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Planejamento em
Serviço Social
Professor Lindolfo Alves dos Santos Júnior
EduFatecie
E D I T O R A
2021 by Editora EduFatecie
Copyright do Texto © 2021 Os autores
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possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
ISBN 978-65-87911-41-0
Estudante,
Sou o professor Lindolfo Alves dos Santos Junior e falarei sobre minha formação,
mas também sobre minha caminhada na EAD até hoje. Como formação, sou graduado em
Administração Mercadológica pela Faculdade Maringá (2014) e pós-graduado em Gestão
Industrial e Logística pelo Instituto Paranaense de Ensino (2015).
Minha caminhada na Educação Superior começou direto na EAD, em 2014, na insti-
tuição regional conhecida como UniCesumar, situada na cidade de Maringá, no nordeste do
Paraná. A princípio, sem qualquer experiência, iniciei como tutor administrativo, apoiando
a coordenação em tarefas documentais, como aproveitamentos de estudos, validação de
atividades complementares etc.
Nessa carreira na EAD fui Professor Tutor para cursos de Gestão desde 2014,
atuando com tutoria pedagógica, orientação, documentação, desenvolvimento de projetos
de ensino, material para disciplinas e trabalho em estúdio (aulas ao vivo). Ultimamente
tenho preenchido cargos de Coordenação de curso, Polo EAD e também sou Consultor de
Tutoria.
Estou muito feliz em participar deste momento de conhecimento com você!
UNIDADE I....................................................................................................... 6
Planejamento e Política Social
UNIDADE II.................................................................................................... 37
Tipos e Níveis de Planejamento
UNIDADE III................................................................................................... 67
Metodologia e Processo do Planejamento Social
UNIDADE IV................................................................................................... 95
O Planejamento como Instrumental na Prática do Assistente Social
UNIDADE I
Planejamento e Política Social
Professor Lindolfo Alves dos Santos Júnior
Plano de Estudo:
● Natureza e determinações históricas do planejamento social.
● Desenvolvimento social e política social.
● Planejamento tecnocrático e gestão social.
● Avaliação de políticas sociais.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar a evolução, o desenvolvimento do
Planejamento Social e sua importância.
● Compreender o Planejamento Tecnocrático e a
● Gestão Social dentro das Políticas Sociais.
● Estabelecer a importância da avaliação das Políticas Sociais.
3
INTRODUÇÃO
Estudante, nesta unidade vamos descobrir a forte ligação entre planejar e se pro-
duzir bem estar social pelas políticas sociais. Começaremos tratando de conceitos de pla-
nejamento na esfera do Serviço Social, trabalhando com o fato de que planejar é inerente
ao homem.
Desde os primeiros indícios de civilização que o homem vem desenvolvendo sua
habilidade de planejar, pois em dado momento de sua evolução passou a se organizar
em grupos que logo viraram famílias, tribos etc. Avançando a humanidade para os dias
atuais temos o planejamento como conceito bastante amadurecido e incorporado em toda
atividade humana, como a construção de um conjunto de ações intencionais cujo objetivo é
o de aprimorar o tratamento de dados e informações que facilitem a tomada de decisão em
projetos de qualquer nível de complexidade.
O planejamento é a base para os projetos que têm por objetivo o desenvolvimento
social e este, por sua vez, sempre esteve ligado ao progresso da economia e da tecnologia,
seja como forma de combater os problemas sociais causados pelos dois, ou como forma de
lhes dar apoio e fomentar seu crescimento.
Quando tratarmos do desenvolvimento social, estudante, vamos falar mais sobre
a influência do capitalismo e da expansão industrial pelo mundo como principais compo-
nentes para a atuação dos projetos e políticas sociais, tendo em vista que essa onda que
o capitalismo e a industrialização promoveram deixou marcas profundas na sociedade, na
forma de uma maior exploração dos que forneciam mão de obra naquele momento.
Na esfera pública, o planejamento é um instrumento político e decisório que, em
certo momento, assumiu um caráter mais técnico e pouco ou nada participativo, conhecido
por tecnocracia ou planejamento tecnocrático, que seria conduzido por especialistas, cien-
tistas e técnicos, eximindo a necessidade de uma participação popular.
Dentro do escopo do planejamento existe um componente quase tão importante
quanto sua criação e trata-se da avaliação de políticas sociais. A todo e qualquer planejamento
se faz necessário um ritual constante de avaliação, de escolha e acompanhamento de certos
indicadores e, no caso de projetos sociais não é diferente, embora seja mais complexo ao
incorporar a avaliação do objeto do planejamento, as pessoas e suas necessidades.
Podemos colocar como racional o ato de se planejar, pois passou a exigir ao homem
uma análise menos subjetiva de suas circunstâncias, recursos e desafios a serem supera-
dos, tal como apresenta Baptista (2007, p. 14): “Já no início dos tempos, o homem refletia
sobre as questões que o desafiavam, estudava as diferentes alternativas para solucioná-las
e organizava sua ação de maneira lógica. Enquanto assim fazia, estava efetivando uma
prática de planejamento”.
Estudante, de forma geral, quando nos deparamos com um problema, invariavel-
mente, o primeiro pensamento que surge é de que tal problema é insuperável. Mas basta
uma breve análise objetiva da situação, considerar quais recursos existem para resolver ou,
ao menos, amenizar o problema, que a situação ganha nova perspectiva, e isso também é
uma qualidade inerente ao ser humano.
Neste sentido, Vanderley e Biajone (2019, p. 3) consideram que “Os desafios e
obstáculos encontrados diariamente tornam necessário encontrar novos meios para
transpô-los e o planejamento é uma importante ferramenta de prevenir e superar essas
situações”. Outra qualidade inerente ao homem é sua elevada capacidade de se adaptar ao
meio, embora o faça modificando as condições de seu meio ambiente, mas quando preciso
se condiciona a uma condição mais agressiva.
Fato é que o homem sempre busca uma melhor forma de viver e, com isso, po-
demos observar planejamento como uma ação cotidiana deste homem moderno. Com o
passar do tempo e da entrada do homem em sua era moderna, sua habilidade de planejar
adquire novas possibilidades, passando a estudar os atos que antes eram apenas senso
comum, ele os pesquisa cientificamente de forma a aprimorar o alcance de seus objetivos
(VANDERLEY; BIAJONE, 2019).
Dentre os desafios que o homem enfrenta e para os quais precisa planejar para se-
rem superados, a cada ano que a humanidade caminha em sua modernidade tais desafios
se tornam maiores, mais desafiadores e, com isso, exigem mais planejamento. Ao profis-
sional do Serviço Social planejar não deve ser encarado como habilidade subconsciente,
pois, para se superar os desafios da vida moderna, tal planejamento precisa ser robusto,
assim como afirma Almeida (2020, p. 8) ao tratar que “Para o serviço social, planejar a ação
profissional é um instrumento fundamental no enfrentamento das questões sociais postas
pelo capitalismo contemporâneo”.
Agora daremos uma pausa no progresso dos argumentos para conceituar o plane-
jamento na ótica do Serviço Social através de um breve apanhado histórico a começar com
os dizeres de Giovanella (1991 apud CARVALHO, 2016, p. 17):
[...] as primeiras elaborações teóricas sobre planejamento, apresentadas de
forma sistematizada referem-se à organização da produção industrial, coloca a
previsão como um dos elementos da administração. Previsão é entendida aqui
enquanto projeção, cálculo de futuro e a programação que objetiva facilitar a
utilização de recursos e a escolha dos melhores meios a empregar para atingir
o objetivo desejado de máxima eficiência, máximo lucro. Posicionamento forte-
mente marcado pelo liberalismo da ideologia dominante, neste período.
E ainda de acordo com Silva, Jaccoud e Beghin (201~, p. 374) a participação popular se
apresenta em 3 aspectos:
a) a participação social promove transparência na deliberação e visibilidade das ações,
democratizando o sistema decisório;
b) a participação social permite maior expressão e visibilidade das demandas sociais,
provocando um avanço na promoção da igualdade e da equidade nas políticas públicas;
e
c) a sociedade, por meio de inúmeros movimentos e formas de associativismo, permeia
as ações estatais na defesa e alargamento de direitos, demanda ações e é capaz de
executá-las no interesse público.
A respeito da busca pelo planejamento, seria este aspecto das Políticas Sociais negli-
genciado pelas ações em campo, mais diretas e interessantes?
Leia o trecho a seguir e reflita:
A experiência mostra que é difícil dar o primeiro passo, porque a maior parte dos em-
preendedores sociais têm uma tendência natural de concentrarem seus esforços na
prestação de serviços e acabam não conseguindo dedicar-se às tarefas administrativas
que, normalmente, são vistas como enfadonhas. Na maioria das vezes percebemos o
descaso com que esses profissionais tratam a análise do planejamento das ações
Claro que pouco tempo após se adentrar em uma onda de dominância capitalista,
como a de 1990, o Estado passou a dar mais atenção a questões sociais pois perceberá
que o desenvolvimento econômico não se resumia a infraestrutura e falta de perspectiva, tal
como afirma Fagnani (2016, on-line): “A política social brasileira tem papel estratégico como
força motriz do crescimento. Os direitos introduzidos pela Constituição Federal de 1988 e
as políticas sociais posteriores exigiram grande esforço para mobilização de recursos”.
Existe um ciclo ou círculo bastante coerente que coloca o desenvolvimento econômico
como indutor do desenvolvimento social, pois, embora grande parte dos problemas a serem
tratados pelas políticas sociais se originem da expansão e desenvolvimento econômico, dele
surge o recurso que o Poder Público emprega para dar mais qualidade de vida à população.
Portanto, a economia tanto demanda desenvolvimento social quanto fomenta e apre-
senta sua necessidade de aprimoramento, e a cada ano os recursos demandados para se
manter o desenvolvimento econômico crescem junto com o desenvolvimento econômico e do
aumento das mazelas sociais. De acordo com Fagnani (2016, on-line) “Atualmente, o gasto
social (três esferas de governo) representa 25% do PIB. Em função dessa dimensão, a política
social pode contribuir em duas poderosas frentes, para incentivar o crescimento econômico”.
Um grande problema para o desenvolvimento social é lidar com algo que, de fato,
não nasceu com a abertura econômica brasileira de 1990, mas que, no frigir dos ovos,
possui a mesma dinâmica: as movimentações de população entre estados. Nesse sentido
temos um elevado contingente de pessoas à procura de emprego nos grandes centros,
amarradas a uma mão de obra de pouco conhecimento técnico.
Como efeito do desenvolvimento econômico, o contingente oriundo do campo ou
de estados menos desenvolvidos promoveu um aumento na demanda por serviços públi-
cos, com isso, um desgaste no já fragilizado serviço público. Ressalta-se aqui que nessa
situação reside o dilema do capitalismo: ao induzir desenvolvimento da mesma forma
que induz desigualdade e, de acordo com Fagnani (2016, on-line), “Nesse caso, há reais
possibilidades de se enfrentarem deficiências estruturais na oferta de serviços públicos de
Perceba, estudante, que sempre existirá uma problemática a ser resolvida quando
o assunto for o desenvolvimento social ou o desenvolvimento econômico. Os recursos
financeiros são sempre limitados, o que força o Estado a decidir se aquece melhor a
economia ou se alimenta de seus programas sociais. Assim, Souza (2019, on-line) afirma
que “O ordenamento jurídico que sustenta a política de assistência social como direito
constitucional subsiste dentro de um contexto de avanços do ideário neoliberal que reduz
gastos na área social em prol do desenvolvimento econômico”.
Então, quando o Estado promove a economia, ele está condicionando suas
prioridades neste panorama em detrimento das políticas sociais, embora a Constituição
Federal de 1988 a estabeleça como direito fundamental. Assim, de acordo com Souza
(2019, on-line), “A Constituição Federal de 1988 reconheceu a assistência social como um
direito fundamental. O artigo 203 determina que “a assistência social será prestada a quem
dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”. As diretrizes da
política de assistência social estão abrigadas no art. 204 da Constituição Federal e abordam
a descentralização, política e administrativa, bem como o controle social e a participação
popular.
SAIBA MAIS
Existe uma secretaria de governo somente para tratar do Desenvolvimento Social e que
recebe o mesmo nome. De acordo com BRASIL (2020, on-line):
REFLITA
Estudante, falamos sempre que cabe ao Estado interceder pela população, principal-
mente pelos que são menos favorecidos ou que sofrem com suas condições de vida.
Próximo a 1930, o Estado passou a atuar de forma neutra em relação ao embate
entre proletariado e burguesia, mas seria a neutralidade uma forma de não se compro-
meter efetivamente com a sociedade proletária? Pense nisso!
Fonte: o autor.
Estudante, mesmo que planejar soe como uma tarefa que, em sua execução, se-
gue preceitos e normas, não pense que é algo como um gabarito ou uma ficha cadastral
em que se preenche lacunas e o resto é previamente programado. Existem sim diferentes
abordagens para o planejamento, assim como existe para a gestão de empresas e até
mesmo na construção de uma política pública.
Recapitulando o que significa planejamento, temos Ferreira (2010, p. 590 apud
SILVEIRA, 2016, p. 36) tratando como um conceito mais aberto: “[...] é mais do que uma
mera previsão ou projeção de um determinado trabalho, ou ainda, mais do que a resolução
de problemas, ou até mesmo da elaboração de planos. Planejar envolve um processo de
tomada de decisões”.
Façamos a seguinte analogia: imagine que duas pessoas receberam os mesmos
ingredientes e a mesma receita para fazer um bolo de chocolate. Seria lógico pensar que,
com o mesmo tipo de forno, mesmos ingredientes e mesma receita, o resultado, o bolo
pronto, apresenta sabor idêntico, correto? Mas também é possível que cada bolo tenha
seu próprio sabor, textura e até a cor. O mesmo princípio vale para o planejamento, em
que gestores podem operar sob as mesmas condições e, mesmo assim, com as mesmas
ferramentas e capacidade técnica, produzir com desempenho distinto.
Bolo de chocolate ou planejamento dependem tanto de habilidades quanto da
vontade, da bagagem de quem o faz para se ter o resultado. Um gestor de formação mais
Claro que o planejamento, quando dentro da esfera pública, não é o mesmo que aquele
estudado e conceituado para o meio empresarial, pois no Governo existem leis e normas que
vão impactar a atuação de quem desenha um projeto, tal como defende Theodoro (2014, p. 5):
O planejamento no ambiente organizacional ou na implantação de políticas
públicas parte dos mesmos princípios já conhecidos e praticados por todos, en-
tretanto está submetido a um conjunto de leis, decretos, portarias, normas e có-
digos exatamente por tratar de questões que transcendem a decisão particular.
A voz mais ouvida nesse planejamento é a voz da razão, sem ela, preção nenhuma
da população se converte em desejo ou conquistas, com isso, temos aqui um modelo verti-
cal descendente, que, de acordo com Theodoro (2014, p. 6), “[...] parte do princípio de que
as decisões sobre a forma de organizar a sociedade ou uma instituição é de alçada e teor
dos tecnocratas e não de todos os sujeitos envolvidos”.
Quando o tema da discussão é desenvolvimento social, políticas públicas para o
desenvolvimento social o que se espera é incluir a sociedade nas conversas e delibera-
ções, pois dela vem os anseios, desejos e problemas que se pretende aliviar ou corrigir.
Portanto, no planejamento tecnocrático a participação popular é sempre requerida, mas
não é substituída pelo embasamento técnico/científico à disposição.
O ideal seria usar de planejamento democrático e, com isso, ouvir mais e melhor a
população. Comparando o planejamento democrático com o tecnocrático temos que o pri-
meiro, aqui nomeado PD (Planejamento Democrático), tende a promover melhor os desejos
e carências da população, enquanto o segundo, chamado aqui de PT (Planejamento Tecno-
crático), busca seu embasamento em pesquisa científica e sem que a população participe.
Portanto, no planejamento tecnocrático existe a noção de que a população não
consegue contribuir de forma efetiva com os estudos realizados, pelo fato de que geralmen-
te tem pouca aptidão científica. Segundo Goytisolo (1981, p. 741 apud NEVES, 2016, p.
85), “[...] tecnocracia é uma forma de governo conduzida por especialistas (ou tecnocratas)
baseada em uma concepção ideológica de mundo que opera a racionalização quantitativa
de todas as atividades, dando primazia às econômicas e, em geral, às utilitárias”.
SAIBA MAIS
REFLITA
Estudante, o governo brasileiro faz a gestão social, mas para quem? Para si mesmo,
ou para a sociedade? O que o governo realmente prioriza em suas políticas sociais?
Reflita!
Fonte: o autor.
Políticas sociais são mecanismos utilizados pelo Poder Público a fim de se pro-
porcionar o atendimento das necessidades sociais da população, seus objetivos coletivos.
Assim, de acordo com Barros e Lima (2017, p. 14), temos que “A definição de objetivos
Tem seu foco de análise no desenho de uma dada política ou programa, considerando-se
tanto a proposta da política em si como o arcabouço institucional que deverá dar suporte
Avaliação
a seu desenvolvimento. Pode-se afirmar que esse tipo de avaliação discute os princípios
Política da
e a viabilidade de uma política ou programa ainda não implementado. [...] trata-se de uma
Política
avaliação ex-ante cuja finalidade é “proporcionar critérios racionais para uma decisão qua-
litativa crucial: se o projeto deve ou não ser implementado”.
Está voltada para analisar o processo de implementação de uma dada política, tendo por
referência as diretrizes e metas estabelecidas inicialmente e os resultados já alcançados.
Avaliação
Desta forma, esse modelo de avaliação objetiva, sobretudo, aferir a eficácia de um progra-
de Proces-
ma. Essa avaliação analisa, pois, o funcionamento de um determinado programa, por isso
so
é realizada durante sua implementação, possibilitando inclusive seu redimensionamento,
uma vez constatada a ocorrência de falhas, omissões ou equívocos.
[...]provavelmente é a modalidade de avaliação mais adotada na atualidade, uma vez que
analisa as efetivas mudanças ocorridas em uma realidade especifica a partir da implemen-
Avaliação
tação de um programa, ou seja, analisa os impactos do programa. Considerando-se a di-
de Impacto
mensão temporal, esse tipo de avaliação pode ser realizado tanto durante como depois
(Avaliação ex-post) da implementação de uma política ou programa.
SAIBA MAIS
O planejamento não leva nenhuma política social ao sucesso, quem a leva é quem tem
o poder de decidir seguir o caminho que o projeto indica, se este foi feito de maneira
adequada. Reflita!
Fonte: o autor.
Estudante, uma consideração que podemos fazer sobre o que estudamos e com-
preendemos nesta unidade é que, embora o planejamento seja tão natural ao ser humano
quanto seu senso de coletividade, sua necessidade de estar em grupo, socializar, quando
se trata de algo que evoluiu ao ponto de se institucionalizar, deixa de ser algo enraizado e
passa a ser muito mais instituído.
A questão do planejamento social está muito evoluída no Brasil, mas ainda carece
de maior penetração de seu sentido principalmente no que diz respeito à esfera pública e sua
falta de senso de continuidade, pois a cada novo governo projetos são cancelados ou dras-
ticamente modificados sem terem alcançado sua etapa de desenvolvimento ideal para tal,
apenas porque novo governo entra com noções distintas de como se conduzir tais questões.
Mas fato é que, com planejamento, o desenvolvimento social no Brasil sempre
avançou muito e contribuiu principalmente para a construção de políticas sociais, cada vez
mais robustas e efetivas. Do lado da gestão social ainda podemos perceber a influência do
que preconizam os conceitos de planejamento ao se tornar uma ferramenta de controle e
efetivação das políticas propostas.
Por fim, o ponto importante que registro sobre a avaliação das políticas sociais está no
lado do Poder Público, pois embora seja obrigatório que cada política tenha sua efetividade,
eficácia e eficiência sempre avaliadas e validadas para com os objetivos propostos, é preciso
que dentro do governo o processo esteja sendo conduzido de maneira coerente pois se for
negligenciado não terá os recursos necessários para ser efetiva e corre até mesmo o risco de
que uma política social seja encerrada e deixe de promover o bem estar social.
Boa leitura.
LIVRO
Título: Gestão e Planejamento em Serviço Social
Autores: Silvia Santiago Martins, Klauze Silva, Andreia da Silva
Lima, Gessika Mayara dos Santos.
Editora: Sagah
Sinopse: Este livro traz os conhecimentos necessários à in-
corporação dessas habilidades gerenciais e de planejamento,
fundamentados na teoria social crítica e saudável ao cotidiano
profissional, inclusive para aqueles que trabalham prioritariamente
como executores terminais das políticas sociais.
Link: disponível em: <https://amzn.to/2Ux4XD2>
FILME/VÍDEO
Título: Cidade de Deus
Ano: 2002
Sinopse: Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre,
negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita vio-
lência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida
por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com
a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo
salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o
qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar
atrás da câmera que Buscapé analisa o dia a dia da favela onde
vive, onde a violência aparenta ser infinita.
Link do vídeo: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-45264
Plano de Estudo:
● Planejamento para o controle social e para o processo de mudança.
● Aproximações e diferenciações do planejamento participativo e estratégico.
● Reflexos dos diferentes tipos de planejamento no contexto das políticas sociais.
● Método Trevo.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar o controle social e o processo de mudança
● Compreender os tipos de planejamento dentro do contexto social
● Estabelecer a importância do planejamento estratégico situacional
34
INTRODUÇÃO
Claro que a existência das leis e indicadores faz com que planejar uma política social,
por exemplo, seja mais complexo, pois tal política é construída em volta de uma realidade
existente que lhe fornece números. Com esses números a equipe encarregada de desenhar
o projeto tem que ajustar os demais parâmetros de forma que seja atendido o objetivo, então
os recursos são distribuídos dentro do objetivo de se mudar a realidade encontrada.
Agora, quando os projetos são feitos dentro de uma empresa, existe a possibilidade
de se ajustar os objetivos se o cenário dos recursos for menos favorecedor, digamos que
existe ali a aceitação da realidade, ao passo que, no setor público, aceitar a condição não
é algo viável, é preciso mudar essa realidade através dos recursos disponíveis.
Por esse motivo a ferramenta do planejamento é tão importante na atuação do
profissional de serviço social, tal como defende Ferreira (2017, online): “Neste contexto,
o planejamento caracteriza-se como ferramenta de trabalho utilizada por um conjunto de
atores envolvidos para tomar decisões e organizar ações de modo a promover as transfor-
mações desejadas na realidade da organização ou da sociedade”.
Podemos perceber uma evolução desse formato de planejamento praticamente
situacional no que tange o Serviço Social, de acordo com Carvalho e Santos (2018), no
período entre 1960 e 1970, mas que
Na década de 1980, porém, uma nova perspectiva de planejamento gover-
namental surge a partir dos trabalhos de Carlos Matus, economista chileno,
ministro de Salvador Allende e exilado após o golpe militar que se abateu
sobre o Chile em 1973. Carlos Matus trouxe para o planejamento uma nova
lógica na qual está presente uma perspectiva política desconsiderada pelos
modelos normativos.
Mas, relevante na esfera pública é, de acordo com Ferreira (2017, on-line), a com-
preensão de que existe “Um elemento fundamental na conceituação do planejamento é a sua
compreensão enquanto processo. O produto de um processo de planejamento é o plano”.
Processos são bastante frequentes na Administração Pública e fazem com que
se tenha um conceito positivo de burocracia, pois para que seja executada uma política
social, que obviamente se origina do Poder Público, tenha sido construída em uma série de
processos, procedimentos, normas e leis. E nesta realidade o planejamento entra como um
instrumento que organiza e fornece a sequência certa dos eventos:
O plano é um instrumento de orientação que reúne as conclusões do pro-
cesso de planejamento. É um composto de várias declarações. Declarações
estas que buscam definir com a maior precisão possível o que se pretende
exatamente e como alcançar o proposto. O processo de planejamento pro-
porciona a participação e a aprendizagem a todos os envolvidos e promove
a pactuação de um projeto coletivo mediante a tomada conjunta de decisão
(FERREIRA, 2017, on-line).
Para Eduardo Neto (2018), os primeiros modelos não prezavam pela participação
do cidadão no processo de tomada de decisão e, neste sentido, o modelo Gerencial apre-
sentou mudança drástica, pois para o modelo patrimonialista, esse cidadão seria apenas o
financiador.
Esta participação social passa a promover uma humanização das políticas sociais,
mas não consegue interferir com os rituais básicos estruturas que esse desenvolvimento
apresenta: o ciclo de planejamento.
Neste sentido, o Ciclo do Planejamento, de acordo com Ferreira (2017, on-line),
representa “[...] inúmeras as metodologias e ferramentas à disposição das organizações.
Mas, quase sem exceção, todas elas orientam-se para que perguntas e respostas essen-
A imagem a seguir ilustra bem a mudança de situação desejada pelas políticas sociais.
Situação A Situação B
Problema Problema
Problema Problema
Problema Problema
Problema Problema Problema Problema
Problema Problema Problema Problema
Problema Problema Problema Problema
Problema Problema Problema Problema
Problema Problema
Problema Problema
Estudante, pense no seguinte argumento e leve ele durante essa unidade: promo-
ver o planejamento é ser estratégico e fomentar a participação social também é estratégico,
portanto, ao se buscar um planejamento participativo o gestor público está sendo efetivo,
eficiente e eficaz, algo bastante estratégico no mundo das políticas sociais.
Segundo Silva e Mangini (2018, p. 8), em uma realidade social carregada de
desigualdades, mazelas, ampliados pelo impacto da abertura econômica, apenas com a
utilização de um robusto planejamento seria possível construir políticas sociais adequadas
à população a ser atendida e juridicamente coerentes, financeiramente justificáveis.
Neste sentido, uma metodologia de planejamento relevante: “[...] de ser identificada
e analisada no âmbito do Serviço Social é o planejamento participativo”, abordado por
autores do Serviço Social, como Bertollo (2006, apud SILVA; MARGINI, 2018, p. 8):
Este enfoque de planejamento é decorrente de uma visão de mundo que se
ampara na ideia de que nossa realidade é injusta e de que essa injustiça se deve
à falta de participação em todos os níveis e aspectos da atividade humana. A
instauração da justiça social passa pela participação de todos no poder. Nesse
sentido, o planejamento participativo, é orientado por uma lógica de garantir a
ampla participação dos diferentes atores sociais nos processos decisórios.
Mas, evidentemente, o setor público sempre carece de boa estratégia e que muitas
vezes, a situação que a política pública deseja mudar, modificar, requer boa dose de estra-
tégia. Por este motivo, Martins et al. (2018, p. 45) afirmam que o planejamento estratégico
representa uma nova maneira de se conceber planejamento, “Ele é muito utilizado na área
empresarial, porém pode ser utilizada também na área social, pois tem como função auxiliar
na definição dos objetivos, das estratégias e das metas a serem alcançadas.”.
A origem do PES ou Planejamento Estratégico Situacional vem da década de
1960, sendo desenvolvido pelo chileno Carlos Matus, quando ocupava o posto de Ministro
da Economia durante o mandato de Salvador Allende (pelo período de 1965 a 1970). A
contribuição dos trabalhos de Matus, dentro do escopo do planejamento governamental,
foi mundialmente conhecida, tendo grande influência na Administração Pública brasileira
(BERTOLLO, 2016). A respeito dessa metodologia desenvolvida por Matus, temos uma
divisão em quatro momentos, como segue:
REFLITA
Portanto, o lado humano de quem pretende promover bem estar deve estar de
acordo com o que lhe for oferecido, mas não é só isso, o planejamento deve levar em
conta como será conduzido o processo democrático (participativo), incluindo a forma de se
efetivar as decisões, nesta perspectiva.
Outro ponto importante desse processo é que se faz necessário foco no objetivo,
foco no que se deseja melhorar na vida das pessoas e, com isso, de acordo com Martins
et al. (2018, p. 62), “Todos os profissionais devem estar cientes dos objetivos a serem
alcançados em cada ação realizada, pois quem está na execução tem como planejar a
melhor forma de atuação para o alcance das metas propostas”.
Quando se considera o processo participativo de criação das políticas públicas,
à primeira vista, como deriva de conceitos administrativos, privados, tem-se a impressão
de se tratar de um processo de diretoria, ou seja, de cima para baixo, mas, embora pos-
sa acontecer dessa maneira, o processo para uma produção de política social de cunho
participativo não deve seguir esse ritual burocrático e sim dar voz a todos atores, tal como
afirmam Martins et al. (2018, p. 62):
Quando as ações são determinadas de cima para baixo, sem comunicação
entre planejamento e execução, a tendência é o prejuízo à eficácia e eficiên-
cia do projeto. Reuniões sistemáticas com a equipe de trabalho são funda-
mentais para que se possa realinhar ações, metas e objetivos em conjunto.
Com uma política pública criada pela perspectiva da diretoria, de cima para baixo,
o que se encontra é uma política seca, sem tempero, promovida como instrumento político
São várias as formas e momentos de se avaliar uma política pública, mas os mo-
mentos cruciais são: durante sua construção, durante sua implementação e certo tempo
após ter sido implementada. Para Martins et al. (2018, p. 63), “A avaliação por parte da
população é uma premissa que está em qualquer planejamento que se proponha democrá-
tico. Os usuários são a parte interessada, e a eles se deve dar vez e voz, não apenas na
avaliação, mas também no planejamento”.
Embora tenha um aspecto mais burocrático, praticamente toda etapa do ciclo de
vida de uma política social deve passar por avaliação, afinal de contas o que está em jogo
é o bem estar da população e o correto uso dos escassos recursos financeiros públicos.
Neste sentido, Martins et al. (2018, p. 63) afirmam
Assim, reuniões de consulta pública que apresentem as ações, as metas e
os objetivos devem fazer parte do planejamento e esse instrumento deve
subsidiar a avaliação. A cada ação, devemos saber como o público enten-
deu a proposta levada, independentemente da idade, seja criança ou idoso,
ou de grau de instrução, seja graduado ou analfabeto. É a sua obrigação a
organização de instrumentos de avaliação que possa exprimir a avaliação do
usuário. Nesse momento, é importante que usem recursos dos mais varia-
dos, desde escritos até mesmo lúdicos.
Mas sempre existiram forças contrárias aos ideais impostos pelos que defendiam
o planejamento, como escola de gestão pública. A visão que se tinha, pelos opositores, era
de que tal sistemática agia como uma camisa de força:
Isso levou, muitas vezes, aos executores de políticas públicas a pensar que os
planos não dão certo, que estão descolados da realidade e, portanto, podem
ser preteridos frente à necessidade de ação cotidiana nos serviços públicos.
Diante disso, vigorou muitas vezes no dia-a-dia a improvisação na implemen-
tação dos serviços e nos seus processos de gestão, tornando mais distante o
alcance de objetivos traçados (PAPI; ROSA; HAMERSKI, 2017, p. 355).
Com isso, o bom planejamento leva em conta total cooperação de todos os atores
cuja participação se faz necessária em cada política social, mas para ter sucesso esse
planejamento necessita contar com uma boa articulação entre estes atores pelo Estado.
SAIBA MAIS
Dentro das políticas sociais e da Gestão Pública podemos considerar que o Terceiro
Setor é parte de um sistema nomeado Gestão Social e segundo Bitencourt (2015, p. 55), a
gestão social é compreendida como “[...] a construção de inúmeros espaços para interação
Esse modelo é nomeado Trevo devido ao seu formato similar ao da famosa planta
que produz as folhas em formato específico e que supostamente dá sorte a quem a encon-
tra com quatro folhas.
Com o formato em trevo, o escritor nomeou “Modelo Trevo” a administração
de uma instituição sem fins lucrativos, visto que sem interrupção, prática, di-
ferente, complicada e pouco comum. A imagem mostra-se por meio de cinco
vínculos: “Informação, comunicação e relações internas”, definida e denomi-
nada como Pessoas; “Relações com a sociedade”, no qual a sociedade des-
fruirá com a administração; Recursos, classificados fundamentais para pre-
servação da iniciativa social; Processos e Serviços, que definiram o caminho
para se atingir o preço identificado pela instituição, e Grupo gestor, executado
pelos responsáveis da instituição (ERMEL, 2018, p. 13)
SAIBA MAIS
Em alguns momentos Terceiro Setor e Serviço Social estão paralelos e em outros mo-
mentos até juntos, mas fato é que a mistura dos dois não é coisa simples, tal como se
observa pelos argumentos de Mota e Fernandes (2017, p. 1):
O termo Terceiro Setor, vem sendo utilizado de modo crescente, porém,
quando inserido no contexto do Serviço Social, foi recebido com ressal-
vas, devido a expressão econômica e política que este “setor” apresenta.
O Terceiro Setor se caracterizou diante de um cenário social, econômico
e político como um setor complexo, incerto, instável e de mudanças ace-
leradas. Entretanto, ressalva-se que este campo tem se construído como
um terreno fértil para profissionais de ciências humanas e sociais, onde,
estão incluídos os profissionais de serviço social. Mediante a realidade
social do Brasil, é inevitável não pensar em uma atuação do assistente
social em organizações do terceiro setor com o intuito de promover estabi-
lidade social em decorrência de ações interdisciplinares (educação, lazer,
meio-ambiente).
REFLITA
LIVRO
Título: Conselhos gestores e participação Sociopolítica.
Autor: Maria da Glória Gohn Cortez
Sinopse: Trata do planejamento como processo técnico-político,
abordando seus elementos constitutivos - construção do objeto,
estudo de situação, identificação de prioridades, definição de ob-
jetivos, estabelecimento de alternativas, planificação, implemen-
tação, implantação, controle, avaliação e retomada do processo.
Nesse contexto, analisa a trajetória para tomada de decisões, suas
técnicas e instrumentos, oferecendo conteúdos subsidiários a uma
prática metodologicamente conduzida e tecnicamente consistente.
FILME/VÍDEO
Título: Quem se importa?
Ano: 2012.
Sinopse: Quem se Importa? É um documentário longa-metragem
sobre empreendedores sociais no Brasil e ao redor do mundo.
Pessoas brilhantes, que criaram, cada qual, uma organização
inovadora capaz de não só mudar a sociedade ao seu redor, mas
também causar impacto social suficiente para que estas ideias
possam virar políticas públicas aplicadas em várias partes do
mundo. Um filme que, através de cada um de seus personagens,
vasculha o mundo atrás de pessoas magníficas que oferecem
soluções simples para as mais graves questões que nos afetam
profundamente.
Plano de Estudo:
● Marco referencial, diagnóstico, formulação, indicadores avaliativos
(destaque aos indicadores sociais), monitoramento, controle e avaliação
de resultados.
● Utilizando os instrumentos básicos: Planos, Programas e Projetos.
● Avaliação de projetos e programas sociais.
● Método FOFA.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar:1.Marco referencial, diagnóstico, formulação, indicadores
avaliativos, monitoramento, controle e avaliação de resultados.
● Compreender os tipos de Planos, Programas e Projetos.
● Estabelecer a importância da Matriz FOFA na construção
dos cenários base das políticas sociais.
64
INTRODUÇÃO
Fazer um diagnóstico (algo facilitado pelos indicadores) faz parte do fluxo dos
trabalhos, antes, durante e depois de implementado um projeto social; seu objetivo princi-
pal é responder a diversas perguntas. Neste sentido, o diagnóstico social contribui para a
ampliação das coberturas e da qualidade das ações tomadas.
Dentro do que preconiza a formulação, etapa em que são construídos os objetivos,
metodologia e ferramentas a serem utilizadas no projeto, Sant’anna e Maximiano (2017,
p. 4) afirmam que se faz necessário uma boa leitura do contexto social que permita uma
melhor tomada de decisão “[...] cuja origem é determinada pela análise dos problemas,
causas, objetivos estratégicos, viabilidade e alinhamento de todos esses entes em uma
perspectiva que permita o melhor desenho do projeto e em consequência o melhor monito-
ramento, controle e avaliação de seus resultados”.
Ainda sobre a formulação, é importante frisar que somente se permite conquistar os
objetivos propostos se for cumprido com todo seu ritual institucional que inclui, além de uma
compreensiva elaboração, seu monitoramento e avaliação de sua efetividade.
Os projetos sociais são reiterativos, por isso é importante desenvolver uma
cultura voltada para a elaboração, monitoramento e a avaliação onde estas
não sejam tratadas como fases subsequentes, mas como “práticas adequa-
das ao aperfeiçoamento de tomada de decisão na gestão de projetos, em
especial na área social” (CAMPOS et al., 2002, p. 1 apud SANT’ANNA; MA-
XIMIANO, 2017, p. 4).
Medeiros (2018, on-line) afirma que “Na assistência social, têm-se os indicadores
sociais, utilizados como recurso metodológico, que indica os aspectos da realidade social
ou as mudanças ocasionadas pelos determinantes dos diferentes fenômenos sociais”.
Os indicadores sociais são subsídios que contribuem para o planejamento e
formulação de políticas sociais nas diferentes esferas governamentais, possibilitando o
monitoramento das condições de vida e bem-estar da população por parte do poder público
e da sociedade civil.
De acordo com Medeiros (2018, on-line), existe uma grande distinção dos indica-
dores que são funcionais dentro da realidade dos projetos sociais e, com isso, conceitua
que “Os indicadores sociais representam determinados aspectos da realidade, ou seja,
de uma situação ou problema social, de maneira a tornar operacional a sua observação e
apreensão”.
SAIBA MAIS
REFLITA
A avaliação de um projeto social tem muito mais componentes se for feita dentro do
escopo de um problema social e dentro do Poder Público, pois não leva em conta apenas o
efeito produzido, e sim a sua aderência às normativas da administração pública.
Portanto, existe este tripé de maior relevância gerencial e social que com as ações
de planejar, executar e avaliar, garante ao cidadão que necessita, acesso a uma gama de
programas e políticas sociais.
Dentro da Gestão Social, temos a planificação que, de acordo com Baptista (2002,
p. 97 apud BERTOLLO, 2016, p. 336), denomina o:
[...] processo de planejamento, é realizada no momento em que, após a to-
mada de um conjunto de decisões, definidas em face de uma realidade de-
terminada, inicia-se o trabalho de sistematização das atividades e dos proce-
dimentos necessários para o alcance dos resultados previstos.
SAIBA MAIS
REFLITA
“[...] os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma determinada realidade, consti-
tuindo-se como pontes entre a realidade vivida e a desejada. Mais que isso: os projetos
também constituem a possibilidade de expressão e participação no que é público e co-
letivo, e esse fato se dá em um momento de profundas e marcantes transformações das
relações entre o público e o privado, passando a constituir uma importante ferramenta
de gestão utilizada tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil organizada”
● Um projeto é temporário pois deve ter datas de início e fim definidas. Por
exemplo: se você for construir um site, uma data para iniciar e concluir
esse projeto será pré-determinada, certo?
● Na maioria das vezes, um projeto é iniciado com a intenção de criar um
novo produto ou serviço, ou apenas aprimorar algo já existente. Por esse
motivo, deve haver um escopo inicial, isto é, a descrição (mesmo que
parcial) do trabalho que precisa ser feito. Isso ajudará a tornar o resultado
final exclusivo e facilitará o processo de desenvolvimento desse projeto
pois, mesmo que possuam características similares, um projeto nunca
será igual a outro.
● Estipular custos e recursos no início do projeto como força de trabalho,
materiais que serão utilizados, infraestrutura, verbas e prazos, colaboram
para que não falte mão de obra para concluir o projeto ou que ele exceda
a verba disponível.
Dentro desse pensamento, Stephanou (2003 apud MACIEL, 2015, p. 12) afirma que
[...] os projetos sociais não são realizações isoladas; dessa forma, não mu-
dam a realidade sozinhos, pois estão sempre em interação por meio de di-
ferentes modalidades de relação com planos e programas, numa visão mais
abrangente da questão social, seja no âmbito público ou no terceiro setor.
Nos projetos sociais a sinergia ocorre até mesmo nos elementos motivadores de sua
criação, seu desenvolvimento, “projetos sociais não existem a partir de si mesmos. Em geral,
são construídos a partir de organizações que têm intervenções sociais de maior amplitude do
que os próprios projetos” (STEPHANOU, 2003, p. 25 apud MACIEL, 2015, p. 12).
Estudante, fazendo uma analogia simples, mas bastante apta, podemos dizer que
a avaliação de uma política pública tem um efeito muito semelhante ao que é feito pelo
motorista de um veículo quando usa seu volante para corrigir o curso e, com isso, se manter
em linha reta, por exemplo.
Um projeto social aponta recursos financeiros, estruturais, maquinário e humano
na direção do problema que objetiva tratar de alguma forma, e o volante, neste caso a
avaliação, entra em cena para mostrar se tal projeto está no destino ou se extraviou. De
acordo com Jannuzzi (2020, on-line),
A avaliação de políticas e programas sociais tem se fortalecido no Brasil nas
últimas décadas, como consequência da ampliação do escopo e da escala
das políticas públicas. Como mostrou a experiência histórica dos países eu-
ropeus, há mais de 70 anos, a institucionalização do Estado de bem-estar foi
um determinante-chave dos avanços teóricos e metodológicos no campo da
avaliação de políticas e programas públicos.
SAIBA MAIS
ramento-e-avaliacao/
Relembrando que para as políticas públicas sociais se faz necessário avaliar muito
mais do que a efetividade das ações propostas, mas o impacto que promovem na realidade
que visam atuar bem como efeitos colaterais, paralelos, mas relevantes. Nesse sentido
Souza (2015, p. 14) afirma que
O processo de construção da avaliação do impacto social do projeto deve
ser absorvido por todos os atores envolvidos no projeto. É muito importante
a incorporação da visão daqueles que serão os beneficiários dos projetos,
dessa forma, será possível construir uma avaliação com indicadores mensu-
ráveis e que reflitam os objetivos reais do projeto. É um processo colaborativo
permanente. Ou seja, todos os atores fazem sua contribuição durante toda a
execução do projeto, participando ativamente de questões que envolvam os
critérios apuração da eficácia na avaliação do impacto do projeto
Indicador Descrição
Eficiência Refere-se à boa gestão dos recursos em relação às atividades e resultados atingidos. De-
monstra a competência para se produzir resultados com dispêndio mínimo necessário de
recursos e esforços, ou seja, os investimentos que foram mobilizados devem produzir os
efeitos desejados.
Eficácia Verifica se as ações do projeto ajudaram a alcançar os resultados previstos, remetendo
às condições controladas e aos resultados desejados de experimentos. Projetos sociais
balizam-se por objetivos de eficácia, esperando-se que produzam os efeitos desejados jus-
tificando os investimentos.
Efetividade Refere-se à capacidade de se promover resultados pretendidos. Tratando-se de programas
sociais, mede a proporção do projeto em relação a sua implementação e ao aprimoramento
de objetivos, incorporado, de modo permanente, à realidade da população atingida.
Fonte: adaptado de Valarelli (1999 apud ROSSI; SANTOS 2016, p. 156) e Marinho e Façanha (2001 apud
Para Costa e Castanhar (2003, apud ROSSI; SANTOS 2016, p. 156), no setor
público sempre foi importante avaliar o desempenho, tendo em vista que, diferente do setor
privado, não existe competição no setor público e, com isso, faltam os elementos autorre-
guladores, muito menos questões de demanda e seu comportamento.
REFLITA
“Não há uma única forma para produzir conhecimento sobre um programa social e o pes-
quisador deve ter clareza de que cada escolha implica inevitavelmente posicionamento
ético-político. Fazer uma opção metodológica é também fazer uma opção política”
Dentro do universo do Serviço Social a matriz FOFA entra como uma ferramenta
que permite um levantamento que revela informações diferentes das obtidas pelos indica-
dores e indispensáveis, tanto na construção das políticas sociais quanto em sua aprovação
diante de seus comitês e secretarias.
Assim, Tavares (2005, p. 3 apud SILVA, 2016, p. 2) conceitua o termo SWOT da
seguinte forma:
[...] o conceito de SWOT – forças (Strengths), fraquezas (Weakness), oportu-
nidades (Opportunities), ameaças (Threats), ou em sua tradução FOFA, rela-
cionando em ordem diferente os mesmos significados, [...]. Nesse enfoque,
o planejamento contempla a relação entre as condições externas e internas.
De acordo com Silva (2016), essa metodologia SWOT/FOFA tem como objetivo
direcionar estrategicamente a organização, de acordo com seu ambiente interno e externo.
Por ambiente interno são representadas:
[...] instalações, treinamentos, pessoal, maquinário, layout, propaganda, lo-
calização, pontos de venda, benefícios e salários (dentro dos limites da lei),
clima organizacional, valores, planejamento etc. Ambiente externo: tudo que
está fora da “jurisdição” e do alcance da empresa e que, portanto, ela não
pode controlar. São fatores naturais, como o clima, catástrofes, aquecimento
global, escassez de água etc., e fatores conjunturais e institucionais, como
taxa de juros, variações cambiais, decisões do governo, alíquotas de impos-
tos, crise política, instabilidade institucional, legislações trabalhistas, ambien-
tas ou de exportação, entre outros (SILVA, 2016, p. 2).
De forma estrutural, o levantamento feito com o uso da matriz FOFA é parte vital
do processo de construção e elaboração do planejamento de uma política social. Segundo
Oportunidades Ameaças
O conhecimento do coordenador associado às
capacidades e dedicação dos servidores devem
O conhecimento Técnico do Coordenador deve ser
ser direcionados à realização de campanhas de
utilizado, aproveitado da capacidade intelectual dos
divulgação do verdadeiro conceito de Assistência
demais profissionais, para conscientizá-los da exis-
Social. Isso pode ajudar a evitar a utilização dos
tência das leis e da Assistência Social e da parti-
serviços como moeda de troca ou como marke-
cipação do Município de Piraí no SUAS; A grande
ting institucional. Os projetos devem prever os
demanda pelos serviços do CRAS Arrozal; Relativa
recursos necessários e promover a integração
acessibilidade ao prefeito possibilita que a equipe
com as Secretarias de Saúde, de Educação e de
encaminhe projetos plenamente fundamentados.
Transportes, para viabilizar o acesso às políticas
públicas.
Visão distorcida do conceito de Assistência So-
cial; Necessidade de recursos; Falta de integra-
O ambiente externo, com a grande demanda por
ção entre secretarias, deficiências do transporte
serviços, existência de leis específicas, participação
público; Utilização dos serviços de forma leviana
no SUAS; razoável facilidade de comunicação com
tendem a potencializar os pontos fracos. Para
os gestores municipais, pode utilizado para sanar a
oferecer resistências a esse fenômeno, faz-se
carência de educadores sociais no CRAS Arrozal e
necessário que a equipe esteja completa e que
promover a distribuição de tarefas.
seja feita a distribuição das tarefas para os reais
responsáveis.
SAIBA MAIS
Embora seja um forte componente corporativo, a análise da Matriz FOFA pode fornecer
parâmetros, cenários refinados que permitem um melhor processo de tomada de deci-
são na construção e aplicação de políticas públicas sociais. O Artigo Matriz SWOT em
organizações de Terceiro Setor traz uma perspectiva intrigante sobre o uso da FOFA
(SWOT) em uma perspectiva social aplicada ao Terceiro Setor.
De acordo com Fagundes (2010 apud TRINDADE; SILVA; OLIVEIRA 2018, p. 201)
“[..] o modelo da ‘Matriz SWOT’, surgiu na década de 1960, em discussões na escola de
administração, que começaram a focar a compatibilização entre as ‘Forças’ e ‘Fraquezas’
de uma organização, sua competência distintiva, e as ‘Oportunidades’ e as ‘Ameaças’”.
Análise Interna
Predominância de:
Pontos fracos Pontos Fortes
Utilizar a matriz FOFA como ferramenta de investigação social faz total sentido,
uma vez que permite enxergar melhor o cenário alvo além de contribuir para a elaboração
de diagnósticos e planos:
No entanto, a utilização, nem sempre se traduz em contributos efetivos para
os processos, sendo que, muitas vezes, ela surge mais como um ritual ou
uma tentativa desprovida de conteúdo real, de sermos mais científicos ou téc-
nicos nos processos de planejamento e/ou avaliação. Na realidade, devido
a aparente simplicidade esta técnica emergiu como uma das preferidas por
técnicos de todas as áreas (ULRICH, 2002 apud TRINDADE; SILVA; OLIVEI-
RA, 2018, p. 201).
É vital para a construção de uma política social, a construção do cenário que esta políti-
ca pretende realizar a mudança, a melhoria da qualidade de vida. E o mecanismo para
esta construção é a Matriz FOFA.
Fonte: o autor.
Kotler e Keller (2006 apud TRINDADE; SILVA; OLIVEIRA, 2018, p. 2012) afirmam que
[...] os principais objetivos da avaliação ambiental são: reconhecer novas
oportunidades e pontos fortes, para poder desenvolver e lucrar por meio des-
tes. Usando esta análise é possível determinar a atratividade, a probabilidade
de sucesso de uma oportunidade, a identificação das ameaças e os pontos
fracos, que podem afetar a capacidade de obter lucros por ser uma tendência
desfavorável à organização que podem ser classificadas pela gravidade e
probabilidade de ocorrência.
Para Serra, Torres e Torres (2004 apud TRINDADE; SILVA; OLIVEIRA, 2018, p.
202) “a função primordial da SWOT é possibilitar a escolha de uma estratégia adequada
– para que se alcancem determinados objetivos – a partir de uma avaliação crítica dos
ambientes internos e externos”. Assim, segundo Gomide et al. (2015, p. 225), a Matriz
FOFA pode ser qualificada como um
[...] instrumento, muito utilizado no campo do planejamento e gestão, facilita
a sistematização e a visualização dos pontos fortes (Fortalezas e Oportu-
nidades) e das fragilidades (Fraquezas e Ameaças) de um coletivo social,
permitindo a avaliação de sua estrutura, desempenhos e/ou contextos, uma
vez que distingue o que é próprio (Fortalezas e Fraquezas), sobre o qual se
tem governabilidade, do que é externo (Oportunidades e Ameaças), cujas
características e particularidades precisam ser (re)conhecidas.
Em uma comparação direta da FOFA corporativa com a sua irmã gêmea do Serviço
Social e do Setor Público, encontramos o mesmo sentido para o ambiente interno, seja
empresa ou poder público e também como ambiente externo, que, de forma geral, repre-
senta a sociedade, talvez não de forma estruturada, como se pode observar nos mercados
consumidores, mas nas pessoas em si e em suas comunidades.
LIVRO
Título: Indicadores Sociais no Brasil. Conceitos, Fontes de Dados
e Aplicações
Autor: Paulo de Martino Jannuzzi
Editora: Alínea
Sinopse: Desde a primeira edição deste livro, em 2001, o Brasil
e o mundo passaram por intensas mudanças. Novas agendas de
políticas e programas sociais foram propostas, expandiram-se,
consolidaram-se.
Fonte: https://amzn.to/2Vd7qDg
FILME/VÍDEO
Título: Carandiru
Ano: 2003
Sinopse: Um médico se oferece para realizar o trabalho de
prevenção ao vírus HIV no Carandiru, maior presídio da América
Latina, durante os anos 90. Convivendo diariamente com a dura
realidade dos encarcerados, ele presencia a violência agravada
pela superlotação, a precariedade dos serviços prestados e a
animalização dos presos. Paradoxalmente, também conhece o
sistema de organização interna e o lado frágil e sonhador de cada
um deles.
Fonte: https://www.guiadasemana.com.br/cinema/galeria/filmes-
-que-fazem-duras-criticas-sociais
Plano de Estudo:
● Processo de formação e análise de planos, programas, projetos
de intervenção em Serviço Social.
● Planejamento como instrumento de gestão de serviços públicos.
● Como elaborar projetos?
● Método Marco Lógico.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a estrutura de formação e análise de projetos, planos e
programas de intervenção no Serviço Social.
● Compreender como o planejamento pode e deve ser utilizado como instrumento de
gestão para o aprimoramento das intervenções do Serviço Social.
● Estabelecer a importância da elaboração de projetos de do
uso metodológico do Marco Lógico.
92
INTRODUÇÃO
Estudante, as ações dos profissionais de Serviço Social, embora vitais para uma
sociedade cada vez mais à margem de uma vida digna, não são suficientes neste mundo
acelerado, burocrático, onde os recursos são cada vez mais escassos.
Por esse motivo, vamos começar esta unidade tratando da dinâmica dos processos
que visam complementar as ações e intervenções desse profissional, lhe permitindo atuar e
construir processos de formação e análise de planos, programas e intervenções em Serviço
Social.
Em seguida vamos contextualizar para compreender melhor sobre a importância
do planejamento como um poderoso instrumento de gestão de serviços públicos e de como
esse planejamento ajuda a tornar projetos, planos e programas mais assertivos e capazes
de produzir maiores e melhores externalidades positivas.
No terceiro tópico aprofundaremos nos processos que envolvem a elaboração dos
projetos voltados ao Serviço Social e de como tal construção modificou permanentemente
a atuação do profissional de Serviço Social. E, por fim, apresentaremos os conceitos e
contextualizaremos a ferramenta do Marco Lógico e sua importância para que os projetos
sociais sejam construídos tendo por base um melhor panorama da situação que desejam
corrigir, melhorar, bem como das pessoas que serão os objetivos.
De acordo com Salvador (2018, p. 1) “O Serviço Social é uma profissão que ocupa
espaço privilegiado nos equipamentos que planejam, executam e avaliam políticas sociais
cujo compromisso ético-político está consolidado no Código de Ética de 1993 e na lei
8662/93, que regulamenta a profissão”. Fica evidente a importância da atuação sistemática
do profissional de serviço social como parte do ritual político em que está inserido e como
uma questão de consolidação de suas ações, do sucesso de seus projetos.
Assim, de acordo com Pieritz (2016), a atuação do assistente social junto à socie-
dade deve ser estratégica com relação a sua intervenção nos problemas sociais. Mas tal
intervenção dentro da esfera das políticas públicas deve ser em todas as instâncias, atuan-
do em todo o processo decisório e com isso influenciando tais processos. Já no mercado
de trabalho sua atuação é a de dar atenção às transformações
[...] e no mercado de trabalho, os assistentes sociais buscam desenvolver
estratégias que possibilitem transpor as transformações e mudanças da rea-
lidade cotidiana de sua atuação profissional, estando sempre atualizados e
capacitados para o enfrentamento das questões sociais que lhes são apre-
sentadas (PIERITZ, 2016. p. 106).
Existe um lado do planejamento que permite a sua constante busca pelo aperfeiçoa-
mento e facilita futuros processos de tomada de decisão e se trata do processo de registro. O
registro do planejamento é um arcabouço histórico de outras ações, tendo em vista que existem
situações problema que não se resolvem dentro de um ciclo de uma política social e, com isso,
uma nova é desenhada, revisitar os arquivos, compreender o que proporcionou as decisões
tomadas ajuda a construir um novo projeto que evite algumas das situações já visitadas.
Neste sentido, Pieritz (2016. p. 106) corrobora com a questão dos registros ao afirmar que
O processo de planejamento, independente da linha adotada, expressa-se
em documentos, reproduzindo as decisões tomadas, a sistematização das
atividades e as informações referentes aos procedimentos; prazos e recur-
sos. Esses documentos são denominados plano; programa e projeto.
Com o plano, o programa e o projeto temos todo o histórico das ações feitas em
determinada ação do poder público e, com isso, podemos identificar, em cada um dos três
componentes, em que ponto no tempo e espaço estão em relação com a ação desejada,
projetada. Por plano temos: “[...] instrumento normativo-político, onde são definidas e descri-
tas diretrizes, estratégias e responsabilidades fundamentadas em análises que identificam
os aspectos primordiais a serem enfrentados” (PIERITZ, 2016, p. 106).
De acordo com Pieritz (2016), o programa seria uma descrição detalhada do plano
com a definição dos objetivos setoriais e com a exposição do conjunto de projetos, soma-
tória das atividades que são aplicadas a situação problema em um determinado espaço e
tempo. Agora o projeto pode ser definido com instrumento executivo técnico/administrativo,
SAIBA MAIS
Fonte: ESPÍRITO SANTO, Maria Inês. A intervenção do assistente social na saúde: um fator pre-
Outro aspecto que pode ser percebido do cotidiano do assistente social está rela-
cionado com os sistemas de avaliação e controle. Tanto na avaliação quanto no controle
se faz necessário o uso da coerência para com os objetivos traçados. Em um primeiro
momento é identificada a avaliação da instituição de forma a construir alguns indicadores,
como a pertinência social do projeto e de forma a apreciar sua capacidade de resposta e
influência desta organização (GRAH; SANTOS, 2015).
Podemos afirmar que o objetivo geral do profissional de serviço social é de amparar
o cidadão em sua busca por melhores condições de vida, de renda, de emprego, educa-
ção, saúde, lazer e cultura e que a perseguição desse profissional carece de medição.
Portanto a atuação desse profissional deve passar por avaliação e esta avaliação ocorre
em diversos panoramas, ou focos. De acordo com Grah e Santos (2015, p. 5) um destes
focos de avaliação “[...] incide sobre os serviços prestados aos seus usuários, a partir da
implementação de um sistema de planejamento”.
Outro foco de importante avaliação está no desempenho do profissional e deve
promover uma escrutinação de seu desempenho registrado, de ações passadas, de forma
a validar seu nível padrão de efetividade e estudar formas de aprimorar tal efetividade,
formalizando uma proposta de evolução de sua intervenção, seja diante o cidadão que
necessita ou do poder público, ao influenciar no processo decisório de construção das polí-
ticas, planos e programas. Neste sentido, Grah e Santos (2015, p. 5) corroboram ao afirmar
que “A avaliação possibilitará ao profissional apreciar os fatores que são decorrentes de
fragilidade de sua ação ou de fatores à mesma”.
É importante compreender que as ações do Serviço Social, no que diz respeito ao ci-
dadão, devem produzir efeito positivo, mas como essa ação parte do poder público, é
imprescindível que também produza eficácia, eficiência e o mais importante efetividade.
Fonte: o autor.
A área de atuação do Assistente social nos serviços públicos, vai muito além de atua-
ção na saúde pública, centros de referência especializados, ou previdência social. A
educação pública e suas demandas também encontram terreno fértil para a atuação do
Assistente Social. Para saber mais sobre a importância do serviço social na educação
pública, faço a indicação de leitura do artigo: O Assistente Social a Serviço da Educação
Pública: Possibilidades e Desafios.
Fonte: FLORENTINO, Bruno Ricardo Bérgamo; FLORENTINO, Angra dos Reis. O Assistente Social a
Serviço da Educação Pública: Possibilidades e Desafios. Educação, Gestão e Sociedade, ano 5, n. 17,
27 nov. 2020.
Essa dualidade da integração do assistente social, com o Estado e com o povo, não
representa a existência de dois universos separados, distintos, embora sejam contraditórios em
seus objetivos. Agora, tendo como perspectiva uma análise global das ações sociais nas quais
estão inseridos os profissionais de Serviço Social, temos que “A compreensão das atribuições
profissionais do Serviço social no processo de gestão e avaliação das políticas e programas
sociais, considerando a três áreas de políticas públicas [...] toma por base o entendimento de
gestão social”, tal como defende Carvalho (2014, p. 33 apud SILVA, 2018, p. 563).
Nota-se que o assistente social não necessariamente representa a sociedade na
construção das políticas públicas sociais, mas atua em seu desenvolvimento, ouvindo o que
sua sociedade necessita e promovendo sua participação, bem como a gestão de todo o pro-
cesso em conjunto com os atores públicos, assim, conforme corrobora Silva (2018, p. 563),
Em geral, para Mello et al. (2020), planejar é constituir um ato pensado, refletido
e analisado, e no escopo do serviço social deve-se conhecer ao máximo a realidade do
objetivo de cada projeto. Com isso, o ato de planejar é um ato político em sua natureza ao
demandar uma crítica visão dessa realidade.
Novamente afirmamos que planejar é inerente ao ser humano e que no caso do
assistente social, tal planejamento, mais orgânico, faz parte de seu cotidiano e de acordo
com Oliveira (2018a, on-line), “Serviço público é ‘atividade administrativa ou de prestação
direta ou indireta de bens ou serviços à população, exercida por órgão ou entidade da
administração pública’”.
REFLITA
“A saúde pública é uma das áreas que mais concentra profissionais do Serviço Social.
Isso se deve especialmente ao conceito de saúde, que extrapola a questão da doença e
engloba aspectos relacionados ao bem-estar físico, social e mental. Assim, o assistente
social atua diretamente nas questões sociais que interferem na saúde e nos aspectos
relacionados a ela”
Podemos constatar que com a Constituição de 1988 e uma nova perspectiva de as-
sistencialismo, criou-se um maior campo de atuação para o assistente social, começaram a
ser implementados os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e sua proposta
de proteção social, bem como os Centros de Referência Especializados de Assistência
Social (CREAS).
Esse desenvolvimento de cidadania e assistencialismo mostrou que existia uma
latente necessidade por políticas públicas sociais no Brasil do período pré 1988 e que se
fez necessário promover uma estruturação dessa perspectiva, uma vez que se tratava de
uma época de elevada incerteza econômica. Com isso, Teixeira (2019, p. 226) resgata
que “Quando se deseja cumprir os objetivos e funções da política de assistência social é
obrigatório ter um roteiro que mostre quais são as decisões, instrumentos e ações neces-
sárias para atendimento e intervenção nas demandas sociais apresentadas;” Tal objetivo é
possível apenas quando ocorre a elaboração do planejamento.
Da perspectiva governamental, e de acordo com Teixeira (2019), é no planejamen-
to que se encontra um mecanismo eficiente que permite definir antecipadamente diversas
ações que serão implementadas nas políticas sociais e que são baseadas em diagnóstico.
Além disso, pelo planejamento são coordenados os recursos e determinados os objetivos
e metas destas ações, de forma a conquistar os objetivos propostos. Ainda de acordo com
Teixeira (2019, p. 226), o planejamento permite à equipe de trabalho:
REFLITA
“[...] elaborar um projeto é antes de qualquer coisa prover recursos no sentido de forne-
cer soluções, transformando ideias em algo concreto”
SAIBA MAIS
Em projetos voltados a questões sociais existe uma leitura diferente das variáveis
a se tomar ação, como mostra a figura a seguir:
Fonte: o autor.
Embora projetos tenham, eventualmente, um fim, tal prerrogativa não deve orientar
as ações e muito menos retirar de seu conceito a ideia de que, na realidade, cada projeto
apresenta um ciclo, assim FORGEP (2016, p. 12) conceitua que “A ideia de que um pro-
jeto é um plano ou planejamento para consecução de objetivos ainda persiste, porém é
importante avançar na percepção de que um projeto em suas fases compõem um ciclo
completo”. As fases do ciclo de um projeto podem ser descritas como sendo:
Uma situação social negativa dificilmente tem solução com um projeto isolado, o
que ocorre na verdade é que cada projeto promove uma onda de mudanças, mas isso não
basta, e ignorar esse pressuposto é perigoso e ignora a possibilidade de que esse projeto
possa sofrer com manipulações políticas perversas (CAMPOS; ABEGÃO; DELAMARO,
2002, p. 17 apud PIERITZ, 2016, p. 76).
Para Brandão et al. (2014 apud SANT’ANNA; MAXIMIANO, 2017, p. 4), o Mar-
co Lógico foi desenvolvido como sistema de apoio na gestão de projetos de cooperação
internacional dentro de um cenário de difícil avaliação de organismos internacionais e
da disparidade entre resultados e objetivos, bem como seu complexo gerenciamento. E,
embora seja uma metodologia bastante objetiva, apresenta muitos opositores que alegam:
SAIBA MAIS
Fonte: RODRIGUES, Maria Cecília Prates. Marco Lógico. 2015 Disponível em: https://ideiasustentavel.
Camacho (2001 apud PEREIRA, 2015, p. 328,) aponta que “para se ter a visão
a mais precisa possível da realidade que se pretende intervir e para garantir uma melhor
comunicação da equipe, deve-se ter em mente que, a cada passo de construção realizado,
deve ser feita a formalização de acordos”. Com isso, se faz necessária a participação de
todos interessados na questão social em destaque:
O ideal é que representantes do público-alvo, ou beneficiários do projeto,
toda a equipe envolvida e os representantes dos financiadores participem.
“Cada passo do método se constrói sobre as bases dos acordos alcançados
no passo anterior,” (CAMACHO, 2001, p. 22 apud PEREIRA, 2015, p. 328).
Para Pereira (2015, p. 328), portanto, com a construção participativa desse projeto
é possível produzir um quadro que apresente 4x4 em número de linhas e colunas “em que
a primeira coluna aponta os objetivos, resultados e atividades, a segunda, os indicadores,
a terceira os meios de verificação dos indicadores e a quarta os riscos ou pressupostos”.
REFLITA
“A Matriz Lógica, [...] é utilizada tanto para desenhar projetos por meio de um processo
estruturado de maneira participativa quanto como um instrumento de apresentação, ge-
renciamento e avaliação de projetos”
Podemos perceber, com o decorrer desta unidade, que o planejamento não é fer-
ramenta e sim parte integrante da atuação do profissional de Serviço Social, bem como de
todos os atores envolvidos e atua como uma forma de viabilizador que permite o sucesso
dos projetos e intervenções.
Existirão diversos benefícios que poderão ser percebidos pelo uso de uma boa
metodologia de projeto e podemos concluir que o profissional de Serviço Social só tem a
ganhar em sua atuação. De fato, as intervenções sempre serão de maior qualidade quando
feitas de forma organizada, embasada e com metodologia aperfeiçoada.
O elemento complicante nesse processo de se criar um projeto que atenda alguma
demanda social, e o que o difere de outros projetos administrativos, está no fato de lidar com
seres humanos como sendo o objetivo de suas ações. Claro que esse componente também
possui suas ferramentas, como a análise FOFA e se destaca com o uso do Marco lógico.
Em um projeto social, o Marco Lógico permitirá mais coração em algo que outrora
seria apenas frio e analítico, focado nos números e incapaz de perceber toda a realidade
na qual deve promover mudanças.
A elaboração dos projetos sociais pautados em leis e políticas públicas que ampa-
ram o setor de assistência social, são essenciais para sua viabilidade e continuidade no meio
social em que estará inserido. Dessa forma torna-se primordial um prévio conhecimento
sobre suas etapas de elaboração e construção. Para tanto, faço a indicação de leitura do
livro: Projetos Sociais em Pauta: Um Roteiro de Construção Coletiva de Rosana Kisil.
KISIL, Rosana. Projetos sociais em pauta: um roteiro de construção coletiva. São
Paulo: SENAC, 2020.
LIVRO
Título: Gestão de projetos sociais: Compartilhando experiências
Autor: César Ricardo Aragão Barreto
Editora: Viseu
Sinopse: “Projetos Mudam o Mundo... e você como sonha em mu-
dar o mundo? Projetos Sociais, ou de desenvolvimento, impactam
a vida de centenas de milhares de pessoas por todo o mundo, neste
livro compartilho minha experiência no gerenciamento de projetos
sociais, alguns conceitos que criei e ferramentas que tenho usado
e experimentado em minha jornada.” Amazon.
FILME/VÍDEO
Título: Garapa
Ano: 2009
Sinopse: “O documentário mostra a dura realidade de uma família
do interior do Ceará em sua severa insegurança alimentar. A obra
foi dirigida pelo cineasta José Padilha, lançada em 2009, e tem
como tema a fome no mundo. O documentário é resultado de mais
de 45 horas de gravações da equipe, que acompanhou o cotidiano
de três famílias.” Fonte: http://www.joaquimnabuco.edu.br/noticias/
confira-7-filmes-que-todo-assistente-social-precisa-ver
BARROS, R. P. de.; LIMA, L. Avaliação econômica de projetos sociais. São Paulo: Fundação
Itaú Social, 2017. Disponível em: https://www.itausocial.org.br/wp-content/uploads/2018/05/
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126
TEIXEIRA, L. V. V. et al. Análise Institucional e serviço social. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
Estudante, o que podemos ter de destaque nesta caminhada que fizemos é que
estamos distantes daquele planejamento orgânico, quase inconsciente que os nômades
desenvolveram para se manterem vivos, talvez por estarmos tratando do planejamento que
promove o bem a outro. Mas é fato que compreender melhor o planejamento ajuda o Assis-
tente Social a entrar mais fundo na problemática que deseja construir uma sólida intervenção.
Embora os conceitos e estudos de planejamento se originem das ciências adminis-
trativas, sua aplicação na construção, gestão e avaliação das políticas sociais se mostra a
cada dia primordial ao seu sucesso, a sua efetiva e duradoura modificação da realidade dos
membros de nossa sociedade com maiores carências.
Paralelo ao conceito e emprego do planejamento nas políticas sociais, fica claro
que se precisa também trabalhar com a participação popular, ampliando o que preconiza
o controle social e mostrando que uma política que não ouve aquele que pretende ajudar,
pode não ajudar efetivamente.
Finalizando, temos que o processo de construção do bem estar é altamente buro-
crático, pois está imerso em leis e regulamentos, portanto, cabe ao profissional de Serviço
Social, o Assistente Social, construir suas competências de gestor de projetos para atuar
melhor como intermediador dos interesses da sociedade perante o Poder Público.
128
EduFatecie
E D I T O R A