábulas
(A Cigarra e a Formiga), e recontadas especialmente no Brasil por Monteiro Lobato.
A proposta principal da fábula é a fusão dos elementos lúdico e Pedagógico, para que ao mesmo tempo que distraem
o leitor, apresentem as virtudes e os defeitos humanos através de animais. Nas fábulas, além das características humanas
dos animais, há sempre uma frase a ensinar-nos alguma coisa para nós não cometermos erros, para que respeitemos as
regras sociais.
Na atualidade, as características humanas dos animais não mais objetivam a transmissão de conceitos morais, mas
sim a humanização dos mesmos, para que efetivamente sejam membros da família, o mais próximo possível dos demais
membros. Isso alcança os mais diversos níveis, onde comercialmente utilizam-se similares a quase todas as práticas des-
tinadas aos humanos, tais como ofurô, botox, butiques especializadas, etc.
O exagero pode confundir a identidade social e limitar a sinalização instintiva do animal.
Por outro lado, essa facilidade humana em identificar o animal como um ser próximo é o que possibilita a utilização
dos animais com finalidades terapêuticas, recreacionais e educativas.
• Animais de Assistência / Terapia às jornadas de trabalho e descanso, tendo comportamento usual nos momen-
tos de descanso. Um misto entre patrimônio e animal de estimação. Exigem seleção e treinamento específico de acordo
com a necessidade que irão suprir ou o procedimento terapêutico que irão auxiliar.
• Cães Guia – Deficientes visuais e auditivos – animais treinados para a possibilidade de tomar decisões, tais como
andar ou parar num cruzamento, levar seu dono a atender à campainha ou ao telefone, sendo assim os olhos ou os
ouvidos de seu condutor.
• Cães de Assistência a outras deficiências físicas – animais treinados especificamente para auxiliar o condutor de
acordo com suas necessidades, sejam elas a execução de tarefas dificultadas pela deficiência, tais como abrir portas,
pegar objetos; apoio e contrapeso para equilíbrio; alertas de saúde, como baixa glicemia, ataques cardíacos;
acompanhamento de autista
• Animais de Terapia – geralmente utilizados como instrumentos terapêuticos, através de motivação afetiva, visando
Obs: Principalmente cães-guia e cães de alertas não têm tempo de descanso desligados de seus assistidos.
No Brasil, há legislação permitindo livre circulação apenas para cães guia para deficientes visuais. Cães guia para
deficientes auditivos, cães de assistência ou de terapia não estão incluídos na legislação vigente.
Bibliografia
Roça, R.O. - Abate humanitário: manejo ante-mortem - Revista TeC Carnes -Campinas, SP, v.3, n.1, p.7-12, 2001
Diario Oficial Do Estado - Seção I - 26.08.2005 - Pág. 3, Lei Nº 11.977, De 25 De Agosto De 2005
La Fontaine, Jean – 100 Fábulas de La Fontaine – Campo das Letras, 2005
Lobato, José B. M., Fábulas. São Paulo, Brasiliense, 1991.
Projeto Carroceiro – UFRA
http://www.vidadecao.com.br
http://www.assistancedogsinternational.org/
http://www.deltasociety.org/Page.aspx?pid=183
Cristiane Blanco
Psicóloga
Graduada na Universidade Paulista em 1999
Psicóloga com especialização em Neuropsicologia pelo Inesp.
Psicóloga colaboradora no ambulatório de Transtornos do Impulso no IPQ/HC da FMUSP.
Voluntária do INATAA desde 2009.
Presidente do INATAA.
Laís Milani
Formação em Psicologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie
Especialização em Psicologia Hospitalar na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Voluntária do INATAA desde 2009
Membro da diretoria de TAA do INATAA no interior de São Paulo (Mirassol).
Planejando um projeto
Defini-se projeto como um trabalho que pode ser científico ou não e no qual as diversas etapas de uma proposta
teórica a ser formulada a respeito de um determinado assunto são organizadas.
Ele carrega o sentido de organizar idéias, pesquisar, analisar a realidade e desenhar uma proposta articulada com intencionalidade.
São construções feitas por um grupo de pessoas que deseja transformar boas idéias em boas práticas. Assim, o projeto
pode se transformar em ação exemplar que modificará a realidade local.
É preciso que todas as pessoas envolvidas participem diretamente na fase de elaboração, buscando criar uma visão
ampla do problema a ser enfrentado e soluções criativas para a sua viabilidade.
Para a realização de um projeto é necessário construir um caminho que: se baseie em resultados ou metas; organize
o tempo de planejamento, execução e monitoramento e principalmente que possa satisfazer as necessidades do idea-
lizador e/ou do grupo que inicialmente o pensou. Para tanto, faz-se necessário que o projeto siga as seguintes etapas:
1ª. Etapa:
QUESTIONAMENTO
O que queremos fazer? O que podemos fazer?
Nesta etapa é importante a realização de questionamentos que possam levar o indivíduo ou grupo idealizador do
projeto a vislumbrar alguns pontos-chaves, tais como: idéia inicial, o plano para sua execução e viabilidade do projeto.
Para tanto apresentamos algumas questões norteadoras:
• Por que quero trabalhar com AAA/EAA/TAA? Possuo as técnicas que serão utilizadas?
• Por que quero trabalhar com esta determinada população? Aqui é importante analisar se a população e/ou instituição
envolvida terá seus interesses afetadas positiva ou negativamente pelo projeto;
• Quais meus elementos motivadores? Partimos do princípio que se não houver identificação com o projeto não
conseguiremos dedicação e emprenho necessário.
Estes questionamentos são importantes, pois é a partir deles que o projeto será direcionado.
2a Etapa:
Qual é a finalidade?
Nesta etapa a principal tarefa será determinar o foco do projeto.
Mais uma pergunta: O alvo do projeto será AAA, TAA ou EAA?
Por que esta escolha é muito importante, será a destinação da elaboração e do desenvolvimento do tema, pois cada
3ª. Etapa:
Nesta etapa será delineado o OBJETIVO do projeto.
É ele que determinará os critérios para que o mesmo possa ser executado.
Aqui mais alguns pontos importantes devem ser analisados:
• Qual é o tempo que tenho para que possa ser implantado e para seu cumprimento? É necessário pensar tam-
bém nos profissionais envolvidos, assim como nos voluntários, parceiros, assistidos e na instituição.
• Qual a população que quero atingir? Faz-se necessário analisar o padrão cultural, seja ele nas relações étnico-
-raciais ou culturais, ou em relação à faixa etária - crianças e/ou adolescentes e/ou adultos e/ou idosos.
• Quais são os pontos facilitadores para a implantação/execução do projeto? São os pontos e/ou fatores que
facilitarão o êxito do projeto, por exemplo, a população é conhecida, é perto da minha casa, tenho muito conhe-
cimento sobre o tema e etc. E os pontos dificultores? Estes serão definidos como possíveis obstáculos com os
quais o grupo deverá conviver sejam eles políticos - um grupo poderoso pode estar contra o projeto; culturais
- desperdício de recursos, preconceitos etc.; ou mesmo profissionais que são de outra área e etc., que fogem ao
controle do grupo, mas podem dificultar a realização do projeto.
• Que tipo de animal? Qual ou quais os animais participarão do projeto, seus proprietários e/ou condutores; saúde
dos animais, vacinas, exames, etc.; e comportamento/adestramento dos mesmos.
• Será um projeto informal ou formal?
Uma determinada pessoa ou um grupo de pessoas podem se organizar inclusive sem nome, sem passar pelo processo
de formalização para organizar um projeto. Entretanto, se este grupo não estiver constituído juridicamente, não será
reconhecido legalmente e terão vários limites em sua atuação, ou seja, o inviabilizará de estabelecer parcerias com o
poder público.
Se ele for informal, realizado apenas por uma pessoa ou um grupo de pessoas, em uma determinada instituição, não terá
vinculo com outros parceiros e organizações, será um acordo entre estas pessoas e a instituição em que for realizar o
trabalho.
Se for formal será regularizada como organização que possibilitará o estabelecimento de parcerias com o Poder Público
e iniciativa privada a fim de desenvolver ações, serviços, e projetos que completem as diversas demandas da população.
Deverá ser uma pessoa jurídica de origem privada, sem fins lucrativos, com a missão de um objetivo social com fim
publico e que atenda a coletividade.
4ª. Etapa
METODOLOGIA:
Deve descrever as formas e técnicas que serão utilizadas para executar as atividades previstas, devendo explicar
passo a passo a realização de cada atividade e não apenas repetí-las. Leva-se em conta que elas têm início, meio e fim.
5ª. Etapa
SUSTENTABILIDADE DO PROJETO
Alguns projetos têm previsão de se perpetuarem, como projetos de desenvolvimento institucional e financeiro, como
por exemplo, de ONGs. Nestes casos faz-se necessária a adoção de estratégias para geração de recursos, não somente
financeiros, mas também humanos, uma vez que os financiadores nem sempre terão disposição de apoiá-lo indefinidamente.
Todo projeto precisa ter como objetivo a previsão de atingir a sua auto sustentabilidade econômica, durante e após o
término do repasse dos recursos. Neste sentido, deve-se descrever com que meios e de que forma os envolvidos plane-
jarão continuar as atividades após o término dos recursos. Outros projetos se darão por meio de geração de renda por
meio da comercialização de produtos ou serviços produzidos.
Seja como for, todo projeto deve demonstrar qual é o seu potencial de sustentabilidade.
2) Captação de Recursos:
Cotas de Patrocínio, parceiros e apoiadores. A estruturação de um plano estratégico para captação de recursos é,
atualmente, um dos maiores desafios das organizações sem fins lucrativos brasileiras. Por isso, a forma mais segura de
tornar a captação de recursos uma atividade simples é fazer um planejamento estratégico do projeto. Basicamente é
um levantamento organizado de informações que ajudará a definir os caminhos a serem seguidos, que deve ser feito
anualmente e faz muita diferença, pois além de facilitar muito a captação de recursos e a manutenção de parceiros
estratégicos, também trará a equipe uma satisfação maior no trabalho na contribuição para a obtenção das metas
estipuladas.
3) Divulgação: será uma ferramenta a mais e poderosa, influenciando diretamente os resultados do projeto. Pode
ser realizada pelos seguintes meios: Site, Mídia, Apresentações/ Palestras/Simpósios/Congressos, Marketing e outros.
O PROJETO NO PAPEL
1-Titulo do projeto: expressa a idéia central, deve escolher um nome do qual os interessados gostem, motivador,
pois o trabalho é árduo e, às vezes, cansativo. É importante que seja um título objetivo, mas que traga de forma clara o
que será realizado.
2- Resumo: É opcional. Traduz de forma sintetizada os pontos mais importantes do projeto, é a oportunidade para
captar a atenção do leitor para o projeto.
3-Responsável pelo projeto: será o profissional responsável/líder por todas as ações e procedimentos do projeto
dentro da instituição, com os profissionais, parceiros, enfim, todos os envolvidos.
4-Quadro de profissionais, voluntários e animais: definirá o grupo que atuará e/ou na elaboração e/ou execu-
ção do projeto. A capacidade técnica é fator fundamental para se obter resultados positivos, não adianta ter excelentes
idéias se não há competência para desenvolver um projeto. Após a determinação do grupo, se verificará com quantas
pessoas e animais será possível contar efetivamente para realizá-lo.
5-Justificativa: É parte importante dentro de um projeto, deve responder o porquê de sua execução, assim como o
porquê de sua aprovação e implementação.
Leva-se em conta o objetivo do projeto (3ª. Etapa) quanto aos questionamentos a respeito da sua importância para a
comunidade, a existência de projetos semelhantes sendo desenvolvidos na mesma região e/ou instituição, os benefícios
sócio-econômicos a serem alcançados e os resultados.
6- Cronograma - Tempo de duração do projeto: É o resultado da organização das atividades com relação ao
tempo. Deverá conter um planejamento com data de início e término de projeto. Definir os meses em que acontecerão
as atividades preparatórias, de execução, de monitoramento e de avaliação, por meio do diagnóstico institucional; com o
conhecimento da população a ser trabalhada; levantamento das necessidades; estimativas das dificuldades que ocorrerão
ao longo do projeto, calculando o tempo de duração do projeto e as possíveis intercorrências que resultarão na amplia-
ção do tempo estimado para o término; e o cronograma Técnico X Financeiro, ou seja, o calculo do custo da equipe de
trabalho, a infra-estrutura e o material necessário, não se esquecendo de reservar recursos para gastos com despesas
imprevistas. O cronograma é a disposição gráfica das épocas em que as atividades ocorrem e permite uma rápida visua-
lização da seqüência em que devem acontecer.
7-Execução do projeto: são as metas e os resultados. São tangíveis e correspondem ao produto finail de um con-
junto de atividades em certo período. Quantificam as atividades que serão desenvolvidas, bem como sua intensidade.
Qualificam o modo pelo qual o projeto será realizado, os valores que o grupo quer imprimir.
Esta execução será alcançada com os seguintes passos: definição do papel de cada profissional, parceiro, voluntário
pertencente ao grupo de executores; o número de beneficiados; o número de animais; carga horária; desenvolvimento
e descrição das atividades; cronograma destas atividades discriminadas; avaliações; reavaliações; adaptações; resultados
Bibliografias
1.TORNAGHI, Newton. Planejamento. 3 ed. Rio de Janeiro: Edições Newton Torghi, 1968. 40p.
2. BARROS, Aidil de Jesus Paes de e LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas.
8.ed. Petrópolis:Vozes, 1999.
3. RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 24.ed. Petrópolis:Vozes, 1999.
4. SMPP/ CONPARES, Manual Pratico - ONG Passo a Passo. Secretaria de Participação e Parceira, Prefeitura da Cidade
de São Paulo.
5. USFM – Pró-Reitoria de Planejamento
6. KISIL, Rosana - Manual de Elaboração de Projetos e Propostas - Universidade de São Paulo, l995.
Independente da área de atuação do profissional que está conduzindo o trabalho de A/E/Terapia Assistida por Animais,
é o vínculo que faz com que a esta apresente resultados efetivos. Os seres humanos sentem-se confortados e acolhidos
na relação homem-animal, já que o animal não julga e comunica-se simples e diretamente, favorecendo o estabelecimen-
to de relações de confiança. Os benefícios desta relação são fisiológicos e psicológicos, a seguir apresentaremos alguns
aspectos psicológicos desta interação e como estes favorecem a TAA.
Os benefícios resultantes da presença do animal na estrutura terapêutica alcançam a maioria dos envolvidos na
dinâmica, mesmo que indiretamente.
As crianças em geral colocam o animal num limiar intermediário entre objetos inanimados e seres humanos. No seu
mundo imaginativo, esse ser tanto pode ser o amigo como o brinquedo, ou ambos, simultaneamente, o que facilita o
desenvolvimento das relações afetivas, estabelecendo assim o vínculo.
Animais são inestimáveis fontes de estímulos sensoriais: táteis, olfativos, auditivos e visuais. Utilizando-se animais,
atividades terapêuticas e educacionais transformam-se em brincadeiras e entretenimentos, em função de sua ludicidade.
A urbanização distancia o ser humano de sua história evolutiva, pois esta teve seu maior período decorrido em
contato com a natureza. Para Boris Lewinson, a alienação por ter deixado de lado o contato com a natureza e seu lado
instintivo seriam fatores relacionados ao adoecimento mental e o contato com o cachorro resgataria esses aspectos
esquecidos (FINE, 2000).
As relações de objeto incluem um sujeito e um objeto estabelecendo uma relação particular, a isso denominamos
vínculo. A relação interna como objeto é motivada por fatores instintivos, psicológicos e históricos. O vínculo pode
ser formado com qualquer objeto, seja ele animado ou inanimado, porque a formação do vínculo está relacionada com
experiências pessoais e com a representação interna que a pessoa tem de determinado objeto, não dependendo neces-
sariamente de uma resposta desse objeto. No caso do vínculo com animais, estes respondem de maneira positiva, o que
favorece o estabelecimento do vínculo.
A experiência positiva anterior é resgatada e correspondida pelo cão co-terapeuta. Mas o que permeia esse vínculo
anterior positivo? Cada um teria uma experiência particular na vinculação com cães durante sua vida, mas alguns aspec-
tos são frequentemente responsáveis pela aproximação dos homens aos cães, aspectos esses que não estão presentes
somente no contexto terapêutico, mas que permeiam a aproximação homem/animal.
A afetividade e o companheirismo inatos nos cães, por serem uma espécie que depende da matilha e da relação com
o outro para a sobrevivência, atraem os humanos, que se sentem acolhidos e confortados nessa relação. Como o cão
não julga, pode ser um continente ideal para os conteúdos que a pessoa queira nele depositar. Além disso, o cão tem uma
forma de comunicação muito simples e direta, o que favorece o estabelecimento de uma relação de confiança.
As pessoas atribuem aos cães muitos significados, no campo interno de cada um existe uma simbologia única para o
cão e isso, construído a partir e em conjunto com os aspectos apresentados, favorece o vínculo do paciente com o cão
co-terapeuta em questão.
Existe ainda um diferencial de cães treinados para esse fim que acelera a vinculação.
Um mecanismo comumente utilizado pelos pacientes nos atendimentos de TAA é a projeção: depositar no
outro aspectos que não conseguimos reconhecer em nós mesmos, estando relacionada à recusa em reconhecer certos
sentimentos e desejos que possuímos. Ou seja, o animal aceita qualquer conteúdo nele depositado ou projetado, ele
corresponde a essa expectativa, incentivando com que o paciente projete cada vez mais. Projeções essas que podem ser
trabalhadas ou interpretadas pelo terapeuta durante o processo psicoterápico.
Através da transferência que acontece na psicoterapia é possível reviver o vínculo primitivo que o paciente tem
desde as primeiras épocas de sua vida. “Recebendo” o vínculo, por meio da situação transferencial, o terapeuta poderá
interferir no tipo de relação de objeto e a natureza dos processos internos que funcionam no paciente. Nesse sentido, o
cachorro pode ser percebido como um depositário ideal, que permitiria diferentes projeções ou funções a ele atribuídas,
oferecendo, além disso, muita atenção e afeição. O cachorro se colocaria, então, como uma ponte entre o paciente e seu
terapeuta, proporcionando uma ligação mais rápida deste com aquele.
Conhecer profundamente o público a ser atendido é de fundamental importância para o sucesso da A/E/TAA, pois é
a partir deste que se definirá o perfil de co-terapeuta mais adequado ao trabalho. Como em todo processo terapêutico,
a identificação é um dos processos mais importantes da A/E/TAA, é através da identificação que ocorre a aceitação do
animal como co-terapeuta, se estabelecendo assim a aliança terapêutica.
Este ou Aquele? O que leva as pessoas a escolherem este ou aquele animal, ou ainda, esta ou aquela raça?
A imagem social, pode ser o fator determinante na escolha do animal, ocasionando uma escolha (in)consciente, que
considerará principalmente:
• Complementaridade – busca no animal aspectos seus (físicos, sociais, psicológicos) que considere falhos.
• Identificação – quando na seleção do animal, a pessoa encontra neste, aspectos similares aos seus.
Os aspectos que definem as escolhas, tanto complementaridade como identificação levam em conta características
culturais e/ou religiosos, mesmo que inconscientemente. Nessas considerações estão implícitas todas as condições
simbológicas (fábulas, por exemplo) recebidas no decorrer da vida, bem como conceitos culturais/religiosos e hábitos
domésticos.
A diversidade cultural mundial é muito grande, e pesquisadas as principais culturas, não encontrou-se unanimidade
para animais repelidos nem para animais aceitos.
Quando o profissional opta por utilizar animais como instrumento terapêutico tem de considerar todos esses aspec-
tos culturais, religiosos, de complementaridade ou identificação, ao se escolher entre esse ou aquele animal de forma a
favorecer ao máximo a aceitação por parte do paciente.
Além disso, deve-se considerar a adequação do mesmo ao processo terapêutico que se pretende. Nisso, inclui-se
tipo e qualidade de interação do animal com o ser humano; porte do animal compatível à limitação física e psicosocial do
paciente; nível de treinamento de aptidões para os exercícios de interatividade e conhecimento por parte do terapeuta
das características e comportamentos do animal a ser utilizado.
Deve-se levar em conta que um pequeno gesto de rivalidade ou competição, um movimento inesperado ou brusco
ou até uma desatenção por parte dos animais que estiverem sendo utilizados, podem comprometer a confiança neces-
sária ao processo em andamento.
É é também através da identificação com o mesmo objeto (neste caso, o cão co-terapeuta), que ocorre o processo
de socialização: um dos benefícios mais citados da A/E/TAA atualmente. Ele estabelece um assunto/interesse em comum
dentre as pessoas envolvidas, facilitando a aproximação e interação do grupo ou até mesmo com estranhos.
Para que o sucesso da TAA seja garantido o planejamento é fundamental, de forma a garantir que a interação seja
positiva e benéfica, colaborando efetivamente no tratamento. O processo de introdução do animal em qualquer tipo de
atendimento deve seguir protocolos básicos do trabalho do profissional, sendo que a presença do animal precisa ser
muito bem pensada e planejada.
É importante lembrar que a TAA não depende só do vínculo com o cachorro, sendo essencial a presença do tera-
peuta, responsável por todo o processo. O cão, por mais importante que seja em todas as etapas do processo, é um
co-terapeuta (RIBEIRO, 1995) porque participa efetivamente do processo, auxiliando a díade terapeuta-paciente a per-
correr diferentes objetivos ou perspectivas.
Biografia
FINE, A. H. (org.).Handbook on Animal-assisted Therapy:theoretical foundations and
guidelines for practice.2a.ed. Nova York: Academic Press, 2000.
RIBEIRO, J.P. Psicoterapia grupoanalítica: teoria e técnica.2ª. ed.São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1995.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
Laís Milani
Formação em Psicologia na Universidade Presbiteriana Mackenzie
Especialização em Psicologia Hospitalar na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Voluntária do INATAA desde 2009
Membro da diretoria de TAA do INATAA no interior de São Paulo (Mirassol).
Cristiane Blanco
Psicóloga
Graduada na Universidade Paulista em 1999
Psicóloga com especialização em Neuropsicologia pelo Inesp.
Psicóloga colaboradora no ambulatório de Transtornos do Impulso no IPQ/HC da FMUSP.
Voluntária do INATAA desde 2009.
Presidente do INATAA.
Resumo
Diferentes regulamentações versam sobre a guarda e posse responsáveis de animais, seu bem-estar, transporte entre
outras questões, nos âmbitos federal, estadual e municipal. O presente texto visa introduzir o leitor no tema, com ênfase
em cães e gatos, sugerindo o aprofundamento através da leitura dos próprios diplomas legais e de sua discussão analítica.
INTRODUÇÃO
A simbiose entre o Homem e os animais retroage aos primórdios da civilização humana. Os primeiros Codex
legais já previam diversos diplomas versando sobre essa relação; o Código de Hammurabi, por exemplo, já dispunha de
regulamentos versando desde a posse de animais, sua locação, danos causados pelos e aos animais, a atividade médica e
veterinária (http://www.infoescola.com/historia/codigo-de-hamurabi/).
Hoje, no Estado Democrático de Direito no qual se insere o Brasil, temos versando sobre o tema diferentes
diplomas legais e sub-legais; entre eles Leis Federais, Estaduais e Municipais com seus respectivos Decretos regulamenta-
dores, resoluções do Executivo ou de entidades de classe com regulamentação legal, etc. O presente texto versa sobre
a inserção do município de São Paulo neste contexto.
Paralelamente, as diferentes legislações do tema são inseridas em diferentes contextos do Direito, entre eles:
Penal, Civil e Administrativo. Aqui abordaremos os temas abaixo, no que tangem e interferem com a Terapia Assistida por
Animais (TAA):
• Posse responsável
• Guarda de animal
• Condução
• Transporte
• Presença de animais em estabelecimentos
LEGISLAÇÃO FEDERAL
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
• Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem
a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida
• Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autori-
dade competente:
• Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos:
LEI Nº 11.977, DE 25 DE AGOSTO DE 2005 - Institui o Código de Proteção aos Animais do Estado
e dá outras providências.
Artigo 3º- Os animais silvestres deverão, prioritariamente, permanecer em seu habitat natural.
Artigo 4º- As pessoas físicas ou jurídicas mantenedoras de animais silvestres exóticos, mantidos em cativeiro, residentes
ou em trânsito, nos Municípios do Estado, que coloquem em risco a segurança da população, deverão obter a competen-
te autorização junto ao Poder Público Municipal, sem prejuízo das demais exigências legais.
Artigo 5º- Fica proibida a introdução de animais pertencentes à fauna silvestre exótica dentro do território do Estado.
Artigo 16 - É vedado:
I - fazer viajar um animal a pé, mais de 10 (dez) quilômetros sem lhe dar descanso, água e alimento;
II - conservar animais embarcados por mais de 6 (seis) horas sem água e alimento, devendo as empresas de transporte
providenciar as necessárias modificações em seu material, veículos e equipamentos, adequando-as às espécies animais
transportadas, dentro de 6 (seis) meses a partir da publicação desta lei;
IV - transportar animais em cestos, gaiolas ou veículos sem as proporções necessárias ao seu tamanho e números de
cabeças, e sem que o meio de condução em que estão encerrados esteja protegido por rede metálica ou similar, que
impeça a saída de qualquer parte do corpo do animal;
V - transportar animal sem a documentação exigida por lei;
VI - transportar animal fraco, doente, ferido ou que esteja com mais da metade do período gestacional, exceto para
atendimento de urgência;
VII - transportar animais de qualquer espécie sem condições de segurança para quem os transporta.
Lei Municipal N° 10.309, 22/04/1987 - Dispõe sobre controle de população e controle de zoonoses no
Município de São Paulo, e dá outras providências.
• Art. 16º O proprietário fica obrigado a permitir o acesso do Agente Sanitário, quando no exercício de suas
funções, ás dependências de alojamento do animal, sempre que necessário, bem como a acatar as determinações dele
emanadas.
• Art. 17º A manutenção de animais em edifícios condominais será regulamentada pelas respectivas convenções.
• Art. 18º Os animais da espécie canina deverão ser anualmente registrados, conforme o disposto no Decreto nº
19.483, de 17 de Fevereiro de 1984, ou em disposições posteriores.
– Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se também aos equídeos.
• Art. 19º Todo proprietário de animal é obrigado a manter seu cão ou gato permanentemente imunizado contra
a raiva.
• Art. 20º Em caso de falecimento do animal, cabe ao proprietário a disposição adequada do cadáver, ou seu en-
caminhamento ao serviço municipal competente
• Art. 25º É proibida a criação e a manutenção de animais de espécie suína, em zona urbana.
• Art. 30º É proibida a permanência de animais nos recintos e locais públicos ou privados, de uso coletivo, tais
Lei Municipal Nº 13.725, 09/01/2004 - Institui o Código Sanitário do Município de São Paulo.
• Art. 23º - Toda e qualquer instalação destinada à criação, à manutenção e à reprodução de animais, em zona
urbana ou rural, deve ser construída, mantida e operada em condições sanitárias adequadas e sem causar incômodo à
população e transtornos ao entorno.
– § 1º - Os proprietários de imóveis residenciais ou legalmente estabelecidos, onde existam criações de animais,
são responsáveis pela manutenção das instalações destinadas a esse fim.
– § 2º - As instalações devem obedecer aos princípios de bem-estar animal e adequar-se às exigências da espécie
abrigada no local.
– § 3º - A criação de outros animais em área urbana do Município estará sujeita às normas emanadas da autori-
dade sanitária municipal.
– § 5º - A vacinação anti-rábica e o registro de cães e gatos são obrigatórios, cabendo a sua regulamentação ao
órgão coordenador do Sistema Municipal de Vigilância em Saúde.
• Art. 153 - O descumprimento das normas constantes da Lei nº 10.309, de 22 de abril de 1987, caracteriza infra-
ção ao Código Sanitário ora instituído, aplicando-se as penalidades e os procedimentos administrativos nele previstos.
Decreto Municipal nº 48.914, DE 08/11/2007 - altera o decreto nº 41.685, de 13 de fevereiro de 2002, que
regulamenta a lei nº 13.131, de 18 de maio de 2001, modificada pela lei nº 14.498, de 13 de setembro de 2007.
“Art. 21 Em estabelecimentos comerciais, excetuados aqueles que fabriquem, manipulem, beneficiem, preparem ou ven-
dam produtos alimentícios, a proibição ou liberação da entrada de animais fica a critério dos proprietários ou gerentes
dos locais, obedecidas as leis e normas de higiene e saúde.
§ 3º A entrada ou permanência de animais em locais ou estabelecimentos comerciais varejistas que fabriquem, manipu-
lem, beneficiem, preparem ou vendam produtos alimentícios será permitida somente na área de consumação, desde que
os estabelecimentos possuam espaço reservado, exclusivo e adequado para recebê-los, obedecidas as leis e normas de
higiene e saúde.
§ 4º Entende-se como espaço reservado, a área de consumação destinada para os consumidores e seus animais, revestido
de material sanitário, protegido contra sol e chuva, provido de ponto de água para higienização freqüente. Este espaço
deve ser isolado das áreas de recepção de matéria prima, armazenamento, preparo, venda e consumação, para evitar
contaminação cruzada de alimentos e incômodo aos demais consumidores.
§ 5º Na hipótese do § 3º deste artigo, o estabelecimento deverá manter funcionário, paramentado para efetuar a higie-
nização do ambiente, sendo que este em hipótese alguma poderá manipular alimento ou prestar serviços como garçom.
§ 6º Não será permitida a entrada de animais em estabelecimentos comerciais varejistas de pequena permanência sem
consumação no local, tais como supermercados, mercearias, padarias e similares.”(NR)
DEFINIÇÃO
Uma pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar
novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de
aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. (Kourganoff 1990)
TIPOS DE PESQUISA:
Quanto à finalidade:
Pesquisa pura (básica): satisfação do desejo de adquirir conhecimentos, sem que haja uma aplicação prática prevista.
Pesquisa aplicada: os conhecimentos adquiridos são utilizados para aplicação prática voltados para a solução de
problemas concretos específicos.
Quanto à modalidade:
• Pesquisa de campo: É a observação dos fatos tal como ocorrem. Não permite isolar e controlar as variáveis, mas
perceber e estudar as relações estabelecidas.
• Experimental: Objetiva criar condições para interferir no aparecimento ou na modificação dos fatos, para poder
explicar o que ocorre com fenômenos correlacionados.
• Bibliográfica: Recupera o conhecimento científico acumulado sobre um problema.
• Pesquisa descritiva:
Na pesquisa descritiva os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem interferência
do pesquisador, usando-se técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário e observação sistemática).
• Pesquisa explicativa:
Visa explicar e criar uma teoria a respeito de um fato/fenômeno/processo, identificando fatores determinantes para
sua ocorrência. Pode ser realizada através de experimentos ou observações.
• Pesquisa bibliográfica:
Imprescindível para qualquer pesquisa científica, ela consiste em recuperar o conhecimento científico acumulado
sobre um problema.
• Pesquisa experimental:
Consiste em experimentar, fazer experiência reproduzindo de forma controlada um fato/fenômeno/processo da
realidade com o objetivo de descobrir os fatores que o produzem ou que acompanham a sua ocorrência.
• Pesquisa quantitativa:
As variáveis observadas numa pesquisa quantitativa são relativamente poucas, objetivas - isto é, diferentes obser-
vadores obterão os mesmos resultados em observações - e medidas em escalas numéricas. Os dados coletados são
analisados por meio de técnicas estatísticas.
• Pesquisa de laboratório:
Não deve ser confundida com pesquisa experimental mesmo se a maioria das pesquisas de laboratório é experimental.
O que caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de que ela ocorre em situações controladas, valendo-se de
instrumental específico e preciso. Tais pesquisas, quer se realizem em recintos fechados ou ao ar livre, em ambientes
artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente estabelecido e de acordo com o
estudo a ser realizado.
Rodrigues W. C. 2007
1. Escolha do tema
– O que vou pesquisar?
– Um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver
– Assunto interessante para o pesquisador
– Originalidade não é pré-requisito
– Fontes de assuntos: vivência diária, questões polêmicas, reflexão, leituras, conversações, debates, discussões
2. Revisão de literatura
– Quem já pesquisou algo semelhante?
– Busca de trabalhos semelhantes ou idênticos
– Pesquisas e publicações na área
3. Justificativa
– Por que estudar esse tema?
– Vantagens e benefícios que a pesquisa irá proporcionar
– Importância pessoal ou cultural
– Deve ser convincente
4. Formulação do problema
– Quais as perguntas às quais estou disposto a responder?
– Definir claramente o problema
– Delimitá-lo em termos de tempo e espaço
5. Determinação de objetivos
– O que pretendo alcançar com a pesquisa?
– Objetivo geral – qual o propósito da pesquisa?
– Objetivos específicos – abertura do objetivo geral em outros menores (possíveis capítulos)
7. Coleta de dados
– Como será o processo de coleta de dados?
– Como? Através de que meios? Por quem? Quando? Onde?
– Paciência
KOURGANOFF,Wladimir. A face oculta da universidade.Tradução Cláudia Schilling; Fátima Murad. São Paulo : Editora
da Universidade Estadual Paulista, 1990.
Tognetti M.A.R. em http://lob.incubadora.fapesp.br/portal/t/metodologia/pesquisa.pdf em acesso em 08/04/2011
A equoterapia vem evoluindo no Brasil, embora não na aplicabilidade de pesquisas científicas que ainda se en-
contram em desenvolvimento, e muito menos em questões anteriores iniciais contidas em como aspectos singulares na
aquisição dos centros de equoterapia para o seu funcionamento.
As demandas, as perspectivas, as metodologias, as concepções, as adaptações do trabalho da equoterapia como
um todo, um processo, vem se construindo e evoluindo frente as organizações dos centros terapêuticos em todo o
Brasil.
Nessa situação, de como um melhor funcionamento dos centros de equoterapia na sua conduta terapêutica de
habilitação e reabilitação e como sucesso de inclusão e inserção seja social, educacional, ou talvez biopsicossocial, visto
a necessidade de expansão dos serviços múltiplos de intervenções na equoterapia ao qual somos sabedores da impor-
tância relevante da interdisiciplinariedade, transdisciplinariedade, e da multidisciplinariedade, entre outros fatores para a
efetivação do foco terapêutico na equoterapia.
O que de fato é o praticante de equoterapia dentro dos direcionamentos terapêuticos e nas suas evoluções nos
atendimentos graduais, de triagem e prognósticos. Aqui não falamos distintamente no praticante como ser separado nas
suas totalidades físicas ou motoras sejam estas cognitivas, emocionais, psicológicas, neurocognitivas, entre outros focos.
O enfoque não pode ser unicamente e exclusivo em sinapses, estímulos e respostas, o paciente em respostas unilaterais
de membros, tronco, cervical, memória, agressividade, ansiedade, ou até mesmo se dirigir a um centro de equoterapia
para passeio a cavalo.
E como os centros de equoterapia nas suas articulações e demandas podem se estruturar com o cunho de
acessibilizar a equoterapia para todos de forma que o paciente não esteja só inserido nos atendimentos, entretanto seja
incluso nas suas potencialidades e totalidades, participe do processo de equoterapia de acordo com as suas limitações.
Hoje os centros de equoterapia em todo Brasil tem uma demanda ampla e variada da sua clientela nos aten-
dimentos equoterápicos, sejam eles particulares, voluntários, gratuitos, de parceria com instituições, de parceria com
prefeituras, contudo cada um na sua especificidade de clientela, demanda, características arquitetônicas, financeiras, fun-
cionais, estruturais e organizacionais.
Público que têm indicações, direcionamentos, parcerias, e a questão está em como acessibilizar a equoterapia
para a inclusão de todas as pessoas com deficiência que procuram e como lidar com os casos de contraindicações nesses
encaminhamentos dos parceiros no processo de seleção da demanda dos atendimentos.
A demanda e direcionamentos dos centros de equoterapia estão ocorrendo, as dificuldades no processo de
indicação e contraindicação para o tratamento equoterápico estão corriqueiros. E existem muitas perspectivas mediante
ao avanço do praticante durante as sessões, o que conseguimos ou não conseguimos evoluir no prognóstico do diagnós-
tico apresentado.
Equoterapia
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Além de todas as tangentes que norteiam o nosso trabalho com o praticante na equoterapia, precisamos re-
pensar a nossa prática mediante a equipe multidisciplinar de forma da inclusão da mesma nesse âmbito de intervenção
terapêutica, como além de acessibilizar o praticante para o atendimento na equoterapia, acessibilizar o conhecimento da
equipe multidisciplinar no atendimento do praticante.
O propósito dessa reflexão é que a Equoterapia quanto método terapêutico, pode proporcionar a oportunidade
de incluir praticantes antes considerados contraindicados em suas atividades desde que as mesmas sejam adaptadas as
suas capacidades e necessidades. Temos que pensar nas oportunidades de nosso ambiente de trabalho que nos oferece
multiplicidade em sua riqueza de possibilidades.
A Equoterapia nesta proposta deve ser vista além de sua possibilidade e capacidade de (re) habilitar seus praticantes
em suas dificuldades motoras. A palavra (re) habilitar é proporcionar qualidade de vida seja ela realmente proporcionada
para o ser humano em sua integridade, seja, saúde física, mental/emocional, familiar, social... Pensarmos em nossos prati-
cantes como seres além da patologia se faz preciso.A complexidade de uma patologia adquirida após acidente ou durante
qualquer estágio de desenvolvimento nos faz resumir as capacidades e funcionalidades ainda existentes e preservadas,
trabalhar as forças para (re) habilitar as fraquezas.
Acho que já perceberam a maneira como escrevo aqui a palavra (re) habilitar, usamos dela para todos os nossos
praticantes e esquecemos que muitos deles nunca viveram ou experimentaram algumas de suas funções e possibilidades.
Quero dizer que muitas crianças ou até adolescentes e adultos adquiriram suas patologias no início de suas vidas sendo
assim não podemos falar em reabilitar, por exemplo a função motora e sim habilitar, pois como é o movimento como
reconhecer o que meu corpo deve fazer e como é o correto. Habilidades motoras não são apenas mecânicas, mas nestes
casos devem ser conscientes para poderem existir, ter forma e espaço.
Na (re) habilitação de praticantes temos que ter como foco principal a qualidade de vida dos mesmos e experimen-
tar é manter-se vivo. E se falando em (re) habilitação temos um universo vasto, onde podemos desenvolver atividades
motoras.
Termos em mãos um método como o da equoterapia é favorável, pois em simples atividades desenvolvidas
como a de apenas ter ao lado um animal tão carinhoso e adorável, talvez com experiências sensoriais, emocionais, ami-
zade, reciprocidade, é um simples fato de se manter vivo, de buscar forças, de existir.
A montaria pode ser uma consequência natural de todo um processo. Este por sua vez deverá ser planejado de ma-
neira específica para cada praticante, respeitando suas limitações e etapas de desenvolvimento.
A partir daí podemos oferecer uma diversidade de propostas de trabalho, mesmo de maneira simples a riqueza que
nos é oferecida até em um momento de observação do cavalo é imensa.
Segundo a ANDE-BRASIL – Associação Nacional de Equoterapia (2011, p.7):
Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo numa abordagem interdisciplinar nas áreas da educação,
saúde e equitação, para pessoas com deficiência, buscando melhorias significativas no aspecto físico, psicológico, emocio-
nal, cognitivo, biopsicossocial, entre outros. Obtendo resultados benéficos de até 80% no convívio social.
Equoterapia
37
Na equoterapia o praticante (nome designado ao aluno ou paciente que pratica a equoterapia) participa da sua
própria reabilitação, e obtém como amigo o cavalo que possui uma grande sensibilidade de carinho com a pessoa com
deficiência, deixando-o manusear e montar, e também possui uma andadura tridimensional que emite para o cérebro do
praticante de 120 a 180 estímulos, que facilitam a melhora em menor tempo. O cavalo atua na equoterapia como agente
facilitador da aprendizagem, de inserção, de reinserção social, e cinésioterapêutico.
Neste método conseguimos atingir vários objetivos, entre:
• segurança;
• autoestima;
• afeto;
• ensino aprendizagem;
•
desenvolvimento biopsicossocial;
• equilíbrio;
• psicomotricidade;
• coordenação motora;
• sensibilidade;
• AVD (ativida-
de de vida diária);
• autoconfiança;
• reedução postural;
• regularização do tônus muscular;
• estimulação propioceptiva;
•
interação;
• socialização;
• interesse;
• fala;
• cognitivo;
• ritmo;
• comunicação global, entre outros.
Em intervenções na equoterapia às vezes atingimos objetivos aos quais não havíamos direcionados nas terapias, por-
tanto estavam vinculadas a outros objetivos.
É importante ressaltar, que o cavalo não é um brinquedo que aceita tudo, mas este têm as suas vontades, limites de
aceitação e tolerância, precisando ser respeitado.
Fases da equoterapia: hipoterapia, educação-reeducação, pré esportivo e esportivo.
Equoterapia
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Controle de Saúde Animal
Prof. Dr. César Augusto Dinóla Pereira
Médico Veterinário
Professor nas Universidades: Anhembi Morumbi, UNISA e UnG.
dinolaca@anhembi.br
DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS COM POTENCIAL ZOONÓTICO NA PRÁTICA DA
ATIVIDADE E TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS (A/TAA)
Os benefícios dependem da saúde dos animais terapeutas, pois existem diversas doenças de animais que podem ser
transmitidas ao homem, doenças estas definidas como zoonoses.
Nos parágrafos abaixo temos uma breve descrição dos principais agentes etiológicos, organismos responsáveis por
doenças infecciosas e parasitárias de animais que possuem caráter zoonótico, características da doença e medidas gerais
a serem tomadas para evitar-se a transmissão das mesmas para os pacientes atendidos (profilaxia).
• Salmonelose
Trata-se de doença infecciosa causada por bactérias do Gênero Salmonella.
Animais infectados e o próprio homem podem apresentar diarréia e eventualmente infecção generalizada (septice-
mia) e urinária. É uma zoonose particularmente importante em pacientes imunossuprimidos, como Aidéticos, transplan-
tados, ou submetidos à quimio/radioterapia.
Através das fezes ocorre a contaminação ambiental e de alimentos ocasionando acidentalmente a infecção no homem.
Além de cães, animais de sangue frio, entre eles, tartarugas, lagartos e cobras, são fontes de infecção para seres
humanos. Atualmente são conhecidas mais de 2400 sorotipos, dentre estes: thiphimuriun, dublin, enteritidis /gallinarium,
infectando respectivamente o homem, cães/eqüinos e aves.
Preventivamente podem ser realizados exames coprológicos para o isolamento do agente.
• Campilobacteriose
A Campilobacteriose é uma das principais infecções intestinais de causa bacteriana, sobretudo em países em desenvol-
vimento. De maneira semelhante à Salmonelose, adquire uma maior relevância em pacientes jovens e principalmente em
imunossuprimidos, uma vez que a septicemia ocorre mais frequentemente nestes indivíduos do que na população em geral.
Os animais domésticos são reservatórios da bactéria do gênero Campylobacter espécie jejuni. Entre eles bovinos me-
recem destaque devido à possibilidade de transmissão pelo leite não pasteurizado por vacas com mastite. Por outro lado,
a freqüência de isolamento do agente em cães e gatos com quadro diarréico pode chegar a 20 e 13%. Aves e animais
silvestres também podem se infectar.
A transmissão ocorre por contaminação acidental de água e alimentos, em particular leite não pasteurizado. Portanto,
animais com diarréia devem ser levados ao veterinário para a identificação do possível agente, bem como medidas gerais
de higiene pessoal devem ser adotadas.
• Tuberculose
A tuberculose é uma infecção crônica de maior índice de mortalidade entre os seres humanos, sobretudo em pessoas
acometidas por processos imunossupressores como AIDS, alcoolismo e desnutrição. A doença é causada pela bactéria
do gênero Mycobacterium das espécies tuberculosis, bovis e avium, e a susceptibilidade de cães e gatos e animais silvestres
são variáveis para cada uma destas espécies.
Apesar da susceptibilidade dos animais de companhia, a literatura relata que a transmissão destes ao homem nunca
foi relatada ou que seria extremamente rara. A doença pode ser considerada uma zooantroponose, ou seja, a ocorrência
da doença em humanos acompanha a casuística em animais.
A transmissão está associada à ingestão de água e alimentos de origem animal contaminados, especialmente carne
crua e leite não pasteurizado, onde reside a forma de controle e prevenção da transmissão. Alternativamente o agente
pode ser transmitido por meio de aerossóis o que é favorecido em ambientes confinados.
• Psitacose
Também conhecida como Clamidiose aviária, ornitose, febre dos papagaios, é uma doença causada pela bactéria
Chlamydophila psittaci.
Inicialmente foi identificada em psitacídeos (papagaios, araras e periquitos) e posteriormente verificou-se a infecção tam-
bém em outras espécies de aves (pombos, galinhas, canários, etc.), répteis e mamíferos, incluindo o homem. Na espécie humana
acomete, principalmente, indivíduos que mantêm contato direto com aves, a exemplo de trabalhadores em abatedouros de
aves, lojas de animais ou proprietários de pássaros e outros animais domésticos, o que lhe dá um caráter de doença ocupacio-
nal. A infecção confunde-se com gripe, contudo a forma grave da doença pode ser observada em pessoas idosas.
Em função da ausência de vacinas, os cuidados com aves envolvem a manutenção de ambientes livres do agente, a
adequada higiene dos recintos, boa alimentação e quarentena de indivíduos novos.
• Febre Maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Em São Paulo, já foram descritos
casos de febre maculosa nos municípios de Mogi das Cruzes, Diadema, Santo André, Pedreira, Jaguariúna e Campinas.
A transmissão se dá por intermédio do carrapato Amblyomma cajenene (“carrapato estrela”, “carrapato de cavalo”,
as larvas são conhecidas por “carrapatinhos” ou “micuins” e as ninfas por “vermelhinhos”). Os carrapatos Amblyomma
cajenense são responsáveis pela manutenção da R. rickettsii na natureza e o homem é intensamente atacado nas fases
de larvas e ninfas, portanto na primavera e verão. No homem a doença se caracteriza por início súbito com febre de
moderada a alta que dura geralmente de 2 a 3 semanas e é acompanhada de cefaléia, calafrios, congestão das conjuntivas.
• Criptococose
A criptococose é uma infecção micótica sistêmica causada pela levedura chamada Cryptococcus neoformans que aco-
mete diversos mamíferos domésticos (cães, gatos, bovinos, ovinos e eqüinos), silvestres (raposas, furões, macacos, etc.) e
o homem. São conhecidas duas variantes: a neoformans, encontrada em solo rico em excretas de aves (em particular de
pombos), e a gatti (isolada de folhas e cascas de eucaliptos); ambas transmitidas por aerossóis.
O quadro clínico é caracterizado por rinite, sinusite e pneumonia, podendo o microrganismo se disseminar pela
corrente circulatória e provocar meningite. A gravidade da infecção também está relacionada ao status imunológico do
paciente, e esta doença ganha relevância em indivíduos imunossuprimidos (aidéticos, transplantados, etc.).
Felinos doentes apresentam sinais respiratórios como espirro, corrimento nasal, muco purulento e em função de
formações firmes no tecido subcutâneo dos ossos do nariz pode ocorre um aumento de volume na região, lesão esta
conhecida como “nariz de palhaço”.
Como prevenção, principalmente em áreas urbanas, deve-se evitar a exposição a ambientes com grande acúmulo de
fezes de pombos.A remoção/limpeza de fezes e o controle da população de pombos devem ser mantidos pelos órgãos públicos.
• Esporotricose
A esporotricose é uma micose subcutânea que pode acometer diversas espécies animais, incluindo o homem.Trata-se
de uma doença crônica causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii, cujo hábitat é o solo e locais com matéria
orgânica vegetal em decomposição.
A transmissão costuma ocorrer acidentalmente através de inoculação cutânea traumática, de solo, vegetais e matéria
• Toxoplasmose
Trata-se de uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. A doença ganha destaque entre os felinos (do-
mésticos e silvestres), pois são os únicos hospedeiros definitivos deste agente. Os gatos apresentam no trato gastrintes-
tinal os estágios sexuais do parasito e pelas fezes são eliminados os oocistos (formas infectantes) para o meio ambiente
e para os chamados hospedeiros intermediários que incluem diferentes vertebrados, inclusive o ser humano.
Contudo, é importante ressaltar que o período de eliminação dos oocistos pelas fezes dos felinos é muito curto (uma
a duas semanas), o que conseqüentemente dificulta a transmissão direta ao homem. Estudos epidemiológicos relatam que
a taxa de pessoas soropositivas é variável em função da idade. Em parques com areia contaminada a positividade é maior
em crianças que a ingerem acidentalmente. Por outro lado, de maneira, a principal forma de transmissão para os seres
• Giardíase
A giardíase é uma infecção observada com mais freqüência em indivíduos jovens do que em adultos em diversos
hospedeiros, com prevalência de 15% em crianças de países em desenvolvimento, de 20% a 35% em cães e de 10% a 15%
em gatos. Atualmente são conhecidas três formas morfológicas do protozoário flagelado Giárdia,entre elas a intestinalis
que acomete o homem e outros animais domésticos, muris das aves, roedores e répteis e agilis dos anfíbios.
A infecção por esse protozoário pode ser adquirida através da ingestão de alimentos e principalmente de água
contaminada por oocistos deste parasito. Os indivíduos infectados desenvolvem quadros diarréicos e a contaminação
ambiental pelas fezes de animais infectados pode resultar na transmissão acidental direta ao homem.
O tratamento é longo e reinfecções são freqüentes.Vale ressaltar que o homem é o principal reservatório da giardíase.
Para prevenir e minimizar os casos de infecção por Giardia por pets, os proprietários devem manter boas práticas de higiene
pessoal e de alimentação, além de realizar exames parasitológicos regulares nos animais e por fim proceder á vacinação.
• Leishmaniose
É uma doença causada pelo protozoário do gênero Leshimania, cuja infecção resulta em duas formas clínicas de mani-
festação: cutânea-mucosa e a visceral, também chamada de Leishmaniose Visceral Americana (LVA) e Calazar.A LVA no Brasil
é causada pela espécie chagasi. Comumente cães infectados apresentam dermatopatias cujas lesões se assemelham à de
outros agentes etiológicos como dermatófitos, bactérias e ácaros, o que indica a necessidade de diagnóstico diferencial.
A transmissão da doença ocorre pela picada de mosquitos infectados conhecidos por “mosquito palha”, “birigui” ou
“tatuquira”, comuns em regiões de matas e em jardins de áreas rurais ou urbanas.
A importância dos cães no ciclo da LVA ocorre quando um animal sadio é infectado pelo mosquito contaminado.
A partir deste momento o cão infectado torna-se o principal reservatório do parasito em áreas urbanas e, através
da picada do mosquito vetor, o protozoário pode ser transmitido para o proprietário, além de outros animais que
convivam na proximidade.
A doença adquiriu importância devido à ocorrência de casos em cães no Município de Araçatuba, a partir de 1998,
e principalmente pelo registro de um caso na espécie humana em 1999. Desde então se observou o alastramento desta
zoonose em cães de outros municípios da região oeste do Estado, com relatos da positividade em cães no município de
Embu em 2002. Felizmente não foram detectados cães positivos no município de São Paulo até o presente momento.
Uma vez que uma das medidas de controle da doença envolve a eutanásia dos animais positivos, além do controle
do mosquito vetor, esforços da indústria veterinária resultaram no desenvolvimento e avaliação de formas alternativas,
entre elas: coleira repelente de mosquitos e vacina contra o protozoário.
• Sarna Sarcoptica
Também conhecida como escabiose, é uma enfermidade causada por um ácaro do Gênero Sarcoptes scabiei (varieda-
de canis). O parasito cava verdadeiras galerias na pele dos animais e, devido à reação inflamatória, o cão desenvolve um
quadro alérgico caracterizado por prurido (coceiras). Consequentemente o animal apresenta escoriações na pele, perda
de pêlos e formação de crostas.
De maneira semelhante ao que foi exposto para as dermatofitoses, a transmissão pode ser direta ou indireta entre animais
e o homem. Uma observação interessante que diferencia dermatofitoses da escabiose é que nas dermatofitoses normalmente
não existe prurido nos animais, apenas nos homens, ao passo que na escabiose ambos apresentam prurido intenso.
Os cuidados na prevenção e tratamento são semelhantes aos expostos para a dermatofitose.
ORIENTAÇÕES GERAIS:
Exames clínicos:
Rotina: Os animais devem passar por uma avaliação clínica periódica. Nestas oportunidades serão realizados exames
clínicos, e eventualmente outros exames auxiliares para a avaliação do estado geral do animal e a detecção de possíveis
doenças assintomáticas no mesmo. Nestas visitas geralmente são realizados a vacinação, exames coproparasitológicos e
eventualmente a prescrição de medicamentos para o combate de endo e ectoparasitas.
Sinais e sintomas: Na evidência de sinais de vômito, diarréia, tosse, espirro, corrimentos, lesões cutâneas e alterações
de comportamento dos animais, estes devem ser levados prontamente para uma avaliação clínica veterinária. O proprie-
tário deve questionar se a doença tem caráter zoonótico e se necessário deve consultar um médico alertando-o de que o
agente etiológico foi identificado ou que existe a suspeita do animal estar infectado pelo agente infeccioso.
Alimentação:
Preferencialmente os animais devem ser alimentados com rações comerciais de boa qualidade, que, além de for-
necer os nutrientes de forma balanceada, evitam a transmissão de patógenos. Deve-se evitar alimentos crus (carnes,
Escolha do animal:
Filhotes de animais oriundos de centros de controle de zoonoses, de abrigos e de rua possuem alta probabilidade
de transmissão de doenças e, portanto devem ser submetidos a um período de quarentena (6 a 12 meses) e a exames
clínicos/laboratoriais.
A castração não é obrigatória, apesar de ser sugerida.
INTRODUÇÂO
Quando um animal é selecionado para ser terapeuta, a pessoa que cuida e tem a posse deste animal tem que saber
que os cuidados requeridos para este animal são bem mais exigentes. Esta apostila tem como por objetivo orientar
proprietários, instituições e os próprios veterinários que lidam com seus animais, quais são os cuidados necessários,
lembrando que os de pequeno porte, como cães e gatos, frequentam ambiente (hospitais, asilos entre outros) que
necessitam extrema higiene por parte dos nossos animais. Por isso temos que estabelecer certos protocolos para que o
relacionamento entre o homem e o animal seja da forma mais harmoniosa e saudável possível.
ANAMNESE
É muito importante fazer uma boa anamnese do animal terapeuta para termos um bom histórico do animal.
Os dados consistem na identificação do animal (idade, espécie, raça); ambiente em que vive; dieta e história médica
(enfermidades e/ou cirurgias). O local de origem e há quanto tempo se tem o animal são outros dados a se coletar.
Os gatos terapeutas devem ainda ser negativos ao teste de VLFe (vírus da leucemia felina) e VIF (vírus da
imunodeficiência felina). Além de estritamente indoor, ou seja, não deve ser permitido o acesso a rua, pois pode adquirir
doenças no ambiente fora de casa.
EXAME FÍSICO
O veterinário deve realizar um exame completo e registrar o peso corpóreo, este último se faz necessário porque
se torna um indicador do estado nutricional do animal. Além de anotar no prontuário a temperatura, a frequência
respiratória e cardíaca, bem como o tempo de preenchimento capilar (TPC), o examinador deve auscultar o tórax e
palpar o abdome totalmente para evidências de anormalidades físicas.
A cavidade bucal e os dentes devem ser examinados regularmente. A enfermidade periodontal em geral se inicia
quando aparecem os primeiros dentes na boca e prossegue em graus variados por toda vida do animal.
Sempre avalie cuidadosamente a coloração das mucosas, pois podem fornecer informações muito importantes
sobre a saúde do animal
A pele, a pelagem e os condutos auditivos externos devem ser examinados para evidências de infecção bacteriana,
parasitas externos (i.é, ácaros do ouvido, pulgas, carrapatos) ou dermatofitose.
Qualquer patologia que limite o animal terapeuta ou que possa ser prejudicial a outros animais e/ou ao ser humano
deve-se afastá-lo temporariamente até que se recupere e retorne suas atividades.
CÃES
Um cão terapeuta precisa sempre vacinar com vacina CA2PL-PC (popularmente chamada de V8 ou V10), Raiva,Tosse
Parvovirose: causada pelo parvovírus canino é uma doença altamente contagiosa que causa gastroenterite
hemorrágica aguda. A incubação dura de três a quatros dias. Os principais sintomas são a falta de apetite, apatia,
vômito, diarréia hemorrágica e desidratação. A evolução é muito rápida e freqüentemente fatal se o animal não receber
imediatamente terapia intensiva apropriada.
Cinomose: é uma doença viral multissistêmica, altamente contagiosa do cão e de alguns outros carnívoros. É
freqüente nos filhotes, mas também atinge os adultos. A contaminação ocorre pelo contato com um animal doente. O
tempo de incubação é de três a sete dias. A doença pode se apresentar de três formas: pulmonar, intestinal e neurológica.
Os sintomas incluem febre persistente, olhos vermelhos e secreção nasal. Pode ocorrer tosse seca, sinal de traqueite,
podendo evoluir em bronquite ou broncopneumonia, além dos sintomas gastrointestinais como vômito e diarréia.
Quando os sinais neurológicos se apresentam, o caso costuma ser mais grave, e o cão pode apresentar convulsões,
contrações musculares permanentes, torpor e coma. O tratamento deve ser imediato e intensivo.
Leptospirose: A leptospirose é causada por sorovares da bactéria Leptospira interrogans , que infecta a maioria dos
animais silvestres, domésticos e o homem. A contaminação ocorre através do contato com a urina de animais infectados.
Os principais sinais clínicos incluem: febre, depressão, anorexia, vômito, relutância em se mover devido à dor muscular,
hemorragias, desidratação e outros sintomas que podem levar tanto o animal quanto o homem á morte. A prevenção
se dá principalmente pela vacinação anual ou semestral (em áreas endêmicas) e pelo controle de roedores. Recomenda-
se uma revacinação a cada 6 meses para leptospirose, isso porque a duração da imunidade produzida pela vacina é em
média de 6 a 8 meses. A leptospirose é zoonótica; consequentemente, recomendam-se precauções e higiene apropriada,
especialmente com relação à urina contaminada.
Coronavirose: é uma doença contagiosa aguda dos cães causada por um vírus que invade principalmente as células
do trato gastrointestinal causando diarréia. Os sintomas normalmente apresentam início agudo de anorexia e depressão,
seguidos por vômito e diarréia.
Hepatite infecciosa canina: é causada pelo adenovírus do tipo 1. É adquirido através da exposição oronasal e
eliminado em todas as secreções durante a infecção aguda e pode ser eliminado por pelo menos mais 6 a 9 meses pela
urina após a recuperação. Dentre os sintomas estão febre, vômito, diarréia, dor abdominal e faringite. Podem ocorrer
também sintomas neurológicos.
Adenovirus tipo 2 e Parainfluenza: tratam-se de doenças que acometem as vias respiratórias. Elas possuem um
Importante: A leishmaniose é uma infecção séria causada por protozoário a Leishmania spp. A doença é mais co-
mum em humanos e cães, mas pode ser vista em gatos e outros animais domésticos. A doença é distribuição mundial e o
Brasil possui algumas regiões endêmicas. Portanto regiões endêmicas devem vacinar seus cães contra esta doença também.
GATOS
• Vacinação anual com a vacina Quádrupla ou Quíntupla felina
A vacina quádrupla protege contra Rinotraqueíte, Calicivirose, Panleucopenia Felina e Clamidiose e a vacina
quíntupla protege contra todas as enfermidades anteriores além da Leucemia Felina.
Rinotraqueite: Herpesvírus Felino tipo1, anteriormente conhecido como Vírus da Rinotraqueíte, pode causar
uma variedade de sintomas. Ele afeta o trato respiratório superior, causando secreção nasal e espirros por causa da rinite,
conjuntivite, úlceras de córnea e orais, diarréia e febre. Pode causar ainda, na fêmea, aborto e morte neonatal. É a causa
mais comum de conjuntivite crônica e que não responde a tratamento por antibióticos.
Calicivirose: causada pelo calicivírus felino leva a sintomas respiratórios como rinite, espirros, conjuntivite,
pneumonia, além dos sintomas gerais como anorexia, depressão, febre e descarga nasoocular. Em alguns gatos a ponta
do nariz pode se encontrar ulcerada e com crostas. Trata-se de um vírus muito resistente, a sobrevivência média fora do
gato é de 8 a 10 dias e a contaminação se dá através das secreções.
Panleucopenia Felina: esta infecção parvoviral além de severa é altamente contagiosa nos gatos. O vírus é
eliminado em todas as secreções corporais por até 6 semanas. A incidência e a taxa de mortalidade são mais altos nos
gatos jovens. Os sinais clínicos mais típicos são anorexia, depressão, febre alta, vômito persistente, diarréia e desidratação.
A vacinação é altamente efetiva na prevenção da panleucopenia felina.
Leucemia Felina: o vírus da leucemia felina é um retrovírus que constitui uma causa importante de mortalidade
nos gatos domésticos. Este vírus ataca tecidos e órgãos do sistema imune deixando o animal suscetível a uma variedade
de doenças infecciosas. Outra variante da doença leva a formação de tumores.
A prevenção é um bom método de evitar as infecções parasitárias, portanto o controle parasitário é auxiliado por
uma boa higiene; além de vários produtos comerciais existentes para combater estes parasitas (sempre sob a orientação
de uma médico veterinário). Além disso, exame coproparasitológico periódico (a cada 4 meses para o cão terapeuta) é
um bom instrumento para termos um maior controle e nos certificarmos que nosso cão está livre de endoparasitoses.
A maioria das infecções parasitárias intestinais é assintomática; quando os sinais clínicos ocorrem, a diarréia e a perda
de peso são os mais comuns.
Outro endoparasita que possui importância clínica é a Giardia sp, como foi dito anteriormente, trata-se de um
protozoário flagelado, que infecta o intestino delgado, interferindo na absorção. Os sinais clínicos mais frequentes são
uma diarréia aquosa de cor clara (“semelhante à água de arroz”) e de odor fétido, esteatorréia e perda de peso.
PULGAS
Infestações de pulgas em animais domésticos e em ambientes domiciliares são uma ocorrência comum. Pulgas são
responsáveis pela produção e transmissão de várias doenças em humanos e seus animais domésticos.
Os ovos das pulgas podem eclodir de 1 a 10 dias. As larvas recém-eclodidas movimentam-se para áreas protegidas
da luz, onde se alimentam de debris orgânicos e mais importantes, de fezes de pulgas adultas. A fase larvária completa-se
em 5 a 11 dias se alimento suficiente estiver disponível e o clima for ideal. Dessecamento, calor elevado, frio extremo
são deletérios para as larvas.
CARRAPATOS
Os carrapatos lesam os animais causando irritação por suas mordidas; e alguns animais podem produzir reações
de hipersensibilidade; além de servirem como vetores de doenças bacterianas, riquetsias (erliquiose), virais e por
protozoários (babesiose).
A babesiose é uma doença protozoária originária dos carrapatos, que afetam as hemácias predominantemente
dos cães. Os sinais clínicos da doença incluem esplenomegalia, icterícia, anemia, trombocitopenia, hemoglobinúria e
febre. Além de hemorragias orais ou cutâneas petequiais e equimóticas associadas à trombocitopenia ou coagulação
intravascular disseminada.
A erliquiose canina é uma doença relativamente comum nos cães, seu período de incubação é de 7 a 21 dias e leva
as seguintes alterações: perda de peso, sangramento espontâneo, palidez devido à anemia, linfadenopatia generalizada,
hepato e esplenomegalia, uveíte anterior e/ou posterior, sinais neurológicos causados por meningoencefalomielite e
edema de membro intermitente.
CAVIDADE ORAL
Os tratamentos domésticos regulares dos dentes são importantes para a prevenção da enfermidade periodontal. É
interessante orientar o proprietário a importância de fornecer o tipo certo de alimento para a prevenção de enfermidade
periodontal e além da escovação diária dos dentes.
O cuidado doméstico adequado seria três vezes por semana, entretanto, recomenda-se cuidado diário, associado à
outra atividade diária, a fim de que possa tornar-se um procedimento usual e menos provável de ser esquecido. Outras
maneiras de se prevenir a doença periodontal é fazer uso de biscoitos próprios, brinquedos para mastigar e alimento
seco. Cuidado com objetos muito duros, pois podem resultar em fratura de dente ou trauma de tecido mole.
OS OUVIDOS
Otite é a inflamação do conduto auditivo. Pode ser consequência de infecção bacteriana, infestação parasitária (sarna
auricular) ou fúngica ou ainda pela presença de corpo estranho.
Os achados físicos associados à otite externa são prurido, dor, corrimentos aumentados e um odor fétido no ouvido.
O prurido é evidenciado como coceira no ouvido, balanço da cabeça ou esfregação do(s) ouvido(s) no chão ou na
parede. Pode-se observar também alopecia, escoriações e áreas localizadas de dermatite piotraumáticas nos pavilhões
auriculares ou periaurais. Ambos os condutos auditivos externos devem ser examinados, pois apesar dos problemas de
ouvido ser com maior frequência bilateral pode ocorrer de acometer somente um ouvido.
Os proprietários devem ficar atentos aos ouvidos de seu animal podendo assim identificar um corrimento do(s)
ouvido(s) e/ou observar que o animal coça a(s) orelha(s), esfrega-a(s) no chão e/ou grita quando o ouvido é manipulado.
Estes sintomas são típicos de otite externa e otite média.
Além desses problemas acima citados, observa-se também que os animais sofrem alterações comportamentais,
podendo ficar irritáveis e agressivos com os membros da família como resultado da dor no ouvido. Por este motivo que
orientamos os proprietários de cães terapeutas evitarem levar seus animais a assistência, retornado apenas após a cura
total; pois o assistido pode manipular o ouvido deste animal e por estar sensível, este pode agredi-lo.
A PELE
Ao examinar o animal o veterinário deve ficar atento às alterações no pelame, observar se existem locais sem pêlo
ou se há feridas na pele deste animal. A inspeção cuidadosa da pele doente em geral revela uma série de alterações.
O odor proveniente do animal deve ser levado em consideração, porque ninguém quer um animal sujo e fétido ao seu
lado. Os odores na pelagem geralmente se originam de lugares como a boca, orelhas, pés e períneo. Essas áreas devem
ser checadas e lavadas cuidadosamente. A maioria dos xampus removem os odores típicos que os cães adquirem. Em
muitos casos, o odor é uma indicação de doença de pele.
As unhas dos cães e principalmente dos gatos crescem rapidamente e ficam afiadas. Portanto devem sempre ser
cortadas e se possível lixadas para evitar arranhões durante as assistências.
A escabiose canina (sarna sarcóptica) é uma infestação intensamente pruriginosa, transmissível de pele de cães,
causada pelo ácaro Sarcopetes scabiei, e é transferível a outras espécies (zoonose). Observam-se alopecia, crostas
amarelas espessas e escoriações secundárias ao intenso prurido. Os ácaros preferem a pele com pouco pelo, de forma
que são mais comuns nas orelhas, cotovelos, abdome e jarretes. A medida que a doença se dissemina e o pelo cai, podem
eventualmente colonizar áreas maiores do corpo do hospedeiro.
As dermatofitoses são infecções fúngicas que envolvem as camadas superficiais da pele, pêlo e unhas. Pentes, escovas,
cortadores, camas, caixas de transporte e toda a parafernália associada à tosa, movimentação e manutenção do animal
em casa são fontes potenciais de infecção e reinfecção. Considerando que a infecção é quase sempre folicular em cães
HIGIENE DO ANIMAL
Orientar o proprietário a manter as unhas sempre cortadas e lixadas; manter o cão limpo e bem tratado, para isto
seria indicado banho semanal e de preferência próximo à data da visita.
O proprietário ou pessoa que acompanha o animal durante a assistência deve ser orientado a levar lenços umedecidos
para realizar a limpeza das patas de seu animal ao entrar e sair do local visitado.
Deve-se também de levar o seu animal para urinar e defecar antes de entrar no prédio aonde será realizado a
assistência e caso ocorra por acidente, este é responsável pela limpeza imediata do local. Para isso, o acompanhante tem
que carregar consigo sacos para coleta das fezes e papel absorvível e desinfetante para limpeza da urina.
Manter o cão limpo e bem tratado é um conceito de higiene fundamental para um animal terapeuta, para isto seria
indicado banho semanal e de preferência próximo à data da visita.
Manter as unhas curtas, a pele dos idosos costuma ser muito mais fina e delicada, por isso é muito importante que
as unhas dos animais estejam sempre cortadas ou lixadas para evitar que possam causar danos.
VANTAGENS DA CASTRAÇÃO
A castração é recomendada, uma fêmea no cio não deve participar das atividades por uma questão de higiene e para
evitar que cause brigas ou distração entre os machos não castrados presentes.
Muitas são as vantagens conseguidas na castração precoce. Os animais submetidos à castração precoce parecem
tornar-se mais obedientes, mais tranquilos, dóceis, menos propensos a perambular; parecem também manter o
comportamento juvenil (que é muito desejável). São citadas também vantagens relativas à saúde, como, por exemplo, a
diminuição do risco de tumores de mama em caninos.
1. Choque
É o estado clínico que resulta de suprimento inadequado de oxigênio para os tecidos ou de incapacidade dos tecidos
de utilizar apropriadamente o oxigênio. Algumas situações que podem levar ao choque: hemorragia grave, atropelamento,
envenenamento, queimaduras graves, insuficiência cardíaca, infecções graves.
Os sinais clínicos podem ser os mais variados dependendo da causa. Pode-se citar alguns como: depressão do estado
geral; diminuição da pressão do pulso arterial; a coloração da mucosa pode ficar pálida, cianóticas ou muito avermelhadas
dependendo da causa; o animal fica normalmente hipotérmico e com as extremidades frias; o tempo de preenchimento
capilar acima de 2 segundos e as freqüências cardíaca e respiratória ficam elevadas.
Como agir: manter o animal deitado de lado, com a cabeça e tronco abaixo do resto do corpo, a fim de garantir
irrigação para o cérebro e coração; aquecer o animal; desobstruir vias aéreas; estancar hemorragias quando houver e o
mais importante de todos, levar ao médico veterinário mais próximo, o mais rápido possível.
3. Queimaduras
1°Grau: superficial, envolvendo apenas a epiderme. Geralmente cicatriza dentro de 3 a 6 dias.
2°Grau: mais profunda, atingindo epiderme e derme. Ocorre edema subcutâneo e reação inflamatória extensas (com
formação de bolhas). Geralmente cicatriza dentro de 3 semanas.
3°Grau: lesão grave, atingindo todas as camadas da pele. Ocorre edema subcutâneo severo e a pele fica insensível.
Cicatrização lenta.
5. Reações alérgicas
Situações em que podem ocorrer: Picadas de insetos (edema, lesões na pele, prurido, entre outros) inalação de
agentes tóxicos (tosse, espirros, ou reações dermatológicas)
Como agir: retirar o animal imediatamente do contato com o alérgeno e consultar um médico veterinário para
tratamento.
6. Convulsões
São distúrbios transitórios da função cerebral que tem um início súbito, termina espontaneamente e tem uma
tendência a recidivar (Kirk et Bistner). Manifesta-se por tremores, salivação excessiva, incoordenação, e excreções
involuntárias. Geralmente são crises de curta duração.
Como agir: no momento tentar evitar que o animal se machuque. Jamais tente segurar a língua do animal. Depois
consulte seu médico veterinário para que ele possa diagnosticar a causa e iniciar o tratamento se necessário.
7. Vômitos e diarréia
Podem ser causadas por situações de estresse, ingestão de corpos estranhos, de plantas ou de substâncias tóxicas,
hipertermia, entre muitos outros fatores. Quando ocorrer deve-se suspender as atividade com este animal e consular
o veterinário.
Para concluir tenha sempre em mãos o número de um hospital veterinário ou de um veterinário de sua confiança,
para que em uma situação de emergência você telefone imediatamente para um deles e o profissional irá orientá-lo
desde o momento do acidente até o deslocamento do animal ao local a ser tratado.
Para que este trabalho seja viabilizado, grandes barreiras que devem ser transpostas. O preconceito é uma delas, pois,
culturalmente esses animais sempre estiveram ligados a lendas e contos de conotação pejorativa.
Todos os animais utilizados no trabalho devem, obrigatóriamente, possuir origem legal, afim de contemplar a
Lei n.º 9.605, Capítulo V, Dos crimes contra o Meio Ambiente, seção I, dos crimes contra a fauna, Art. 29,
§ 1 °, III. Publicada no D.O.U. 13, de fevereiro de 1998 - Atos do Poder Legislativo, onde se lê o seguinte:
“_Quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta
ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos,
provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida licença ou autorização da autoridade competente”.
O profissional que quiser trabalhar com esses animais deverá ser profundo conhecedor da biologia dos mesmos, ou
estar sempre acompanhado de quem o seja. O especialista, geralmente veterinário ou biólogo tem o entendimento do
limite do animal, e intervirá no momento onde a terapia não será mais segura para alguma das partes, seja do animal ou
do assistido.
Em pessoas que apresentam estado de saúde onde seu sistema imunológico está debilitado deve se tomar cuidados
ainda maiores, pois os répteis podem ser portadores assintomáticos de Salmonelose. Todas as Caranguejeiras
são peçonhentas e possuem pelos que podem causar alergias, as aves podem disseminar psitacose e, desta forma,
comprometer a terapia.
Detalhe primordial é que todos os animais a serem utilizados devem ser alvo de um rigoroso critério quanto ao seu
manejo, principalmente o sanitário. Assim evitaremos problemas com agentes patogênicos.
É função do médico veterinário estipular um protocolo sanitário em que os animais devam ser submetidos que deve
ser seguido rigorosamente pela equipe. Este protocolo envolve exame coproparasitológico, exame físico, hemograma
completo, raspados de pêlos superficiais e profundos, exame direto do pêlo, além de serem negativados para psitacose
e salmonelose, entre outros.
Da Educação
Quando pensamos numa educação para o século XXI encontramos inúmeros desafios. O primeiro deles
Ainda para doutrinar esse fenômeno social em instituições formais contamos com outro dispositivo legal, a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), na qual “prevê que na formação básica do cidadão seja asse-
gurada a compreensão do ambiente natural e social; que os currículos do Ensino Fundamental e do Médio devem
abranger o conhecimento do mundo físico e natural”.
Atualmente, movimentos nacionais e internacionais em favor do meio ambiente têm despertado a consciência
coletiva pública para trabalhar a preservação ambiental. A Educação Ambiental tem sido modalidade educativa
com maior ênfase a ser trabalhada nas instituições formais. No estado de São Paulo, por exemplo, um programa
do grupo CCR AutoBan desenvolve nas escolas públicas um trabalho visando a preservação ambiental com aos
alunos dos 4º e 5º anos.
Da Educação Ambiental
Em virtude de uma percepção global da degradação do meio ambiente e a necessidade de proteção do mesmo
bem como do uso sustentável de seus recursos é que, em uma serie de eventos desde 1951, prevalece às ques-
tões voltadas à conscientização para o desenvolvimento sustentável e proteção da natureza através da Educação
Ambiental.
O Brasil possui diplomas legais que comportam as questões relacionadas ao meio ambiente que regem a Edu-
cação Ambiental. A Constituição Federal destaca em seu Art. 225 que todos têm direito ao Meio Ambiente ecolo-
gicamente equilibrado e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, destacando que
para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público “promover a educação ambiental em todos
os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
A Lei no 9.795/99 regulamentada pelo Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002, dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Cumprindo seu propósito, essa lei define a EA, dá
Art. 2º A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir
ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando
potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.
Art. 3º A Educação Ambiental visa à construção de conhecimentos, ao desenvolvimento de habilidades, atitudes e valo-
res sociais, ao cuidado com a comunidade de vida, a justiça e a equidade socioambiental, e a proteção do meio ambiente
natural e construído.
Através do contato com os animais, o respeito e amor pela natureza por parte das pessoas são aflorados,
tornando-as mais receptivas a adquirir uma consciência que visa à preservação do meio ambiente e o uso susten-
tável de seus recursos.
O Ministério da Educação através da Secretaria de Educação Fundamental recomenda e ampara o uso de ani-
mais na Educação, através do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI, v. 3), com o titulo
“conhecimento de mundo”. Tal método atende o princípio de “forma articulada” de ensinar mencionado na Polí-
tica Nacional de Educação.
Recomenda-se que nos trabalhos que tratam sobre Ciências Naturais às instituições devem ir além da trans-
missão de noções relacionadas aos seres vivos, devem considerar os conhecimentos já existentes por parte do
aprendiz e proporcionar a possibilidade de exporem suas próprias formulações e percepções, para posteriormen-
te poderem compará-los com o que já é revelado pela ciência. O RCN ainda salienta que, em algumas práticas de
ciências, as experiências de observação de animais ou mesmo de plantas são superficiais ênfase recai apenas sobre
características explicitas do ser vivo em questão, por vezes atribuindo adjetivos simplórios como legal e bonito.
Neste sentido, há um prejuízo nas outras características do animal, que só podem ser experimentadas por meio
de uma atividade interativa, permitindo uma aproximação entre o educando e o meio ambiente, fazendo com que
ele descubra as riquezas da diversidade da fauna e da flora. Sobre isso:
“É importante que as crianças tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo,
sejam instigadas por questões significativas para observá-lo se explicá-los e tenham acesso a modos variados de compre-
endê-los e representá-los.” (RCN, p166. 1998)
A exploração e interação da criança com o meio ambiente e seus elementos constitui-se num fator imprescin-
dível para a aprendizagem. Desde a educação infantil, isto é, a primeira fase da criança, entende-se que ela já tenha
desenvolvido capacidade cognitiva suficiente para explorar o ambiente e pode ser encorajada a estabelecer o con-
tato seguro entre animais e plantas bem como outros objetos do meio. Até os 6 anos de idade, já é esperado que
a criança, além de estabelecer contato, compreenda as relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali
se encontram, “valorizando sua importância para a preservação das espécies e para a qualidade da vida humana”.
O contato com animais é recomendado na educação de varias formas, desde a indicação de criar alguns pe-
quenos animais na própria instituição de ensino, até a promoção de excursões para ambientes externos para que
possa observar a diversidade. Essas ações são necessárias para levar os educandos a uma:
“experiência direta — os passeios com as crianças nos arredores da instituição de educação infantil ou em locais mais
distantes, a ida a museus, centros culturais, granjas, feiras, teatros, zoológicos, jardins botânicos, parques, exposições, per-
cursos de rios, matas preservadas ou transformadas pela ação do homem etc. permitem a observação direta da paisagem,
a exploração ativa do meio natural e social, ampliando a possibilidade de observação da criança.” (RCN, p196. 1998).
O RCN recomenda experiências diretas com animais, bem como demais práticas que envolvam seus
cuidados e manejo de forma que as crianças estabeleçam relações com os mesmos, pois considera fundamental a
ampliação do repertório dos alunos.
“[...]Por meio desse contato, as crianças poderão aprender algumas noções básicas necessárias ao trato com os ani-
mais, como a necessidade de lavar as mãos antes e depois do contato com eles, a possibilidade ou não de segurar cada
animal e as formas mais adequadas para fazê-lo, a identificação dos perigos que cada um oferece, como mordidas, bicadas
etc.” (p179. 1998)
É importante ter em mente que qualquer atividade que envolve outro ser vivo deve ser desenvolvida com o
máximo de cuidado, pois tratar os animais com ética e respeito é um dever previsto na constituição brasileira no
Art. 225, inciso VII: “Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”.
A lei 9605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente e, no Art. 32, prevê pena de detenção e multa para quem praticar ato de abuso ou maus tratos a qualquer
animal. Cumpre ressaltar, que também são considerados contravenção penal, pelo decreto lei 3688/41 em seu Art. 64,
ações como tratar animal com crueldade ou submete-lo a trabalho excessivo, com pena de prisão simples ou multa.
Com o objetivo de ampliar o aprendizado, no que tange a educação ambiental, e inserir os conhecimentos
recomendados pelo Ministério da Educação é que são utilizados como recurso paradidático alguns animais con-
siderados silvestres e exóticos, visto que dessa forma possibilitamos um conhecimento empírico acerca da diver-
sidade, riqueza e o modo de lidar com diferentes seres e aspectos da natureza. Nesse sentido o DCNEA destaca:
Art. 23. Os sistemas de ensino, em regime de colaboração, devem criar políticas de produção e de aquisição de ma-
teriais didáticos e paradidáticos, com engajamento da comunidade educativa, orientados pela dimensão socioambiental.
Contudo para que seja viável o uso desse recurso é necessário atentar para a legislação vigente, pois são
previsto sanções penais para o descumprimento da mesma.
A lei 6938/81, dispõe sobre a politica nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e apli-
cação, que visa o estabelecimento de critérios e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais. Em
seu Art.10, ela prevê que atividades que usam recursos ambientais necessitam de prévio licenciamento. O enten-
dimento de recursos ambientais se dá através da lei 7804/89, no Art. 3, inciso V: “recursos ambientais: a atmosfera,
as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna e a flora”.
Compreendendo que os animais silvestres são caracterizados como recursos naturais e que seu uso para a
educação é viável, deve-se atentar para a forma de legalizar o estabelecimento ou atividade, visto que a forma de
aquisição desses animais é determinante para caracterizar o tipo de empreendimento.
Tendo em vista a complexidade que envolve o trabalho com animais silvestres, seja no aspecto legal ou mesmo
no que diz respeito aos cuidados e manejo, é que instituições de ensino buscam apoio e parcerias com outras
instituições, públicas ou privadas, para desenvolver a aprendizagem através desse recurso. Dessa forma os pro-
fessores e educadores ficam responsáveis apenas pela parte pedagógica quando necessário, já os cuidados com a
segurança e bem estar dos animais e demais envolvidos durante as atividades, ficam sob a responsabilidade dos
profissionais qualificados das instituições ou empresas especializadas, como por exemplo, a empresa “Interação
Animal”, que desenvolve e realiza trabalhos e projetos voltados à educação ambiental tendo como foco a cons-
cientização para preservação da natureza e uso sustentável de seus recursos.
Esse tipo de parceria está amparado no Art. 17 do DCNEA:
Art. 17. Considerando os saberes e os valores da sustentabilidade, a diversidade de manifestações da vida, os princípios
e os objetivos estabelecidos, o planejamento curricular e a gestão da instituição de ensino devem:
I – estimular: d) vivências que promovam o reconhecimento, o respeito, a responsabilidade e o convívio cuidadoso com
os seres vivos e seu habitat[...].
Atualmente a “experiência direta” citada no RCN é possível, não apenas em ambientes externos como zo-
ológicos e aquários, mas também dentro do próprio ambiente escolar, tornando-o ainda mais atrativo para os
educandos. Isso é possível mediante o fato de que empresas como a mencionada, possibilita que animais sejam
deslocados, temporariamente, para a escola ou local desejado.
O órgão responsável por cadastrar as atividades que utilizam recursos ambientais é o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, instituído pela Lei nº 7. 804, de 1989. Que dispõe em
seu Art. 17, incisos I e II:
Desde que foi sancionada em 2011, a Lei Complementar n° 140 – que fixa normas para a cooperação entre
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da
competência comum relativas à preservação das florestas, da fauna e da flora – é que o órgão responsável por
orientar com relação atividades, que utilizam animais silvestres, no estado de São Paulo, passou a ser a Secretaria
do Meio Ambiente.
É indispensável a aprovação do órgão ambiental para qualquer empreendimento utilizador de recursos am-
bientais para evitar que, em alguma parte do processo, ocorra qualquer tipo de crime ambiental, listados na Lei
9.605/98 e citado na Lei 5.197/67- que dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências.
Considerações Finais
Tendo em vista o acima exposto, no que se refere tanto aos aspectos metodológicos e conceituais quanto aos
legais, considera-se de extrema relevância para a educação a vivência dos educandos com e no meio ambiente. Há
de se considerar, também, que a parceria com instituições legalizadas para ofertar esse tipo de conhecimento ao
educando é um caminho acertado para a eficácia do trabalho pedagógico.
No que se refere à saúde, muitos estudos apontam que a relação direta com o meio exerce uma relação tera-
pêutica. Em detrimento disso, algumas clinicas e organizações não governamentais têm aderido parceria com esse
tipo de empreendedorismo.
Finalizamos as breves considerações desse tema tão amplo apontando duas vertentes a serem estudadas
e aprofundadas. A primeira está no âmbito do valor moral e leigo de algumas pessoas, que consideram as práticas
empresarias com animais silvestres uma ofensa ao meio ambiente ou uma aparente contradição ao que se propõe
com esse tipo de trabalho. Neste ponto é necessário conscientizar a sociedade, desde indivíduos de muito tenra
idade até os mais avançados nela, de que trata-se de uma atividade legal e importante para aprendizagem humana,
haja vista que crianças de classe baixa de grandes centros urbanos, por exemplo, jamais teriam acesso à esse tipo
de experiência, senão por meio deste tipo de trabalho.
A última questão a ser pontuada é por que, mesmo diante de tantas diretrizes norteadoras, as instituições
formais e não formais não buscam com frequência esse tipo de parceria. Quais os caminhos para o avanço desse
tipo de trabalho que une e nutre esforços pedagógicos e ambientais?
Referencias Bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:Senado, 1988.
BRASIL. Lei nº 9.394/1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Gustavo Bauer
Médico Veterinário - CRMV 20991
Trabalhou como Médico Veterinário, docente da Faculdade da FAJ
Trabalhou como Membro diretor da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens ABRAVAS
Trabalhou como Médico Veterinário, docente da Faculdade da FAJ
“Convencionalmente em nossa sociedade, o lugar do professor esteve voltado para a escola formal. Em tempos
modernos, esses lugares estão sendo cada vez mais polarizados. Não existe mais fronteira para a ação do professor”.
(PAULA,2003,p.18)
JOGO
É incontestável a importância social e pedagógica da utilização do jogo para o desenvolvimento de
crianças e jovens.
O jogo é uma atividade que envolve prazer, é cultural e tem função social. Todos os tipos de jogos
desempenham importante papel no desenvolvimento físico e mental do indivíduo. É um processo fundamental na
socialização do indivíduo e na formação da personalidade, além de favorecer a aprendizagem.
O jogo é um poderoso instrumento pedagógico, pois mobiliza esquemas mentais: estimula o pensamento,
a ordenação de tempo e espaço. Integra várias dimensões da personalidade: afetiva, social, motora e cognitiva
e favorece a aquisição de condutas cognitivas e desenvolvimento de habilidades como coordenação, destreza,
rapidez, força e concentração.
O aspecto emocional e social trabalhado pelo jogo é de grande importância como apoio aos grupos das
áreas de aprendizagem e saúde mental, pois abrange aspectos ligados ao emocional, como a autoestima.
Segundo Elvira Souza Lima, a “autoestima” do aluno se modifica quando ele sente que aprendeu. Todo ser
humano sabe quando está aprendendo algo ou não. Ter consciência de que aprendeu algo é o que muda a baixa
autoestima de qualquer pessoa. Não é algo que se realiza no discurso, mas sim na ação concreta.
As oficinas de jogos facilitam a aprendizagem e possibilitam que os participantes mensurem suas conquistas,
melhorando sua autoestima.
Elvira Souza Lima (2001) afirma que a memória é modulada pelas emoções. Isso quer dizer que os estados
emocionais podem “interferir”, facilitando ou reforçando a formação de novas memórias, assim como podem,
também, enfraquecer ou dificultar a formação de uma nova memória.
O caráter lúdico dos jogos aliados aos cães despertam emoções positivamente significativas.
Trabalhar cognição na presença dos cães promove múltiplos benefícios como aumento da autoestima e
maior nível de atividade, entre outros, pois estudos sobre a interação homem-animal constataram as alterações
no quadro fisiológico após o contato com animais, principalmente com o cão, tais como a diminuição da pressão
arterial, do nível de estresse, depressão, aumento da autoestima e outros. Esses benefícios ocorrem por ação
fisiológica ligada aos efeitos emocionais levando a liberação de B-endorfina, prolactina, oxicitocina, dopamina,
feniletalamina e a redução do hormônio cortisol. Esta ação fisiológica leva a redução da pressão sanguínea e
frequência cardíaca (Odendal, 2000).
Como as emoções interferem nos processos de aquisição de aprendizagem e as pesquisas científicas
comprovam uma ação fisiológica positiva no contato com os animais, a utilização de cães terapeutas nas oficinas
lúdicas garante uma aprendizagem “positivamente” significativa.
LEITURA
O papel da leitura no processo de aprendizagem é indiscutível em nossa sociedade.
A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A proximidade com o mundo
da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para
o aprendizado na escola é o livro didático e mais recentemente os tablets, em alguns locais. Ler também é
Cognição
• Embora seja um fenômeno bastante complexo, a cognição pode ser caracterizada como um conjunto de
Memória
• É a faculdade que nos permite desde executar tarefas básicas do dia a dia até aprender conceitos,
procedimentos ou teorias complexas.
• AQUISIÇÃO w RETENÇÃO w RECUPERAÇÃO
Motivação
• O potencial de aprendizado depende não somente das funções cognitivas mas também da motivação que
pode ser influenciada por impulsos psicológicos ou por estímulos externos.
• A motivação é o traço mais notável da experiência que a pessoa tem de seu “eu”, já que todo ser
humano age reagindo às motivações que sente, esforçando-se para atingir objetivos, e percebendo deficiências
com relação a si mesmo e ao ambiente.
É importante buscar nas atividades andragógicas temas que sejam significativos e pertençam ao universo
dos idosos atendidos, elaborar atividades que priorizem a linguagem, a atenção, a memória e outros aspectos
do processo intelectual que sofrem prejuízo ao envelhecer. O contato com o cão propulsiona as atividades que
podem e (devem!) envolver música, poesia, elaboração de textos, leitura de diversos gêneros textuais, jogos e
outros.
REFERÊNCIAS
ABREU, C. E.; MELLO, W. Memória, Inteligência, Aprendizagem e Motivação.
BECKER, B.: O poder curativo dos bichos. 1ºedição. Rio de Janeiro: editora Bertrand Brasil, 2003.
CHANDLER, C.K. Animal Assisted Teraphy in Counseling.New York, 2005.
Descritores em Ciências da Saúde – DeCS [online]. Disponível em: < http://decs.bvs.br/>. Acesso em: 18
Abr. 2011.
DOTTI, Jerson. Terapia & animais: Atividade e Terapia Assistida por Animais – A/TAA. Práticas para
Organizações, Profissionais e Voluntários.São Paulo: Noética Editora, 2005.
FERNANDÉZ, A. (1991) A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas.
FONTES, Rejane de Souza. A reinvenção da escola a partir de uma experiência instituinte em hospital.
Educação e Pesquisa, São Paulo, 2004
_______________ O desafio da educação no hospital. Presença Pedagógica,
Belo Horizonte, 2005.
KRECH, D; CRUTCHFIELD, R.S. Elementos de Psicologia. vol. 1. 5. ed. São Paulo: Livraria Pioneira, 1976.
LIMA, E.S.: Memória e Imaginação. São Paulo: editora InterAlia,2001.
LIMA, E.S.: Neurociência e Aprendizagem. São Paulo: editora InterAlia,2007.
Muito se fala em treinamento de cães. Mas, por que treiná-los? Quais os objetivos por trás disso? Isso pode prejudicá-los?
É através do treinamento que você irá oferecer as ferramentas necessárias ao cão para que ele possa se comunicar
adequadamente com as pessoas ao redor e ensinar um repertório comportamental para que ele utilize durante as
sessões de intervenção.
Por exemplo, imagine um cão que chega pulando nos assistidos. Por mais simpático que ele seja, não irá cumprir com a
função da intervenção e poderá, inclusive, colocar as pessoas em risco.
Por outro lado, imagine o mesmo cão chegando de forma calma, sentando-se à frente do assistido e depois interagindo
tranquilamente. O simples fato dele ter aprendido a interagir pode ser determinante para o sucesso da intervenção.
Quanto mais clara a nossa comunicação com os nossos cães, mais seguros e confiantes eles ficam. Eles passam a entender
o que, de fato, esperamos deles.
E como a comunicação é sempre uma via de mão dupla, com o treinamento passamos a entender melhor os nossos cães
e identificamos quando eles precisam de suporte e quando estão à vontade e confiantes para desenvolverem o trabalho.
Além disso, é através do treinamento que realizamos dessensibilizações a barulhos e objetos para que os cães possam
ficar cada vez mais seguros durante as interações.
Conhecer o perfil do cão coterapeuta é, sem dúvida, a parte mais importante do trabalho de IAA.
Assim como algumas pessoas não têm vocação para lidar com pessoas, o mesmo acontece com nossos amigos peludos.
Imagine um cão medroso, que não gosta de interagir com pessoas. Agora, imagine esse mesmo cão em uma sessão
com crianças que correm, brincam e gritam.
A maneira que garantimos isso é através de uma análise criteriosa do perfil do cão e do trabalho que ele exercerá.
A análise desse perfil é realizada através de uma avaliação que será apresentada logo abaixo.
O importante a ser entendido nesse momento é que através dessa avaliação que garantimos:
2. Bem-estar do cão
A sessão precisa ser extremamente prazerosa para o cão. Jamais podemos melhorar a qualidade de vida do
assistido em detrimento da qualidade de vida do cão.
Durante a avaliação, o cão precisa provar que ele quer trabalhar e que isso vai levar a uma melhora na qualidade
de vida dele.
O cão precisa mostrar que gosta de interagir com pessoas desconhecidas, receber carinho e sabe superar os
possíveis imprevistos. Exemplo: cai a bengala no chão fazendo barulho.
Um outro ponto importante também é em relação ao cuidado do condutor com o cão. É através da avaliação que
isso é analisado.
O condutor se preocupa com o bem-estar dele? Ou colocará o cão em situações que ele seja obrigado a
demonstrar agressividade para sair da situação?
Resumindo, a avaliação é uma maneira de perguntarmos ao cão se ele também é voluntário no trabalho de IAA ou
se é uma vontade apenas do condutor.
Colocar o cão em um ambiente que ele nunca tenha ido antes. Essa etapa é a base de toda a avaliação e serve
para entender como o cão se comporta em locais e com estímulos que desconhece, sem ter tido oportunidade
prévia para se adaptar.
Comportamentos esperados
1. O cão deve se movimentar com tranquilidade pelo ambiente e se mostrar relaxado tanto em suas atitudes como
sua linguagem corporal.
2. O cão precisa se aproximar voluntariamente das pessoas e se mostrar bastante receptivo e aberto à pessoas
desconhecidas e ao carinho delas.
3. O cão pode explorar o ambiente mas precisa se mostrar mais ligado às pessoas do que ao ambiente.
Comportamentos desclassificatórios
1. O cão não pode mostrar receio do ambiente ou das pessoas, ficar em um canto ou não se aproximar das pessoas.
2. O cão não pode ter qualquer reatividade, seja latindo, indo pra cima das pessoas ou se afastando delas.
O cão é tocado em todas as partes do corpo de forma delicada e conforme for aceitando esse toque e mostrando
isso através de sua linguagem corporal, os toques vão ser intensificados para avaliar o nível de tolerância do cão.
O cão é abraçado de forma intensa.
Comportamentos desclassificatórios
1. O cão não deve permanecer tenso ao ser tocado em qualquer parte do corpo. Mesmo que ele mostre sinais de
apaziguamento, precisa conseguir relaxar e resolver a situação sem conflito.
2. O cão não pode ter qualquer reatividade, seja latindo, indo pra cima das pessoas, rosnando ou apresentando
o “olhar duro”.
Etapa 3 – Estímulos
São apresentados ao cão objetos que se movem e que produzem barulho agudo.
São apresentados também estímulos vindo de pessoas que se movimentem de forma diferente ou gritem no ambiente.
Comportamentos esperados
1. O cão pode mostrar atenção aos objetos e pessoas mas em seguida deve apresentar curiosidade e investigar
os objetos e pessoas, mostrando adaptabilidade, dessensibilização e confiança diante das repetições dos estímulos
de cada objeto.
Comportamentos desclassificatórios
1. O cão precisa se adaptar aos estímulos conforme eles forem sendo repetidos e mostrar confiança na presença
deles. Caso isso não aconteça, o cão é desclassificado.
São apresentados brinquedos e comida e é altamente desejado que o cão brinque e coma.
Comportamentos esperados
1. É esperado que o cão interaja com os brinquedos oferecidos e aceite as brincadeiras.
2. É esperado que o cão aceite os petiscos oferecidos e mostre vontade de comer mais.
Comportamentos desclassificatórios
1. O cão não deve roubar os brinquedos ou a comida das mãos das pessoas.
2. O cão não pode ter qualquer posse dos brinquedos ou da comida.
3. O cão não deve mostrar comportamentos insistentes para ganhar os brinquedos ou a comida quando estes
estiverem fora do alcance.
É esperado que o cão faça os comandos de obediência juntamente com seu proprietário. O uso de petiscos e
brinquedos é permitido.
Comportamentos esperados
1. Senta
2. Deita
3. Vem
4. Fica
Alguns comportamentos apresentados pelo cão são desclassificatórios pois podem apresentar riscos aos assistidos.
São eles:
Também é necessário corrigirmos possíveis problemas de comportamento que estejam conduzindo as sessões
para longe do objetivo.
Apenas entendendo profundamente os Fundamentos do Treinamento Animal que o condutor será capaz de
direcionar o comportamento do cão para a melhora do bem-estar do assistido e do cão.
É de fundamental importância que o condutor saiba ler essa linguagem corporal para poder dar suporte nos
momentos necessários e, talvez, até retirar o cão da sessão caso não esteja fazendo bem à ele.
Um dos sinais mais importantes a serem estudados são os Calming Signals (sinais de apaziguamento).
Os Calming Signals (sinais de apaziguamento) foram estudados principalmente pela norueguesa Turid Rugaas e
são um conjunto de sinais (mais de 30) que os cães emitem quando estão em situações estressantes ou quando
precisam evitar conflitos sem utilizar a agressividade.
Esses sinais são os mais estudados porque eles antecedem sinais de agressividade, medo e muitos outros que
podem, de fato, trazer problemas.
Em situações normais, um cão só mostra um sinal de agressividade quando ele já tentou diversos sinais de
apaziguamento e não surtiu efeito.
Um condutor preparado para identificar esses sinais garante a segurança do assistido e o bem-estar do cão.
Nas páginas anteriores vimos a importância do perfil do cão coterapeuta. Podemos encarar o perfil como um
potencial a ser desenvolvido.
Ter o perfil adequado é necessário, mas não é suficiente. A única maneira de um cão coterapeuta se desenvolver
e exercer o seu trabalho com excelência é se permitirmos que ele se desenvolva.
A Tudo de Cão criou uma série de atividades que chamamos de “As necessidades básicas dos cães”. O objetivo
dessas atividades é tornar os cães calmos, equilibrados, sociáveis e, principalmente, promover o bem-estar.
Essas atividades devem ser realizadas diariamente a fim de promover um bom desenvolvimento do cão coterapeuta.
Atividade física:
Os cães, assim como nós, precisam praticar atividade física diariamente. E isso é tão importante pra eles quanto pra nós.
Eu sei que nem todo mundo pratica, mas todo mundo sabe que deveria praticar.
Faz com que as pessoas fiquem mais calmas, menos ansiosas, e em forma. Além de melhorar a saúde.
O corpo do cão, assim como o nosso, não foi feito para o sedentarismo. Eles precisam estar com o corpo em
movimento todos os dias.
É claro que depende muito de cada cão. Mas, seguem algumas orientações para servir de guia.
Se estivermos falando em cães com baixa energia como boa parte dos Shih tzus, Malteses e Lhasa apsos, até uma
hora de atividade leve pra moderada por dia costuma ser suficiente.
Se você tem um cão com o nível de energia um pouco mais alto como Retriever do Labrador ou Golden Retriever,
você vai precisar intensificar um pouco essa atividade incluindo bolinhas, frisbees ou uma corrida leve.
Mas, se você tem um cão com um nível de atividade muito alto como um Border Collie ou um Jack Russell, o ideal
é que seja um gasto de energia realmente intenso.
Se você quiser gastar essa energia andando, precisaria de pelo menos 8 a 9 horas por dia de caminhadas. Ou seja,
caminhar não é a solução.
Insira na rotina do seu cão atividades vigorosas, pratique esportes como agility, frisbee, freestyle, brincadeiras
intensas de bolinha, andar de bicicleta ou, se você for um atleta e estiver se preparando pra uma meia maratona,
inserir o seu cão nos treinos pode ser uma ótima opção.
O ideal é que seu cão volte exausto pra casa pelo menos uma vez por dia.
E, a melhor maneira de fazer isso, é sem dúvida alguma inserindo-o na sua rotina de atividade física. Vá pro parque,
pra uma praça e comece a fazer isso junto com o seu cão. Vai ser muito mais divertido pra você e pra ele.
Se você ainda não pratica, aproveite que o seu cão precisa e comecem a fazer juntos. Pode começar devagar, sem
problemas. O importante é começar ainda hoje.
Mas aqui cabe um alerta. Se você tem um cão braquicefálico, ou seja, um cão que tem o focinho curto como Pug,
Boston Terrier ou Bulldogue, também é importante que você pratique atividades física com ele. Mas, é preciso ter
Então, fazer atividade muito intensa no calor pode fazer com que ele superaqueça e pode, inclusive, levá-lo a óbito.
Por isso, antes de sair fazendo atividade física, converse com o veterinário do seu cão.
Atividade mental:
Imagine duas pessoas com 60 anos. Uma estudou a vida inteira, fez cursos, pós graduação e dedicou a sua vida a
estudar e aplicar os seus conhecimentos. E a outra pessoa não teve a oportunidade de ter sido alfabetizada e nem
se desenvolveu mentalmente.
Qual a diferença cognitiva entre elas? A comparação é meramente cognitiva. Não estamos falando em valores ou ética.
Qual vai aprender mais rápido? Qual vai estar melhor psicologicamente, mais segura e mais confiante?
Qual das duas pessoas você acha que vai ter mais facilidade em aprender uma habilidade nova? Qual das duas vai
conseguir se adaptar mais rápido a uma mudança de ambiente?
Com os nossos cães acontece exatamente a mesma coisa. E lembra que uma das habilidades mais importantes de
um cão coterapeuta é saber lidar com as mudanças de ambiente?
Se a gente comparar um cão que foi treinado e orientado desde filhote com um que não teve orientação, a
discrepância quando eles chegam aos 6 ou 7 anos é imensa.
De um lado teremos um cão que entende tudo o que acontece ao redor, que sabe se comunicar com as pessoas,
que sabe o que as pessoas esperam dele e do outro um cão que ainda não está nem adequado ao convívio social.
Quando se fala em ensinar truques e novos comportamentos, é comum associar a cão de circo fazendo gracinhas.
Mas, desenvolver o cão mentalmente é MUITO mais do que isso. Vai muito além de fazer gracinhas para se exibir.
Estimular mentalmente é uma questão de bem-estar. É preparar o cão para aprender coisas novas rapidamente, é
ensiná-lo a utilizar o corpo, ter consciência corporal, desenvolver a comunicação com o dono e com outras pessoas.
Quando alguém chegasse pra conversar, você estaria ansioso, meio desesperado, querendo fazer qualquer coisa
que nem você sabe o que é. E dificilmente conseguiria estabelecer uma comunicação clara e agradável.
E isso também acontece com nossos cães. Faz sentido querer que ele aprenda alguma coisa nessa situação?
Não! Dificilmente ele vai aprender algo produtivo. A prioridade dele é sair daquela situação.
Por isso é tão importante estimularmos mentalmente os nossos cães. E como que a gente faz isso?
Podemos começar com os comandos de obediência: senta, deita, fica, vir quando chamado e andar na guia.
Assim que ele entender, insira esses comandos no dia-a-dia. Ou seja, pense nas situações do dia-a-dia que você
acredita que seja importante que ele realize esse comportamento.
Por exemplo, o comando senta a gente pode inserir nas seguintes situações:
1. Sentar ao ver a guia (ao invés de pular e morder a guia)
Lembre-se que um comando de obediência só faz sentido quando ele está inserido no dia-a-dia e é realmente utilizado.
Quando ele estiver dominando os comandos de obediência, podemos começar com os truques: dar a pata, toca
aqui, tchau, oito entre as pernas, … As possibilidades são ilimitadas!
E, após ele ter entendido, peça para seus amigos pedirem esses comandos. Isso será muito importante durante as
sessões de atendimento.
Muitas pessoas têm restrições quanto a ensinar truques e, muitas vezes, isso está associado à cães de circo e maus tratos.
No entanto, quando a gente treina através de reforço positivo, treinar truques não passa de uma brincadeira. O
cão não é, em momento algum, forçado a fazer algo que não queira.
A base do reforço positivo é trabalhar com recompensas que o cão goste! Ou seja, o treinamento é uma grande
brincadeira.
Se, em algum momento, você achar que ele não está se divertindo, para tudo! O objetivo do treinamento é
melhorar a qualidade de vida dele, lembra?
Quanto mais truques você ensinar, mais fácil fica pra ensinar o próximo. Não é incomum termos cães que saibam
mais de 100 truques.
Isso acaba virando um verdadeiro vício tanto pro dono quanto pro cão. É uma forma muito saudável de brincar e interagir.
Imagine a melhora na qualidade de vida do seu cão se você se dedicar mais 10 minutinhos por dia a aprender algo
novo juntos. Uma atenção exclusiva à ele.
Treinar comandos de obediência e truques melhora muito a comunicação e gasta a energia do seu cão.
A Sara Favinha escreveu três artigos explicando detalhadamente o que é e como utilizar. Esses artigos estão no
site da Tudo de Cão.
Atividade social:
Quando falamos em socialização é muito comum as pessoas falarem:
- Eu socializo muito o meu cão. Levo ele no parque e ele brinca com um monte de cachorro.
Colocar com cães é extremamente importante, mas não é suficiente.
O seu cão precisa ter contato com outros cães, com outras pessoas e com outros animais. A vida social dele
precisa ser tão rica quanto a sua.
Tente contar por quantas pessoas você passa todos os dias. Com quantas pessoas você conversa?
E, exatamente por você fazer isso todos os dias, que você consegue lidar com elas naturalmente, sem stress, sem
medo e sem euforia.
Se ele está acostumado a lidar com várias pessoas e vários cães, ele vai passar a lidar de forma natural, sem
excitação, sem medo e sem afobação.
Então, como regra geral, sempre verifique se é possível levar o seu cão nos seus compromissos sociais.
Se for possível, leve. Mesmo que você esteja com receio no início, leve! Vai fazer um bem enorme tanto pra ele
quanto pra você.
Fazendo isso de forma consistente, você vai criar uma imensa quantidade de situações para expor o seu cão.
Alimentação:
O primeiro ponto importante sobre a alimentação é a frequência e vamos oferecer duas a três vezes por dia.
Essa alimentação precisa ser de excelente qualidade. A saúde dos nossos cães é um reflexo do que eles comem. Se
eles comem uma alimentação de baixa qualidade, é óbvio que a saúde vai começar a se deteriorar.
Pense na nossa alimentação, não é exatamente assim que acontece? A diferença é que os reflexos de uma
alimentação ruim é muito mais rápido com os nossos cães. Ofereça pra ele o que há de melhor em termos de
qualidade. Se possível, ofereça alimentação natural.
Se não for possível, seja por questões de praticidade, tempo ou qualquer outro motivo, ofereça uma ração super
premium, a melhor ração que você encontrar no mercado.
Aqui no Brasil ainda é muito comum as pessoas irem completando o pote de ração. Ou seja, enchem o pote de
manhã e, ao longo do dia, vão completando.
Seu cão vai de manhã cedo, come, baba em cima, depois de umas 3 horas vai lá, baba de novo e assim o dia inteiro.
Quando chegar no final do dia, ele vai estar comendo uma ração de excelente qualidade ou uma ração estragada?
Provavelmente vai ser uma ração estragada.
Imagine se você experimenta o caldinho da feijoada e coloca lá a colher toda babada. O que acontece? Azeda tudo.
Tem ainda as baratas, formigas, ratos e pombas. Se a ração fica à vontade, ela fica à vontade para o seu cão e para
todos esses bichos também. Lembrando que eles transmitem várias doenças.
Eu gostaria que você pensasse em um único animal na natureza que não precise se esforçar para comer.
Não existe!
Boa parte da energia dos animais é direcionada pra conseguir comida. Isso deixa-os equilibrados e calmos.
O organismo do seu cão foi desenvolvido pra isso, pra gastar energia em busca de comida.
- Filho, eu te amo muito e, só por você existir, você vai ganhar R$ 30.000,00 todo mês pra gastar como quiser.
Ele vai fazer bem para a criança? Ele vai ajudá-la a se desenvolver? A criança vai crescer preparada para os desafios
da vida?
Com os nossos cães acontece exatamente a mesma coisa. Deixar comida à vontade seria o equivalente a oferecer
uma mesada de R$ 30.000,00 pra uma criança. Psicologicamente, faz muito mal!
Para cães adultos, o ideal seriam duas ou três vezes por dia, em horários determinados. Por exemplo, 7 da manhã
e 6 da tarde.
No caso de filhotes, é importante que eles comam pelo menos 4 vezes por dia. Converse com o seu veterinário sobre isso.
Vamos oferecer a refeição durante 3 minutinhos. Se durante esse tempo ele não quiser comer, a gente vai respeitar,
retirar a comida e oferecer novamente só no horário da próxima refeição.
Não, a ideia não é essa. O objetivo é exatamente o oposto, é que ele passe a comer melhor e valorizar mais a comida.
O que estamos fazendo não é privá-lo de comer. Não é uma privação. Nós estamos dando a oportunidade e ele
está escolhendo não comer.
Se ele não quiser, nós vamos respeitar, e oferecemos novamente à noite. É possível que no início ele pule uma,
duas talvez até três refeições.
E a resposta é não. O organismo do seu cão foi preparado para ficar dias sem comer. Por isso ele não está comendo.
Ele mataria uma presa, comeria o máximo possível e ficaria lá… jiboiando…
Depois de 12 horas, um dia, ele iria se recuperar e estaria pronto para caçar novamente. Significa que ele caçaria
de primeira? De jeito nenhum. Na natureza nada é fácil. Ele tentaria várias vezes antes de conseguir. E isso pode
representar dias!
Ou seja, pular uma ou duas refeições, não é nenhum problema pra eles. Se fosse, ele simplesmente não pularia.
Lembre-se que a escolha foi dele.
Quando você implementa esse tipo de rotina, em dois ou três dias ele já vai estar comendo tudo direitinho na
hora que você colocar. E a partir daí, você pode utilizar a própria ração e o horário das refeições pra praticar os
exercícios de Atividade Mental treinando truques e comandos de obediência.
Ao invés do seu cão comer no pote de comida do jeito mais monótono do mundo, você cria um momento
especial, onde ele vai aprender coisas novas, se divertir e brincar com você.
O cão coterapeuta, para desenvolver todo o seu potencial, precisa de atividades física, mental, social e uma
alimentação de excelente qualidade.
Para proporcionar essas atividades, a melhor maneira é inserindo-o na sua rotina, no seu dia-a-dia. Aproveite todos
os momentos que você pode sair com ele e aproveite.
Leve-o pra caminhar ou correr, pra passear no parque, pra almoçar na casa da mãe, no shopping, onde você puder, leve!
Fazendo isso diariamente, de forma consistente, você vai ver o comportamento do seu cão se transformar e a sua
relação com ele vai ficar cada vez melhor.
Leonardo Ogata
Adestrador e cofundador da Tudo de Cão e da Cão Inclusão.
Ministra Cursos de Adestramento e Comportamento Animal e palestras para adestradores, veterinários, biólogos e estudantes da
área desde 2004.
Após mais de 8 anos de experiência na área, criou juntamente com Sara Favinha, em 2009, uma metodologia exclusiva de treina-
mento, tendo como alicerces o respeito pelo cães e a eficiência nos resultados.
Trabalhou durante 3 anos com cães coterapeutas em Terapia Assistida por Cães na Clínica de Psiquiatria Greenwood onde através
da laborterapia os dependentes químicos da clínica cuidavam do manejo diário dos cães, além de receberem aulas de Agility. O
resultado com os pacientes foi surpreendente e muito elogiado pelos mais de quarenta psicólogos atuantes na clínica.
Em 2013 Leonardo e Sara também fundaram a Cão Inclusão, projeto social destinado ao treinamento de Cães de Serviço para
cadeirantes e responsável pelo treinamento do primeiro Cão de Serviço do Brasil, o Toddy. Na Cão Inclusão, Leonardo e Sara estão
realizando seu sonho de usar seu conhecimento sobre cães para ajudar pessoas com deficiência. Para criar a Cão Inclusão foi
necessário desenvolver uma metodologia de treinamento especialmente para os Cães de Serviço.
A Tudo de Cão é responsável pela área de Comportamento animal do INATAA.
• Noradrenalina
• Adrenalina
• Cortisol
w Ao reconhecer um estímulo como estressor, a amígdala envia sinais excitatórios para o hipotálamo
com consequente ativação do eixo HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL (HHA).
w RESULTADO: LIBERAÇÃO DE CORTISOL
w EFEITOS: RESISTÊNCIA AO ESTÍMULO ESTRESSOR estado de alerta,
liberação de glicose no sangue.
w RESULTADOS:
EFEITOS DA OCITOCINA
w NA INTERAÇÃO SOCIAL
• Aumenta o contato visual, empatia, confiança e as habilidades sociais melhora o
comportamento social.
• Promove o comportamento maternal e o vínculo com a prole.
• Promove a formação de vínculo com o parceiro afetivo.
w MODULAÇAO DA DOR
• Aumenta o limiar para dor
• METODOLOGIA:
w Os participantes foram colocados numa sala com luz natural e sentaram-se em cadeiras ou no chão. Tiveram 10
minutos para de adaptarem ao ambiente e, em seguida, foram coletadas as amostras de sangue e feitas 5
aferições da pressão arterial em um período de 2 minutos, de ambos, voluntários e cães.
w Período de interação com os cães: 5 a 24minutos. Durante este período, que consistiu em afagos e
carinhos no corpo e orelhas do cão, a atenção do voluntário foi totalmente focada no animal.
w Cada um serviu como seu próprio controle, ou seja, o valor pós-interação de um parâmetro foi comparado ao valor
pré-interação no mesmo indivíduo. O controle externo foi feito por meio da leitura de um livro, no mesmo ambiente.
• METODOLOGIA:
w 47 meninos, com idades entre 7 e 11 anos, claramente identificados com ansiedade de separação.
wTSS (teste de estresse social): Em uma sala desconhecida, os meninos tiveram 5 min para interagirem com
seus respectivos suportes sociais (cães, cachorros de brinquedo e voluntários adultos). Transcorrido este tempo as
crianças foram colocadas em frente a uma banca, formada por um homem e uma mulher, que explicaram a elas o teste
consistia em terminar uma história que lhes seria contada. A banca deixou a sala e as crianças tiveram 5 min para
terminar a história. Depois, tiveram 3 min para apresentarem para a banca, em pé e sendo filmadas. Então a criança
teve de realizar um teste de matemática durante 2 min. A banca deu a eles uma devolutiva e as crianças foram
deixadas para interagir com seu suporte social, por 30 minutos.
wMEDIDA DO CORTISOL SALIVAR: foram colhidas 5 amostras durante todo o experimento, desde a
chegada da criança, passando pelo TSS até o momento de relaxamento com o suporte social.
RESULTADOS
TSS
Interação com
o suporte
social
• METODOLOGIA
w 55 voluntários, com seus cães, divididos em dois grupos.
• Primeiro grupo (experimento de interação): voluntários podiam interagir normalmente com seus cães, por 30
minutos
• Segundo grupo (controle): voluntários foram proibidos de olhar diretamente e por longos períodos para o cão.
w Os comportamentos de cães e donos foram observados durante o período de interação social.
w Terminado o tempo de interação e passados 20 minutos, foram coletadas amostras de urina dos proprietários,
para a dosagem de ocitocina por radioimunoensaio. Amostras de urina também foram coletadas antes da interação.
w Dadas as observações e análises, os voluntários do GRUPO 1 foram divididos em dois subgrupos:
• LG: proprietários receberam olhar de maior duração de seus cães, relatando um grau mais elevado de
relacionamento com os seus cães
• SG: proprietários receberam olhar de curta duração de seus cães, relatando um menor grau de relacionamento
com os cães.
RESULTADOS:
w O nível de ocitocina urinária foi significativamente maior no grupo LG, do que SG, mas não no controle (ausência
do olhar mútuo entre cão e proprietário)
w No experimento de interação, no grupo LG, foi encontrada uma alta correlação entre a frequência de interações
iniciadas pelo olhar do cão e o aumento da ocitocina urinária do proprietário
CONCLUSÃO
w As interações com os cães, especialmente aquelas iniciadas pelo olhar do cão para o seu dono, podem aumentar
as concentrações urinárias de ocitocina de seus proprietários como uma manifestação do comportamento afiliação
As formas de comunicação dos humanos, incluindo a troca de olhares, pode ter sido adquirida pelos cães durante
o processo de domesticação. Nós demonstramos que o comportamento dos cães de contemplar, mas não dos
lobos, aumentou a concentração urinária de ocitocina (OT) de seus donos, facilitando o comportamento de afiliação,
resultando em aumento da concentração de OT nos cães. Além disso, a administração nasal de OT nos cães, aumentou
o comportamento contemplativo para os seus donos, resultando em aumento da concentração urinária de OT nestes
proprietários. Estes resultados suportam a existência de uma relação positiva interespécies mediada pela OT, facilitada
e modulada pelo olhar, o que pode ter apoiado a co-evolução do vínculo homem-cão, envolvendo formas comuns de
comunicação social
Passos pré-sessão
1. Objetivos
2. Profissionais envolvidos:
- Profissional da Intervenção - profissional da área de saúde ou educação com formação em IAA, responsável
técnico; planejamento e condução das sessões;
- Técnico em IAA - profissional responsável pelo bem estar físico e mental do animal dentro e fora das sessões.
Seu objetivo é favorecer uma interação positiva e produtiva entre o paciente e o animal;
- Condutores - voluntário ou profissional treinado para conduzir o cão durante a interação.
- Responsável técnico da Instituição - profissional responsável pelo acompanhamento do paciente.
3. Avaliação do público a ser atendido:
- avaliação (específica de cada área) para definir os objetivos da Intervenção;
- avaliar a relação do paciente com o animal a ser utilizado nas sessões (escalas, questionário, entrevista dirigida,
história pregressa, etc...)
4. Planejamento das sessões:
- objetivos específicos;
- tempo de duração do tratamento;
- atividades a serem realizadas;
- inserindo o cão nas atividades - (protocolos, papel do cão, perfil do cão, habilidades, etc..).
7. Preparação do material
8. Treinamento dos cães:
- quanto mais familiarizado com o local, maior o foco na atividade;
- domínio das habilidades necessárias para realizar os exercícios;
- familiaridade com os materiais que serão utilizados;
9. Preparação do local
- higiene;
- piso;
- temperatura;
- móveis de apoio;
- objetos que podem causar distração;
- área de escape/descanso.
10. Treinamento, inserção dos profissionais da casa
11. Simulando a sessão:
- tempo de duração;
- condução, posicionamento: paciente, condutor, cão, profissionais;
- tempo que o cão permanece focado/motivado na atividade;
- motivadores (paciente e cão);
- estrutura necessária para realizar a atividade garantindo o bem estar físico e mental (paciente e cão).
12. Preparando o paciente para a intervenção:
Na sessão
1. Apresentação do cão
2. Apresentação dos profissionais
3. Apresentação/Convite á(s) atividade(s)
4. Realização da(s) atividade(s)
5. Encerramento
Pós-sessão
1. Descrição e análise da atividade - efetividade, resultados;
2. Revisão de todas as etapas atividade para futuras sessões.
Referências:
1.http://hai.tufts.edu/paws/download-the-manual/
2.https://www.cambridge.org/core/journals/infection-control-and-hospital-epidemiology/article/animals-in-
healthcare-facilities-recommendations-to-minimize-potential-risks/7086725BAB2AAA4C1949DA5B90F06F
3B/core-reader#
LIVROS
https://www.washingtonpost.com/news/animalia/wp/2017/07/02/therapy-animals-are-
everywhere-proof-that-they-help-is-not/?utm_term=.43c86b5cd009
Uma tendência de terapia com animais está se firmando nos Estados Unidos. O aeroporto de São Francisco agora
implantou um porco para acalmar viajantes desgastados. Universidades em todo o mundo trazem cães (e um burro)
dentro do campus para acalmar estudantes em época de provas finais. Lhamas confortam pacientes em hospitais, vira-
latas fornecem suporte em locais de desastres e cavalos são usados para tratar adição em sexo.
E aquele pato no avião? Deve ser uma animal de suporte emocional prescrito por um professional de saúde mental.
A tendência, que cresceu aceleradamente desde seu surgimento inicial há algumas décadas atrás, é sustentada por uma
crença generalizada de que a interação com animais pode reduzir o distresse – quer isso aconteça sobre carícias breves
no aeroporto ou em uma relação duradoura em casa. Certamente, os grupos que oferecem esses pets pensam assim,
bem como alguns profissionais de saúde mental. Mas a abrangência popular de pets como terapeutas peludos está
causando um crescente desconforto entre alguns pesquisadores da área, que dizem que isso está correndo muito á
frente de evidências científicas.
No início deste ano no Journal of Applied Developmental Science, uma introdução á uma série de artigos sobre
“Intervenções Assistidas por Animais” disse que a pesquisa sobre sua eficiência “continua em sua infância”. Uma revisão
recente de literatura, por Molly Crossman, uma candidata a doutorado da Universidade de Yale que recentemente
envolveu-se em um estudo envolvendo um cão de 8 anos chamado Pardner, citou um “corpo escuro de evidências”
que ás vezes mostrou efeitos positivos á curto prazo, com frequência não encontrou nenhum efeito e ocasionalmente
identificou altas taxas de distresse.
No geral, Crossman escreveu, os animais parecem ser úteis de uma forma pequena á media, mas não está claro quando
estes critérios merecem o crédito ou quando há outras coisas sendo responsáveis.
“É um campo que vem sendo levado em frente pelas convicções de seus praticantes” que viram a saúde mental de seus
pacientes melhorarem depois de trabalhar com ou adotarem animais, disse James Serpell, diretor do Centro para Interação
de Animais e Sociedade na Universidade de Medicina Veterinária da Pensilvânia. “Esse tipo de coisa tem praticamente
dirigido campo, e a pesquisa está brincando de pega-pega. Em outras palavras, as pessoas estão reconhecendo que
anedotas não são suficientes.”
Usar animais no cenário da saúde mental não é novidade. No século 17, um retiro na Inglaterra encorajou pacientes
doentes mentais a interagir com animais em sua propriedade. Sigmund Freud com frequência incluía um de seus cães nas
sessões de psicanálise. Mas o assunto não se tornou alvo de pesquisa até que o Psicólogo infantil Boris Levinson começou
a escrever, nos anos 60, sobre o efeito positivo que seu cão Jingles teve em pacientes.
Tradução do Artigo
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Mas as evidências até hoje são problemáticas, de acordo com a revisão de Crossman e outras antes dela. A maioria
dos estudos tem amostras pequenas, ela escreveu, e um “número alarmante” não há um controle para outros possíveis
motivos por uma alteração no nível de estresse, como a interação com o condutor humano. Estudos também tendem
a generalizar os animais, ela notou: Se o participante foi mensuravelmente acalmado por um Golden Retriever, isso não
significa que outro cão – ou outra espécie – evocará a mesma resposta.
Mesmo assim, as manchetes da mídia são frequentes em ressaltar a felicidade. Hal Herzog, um psicólogo da Universidade
da Carolina do Oeste que há tempos estuda as interações homem-animal, recorda um estudo de 2015 sobre os benefícios
de ter um cão de companhia para a saúde de crianças. “Aqui está uma razão para ter um cão” a NBC anunciou. “Crianças
com pets tem menos ansiedade”.
Na realidade isso não foi o que o estudo concluiu. Os autores descobriram que crianças com cães tinham menos
ansiedade baseado em comparação aos escores de crianças sem cães. Eles ainda advertiram que “este estudo não
responde se os cães de estimação tem efeito direto na saúde mental da criança ou se há outros fatores associados com
a aquisição de um cão de companhia que beneficiam a saúde mental”.
Foi um caso clássico de confusão entre correlação e causa, o qual Herzog diz ser comum. Resultados positivos de seleção
discriminatória também são um problema, como ele diz que acontecem em materiais promocionais da Human-Animal
Bond Research Initiative (HABRI). A industria animal financia pesquisas sobre o tema. “O número de artigos que vejo que
começam com ‘Hoje já é bem sabido que ter um animal de estimação traz benefícios á saúde’ – isso me deixa louco”,
disse Herzog.
“Sim, tem literatura que sustenta isso. Mas também existe literatura que não chega nesse resultado”.
O diretor executivo da HABRI Steven Feldman tem uma visão mais positiva da ciência enquanto reconhece que mais
pesquisas precisam ser feitas. “Assim como comer vegetais e fazer exercícios, eu diria que ter animais em nossas vidas
também é um elemento essencial para o bem-estar humano”, ele disse.
Para muitos amantes e donos de animais, o vai e vem soa horrivelmente instável. Há algo intuitivo sobre as boas
sensações que os animais nos proporcionam. Porque super analizar isso?
Alan Beck não discorda. Beck, que dirige o Centro de Vínculo Homem-Animal na Universidade de Purdue, cita uma teoria
comum do porque animais podem ser terapêuticos. É chamada a hipótese da biofilia, e ela argumenta que humanos
desenvolveram uma necessidade interna de afiliação com outros seres vivos.
“Através da história, os animais nos deram algum conforto. Então se funciona pra você e pra mim em um ambiente
relativamente normal, talvez tenha um papel especial para alguém que tem depressão ou distúrbio de estresse – isso faz
sentido,” ele diz. “A literatura mostra que não é ruim. E isto é tão importante quanto.”
Focar demais no suporte científico ás vezes dá a impressão de uma forma de “inveja da física”, Beck acrescentou, “onde
você está tentando quantificar tudo sem aprecia-lo.”
Mas existem boas razões para pesquisas rigorosas sobre animais e a saúde mental. E, 2012, o Departamento de Assuntos
Veteranos disse que não cobriria os custos de cães de serviço para veteranos com estresse pós traumático, citando “a
falta de evidência que embasasse a eficiência do serviço do cão para a saúde mental.” O departamento está agora no
meio de um estudo de muitos anos sobre o tema, o que pode levar ao financiamento desses cães pelo governo.
Outra razão, dizem os cientistas, é pelo amor dos animais. Crossman apontou um incidente que ocorreu em 2014 na
Universidade de Washington, em Saint Louis como um exemplo de uma terapia com animais que deu errado. Um filhote
Tradução do Artigo
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de urso levado á faculdade durante a semana de provas finais cortou alguns estudantes, causando um medo de contração
de raiva que quase acabou com o animal sendo eutanasiado. No geral, Serpell disse, a ideia popular de que pets te fazem
felizes “não é uma distorção inofensiva. ..Se o público acredita que ter um animal será bom para eles, muitas vezes uma
pessoa inapropriada pega um animal inapropriado, e não funciona bem para ambos.”
A pesquisa está ficando mais forte, em parte porque o financiamento está crescendo – para a HABRI assim como
para parceria publico-privada entre os institutos nacionais de saúde e o centro de nutrição animal Waltham. O estudo
recente de Crossman no Laboratório de Interações Inovativas de Yale está entre os trabalhos apoiados. Ele conta não só
com o Labrador Pardner, mas outros sete cães terapeutas certificados. Muitas vezes ao mês durante o ultimo ano, eles
iam á universidade para sessões de 15 minutos com crianças que haviam acabado de terminar duas tarefas estressantes:
criar histórias espontaneamente e conta-las á estranhos, seguido de resolver problemas matemáticos.
Os estranhos era pesquisadores, e sua missão era avaliar se as crianças, de idade entre 10 e 13 anos, acharam que
o tempo que passaram com os cães foi terapêutico. O estudo foi planejado para evitar algumas das armadilhas que
Crossman observou em outros estudos, é por isso que alguns dos 78 jovens participantes vão brincar somente com um
cobertor felpudo – porque a estimulação tátil é conhecida por reduzir o estresse – e porque outros só esperam nesses
15 minutos.
“Sem os controles, as mudanças podem se dar por diversos motivos, como o fato de muito tempo ter passado,” disse
Crossman. “Crianças são muito boas em lidar com situações.”
As crianças completaram questionários para avaliar seu humor e ansiedade antes e depois; amostras de saliva, para medir
o cortisol, o “hormônio do stress”, foram colhidas em 3 momentos. No final, todas as crianças ganham um certificado
de “cientista júnior”, muitos elogios e uma sessão de brincadeira livre com os cães.
Crossman, que enfatiza ser uma amante de animais, se recusou a revelar os resultados antes de eles serem publicados.
Mas há esperança que mostremos que os cães podem afetar o estresse em crianças, ela disse – antes de rapidamente
oferecer um esclarecimento de pesquisadora.
“Eu digo que há esperança não só porque eu acho que funciona ou espero que funcione, mas porque estes programas
são usados muito amplamente” ela explicou. “Crianças estão já participando em uma escala enorme. Idealmente, a ordem
é inversa: Testamos uma ideia, depois implementamos.”
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