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e Análise Qualitativa do
Diagnóstico Operatório
Professora Ma. Priscila da Rocha Luiz Bueno
REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto
DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel
SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos
André Oliveira
Pedro Vinícius de Lima Machado
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN 978-65-87911-56-4
2023W by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
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AUTORA
UNIDADE I....................................................................................................... 6
Desenvolvimento Cognitivo
UNIDADE II.................................................................................................... 22
As Teorias do Desenvolvimento Cognitivo e suas Reflexões na
Prática Pedagógica
UNIDADE III................................................................................................... 38
Provas Operatórias
UNIDADE IV................................................................................................... 52
Diagnóstico Operatório na Prática Psicopedagógica
UNIDADE I
Desenvolvimento Cognitivo
Professora Ma. Priscila da Rocha Luiz Bueno
Plano de Estudo:
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● Epistemologia Genética: conceitos básicos.
● Os estágios do desenvolvimento cognitivo segundo alguns teóricos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer a importância da epistemologia genética e os seus conceitos básicos.
● Compreender os estágios do desenvolvimento cognitivo segundo alguns teóricos.
3
INTRODUÇÃO
Prezado(a) estudante.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
Fonte: a autora.
Olá, estudante, a leitura complementar para a nossa primeira unidade será o artigo
A Epistemologia Genética de Jean Piaget: Uma Articulação Crítico Reflexiva, das
autoras Ana Maura Tavares dos Anjos e Andréa da Costa Silva.
As autoras nos trazem um aporte teórico que nos apresenta uma reflexão sobre a
teoria da Epistemologia Genética de Jean Piaget, englobando a sua concepção de homem,
a relação indivíduo-sociedade, relação teoria-prática, os fins sociais da educação e o papel
do professor no processo educativo.
Por fim, podemos entender que a Epistemologia Genética, isto é, uma teoria do
conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança,
LIVRO
Título: Epistemologia Genética
Autor: Wilson da Silva e Maria Regina Mocelin
Editora: Intersaberes
Sinopse: O primeiro passo desta obra é apresentar os pressupos-
tos filosóficos que dão base a epistemologia genética de Piaget.
Com base nisso, fala sobre os estágios do desenvolvimento cog-
nitivo e discute conceitos fundamentais das teorias piagetianas,
explorando suas implicações educacionais, discorrendo sobre
as provas piagetianas e, por fim, apresentando críticas feitas à
epistemologia genética e a Piaget.
FILME/VÍDEO
Título: Epistemologia Genética
Ano: 2019
Sinopse: O vídeo procura mostrar a importância da teoria de
Piaget e o papel dos(as) educadores(as) no desenvolvimento da
epistemologia genética no espaço escolar, compreendendo assim
os processos de desenvolvimento humano e o ensino.
https://www.youtube.com/watch?v=FzNDqj1QWHw
Plano de Estudo:
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● A teoria de Jean Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo
● A teoria de Vygotsky sobre o desenvolvimento cognitivo
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer a teoria de Jean Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo
● Compreender a teoria de Vygotsky sobre o desenvolvimento cognitivo
18
INTRODUÇÃO
Prezado(a) estudante,
Boa leitura!
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 19
1. A TEORIA DE JEAN PIAGET SOBRE O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Jean Piaget, suíço, falecido em 1980, com mais de 80 anos, foi um grande estudio-
so do processo de conhecimento; dedicou 60 anos à pesquisa na área, produziu dezenas
de livros e abundantes artigos sobre o assunto.
Com o nascimento de seus três filhos, Piaget dedicou-se à observação meticulosa
do desenvolvimento dos bebês, elaborando análises sobre a construção do real e o desen-
volvimento da inteligência. Concentrou sua pesquisa na gênese das noções de quantidade,
número, tempo, espaço, velocidade, movimento, mensuração, lógica e probabilidade.
A epistemologia da ciência foi sua grande preocupação. Posicionando-se diante das
várias explicações sobre fontes e critérios para o conhecimento, percebeu a necessidade
de fazer da epistemologia uma nova ciência.
Descobriu que, para entender o pensamento adulto e a pesquisa científica, seria
necessário estudar a origem do processo de conhecer e seu evoluir, desde o nascimento
da criança até à idade adulta, e a formação dos ramos básicos da ciência. Este foi seu
programa de pesquisa.
Iniciou com o estudo do processo de formação do conhecimento, a partir do nas-
cimento (Psicologia do Desenvolvimento, com enfoque epistemológico); concluiu com o
estudo da epistemologia das ciências.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 20
A interação com crianças fez parte de sua carreira, fazendo com que ele estudasse
o processo de raciocínio infantil. A Psicologia e a Pedagogia tiveram grande impacto comos
estudos de Piaget.
O conhecimento humano ultrapassa o nível do conhecimento animal, evoluindo da
simples convivência com o meio ambiente para conhecimentos extremamente abstratos,
elaborados, causais, que lhe permitem interferir profundamente na natureza e em si mesmo.
Organização seletiva que a cognição realiza dá-se em um processo perma-
nente de interação do homem com o meio ambiente, através da apreensão
do que é útil e necessário à adaptação do homem ao mundo (RODRIGUES,
2005, p. 119).
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 21
1. Reflexo (0 a 1 mês): neste período, o bebê relaciona-se com o mundo por meio
dos sentidos e da ação. Os reflexos inatos proporcionam-lhe um repertório mí-
nimo de conduta, porém suficiente para sua sobrevivência. A criança limita-se a
exercitar seu reflexo, por exemplo, o reflexo de sucção.
2. Reação circular primária (1 a 4 meses): ocorre a formação das primeiras es-
truturas adquiridas: os hábitos. Começam a surgir as primeiras coordenações
motoras como preensão-sucção, visão-audição. As primeiras noções da realida-
de começam a ser elaboradas, tais como as de espaço, tempo, causalidade e
permanência do objetivo.
3. Reações circulares secundárias (4 a 8 meses): enquanto a reação primária
é centralizada no próprio corpo (por exemplo, levar o polegar à boca), a reação
secundária envolve objetos externos. Se o bebê casualmente alcança o móbile
de seu berço, este movimento tende a ser repetido. Nesse estágio, a criança já
interage com o meio, sua estrutura já não é mais só biológica, os novos esque-
mas são mais ricos e variados, possibilitando uma atividade mais liberada.
4. Coordenação de esquemas secundários (8 a 12 meses): a criança já é capaz
de encontrar objetos escondidos, contudo, se escondermos um objeto primeiro
sob uma almofada e depois sob outra, a criança persistirá em procurá-lo sobre
a primeira. No subestágio anterior, o bebê descobre o objeto por acaso, agora,
desde o início, existe um objetivo. Destaca-se, nesse subestágio: o aparecimen-
to da intencionalidade; acentua-se a atenção com relação ao meio; surgem as
primeiras coordenações do tipo; coordenação dos esquemas de representação,
facilitando a compreensão dos objetos e fatos; distinção de pessoas.
5. Reações circulares terciárias (12 a 19 meses): começa a experimentar ati-
vamente novos comportamentos. A criança começa a usar novos meios para
atingir seus objetivos e realizar verdadeiros atos de inteligência e solução de
problemas (aproxima um objeto, puxando algo sobre o qual está situado, por
exemplo, uma manta ou uma almofada; usa um bastão para alcançar um objeto
afastado; tenta passar um boneco horizontalmente pelas grades verticais até
entender que precisa girar para fazê-lo passar).
6. Início do simbolismo (18 a 24 meses): representa a transição para o estágio
pré-operacional, traz o início da linguagem. Se nos subestágios anteriores o bebê
se restringia aos dados da experiência, agora começa a usar símbolos mentais e
palavras para se referir aos objetos ausentes. A aquisição da linguagem mudará
as relações da criança, abrindo novas perspectivas ao seu desenvolvimento
intelectual.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 22
● Estágio Pré-Operatório (2 aos 6 anos): caracteriza-se pelo desenvolvimento da
capacidade da criança de representação de objetos e eventos. Os objetos da percepção ganham
a representação por palavras, as quais o indivíduo, ainda criança, maneja experimentalmente
em sua mente, assim como havia previamente experimentado com objetos concretos.
As representações podem ocorrer também pela imitação diferida, que consiste
no fato de imitar alguém ou objeto ou fatos que já aconteceram. A imitação é importante no
sentido de comprovar que a criança desenvolveu a capacidade de representar mentalmente
o que está imitando (BIAGGIO, 2003).
Características do pensamento pré-operacional (PAPALIA, 2000):
1. O egocentrismo: é uma das marcas do estágio pré-operacional, definido como
a incapacidade de a criança colocar-se no lugar do outro, isto é, ela sempre
toma a si mesma como ponto de referência.
2. O antropomorfismo: implica na atribuição da forma humana a objetos e ani-
mais, realizada pela criança.
3. O animismo: a criança “empresta a alma” aos objetos e animais, atribuindo-
-lhes sentimentos e intenções próprias do ser humano.
4. A centralização: a criança centraliza-se em apenas uma dimensão do proble-
ma, não é capaz de considerar mais de um aspecto de um problema ao mesmo
tempo (por exemplo, na partilha de um refrigerante, ela considera apenas a
altura do líquido no copo. Ainda não é capaz de levar em conta as várias dimen-
sões envolvidas no problema).
5. Irreversibilidade: refere-se à incapacidade de a criança entender que certos
fenômenos são reversíveis, isto é, que quando fazemos uma transformação,
podemos também desfazer ou restaurar o estado original (por exemplo, se
fervermos a água, podemos transformá-la em vapor, da mesma forma, esfrian-
do-se o vapor, este volta à forma original líquida).
6. Raciocínio transdutivo: a criança pré-operacional usa um tipo raciocínio
que Piaget chama de “trandutivo”, isto é, ela chega a conclusões partindo do
particular e chegando ao particular (por exemplo, a criança que sempre vê o
pai aquecer água para fazer a barba, conclui que sempre que alguém aquece
água, necessariamente vai fazer a barba).
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 23
● Estágio das operações Concretas (7 aos 12 anos): a criança já possui orga-
nização mental integrada, os sistemas de ação reúnem-se em todos integrados. Piaget fala
em operações de pensamento ao invés de ações. É capaz de ver a totalidade de diferentes
ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. É
capaz de classificar objetos conforme semelhanças ou diferenças.
Para Piaget (1976), é nesse estádio que se reorganiza verdadeiramente o pensa-
mento. A partir deste estádio (operações concretas), as crianças começam a ver o mundo
com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. A criança já consegue realizar
operações, no entanto, precisa de realidade concreta para realizá-las, ou seja, necessita da
noção da realidade concreta para que seja possível, à criança, efetuar as operações.
● Estágio das Operações Formais (11 aos 15 anos): raciocinar dedutivamente,
fazer hipóteses a respeito de soluções para o problema, pensar simultaneamente em várias
hipóteses. É capaz de raciocínio científico e de lógica formal e pode aceitar a forma de
um argumento, embora deixe de lado seu conteúdo concreto, de onde se origina o termo
“operações formais”.
Os estágios têm caráter integrativo. As estruturas construídas a um nível são in-
tegradas nas estruturas do nível seguinte (por exemplo, um “esquema de reunião” para
condutas como a de um bebê que empilha toquinhos, permanece na criança mais velha
que junta objetos procurando classificá-los).
A ordem em que as estruturas mentais se sucedem e evoluem é sempre
constante, mesmo que cronologicamente não seja exata, podendo a idade
variar, mas não a ordem de sucessão das aquisições. A cada nova fase os
novos conhecimentos se integram ao saber pré-existente, ou seja, há um
caráter integrativo em cada estágio. Cada estágio apresenta-se como uma
estrutura de conjunto, pois as aquisições se integram e passam a formar um
todo. Os estágios estão interligados no sentido de que cada estágio com-
preende um nível de preparação de uma nova etapa e de acabamento de
outra (BALESTRA, 2007, p. 185).
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 24
Terra (2021) aponta que a teoria piagetiana para o processo de aprendizagem
contribui significativamente com a aprendizagem do indivíduo, pois possibilita que novos
parâmetros sejam estabelecidos por meio dos estágios de desenvolvimento da criança,
valorizando os erros e utilizando-os como estratégias durante as possibilidades de apren-
dizagens, compreendendo que a forma de aprender é diferente de um sujeito para o outro.
Sendo assim, a Teoria de Jean Piaget tem como abordagem compreender o desenvol-
vimento da criança, com base nas mudanças psicológicas que elas sofrem no decorrer da vida.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 25
2. A TEORIA DE VYGOTSKY SOBRE O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 26
não aconteceria. O indivíduo que vive em um grupo cultural isolado, sem ter acesso a um
mundo letrado, esse indivíduo jamais será alfabetizado.
Assim, o aprendizado ou a aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire,
através das informações, habilidades, atitudes, valores, costumes absorvidos a partir do seu
contato com o meio ambiente e as pessoas com quem convivem desde o nascimento. É um
processo diferente dos fatores inatos do ser humano, como mamar, chorar etc. Para Vygotsky
(1991), a concepção de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no
processo, ou seja, o aprendizado depende do envolvimento de uma interação social.
Outro exemplo que Vygotsky (1991) aborda é o de uma criança normal que cresce
rodeada apenas de pessoas surdas e mudas, afirmando que esta mesma criança não
desenvolveria a linguagem oral.
A Teoria Histórico-Cultural define dois níveis de desenvolvimento cognitivo: o real
e o proximal (ou potencial). O nível de desenvolvimento real é a capacidade de o sujeito
solucionar problemas sozinho, ou seja, define as funções que já amadureceram. O nível de
desenvolvimento proximal (ou potencial) é uma área de potencialidades, na qual o sujeito
necessita da mediação do “outro” para a solução de problemas, ou seja, define as funções
que possuem bases necessárias para serem desenvolvidas (REGO, 1998).
Vygotsky (1991) define três níveis de desenvolvimento cognitivo, são eles: Desen-
volvimento Potencial, Desenvolvimento Real e Desenvolvimento Potencial.
● Zona de desenvolvimento potencial: é toda atividade e/ou conhecimento que
a criança ainda não domina, mas que se espera que seja capaz de saber e/ou realizar,
independentemente da cultura em que está inserida.
● Zona de desenvolvimento real: é tudo aquilo que a criança é capaz de realizar
sozinha, conquistas já consolidadas, “processos mentais que já se estabeleceram; ciclos
de desenvolvimento que já se completaram” (LEITE; LEITE; PRANDI, 2009, p. 206). Nessa
zona está pressuposto que a criança já tenha conhecimentos prévios sobre as atividades
que realiza, ou seja, define as funções que já amadureceram.
● Zona de desenvolvimento proximal: é a distância entre o que a criança já pode
realizar sozinha e aquilo que ela somente é capaz de desenvolver com auxílio de outra
pessoa. Conforme Vygotsky (1989), essa é a zona cooperativa do conhecimento, é uma
área de potencialidades na qual o sujeito necessita da mediação do “outro” para a solução
de problemas, ou seja, define as funções que possuem bases necessárias para serem de-
senvolvidas (REGO, 1998). Na zona de desenvolvimento proximal, o aspecto fundamental
é a realização de atividades com a ajuda de um mediador que possibilita a concretização
do desenvolvimento que está próximo, ajuda a transformar o desenvolvimento potencial em
desenvolvimento real.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 27
Sobre este assunto Vygotsky analisou a microgênese, que configura um es-
paço microscópico entre o saber e o não saber, ou seja, o que já temos
de aprendizado efetivo no Desenvolvimento Real e o que podemos alcançar
como aprendizado num futuro muito próximo, compreendido como Desenvol-
vimento Potencial (VYGOTSKY, 2001, p. 111).
Para Vygotsky (1991), a criança nasce apenas com as funções cognitivas elementa-
res, que se ampliam para as funções complexas a partir do contato com a cultura, o que não
acontece automaticamente, mas sim por meio de intermediações de outros sujeitos, sendo
essas intermediações responsáveis por formar significados e valores sociais e históricos.
O desenvolvimento é um processo de ensino-aprendizagem que ocorre de fora
para dentro. É no processo de ensino-aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura,
a objetivação do mundo e o consequente desenvolvimento do indivíduo e a transformação
permanente do mundo.
O homem constitui-se como tal pelas interações sociais, portanto é visto como
alguém que transforma e é transformado nas relações produzidas em uma determinada
cultura (REGO, 1998, p. 93).
A origem das mudanças que ocorrem no homem, ao longo do seu desenvolvimento,
está, segundo seus princípios, na sociedade, na cultura e na sua história. Importa salientar
que Vygotsky não compreende a cultura como algo pronto, estático, ao qual o indivíduo se
submete, mas, sim, como processo em constante movimento de recriação e reinterpretação
de informações, conceitos e significados.
As principais ideias de Vygotsky serão citadas a seguir (REGO, 1998).
A primeira refere-se à relação indivíduo/sociedade. As características tipicamente
humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo, nem é mero resultado
das pressões do meio externo. Elas resultam da interação dialética do homem e seu meio
sociocultural, ou seja, ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para
atender às suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo.
A segunda ideia é decorrência da anterior e refere-se à origem cultural das funções
psíquicas. As funções psicológicas especificamente humanas se originam nas relações do
indivíduo e seu contexto cultural e social.
A terceira tese refere-se à base biológica do funcionamento psicológico: o cérebro,
visto como órgão principal da atividade mental. O cérebro não se constitui em um sistema
de funções fixas, imutáveis, mas em um sistema aberto, de grande plasticidade, cuja es-
trutura e modos de funcionamento são desenvolvidos ao longo da história da espécie e do
desenvolvimento individual.
O quarto postulado diz respeito à mediação presente em toda atividade humana.
São os instrumentos técnicos e os sistemas de signos, construídos historicamente que
fazem a mediação dos seres humanos entre si e deles com o mundo. Somente os seres hu-
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 28
manos têm o poder de pensar em objetos ausentes, imaginar ações jamais vividas, planejar
ações a serem realizadas em momentos posteriores. Esse tipo de atividade psicológica é
considerado “superior”.
A quinta tese postula que a análise psicológica deve ser capaz de conservar as
características básicas dos processos psicológicos, exclusivamente humanos. Esse princí-
pio está baseado na ideia de que os processos psicológicos complexos se diferenciam dos
mecanismos mais elementares e não podem, portanto, ser reduzidos à cadeia de reflexos.
Assim, ao abordar a consciência humana como produto da história social, é necessário
estudar as mudanças que ocorrem no desenvolvimento mental a partir do contexto social.
Com isso, as características individuais (modo de agir, pensar, sentir, valores, conheci-
mentos, visão de mundo...) dependem da interação do ser humano com o meio físico e social.
Sendo assim, a Teoria de Lev Vygotsky tem como abordagem compreender o desen-
volvimento da criança, com base nas mudanças externas que elas sofrem no decorrer da vida.
SAIBA MAIS
Fonte: a autora.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 29
SAIBA MAIS
Fonte: a autora.
REFLITA
Segundo Piaget(1976), cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indiví-
duo consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas
fases ou períodos, nessa sequência, porém o início e o término de cada uma delas de-
pendem das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais e sociais.
REFLITA
De acordo com Vygotsky, os conceitos cotidianos são usados pelo sujeito e após são
generalizados. Já os conceitos científicos já nascem como generalizações (abstrações)
da realidade.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 31
LEITURA COMPLEMENTAR
Olá, estudante. A leitura complementar para a nossa segunda unidade será o artigo
A Relação entre Desenvolvimento Humano e Aprendizagem; Perspectivas Teóricas,
da autora Crístia Rosineiri Gonçalves Lopes Corrêa.
O texto apresenta a relação entre desenvolvimento e aprendizagem nas teorias
de Piaget e Vygotsky. Piaget confere ênfase aos conceitos de ação e de coordenação das
ações, já Vygotsky, a ênfase é colocada no conceito de Zona de Desenvolvimento Próximo.
Por fim, de acordo com Piaget e Vygotsky, o processo de desenvolvimento cognitivo
acontece durante as variadas etapas ao longo da vida do sujeito e com a relação com o
meio externo.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 32
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e Vygotsky a
Relevância do Social.
Autores: Isilda Campaner Palangana
Editora: Summus
Sinopse: Esta obra clássica, agora em edição revista, analisa os
processos de aprendizagem e desenvolvimento humano à luz das
teorias de Jean Piaget e Lev Semenovich Vygotsky. Para tanto, Isil-
da Campaner Palangana examina os fundamentos metodológicos
e as raízes epistemológicas dos postulados desses dois grandes
mestres da psicologia da educação. Contribui, assim, para que se
compreendam as convergências e divergências conceituais entre
eles, sobretudo no que diz respeito ao papel da interação social na
promoção da aprendizagem e do desenvolvimento das capacida-
des e funções psicológicas caracteristicamente humanas.
FILME/VÍDEO
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rTqWOsAjPeI
Título: Piaget e Vygotsky
Ano: 2017.
Sinopse: Uma síntese das contribuições de Piaget e Vygotsky
para a psicologia da educação, pois no decorrer do desenvolvi-
mento cognitivo da criança, ela experencia situações concretas
que possuem uma importância em sua construção social. Por fim,
apesar de terem posicionamentos diferenciados, ambas teorias
concordam que para a aprendizagem acontecer é preciso uma
ação indissociável entre o desenvolvimento físico-motor, intelec-
tual, afetivo-emocional e social do sujeito.
UNIDADE II AsTeoriasdoDesenvolvimentoCognitivoesuasReflexõesnaPráticaPsicopedagógica 33
UNIDADE III
Provas Operatórias
Professora Ma. Priscila da Rocha Luiz Bueno
Plano de Estudo:
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● Conceito das provas operatórias.
● Tipos de provas operatórias segundo alguns teóricos
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o conceito das provas operatórias
● Conhecer os tipos de provas operatórias segundo alguns teóricos.
34
INTRODUÇÃO
Prezado(a) estudante,
Por fim, as provas operatórias precisam ser utilizadas como uma ferramenta para
uma avaliação cognitiva infantil e sua eficácia consiste em auxiliar a criança nas dificuldades
de aprendizagem que podem acarretar um fracasso escolar.
A compreensão desta unidade contribuirá para a sua formação neste curso superior.
Boa leitura!
De acordo com Visca (2008), é por meio delas que Piaget demonstra, de maneira
teórica, que o conhecimento decorre da construção gradativa de aprendizagem do sujeito
e que não são inatos ou impostos pelo meio.
Essas provas avaliam a noção de conservação e as operações lógicas de
classificação e seriação, nos níveis concreto e formal, e encontram-se diluí-
das na obra de Piaget. Alguns autores fizeram a seleção e organização das
mesmas com o intuito de facilitar a sua utilização clínica ou escolar (RUBINS-
TEIN, 2014, p. 70).
É importante deixar claro que todas as crianças passam pelos estágios de desen-
volvimento, porém cada uma possuirá seu próprio tempo e agilidade de raciocínio, para,
assim, dar continuidade em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento. Dessa
maneira, não é possível definir, a partir da idade, em qual estágio a criança se encontra,
uma vez que, dependendo também do contexto em que este está inserido, será possível
saber o nível de desenvolvimento cognitivo, pois ocorre diferenciadamente em cada sujeito.
Para a compreensão correta do nível de aprendizagem de cada sujeito é preciso
a aplicação de testes. Piaget elaborou testes para compreender como se desenvolve a
capacidade cognitiva das crianças e qual nível de estrutura cognitiva ela opera, a partir de
sua experiência profissional e acadêmica.
Sendo assim, a eficiência da investigação realizada por meio do uso das provas
operatórias dependerá do(a) entrevistador(a) e da maneira que fará a aplicação. É preciso
que possua domínio do processo, ou seja, na aplicação, na evolução, na obtenção de
hipóteses e, por fim, na conclusão das atividades.
Criado por Piaget, em 1926, o método clínico foi elaborado em etapas e, por
diversas vezes, ainda permanece sendo uma atividade clínica em sua essência. Em alguns
momentos se torna crítico na prática, pois exige que as atitudes da criança sejam justificadas
por ela, bem como as interpretações de suas ações e pensamentos.
Parte do que sabemos atualmente sobre o desenvolvimento infantil, está relaciona-
do aos estudos de Jean Piaget. Por meio de suas pesquisas foi possível compreendermos
sobre o raciocínio humano e suas características, isso se dá por meio das provas operató-
rias, momento em que é possível nivelar o desenvolvimento cognitivo do sujeito e investigar
e compreender o raciocínio lógico da criança.
Define-se desenvolvimento em termos das mudanças que ocorrem ao longo
do tempo de maneira ordenada e relativamente duradoura que afetam as es-
truturas físicas e neurológicas, os processos de pensamento, as emoções, as
formas de interação social e muitos outros comportamentos (NEWCOMBE,
1999, p. 25).
Segundo Moraes (2018), há diferentes provas piagetianas para cada faixa etária,
que permitem investigar o sujeito em diferentes níveis, sendo importante ferramenta de
avaliação do desenvolvimento do sujeito. Porém, em nosso caso, definimos as provas de
conservação e classificação pelas possibilidades avaliativas: as provas para verificação da
construção da estrutura de conservação avaliam se o sujeito conserva uma dimensão do
objeto ante alterações em outras dimensões.
Conservação Volume
Conservação Volume
SAIBA MAIS
Caro(a) aluno(a), como aprendemos, as provas operatórias de Piaget são muito impor-
tantes para os estudos na Psicopedagogia e no auxílio do desenvolvimento da criança.
Por meio da aplicação de provas piagetianas é possível avaliar como cada uma das
estruturas estão sendo construídas pela criança.
Portanto, as provas operatórias são ferramentas criadas não somente para a observa-
ção clínica, mas também escolar, pois, por meio delas, o desenvolvimento cognitivo in-
fantil será nivelado e o raciocínio lógico investigado, assim esse processo será descrito
e compreendido pelos(as) envolvidos(as).
Fonte: A autora
Boa leitura!
REFLITA
Piaget renuncia assim a toda espécie de questionário rígido que não permita variar ques-
tões nem utilizar outras sugestões. Neste sentido, o termo “clínico” põe particularmente
em relevo a característica peculiar inerente ao respectivo método de se “conversar” a
vontade com o sujeito sobre determinada tarefa, sem que tal fato se limite a questões
estandardizadas, possibilitando considerar o maior número e implicações do diálogo.
REFLITA
A aplicação das provas operatórias tem como objetivo determinar o nível de pensamen-
to do sujeito realizando uma análise quantitativa, e reconhecer as diferenças funcionais
realizando um estudo predominantemente qualitativo.
Olá, estudante, a leitura complementar para a nossa terceira unidade será o artigo
Provas Operatórias Piagetianas: uma experiência com alunos dos anos iniciais, dos autores
Rafael Tonet Maccagnan e Suélen Rita Andrade Machado.
O texto aponta que a escola, no contexto pós-moderno, é desafiada, na produção de
sujeitos capazes de reflexão, uma vez que outros atrativos circundam a escola dificultando
sua capacidade de oferecer respostas à complexidade da vida individual, da vida familiar e
da vida social das crianças.
LIVRO
Título: Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem
Autores: Sara Paín
Editora: Artmed
Sinopse: A autora une de forma inovadora a psicanálise, a teoria
piagetiana e o materialismo histórico, oferecendo subsídios teóricos
e práticos para qualificar o trabalho realizado com crianças que
apresentam dificuldades de aprendizagem.
FILME/VÍDEO
Título: Provas Operatórias de Jean Piaget
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=t4RmOfRhT_U
Ano: 2019
Sinopse: Jean Piaget, criador de teorias sobre o desenvolvimento
cognitivo do ser humano que nós seguimos na Neuropedagogia,
desenvolveu o teste das provas Operatórias, onde é possível avaliar
se a idade da pessoa corresponde ao desenvolvimento dela.
Plano de Estudo:
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● Características Gerais
● Momento do Diagnóstico
● Observações
Objetivos de Aprendizagem:
● Compreender as características gerais
● Conhecer o momento do diagnóstico
● Analisar as observações
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INTRODUÇÃO
Boa leitura!
Ao falarmos de diagnóstico, logo pensamos em análise de algo que não está indo
muito bem. De acordo com Bossa (2000), só é possível analisarmos algo se encontrarmos o
resultado do que estamos analisando, por isso quando o diagnóstico for realizado, é preciso
ter claro o que, para que e por que diagnosticar, possibilitando a análise do problema que
dificulta o processo de aprendizagem do indivíduo.
A maneira pelo qual o profissional irá investigar o que está dificultando a aprendiza-
gem da criança ou impedindo-a, é denominada de diagnóstico psicopedagógico e tal pro-
cedimento pode ser realizado em qualquer sujeito e em qualquer fase da vida do indivíduo.
De acordo com Piaget (1973), a desordem e ordem do que existe em cada sujeito
é o responsável pela aprendizagem, por isso é preciso ter contato com o que é difícil,
que incomoda e desestrutura os conhecimentos já existentes, para que, em seguida, seja
possível estruturá-lo novamente.
Consideradas ferramentas importantes no auxílio para desvendar tais dificuldades
de aprendizagem, a postura, o discurso e a atitude do sujeito que está sendo observado,
bem como os demais envolvidos são as ações que conduzirão o diagnóstico pedagógico,
para que sejam desvendadas as possíveis causas da não aprendizagem infantil.
O diagnóstico é um processo contínuo sempre revisável, onde a intervenção
do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investiga-
dora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de
fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o ob-
jetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito (BOSSA,
2000, p. 74).
Diante disso, é importante que no processo de entrevista com as famílias o(a) pro-
fissional precisa colher o maior número de informações, para compreender e desenvolver
diferentes formas de intervenções para auxiliar na aprendizagem do sujeito. Portanto, é
preciso que o(a) psicopedagogo(a) compreenda como os diversos fatores individuais inter-
ferem na aprendizagem, tais como:
● Qual o motivo(queixa) da procura pelo atendimento;
● Histórico da criança;
● Sobre o desenvolvimento motor, dos hábitos e linguagem do sujeito, a
independência pessoal, alimentação, sono, controle do esfíncter.
● Histórico escolar;
● Desenvolvimento da aprendizagem;
● A relação dos pais com os(as) filhos(as), entre si e com os demais familiares.
Por fim, por meio da aplicação das provas projetivas psicopedagógicas, é possível
investigar, observar e analisar alguns pontos significativos no desenho da criança, como:
a posição dos desenhos na folha, o traçado do desenho, detalhes, tamanho dos objetos e
dos personagens, distâncias dos objetos e personagens, nome e idade que a criança atribui
ao personagem, título do desenho e o relato da história, considerando a importância desta
ferramenta para um diagnóstico sobre a dificuldade de aprendizagem.
● Provas Operatórias: é por meio delas que se avalia o desempenho cognitivo
da criança e se há alguma defasagem em relação a sua faixa etária. São essas provas que
possibilitam ao(à) psicopedagogo(a) investigar a queixa da criança sobre sua dificuldade
em aprender e a falta de atenção em sala de aula.
O diagnóstico operatório ou as provas piagetianas são recortes de investiga-
ção realizada por Piaget sobre a gênese do pensamento lógico e racional,
que sustenta o conhecimento científico. [...] através das quais se podem ava-
liar as possibilidades de raciocínio e construção do conhecimento da crian-
ça, em fase escolar. Essas provas avaliam a noção de conservação e as
operações lógicas de classificação e seriação nos níveis concreto e formal
(RUBINSTEIN et al., 2006, p. 70).
Com base nas ideias sugeridas por Piaget (19730, Paín (1992), Weiss (2012),
organiza-se e sintetiza-se os elementos do diagnóstico psicopedagógico clínico. São eles:
● O sujeito e sua família (dados como: genetograma familiar, profissão e escola
ridade dos pais, do sujeito, dos irmãos, condições de moradia, condições
socioeconômicas e culturais);
● Motivos da Avaliação (pela família, pelo sujeito, pela escola);
● História de Vida;
● As primeiras aprendizagens (com a mãe ou substituta: mamadeira, colher,
andar, jogo, bicicleta, entre outras);
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
Boa leitura!
Fonte: a autora.
REFLITA
REFLITA
Olá, estudante, a leitura complementar para a nossa quarta unidade será o artigo
A Importância do Diagnóstico Psicopedagógico no Processo de Ensino e Aprendizagem
Escolar, das autoras Marcilei da Silva Santos, Evanilde da Silva Gonçalves e Luzia da Silva
Gonçalves Ponce.
O texto aborda uma discussão sobre como saber lidar com as dificuldades de apren-
dizagem escolar, utilizando assim diversas ações pedagógicas e intervenções adequadas
no processo de aprendizagem.
LIVRO
Título: Psicopedagogia
Autora: Monaliza Ehlke Ozorio Haddad
Editora: Contentus
Sinopse: Este livro compreende a psicopedagogia em seus mais
variados aspectos: sociais, culturais, econômicos. Trabalha dife-
rentes dificuldades de aprendizagem e como reconhecê-las, abor-
dando também o diagnóstico clínico. A obra ainda traz um debate
sobre os principais teóricos relacionados, como Piaget e Visca.
E aborda práticas e instrumentos da avaliação psicopedagógica
clínica, a importância e relação do psicopedagogo com escola e
família, e a aplicação de provas e testes utilizando recursos lúdicos.
FILME/VÍDEO
Título: Diagnóstico Psicopedagógico
Ano: 2010
Sinopse: O vídeo mostra as observações necessárias que o(a)
psicopedagogo(a) precisa realizar, para descobrir o que interfere
no processo de aprendizagem direcionando assim as intervenções
necessárias para suprir as dificuldades de aprendizagem.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=KYh2PpXxY6E- 1ª Parte
https://www.youtube.com/watch?v=AVKD9LB9YQ4&t=0s- 2ª Parte
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COLL, C. et al. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre:
Artmed, 2004.
LA TAILLE, Yves de. Piage, Vygostky e Wallon. Teorias Psicogenéticas em discussão. São
Paulo: Summus, 1992.
67
NEWCOMBE, N. Desenvolvimento infantil: abordagem de Mussen. 8. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 1999.
68
ROSA, P. R. da S. A teoria de Vygotsky. Cap. 5. 2009. Disponível em: https://mcef2009.files.
wordpress.com/2009/11/a-teoria-de-vygotsky_cap5.pdf. Acesso em: 03 mar. 2021.
RUBINSTEIN, E. R. et al. Psicopedagogia: uma prática Diferentes estilos. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 1999.
69
VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas e Pautas Gráficas Para Sua interpre-
tação, 3º edição: Visca & Visca, 2011.
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CONCLUSÃO GERAL
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