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PEDIATRIA PARA T.

Professor(a) Esp. Sandra Mesquita


REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

M582p Mesquita, Sandra


Pediatria para T. O. / Sandra Mesquita.
Paranavaí: EduFatecie, 2023.
68 p.: il. Color.

1. Terapia ocupacional para crianças. 2. Terapia ocupacional.


I. Centro Universitário Unifatecie. II. Núcleo de Educação a
Distância. III. Título.

CDD: 23. ed. 615.8515


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR

Professor(a) Esp. Sandra Mesquita

• Especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) em transtorno do


Espectro Autismo;
• Bacharel em Terapia Ocupacional pela Universidade Guilherme Guimbala(A-
CE) — Joinville-SC;
• Especialista em psicomotricidade e Neuropedagogia pela UNIFATECIE-Para-
navaí.
Ampla experiência como reabilitação neurológica e reabilitação de mão. Há oito
anos em experiência com Transtorno do Espectro Autista e ABA.

CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/7795736736336075

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá, aluno (a)!
A partir de agora você irá conhecer mais a fundo alguns assuntos que norteiam o
desenvolvimento infantil, entender melhor quais as fases de descobertas e quais os possí-
veis atrasos que podemos perceber desde a primeira infância.
No presente material de estudo você irá encontrar diversos temas pertinentes ao
assunto. Nas próximas quatro unidades você terá a oportunidade de elevar seu conheci-
mento e assim melhorar todo o seu processo de formação superior.
Na Unidade I conheceremos sobre as reações que podem acontecer nas diferentes
fases da infância, juntamente a suas fases dos marcos de desenvolvimento. Por meio de
alguns reflexos, aprenderemos a identificar alguns reflexos e principais emoções que a
primeira infância pode nos apresentar.
Com isso, vamos ainda compreender na Unidade II quais são as principais pato-
logias infantis e quais formas de intervenções podemos oferecer a elas, lembrando que
todo conteúdo com relação à forma de atendimento é sempre embasado cientificamente.
Reforçamos que todo o processo de suspeita, diagnóstico ou início das intervenções deve
estar com a família sempre a frente de todas as situações. A família tem um papel primordial
nesse processo e não devemos deixá-la fora de qualquer decisão, assim como o papel da
escola tem grande importância no desenvolvimento infantil.
Na sequência, teremos o material disponível na Unidade III, onde abordaremos
assuntos referentes aos conceitos e definições do tratamento terapêutico, quais as áreas
de atuação, futuro profissional de terapia ocupacional, além é claro de apresentarmos qual
a importância da intervenção precoce (primeira infância).
Em nossa Unidade IV, finalizaremos o conteúdo dessa disciplina com modelos de
intervenções que podemos utilizar, além de falarmos sobre quais métodos de avaliação
infantil temos disponíveis e quais benefícios avaliarmos a criança periodicamente. Por fim,
você terá disponível qual a definição de integração sensorial e quais as indicações dela.
Todo o conteúdo foi desenvolvido e pensado diretamente para sua melhor formação. Por
isso, leia atentamente todas as unidades e aproveite todo o material disponibilizado.

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SUMÁRIO

UNIDADE 1
Desenvolvimento Infantil,
Reflexos e Reações

UNIDADE 2
Principais Patologias Infantis

UNIDADE 3
Tratamento Terapêutico Ocupacional

UNIDADE 4
Modelos de Intervenção
e Avaliação Infantil

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UNIDADE

DESENVOLVIMENTO
INFANTIL, REFLEXOS E
REAÇÕES

Professor(a) Esp. Sandra Mesquita

Plano de Estudos
• Reações que ocorrem nas diferentes fases da infância;
• Marcos do desenvolvimento infantil;
• Reflexos que ocorrem nos primeiros meses de vida (reflexo de
sucção, reflexo de moro e reação de busca);
• Identificar as principais emoções que surgem ao longo das dife-
rentes fases da infância.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar quais os reflexos e reações nas fases
da infância;
• Compreender o que são os marcos do desenvolvimento;
• Estabelecer a importância de entendermos quais as emoções na
infância.
INTRODUÇÃO
Olá, caro (a) aluno (a), bem-vindo (a) ao nosso material sobre Pediatria para Terapia
Ocupacional. Aproveite ao máximo o conteúdo disponibilizado.
Nesta primeira unidade, discutiremos os estudos sobre desenvolvimento infantil,
reflexos e reações. Nesse contexto, abordaremos as possibilidades de atuação da Terapia
Ocupacional na fase de desenvolvimento infantil e quais os marcos de desenvolvimento
devemos compreender.
Trago a você informações importantes sobre o papel do terapeuta, tanto no apoio
aos alunos que necessitam de auxílio (atípicos), quanto no atendimento de crianças típicas.
Convido você a adquirir este conteúdo valioso para o seu processo de formação profissional.
Desejo a você bons estudos!

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 7


1
TÓPICO

REAÇÕES QUE OCORREM


NAS DIFERENTES FASES
DA INFÂNCIA

O desenvolvimento infantil é um processo complexo que envolve o crescimento


físico, o desenvolvimento mental e emocional, bem como as habilidades sociais e motoras.
Durante os primeiros anos de vida, as crianças passam por diversas fases de desenvolvi-
mento, nas quais adquirem novas habilidades e suplantam desafios específicos.
Um aspecto importante do desenvolvimento infantil diz respeito aos reflexos e
reações que as crianças apresentam desde o nascimento. Os reflexos são movimentos
involuntários que ocorrem como resposta a estímulos específicos. Por exemplo, o reflexo
de sucção faz com que os bebês reagem quando algo toca em seus lábios. Isso acontece
automaticamente e não é conscientemente controlado pela criança.
À medida que as crianças crescem, esses reflexos desaparecem, sendo gradual-
mente substituídos por reações voluntárias. As reações são respostas mais conscientes
e controladas que a criança em desenvolvimento pode apresentar diante de estímulos do
ambiente. Por exemplo, quando uma criança é chamada pelo nome, ela pode olhar na
direção do som e responder verbalmente.
Os reflexos e reações são indicadores importantes do progresso do desenvolvimen-
to infantil. Eles mostram que o sistema nervoso da criança está funcionando corretamente e
que ela é capaz de responder aos estímulos do ambiente. À medida que os reflexos desa-
parecem e as reações se tornam mais sofisticadas, a criança adquire habilidades motoras
e cognitivas mais avançadas.
Por exemplo, a habilidade de pegar um objeto com as mãos é inicialmente um re-
flexo de fechamento da mão, mas com o tempo a criança desenvolve habilidades motoras
finas e coordenação para manipular objetos intencionalmente.

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 8


É importante ressaltar que o desenvolvimento infantil varia de criança para criança
e que cada uma tem seu próprio ritmo de progresso. Alguns bebês podem desenvolver
certas habilidades mais cedo do que outros, enquanto outros podem levar mais tempo.
Os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental no estímulo e apoio ao
desenvolvimento infantil. Proporcionar um ambiente seguro e estimulante, oferecer opor-
tunidades de brincar e explorar e interagir de maneira positiva com a criança são algumas
das maneiras pelas quais eles podem promover o desenvolvimento saudável da criança.
Em resumo, o desenvolvimento infantil é um processo complexo que envolve diver-
sos aspectos, incluindo os reflexos e reações que as crianças apresentam nos primeiros
anos de vida. Esses reflexos são substituídos por reações voluntárias à medida que a
criança adquire habilidades motoras e cognitivas mais avançadas. Os pais e cuidadores
desempenham um papel fundamental no estímulo e apoio ao desenvolvimento infantil.
Eles podem fornecer ambientes seguros e estimulantes, oferecer oportunidades de
brincadeiras e interação com outras crianças, incentivar e elogiar as conquistas da criança,
além de oferecer suporte emocional e cuidado adequado.
Durante os primeiros anos de vida, o desenvolvimento infantil ocorre em diferentes
áreas, como motor, cognitivo, linguagem, social e emocional. O desenvolvimento motor
envolve o aprimoramento das habilidades físicas, como rolar, sentar, engatinhar, andar,
correr e pular. À medida que a criança desenvolve suas habilidades motoras, ela também
ganha mais controle sobre seu corpo e pode explorar o ambiente ao seu redor.
O desenvolvimento cognitivo se refere ao crescimento das habilidades mentais,
como percepção, memória, resolução de problemas, raciocínio e pensamento criativo.
Durante os primeiros anos, as crianças estão constantemente aprendendo e absorvendo
informações do mundo ao seu redor. Elas começam a entender conceitos básicos, como
cores, formas e números, e também desenvolvem sua capacidade de comunicação e ex-
pressão (MAIA; ALBUQUERQUE; CAVALCANTI, 2005).
O desenvolvimento da linguagem é uma parte importante do desenvolvimento
infantil. As crianças começam a balbuciar e fazer sons nos primeiros meses de vida, e gra-
dualmente desenvolvem a capacidade de produzir palavras, frases e se comunicar com os
outros. Os pais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da linguagem,
conversando com a criança, lendo histórias e incentivando a comunicação.
O aspecto social e emocional do desenvolvimento infantil envolve a capacidade
da criança de se relacionar com os outros, desenvolver empatia, regular suas emoções e
estabelecer vínculos afetivos. O ambiente familiar e as interações com pais, irmãos e outros
cuidadores são fundamentais para o desenvolvimento saudável nessa área.
UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 9
É importante ressaltar que cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo e pode
atingir marcos de desenvolvimento em momentos diferentes. Além disso, o desenvolvimen-
to infantil é influenciado por fatores genéticos, ambientais e sociais. Portanto, é essencial
fornece um ambiente estimulante e de apoio, para que as crianças possam alcançar seu
máximo potencial de desenvolvimento.
Crianças podem atingir marcos de desenvolvimento em várias áreas importantes,
como físico, cognitivo, emocional e social. No aspecto físico, elas irão adquirir habilidades
motoras básicas, como segurar a cabeça, sentar, engatinhar, andar e correr. No aspecto
cognitivo, elas irão desenvolver habilidades de pensamento, raciocínio e resolução de
problemas, além de adquirir linguagem e comunicação. Emocionalmente, as crianças irão
aprender a identificar e expressar emoções, bem como desenvolver habilidades de autorre-
gulação. Socialmente, elas irão aprender a interagir com os outros, desenvolver amizades
e habilidades sociais (MAIA; ALBUQUERQUE; CAVALCANTI, 2005).
É essencial que os cuidadores forneçam um ambiente seguro e estimulante para
as crianças, o que inclui oferecer brinquedos e materiais adequados à idade, oportunida-
des para exploração e descoberta, interações afetuosas e oportunidades para a prática de
habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais. Os cuidadores também podem apoiar
o desenvolvimento infantil através do estabelecimento de rotinas consistentes, estabeleci-
mento de limites apropriados e modelagem de comportamentos saudáveis.
Além disso, é importante lembrar que cada criança é única e pode ter suas próprias
habilidades e interesses. Os cuidadores devem estar atentos aos sinais de atraso no de-
senvolvimento e buscar orientação profissional, caso seja necessário.

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 10


2
TÓPICO

MARCOS DO
DESENVOLVIMENTO
INFANTIL

Os marcos do desenvolvimento infantil são fatores importantes que indicam o pro-


gresso normal do crescimento físico, cognitivo, emocional e social de uma criança. Esses
marcos podem variar de uma criança para outra, mas fornecem um guia geral sobre o que
esperar em cada idade. Alguns exemplos de marcos do desenvolvimento infantil incluem:
Capacidade de levantar a cabeça e rolar - por volta de 2 a 4 meses; sentar-se sem
apoio - por volta de 6 a 8 meses; engatinhar - por volta de 8 a 10 meses; andar com apoio
- por volta de 9 a 12 meses; andar sem apoio - por volta de 12 a 15 meses; falar palavras
simples - por volta de 12 a 18 meses; formar frases curtas - por volta de 2 a 3 anos; desen-
volver habilidades motoras finas, como segurar um lápis - por volta de 3 a 4 anos; demonstrar
habilidades sociais, como compartilhar - por volta de 4 a 5 anos (ALEXANDRE, 2020).
Esses são apenas alguns exemplos de marcos do desenvolvimento infantil e podem
variar de acordo com o indivíduo. É importante lembrar que cada criança se desenvolve em
seu próprio ritmo, e é sempre recomendado consultar um profissional de saúde se houver
preocupações sobre o desenvolvimento de uma criança.
Existem diversos marcos importantes no desenvolvimento infantil que ocorrem ao
longo dos primeiros anos de vida. Eles são divisões aproximadas de habilidades e compor-
tamentos que a maioria das crianças atinge em uma determinada faixa etária. Alguns dos
principais marcos incluem:
Desenvolvimento motor: Os bebês começam a levantar a cabeça, rolar, sentar,
engatinhar e eventualmente andar. Cada uma dessas habilidades é alcançada em um mo-
mento específico do desenvolvimento.

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 11


Linguagem e comunicação: As crianças começam a balbuciar e produzir sons
significativos nos primeiros meses de vida. Com o tempo, eles desenvolvem a capacidade
de reconhecer palavras, imitar sons e eventualmente começam a falar.
Desenvolvimento cognitivo: Ao longo dos primeiros anos, as crianças começam
a desenvolver a capacidade de pensar, raciocinar e resolver problemas. Isso inclui a aqui-
sição de habilidades como reconhecer formas, cores e números.
Desenvolvimento social e emocional: As crianças começam a desenvolver re-
lacionamentos sociais e a compreender as emoções dos outros. Elas também começam a
experimentar uma gama mais ampla de emoções próprias; desenvolvimento da indepen-
dência: conforme as crianças crescem, elas adquirem mais habilidades para cuidar de si
mesmas, como se vestir, se alimentar e usar o banheiro.
É importante ressaltar que cada criança se desenvolve em um ritmo diferente e
pode atingir esses marcos em momentos diferentes. É essencial que os pais e cuidadores
estejam atentos ao desenvolvimento de seus filhos e busquem orientação de profissionais
de saúde se houver preocupações (ÁVILA; WEISS; LAURINDO, 2007).
Além disso, as habilidades e marcos de desenvolvimento mencionados são apenas
uma referência geral. Cada criança é única e pode ter suas próprias características de
desenvolvimento.
É importante também lembrar que o ambiente em que a criança está inserida pode
influenciar em seu desenvolvimento. Estímulos adequados, interações sociais saudáveis e
oportunidades de aprendizado são fundamentais para o seu crescimento.
Os pais e cuidadores têm um papel fundamental no acompanhamento do desenvol-
vimento da criança. Observar seu progresso e oferecer suporte emocional, físico e cognitivo
são essenciais para ajudá-las a alcançar seu potencial máximo.
Em caso de dúvidas ou preocupações, é recomendável buscar orientação de profis-
sionais de saúde, como pediatras, psicólogos ou terapeutas, que podem realizar avaliações
e fornecer orientações adequadas para cada caso específico (ALEXANDRE, 2020).
Cada criança é única e tem seu próprio ritmo de crescimento e desenvolvimento;
por isso, é fundamental respeitar suas características individuais e oferecer um ambiente
favorável e estimulante para seu progresso (ÁVILA; WEISS; LAURINDO, 2007).

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 12


3
TÓPICO
REFLEXOS QUE OCORREM NOS
PRIMEIROS MESES DE VIDA
(REFLEXO DE SUCÇÃO, REFLEXO
DE MORO E REAÇÃO DE BUSCA)

Reflexos infantis são respostas automáticas e involuntárias do corpo de um bebê a


um estímulo específico. Eles são geralmente presentes desde o nascimento e desaparecem
à medida que a criança se desenvolve (GUTIÉRREZ, 2020).
Nos primeiros meses de vida, os bebês passam por uma série de reflexos e reações
que são considerados normais e esperados nesta fase. Alguns exemplos desses reflexos
e reações são:
Reflexo de Moro: ocorre quando o bebê é assustado por um barulho ou queda
repentina. Nessa situação, o bebê abre os braços e as pernas, espalha os dedos e depois
os fecha novamente.
Reflexo de Sucção: os bebês têm o reflexo de sugar quando algo toca seus lábios,
seja o bico do seio materno, mamadeira ou chupeta.
Reflexo de Preensão Palmar: quando algo toca a palma da mão do bebê, ele
fecha os dedos em volta do objeto com firmeza.
Reflexo Tônico Cervical Assimétrico: quando o bebê está deitado de costas, vira
a cabeça para um lado, o braço desse lado se estica e o braço do lado oposto se encolhe.
Reflexo de Babinski: quando o bebê tem a sola do pé estimulada, seus dedos do
pé se espalham e seu pé se curva para cima.
Além desses reflexos, também ocorre uma série de reações comportamentais nos
primeiros meses de vida, como olhar para o rosto da mãe, sorrir em resposta a estímulos
agradáveis, chorar para expressar desconforto ou necessidade, focalizar objetos e acom-
panhar com os olhos movimentos visuais, entre outros. Todos esses reflexos e reações são
importantes para o desenvolvimento neurológico e motor do bebê.

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 13


À medida que o sistema nervoso central amadurece e a criança se desenvolve,
esses reflexos se tornam menos frequentes e desaparecem, dando lugar a respostas mais
voluntárias e controladas pelo cérebro.
Esse processo ocorre devido ao desenvolvimento das conexões neurais e ao amadu-
recimento das áreas cerebrais responsáveis pelo controle do movimento e das respostas volun-
tárias. Inicialmente, os reflexos são respostas automáticas e involuntárias do sistema nervoso a
estímulos ambientais. Eles são importantes para a sobrevivência do recém-nascido, permitindo
que ele reaja a estímulos e se proteja de potenciais perigos (SOUZA; SILVA; BAPTISTA, 2020).
Conforme o sistema nervoso central amadurece, as áreas cerebrais superiores,
como o córtex cerebral, se desenvolvem e assumem um papel cada vez mais importante
no controle dos movimentos e das respostas voluntárias (GUTIÉRREZ, 2020).
Gradualmente, a criança adquire maior controle sobre seus movimentos e é capaz
de coordenar ações mais complexas. Os reflexos infantis, como o reflexo de Moro ou reflexo
de sucção, diminuem em intensidade e desaparecem à medida que a criança desenvolve
habilidades motoras mais sofisticadas.
No lugar dos reflexos, surgem respostas mais intencionais e controladas pelo cé-
rebro. A criança é capaz de planejar e executar ações voluntárias, como pegar um objeto,
andar, falar e realizar tarefas complexas.
Essa transição dos reflexos para as respostas voluntárias e controladas é crucial
para o desenvolvimento motor e cognitivo da criança. À medida que o sistema nervoso
central amadurece, a criança ganha maior autonomia e capacidade de interagir com o
ambiente de forma mais eficiente e adaptativa.
Isso significa que, à medida que o sistema nervoso central se desenvolve e ama-
durece, a criança adquire um maior controle sobre suas ações e habilidades para interagir
com o mundo ao seu redor. Conforme o amadurecimento cerebral, as conexões neurais
se fortalecem e se tornam mais eficientes, permitindo que a criança processe informações
sensoriais de maneira mais rápida e precisa.
Com o amadurecimento do sistema nervoso central, a criança também desenvolve
maior autonomia em suas habilidades motoras. Ela ganha controle sobre seus movimentos,
aprende a manter o equilíbrio e a se locomover de forma mais eficiente. Essa autonomia
motora permite que a criança explore o ambiente com mais liberdade e independência.
Nesse processo de amadurecimento cerebral, a criança também desenvolve habili-
dades cognitivas mais sofisticadas. Ela é capaz de compreender melhor o espaço, o tempo
e as relações de causa e efeito. Isso a ajuda a interagir com o ambiente de forma mais
adaptativa, tornando-se mais consciente das consequências de suas ações e tomando
decisões mais adequadas.
Em resumo, a maturação do sistema nervoso central é fundamental para o progres-
so da autonomia e capacidade de interação da criança com o ambiente. Esse processo
permite que ela se torne mais eficiente e adaptativa em suas ações, contribuindo para seu
crescimento e desenvolvimento global.

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 14


4
TÓPICO
DENTIFICAR AS PRINCIPAIS EMOÇÕES
QUE SURGEM AO LONGO DAS
DIFERENTES FASES DA INFÂNCIA

Ao longo das diferentes fases da infância, várias emoções podem surgir. Essas
emoções são influenciadas pelo desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança.
Aqui estão algumas das principais emoções que surgem em cada fase da infância:
Primeira infância (0 a 2 anos): Durante a primeira infância, que compreende apro-
ximadamente os primeiros anos de vida, as crianças experimentam uma ampla gama de
emoções. Alguns exemplos dessas emoções são:
Alegria: as crianças costumam mostrar grande expressão de felicidade ao brincar,
interagir com seus cuidadores e descobrir novas coisas ao seu redor.
Tristeza: as crianças também podem experimentar tristeza, especialmente em
situações em que se sentem frustradas, como quando não conseguem o que querem ou
perdem algo significativo para elas.
Medo: é comum que as crianças sintam medo em certas situações, como na pre-
sença de estranhos, em lugares desconhecidos ou quando ocorrem ruídos altos. Isso se
deve à necessidade natural de autopreservação.
Raiva: as crianças frequentemente expressam sentimentos de raiva e frustração
quando não conseguem o que querem ou quando enfrentam limites impostos pelos adultos.
Surpresa: as crianças são muito curiosas e se surpreendem com as coisas ao seu
redor (FERREIRA, 2020). Elas podem manifestar surpresa por meio de expressões faciais
e sons vocais.
Nojo: as crianças também podem expressar nojo em relação a determinadas comi-
das, objetos ou substâncias que consideram desagradáveis.
Essas são apenas algumas emoções que as crianças experimentam na primeira
infância. É importante lembrar que cada criança é única e pode reagir de maneira diferente
às diferentes situações emocionais. É responsabilidade dos adultos que cuidam delas

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 15


ajudá-las a entender e lidar de maneira saudável com suas emoções. Temos ainda a Idade
pré-escolar (3 a 5 anos): em que as crianças experimentam uma ampla gama de emoções.
Essas emoções podem variar de felicidade e alegria a tristeza, raiva, medo e frustração.
As crianças nesta idade muitas vezes têm dificuldade em expressar e controlar suas
emoções, o que pode levar a explosões emocionais e comportamentos disruptivos. Elas tam-
bém podem ter dificuldade em compreender as emoções dos outros e em desenvolver empatia.
Nesta fase, as crianças estão aprendendo a lidar com as emoções e a expressá-las de
maneira apropriada. É importante que os adultos forneçam um ambiente seguro e acolhedor
para que as crianças possam experimentar e aprender sobre suas emoções (FERREIRA, 2020).
As atividades que incentivam a identificação e a expressão das emoções, como
brincar com fantoches ou contar histórias, podem ser eficazes na promoção do desenvol-
vimento emocional das crianças pré-escolares. Além disso, ensinar estratégias de autorre-
gulação emocional, como respiração profunda ou contar até dez quando estão com raiva,
pode ajudar as crianças a lidar com suas emoções de maneira saudável.
Em resumo, na idade pré-escolar, as crianças experimentam uma ampla variedade
de emoções e estão aprendendo a lidar com elas. É importante os adultos oferecerem
suporte emocional e ensinarem estratégias de autorregulação emocional para ajudá-las a
desenvolver uma compreensão saudável e equilibrada das emoções.
Já na idade escolar (6 a 12 anos), a idade escolar é um período de intensas
mudanças emocionais e desenvolvimento social para as crianças. Durante esse tempo,
as emoções desempenham um papel importante no bem-estar emocional e no sucesso
acadêmico dos estudantes. Aqui estão algumas emoções comuns na idade escolar:
Alegria: As crianças experimentam alegria quando estão se divertindo, aprendendo
algo novo ou passando tempo com amigos.
Tristeza: A tristeza pode surgir quando as crianças se sentem excluídas, não cor-
respondem às expectativas ou estão lidando com problemas pessoais.
Medo: O medo é uma emoção comum na idade escolar. As crianças podem ter medo
de situações desconhecidas, como falar em público, ou de ameaças percebidas, como bullying.
Raiva: A raiva pode surgir quando as crianças se sentem injustiçadas, frustradas
ou não conseguem o que querem.
Vergonha: A vergonha ocorre quando as crianças se sentem humilhadas ou cons-
trangidas por seus próprios erros, ou comportamentos.
Ansiedade: A ansiedade pode se manifestar em crianças que se preocupam com
o desempenho escolar, relacionamentos ou situações estressantes.
Empatia: A empatia, embora não seja uma emoção negativa, é um componente im-
portante do desenvolvimento emocional na idade escolar. As crianças começam a entender
e compartilhar as emoções dos outros.
É importante que os educadores e cuidadores ajudem as crianças a identificar e lidar
com suas emoções de forma saudável. Isso pode incluir ensinar habilidades de regulação
emocional, oferecer apoio emocional e incentivar a expressão adequada de sentimentos.

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 16


O pai passa mais tempo cuidando do filho quando esse é bebê, do que quando é mais velho. Desconside-
rando a fase da primeira infância, o pai passa mais tempo com o filho quando ele está na pré-escola do
que quando está na idade escolar. Uma possível explicação dessa maior interação entre pai e filho na idade
pré-escolar é que, nessa idade, é mais fácil a criança acompanhar o pai em suas atividades, independente
do que o pai irá fazer e do lugar que irá.

Fonte: Cia et al. (2005).

O aprimoramento motor é o ponto de partida de todo o desenvolvimento da criança. A independência


adquirida com a locomoção e a manipulação de objetos ampliou a visão de mundo do ser humano,
contribuindo e levando-o a progredir continuamente. Este estudo estatístico buscou observar de que
maneira o homem vem completando seu desenvolvimento motor normal e os fatores que podem levar a
dificuldades motoras futuras.

Fonte: Vigiano, et al., (1998).

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 17


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a),

Nesta unidade, exploramos as ações e reações que podemos observar nas di-
ferentes fases do desenvolvimento infantil. É fundamental compreender os marcos de
desenvolvimento e estar atento a possíveis atrasos em cada fase. No entanto, é importante
ressaltar que qualquer observação de atraso no desenvolvimento deve ser prontamente
comunicada ao médico assistente, permitindo assim o início precoce do processo de inter-
venção. Além disso, devemos reconhecer o papel crucial da família em todo esse processo,
especialmente quando há necessidade de intervenção.
Além disso, podemos assim observar quais são os principais reflexos esperados
desde o nascimento até os primeiros anos de vida, por meio desses reflexos é que conse-
guimos notar alguma dificuldade ou atraso com relação a grande maioria, lembrando que
cada criança tem seu tempo esperado. Porém, mesmo no tempo, o desenvolvimento não
pode deixar de acontecer, além de todos os reflexos e reações, notamos também quais as
emoções vão aparecendo, como alegria, medo, choro, felicidade e mudanças de humor.

UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL, REFLEXOS E REAÇÕES 18


MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Desenvolvimento Infantil
• Autor: Vera Mattos
• Editora: Wak Editora
• Sinopse: Esta compilação de atividades que buscam por meio do
método growing up desenvolver os diversos aspectos do desenvolvi-
mento infantil traz para o leitor não só um pequeno guia sobre como
se desenvolve o brincar dos pequenos, mas também como se dá a
evolução da criança nos campos da linguagem, psicomotor, psicoafe-
tivo e cognitivo. Os autores buscaram beber em diversas fontes de
renomados estudiosos da infância as características mais marcantes
de cada período evolutivo e usaram de muita criatividade a fim de
oferecer um arsenal de recursos brincantes para os profissionais da
Educação e da Saúde ampliarem o aspecto lúdico de suas práticas.

FILME/VÍDEO
• Título: Marcos do Desenvolvimento Infantil (0 a 10 anos) - Profª
Juliana Mello.
• Ano: 2021.
• Sinopse: Professora Juliana descreve quais são os marcos de de-
senvolvimento, com materiais disponíveis com demais assuntos na
área da saúde. A professora mostra e esclarece todos os reflexos e
reações esperadas para cada mês do bebê até os 10 anos de idade.
• Link do vídeo: www.youtube.com/watch?v=Xyf0G_b84ds&t=2s

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UNIDADE

PRINCIPAIS
PATOLOGIAS
INFANTIS

Professor(a) Esp. Sandra Mesquita

Plano de Estudos
• O que são patologias infantis;
• Qual o papel das intervenções;
• Qual a função da família no processo de intervenções;
• Saúde pública e diagnóstico.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar quais são as patologias infantis e qual
processo de intervenção;
• Compreender qual a função da família frente ao tratamento de
alguma patologia;
• Estabelecer a importância do diagnóstico e intervenções;
• Entender qual o papel da saúde pública de acordo com essas
necessidades.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)!

Seja bem-vindo (a) ao nosso material de Pediatria para Terapia Ocupacional.


Aproveite ao máximo o conteúdo disponibilizado. Nesta unidade, discutiremos os estudos
sobre patologias infantis, como podem surgir e quais as consequências com relação ao
desenvolvimento infantil, sendo assim quais influências essas patologias podem ter no
crescimento infantil.
Além disso, entenderemos qual o papel das intervenções frente a isso e, claro,
qual a função da família em todo o processo terapêutico, desde os primeiros sinais de
necessidade de terapias como o início das mesmas. Tendo em vista que muitas famílias
acabam protelando o processo de terapias por acreditar que o comportamento ou sinais e
sintomas podem ser amenizados no decorrer do desenvolvimento.
Por fim, veremos que o papel da saúde pública no processo de diagnóstico e inter-
venção precoce é de extrema importância, já que grande parte da população brasileira não
consegue ou por diversos motivos não obtém um plano de saúde para dar início aos trata-
mentos e consultas com médicos especialistas, visto que o SUS é fundamental para auxiliar
e levar a essas famílias as formas mais cabíveis de tratamento e intervenção necessária.
Desejo a você bons estudos!

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 21


1
TÓPICO

O QUE SÃO
PATOLOGIAS
INFANTIS

As patologias infantis são doenças que afetam especificamente crianças. Elas


podem ser congênitas, ou seja, presentes desde o nascimento, ou adquiridas ao longo do
desenvolvimento da criança. É importante ressaltar que cada patologia infantil possui carac-
terísticas específicas e podem variar em gravidade e sintomas. O diagnóstico e tratamento
devem ser realizados por profissionais de saúde capacitados, como médicos pediatras e
especialistas em determinadas áreas.
As patologias infantis podem ser causadas por diversos fatores, como os genéticos,
algumas infecções, problemas durante a gestação, exposição a substâncias tóxicas, entre ou-
tros. Essas doenças podem afetar diferentes partes do corpo, como órgãos, sistemas e tecidos.
Alguns exemplos de patologias infantis incluem a síndrome de Down, o autismo, a
paralisia cerebral, a fibrose cística, a asma, a bronquiolite, a otite, a anemia, entre muitas
outras. É importante ressaltar que as patologias infantis exigem cuidados médicos espe-
cíficos e, muitas vezes, um tratamento contínuo. Além disso, é fundamental que os pais
ou responsáveis estejam atentos aos sinais e sintomas dessas doenças, buscando um
diagnóstico precoce e um acompanhamento adequado.
O diagnóstico e tratamento das patologias infantis são realizados por médicos
especialistas, como pediatras, geneticistas, pneumologistas, otorrinolaringologistas, dentre
outros, dependendo da natureza da doença. O tratamento pode incluir medicamentos, te-
rapias, intervenções cirúrgicas, mudanças na alimentação e no estilo de vida, entre outras
abordagens (CARVALHO,2018).
Em resumo, as patologias infantis são doenças que afetam exclusivamente crian-
ças e podem ter diversas causas e manifestações. É importante estar atento aos sinais
e sintomas, buscar um diagnóstico adequado e seguir o tratamento recomendado pelos

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 22


profissionais de saúde. Esses são apenas alguns exemplos de condições médicas que
afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Cada uma dessas condições possui características únicas e pode ter um impacto
significativo na vida das pessoas afetadas e de seus familiares. A síndrome de Down é uma
condição genética causada por uma cópia extra do cromossomo 21. Isso pode resultar em
características físicas distintas, bem como em atrasos no desenvolvimento intelectual e
habilidades motoras prejudicadas (ASSUMPÇÃO; PIMENTEL, 2000).
O autismo é um distúrbio do desenvolvimento que afeta a comunicação, a interação
social e o comportamento. As pessoas com autismo podem apresentar dificuldades na
interação social, comunicação verbal e não verbal, além de comportamentos repetitivos.
A paralisia cerebral é uma desordem do movimento e da postura que ocorre devido
a danos cerebrais que afetam o desenvolvimento motor e a coordenação dos músculos. Isso
pode resultar em dificuldades físicas, como problemas de mobilidade e controle muscular.
A fibrose cística é uma doença genética que afeta principalmente os pulmões e o sistema
digestivo. Ela causa acúmulo de muco espesso nos pulmões, tornando-os propensos a in-
fecções e dificultando a respiração. Também pode afetar a função pancreática e a digestão.
Dentre diversas outras doenças que a criança pode desenvolver na primeira ou
segunda infância, cada uma dessas condições requer tratamento e cuidados específicos,
que podem incluir terapia, medicamentos, cirurgias ou intervenções médicas. É importante
proporcionar suporte e compreensão às pessoas afetadas por essas condições, para que
possam ter uma vida plena e inclusiva.
A intervenção na patologia é de extrema importância tanto para o diagnóstico quan-
to para o tratamento das doenças. Através da intervenção, é possível identificar o tipo de
patologia e o grau de evolução da doença, permitindo que os profissionais de saúde tomem
as medidas necessárias para controlar e combater a doença.
A intervenção também é essencial para prevenir complicações e sequelas da doen-
ça, assim como reduzir os sintomas e o sofrimento do paciente. Além disso, a intervenção
adequada pode levar à cura ou à melhora significativa do estado de saúde do paciente. A
intervenção na patologia envolve diversas áreas da saúde, como medicina, enfermagem,
fisioterapia, psicologia, entre outras. Cada especialidade contribui de forma específica para
o tratamento e reabilitação do paciente, proporcionando uma abordagem multidisciplinar e
integrada (ARAUJO; VERAS; VARELLA, 2019).
A intervenção na patologia também é fundamental para a pesquisa e o avanço
científico na área da saúde. Ao estudar os processos patológicos e analisar os resultados
das intervenções, é possível aprimorar os métodos de diagnóstico e tratamento, desenvolver
novos medicamentos e terapias, e, assim, melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Por-
tanto, a intervenção na patologia é de suma importância para a saúde pública e individual,
contribuindo para a prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e pesquisa das doenças.

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 23


2
TÓPICO

QUAL O PAPEL DAS


INTERVENÇÕES

A intervenção na patologia é de extrema importância tanto para o diagnóstico quan-


to para o tratamento das doenças. Através dela, é possível identificar o tipo de patologia e o
grau de evolução da doença, permitindo que os profissionais de saúde tomem as medidas
necessárias para controlar e combater a doença.
Essa medida também é essencial para prevenir complicações e sequelas da
doença, assim como reduzir os sintomas e o sofrimento do paciente. Além disso, quando
realizada adequadamente, ela pode levar à cura ou à melhora significativa do estado de
saúde do paciente (ARAUJO; VERAS; VARELLA, 2019).
A intervenção na patologia envolve diversas áreas da saúde, como medicina,
enfermagem, fisioterapia, psicologia, entre outras. Cada especialidade contribui de forma
específica para o tratamento e reabilitação do paciente, proporcionando uma abordagem
multidisciplinar e integrada. Além disso, ela é fundamental para a pesquisa e o avanço cien-
tífico na área da saúde. Ao estudar os processos patológicos e analisar os resultados das
intervenções, é possível aprimorar os métodos de diagnóstico e tratamento, desenvolver
novos medicamentos e terapias, e, assim, melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Portanto, a intervenção na patologia é de suma importância para a saúde pública e
individual, contribuindo para a prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e pesquisa
de doenças, desempenhando um papel crucial na saúde pública e individual, pois atua em
todas as etapas relacionadas às doenças.
A prevenção é um dos principais objetivos da intervenção em patologia. Isso envol-
ve a identificação de fatores de risco e a implementação de medidas educativas e de saúde
pública para evitar o surgimento de doenças. Por exemplo, campanhas de vacinação e
orientações sobre estilo de vida saudável são importantes estratégias de prevenção.

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 24


Além disso, a intervenção na patologia contribui para o diagnóstico de patologias.
Isso envolve a realização de exames clínicos, análises laboratoriais e outros métodos de
investigação para identificar a presença e a causa das doenças. Um diagnóstico precoce é
fundamental para um tratamento eficaz e melhores resultados de saúde.
Uma vez que uma doença é diagnosticada, a intervenção na patologia se concentra
no tratamento adequado. Isso envolve a utilização de medicamentos, cirurgias, fisioterapia
e outras terapias para controlar a enfermidade, aliviar os sintomas e promover a cura. A
intervenção também pode incluir a monitorização regular do paciente para avaliar a eficácia
do tratamento e fazer ajustes se necessário.
Além disso, a intervenção na patologia desempenha um papel importante na rea-
bilitação de indivíduos que sofreram com enfermidades graves ou lesões. Isso envolve o
fornecimento de terapias de reabilitação, como fisioterapia e terapia ocupacional, visando
restaurar a função e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
A pesquisa em patologia também é impulsionada pela intervenção nessa área. A
busca por novos tratamentos, medicamentos e técnicas diagnósticas é fundamental para
avançar no conhecimento e no tratamento das patologias. Por meio da pesquisa, novas
descobertas são efetuadas e novas abordagens terapêuticas são desenvolvidas, benefi-
ciando diretamente a saúde pública e individual (ASSUMPÇÃO; PIMENTEL, 2000).
Em resumo, a intervenção na patologia é essencial para a saúde pública e individual,
abrangendo prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e pesquisa das enfermidades. Essa
intervenção visa melhorar a qualidade de vida, reduzir a carga de doenças e promover a saúde da
população como um todo. Além disso, a intervenção patológica também desempenha um papel
importante na detecção precoce de doenças, permitindo um tratamento mais eficaz e aumentan-
do as chances de cura. A prevenção, por sua vez, envolve ações educativas e de promoção da
saúde, visando evitar a ocorrência de doenças e reduzir os fatores de risco (MACHADO, 2019).
O diagnóstico é fundamental para identificar a presença de uma doença e deter-
minar sua causa e gravidade. Com base nesse diagnóstico, o tratamento adequado pode
ser iniciado, utilizando uma variedade de abordagens terapêuticas, como medicamentos,
cirurgias, terapias físicas e outras intervenções médicas.
A reabilitação, por sua vez, visa restaurar ou melhorar a funcionalidade e a quali-
dade de vida dos indivíduos que sofreram algum tipo de doença ou lesão. Isso pode incluir
terapias físicas, ocupacionais, fonoaudiológicas e outras formas de reabilitação.
A pesquisa em patologia é fundamental para avançar o conhecimento científico
sobre as causas, prevenção e tratamento das enfermidades. Através da pesquisa, novas
terapias e abordagens podem ser desenvolvidas, melhorando a eficácia dos tratamentos
existentes e ampliando as opções disponíveis para os pacientes.
Portanto, a intervenção patológica desempenha um papel crucial na saúde pública e in-
dividual, buscando melhorar a qualidade de vida, reduzir a carga de doenças e promover a saúde
da população como um todo. Seja através da prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou
pesquisa, essa intervenção é essencial para garantir um sistema de saúde eficiente e equitativo.

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 25


3
TÓPICO

QUAL A FUNÇÃO DA
FAMÍLIA NO PROCESSO
DE INTERVENÇÕES

A família desempenha um papel crucial no processo de intervenções, ao ser um


dos principais sistemas de apoio para um indivíduo em situações de crise ou necessidade
de mudança. Além disso, a família é considerada um dos principais determinantes da saúde
e bem-estar de seus membros. No contexto de intervenções, a família pode desempenhar
várias funções importantes, incluindo:
Apoio emocional: a família pode fornecer suporte emocional durante momentos
difíceis e ajudar a lidar com sentimentos negativos, como ansiedade, estresse, tristeza e
raiva. Os familiares podem oferecer conforto, compreensão e encorajamento para enfrentar
situações desafiadoras. A família desempenha um papel fundamental no apoio emocional de
um indivíduo, visto que é nela que normalmente encontramos conforto, amor, compreensão
e suporte ao longo de nossa vida. Em momentos de dificuldade emocional, como estresse,
ansiedade, tristeza ou mesmo durante uma crise pessoal, a família pode oferecer um ombro
amigo para desabafar, ouvir nossas preocupações e oferecer conselhos. Eles estão sempre
prontos para nos apoiar e nos encorajar quando nos sentimos para baixo (CARVALHO, 2018).
A família também é onde podemos ser nós mesmos, sem medo de julgamentos;
onde podemos expressar nossas emoções e sermos acolhidos. Ao compartilhar nossas
emoções com os entes queridos, podemos nos sentir aliviados e mais leves emocionalmen-
te (JORGE et al., 2019).
Além disso, essa instituição pode fornecer um senso de segurança e estabilidade
emocional. Saber que temos um grupo de pessoas que se importam conosco e estão lá para
nós em momentos de necessidade nos dá uma sensação de conforto e bem-estar. Dessa for-

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 26


ma, é importante valorizar e cultivar os relacionamentos familiares, investindo tempo e esforço
em manter uma comunicação aberta e saudável. Isso envolve ouvir uns aos outros, oferecer
apoio emocional incondicional e estar presente tanto nos momentos bons quanto nos ruins.
No entanto, é importante lembrar que nem todas as famílias são capazes de for-
necer apoio emocional adequado. Algumas famílias podem ter dinâmicas disfuncionais ou
serem incapazes de se comunicar de forma saudável. Nesses casos, pode ser necessário
procurar apoio emocional em outras pessoas, como amigos, terapeutas ou grupos de apoio
e assim sendo um elemento essencial no fornecimento de apoio emocional. Ela pode nos
ajudar a enfrentar desafios emocionais, fornecer conforto e estabilidade e desempenhar um
papel vital em nossa saúde mental e bem-estar.
Suporte prático: a família pode oferecer suporte prático, como ajuda financeira,
auxílio na administração de questões burocráticas, como marcações de consultas médicas
ou procurar recursos comunitários relevantes cuidados com os filhos, ou tarefas domésticas,
para aliviar o estresse e a carga de trabalho da pessoa que está passando por uma situação
difícil. Isso pode significar oferecer dinheiro para cobrir despesas urgentes, assumir a respon-
sabilidade de cuidar dos filhos por um período de tempo, ajudar nas tarefas domésticas ou até
mesmo oferecer um lugar para morar temporariamente (ARAUJO; VERAS; VARELLA, 2019).
Ter o suporte prático da família pode ser essencial para ajudar a pessoa a lidar
com as demandas e responsabilidades adicionais durante momentos de dificuldades. Além
disso, também pode proporcionar um senso de apoio emocional e segurança, sabendo que
eles não estão enfrentando a situação sozinhos (ASSUMPÇÃO; PIMENTEL, 2000).
Estabelecimento de limites e regras: a família pode ajudar a estabelecer limites
e regras saudáveis ​​para o indivíduo em intervenção. Eles podem ajudar a garantir que o
indivíduo siga o plano de tratamento e evite comportamentos negativos ou prejudiciais,
as regras para seus membros, especialmente para crianças e adolescentes. Estabelecer
limites é fundamental para ensinar valores, promover o desenvolvimento saudável e moldar
comportamentos positivos.
A família pode estabelecer limites claros e consistentes através de diálogo aberto,
em que todos os membros têm a oportunidade de expressar suas opiniões e necessidades.
É importante que esses limites sejam coerentes com os valores e expectativas da família.
Além disso, as regras devem ser justas e adaptadas à idade e maturidade de cada
membro da família, considerando suas capacidades e responsabilidades. Isso ajudará a
gerar um senso de equilíbrio entre autonomia e responsabilidade. Para estabelecer limites
efetivos, é essencial que a família seja consistente na aplicação das regras e consequên-

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 27


cias. A inconsistência pode gerar confusão e dificultar a compreensão das crianças sobre o
que é esperado delas.
Além disso, é importante que a família esteja disposta a flexibilizar certos limites
quando necessário, para permitir o crescimento e a autonomia dos membros. Isso inclui
permitir que os adolescentes tomem decisões adequadas à sua idade e nível de maturida-
de, desde que dentro dos limites estabelecidos.
Comunicação: a família pode facilitar a comunicação entre o indivíduo em interven-
ção e outros profissionais de saúde ou membros da comunidade envolvidos no processo.
Eles podem garantir que as informações sejam compartilhadas adequadamente e que as
necessidades do indivíduo sejam compreendidas e atendidas; a família pode desempenhar
um papel fundamental na facilitação da comunicação entre o indivíduo em intervenção e
outros profissionais de saúde.
Ela pode atuar como intermediária, transmitindo informações importantes sobre o
histórico de saúde e os sintomas do indivíduo aos profissionais de saúde, funcionando como
uma ponte entre eles. Além disso, a família pode acompanhar e participar de consultas e
tratamentos, ajudando a esclarecer dúvidas e fornecendo suporte emocional ao indivíduo.
A família também pode auxiliar na aderência ao tratamento, auxiliando na administração
de medicações, na organização de consultas e na promoção de um ambiente propício à
recuperação. Assim, a família desempenha um papel ativo na comunicação e no cuidado
integral do indivíduo em intervenção (ARAUJO; VERAS; VARELLA, 2019).
Educação: a família pode buscar conhecimento e informação sobre o problema ou
transtorno do indivíduo em intervenção para melhor compreendê-los e ajudar no processo
de recuperação. Eles podem aprender sobre estratégias de manejo, terapias recomen-
dadas e outras formas de suporte disponíveis. É muito importante que a família busque
conhecimento e informação sobre o problema ou transtorno do indivíduo em intervenção.
Isso ajuda a família a compreender melhor o que o indivíduo está passando, quais são
as dificuldades enfrentadas e quais são as melhores formas de ajudar no processo de
recuperação (PIMENTEL, 2004).
Ao obter conhecimento e informação sobre o problema ou transtorno, a família
pode entender melhor como lidar com situações desafiadoras, quais são os tratamentos
disponíveis, como apoiar o indivíduo durante o processo de recuperação e como evitar
atitudes e comportamentos que prejudiquem o processo de recuperação.
Além disso, buscar conhecimento e informação sobre o problema ou transtorno
também pode ajudar a família a desenvolver empatia e compreensão pelos desafios que o

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 28


indivíduo enfrenta. Isso pode fortalecer o vínculo familiar, promover um ambiente de apoio
e compreensão e contribuir para uma intervenção mais efetiva e positiva.
Existem várias formas de buscar conhecimento e informação, como por meio de
livros, artigos científicos, vídeos, documentários, grupos de apoio, palestras e workshops.
É importante que a família esteja aberta a aprender e buscar diferentes fontes de informa-
ção, sempre contando também com o apoio de profissionais da saúde mental, que podem
oferecer orientações específicas para cada caso (JORGE, et al., 2019).
Envolvimento ativo: a família pode desempenhar um papel ativo nas interven-
ções, apoiando e participando de atividades terapêuticas, comparecendo a sessões de
aconselhamento familiar e se envolvendo no desenvolvimento de um ambiente de suporte
e recuperação, especialmente quando se trata de problemas de saúde mental ou vícios.
Ela também pode fornecer informações relevantes sobre o histórico do indivíduo, auxiliar na
adesão ao tratamento e participar de sessões terapêuticas em conjunto. Além disso, a famí-
lia pode ajudar a criar um ambiente seguro e saudável em casa, promover a comunicação
aberta e fornecer recursos e encaminhamentos adequados (MACHADO, 2019).
A participação da família nas intervenções pode aumentar a eficácia do tratamento
e melhorar os resultados a longo prazo. É importante ressaltar que a função da família no
processo de intervenções pode variar dependendo da natureza do problema ou da situa-
ção específica. Em algumas situações, a família pode ser o principal agente de mudança,
enquanto em outros casos pode ser necessário envolver outros profissionais e recursos
externos. Cada intervenção é única e a função da família pode ser adaptada conforme as
necessidades do indivíduo e do contexto.

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 29


4
TÓPICO

SAÚDE PÚBLICA E
DIAGNÓSTICO

O papel da saúde pública é promover e proteger a saúde da população como um


todo. Isso inclui ações de prevenção de doenças, promoção da saúde, controle de epide-
mias e monitoramento da saúde da população.
No contexto do diagnóstico, a saúde pública desempenha um papel fundamental
na detecção e monitoramento de doenças. Isso pode envolver o desenvolvimento de pro-
gramas de rastreamento e triagem, a implementação de testes em massa e a coordenação
de sistemas de vigilância epidemiológica (PIMENTEL, 2004).
A saúde pública também desempenha um papel essencial na interpretação e no
monitoramento dos dados de diagnóstico para identificar tendências e padrões de saúde.
Isso ajuda a orientar as políticas de saúde e a tomar medidas para prevenir a propagação
de doenças e melhorar a saúde da população.
Além disso, a saúde pública trabalha em estreita colaboração com profissionais
das especialidades e sistemas para garantir que os diagnósticos sejam acessíveis a todos
e que o tratamento adequado seja oferecido às pessoas diagnosticadas. Isso inclui garantir
acesso a exames médicos, promover a capacitação dos profissionais de saúde em diag-
nóstico precoce e coordenar serviços de tratamento e cuidado para aqueles que recebem
um diagnóstico positivo (MACHADO, 2019).
Em resumo, o papel da saúde pública no diagnóstico é fundamental para identificar
doenças, monitorar a saúde da população e tomar medidas preventivas e de controle para
beneficiar a vida da sociedade (JORGE, et al., 2019).
Através do monitoramento da saúde da população, a saúde pública consegue identifi-
car precocemente a ocorrência de enfermidades e epidemias, o que permite a implementação

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 30


de ações rápidas e efetivas para contê-las e controlá-las. Além disso, a saúde pública tam-
bém desempenha um papel importante no diagnóstico de doenças crônicas, como diabetes
e hipertensão, por meio do rastreamento e monitoramento dessas condições na população.
Além do diagnóstico, a saúde pública também desempenha um papel essencial na
elaboração e implementação de medidas preventivas, como a promoção da vacinação, o
incentivo à adoção de hábitos saudáveis, como a prática de atividade física e a alimentação
adequada, e a implementação de políticas de controle de doenças, como o controle de
vetores e a vigilância epidemiológica (ARAUJO; VERAS; VARELLA, 2019).
O diagnóstico infantil é uma área da saúde que se dedica a identificar e tratar proble-
mas de saúde em crianças. Isso pode envolver o diagnóstico de doenças e condições mé-
dicas, avaliação do desenvolvimento infantil e identificação de problemas comportamentais.
A saúde pública infantil é uma área da saúde que se concentra em prevenir doenças
e promover a saúde em crianças. Isso pode incluir a promoção da imunização, o controle
de doenças contagiosas, a educação em saúde para famílias e crianças, a prevenção e o
tratamento de doenças crônicas, entre outros.
Gestão e organização de políticas, programas e serviços de saúde para promover e
proteger a saúde da população de um determinado país ou região é um campo multidisciplinar
que aborda questões relacionadas à prevenção de doenças, promoção da saúde, educação,
controle de doenças e outros aspectos relacionados à saúde da comunidade (PIMENTEL, 2004).
Intervenção precoce, por outro lado, refere-se a ações tomadas no início de um
problema de saúde ou desenvolvimento, visando prevenir ou minimizar problemas futu-
ros. Na saúde pública, a intervenção precoce pode ser aplicada em várias áreas, como
o rastreamento precoce de doenças, vacinação infantil, triagem e tratamento de doenças
crônicas, intervenções para prevenir comportamentos de risco, entre outros.
A intervenção precoce é essencial na saúde pública, pois permite identificar e tratar
condições de saúde o mais cedo possível, antes que elas se tornem mais graves ou tenham
efeitos mais negativos na população. Isso pode levar a melhores resultados de saúde,
redução de custos e melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Além disso, a intervenção precoce também pode ser aplicada em termos de políti-
cas de saúde pública. Por exemplo, garantir acesso igualitário a serviços de saúde de qua-
lidade, promover hábitos saudáveis ​​desde a infância, implementar políticas de prevenção
de doenças, entre outras medidas.
Em resumo, a saúde pública e a intervenção precoce estão interligadas, uma vez
que a eficácia da saúde pública depende de ações tomadas no início de problemas de
saúde, tanto individualmente quanto em termos de políticas públicas.

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 31


Os grandes objetivos da Intervenção Precoce são assim: criar as condições mais facilitadoras do bom de-
senvolvimento e que permitam eliminar ou diminuir o risco; facilitar a integração da criança no meio fa-
miliar, escolar e social e a sua autonomia pessoal, através de uma redução dos efeitos de uma deficiência
ou déficit; reforçar as boas relações e competências familiares através da promoção de uma boa base
emocional de suporte; e introduzir mecanismos de compensação e de eliminação de barreiras. Tudo isto
considerando sempre a criança como sujeito ativo no processo, envolvendo a comunidade na integração e
fomentando redes de suporte emocional à criança e à família.

Fonte: Franco (2007).

A avaliação de diagnóstico deve, idealmente, ser feita por uma equipe multiprofissional. Entretanto,
tal configuração nem sempre se apresenta como realidade em muitos locais que oferecem avaliações
diagnósticas. Desse modo, mesmo que o diagnóstico seja feito individualmente por um neuropediatra ou
psicólogo especializado na área, ainda assim se recomenda que tal profissional encaminhe a criança para
outras especialidades relevantes ao caso, de forma a assegurar que todos os domínios nos quais ela possa
apresentar problemas sejam devidamente examinados e tratados.

Fonte: Fonseca; Rodrigues (2015).

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 32


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a),

Vimos até aqui destacamos a importância do diagnóstico e os papéis fundamentais


das intervenções, bem como o papel da família e do contexto em que a criança está inseri-
da. Independentemente de notarmos ou não algum sinal de atraso no desenvolvimento, é
essencial que os estímulos e a sociabilidade estejam presentes desde os primeiros meses
de vida. A interação com a família, irmãos (se houver) e amigos próximos é crucial para
promover o desenvolvimento infantil.
Porém, caso haja alguma possibilidade de atraso ou necessidade de investigarmos
algo, devemos assim compreender que o processo de melhora em algum possível diagnós-
tico se dá em todas e diferentes áreas, ou seja, a criança deve ser inserida em diferentes
contextos de intervenções, com múltiplos profissionais.
Fazendo assim com que a comunicação entre o processo de intervenção deve acon-
tecer, para que assim toda equipe, família e comunidade venham contribuir para melhora
da criança; e mais uma vez reforçamos: o processo terapêutico não precisa ocorrer apenas
quando se há diagnóstico, mas sim quando a necessidade surge dentro do contexto familiar.
Até a próxima unidade!

UNIDADE 2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS 33


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Desenvolvimento Infantil - Família, Proteção e Risco
• Autor: Raquel Souza Lobo Guzzoc.
• Editora: Alínea.
• Sinopse: O livro suscita reflexões teóricas e procura revisar práti-
cas que têm pouco ou nenhum sentido para o trabalho em comuni-
dades carentes. Pretende ser um instrumento de estímulo à produ-
ção de conhecimento, identificando e estudando as circunstâncias
de risco ao desenvolvimento das crianças nessas comunidades.

FILME/VÍDEO
• Título: Intervenção precoce nos atrasos do desenvolvimento
infantil, por que ela é fundamental?
• Ano: 2021
• Sinopse: Observar o comportamento e identificar de forma pre-
coce sinais que podem sugerir problemas no desenvolvimento da
criança abre espaço para remediações e correções interventivas,
que vão induzir a construção de competências que teriam grandes
chances de não se desenvolverem sem a devida estimulação.
• Link do vídeo: www.youtube.com/watch?v=gx2g5wc4nFg

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UNIDADE

TRATAMENTO
TERAPÊUTICO
OCUPACIONAL
Professor(a) Esp. Sandra Mesquita

Plano de Estudos
• Conceitos e definições de tratamento terapêutico;
• Quais as áreas em que a terapia ocupacional pode atuar;
• Terapia ocupacional na infância;
• A importância da intervenção terapêutica precoce.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a função dos tratamentos terapêuticos;
• Compreender quais as áreas a terapia ocupacional estão inseridas;
• Estabelecer a importância do tratamento precoce.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a). Seja bem-vindo (a) a nossa terceira unidade de Pediatria para Tera-
pia Ocupacional. Aproveite ao máximo o conteúdo aqui disponibilizado e faça uso de todas
as informações disponibilizadas. O conteúdo foi preparado para que você se torne um
profissional de excelência.
Nesta unidade, discutiremos os estudos sobre conceitos e definições de tratamen-
tos terapêuticos, formas diversas de atuação e quais os campos e locais o profissional
pode e deve atuar. Hoje, conforme a demanda, temos visto grande parte da procura por
terapeutas no período infantil, com trabalhos de estimulação precoce. Porém, inúmeras
formas de atuação para reabilitação, idosos com necessidades neurológicas ou cognitivas
também requer a atuação do profissional de terapia ocupacional.
Devemos assim, quanto profissionais, estarmos atentos às possibilidades de atua-
ção e nos aperfeiçoarmos sempre que necessário. A formação acadêmica acontecerá e, a
partir disso, as melhorias e especializações vão acontecer para cada vez mais, melhorar as
formas de atendimento e evoluções. Por este motivo, convido a adquirir esse conhecimento
valioso para o seu processo de formação profissional.

Desejo a você bons estudos!

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 36


1
TÓPICO

CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE
TRATAMENTO TERAPÊUTICO

O tratamento terapêutico é uma prática voltada para promover a saúde e o bem-estar


do indivíduo, visando melhorar sua qualidade de vida e ajudar na recuperação de transtornos
físicos, mentais ou emocionais. Alguns conceitos e definições relacionados ao tratamento
terapêutico incluem terapia como um processo de tratamento que envolve a aplicação de
técnicas específicas com o objetivo de promover mudanças positivas no indivíduo.
A terapia é um tipo de tratamento que visa ajudar na resolução de problemas emocio-
nais, psicológicos ou comportamentais. Existem diferentes abordagens terapêuticas, como a
terapia cognitivo-comportamental, a psicanálise, a terapia familiar, entre outras (ÁVILA, 2007).
Durante o processo terapêutico, o indivíduo é convidado a falar sobre seus senti-
mentos, pensamentos, experiências e dificuldades. O terapeuta utiliza técnicas e estraté-
gias adequadas para auxiliar na compreensão e enfrentamento dos desafios do paciente. A
terapia pode ser realizada individualmente, em grupo, com casais ou famílias, dependendo
das necessidades e objetivos de cada pessoa.
É um espaço seguro e confidencial, onde o paciente pode expressar livremente
suas emoções e receber apoio e orientação adequados. Os benefícios da terapia são
variados e podem incluir o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento, melhora da
autoestima e autoconhecimento, redução do estresse e ansiedade, resolução de conflitos
familiares ou conjugais, entre outros.
É importante ressaltar que a terapia não é exclusiva para pessoas com transtornos
mentais, mas também pode ser útil para lidar com questões gerais do cotidiano, como
dificuldades de relacionamento, problemas no trabalho, entre outros.
A duração da terapia pode variar de acordo com as necessidades individuais. Algu-
mas pessoas podem obter benefícios em poucas sessões, enquanto outras podem precisar

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 37


de um acompanhamento mais longo. Em resumo, a terapia é um processo de tratamento
que busca promover mudanças positivas no indivíduo por meio da aplicação de técnicas
específicas (MAIA, 2005).
É um espaço seguro e confidencial, onde o paciente pode expressar suas emoções
e receber o apoio necessário para enfrentar seus desafios e melhorar sua qualidade de vida.
Terapeuta: é o profissional responsável por conduzir o tratamento terapêutico, utilizando suas
habilidades e conhecimentos para ajudar o paciente a alcançar seus objetivos. O terapeuta pode
atuar em diversas áreas, como psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia,
entre outras. Ele é responsável por avaliar e diagnosticar a condição do paciente, desenvolver
um plano de tratamento personalizado e realizar as intervenções terapêuticas necessárias.
Durante as sessões terapêuticas, o terapeuta utiliza diferentes técnicas e aborda-
gens, conforme a necessidade do paciente. Ele pode realizar exercícios físicos, atividades
cognitivas, conversas e discussões, entre outras intervenções, visando promover a melhora
do paciente em diferentes aspectos, como físico, emocional, social e cognitivo. Além disso,
o terapeuta também desempenha um papel de apoio emocional, auxiliando o paciente a
lidar com suas emoções e dificuldades (ÁVILA, 2007).
Ele oferece um ambiente seguro e acolhedor, onde o paciente se sente à vontade
para expressar seus sentimentos e pensamentos. O terapeuta trabalha em conjunto com
o paciente, estabelecendo metas realistas e auxiliando-o a desenvolver estratégias para
alcançá-las. Ele também pode envolver a família e os cuidadores do paciente no processo
terapêutico, proporcionando orientações e suporte.
É importante ressaltar que cada terapeuta possui sua formação específica e sua
área de atuação, portanto, é fundamental buscar um profissional especializado na área em
que se deseja fazer o tratamento terapêutico. Além disso, é importante estabelecer uma
boa relação terapêutica, baseada na confiança, respeito e empatia, para que o processo de
tratamento seja eficiente.
Abordagem terapêutica: refere-se ao conjunto de técnicas, métodos e princípios teó-
ricos utilizados pelo terapeuta durante o tratamento. Existem diversas abordagens terapêu-
ticas, como a psicoterapia, terapia cognitivo-comportamental, terapia familiar, entre outras.
Já o processo terapêutico: é o conjunto de etapas e fases que compõem o trata-
mento terapêutico. Geralmente, inclui a identificação do problema, a avaliação inicial, o
estabelecimento de metas, a aplicação das técnicas terapêuticas e o acompanhamento do
progresso (MAIA, 2005).
A intervenção terapêutica: refere-se às ações realizadas pelo terapeuta durante
o tratamento, que visam promover mudanças positivas no paciente. Podem incluir a uti-
lização de técnicas específicas, como exercícios, jogos, conversas, entre outros. Essas
intervenções são planejadas de acordo com as necessidades individuais do paciente e os
objetivos terapêuticos estabelecidos. O terapeuta atua como facilitador no processo, forne-

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 38


cendo apoio emocional, orientação e incentivo para que o paciente desenvolva habilidades,
melhore seu funcionamento cognitivo, emocional, social ou físico (STEFANI, 2019).
As intervenções assim podem variar conforme a abordagem terapêutica utilizada,
como terapia cognitivo-comportamental, terapia de família, terapia ocupacional, entre ou-
tras. O terapeuta avalia constantemente o progresso do paciente e ajusta as intervenções
conforme necessário. Existem diferentes tipos de intervenções terapêuticas, como: Psi-
coeducação, em que são fornecidas informações e recursos relacionados à condição do
paciente, para que ele possa entender melhor sua situação e tomar decisões informadas;
Treinamento de habilidades, em que são ensinadas ao paciente habilidades específicas
para lidar com problemas ou situações desafiadoras, como técnicas de relaxamento, habi-
lidades de comunicação, resolução de problemas, entre outras (ÁVILA, 2007).
Exposição e dessensibilização: gradualmente expor o paciente a situações que cau-
sam ansiedade ou medo, com o objetivo de reduzir a resposta emocional negativa associada
a essas situações. Reestruturação cognitiva: identificar e desafiar padrões de pensamento
negativos ou distorcidos que contribuem para problemas emocionais ou comportamentais, vi-
sando desenvolver pensamentos mais realistas e positivos. Papel-playing: simular situações
reais ou imaginárias para ajudar o paciente a desenvolver novas estratégias de enfrentamento
ou praticar habilidades sociais. Expressão artística: usar atividades artísticas, como pintura,
desenho, música, escrita, como forma de auto expressão e processamento emocional.
A terapia de grupo: proporcionar um ambiente seguro e de apoio, onde os participantes
podem compartilhar experiências, aprender uns com os outros e receber feedback do terapeuta
e dos colegas. Essas são apenas algumas das muitas intervenções terapêuticas que podem
ser utilizadas durante o tratamento. O terapeuta escolherá as mais adequadas com base na
avaliação do paciente, seus objetivos terapêuticos e a abordagem terapêutica adotada. O
objetivo final é promover o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida do paciente.
Autocuidado: é um conceito relacionado ao tratamento terapêutico que se refere às
ações que o indivíduo realiza para cuidar de si mesmo, visando sua saúde física, mental
e emocional. Isso pode envolver práticas como alimentação saudável, prática regular de
exercícios físicos, descanso adequado, entre outros.
Adesão ao tratamento: é a medida em que o indivíduo segue as orientações e
realiza as atividades propostas pelo terapeuta. A adesão ao tratamento é fundamental para
garantir sua eficácia e obter resultados positivos.
Esses são apenas alguns dos conceitos e definições relacionados ao tratamento
terapêutico. É importante ressaltar que cada abordagem terapêutica pode ter suas particu-
laridades e definições específicas, mas todos têm como objetivo principal ajudar o indivíduo
a melhorar sua saúde e bem-estar.

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 39


2
TÓPICO

QUAIS AS ÁREAS EM QUE


A TERAPIA OCUPACIONAL
PODE ATUAR

Terapeuta ocupacional é um profissional da área de saúde que trabalha com


avaliação, tratamento e reabilitação de indivíduos com dificuldades físicas, cognitivas,
emocionais ou sociais que afetam suas habilidades ocupacionais. O terapeuta ocupacional
utiliza atividades e intervenções terapêuticas para ajudar os indivíduos a desenvolverem ou
recuperarem suas habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais, visando melhorar
sua independência, autonomia e qualidade de vida. Esse profissional atua em diversos
contextos, como hospitais, clínicas, escolas, empresas e instituições de reabilitação.
A terapia ocupacional pode atuar em diversas áreas, incluindo — Saúde mental:
auxilia pessoas com transtornos mentais a desenvolver habilidades sociais, emocionais e
ocupacionais para melhorar sua qualidade de vida e funcionalidade; Saúde infantil: ajuda
crianças com deficiências físicas, cognitivas ou emocionais a desenvolver habilidades mo-
toras, de comunicação e autocuidado.
A saúde infantil é uma área importante que visa garantir o bem-estar e o desenvol-
vimento saudável das crianças. No caso de crianças com deficiências físicas, cognitivas
ou emocionais, é fundamental prestar atenção especial às suas necessidades e fornecer o
apoio necessário para que elas possam desenvolver suas habilidades (MAIA, 2005).
Uma das principais áreas de atuação no cuidado com a saúde infantil é auxiliar
as crianças com deficiências a desenvolver habilidades motoras. Isso envolve fornecer
terapias e atividades específicas que ajudem a fortalecer os músculos e a melhorar a coor-
denação motora. Por exemplo, a fisioterapia pode ser útil quando a criança tem dificuldade
para caminhar ou mover-se devido a uma deficiência física.

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 40


Além disso, no caso de crianças com deficiências cognitivas, é necessário desen-
volver habilidades de comunicação. Para isso, terapias de fala e linguagem são essenciais
para ajudá-las a se expressar e se comunicar de forma eficaz.
A saúde emocional também é uma área crucial para crianças com deficiências.
Muitas vezes, elas podem enfrentar desafios adicionais em termos de autoestima, sociali-
zação e controle emocional. Portanto, é importante fornecer apoio emocional e psicológico,
seja através de terapia individual ou em grupo, para ajudá-las a lidar com suas emoções e
melhorar sua qualidade de vida (STEFANI, 2019).
Além dessas áreas específicas, é importante enfatizar a importância do autocuida-
do. Crianças com deficiências físicas ou cognitivas podem precisar de assistência adicional
para realizar tarefas diárias, como se vestir, tomar banho e comer. Portanto, ajudá-las a
desenvolver habilidades de autocuidado é fundamental para promover sua independência
e autonomia (ÁVILA, 2007).
Em resumo, a saúde infantil envolve ajudar crianças com deficiências físicas,
cognitivas ou emocionais a desenvolver habilidades motoras, de comunicação e autocui-
dado. O objetivo é garantir que elas tenham uma vida saudável e uma chance igual de se
desenvolverem plenamente, superando os desafios que possam enfrentar. Saúde geriá-
trica: Trabalha com idosos para melhorar a funcionalidade, prevenir quedas e estimular o
engajamento em atividades significativas para promover o envelhecimento saudável.
Reabilitação física: Ajuda pessoas com lesões ou deficiências físicas a recuperar a fun-
cionalidade, adaptar-se a mudanças físicas e adquirir habilidades para o autocuidado. Saúde
ocupacional: Colabora com empresas e organizações para garantir um ambiente de trabalho
adequado e promover a saúde e segurança dos funcionários (TORRES-ROMERO, 2021).
Na saúde escolar: Trabalha com crianças em idade escolar que têm dificuldades
de aprendizagem, atenção ou comportamento, ajudando-as a melhorar suas habilidades
e desempenho acadêmico. A saúde escolar é um campo de atuação que procura atender
às necessidades de crianças em idade escolar que enfrentam dificuldades relacionadas à
aprendizagem, atenção ou comportamento. Essas dificuldades podem afetar sua capacida-
de de acompanhar a escola e alcançar um desempenho acadêmico satisfatório.
Profissionais de saúde escolar, como psicólogos, pedagogos ou fonoaudiólogos,
trabalham em conjunto com a equipe escolar para identificar e compreender as dificulda-
des específicas que uma criança pode enfrentar. Eles realizam avaliações e análises para
identificar as áreas em que a criança precisa de apoio adicional.
Com base nessas avaliações, um plano de intervenção é desenvolvido para a
criança. Esse plano pode incluir sessões de terapia individual ou em grupo, atividades

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 41


específicas de aprendizagem adaptadas às necessidades da criança, estratégias para
melhorar a atenção e concentração, ou intervenções comportamentais para melhorar suas
habilidades sociais e emocionais (MAIA, 2005).
O objetivo da saúde escolar é ajudar as crianças a superar suas dificuldades e
alcançar seu máximo potencial na escola. Os profissionais também trabalham em parceria
com os pais e professores para fornecer orientação e apoio, visando criar um ambiente de
aprendizagem inclusivo e acolhedor para a criança.
A saúde escolar desempenha um papel importante no combate ao estigma asso-
ciado às dificuldades de aprendizagem, atenção ou comportamento. Ao fornecer o apoio
necessário, esses profissionais ajudam as crianças a terem sucesso acadêmico e a desen-
volverem uma autoestima saudável.
Em resumo, a saúde escolar visa melhorar as habilidades e o desempenho acadê-
mico de crianças em idade escolar que enfrentam dificuldades de aprendizagem, atenção
ou comportamento. É um campo de atuação que busca oferecer o suporte necessário para
que essas crianças possam prosperar na escola e em suas vidas futuras. Saúde comuni-
tária: Colabora com comunidades para desenvolver programas de reabilitação e inclusão
social para pessoas com deficiências ou em situação de vulnerabilidade. Essas são apenas
algumas das áreas onde a terapia ocupacional pode atuar, mas existem muitas outras
especialidades e aplicações possíveis para essa profissão (ÁVILA, 2007).

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 42


3
TÓPICO

TERAPIA
OCUPACIONAL
NA INFÂNCIA

A terapia ocupacional na infância é um ramo da terapia ocupacional que se con-


centra em ajudar crianças a desenvolver habilidades motoras, cognitivas e emocionais para
poderem realizar as atividades diárias de forma independente e satisfatória. Os terapeutas
ocupacionais infantis trabalham com crianças que têm dificuldades em áreas como habili-
dades motoras finas e grossas, coordenação motora, percepção sensorial, organização e
planejamento de tarefas, habilidades sociais e emocionais, entre outros (MARTINS, 2022).
Esses profissionais utilizam uma variedade de técnicas e atividades para promover
o desenvolvimento infantil, como jogos, brincadeiras, terapia com animais, atividades sen-
soriais e exercícios físicos. Eles também podem fornecer orientações aos pais e professores
sobre como melhor apoiar as necessidades da criança em casa e na escola. A terapia ocu-
pacional na infância é frequentemente recomendada para crianças com condições como
transtorno do espectro autista, paralisia cerebral, síndrome de Down, deficiências físicas ou
neurológicas, atrasos no desenvolvimento, entre outras condições que afetam a função e a
participação no dia a dia (MARTINS, 2022).
O objetivo principal da terapia ocupacional na infância é permitir que as crianças
participem plenamente de suas atividades diárias, incluindo brincar, se vestir, se alimentar,
escrever, socializar e aprender. Isso pode ser alcançado por meio do desenvolvimento de
habilidades motoras e cognitivas, melhora na autoconfiança e autoestima, e fortalecimento
das habilidades sociais e emocionais.
Além disso, a terapia ocupacional na infância também visa promover a independência
das crianças, ajudando-as a desenvolver habilidades necessárias para realizar tarefas e ativi-
dades de forma eficiente. Isso pode incluir o ensino de habilidades de autocuidado, como tomar
banho e escovar os dentes, auxílio na coordenação motora fina para escrita e manipulação de
objetos, e atividades para melhorar a concentração e habilidades cognitivas (STEFANI, 2019).

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 43


A terapia ocupacional também pode ser útil no tratamento de crianças com dificul-
dades sensoriais, como autismo ou síndrome de Down. Os terapeutas ocupacionais podem
ajudar a criança a desenvolver estratégias para lidar com a sensibilidade a estímulos sen-
soriais, como barulhos altos ou texturas desconfortáveis.
Outro objetivo importante da terapia ocupacional na infância é ajudar a criança a
desenvolver habilidades sociais e emocionais. Os terapeutas ocupacionais podem trabalhar
com a criança no desenvolvimento de habilidades sociais, como fazer amigos, compartilhar
e lidar com situações sociais desafiadoras. Eles também podem ajudar a criança a lidar
com emoções e expressar seus sentimentos de forma saudável.
Em resumo, a terapia ocupacional na infância tem como objetivo principal promover
a participação ativa e independência das crianças em suas atividades diárias, ajudando-as
a desenvolver habilidades motoras, cognitivas, sociais e emocionais. Isso permite que as
crianças alcancem seu potencial máximo e tenham uma melhor qualidade de vida (TOR-
RES-ROMERO, 2021).
Os terapeutas ocupacionais infantis trabalham em estreita colaboração com outros
profissionais de saúde, educadores e familiares para garantir uma abordagem mais eficaz
e abrangente para a criança. Eles adaptam suas terapias de acordo com as necessidades
individuais de cada criança, fornecendo um ambiente de suporte e incentivo para o cresci-
mento e desenvolvimento saudável.
Os terapeutas podem trabalhar em escolas, clínicas, hospitais, centros de reabilita-
ção ou em consultório particular. Eles avaliam e tratam crianças que têm dificuldades com
habilidades motoras finas e grossas, habilidades sensoriais, habilidades sociais, habilida-
des de autocuidado e habilidades de aprendizado. Esses profissionais podem ajudar as
crianças a desenvolver habilidades motoras, como segurar um lápis corretamente, amarrar
os sapatos, usar talheres e vestir-se de forma independente. Eles também podem auxiliar
no desenvolvimento de habilidades sensoriais, como aperfeiçoar a coordenação olho mão,
discriminação tátil, processamento visual e habilidades de regulação sensorial (MAIA, 2005).
Os profissionais utilizam uma variedade de atividades lúdicas e brincadeiras para
envolver as crianças enquanto trabalham para melhorar suas habilidades. Eles também
podem fornecer orientações aos pais e educadores sobre como adaptar o ambiente e as
tarefas para ajudar a criança a ter sucesso.
Além disso, os terapeutas ocupacionais infantis também podem trabalhar com crianças
com distúrbios neurológicos, como paralisia cerebral, síndrome de Down, transtorno do espec-
tro autista e deficiências de desenvolvimento. Eles podem ajudar essas crianças a desenvolver
habilidades funcionais e aprimorar sua independência em atividades diárias (STEFANI, 2019).
Em resumo, os terapeutas ocupacionais infantis desempenham um papel crucial
no auxílio das crianças a alcançarem seu máximo potencial de desenvolvimento. Através
de suas terapias adaptadas e abordagem holística, eles oferecem suporte para que as
crianças superem suas dificuldades e desenvolvam habilidades importantes para a vida.

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 44


4
TÓPICO

A IMPORTÂNCIA
DA INTERVENÇÃO
TERAPÊUTICA PRECOCE

A intervenção terapêutica precoce é de extrema importância, pois visa identificar


e tratar problemas de saúde o mais cedo possível, a fim de evitar complicações futuras e
promover o melhor desenvolvimento físico, psicológico e social da pessoa.
Ao intervir precocemente, é possível identificar sinais precoces de problemas de
saúde e realizar um diagnóstico mais rápido e assertivo. Isso permite que o tratamento seja
iniciado o mais cedo possível, aumentando as chances de recuperação e prevenção de
complicações graves (MARTINS, 2022).
Além disso, a intervenção terapêutica precoce também permite que sejam imple-
mentadas práticas de promoção da saúde, prevenção de doenças e ações educativas, que
contribuem para o desenvolvimento saudável da pessoa.
No caso de problemas de saúde mental, a intervenção precoce é fundamental para
evitar o agravamento dos sintomas e a deterioração do funcionamento psicológico e social
do indivíduo. Ela pode auxiliar no manejo dos sintomas, na orientação da família e na
promoção de estratégias de enfrentamento adequadas.
No contexto de crianças, a intervenção precoce é ainda mais crucial, já que é nessa
fase que ocorre grande parte do desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social. Ao
identificar e tratar precocemente problemas de saúde que possam afetar esse desen-
volvimento, é possível minimizar as limitações e potencializar as habilidades da criança
(TORRES-ROMERO, 2021).

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 45


Portanto, a intervenção terapêutica precoce desempenha um papel fundamental
na promoção da saúde e no bem-estar das pessoas, contribuindo para a prevenção de
complicações futuras e para o desenvolvimento pleno de cada indivíduo.
No caso de problemas de saúde mental, como transtornos de ansiedade, depressão,
transtorno do espectro autista, entre outros, a intervenção precoce pode ser fundamental
para melhorar a qualidade de vida e reduzir o impacto desses transtornos na vida da pessoa.
Quanto mais cedo forem identificados os sintomas e iniciado o tratamento adequado, maio-
res são as chances de recuperação e de evitar possíveis crises ou episódios mais graves.
Além disso, a intervenção terapêutica precoce também pode ser crucial no âmbito
físico, especialmente em casos de doenças crônicas ou congênitas. Quando diagnostica-
das e tratadas precocemente, essas condições têm um melhor prognóstico e podem ser
controladas com mais eficácia, proporcionando uma maior qualidade de vida ao indivíduo.
Ao intervir precocemente com a terapia ocupacional, podemos ajudar a prevenir a inca-
pacidade funcional e promover a independência e qualidade de vida das pessoas. O terapeuta
ocupacional trabalha com atividades significativas e adaptadas às necessidades individuais,
visando melhorar a função física, cognitiva e emocional dos pacientes (STEFANI, 2019).
Ademais, a terapia ocupacional auxilia na adaptação do ambiente e no uso de re-
cursos assistivos para facilitar a participação ativa nas atividades da vida diária. Intervindo
precocemente, é possível maximizar o potencial de recuperação e minimizar as limitações
associadas a condições de saúde física ou mental.

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 46


A partir do diagnóstico, intervenções podem ser traçadas para proporcionar melhor desenvolvimento e
maior qualidade de vida da criança e do seu núcleo de convivência. O tratamento baseia-se em uma equipe
multidisciplinar, com terapias ocupacionais, comportamental, fonoaudiológica e medicamentosa. Quanto
mais cedo for iniciado o tratamento, melhores serão os resultados, principalmente pela maior plasticidade
do sistema nervoso em idades precoces.

Fonte: Reis (2020).

A terapia ocupacional viabiliza a expressão e o conhecimento das potencialidades e limitações da criança,


prevenindo problemas no desenvolvimento sensório motor, psicossocial e cognitivo, possibilitando um
desempenho melhor de suas atividades por meio da estimulação. O papel do terapeuta ocupacional
numa enfermaria pediátrica é identificar as condições do paciente sobre o seu estado emocional,
seu comportamento e suas limitações físicas para propor adaptações que garantam maior conforto e
proporcionem estímulos adequados ao seu desenvolvimento durante e após sua hospitalização.

Fonte: Hirschheimer et al. (2001).

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 47


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a),

Vimos até aqui a importância desde os conceitos e definições quanto ao tratamento


disponibilizado dentre o processo de intervenção, visto que devemos assim como profissionais
da área, entender quais as áreas em que o terapeuta ocupacional pode atuar, que pode ser
desde a primeira infância e toda necessidade de terapia ao longo da adolescência e toda a vida.
Vimos assim qual a importância da atuação desse profissional e os diversos campos
de trabalho. Podemos estar inseridos, tendo em vista a necessidade de aperfeiçoarmos cada
vez mais nossa forma de atuação e proporcionar evoluções para nossos pacientes/clientes.
Nesse contexto, podemos entender quais as possíveis necessidades e iniciar o
processo de intervenção precoce, além do que compreendermos que o processo de terapia
se dá além da infância e que muitos idosos iniciam o processo terapêutico por conta de
demandas cognitivas e neurológicas.
Dessa forma, percebemos o quão fundamental é um terapeuta ocupacional ser
bem direcionado e instruído quando pensamos em terapias especiais, em diferentes faixas
etárias, em diferentes públicos, atingindo o mesmo objetivo, evolução clínica e bem-estar.

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 48


MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Terapia Ocupacional na Infância: procedimento na prática
clínica.
• Autor: Luzia Iara Pfeifer.
• Editora: Memnon.
• Sinopse: Como garantir à criança que, por motivos permanentes
ou temporários, foi impedida de brincar, comer, vestir-se, estudar e ir
à escola, construir relações de amizade e parcerias? Pensando nes-
sas questões, este livro, direcionado a terapeutas ocupacionais, pais
e profissionais de diferentes áreas que queiram conhecer a atuação
do terapeuta ocupacional na infância, apresenta a fundamentação
teórica de diversos aspectos clínicos e ocupacionais presentes na
criança, avaliação validadas para a população infantil brasileira e
intervenções que demonstram evidências na prática clínica.

FILME/VÍDEO
• Título: Autismo - 5 coisas para NUNCA dizer para uma PESSOA
AUTISTA
• Ano: 2020
• Sinopse: O vídeo foi preparado para você compreender ainda
mais algumas informações com relação ao Autismo e assim tomar
alguns cuidados referente ao diagnóstico ou suspeita de tal. Talvez
este seja o vídeo mais importante do ano! Eu compilei esta lista de
coisas a partir de anos de estudos, unindo o que a ciência diz com
estudos clínicos. Segue então esta lista feita com muito amor a você!
• Link do vídeo: www.youtube.com/watch?v=toL-y4IJd_A

UNIDADE 3 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL 49


4
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UNIDADE

MODELOS DE
INTERVENÇÃO
E AVALIAÇÃO
INFANTIL
Professor(a) Esp. Sandra Mesquita

Plano de Estudos
• Conceitos e definições de modelos de intervenções;
• Quais modelos de avaliação infantil;
• Qual o papel da integração sensorial;
• Intervenção precoce (ABA, Bobath, Kabat e outros).

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o que são modelos de intervenção;
• Compreender o que são avaliações infantis e qual o seu papel;
• Conceituar o papel da integração sensorial na infância;
• Conhecer alguns modelos de intervenções.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a). Seja bem-vindo (a) a nossa quarta e última unidade de Pediatria
para Terapia Ocupacional. Aproveite ao máximo o conteúdo aqui disponibilizado.
Nesta unidade, discutiremos os estudos sobre quais os modelos de intervenções
e quais as avaliações podemos ter em mãos como ferramentas de trabalho. Diante disso,
compreendemos quais as necessidades de cada criança e a necessidade de demais áreas
de tratamento como integração sensorial e metodologias de intervenções como o modelo de
ABA, Bobath, Kabat e outras disponíveis para aplicabilidade no processo terapêutico infantil.
Convido você a adquirir este conteúdo valioso para o seu processo de formação
profissional. Desejo a você bons estudos!

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 51


1
TÓPICO

CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE
MODELOS DE INTERVENÇÕES

Modelo de intervenção: É um conjunto de estratégias, abordagens e práticas utili-


zadas para promover mudanças em indivíduos, grupos ou comunidades. Esses modelos
servem como guias para os profissionais que trabalham na área social, da saúde, da edu-
cação, entre outras, a fim de atingir objetivos específicos de intervenção.
Os modelos de intervenção podem ter diferentes enfoques teóricos e práticos, e são
selecionados de acordo com a natureza do problema a ser abordado e as características do
público-alvo. Alguns dos modelos mais comuns incluem:
O modelo cognitivo-comportamental, que é uma abordagem psicoterapêutica que
busca entender as interações entre os pensamentos, emoções e comportamentos de uma
pessoa. Essa abordagem é baseada na premissa de que nossos pensamentos influenciam
nossas emoções e comportamentos, e que é possível identificar e alterar padrões de pen-
samentos disfuncionais (SANTOS, 2019).
No modelo cognitivo-comportamental, acredita-se que nossos pensamentos podem
ser distorcidos ou irracionais, o que leva a emoções negativas e comportamentos preju-
diciais. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) busca ajudar as pessoas a identificar
esses padrões disfuncionais de pensamento, questioná-los de forma objetiva e substituí-los
por pensamentos mais realistas e saudáveis.
Além disso, a TCC também se concentra em mudar comportamentos mal-adap-
tativos, utilizando técnicas como exposição gradual a situações temidas e técnicas de
treinamento de habilidades. O objetivo é ajudar as pessoas a desenvolverem estratégias
eficazes para lidar com seus problemas e alcançar mudanças positivas em sua vida.

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 52


A TCC é amplamente utilizada no tratamento de uma ampla gama de problemas
psicológicos, como transtornos de ansiedade, depressão, transtornos alimentares, depen-
dência química e transtornos de personalidade. É uma abordagem focada no presente,
orientada para objetivos e baseada em evidências científicas.
Além do conceito de intervenções, existem seus modelos, que são abordagens teó-
ricas, metodológicas e práticas utilizadas pelos profissionais de diversas áreas para abordar
problemas, necessidades ou demandas específicas de indivíduos, grupos ou comunidades.
Esses modelos pretendem promover a mudança, o desenvolvimento ou a melhoria da situação,
ou condição em questão. Eles geralmente seguem um conjunto de diretrizes e técnicas especí-
ficas, com base em teorias, evidências científicas e experiências anteriores. Alguns exemplos
de modelos de intervenção incluem o Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento,
o Modelo Biopsicossocial, o Modelo Sistêmico, o Modelo Cognitivo-Comportamental, entre
outros. Cada modelo pode ser adequado para diferentes contextos e demandas, dependendo
da natureza do problema e das características das pessoas envolvidas (STEFANI, 2019).
Alguns modelos podem ser mais adequados para problemas simples e rotineiros,
enquanto outros podem ser mais apropriados para problemas complexos e emergentes. Por
exemplo, o modelo de resolução de problemas pode ser eficaz para identificar e solucionar
problemas simples, pois segue um processo estruturado de identificação do problema, aná-
lise, busca de solução e implementação. Esse modelo é baseado em dados e informações
que podem ser facilmente reunidos e analisados.
Já o modelo de tomada de decisão pode ser mais apropriado para problemas com-
plexos em que múltiplas opções devem ser consideradas. Esse modelo envolve a avaliação
de diferentes alternativas com base em critérios estabelecidos e a seleção da melhor opção.
Além disso, os modelos de liderança podem ser aplicados de acordo com as ca-
racterísticas das pessoas envolvidas. Por exemplo, um modelo mais autocrático pode ser
adequado quando o líder precisa tomar decisões rápidas e assertivas, enquanto um modelo
mais participativo pode ser mais eficaz quando é importante fazer com que as pessoas
se sintam envolvidas e contribuam para o processo de tomada de decisão. Em resumo,
a escolha do modelo adequado depende do problema em questão, das características
das pessoas envolvidas e da eficácia do modelo em atender às demandas específicas do
contexto em que está sendo aplicado.
Alguns modelos podem ser mais adequados para problemas simples e rotineiros,
enquanto outros podem ser mais apropriados para problemas complexos e emergentes. Por
exemplo, o modelo de resolução de problemas pode ser eficaz para identificar e solucionar
problemas simples, pois segue um processo estruturado de identificação do problema, aná-

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 53


lise, busca de solução e implementação. Esse modelo é baseado em dados e informações
que podem ser facilmente reunidos e analisados.
Já o modelo de tomada de decisão pode ser mais apropriado para problemas
complexos em que múltiplas opções devem ser consideradas. Ele envolve a avaliação de
diferentes alternativas com base em critérios estabelecidos e a seleção da melhor opção.
Além disso, os modelos de liderança podem ser aplicados de acordo com as características
das pessoas envolvidas (STEYER; LAMOGLIA; BOSA, 2018).
Por exemplo, um modelo mais autocrático pode ser adequado quando o líder precisa
tomar decisões rápidas e assertivas, enquanto um modelo mais participativo pode ser mais
eficaz quando é importante fazer com que as pessoas se sintam envolvidas e contribuam
para o processo de tomada de decisão. Em resumo, a escolha do modelo adequado de-
pende do problema em questão, das características das pessoas envolvidas e da eficácia
do modelo em atender às demandas específicas do contexto em que está sendo aplicado.

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 54


2
TÓPICO

QUAIS MODELOS
DE AVALIAÇÃO
INFANTIL

A avaliação infantil feita pela terapia ocupacional é um processo de análise e avalia-


ção das habilidades e dificuldades de uma criança em relação às suas atividades diárias. O
terapeuta ocupacional realiza uma avaliação completa do desenvolvimento motor, habilida-
des cognitivas, percepção sensorial, desempenho acadêmico e adaptação social da criança.
Isso pode incluir a observação direta das habilidades motoras finas (por exemplo, escrever,
desenhar) e grossas (por exemplo, correr, pular), a avaliação da coordenação motora,
equilíbrio, força, habilidades de planejamento e organização, entre outros aspectos. Através
dessa avaliação, o terapeuta ocupacional identifica as áreas de dificuldade da criança e
desenvolve um plano de intervenção para auxiliá-la no desenvolvimento dessas habilidades.
Além disso, o terapeuta ocupacional também avalia a integração sensorial da crian-
ça, suas habilidades de comunicação e interação social, capacidade de autocuidado e inde-
pendência funcional. Essa avaliação completa permite ao terapeuta ocupacional identificar
as áreas de dificuldade e desenvolver um plano de tratamento personalizado para melhorar
as habilidades da criança e promover sua participação efetiva nas atividades diárias.
Durante a avaliação, o terapeuta ocupacional irá observar e analisar as habilidades
e capacidades do paciente em várias áreas, incluindo autocuidado, desempenho ocupacio-
nal, desempenho motor, habilidades cognitivas e sociais.
Para avaliar o autocuidado, o terapeuta ocupacional pode observar a capacidade
do paciente de se vestir, alimentar, tomar banho e cuidar da higiene pessoal. Eles também
podem avaliar a capacidade do paciente de usar ferramentas e equipamentos necessários
para realizar tarefas diárias.
No desempenho ocupacional, o terapeuta ocupacional avaliará a capacidade do
paciente de realizar tarefas específicas, como cozinhar, limpar, fazer compras e cuidar da

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 55


casa. Eles também podem avaliar a capacidade do paciente de participar em atividades
de lazer e recreação. Na avaliação do desempenho motor, o terapeuta ocupacional pode
avaliar a força, coordenação, equilíbrio e mobilidade do paciente. O profissional também
pode observar a postura e a capacidade de manipular objetos (MARTINS, 2022).
As habilidades cognitivas do paciente também serão avaliadas, incluindo a memó-
ria, atenção, resolução de problemas e habilidades de raciocínio. Isso ajudará o terapeuta
ocupacional a entender como o paciente lida com as tarefas diárias e como eles podem ser
apoiados para melhorar seu desempenho.
Por fim, o terapeuta ocupacional avaliará as habilidades sociais do paciente, in-
cluindo a capacidade de se comunicar, interagir com os outros e participar de atividades
sociais. Isso é importante para avaliar como o paciente se ajusta ao ambiente e como eles
podem ser apoiados para melhorar suas habilidades sociais.
Com base nessa avaliação completa, o terapeuta ocupacional poderá identificar
as áreas de dificuldade do paciente e desenvolver um plano de tratamento personalizado.
Isso pode incluir atividades terapêuticas, adaptações ambientais, uso de dispositivos de
assistência e treinamento de habilidades específicas. O objetivo final é ajudar o paciente a
maximizar sua independência e qualidade de vida.
O terapeuta ocupacional pode realizar várias avaliações infantis para avaliar dife-
rentes aspectos do desenvolvimento da criança. Alguns exemplos de avaliações infantis
que um terapeuta ocupacional pode realizar incluem: Avaliação do Desenvolvimento Psico-
motor — Esta avaliação ajuda a identificar o desenvolvimento motor e sensorial da criança,
incluindo habilidades como controle da cabeça, rolamento, sentar, engatinhar, andar, habi-
lidades motoras finas e coordenação motora geral.
Já a avaliação de Habilidades Sensoriais tem por função avaliar as habilidades
sensoriais da criança, como processamento sensorial, respostas a diferentes estímulos
sensoriais, sensibilidade tátil, audição, visão, paladar e olfato.
Temos ainda a avaliação de Habilidades de Autocuidado: Esta avaliação examina
as habilidades de autocuidado da criança, como alimentação, vestir-se, higiene pessoal,
uso do banheiro e rotinas diárias. Avaliação de Habilidades de Coordenação Visual-Motora:
Esta avaliação examina a coordenação da visão e dos movimentos corporais, utilizadas em
atividades como escrever, recortar, desenhar, montar quebra-cabeças, entre outras.
Além dessas já citadas temos a Avaliação de Habilidades de Processamento e
Integração Sensorial: avalia como a criança processa, integra e responde aos diferentes es-
tímulos sensoriais do ambiente, como luz, som, toque, movimento, entre outros. Essas são
apenas alguns exemplos de avaliações que um terapeuta ocupacional pode realizar com
crianças. Cada avaliação é adaptada às necessidades específicas da criança e pode variar
de acordo com a idade, a condição médica e o contexto em que a criança está inserida.

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 56


3
TÓPICO

QUAL O PAPEL
DA INTEGRAÇÃO
SENSORIAL

A integração sensorial é um processo neurológico que permite ao cérebro organizar


e interpretar as informações sensoriais provenientes do corpo e do ambiente. Ela envolve
a capacidade do cérebro de receber, processar e responder adequadamente aos estímulos
sensoriais, como visão, audição, tato, paladar e olfato.
Quando a integração sensorial ocorre adequadamente, o cérebro é capaz de filtrar
e organizar as informações sensoriais de forma eficiente, permitindo que a pessoa res-
ponda de maneira adequada a diferentes estímulos. No entanto, em alguns casos, pode
ocorrer uma disfunção na integração sensorial, resultando em dificuldades em processar e
responder aos estímulos sensoriais de maneira adequada.
As pessoas com disfunção na integração sensorial podem apresentar hipersensi-
bilidade ou hipossensibilidade a certos estímulos, dificuldade em filtrar informações sen-
soriais, desorganização e dificuldades de coordenação motora. Essas dificuldades podem
afetar a capacidade de realizar tarefas cotidianas, como se vestir, comer e se concentrar
(STEFANI, 2019).
O tratamento da disfunção na integração sensorial envolve terapias específicas,
como a terapia ocupacional, que visam estimular e fortalecer o sistema nervoso para me-
lhorar os problemas de integração sensorial. A terapia pode incluir atividades sensoriais e
motores específicos, que ajudam a criança a regular suas respostas sensoriais e a desen-
volver habilidades motoras e de processamento sensorial adequadas.
A terapia ocupacional é uma abordagem amplamente utilizada no tratamento da dis-
função na integração sensorial. O terapeuta ocupacional trabalha em conjunto com a criança
para identificar os problemas sensoriais específicos e desenvolver estratégias para ajudá-la

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 57


a lidar com eles de maneira mais eficaz. Durante a terapia ocupacional, a criança pode ser
exposta a diferentes estímulos sensoriais, como toques, sons, luzes e texturas, de forma con-
trolada e estruturada. Isso ajuda a criança a regular suas respostas sensoriais, diminuindo a
hipersensibilidade ou a falta de resposta aos estímulos (TORRES; LOPEZ; ROJAS, 2021).
Além disso, a terapia ocupacional também pode envolver atividades motoras es-
pecíficas, que ajudam a criança a desenvolver habilidades motoras e de processamento
sensorial adequadas. Isso pode incluir exercícios de equilíbrio, treinamento de coordenação
olho mão, atividades de discriminação tátil, entre outros.
O objetivo da terapia ocupacional é melhorar a integração sensorial da criança,
aumentando sua capacidade de regular suas respostas sensoriais e desenvolver habilida-
des motoras e de processamento sensorial adequadas. Isso ajuda a criança a participar de
atividades do dia a dia de maneira mais eficiente e independente. É importante ressaltar
que o tratamento da disfunção na integração sensorial é individualizado e baseado nas
necessidades específicas da criança. O terapeuta ocupacional trabalha em parceria com os
pais e outros profissionais de saúde, como fonoaudiólogos e psicólogos, para fornecer um
cuidado abrangente e eficaz.
A integração sensorial é indicada para pessoas de todas as idades que apresentam
dificuldades em processar e responder adequadamente a estímulos sensoriais. Alguns exem-
plos de condições em que a integração sensorial pode ser indicada incluem: Transtorno do
Espectro do Autismo (TEA) — indivíduos com TEA frequentemente têm desafios na integra-
ção sensorial, como hipersensibilidade ou hipossensibilidade a certos estímulos sensoriais.
Também é possível a terapia na Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperativida-
de (TDAH): pessoas com TDAH podem apresentar dificuldade em regular a atenção e a
impulsividade, o que pode estar relacionado a problemas de processamento sensorial. A
Síndrome de Tourette também recebe esse atendimento, ela é uma condição neurológica
caracterizada por tiques motores e vocais. A integração sensorial pode ser benéfica para
ajudar a regular e controlar esses tiques (MARTINS, 2022).
Paralisia Cerebral: pessoas com paralisia cerebral frequentemente têm dificuldades
em controlar o movimento e a postura, o que pode ser melhorado com terapia de integração
sensorial. Transtornos de ansiedade e distúrbios de processamento sensorial: indivíduos
que apresentam essas condições podem ter dificuldade em regular emoções, sensações
táteis, visuais e auditivas, o que pode ser tratado com intervenção de integração sensorial.
É importante ressaltar que a integração sensorial pode ser benéfica para pessoas sem con-
dições específicas, mas que apresentam desafios em relação ao processamento sensorial.
A avaliação de um terapeuta ocupacional ou outro profissional de saúde especializado pode
ser necessária para determinar se alguém se beneficiaria dessa abordagem terapêutica.

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 58


4
TÓPICO

INTERVENÇÃO PRECOCE
(ABA, BOBATH, KABAT
E OUTROS)

Intervenção precoce é um conjunto de estratégias e ações realizadas logo no início


do desenvolvimento de uma criança que apresenta algum tipo de atraso ou desvio no seu
desenvolvimento. Essa intervenção tem como objetivo minimizar os efeitos negativos des-
ses atrasos e ajudar a criança a alcançar o seu máximo potencial de desenvolvimento. A
intervenção precoce envolve uma equipe multidisciplinar composta por profissionais como
médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e pedagogos, que trabalham em con-
junto para realizar avaliações, diagnósticos e atendimentos individualizados de acordo com
as necessidades específicas de cada criança (SANTOS, 2019).
Essa intervenção pode abranger diversos aspectos do desenvolvimento, como a
comunicação, a cognição, a motricidade, a socialização e a autonomia. É realizada por
meio de diferentes técnicas e recursos terapêuticos, que podem incluir atividades lúdicas,
estimulação precoce, reabilitação, terapias educacionais, entre outros.
A intervenção precoce é importante, pois quanto mais cedo um problema ou atraso
no desenvolvimento for detectado e tratado, maiores são as chances de reverter ou mini-
mizar os problemas que possam surgir. Além disso, ela também contribui para melhorar a
qualidade de vida da criança e de sua família, promovendo um desenvolvimento saudável
e integrado (STEYER; LAMOGLIA; BOSA, 2018).
Além de todo suporte de intervenção, temos as inúmeras possibilidades de abor-
dagens; a exemplo dela temos a terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é um
tipo de intervenção que se baseia nos princípios da análise do comportamento para ajudar
indivíduos com autismo ou distúrbios do desenvolvimento a alcançar objetivos acadêmicos,
sociais e comportamentais.

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 59


A terapia ABA foca em identificar e modificar comportamentos problemáticos ou
prejudiciais, bem como desenvolver habilidades sociais, comunicativas e acadêmicas.
Ela utiliza técnicas de ensino estruturado e intensivo para promover a aquisição de novas
habilidades e o desenvolvimento de comportamentos adaptativos.
Essa abordagem é conduzida por profissionais treinados, chamados de analistas
de comportamento, que avaliam o comportamento do indivíduo e desenvolvem planos
individualizados de intervenção. As sessões de terapia ocorrem em diferentes ambientes,
como em casa, na escola ou em clínicas especializadas.
Essa terapia se baseia na análise funcional do comportamento, ou seja, na com-
preensão das funções que um comportamento desempenha. Ela utiliza estratégias como
reforço positivo, modelagem, ensino por tentativas discretas e encadeamento, para promo-
ver a aprendizagem e a generalização do comportamento.
A terapia ABA tem sido amplamente utilizada como uma abordagem efetiva para
crianças com autismo, ajudando a melhorar suas habilidades sociais, de comunicação e
comportamentais. No entanto, é importante ressaltar que a terapia ABA não é uma cura
para o autismo e os resultados podem variar de acordo com cada indivíduo.
Já a terapia Bobath é um tipo de terapia de reabilitação utilizado para tratar pacien-
tes com lesões cerebrais, como acidentes vasculares cerebrais, traumatismos cranianos ou
paralisia cerebral. Foi desenvolvida por Berta e Karel Bobath na década de 1940.
Essa terapia é baseada em um entendimento neurofisiológico do movimento normal
e como ele é afetado por lesões cerebrais. O objetivo principal da terapia Bobath é melhorar
a função neuromotora e a qualidade de vida do paciente, promovendo a independência nas
atividades diárias (STEFANI, 2019).
Durante a terapia, o terapeuta utiliza técnicas específicas para facilitar o movimento
e promover o alinhamento corporal adequado. O tratamento é personalizado de acordo
com as necessidades individuais do paciente, considerando seus objetivos e capacidades.
O Bobath envolve a participação ativa do paciente, com foco no desenvolvimento da cons-
ciência corporal, equilíbrio, controle postural, coordenação, força muscular e habilidades
funcionais. Ao longo das sessões, o terapeuta também ensina técnicas para transferências
de peso, mobilidade e uso de órteses e dispositivos auxiliares, quando necessário
A terapia na intervenção precoce é de extrema importância, pois proporciona apoio
e acompanhamento às crianças que apresentam algum tipo de atraso ou dificuldade no de-
senvolvimento. A intervenção precoce visa identificar e intervir rapidamente em áreas como
o desenvolvimento motor, cognitivo, sensorial, da fala e da linguagem, social e emocional,
buscando minimizar os efeitos das dificuldades no futuro. É importante ressaltar que a tera-

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 60


pia Bobath deve ser realizada por profissionais de saúde treinados e especializados nessa
abordagem terapêutica, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos
(TORRES; LOPEZ; ROJAS, 2021).
Além dessas abordagens, temos algumas outras formas de manejo, como, por exem-
plo, a terapia Kabat, que é um tratamento fisioterapêutico que envolve técnicas de mobilização
e exercícios específicos para melhorar a coordenação, força e flexibilidade dos músculos. Foi
desenvolvida por Florence Kendall e aprimorada por Margaret Knott e Dorothy Voss.
A mesma é baseada no conceito de facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF)
que utiliza padrões específicos de movimento para estimular a resposta dos músculos e
facilitar a recuperação dos movimentos normais.
Durante uma sessão de terapia Kabat, o terapeuta irá realizar movimentos passivos
dos segmentos do corpo do paciente para aproveitar os padrões normais de movimento
e ajudar a restabelecer a função muscular. Exercícios ativos também são usados para
fortalecer os músculos e melhorar a coordenação.
Essa terapia é comumente utilizada para tratar lesões e condições que afetam a
mobilidade e a função muscular, como lesões do sistema nervoso central, traumas muscu-
loesqueléticos, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, paralisia cerebral, entre outras.

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 61


“No Brasil a cada 110 pessoas uma nasce com autismo, ou seja, pessoas com TEA estão mais presentes
em nossas vidas. Dessa forma, cabe à população se desenvolver e incluir estas pessoas na sociedade, e o
primeiro passo para tal inclusão é a escola, onde tudo se iniciará, e onde a criança está se desenvolvendo.
O psicólogo escolar tem um grande papel nesse processo, cabe a ele ou ao psicopedagogo, preparar os
funcionários da escola para a chegada destes alunos”.

Fonte: Brito (2022).

“O Transtorno de Integração Sensorial (TPS) é um problema que afeta mais de 90% da população com
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), por hipersensibilidade ou hipossensibilidade. O principal
tratamento para esse distúrbio é a Terapia de Integração Sensorial (SIT), que está envolvida em controvérsias
desde seu surgimento, uma vez que os pesquisadores não conseguiram concluir se é ou não útil para as
necessidades da população com TEA”.

Fonte: Torres-Romero; Lopez; Rojas-Solis (2021).

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 62


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a),
Vimos até aqui a importância dos conceitos e definições dos modelos de intervenções
para a idade infantil. Nesse contexto, compreendemos qual a importância das avaliações,
quando for apenas por indicação médica após uma suspeita ou quando é feita por meio das
terapias nas crianças que já se apresentam com diagnóstico. A avaliação é de extrema im-
portância para entendermos quais as necessidades e qual a complexidade de tal indicação.
Por meio da avaliação inicial é que direcionaremos quais os atendimentos ne-
cessários à criança, considerando a prescrição do médico assistente e correlacionando
quais as demandas vimos por meio do período avaliativo, para então entender qual será a
abordagem e sua aplicabilidade.
Aprofundamo-nos, ainda, nos conceitos de integração sensorial; quais as formas
de atuação por meio dessa metodologia e quando a ela é indicada, visto que muitas vezes
o médico assistente já irá encaminhá-lo consoante os relatos e queixas familiares, dando
início às terapias de integração sensorial e melhorando o processo.
É importante destacar que processo de diagnóstico ou hipótese do mesmo se dá
pela forma de intervir, e o resultado satisfatório virá por meio do processo terapêutico, a
equipe deve manter as informações transdisciplinares, relação entre terapeutas, médico,
família e escola em que o mesmo é inserido.

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 63


MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Terapia Ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas.
• Autor: Celina Camargo Bartalotti e Marysia Mara Rodrigues do
Prado de Carlo.
• Editora: Plexus.
• Sinopse: Preparado por profissionais e professores, é o primeiro
livro lançado por autores brasileiros que traz os fundamentos da
terapia ocupacional. Escrito para ser usado como livro-texto na
graduação e para profissionais se atualizarem, os capítulos tratam
de temas básicos para a prática da terapia ocupacional.

FILME/VÍDEO
• Título: Mayra Gaiato | Autismo e Desenvolvimento Infantil
• Ano: 2022
• Sinopse: Nesse vídeo é apresentado sobre A.B.A. Qual a im-
portância dele na aplicabilidade de diversos diagnósticos e qual a
forma com que trabalhamos com essa ferramenta.
• Link do vídeo: www.youtube.com/watch?v=YD-vkaTv6js&t=43s

UNIDADE 4 MODELOS DE INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO INFANTIL 64


CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),
Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos a respeito das
diferentes reações que ocorrem em diferentes fases da infância, sendo assim, falamos
sobre os marcos do desenvolvimento infantil e o que podemos esperar de acordo com cada
mês de crescimento do bebê.
Exemplo de alguns reflexos citados, são: reflexo de moro, reflexo de sucção e rea-
ções de busca tanto por alimento quanto por sons). Sendo assim, nós enquanto profissionais
da Terapia Ocupacional somos capazes de identificar ou observar alguns possíveis atrasos;
lembrando, é claro, que em toda e qualquer necessidade de investigação devemos assim
encaminhar para o médico assistente e conversarmos com a família. Por meio das melhores
percepções, temos em si um maior conhecimento e melhores formas de abordagem.
Destacamos também a importância de entender o que são as patologias infantis
e por que é necessário intervir quando necessário. Sempre lembrando do papel crucial da
família nesse processo. Ela desempenha um papel de suma importância desde o momento
em que surge a suspeita até a confirmação ou não do diagnóstico. Independentemente
do resultado, a saúde pública deve assumir a responsabilidade por todas as demandas,
incluindo consultas necessárias e intervenções em locais especializados.
Além do acompanhamento terapêutico na fase infantil, temos o conhecimento com
relação às possíveis e inúmeras áreas de atuação do profissional em terapia ocupacional.
Sendo assim, podemos atuar desde a primeira infância, até idosos com necessidades cog-
nitivas, neurológicas ou reabilitações para adultos jovens.
Temos hoje inúmeras abordagens e modelos de intervenções, visto que devemos
sempre nos basearmos por evidências científicas e ciência comprovada. Discutimos ainda
as formas de atendimento perante o ABA, Bobath, Kabat e outros, mostrando a você profis-
sional que podemos assim iniciar um processo terapêutico.
Pois bem, a partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir
em frente desenvolvendo ainda mais suas habilidades abordando pacientes/clientes de
diferentes formas e entendimento de desenvolvimento humano, infantil e adulto, sendo
assim evoluir positivamente com relação a grandes resultados.
Até uma próxima oportunidade. Muito obrigada!

65
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68
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