Você está na página 1de 56

[Digite aqui]

i
Autores

Roberto Aguilar Machado Santos Silva


Suzana Portuguez Viñas
Cristiane Maria de Sousa Oliveira
Brasil
2021
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos com:

e-mail: Suzana-vinas@yahoo.com.br
robertoaguilarmss@gmail.com

Supervisão editorial: Suzana Portuguez Viñas


Projeto gráfico: Roberto Aguilar Machado Santos Silva
Editoração: Suzana Portuguez Viñas

Capa:. Roberto Aguilar Machado Santos Silva

1ª edição

2
Autores

Roberto Aguilar Machado Santos Silva


Membro da Academia de Ciências de Nova York (EUA), escritor
poeta, historiador
Doutor em Medicina Veterinária
robertoaguilarmss@gmail.com
Suzana Portuguez Viñas
Pedagoga, psicopedagoga, escritora,
editora, agente literária
suzana_vinas@yahoo.com.br

Cristiane Maria de Sousa Oliveira


Licenciada e bacharelada em ed. Física, pós graduada em psicomotricidade e
educação especial e inclusiva. Atuo como Psicomotricista com público especial.
cristiane.cksmixtturado@gmail.com

3
Dedicatória

P
ara todos os educadores físicos, psicomotricistas,
pedagogos e psicopedagogos.

Roberto Aguilar Machado Santos Silva


Suzana Portuguez Viñas
Cristiane Maria de Sousa Oliveira

4
Só é possível ensinar uma criança
a amar, amando-a.
Johann Goethe

Johann Wolfgang von Goethe foi um polímata, autor e


estadista alemão do Sacro Império Romano-Germânico que
também fez incursões pelo campo da ciência natural. Como
escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da
literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século
XVIII e inícios do século XIX.

5
Apresentação

A
s habilidades motoras das crianças são treinadas e
desenvolvidas de acordo com a idade e maturidade,
onde fatores como: o ambiente, a atividade motora e as
instruções adequadas desempenham um papel determinante
neste desenvolvimento.
Esperamos agregar nossa contribuição com este livro, não
apenas identificando os problemas, mas também apresentando
alternativas de desenvolvimento do progresso das habilidades
motoras infantis, em comparação com a experiência
contemporânea em países mais desenvolvidos.
Roberto Aguilar Machado Santos Silva
Suzana Portuguez Viñas
Cristiane Maria de Sousa Oliveira

6
Sumário

Introdução.....................................................................................8
Capítulo 1 - Definição de psicomotricidade para crianças e
adolescentes..................................................................9
Capítulo 2 - Aprendizagem psicomotora..................................12
Capítulo 3 - Educação psicomotora: aspecto da formação
geral dos pré-escolares..............................................40
Epílogo.........................................................................................51
Bibliografia consultada..............................................................52

7
Introdução

A
estimulação física é fundamental para o
desenvolvimento infantil. É por meio da exploração
motora que surge a autoconsciência e a percepção do
mundo exterior das crianças. A aquisição progressiva de
habilidades relativas às atividades mentais e motoras é definida
como desenvolvimento psicomotor. Portanto, um estilo de vida
ativo durante a infância é benéfico para a saúde física, cognitiva e
mental. As experiências motoras são uma condição vital para a
adaptação na aprendizagem didática de uma criança; e pode
estimular o pensamento. Além disso, um campo de operação ruim
pode atrasar e limitar as habilidades perceptivas de um indivíduo.
A estimulação e o movimento são fundamentais na primeira
infância, visto que promovem o desenvolvimento das habilidades
físicas, cognitivas e sociais. O movimento está no cerne da vida
ativa das crianças, pois elas adquirem autonomia em diferentes
situações da vida diária.

8
Capítulo 1
Definição de
psicomotricidade para
crianças e adolescentes
egundo Amélie Jayet (2021), psicomotricista é aquele que completou 3

S anos de estudos teóricos e práticos (oficinas e estágios) em escola


credenciada pelo Ministério da Educação. A psicomotricidade é, antes
de tudo, um conceito: parte das Ciências Sociais . É uma psicoterapia voltada
para a mediação corporal. Baseia-se na inter-relação entre as funções motoras
e a vida psíquica do indivíduo; o corpo é considerado a âncora das
experiências sensório-motoras, emocionais, cognitivas e sociais. Oferece uma
visão global do assunto, colocando as expressões físicas do ser humano no
centro de sua vida emocional e psíquica.
Assim, a terapia psicomotora contribui para a redescoberta do equilíbrio entre
suas habilidades motoras e a vida psíquica, permitindo que o sujeito se adapte
melhor. Quanto melhor se conhecer globalmente, melhor será capaz de se
conectar com seu ambiente e interagir com ele de maneira adequada, de
acordo com sua capacidade, seu potencial e sua forma intrínseca de existir no
mundo, não em relação a o que é considerado normal.

Psicomotricidade para quem?


Um psicomotricista pode trabalhar com pessoas de qualquer idade:
- Recém-nascidos prematuros: Por causa de uma separação brutal e
precoce, e por causa do traumatismo de um nascimento prematuro, a relação
mãe / filho e pai / filho são modificados e perturbados. A fim de estimular o
9
envolvimento dos pais, o psicomotricista pode oferecer uma avaliação das
capacidades do recém-nascido, introduzir estímulos adaptados para estimular
a troca, a comunicação e a exploração do mundo que o cerca por meio do
relacionamento. O objetivo principal é reconstruir o vínculo que foi danificado e
enfraquecido.

- Crianças pequenas: o psicomotricista tem licença para tratar atrasos ou


lacunas nas aquisições psicomotoras e déficits em uma ou várias habilidades
motoras (movimento, andar, lateralidade, equilíbrio, ...).
- Casos de paralisia cerebral, doenças genéticas, precocidade,
desenvolvimento tardio….
- Pacientes com distúrbios de comunicação, distúrbios das habilidades de
escrita [grafomotricidade], hiperatividade, inibição, problemas de concentração.
- Autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) (problema
de hiperatividade com déficit de atenção, transtorno invasivo de
desenvolvimento), dispraxias, disgrafias, gagueira ...

- Adolescentes: o psicomotricista é capaz de tratar os problemas de


relacionamento que muitos adolescentes encontram consigo mesmos, com a
sua família e com o seu meio social, tais como agressividade, anorexia, crime,
problemas emocionais, perturbações psiquiátricas….

Um psicomotricista também pode tratar pacientes adultos e idosos. O


psicomotricista também tem habilidade em áreas como: memória (Alzheimer),
equilíbrio (prevenção de quedas), estresse (relaxamento), imagem corporal
(transtornos psiquiátricos como esquizofrenia), espaço e tempo (desorientação
espaço-temporal de pacientes com demência) ... O tratamento de pacientes
com deficiência física ou em cuidados paliativos são áreas em
desenvolvimento.

10
Como é o processo de terapia
psicomotora?
O primeiro encontro com o paciente (e sua família) consiste na construção de
um perfil psicomotor (entrevista, testes e exercícios) para a definição de um
projeto terapêutico. Este perfil psicomotor é geralmente prescrito por um clínico
geral, mas às vezes as famílias vêm a conselho de um professor, de um amigo
ou de seu empregador. Em seguida, caso seja necessário, de acordo com as
conclusões do perfil, e após intercâmbio com uma equipe profissional
pluridisciplinar (não é o caso de uma clínica médica), é elaborado um projeto
terapêutico específico com uma ou várias atividades físicas adaptadas a cada
situação, patologia e indivíduo. Existem tantos projetos terapêuticos quanto
pacientes.
Os tratamentos podem incluir: relaxamento, terapia sensório-motora, música,
desenho, jogos, água, atividades equestres ...
Eles dependem do paciente, do psicomotricista e dos objetivos do projeto.
O psicomotricista geralmente trabalha em uma equipe pluridisciplinar que pode
ser composta por: um médico (clínico geral), um fonoaudiólogo, um professor
de necessidades educacionais especiais (SEN) [éducateur spécialisé], um
psicólogo, um psiquiatra, um terapeuta ocupacional ergothérapeute]… Todas
essas carreiras são complementares e cada uma traz uma visão específica de
sua área de atuação. Portanto, a pessoa é tratada em sua globalidade.
O psicomotricista pode ser autônomo ou trabalhar para uma instituição como
creche, jardim de infância e escolas primárias, serviços pediátricos,
neonatologia, centros juvenis, centros materno-infantis, em centros geriátricos
médicos e não médicos, assistência domiciliar ... Poucos seguros médicos as
políticas reembolsam a sessão psicomotora neste momento, a menos que o
transtorno se qualifique como uma deficiência coberta pelo centro de recursos
do país ou se estiver incluído no projeto terapêutico de uma instituição. Essas
situações estão evoluindo.

11
Capítulo 2
Aprendizagem psicomotora

S
egundo Clyde Everett Noble (2021), professor de
Psicologia Experimental da University of Georgia, Athens
(EUA), aprendizagem psicomotora, desenvolvimento de
padrões organizados de atividades musculares guiados por sinais
do meio ambiente. Os exemplos comportamentais incluem dirigir
um carro e tarefas de coordenação olho-mão, como costurar,
jogar uma bola, digitar, operar um torno e tocar um trombone.
Também chamadas de habilidades sensório-motoras e
perceptivas-motoras, são estudadas como tópicos especiais na
psicologia experimental da aprendizagem e do desempenho
humano. Na pesquisa sobre habilidades psicomotoras, atenção
particular é dada ao aprendizado de atividades coordenadas
envolvendo braços, mãos, dedos e pés (os processos verbais não
são enfatizados).

A gama de habilidades
O termo habilidade denota um movimento que é razoavelmente
complexo e a execução do qual requer pelo menos uma
quantidade mínima de prática - atos reflexos como espirros estão
excluídos. A pesquisa mostra que o desempenho de habilidades
complexas pode ser influenciado por sensações decorrentes das

12
coisas que o executor olha, sensações dos músculos que estão
envolvidos no próprio movimento e estímulos recebidos por outros
órgãos sensoriais. Assim, o termo habilidade sensório-motora é
usado para denotar a estreita relação entre movimento e
sensação envolvida em atos complexos.

Componentes simples de
habilidades corporais
A maioria das habilidades da vida é contínua e complexa e
contém uma infinidade de componentes integrados; no entanto,
essas habilidades complexas podem ser analisadas examinando-
se suas partes componentes. Por exemplo, as habilidades podem
ser medidas por intervalos de tempo. No laboratório, o tempo de
reação de um sujeito é medido como o tempo entre a
apresentação de algum tipo de estímulo e a resposta inicial do
executor. A velocidade de reação do indivíduo depende de uma
série de variáveis, incluindo a intensidade dos estímulos. Por
exemplo, uma pessoa iniciará um movimento mais rapidamente
para sons cada vez mais altos até que um limite seja alcançado.
Quando os sons se tornam muito altos, entretanto, o ruído retarda
o início do movimento. Um tempo de reação mais longo também
será registrado se o sujeito precisar escolher entre vários
estímulos antes de iniciar um movimento (como se mover apenas
se uma das várias luzes coloridas estiver acesa) ou se o ato
requerido envolver um movimento complexo.

13
A qualidade do movimento dependerá de fatores como a precisão
do ato exigido, a experiência anterior do artista com habilidades
semelhantes, a velocidade do movimento, a força do ato motor e
a parte ou partes do corpo a serem movidas.
Existem limites para o desempenho eficiente até mesmo das
habilidades motoras mais simples. Bater com o dedo mais de 10
vezes por segundo, por exemplo, geralmente é impossível. Os
indivíduos variam muito em sua capacidade de exercer força com
várias partes do corpo. Estudos do sistema motor humano
também mostram que um indivíduo raramente (ou nunca) repete
um movimento aparentemente semelhante exatamente da mesma
maneira. Assim, a aquisição de habilidade em uma dada tarefa
envolve o desempenho de um padrão de resposta razoavelmente
consistente, que varia, dentro de certos limites, de tentativa para
tentativa.
Uma série de habilidades motoras básicas fundamentam o
desempenho de muitas atividades rotineiras. Uma categoria de
habilidades pode ser amplamente referida como destreza manual,
que inclui destreza fina dos dedos, velocidade do braço e pulso e
habilidade de mira. As habilidades motoras também são
influenciadas pela força, da qual existem vários tipos, incluindo
força estática (pressão medida em libras exercida contra um
objeto imóvel) e força dinâmica (mover os membros com força). A
flexibilidade e a capacidade de equilíbrio são divididas de forma
semelhante em vários componentes. Portanto, a discussão de
uma única qualidade no movimento humano é imprecisa. Em vez
disso, deve-se referir a vários tipos específicos de habilidade.

14
As habilidades motoras também podem ser classificadas pelas
características gerais das próprias tarefas. As habilidades motoras
grossas referem-se a atos em que os músculos maiores estão
comumente envolvidos, enquanto as habilidades motoras finas
denotam ações das mãos e dos dedos. A maioria das habilidades
incorpora movimentos de grupos de músculos maiores e
menores. O jogador de basquete usa seus músculos esqueléticos
maiores para correr e pular enquanto utiliza habilidades motoras
finas, como controle preciso dos dedos ao driblar ou chutar a bola.

Habilidades complexas e
integradas
A maioria das habilidades da vida são compostas de várias partes
integradas. Essas habilidades são freqüentemente controladas
pela organização da informação visual disponível para o
executante, particularmente durante os primeiros estágios de
aprendizagem. Ao mesmo tempo, a capacidade do indivíduo de
analisar a mecânica de uma tarefa motora, sua habilidade verbal
e outros atributos intelectuais e perceptivos podem influenciar a
aquisição de uma habilidade.
As habilidades são suscetíveis a todos os tipos de limites. Se
houver aptidão genética suficiente, o domínio de uma habilidade
de uma pessoa depende de sua motivação para melhorar, de
receber informações contínuas ou feedback sensorial sobre a
adequação de seu desempenho durante o treinamento e de

15
fatores como os efeitos recompensadores das correções feitas
durante as sucessivas períodos de prática. Alguns ganhos em
proficiência podem ser mascarados por perdas temporárias, mas
surgirão mais tarde.
Os hábitos psicomotores são mediados principalmente pelo córtex
sensorial e motor do cérebro e pelas fibras neurais que conectam
os dois hemisférios cerebrais. De acordo com a maioria dos
teóricos, os resultados da aprendizagem podem ser
correlacionados com a quantidade ou duração da prática
recompensada. Acredita-se que os efeitos dos fatores
associativos e motivacionais aumentam o aprendizado, enquanto
os fatores inibitórios e de oscilação (variabilidade) prejudicam o
aprendizado de habilidades psicomotoras.
A maioria dos cientistas estuda o aprendizado psicomotor em
condições controladas de laboratório, o que contribui para
medidas mais precisas de proficiência e reduzem a quantidade de
variabilidade no desempenho do aluno à medida que o
treinamento avança. Centenas de instrumentos elétricos e
mecânicos foram desenvolvidos para pesquisa em aprendizagem
psicomotora, mas apenas cerca de duas dezenas são usados
com alguma regularidade.
Um dispositivo, um coordenador complexo, mede a capacidade
do aluno de fazer ajustes imediatos e sincronizados de controles
de mão e barra de pé em resposta a combinações de luzes de
estímulo. Outro dispositivo, um temporizador de reação de
discriminação, requer que um dos vários interruptores seja
acionado rapidamente em resposta a padrões espaciais distintos

16
designados de lâmpadas de sinalização coloridas. Ao atuar em
uma alavanca manual, um sujeito vendado deve aprender até que
ponto mover a alça com base nas informações numéricas
fornecidas pelo experimentador. Com um rastreador de espelho,
um padrão de estrela de seis pontas é seguido com uma caneta
elétrica da forma mais precisa e rápida possível, o aluno sendo
guiado visualmente apenas por uma imagem no espelho. O
perseguidor multidimensional exige que o aluno examine quatro
mostradores e mantenha os indicadores estáveis fazendo
correções com quatro controles (semelhantes aos encontrados na
cabine de um avião). Em um perseguidor rotativo, o aluno deve
segurar uma caneta flexível em contato elétrico contínuo com um
pequeno alvo de metal circular colocado em uma plataforma
giratória.
Também é empregado o matemático seletivo, um dispositivo no
qual o problema do sujeito é descobrir, com dicas fornecidas por
uma lâmpada de sinalização, qual dos cerca de 20 botões deve
ser pressionado em resposta a cada uma de uma série de
imagens distintas projetadas em uma tela. Ao usar um discrímetro
estrela, uma pessoa recebe informações sobre seus erros por
meio de fones de ouvido; a tarefa é aprender a posicionar
seletivamente uma alavanca entre seis slots radiais de acordo
com os sinais de luzes de estímulo de cores diferentes. Um
trainee em um coordenador de duas mãos tem que manipular
duas manivelas de torno de forma síncrona para manter contato
com um disco alvo enquanto ele se move em um curso irregular.

17
Os computadores agora são usados para medições mais
precisas.

Medidas

As tarefas exigidas pelos dispositivos acima produzem uma gama


substancial de dificuldade psicomotora. Os elementos do
comportamento habilidoso são expressos como pontuações
numéricas que medem as porcentagens de resposta e erro,
amplitude e velocidade de movimento, pressão de mão ou pé
exercida, tempo no alvo, tempo de reação, taxa de resposta e
índices de atividade de compartilhamento de tempo. A maioria
dessas medidas se presta a tratamento matemático. Dispositivos
de laboratório para estudar a aprendizagem psicomotora podem
ser úteis na previsão do desempenho no trabalho de fábrica e na
operação de veículos motorizados e aeronaves. Quando mantidos
de maneira adequada e usados em condições padronizadas,
esses dispositivos perceptivo-motores fornecem medidas
confiáveis das atividades que foram projetados para medir e
também exploram uma proporção significativa das habilidades
exigidas em situações da vida real.

Fenômenos de aprendizagem
psicomotora
18
Aquisição
Velocidade e precisão na maioria das tarefas psicomotoras
estudadas são tipicamente adquiridas muito rapidamente durante
os estágios iniciais da prática reforçada, a taxa média de ganho
tendendo a cair conforme o número de tentativas ou o tempo de
treinamento aumenta.

Generalização e transferência
Os fenômenos de generalização e transferência são vistos na
tendência de sujeitos de laboratório condicionados a responder a
um estímulo particular para responder também a estímulos
semelhantes além das condições originais de treinamento. Os
efeitos medidos do treinamento anterior sobre o desempenho de
uma tarefa subsequente definem a transferência da aprendizagem
psicomotora. Nas habilidades práticas, é mais provável que a
transferência ocorra entre tênis e badminton, por exemplo, do que
entre natação e futebol, e entre corneta e trompete do que entre
piano e tuba. A similaridade de movimento pode facilitar a
transferência, assim como a quantidade de prática ou a sequência
de eventos no treinamento anterior. Quanto mais as duas
situações têm em comum, maior é a quantidade de transferência
previsível. À medida que as diferenças aumentam entre os
estímulos usados no treinamento e aqueles encontrados nas
tentativas de teste, no entanto, os efeitos da generalização

19
diminuem até que não haja transferência de uma situação para
outra.
Aprender uma tarefa pode facilitar, atrapalhar ou não ter nenhuma
influência observável no desempenho da próxima tarefa, o que
significa que os efeitos de transferência podem ser positivos,
negativos ou nulos. Os simuladores de vôo são projetados para
maximizar a quantidade de transferência positiva, geralmente
garantindo altos níveis de similaridade comportamental. Efeitos de
transferência negativos (como alcançar o chão para mudar de
marcha quando a alavanca de mudança está no volante)
aparecem ocasionalmente, mas tendem a ser facilmente
superados. Uma vez que a transferência envolve
necessariamente retenção, os melhores horários minimizam o
esquecimento, minimizando o tempo entre o treinamento e a
transferência.
O grau e a quantidade de transferência dependem de fatores
como número de elementos ou princípios comuns, similaridade de
estímulo e resposta, quantidade de treinamento pré-diferenciação,
variedade de experiências de aprender a aprender, relações parte
para todo, diferenças na complexidade entre tarefas , uso de
recursos mnemônicos e a extensão da interferência proativa ou
retroativa. Projetos de interferência retroativa normalmente
empregam uma sequência de aprendizagem original,
aprendizagem interpolada e reaprendizagem.

Retenção
20
O aprendizado está para a aquisição assim como a memória está
para a retenção. As pontuações de retenção psicomotora indicam
a porcentagem ou grau da habilidade originalmente aprendida que
é lembrada ou relembrada em função do tempo decorrido. As
alterações da memória motora são identificadas por mudanças
nas médias, variações e correlações entre os resultados dos
testes. Em contraste com o comportamento verbal (que é
suscetível ao esquecimento por meio de interferência em questão
de segundos), as pontuações médias para as habilidades de
rastreamento e coordenação registradas em períodos que variam
de dois dias a dois anos quase não diminuem. Ainda assim,
quando intervalos de três minutos a seis semanas são
interpolados entre respostas discretas em um dispositivo de
alavanca manual, o desempenho permanece estável por cerca de
dois dias e então se torna inconsistente; as variabilidades
aumentam e as correlações diminuem à medida que os sujeitos
relembram cada vez mais erroneamente sua habilidade original. À
luz dessas evidências, a memória motora pode ser vista como um
fenômeno de persistência, enquanto o esquecimento é um caso
de inconsistência.
Uma hipótese avançada para explicar a maior retentividade do
comportamento psicomotor, em comparação com o
comportamento verbal recém-adquirido, é que as ações não-
verbais são mais frequentemente superaprendidas e são menos
suscetíveis a interferência proativa (ou seja, competição
decorrente de coisas aprendidas no passado) . Distinções entre
memória imediata, memória de curto e longo prazo também são

21
menos proeminentes em estudos de aprendizagem motora. Isso
não quer dizer que as habilidades motoras sejam inesquecíveis;
estudos de memória de curto prazo sugerem que o esquecimento
psicomotor pode ser realmente rápido. Independentemente das
diferenças teóricas, no entanto, os psicólogos geralmente
concordam que o comportamento psicomotor é mais bem
lembrado (e menos esquecido) quando a superaprendizagem é
alta, a interferência é baixa, o feedback de reforço é ótimo e as
atividades interpoladas não estão relacionadas à tarefa que está
sendo aprendida. O tempo é menos importante na degradação da
memória do que os eventos que o ocupam.

Reminiscência
A reminiscência é definida como um ganho de desempenho sem
prática. Quando os indivíduos que realizam tentativa após
tentativa sem descanso (prática concentrada) recebem uma
pequena pausa, talvez no meio do treinamento, as pontuações na
tentativa seguinte mostrarão uma melhora significativa quando
comparadas com as de um grupo concentrado sem intervalo. Os
efeitos de reminiscência são mais proeminentes em tarefas que
exigem atenção e resposta contínuas. A reminiscência também se
manifesta como uma transferência bilateral de habilidade (por
exemplo, da mão esquerda para a direita), sugerindo que este
fenômeno é controlado pelo sistema nervoso central.

22
Aquecimento
Atletas e músicos freqüentemente relatam que ficam “resfriados”
durante uma pausa da atividade (mesmo por um período de
descanso de meros cinco minutos); quando a prática é retomada,
um período de aquecimento parece ser um requisito intrínseco
para um desempenho eficiente. Aonde quer que vá a
reminiscência, o aquecimento parece seguir; no entanto, o inverso
nem sempre é válido. A conexão entre aquecimento e
esquecimento é incerta.

Período refratário e antecipação

Quando necessário para dar respostas rápidas e discretas a dois


estímulos separados no tempo por meio segundo ou menos, o
tempo de reação de um operador (latência) para executar a
segunda resposta é tipicamente maior do que sua primeira
resposta. Essa diferença no tempo de reação é chamada de
período refratário psicológico.
A expectativa pode ocorrer, por exemplo, quando um sujeito
espera um atraso entre o primeiro e o segundo estímulo,
significando que o sujeito estará relativamente despreparado se o
segundo chegar mais cedo do que o normal. Além disso, as
pessoas aprendem a esperar certos tipos de estímulos em
detrimento de outros. O desempenho diminui quando uma pessoa
não tem certeza se os estímulos que ocorrem regularmente serão
23
auditivos ou visuais, ou quando a direção espacial de um estímulo
é incerta. Isso sugeriria a possibilidade de atenção dividida; de
fato, quando pares de estímulos são tornados perfeitamente
previsíveis quanto ao tempo e tipo, nenhum comprometimento da
resposta é observado.
Quando necessário para dar respostas rápidas e discretas a dois
estímulos separados no tempo por meio segundo ou menos, o
tempo de reação de um operador (latência) para executar a
segunda resposta é tipicamente maior do que sua primeira
resposta. Essa diferença em Se um sujeito pode adquirir
expectativas adequadas por meio de treinamento e experiência,
então ele pode melhorar a habilidade de dividir sua atenção e,
dentro dos limites fisiológicos, simultaneamente lidar com uma
gama maior de estímulos sem perda de proficiência. Com prática
suficiente, as pessoas podem reduzir o período refratário
psicológico. Um artilheiro militar examinando um alvo fixo distante
em busca de sua localização horizontal e vertical, por exemplo,
está fazendo uma prévia da antecipação do receptor para
maximizar sua pontuação. Uma soprano operística que ensaia
secretamente as notas iniciais de sua cadência enquanto a
orquestra termina a introdução está empregando a antecipação
perceptiva para otimizar sua performance. O tempo de
antecipação é aprendido e o feedback de reforço é necessário.

Fatores que afetam a habilidade


psicomotora
24
Quantidade de prática
Foi observado acima que a prática de tarefas sensório-motoras
geralmente produz mudanças nas pontuações que refletem
retornos decrescentes. Uma grande influência na aprendizagem
em geral, a repetição é a variável experimental mais poderosa
conhecida na pesquisa de habilidades psicomotoras. Mas a
prática por si só não leva à perfeição; feedback psicológico
também é necessário. O consenso entre os teóricos é que o
feedback deve ser relevante e reforçador para efetuar
incrementos permanentes da força do hábito.
Os efeitos do feedback e quatro outras variáveis de desempenho
importantes (ou seja, complexidade da tarefa, distribuição do
trabalho, condições de motivação e incentivo e fatores
ambientais) ainda precisam ser resumidos.

Feedback psicológico
A classificação proeminente entre as variáveis experimentais são
as chamadas contingências de feedback (efeitos posteriores,
conhecimento dos resultados) que podem ser controladas pelo
experimentador de modo a ocorrer simultaneamente ou logo após
a resposta de um sujeito. Um aluno parece melhorar por conhecer
a discrepância entre uma resposta que ele deu e a resposta
exigida dele; mas, na prática experimental, o investigador
manipula o comportamento transformando funções de erro. Uma
vez que as transformações são geralmente numéricas ou
25
espaciais, os retornos sensoriais de uma ação podem ser
informativos, motivadores ou reforçadores. A estimulação
produzida pela resposta é intrínseca à maioria dos circuitos
esquelético-musculares; as consequências neurais do movimento
corporal são realimentadas no sistema nervoso central para servir
às funções reguladoras e adaptativas do organismo. Quando esse
feedback normal é interrompido ou atrasado, a habilidade
psicomotora costuma ser seriamente prejudicada. O feedback
auditivo experimentalmente atrasado da leitura oral de um sujeito
produz gagueira e outros problemas de fala; o feedback visual
atrasado na direção simulada de um automóvel é um perigo maior
em condições de emergência do que o tempo de reação do
motorista.
As investigações de laboratório apoiaram as seguintes
generalizações sobre a aprendizagem psicomotora:
(1) sem algum tipo de feedback relevante, não há aquisição de
habilidade;
(2) ganhos progressivos em proficiência ocorrem na presença de
feedback relevante;
(3) o desempenho é interrompido quando o feedback relevante é
retirado;
(4) o feedback atrasado em tarefas contínuas (mas não discretas)
é tipicamente decremental;
(5) feedback aumentado ou suplementar geralmente resulta em
incrementos;
(6) quanto mais alta a frequência relativa do feedback de reforço,
maior é a facilitação da habilidade; e (7) quanto mais específico o

26
feedback (por exemplo, ao designar localização, direção,
quantidade), melhor é o desempenho.
Experimentos com um dispositivo de alavanca manual, por
exemplo, sugerem que quando o feedback é introduzido e retirado
em quatro estágios da prática, o efeito nas pontuações de erro é
profundo. O conhecimento dos resultados fornecidos cedo e tarde
tem efeitos semelhantes o suficiente para rejeitar qualquer
hipótese de que o aprendizado surge meramente da repetição.
Esses experimentos indicam que a prática só leva à perfeição se
for reforçada; o resultado da prática não reforçada é a extinção da
resposta correta e uma proliferação de erros. Estudos que
empregam um aparato complexo de rastreamento de espelho
esclareceram o papel do feedback de reforço. O desempenho de
direcionamento foi facilitado pela apresentação de dicas de
feedback visual suplementar distintas previamente associadas a
consequências aversivas (choque elétrico) e não aversivas.
Além disso, a quantidade de facilitação cresceu curvilinearmente
com o número de tentativas de condicionamento de sugestão. O
trabalho sobre a aprendizagem por incentivo humano, portanto,
demonstra que a taxa de ganho na proficiência psicomotora pode
ser regulada por estímulos que foram acompanhados por efeitos
posteriores positivos ou negativos. A persistência dos efeitos de
reforço adquiridos, considerados com suas propriedades
quantitativas cumulativas, aumenta a atratividade de
interpretações teóricas que enfatizam a continuidade e o reforço
em contraste com as teorias baseadas apenas na

27
descontinuidade e na contiguidade. O sistema de Clark Hull (em
1943) é o modelo clássico.

Complexidade da tarefa
A complexidade de tarefas psicomotoras discretas pode ser
especificada como o número de sequências de resposta que um
sujeito pode fazer ou como alguma medida da incerteza de um
sujeito sobre as escolhas entre os estímulos. Ainda outros fatores
que foram investigados como instâncias de complexidade incluem
variações no número de respostas possíveis em cada ponto de
escolha, diferentes comprimentos de série e sequências de
estímulos regulares versus imprevisíveis.
Os procedimentos experimentais que envolvem um aumento de
complexidade produzem mais erros, requerem mais tentativas
para atingir a proficiência e resultam em latências mais longas por
tentativa. A dificuldade de aprendizagem psicomotora, portanto,
geralmente aumenta com a complexidade da tarefa a ser
dominada. Os sujeitos exibem probabilidades de resposta
continuamente alteradas durante as sessões de treinamento, e
uma pessoa média com prática suficiente em uma tarefa sensório-
motora discreta pode aprender a perceber, selecionar e reagir tão
rápido a dez estímulos quanto pode a dois. Aparentemente, não é
o número de escolhas entre os estímulos, mas sim o número de
escolhas entre as respostas que retarda as atividades de
processamento de um sujeito e complica seus problemas de
decisão. Na verdade, ao limitar as alternativas de resposta (por
28
exemplo, circunscrevendo o alcance físico dos movimentos de um
trainee ou fornecendo indicadores auditivos e visuais
suplementares de erro), um dispositivo de treinamento pode
facilitar a aquisição ou transferência de habilidade.

Distribuição de trabalho
Algumas generalizações podem ser feitas sobre trabalho e
descanso na aprendizagem psicomotora:
(1) a prática massiva é geralmente superior à prática distribuída
para tarefas simples de teste discreto;
(2) a prática distribuída é geralmente superior para tarefas
complexas de ação contínua;
(3) sessões de prática curta são geralmente superiores às
sessões de prática longa;
(4) longos períodos de descanso são geralmente superiores aos
curtos períodos de descanso, embora o esquecimento deva ser
combatido;
(5) para tarefas de rastreamento contínuo praticadas sob sessões
de trabalho constantes e períodos de descanso variáveis, o nível
de proficiência final cresce curvilinearmente à medida que o
intervalo intertrial é alongado;
(6) ganhos em proficiência sob a prática distribuída, ou com
períodos de descanso interpolados durante a prática massiva,
geralmente refletem melhorias no desempenho em vez de no
aprendizado;

29
(7) perdas em proficiência sob prática massiva, ou com carga de
trabalho aumentada, geralmente pertencem a decréscimos
inibitórios ao invés de motivacionais;
(8) sob certas condições (como “estudar” para os exames) pode
ser mais eficiente praticar em massa, desde que o repouso
adequado possa ser obtido antes que o desempenho do critério
seja exigido;
(9) incrementos de reminiscência e decréscimos de aquecimento
estão intimamente relacionados aos horários de trabalho e
descanso;
(10) decremento não é o mesmo que fadiga.
Muito além da questão prática da gestão ideal de programas de
treinamento (por exemplo, no treinamento de remadores em
conchas de corrida), como consequências inibitórias aversivas da
ação sustentada que são reconhecidas como fadiga e decréscimo
comportamental são claramente adaptativas. Por um mecanismo
de feedback negativo reflexo, os impulsos inibitórios podem
impedir que um organismo trabalhe até um exaustão. Com
exceções, a presunção a favor da prática espaçada pode ser
retirada com segurança do laboratório de habilidades
psicomotoras e aplicada no campo. A pesquisa sobre as
habilidades envolvidas em, por exemplo, arco e flecha,
badminton, basquete, golfe, dança, malabarismo, pontaria, remo e
tênis apóia a noção de distribuição do treinamento por meio de
pequenos treinos e pausas frequentes.

30
Condições de incentivo
motivacional
Os processos motivacionais são estados do organismo que
servem para ativar as tendências de reação. Esses estados são
classificados como motivação primária (inata) ou secundária
(adquirida, aprendida). Embora as necessidades fisiológicas
comuns (de comida, água ou evitar a dor) possam evocar
impulsos psicológicos (como fome, sede ou dor), os conceitos de
necessidade e impulso não estão perfeitamente correlacionados.
Algumas necessidades (por exemplo, demanda de oxigênio)
parecem não ter um impulso comportamental específico e, para
alguns impulsos, necessidades biológicas claras permanecem
para ser identificadas (por exemplo, curiosidade). Apesar dessa
aparente discrepância, há um consenso teórico de que o impulso
psicológico desperta o corpo para a ação, energiza suas
respostas latentes e apóia seu comportamento ao longo do
tempo. A maioria dos teóricos acredita que a motivação (impulso)
e o aprendizado (hábito) interagem para gerar uma resposta. Isso
implica que o mesmo nível de proficiência psicomotora pode
surgir de combinações bastante diferentes de aprendizagem e
motivação. Embora essas interpretações teóricas com frequência
se apliquem bem a animais de laboratório, sua aplicação à
aquisição humana de habilidades é complicada porque o incentivo
ao aprendizado é muito abstrato.
As explicações fisiológicas do comportamento humano que
dependem do conceito de motivos primários (derivados de
31
pesquisas com ratos ou cães) encontram dificuldades em vista do
fato de que a motivação primária e a recompensa não parecem
ser críticas na maioria dos estudos de aquisição de habilidades
humanas. Assim, em vez de dar rações (como a um rato), um
experimentador elogia um sujeito humano; em vez de receber
feedback por choque elétrico, o ser humano pode ser guiado por
uma agulha movendo-se em um mostrador ou uma campainha
sinalizando um erro. Apesar dos esforços para distinguir fatores
motivacionais como impulsos gerais de incentivos seletivos, as
tentativas de demonstrar efeitos motivacionais significativos na
aprendizagem psicomotora humana tiveram apenas um sucesso
modesto. Entre as exceções ao acima estão alguns estudos com
aparelhos padrão (por exemplo, o coordenador complexo) e com
dispositivos especiais que indicaram que incentivos ou
desincentivos, como dinheiro, ameaças verbais, choque elétrico,
exortações e competição social podem ser relevantes.

Fatores ambientais
Muitas habilidades práticas devem ser executadas fora do
laboratório em condições desfavoráveis de temperatura, umidade,
iluminação e movimento. É geralmente descoberto que, abaixo
dos níveis limitantes de estresse extremo, tais condições afetam o
desempenho psicomotor em maior extensão do que afetam o
aprendizado psicomotor. Descobertas representativas incluíram o
seguinte:

32
(1) isolamento e privação sensorial causam reduções dramáticas
nas habilidades de vigilância e monitoramento dentro de uma
hora;
(2) temperaturas ambientais acima ou abaixo de 70 ± 5 ° F (21 ± 3
° C) tendem a diminuir as pontuações no aparelho de
rastreamento, mas não prejudicam o aprendizado;
(3) a deficiência de oxigênio diminui o tempo de reação,
especialmente quando a atmosfera corresponde a altitudes de
20.000 pés ou mais;
(4) acelerações do corpo em uma centrífuga ou plataforma
giratória interrompem a coordenação postural e produzem
mudanças sistemáticas na percepção da vertical;
(5) embora pessoas como acrobatas, dançarinos, pilotos e
patinadores possam se adaptar bem a altas acelerações, mesmo
eles perdem o equilíbrio se privados de um quadro de referência
visual;
(6) efeitos centrífugos moderados de rotação lenta e constante
podem induzir enjôo agudo e degradação associada da
proficiência psicomotora em pessoas normais;
(7) enquanto alguns horários de descanso de trabalho controlados
das tripulações durante o confinamento em uma pequena cabana
perturbam os ritmos diários do sono e levam a decréscimos nas
habilidades de guarda, memória e procedimentos, um cronograma
de quatro horas de trabalho versus quatro horas de folga pode ser
mantido por vários meses sem prejuízo significativo;
(8) identificações defeituosas de exibições visuais em uma tarefa
de correspondência olho-mão foram produzidas em indivíduos

33
voluntários expostos a doenças infecciosas controladas (por
exemplo, tularemia respiratória, febre pappataci, encefalite viral).
Outras variáveis de estresse ambiental que exercem influências
negativas são vibração, baixa iluminação, alta pressão
atmosférica, ruído, brilho, gases tóxicos, ionização e
subgravidade. Certos medicamentos têm efeitos positivos no
desempenho psicomotor (por exemplo, anfetaminas, magnésio
pemolina, metil cafeína, pipradrol); alguns têm efeitos deletérios
(por exemplo, álcool, barbitúricos, cloridrato de difenidramina,
ácido lisérgico, meprobamato, fenotiazinas, escopolamina,
tetrahidrocanabinol, tripelenamina); e outros são neutros ou têm
efeitos inconsistentes (por exemplo, cafeína, nicotina).

Diferenças individuais e de
grupo
Os índices estatísticos de capacidade psicomotora (por exemplo,
médias, variações e correlações) não apenas diferem entre os
indivíduos, mas também podem servir para distinguir uns dos
outros grupos de pessoas classificadas por características como
idade, sexo, personalidade e inteligência. Estudos psicológicos
comparativos de gêmeos idênticos e fraternos indicam que a
herdabilidade influencia as habilidades perceptivas, espaciais e
motoras.

idade
34
As diferenças mais difundidas no desempenho humano no
aparelho psicomotor estão associadas à idade cronológica. As
pontuações obtidas em quase todos os dispositivos mencionados
acima são sensíveis às diferenças de idade. Os pesquisadores
geralmente relatam um rápido aumento na proficiência
psicomotora a partir dos cinco anos de idade até o final da
segunda década, seguido por alguns anos de estabilidade relativa
e, em seguida, por uma diminuição lenta, quase linear, à medida
que a nona década se aproxima. Para reações simples de mãos
ou pés, tempo de reação de discriminação complexo e direção de
automóvel coordenada, o pico de habilidade é alcançado entre as
idades de 15 e 20 anos, em média.
Depois disso, o desempenho diminui, o que significa que o
desempenho aos 70 anos é quase o mesmo que aos 10 anos.
Esse declínio é um processo de dois estágios que começa com
uma fase de desenvolvimento (através da maturação) e é seguido
pela deterioração mais gradual do envelhecimento. Habilidades
atléticas comuns - equilibrar, pegar, agarrar, pular, alcançar,
correr e arremessar - também melhoram durante a infância, o que
significa que a maioria dos atletas atinge seu auge antes do final
da terceira década. À medida que o processo de envelhecimento
continua, esportes de lazer em ritmo próprio, como o golfe, são
preferidos às atividades combativas no ritmo do oponente, como o
tênis.

Sexo
35
Embora a avaliação das diferenças sexuais nas habilidades
perceptivas e reativas seja complicada por uma série de fatores
(incluindo idade e personalidade), meninas e mulheres tendem a
ser mais proficientes do que meninos e homens em habilidades
psicomotoras como destreza dos dedos e impressão do alfabeto
invertido. Por outro lado, os machos geralmente se saem melhor
do que as fêmeas no rastreamento de perseguição, batidas
repetitivas, aprendizado do labirinto e tarefas de tempo de reação.
Em testes de medidores rotativos, as mulheres não são apenas
menos precisas, mas mais variáveis do que os homens da mesma
idade. Embora os machos pareçam ser superiores às fêmeas em
aptidão e capacidade, essas vantagens desaparecem quando os
subgrupos são cuidadosamente combinados quanto à capacidade
inicial. Em contraste, os escores de velocidade em testes de
reação de discriminação revelam tendências claramente
divergentes para universitários treinados intensivamente por
vários dias (960 tentativas).
Embora ambos os grupos fossem igualados quanto à inteligência
e tivessem pontuações de erro semelhantes, as mulheres
mostraram comprometimento cumulativo no quarto dia de prática,
enquanto os homens continuaram melhorando. Diferenças
consideráveis na latência da reação e no tempo de movimento
são características dos sexos em outras tarefas.
Enquanto as meninas tendem a atingir sua proficiência máxima
em tarefas rápidas mais cedo do que os meninos, os homens
continuam a ganhar proficiência por um período mais longo e a

36
manter até a meia-idade. Depois da puberdade, os meninos se
destacam em habilidades atléticas que exigem resistência e força,
como pular, correr ou jogar. Assim, os recordes femininos de
natação olímpica e atletismo são inferiores aos masculinos e são
alcançados por meninas visivelmente mais jovens do que os
campeões masculinos nas mesmas provas. Nem todas as
diferenças psicomotoras associadas ao sexo são intrinsecamente
biológicas; oportunidades desiguais, aprendizagem social distinta,
desempenho de papéis e outros fenômenos culturais também
influenciam a aprendizagem e a execução de habilidades por
homens e mulheres.

Populações humanas
Toda a humanidade é de uma mesma espécie, mas as diferenças
psicomotoras entre as populações humanas (assim como as da
morfologia) podem ser identificadas. Andinos e tibetanos estão
soberbamente adaptados para trabalhar em grandes altitudes; Os
esquimós se destacam em tarefas psicomotoras realizadas sob
estresse de baixa temperatura. Dados esses exemplos, é
provável que os fatores herdados subjacentes às aptidões e
capacidades comportamentais possam ter evoluído de diferentes
pressões seletivas em diferentes nichos ecológicos. Como
acontece com a idade e o sexo, entretanto, as variáveis
hereditárias e ambientais estão complexamente relacionadas.
Além disso, a capacidade de aprendizagem é um fator importante
a ser considerado na habilidade psicomotora. Experimentos
37
quantitativos demonstram que as características herdadas podem
ser sistematicamente alteradas pela prática controlada.

Outros fatores
Muitas outras características contribuem para o comportamento
psicomotor. O seguinte, por exemplo, foi observado:
(1) os escores de velocidade em tarefas de tempo de reação
estão positivamente correlacionados com a temperatura corporal
em adultos;
(2) os psicóticos apresentam tempos de reação mais longos e
pontuações de rastreamento mais pobres do que as pessoas de
personalidade normal;
(3) operadores destros são preferidos no perseguidor rotativo,
enquanto canhotos tendem a se sair melhor no coordenador
complexo;
(4) as pessoas canhotas variam mais na destreza dos dedos e no
corte de papel e também mostram mais sinais de ambidestria;
(5) quocientes de inteligência (QI) são fracamente relacionados à
força física e resistência, mas estão fortemente associados ao
desempenho em atividades como corrida de corrida de 35 jardas,
equilíbrio em um pé, reação de discriminação, perseguição
rotativa e matemática seletiva;
(6) a construção corporal (somatótipo) está associada a
habilidades atléticas específicas - os melhores esgrimistas,
remadores e jogadores de basquete, por exemplo, tendem a ser
altos e magros (ectomórficos); os melhores nadadores,
38
mergulhadores e saltadores com vara tendem a ter ombros largos
e quadris estreitos (mesomórficos); lutadores campeões,
arremessadores de peso e levantadores de peso tendem a ter
tronco grosso e membros curtos (endomórficos).
Embora o tipo de corpo não garanta proezas atléticas, pode
contribuir para o sucesso em certos esportes. Considerações
semelhantes se aplicam às aptidões musicais vocais e
instrumentais, em que combinações únicas de estruturas
anatômicas como lábios, dentes, laringe, língua, olhos, ouvidos,
mãos e braços podem facilitar a obtenção da habilidade virtuosa.

Em suma, as habilidades psicomotoras e o aprendizado são a


base de algumas das atividades humanas mais fundamentais,
contribuindo para todo o espectro de trabalho, lazer, criatividade,
amor e a própria sobrevivência do indivíduo e da espécie.

39
Capítulo 3
Educação psicomotora:
aspecto da formação geral
dos pré-escolares

S
egundo Ardian Shingjergji (2013), da Universidade de
Elbasan “Aleksandër Xhuvani” (Albânia), os
desenvolvimentos atuais do pensamento científico no
campo da educação são cada vez mais exigentes em várias
disciplinas para os jovens como uma questão de urgência. Já se
sabe que o desenvolvimento infantil é condicionado pela
ancestralidade, pelo ambiente sociocultural, incluindo a interação
com os pares e adultos. As instituições albanesas (jardim de
infância) em comparação com a experiência contemporânea em
países mais desenvolvidos têm que lidar com questões como:
(1) O desenvolvimento de um motor de enriquecimento de corrida
ou aceleração ideal para crianças do jardim de infância, considera
um elemento importante da formação da personalidade humana e
sua preparação para enfrentar as diversas situações da vida;
(2) O papel da infraestrutura no desenvolvimento natural da
personalidade das crianças e no processo educacional como um
todo;
(3) Envolvimento dos pais na comunidade como um pré-requisito
fundamental para o desenvolvimento real da criança;

40
(4) O nível de qualificação do corpo docente da rede de ensino
fundamental e a preparação do professor-aluno.
Os desenvolvimentos atuais do pensamento científico no campo
da educação são vistos cada vez mais como um problema
imediato, diferentes disciplinas levaram à intervenção de forma
pontual junto aos jovens, desde a idade pré-escolar, quando se
inicia a educação organizada.
Não há dúvida de que o desenvolvimento integral da criança se
dá por meio da integração do campo do conhecimento com o
social, emocional e físico, e esse desenvolvimento é produto da
maturidade biológica do ambiente de articulação em que ela
cresce. Mas aqui devemos considerar o fato de que o
desenvolvimento não ocorre no mesmo período para todas as
crianças e que elas manifestam diferentes formas do processo de
conhecimento e aprendizagem.
Todos esses aspectos estão relacionados à educação e ao
desenvolvimento infantil, subjacentes aos currículos da educação
pré-escolar hoje, com modelos como: “Reggio Emilia”,
“Montesori”, “Frobeli”, “Passo a Passo”. Tais currículos, que estão
embutidos em ideias progressistas como colosso da educação:
Jean Piaget, Lew Wygotsky, Jerome Bruner e Howard Gardner,
refletem o trabalho do projeto e levam em conta o fato de que as
crianças são consideradas seres sociais, competentes e
demonstram experiência física e social direta bem como
conhecimento.
Deve-se aceitar o fato de que durante a última década a
educação pré-escolar, bem como seus outros elos estão sujeitos

41
a todo um processo de mudança e isso se verifica na inclusão de
currículos, programas com elementos avançados de acordo com
as novas filosofias da educação. As evidências desse avanço não
se refletem apenas em mudanças na configuração do ambiente
de aprendizagem, mas também no trabalho concreto que se faz
com as crianças, onde vale mencionar a inclusão de muitos
elementos de metodologias contemporâneas para educar.
crianças, bem como a inclusão de padrões de conteúdo, que
servem para aprimorar a qualidade da educação.
Ao revisar o programa pré-escolar de educação motora,
enfrentamos duas áreas (linhas) importantes que levam a esses
padrões.
• Saúde física
• Desenvolvimento motor onde está incluído o grande motor e o
motor fino.
No entanto, as taxas de pré-desenvolvimento nos últimos 15 anos
têm sido lentas. O fato desse elo educacional não estar na
escolaridade obrigatória, tem condicionado a falta de atenção de
todos os Governos, o que se reflete na redução contínua dos
recursos a ele destinados. Por outro lado, o currículo da pré-
escola com todas as mudanças, ainda está longe de ser flexível
por não responder suficientemente à realidade levando em
consideração as condições específicas das diferentes regiões que
se diferenciam entre si como oportunidades econômicas, recursos
humanos e também infraestrutura escolar e material.
Sobre o manejo de problemas na educação psicomotora de
crianças pré-escolares, podemos dizer que a síntese das visões

42
de diferentes autores é desenvolver habilidades motoras de
acordo com a idade e maturidade física. O crescimento e o
desenvolvimento são fatores naturais que afetam por um lado,
mas por outro lado, ao mesmo tempo importantes e cruciais para
este desenvolvimento são os fatores como:
• Meio Ambiente
• Exposição (possibilidade de participação em atividades
motoras).
• As instruções e guias implementados.

Desenvolvimento de habilidades
motoras
O desenvolvimento das habilidades motoras não pode ser uma
atividade espontânea e não conduzida, pois as crianças precisam
de cuidados, instruções e programas apropriados para
desenvolvê-las na direção desejada (Grineski, 1992; Bredkamp e
Copple, 1997).
Os primeiros anos de envolvimento das crianças na atividade
motora são muito importantes, como se pode chamar, referindo-
se a uma afirmação marcante como “os anos dourados do
desenvolvimento de habilidades”.
A idade pré-escolar não é uma fase única, em termos de
características na execução adequada dos movimentos. Os
elementos motores básicos adquiridos através da educação
psicomotora começam por volta dos 3-4 anos de idade. Nas

43
faixas etárias seguintes, esses elementos tornam-se mais
evidentes ao enfatizar até mesmo as tarefas que essa educação
tem para todas as fases do desenvolvimento das crianças no
jardim de infância.
O programa de educação para crianças do jardim de infância
prevê pelo menos meia hora por dia de educação psicomotora. O
diagrama abaixo apresenta os componentes dos componentes da
educação psicomotora durante as sessões de ensino realizadas
no jardim de infância com as crianças.

Habilidades motoras - 50%


Todas as habilidades motoras que são aprendidas e
desenvolvidas na escola, preparam "o edifício"
para atingir as condições físicas, coordenação e habilidades
esportivas desejadas.
1. As habilidades dos motores são divididas em quatro categorias
principais envolvidas nas sessões de ensino
44
cada semana:
2. Habilidades de manipulação, que incluem movimentos como
pulos, arremessos, pegadas,
golpes, saltos, etc. Uso de balões, bolas, argolas e hastes durante
as atividades
tornar este último bastante agradável para as crianças.
3. Habilidades loko-motoras, que incluem movimentos
exploratórios, como pular,
correr, dançar, etc.
4. Jogos simples (em um nível modesto de organização), que
impactam significativamente
no desenvolvimento social das crianças através do
desenvolvimento de situações de resolução,
capacidade de tomada de decisão, colaboração em grupo, essas
habilidades, que podem ser
desenvolvido apenas por estar em um grupo social maior.
5. Fitness, onde estão incluídos exercícios e atividades para
manter um corpo saudável.

Habilidades sociais - 30%


Essas habilidades podem ser educadas e desenvolvidas durante
as aulas da sessão, onde estão incluídos aqueles tipos de
programas onde as crianças podem aprender como expressar
seus sentimentos em relação aos outros e como conhecer os
sentimentos dos outros. Vídeos e jogos com dramatizações em
sala de aula são situações distintas, onde as crianças se
45
relacionam mais umas com as outras, para que possam aprender
mais.

Conceitos sobre saúde - 20%


No jardim de infância, as crianças podem adquirir conhecimentos
essenciais sobre seu corpo e como cuidar dele. Por meio de uma
atividade conhecida como “anatomia externa”, eles aprendem em
que consiste seu corpo e como funcionam seus órgãos. Conceitos
sobre exercícios, alimentação, segurança e limpeza são
aprendidos por meio de vídeos, atividades e jogos.
Quando os três componentes divididos são interligados, o gráfico
se transforma em um círculo completo de habilidades, que estão
interligadas e coincidem com o crescimento e desenvolvimento
das crianças.
O tempo efetivo gasto durante a educação de habilidades no
jardim de infância é maior porque as habilidades motoras e
sociais são enfatizadas durante o tempo de jogo no ambiente do
jardim de infância.
Pesquisas relacionadas a esse ponto de vista têm mostrado que
crianças que brincam (se exercitam) aumentam sua capacidade
funcional em seu organismo como adultos. Já as crianças que
não têm oportunidade de se exercitar na época em que seu
organismo está em crescimento podem perder para sempre sua
capacidade funcional.

46
Característica geral para o
desenvolvimento motor
Se a fase precedente, a da primeira infância, é caracterizada
sobretudo pelo aprendizado e aprimoramento de diferentes
formas de movimentos, as principais tendências do
desenvolvimento motor dos 3 aos 6 anos são o aperfeiçoamento
das formas de movimento e a educação dos primeiros.
movimentos (combinação motora).
Este rápido desenvolvimento e vigorosas formas infantis de
movimento são expressas em três direções principais:
1. Como um crescimento quantitativo mais rápido dos resultados,
2. Como uma melhoria qualitativa,
3. Como um crescimento considerável para a oportunidade de
usar formas de movimento simples em diferentes situações ou
tarefas.
O quanto essas afirmações são verdadeiras, a tabela a seguir nos
ajuda a entendê-la melhor, pois mostra um formato comparativo à
média dos resultados da pesquisa de 3 a 6 anos (Meinel e
Schnabel, 1984). Devemos ter em mente que, nesta época, as
diferenças entre os dois gêneros são insignificantes.

47
Tabela 1. Formato comparativo à média dos
resultados da pesquisa de 3 a 6 anos.

Indicadores 3-4 anos 5-6 anos Crescimento


(%)
Correndo 40 m 13,6 s 9,9 s 138%
Salto em altura 47,8 cm 116,7 cm 243%
no mesmo lugar
Quicando a 3,79m 12,90m 340%
bola na cabeça
Fonte: Meinel e Schnabel (1984)

Entre os principais fatores do rápido progresso para os pré-


escolares, entre outros citamos:
• O crescimento considerável do associativismo e a posição social
mutável das crianças,
• A abordagem gradual na idade escolar.

Como resultado do rápido progresso motorizado, temos como


conseqüência também um desenvolvimento mais rápido de sua
capacidade intelectual. Uma prova evidente entre outras, é até
mesmo o progresso linguístico, que determina sua atitude motora
no processo de aprendizagem. Por exemplo: podemos citar o fato
da habilidade linguística das crianças de 5 a 6 anos e do
vocabulário infantil, que chega a 3 mil palavras em comparação
com crianças de três anos.
Se a tarefa motora que precisa ser realizada está claramente
formulada e em adaptação com suas habilidades de
48
compreensão, as crianças desta idade entendem as palavras e
reagem de acordo com as instruções com os movimentos certos.
O ritmo acelerado de desenvolvimento motor de crianças em
idade pré-escolar determina até mesmo seu comportamento
motor, que é visível a partir de um impulso considerado ativo.
As crianças desta idade precisam de algo com que lidar, para se
mover continuamente e de maneiras diferentes. Em comparação
com as crianças de 3 a 4 anos, às crianças de 5 a 6 anos, vai
diminuindo gradativamente a tendência de mudança das
atividades de jogos e a movimentação rápida de seus interesses.
Eles se dedicam a uma atividade de jogo com paixão e mais a
sério.
Sempre referindo-se ao desenvolvimento de mais competências,
a idade pré-escolar pode ser determinada como sua fase de
aperfeiçoamento e riqueza. Comparando as habilidades motoras
de crianças de 5 a 6 anos com as de 3 a 4 anos, podemos ver
mudanças consideráveis com a tendência de crescimento nas
habilidades de salto, velocidade, equilíbrio e chutar a bola,
escalar, rastejar, bem como adaptação e transformação de seus
movimentos.
Essas mudanças podem ser refletidas por exemplo: na estrutura
móvel da caminhada, onde é preciso ressaltar a redução do
número de passos e o crescimento de aproximadamente 10 cm
de seu comprimento.
De acordo com o desenvolvimento das habilidades de corrida, a%
de movimentos bem coordenados de braços e pernas e de acordo
com a idade varia de 30% a 90%.

49
Tabela 2. Formato comparativo da porcentagem de
movimentos bem coordenados

Idade: 4 anos Movimentos bem 30%


coordenados (das crianças)
Idade: 5 anos Movimentos bem 70-75%
coordenados (das crianças)
Idade: 6 anos Movimentos bem 90%
coordenados (das crianças)
Fonte: Shingjergji (2013)
O aumento do comprimento dos passos é acompanhado pelo
aumento da sua frequência (velocidade de corrida). Crianças de
3-4 anos de idade podem realizar tarefas móveis nas quais devem
passar dificuldades de 20-30 cm de comprimento, por outro lado,
crianças de 5-6 anos de idade são capazes de pular em altura de
30-40 cm, mas também este nível de desenvolvimento necessita
que as crianças o pratiquem regularmente, mesmo entre aquelas
que frequentam regularmente as sessões de aprendizagem no
jardim de infância, apenas 1/3 consegue adotar nesses níveis.

50
Epílogo

O
desenvolvimento e enriquecimento voltados para a
experiência de movimento das crianças é um fator muito
importante que afeta diretamente o fortalecimento da
saúde e a formação de sua personalidade cidadã.

51
Bibliografia consultada

B
BREDKAMP, S.; COPPLE, C. Eds. Developmentally
appropriate practice in early childhood programs. Washington,
DC: National Association for the Education of Young Children.
1997

G
GRINESKI, S. What is a truly developmentally appropriate
physical education? Program for children. Journal of Physical
Education, Recreation and Dance, v. 63, n. 6, p. 33-35, 1992.

J
52
JAYET, A. Definition of psychomotricity. Disponível em:
<http://guide-psycho.com› app › download > Acesso em 13 mai.
2021.

M
MEINEL, K. Teoria del movimento. Societa Stampa Sportiva.
Roma. 1984.

N
NOBLE, C. E. Psychomotor learning. Disponível em: <
https://www.britannica.com/science/psychomotor-learning >
Acesso em 13 mai. 2021.

S
53
SHINGJERGJI, A. Psychomotor education, an aspect of general
formation of the pre-school children. Journal of Education
Culture and Society, n. 1, p. 121-132, 2013.

54
55

Você também pode gostar