Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e Brasileira
Professor Esp. Cláudio da Silva Júnior
Professora Me. Flávia Helena Franco de Moura
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
UNIFATECIE Unidade 1
Reitor Rua Getúlio Vargas, 333
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini UNIFATECIE Unidade 2
Rua Cândido Bertier
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia Fortes, 2178, Centro,
Paranavaí, PR
Secretário Acadêmico (44) 3045-9898
Tiago Pereira da Silva
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Kauê Berto
No mercado desde 2010, traz consigo uma longa bagagem e diversas parcerias
de sucesso, nos mais diversos segmentos. Chef de Cozinha, Personal Chef, Consultor
A&B, Pesquisador, ministra vários cursos compartilhando sobre valorização da produção
local, KM 0, produtos orgânicos em feiras gastronômicas e cursos de Pós-graduação pelo
Brasil. Estuda a ligação da cozinha empírica com a cozinha técnica, e resgata a culinária
do seu estado: o Paraná, mostrando ingredientes de origem, assim como seus preparos.
Considerado um cozinheiro regional urbano, traz aquela cozinha de conforto demonstrada
através de técnicas da alta gastronomia. Um defensor ao usar 100% dos alimentos que
trabalha, usa-se a expressão “De cabo a rabo” – ao usar o alimento por completo.
Sua influência é a mistura étnica ocorrida na região Sul que resultou em uma culi-
nária completamente diferente do resto do país, e ainda, conta com a presença da culinária
indígena, sobretudo, as técnicas, raízes e grãos.
Inovar. Essa é a palavra que caminha junto com Chef Cláudio Jr., trazer as caracte-
rísticas do interior do estado do Paraná, para o mundo. Mostrar que sua culinária e cultura
andam de mãos dadas.
UNIDADE I....................................................................................................... 3
História e Evolução da Panificação
UNIDADE II.................................................................................................... 28
Dos Grãos à Farinha
UNIDADE III................................................................................................... 54
Fermentos de Demais Ingredientes
UNIDADE IV................................................................................................... 81
Técnicas de Produção de Pães
UNIDADE I
História e Evolução da Panificação
Professor Me. Cláudio da Silva Junior
Plano de Estudo:
● Da descoberta dos grãos ao início da panificação;
● A panificação na Idade Média;
● O esplendor da Renascença;
● As contribuições da Revolução Industrial.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a origem da panificação;
● Compreender a evolução da panificação na Idade Média;
● Compreender a importância da retomada da
produção de pães na Idade Moderna;
● Estabelecer a importância do desenvolvimento
industrial para a popularização do pão.
3
INTRODUÇÃO
Bons Estudos!!
1.2.1 Egito
De acordo com Bresciani (1999), o trigo, a espelta e a cevada já eram cultivados
no Egito há mais de 6.000 anos. O Nilo inundava periodicamente as regiões das planícies,
tornando a região fértil, na qual produziam cereais em quantidade abundante e suficiente
para consumo nacional, e exportação para a Grécia.
[...] encontrou-se cevada em sítios pré-históricos do delta datados de cerca
de 4.000 a.C., à qual se devem acrescentar o trigo e a espelta. As planícies
do Nilo, periodicamente inundadas, produziam cereais em quantidade abun-
dante e suficiente para o consumo nacional e para a exportação. O trigo e a
cevada constituíam a base da alimentação e eram usados para a fabricação
do pão e da cerveja [...] (BRESCIANI, 1999, p. 71)
1.2.2 Grécia
Acredita-se que nessa época houve uma grande evolução nas técnicas de moa-
gem e no uso de forno, uma vez que os gregos da antiguidade já possuíam em torno de 72
tipos diferentes de pão. As novas técnicas de moagem permitiram a produção de farinhas
com com espessuras diferenciadas, além disso, a combinação com grãos, ervas, óleos e
sementes ampliou o número de produções. Os pães tinham formatos diferentes, de acordo
com os sabores, assim, existiam pães em forma de cones, ovais, retangulares, redondos e
os básicos, que eram achatados.
A Idade Média teve início em 476 com a queda do Império Romano, e foi marcada
pela urbanização desordenada da Europa, pela fome, pelas descobertas em expedições
ao Novo Mundo, e pelo surto de muitas doenças. Mas também foi momento de luxo e
extravagância nas monarquias e e entre os ricos, conforme observação de Leal (1998):
A cozinha da Idade Média apresentava mais luxo do que sabedoria. Os in-
gredientes eram simplesmente justapostos, sem preocupação com a com-
binação. O que importava era a apresentação dos pratos e não como os
alimentos eram preparados (LEAL, 1998, p. 31).
Os pães eram feitos principalmente de trigo, mas a qualidade da farinha era mui-
to variada e o tipo de farinha usada, continuava a delinear as posições na sociedade,
tornando-se símbolo de status. Como a farinha branca era mais cara devido ao método
de processamento, só os cidadãos ricos consumiam o pão branco. Os pães das classes
trabalhadoras eram maiores e continham mais farelo, casca e gérmen de trigo. Os mais
pobres consumiam o pão de trigo integral, também conhecido como pão marrom.
Segundo Suas (2012), o pão mais consumido no Brasil é o chamado ‘pão francês’,
também conhecido como filãozinho, cacetinho, pão de sal, pão jacó, média, entre outros. A
origem do ‘pão francês’ do Brasil não é muito certa, acredita-se que a receita foi elaborada
no início do século XX, quando as famílias mais abastadas, que retornavam da França,
descreviam as características do pão francês com intuito de que fossem reproduzidos nas
padarias do Brasil. O ‘’pão tipo francês” seria então, uma adaptação que os padeiros bra-
sileiros fizeram com base nas descrições solicitadas pelos seus fregueses, que mais tarde
ganhou o nome de ‘pão francês’.
Além do tradicional pão francês, temos o pão de queijo, feito de polvilho, como
mais um representante de peso da panificação brasileira. Atualmente, diversos ingredientes
como mandioca, pinhão, cará, banana, cupuaçu e castanhas brasileiras têm sido incorpo-
rados aos pão, agradando ao paladar de todos os brasileiros.
O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às micros e pequenas empresas), classifica
as padarias de acordo com o perfil do estabelecimento:
● Padaria boutique: localizada em áreas nobres, com clientes em potencial com
alto poder aquisitivo, atendem com produtos próprios e importados.
● Padaria de serviço: instalada em localização de grande circulação, oferece
refeições, serviços de bar e produtos de padaria, confeitaria e rotisseria.
● Padaria ponto quente ou ponto de pão: posto de venda de uma padaria ou
filial, que recebe pães prontos ou congelados para serem assados no local.
A culinária francesa é famosa, entre outras coisas, pela variedade de doces e pães ser-
vidos em padarias e cafés de lá. Não há quem não fique de água na boca, por exemplo,
diante da vitrine de doces de Daniel Briand ou do balcão da La Boulangerie, dois dos re-
presentantes dessa culinária por aqui. São tantas delícias que até confundimos os nomes.
Dono da La Boulangerie, o pâtissier francês Guillaume Petitgas possui uma fascinação
pela cozinha desde pequeno. Nos fins de semanas, os pais o levavam para visitar as pa-
darias de amigos, surgindo a curiosidade de como farinha, água, sal e fermento ganham
sabor e textura. Conheça o glossário de termos utilizados na panificação francesa, feito
por Petitgas para não confundir mais os nomes.
Fonte: Disponível em: RODRIGUES, Samira. A panificação francesa é cheia de delícias. Metrópoles,
REFLITA
“O pão é universal, e, ao mesmo tempo, único. Ele expressa a forma como determinada
cultura interage com o seu ambiente para produzir comida”
no norte da Itália).
LIVRO
Título: Seis mil Anos de Pão: a Civilização Humana Através de
seu Principal Alimento
Autor: Heinrich Eduard Jacob.
Editora: Nova Alexandria.
Sinopse: O pão tem uma presença capital na história da huma-
nidade, quer por sua própria relevância para a aventura da so-
brevivência quer pelo simbolismo que sempre o envolveu, como
elemento fundamental de diversas culturas. Essa é uma das lições
do livro ‘Seis mil anos de pão - A civilização humana através de
seu principal alimento’, do escritor e historiador alemão Heinrich
Eduard Jacob. Nenhum outro produto, antes ou depois da sua
descoberta, há seis mil anos, dominou o mundo antigo, material
e espiritualmente, como o pão foi capaz de fazer. ‘Seis mil anos
de pão’ compõe um impressionante retrato das mutações tecno-
lógicas e culturais, políticas, sociais, econômicas e psicológicas,
onde o pão entrou enquanto personagem e autor vivo da história
humana.
FILME/VÍDEO
Título: O Ingrediente Secreto
Ano: 2017.
Sinopse: Vele é um mecânico ferroviário que cuida do pai, que
tem câncer. Para amenizar suas dores, ele desenvolveu um bolo
com maconha. Sua paz termina quando traficantes e vizinhos en-
xeridos querem descobrir a fórmula do doce. Vele e o pai, então,
rumam para uma cidade remota, onde costumavam passar férias.
Contudo, o chefe da máfia os encontra e diz que poupará a vida
deles em troca da receita.
Plano de Estudo:
● O trigo;
● Tipos de farinha de trigo;
● Outros cereais;
● Aditivos e melhoradores de massa.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e compreender a estrutura do grão de trigo
e seus principais componentes;
● Compreender as diferenças entre os vários tipos de farinha de trigo;
● Compreender a importância do uso de outros cereais na panificação;
● Estabelecer a importância do uso de aditivos e melhoradores
de massa aprovados pela Anvisa.
28
INTRODUÇÃO
Bons Estudos!!
1.1 Casca
A casca (ou farelo) é a película protetora de todo o grão e representa de 7,8 a 8,6%
do total do grão. Feito de várias camadas, apresenta alto teor de fibras insolúveis, além de
minerais e vitamina B. Devido ao alto teor de fibras insolúveis, pães feitos com farelo de
trigo melhoram a digestão, saciam por mais tempo, reduzem colesterol e ainda aumentam
a quantidade de vitaminas ingeridas. (KALANTY, 2012).
1.3 Endosperma
O endosperma constitui a maior parte do grão e é também a mais importante,
equivalente a cerca de 87% a 89% do peso do grão de trigo. É do endosperma que se
obtém a farinha, e é nessa parte do grão que estão o amido e as proteínas.
O que denominamos de farinha é o endosperma moído, composto de amido e
proteínas (mais amido que proteínas). O amido se torna alimento para o fermento, fazendo
o pão crescer, e a proteína se desenvolve em cadeia de glúten, conferindo elasticidade ao
pão (KALANTY, 2012).
1.4.1 Amido
A partir da hora em que o grão de trigo é moído resulta na farinha o produto da
moagem do endosperma, e o amido é o principal elemento do endosperma, por ter uma
quantidade maior do que as proteínas. O amido do trigo é composto por unidades de
açúcares (glicose) ligadas entre si, formando cadeias. Enquanto ao glúten são atribuídas
as características de crescimento da massa do pão, o amido é responsável pelas carac-
terísticas do miolo. Durante o forneamento do pão, o amido e a água presentes na massa
gelatinizam, fenômeno que enrijece a massa.
A gelatinização do amido de trigo ocorre entre 52°C e 63°C. Com esse fenômeno,
existe menos água livre para se difundir (e evaporar) para a superfície (REDOSCHI et al.,
2018). No momento em que o pão resfria, a viscosidade do gel de amido no miolo aumenta,
o que dá estrutura ao pão.
1.4.2 Glúten
O glúten não é realmente encontrado na farinha, mas assim designamos por ser
proveniente de proteínas que constituem o endosperma do trigo. O endosperma é com-
posto por gliadina e glutenina, duas proteínas que, em contato com água e com ação de
amassamento (sova), unem-se, formando o glúten.
Quando fazemos um pão, misturamos todos ingredientes, e na hora de adicionar
água, quanto mais água conseguirmos adicionar à massa, maior será a quantidade de
glúten presente na farinha e consequentemente, mais estruturada será a massa. O glúten
tem a capacidade de absorver até 200% do seu peso inicial em água.
O glúten também é importante para a fermentação. Quando deixamos a massa
fermentar, ocorre a produção de gás carbônico, que fica retido pelo glúten, fazendo com
que a massa do pão cresça e fique firme.
As proteínas do trigo estão divididas em solúveis (albuminas e globulinas) e proteí-
nas de reserva (gliadina e glutenina). A gliadina e a glutenina, após entrarem em contato
com a água e sofrerem o atrito mecânico (sova) efetuado na preparação da massa, se
entrelaçam, formando uma malha fibrosa e elástica. Essa rede de fibras é o glúten que é
o responsável pela extensibilidade e pela elasticidade que conferem volume e qualidade à
massa (REDOSCHI et al., 2018).
Glícidos 56 g
Água 35 g
Proteínas 7,5 g
Lipídios 1g
Sódio 370 mg
Cálcio 100 mg
Potássio 109 mg
Enxofre 50 mg
Fósforo 100 mg
Vitamina B1 0,07 mg
Vitamina B2 0,03 mg
Vitamina E 0,023 mg
Fonte: SEBESS (2014, p. 26)
Assim, para cada alimento a ser produzido devemos utilizar o tipo de farinha ade-
quada, conforme apresentado na tabela abaixo;
Dentro da panificação, a farinha de trigo é a mais panificável, por ter mais proteínas
formadoras de glúten na sua composição, mas isso não quer dizer que seja a única. Exis-
tem muitas farinhas alternativas que resultam em uma enorme variedade de pães. Existem
também, receitas que preveem a substituição total da farinha de trigo.
Encontra-se no mercado inúmeras farinhas importantes para a panificação, combi-
nadas com farinha de trigo ou mesmo puras. Essas farinhas agregam valores nutricionais,
aroma, textura, sabor e cor aos pães, permitindo vasta variedade de resultados de acordo
com as associações feitas durante o preparo.
Um estudo divulgado pela Embrapa, afirma ser possível substituir até 6% da farinha
de trigo por amido de milho normal, sem que haja prejuízo da qualidade do pão obtido. Esse
mesmo estudo descreve ainda a possibilidade de uso simultâneo de amido de milho normal
e o amido pré gelatinizado (REDOSCHI et al., 2018).
Não podemos esquecer que muitas doenças do aparelho digestivo estão asso-
ciadas à ingestão do glúten. Movimentos mais radicais, como os vegetarianos e veganos,
apontam que produtos elaborados com farinhas podem causar danos à saúde. É importante
conhecer as opções de farinhas para substituição em pães com teor reduzido de trigo, ou
totalmente sem ele.
3.3 Araruta
Araruta é a combinação de amidos de várias raízes tropicais. Tem poder duas vezes
mais espessante que a farinha de trigo, mas não contém glúten. E por ser de digestão rápida,
é muito usada na fabricação de produtos para alimentação infantil (CANELLA-RAWLS, 2012).
3.4 Amaranto
São pequenas sementes conhecidas por serem a base da alimentação das civili-
zações pré colombianas como os incas e os astecas. Tem sabor adocicado e textura fina e
é usada como farinha secundária na produção de massas, biscoitos, panquecas e waffles.
Quando aquecida, torna-se gelatinosa e viscosa, por causa do alto teor de amido presente
no grão (CANELLA-RAWLS, 2012).
SAIBA MAIS
Considerado um dos cereais mais antigos e cultivados do mundo, o trigo já ocupa seu
espaço na produção agropecuária brasileira, principalmente para a produção de farinha
para pães, além de massas e bebidas, tais como a cerveja. Com uma produção mundial
que gira em torno de 750 milhões de toneladas, o trigo é também uma cultura bastante
importante para o agronegócio brasileiro. No ano de 2020, a produção brasileira de trigo
ficou em 6,3 milhões de toneladas, segundo estimativas da Consultoria Safras & Mercado.
Diante da produção interna crescente e da importância do trigo para a economia agríco-
la brasileira, o interesse de produtores nacionais no cultivo deste cereal cresce a cada
ano, representando uma excelente opção de cultivo.
Conheça algumas informações e dicas sobre o plantio, controle de pragas e colheita do
trigo, para entender como tornar essa cultura mais eficiente, competitiva e sustentável.
Do mesmo modo que o compositor parte do silêncio, e o pintor começa o quadro pela
tela em branco, o padeiro elabora o seu pão preenchendo a água com farinha.”
(Luiz Américo Camargo, autor do livro Pão nosso: receitas caseiras com fermento natural, 2014).
Chegamos ao fim da Unidade II, e certamente sua curiosidade foi aguçada, para
começar a preparar os melhores pães do mundo!
Dentro da panificação, podemos dizer que a farinha de trigo é fundamental por
ter mais proteínas formadoras de glúten na sua composição. Mas isso não quer dizer que
seja a única, pois existem muitas farinhas alternativas, que aliadas ao trigo resultam em
uma enorme variedade de deliciosos pães, como a farinha de arroz, de aveia e a fécula,
que não contém glúten, e podem substituir o trigo em caso de restrições alimentares. As
farinhas de milho, cevada e centeio, são muito usadas na composição de pães integrais,
pois aumentam o valor nutritivo e a quantidade de fibras.
Para produzirmos um bom pão é preciso que a cocção ocorra em condições técni-
cas adequadas, de uma massa preparada com farinha de trigo, fermento biológico, água
e sal - assunto da Unidade III; podendo conter outras substâncias alimentícias aprovadas
pela Anvisa, conhecidos como aditivos que agregam diferentes características aos variados
tipos de massas de pão.
A rede de glúten formada pela adição de água na farinha, seguido da sova (ação
mecânica) é o ingrediente principal na produção de massas, por dar estrutura e firmeza aos
pães.Os amidos dão corpo ao miolo do pão, além de maciez, ele interfere na coloração do
pão. O glúten está relacionado à função de proporcionar elasticidade, resistência à tensão
e extensibilidade durante a fermentação da massa.
Agora que você já conhece tudo sobre o trigo, as farinhas, os diferentes tipos de
cereais e os melhoradores, convido você a mergulhar na próxima Unidade para aprender
sobre os ingredientes que enriquecem as massas nos nossos pães de cada dia.
Caso 2: Santa Efigênia Pão & Cia – gestão, inovação e serviços diferenciados
FILME/VÍDEO
Título: Natal é amor
Ano: 2019.
Sinopse: Ellie Hartman (Brooke D’Orsay) é uma confeiteira que
trabalha na padaria de uma pequena cidade. Quando Nick Carlin-
gson (Daniel Lissing), o novo CEO de cidade grande, chega cheio
de planos de modernizar a padaria, ela se vê se apaixonando en-
quanto tenta convencê-lo de que são as pessoas e não máquinas
que fazem de seu negócio um sucesso.
Plano de Estudo:
● Fermentos e fermentação;
● Água e sal;
● Açúcar, leite e ovos;
● Gorduras.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os tipos de fermento e os diferentes métodos de fermentação;
● Compreender a ação do sal e do açúcar na produção de pães;
● Compreender a importância de agentes enriquecedores na panificação;
● Estabelecer a função das gorduras na fabricação dos pães.
54
INTRODUÇÃO
Bons Estudos!!
De uma maneira generalizada, uma massa deve crescer entre 21°C a 28°C, com
umidade de 50% a 80% por cerca de 45 minutos a 1 hora e 30 minutos. Não podemos
esquecer que o fermento é um ser vivo - a 45°C ele já está em risco,e a 60°C ele morre.
1.2.4 Pré-fermentos
A fermentação primária, ou pré fermentos como também é chamada, possibilitam
diferentes ações da levedura na fermentação. Segundo Suas (2012) a base para um pré-
-fermento é sempre semelhante (farinha, água, fermento, natural ou industrial, e, em alguns
casos, sal), porém, altera-se a textura e o período controlado de tempo de fermentação
antes de se adicionar à massa final, obtendo diferentes resultados.
1.2.4.1 Biga
A biga é um termo italiano que significa pré-fermento. Pode ser de consistência
firme ou mais líquida, mais azeda, fermentadas em temperatura ambiente ou ainda em am-
bientes frios tendo até 100% de hidratação. E em uma mistura de centeio, água, fermento
comercial sem sal, é deixada descansando cerca de 12 a 15 horas. Ao nosso modo, a biga
se caracteriza por um pré-fermento mais firme, com menos água e mais farinha que uma
esponja (65% de água para 100% de farinha, utilizando de 0,8% a 1% de fermento biológico
fresco). Em temperatura controlada a 16°C, a biga pode ser mantida em fermentação por
até 18 horas (SUAS, 2012).
1.2.4.2 Poolish
O poolish é um pré-fermento industrial criado na Polônia, que se disseminou du-
rante a década de 1840. Era muito usado na Áustria, usado como fermentador dos pães de
Viena, e mais tarde se popularizou na França, por influência dos anúncios do pão vienense.
Tinha como característica sabor mais suave, menos ácido e mais leve do que um pão
elaborado como o pâte fermentèe, levain ou o sourdough. Atualmente, é utilizado em todo
o mundo, da América do Sul ao Japão.
Na preparação do poolish, utiliza-se de base o volume de água que vai na receita
ou na fórmula do padeiro, podendo variar de 20% a 80% do total de água (em temperatura
de 16°C), usando a mesma quantidade de farinha e a consistência será mais líquida. Não
é comum acrescentar sal a esse pré-fermento, então, para manter o efeito de fermentação
esperado, deve-se controlar a quantidade de fermento acrescida à massa de acordo com
o tempo disponível para a fermentação. O indicado é deixar que o poolish fermente em
temperatura ambiente (considerada de 27°C a 29°C).
Normalmente não se acrescenta sal e a utilização de uma esponja resulta num pão
com sabor levemente adocicado. O ideal é que se espere essa massa forme bolhas bem
delineadas à superfície e começarem a se romper, sinalizando que ela está pronta para ser
misturada à massa final. Se ela não chegar a esse ponto, sua utilização não terá o mesmo
resultado, pois não terá desenvolvido a acidez suficiente – bem como o excesso de fermen-
tação deixará a esponja muito ácida cuja característica afetará o pão. A acidez ideal de uma
esponja também prolonga a vida do pão depois de assado. As massas doces também são
muito beneficiadas com o uso da esponja, já devido à grande quantidade de açúcar, a rede
de glúten não se desenvolve bem; assim, a esponja ajuda a estabilizar a massa.
Segundo Sebes (2014, p. 58) entre as principais vantagens do uso da esponja temos:
● Aumento do sabor do pão, com um leve gosto de avelãs
● Aumento do tempo de conservação do pão
● Manutenção da massa do pão no formato original
● Melhora da cocção, com boa coloração.
A pâte fermentée pode ser usada desde baguetes e pães de forma, até brioche e
croissant.
Tempo antes
Programação Farinha Água Starter da próxima
fermentaçao
1o dia - manhã 500 g de farinha integral 1000 g 24 horas
e 500 g de farinha branca
2o dia - manhã 500 g de farinha branca 500 g 500 g 6 a 8 horas
2o dia - tarde 500 g de farinha branca 500 g 500 g 16 horas
3o dia - manhã 500 g de farinha branca 500 g 500 g 6 a 8 horas
3 dia - tarde
o
500 g de farinha branca 500 g 500 g 16 horas
4o dia - manhã 500 g de farinha branca 500 g 500 g 6 a 8 horas
4o dia - tarde 500 g de farinha branca 500 g 500 g 16 horas
5 dia - manhã
o
500 g de farinha branca 500 g 500 g 6 a 8 horas
5o dia - tarde 500 g de farinha branca 500 g 500 g 16 horas
Fonte: SUAS (2012, p. 97).
Farinha 100%
Água 50%
Starter 50%
Total do primeiro alimento 200 %
Fonte: SUAS (2012, p. 99).
O starter é retirado depois do 5º dia, então, 50% deve ser guardado e a outra metade
deve ser alimentada para utilização na massa final de um pão. Esta primeira alimentação deve
fermentar por 12 horas em temperatura ambiente e em seguida deve ser novamente alimentado.
Farinha 100 %
Água 50 %
Primeiro alimento 50 %
Total do primeiro alimento 200 %
Fonte: SUAS (2012, p. 99).
2.1 Água
Depois da farinha, a água é o ingrediente mais importante do pão (KALANTY, 2012),
E é a responsável pelo resultado final do pão - se ficará leve ou não, pelo tamanho dos
alvéolos e pela crocância da casca (CAMARGO, 2013).
A quantidade de água pode variar de 55% a 65%, mas há massas que requerem
até 100% de água, calculada sobre a quantidade de farinha - isso vai depender do modo
como o pão será feito e da farinha que será utilizada. Farinhas mais fortes (com maior teor
de proteína — aproximadamente 12%) absorvem maior quantidade de água sem que haja
diminuição de estrutura (REDOSCHI et al., 2018).
Entre as principais funções da água, temos:
3.1 Açúcar
Açúcar é qualquer composto químico do grupo dos carboidratos que fornece sabor
de doçura, seja solúvel em água e possa se cristalizar. Os açúcares são carboidratos
que ocorrem naturalmente em frutas e vegetais; mas também podem ser encontrados em
produtos de origem animal. Podemos utilizar açúcar branco, mascavo, demerara, xarope
de milho, de bordo e mel (KALANTY, 2012).
A adição de açúcares à massa facilita a adaptação das leveduras ao processo de
fermentação e tem as seguintes funções na panificação:
Cada tipo de açúcar tem características próprias e funções específicas para cada
tipo de produção:
1. Cristal: açúcar branco, refinado, com cristais grandes e transparentes, que não
passa por algumas fases de refino, mas que se dissolvem facilmente.
2. Confeiteiro: tem granulação mais fina do que a do açúcar branco comum. É
utilizado para coberturas, confeitos e excelente para fazer glacês e coberturas
na confecção de macarons.
3. Açúcar mascavo: possui sua coloração marrom porque no seu processo, o
melaço é mantido. É bastante usado na fabricação de pães integrais, já que em
pães brancos a cor do mascavo escurece a massa final.
4. Refinado: é o mais usado na produção de pães.
5. Impalpável: é o açúcar transformado em pó extremamente fino e tem textura
macia; os fabricantes acrescentam amido, geralmente em média 3%, para im-
pedir o aglutinamento. É utilizado para coberturas, confeitos e excelente para
fazer glacês e coberturas.
6. Açúcar demerara: cristais de grão grosso de açúcar de melaço, de aspecto bri-
lhante e sabor característico. Difere do açúcar mascavo por ter cristais maiores.
Usado na produção de pães integrais.
A quantidade de açúcar deve seguir a proporção recomendada para cada tipo de massa.
Massa pobre: até 4%; semirrica: de 5% a 10%; rica: acima de 11% (REDOSCHI et al., 2018).
DA REDE DE GLÚTEN
Quantidade de açúcar
Açúcares e a colônia de Açúcares e a rede de
em relação ao % de
fermento glúten
farinha
Menos de 5% Poucos efeitos Poucos efeitos
Acelera o metabolismo do fer-
Amacia o glúten
mento. O crescimento ligeira-
De 5 a 10% que estica com mais
mente mais rápido mantém o
facilidade.
sabor suave da massa.
Roubam proteínas ,
Rouba o suprimento de água
De 11 a 20 % deixando a massa muito
do fermento, podendo causar a
macia (caso das massas
morte das leveduras.
doces.
Fonte: adaptado de KALANTY (2012, p.37)
3.2 Leite
O leite enriquece a massa do pão por aumentar o valor nutritivo, por dar maior
estabilidade à massa e melhorar o aroma e sabor. O leite também interfere na textura e
coloração da casca, devido à presença de açúcares na sua composição, o que mantém a
qualidade do produto depois de assado.
Os pães feitos com água tendem a ser mais crocantes, como os pães de massa
seca (pão francês). O leite traz maciez, mais miolo, farelo suave e deixa a casca fina. Ge-
ralmente, o leite é utilizado nos pães doces de sanduíche, no pão de forma, e de cachorro
quente, que são pães que exigem uma massa mais macia.
É possível usar o leite em pó ou líquido (integral, semidesnatado ou desnatado).
O leite em pó é muito usado em escala comercial na linha produtiva da panificação, por
ter maior durabilidade, ocupar menos espaço de estoque, e poder ser adicionado com os
ingredientes secos, sem interferir na proporção de água.
3.3 Ovos
O ovo não é um ingrediente fundamental, mas os ovos são usados em grande
escala em produtos de panificação por conferirem maciez à massa, melhorar a cor do pão
e aumentar o seu valor nutritivo.
A clara é rica em proteínas (principalmente albumina), que se liga à rede de glú-
ten, ajudando a manter a estrutura do pão (principalmente nas massas doces), além de
contribuir para que o pão resseque mais rápido após a cocção. Portanto, acima de 10% de
adição de ovo na massa, o ideal é adicionar somente gema, e não o ovo inteiro. Produções
como brioches e panetones devem receber maior quantidade de gema, ou somente gema
no seu preparo para que fiquem macios por mais tempo (CANELLA-RAWLS, 2012).
A gema é rica em gordura e agrega cor e sabor à massa.
ago 2021.
REFLITA
2021.
Chegamos ao final de mais uma Unidade, e tenho certeza que você percebeu como
a escolha dos ingredientes é extremamente importante para a panificação. Você algum dia
imaginou que a água é um dos ingredientes decisivos para o resultado final de um pão?
Os ingredientes essenciais para a fabricação de pão são farinha de trigo, água,
sal e fermento biológico. O sal é indispensável em qualquer formulação de pão. Exerce
algumas funções, tais como controlar a fermentação, fortalecer o glúten das farinhas, tem
ação bactericida, é decisivo na hidratação das massas, atua como realçador de sabores e
clareia o miolo do pão.
O fermento desempenha o papel principal de fazer a conversão de açúcares fer-
mentáveis presentes na massa a gás carbônico e etanol. Além de produzir CO2, que é o
gás responsável pelo crescimento do pão,, tornando-a mais elástica e porosa, que após o
cozimento é digestível e nutritiva.
Os pré-fermentos são essenciais para resultados de um pão de qualidade e com
maior durabilidade. Sabendo as características de cada fermentação prévia, você é capaz
de identificar qual é a melhor opção para um pão italiano ou para um pão doce.
Os agentes enriquecedores são os açúcares, os ovos, o leite e as gorduras.
O açúcar, além de dar sabor, auxilia na coloração e melhora a textura. As gorduras
auxiliam no manuseio da massa, deixando-a menos pegajosa, além disso, também contri-
buem para dar sabor, odor e textura.
Os ovos dão sabor, cor, contribuem para a estruturação da massa e incorporam ar
quando batidos. Para fazer pão é possível substituir a água por leite, leitelho/soro de leite
ou sucos de fruta. Leite e soro de leite reforçam o sabor e tornam a crosta do pão mais
mole, enquanto o uso da água resulta em uma crosta mais rígida. Podemos utilizar uma
pequena quantidade de sucos de frutas para conferir ao pão um sabor frutado.
Mas não se esqueça que todos os ingredientes do pão devem ser usados nas
proporções adequadas - tanto em excesso, quanto em quantidades insuficientes, alteram
as características desejáveis aos produtos de panificação.
Fátima Fernandes
LIVRO
Título: Os Segredos da Fermentação - os sabores, os benefícios
e a arte de fazer em casa.
Autor: Sandor Ellix Katz.
Editora: Lua de Papel.
Sinopse: Esta obra é mais que um livro de receitas. O livro ensina
a fermentação, não focado em pães, unicamente, mas é bom para
entender a fundo como funciona o processo. É uma visão bioló-
gica, em que são consideradas as vidas de fungos e bactérias, e
ainda uma visão contestadora em relação à universalização dos
sabores.De acordo com a autora, “fermentar a sua própria comida
significa fazer um eloquente protesto — dos sentidos — contra
a homogeneização dos sabores e das experiências alimentares
que hoje se estende como uma vasta planície indiferenciada por
todo o nosso planeta. O ato também é uma declaração de inde-
pendência de uma economia que preferiria que fôssemos todos
consumidores passivos de suas commodities em vez de criadores
de produtos originais para nos expressar e expressar os lugares
onde vivemos”.Leitura indicada e bem oportuna aos interessados
no assunto, especialmente para ter outro tipo de visão a respeito
do processo.
LIVRO
Título: Pão, Arte e Ciência
Autor: Sandra Canella-Rawls.
Editora: Senac.
Sinopse: todos supõem conhecer bem o pão, esse alimento uni-
versal e ao alcance diário do paladar de ricos e pobres, mas serão
surpreendidos neste trabalho pela variedade de informações que o
tema fornece. Sua antiguidade, que faz deste alimento um produto
tipicamente artesão, contrasta, por exemplo, com sua modernida-
de, no sentido do que já se criou em panificação e da interminável
condição de continuar criando. Gourmand World Cookbook Awards
2005 - Melhor Livro sobre Pão.
FILME/VÍDEO
Título: Uma doce disputa
Ano: 2016.
Sinopse: Vivien (Aimee Teegarden) e Chloe (Krysta Rodriguez)
são duas primas que moram no Brooklyn. Elas são inseparáveis
desde a infância, ao menos até os recentes acontecimentos. A
repentina morte da sua tia Isabelle as deixou com uma herança
desafiadora, a antiga padaria da tia. Vivien adia sua viagem dos
sonhos para a Europa para poder cuidar da loja e deseja manter
as coisas de forma tradicional. Chloe, assistente do chefe em
um programa de cozinha, deseja colocar algumas novidades na
padaria. Mas, quando o banco revela que a loja está prestes a ser
fechada, as duas precisam agir.
Veja a bela produção do The Food Club (clube da comida, livre tradução) para pre-
parar um pão de espelta rústico.
Plano de Estudo:
● Fermentos e fermentação;
● Água e sal;
● Açúcar, leite e ovos;
● Gorduras.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender a importância da sequência de fases na fabricação de pães;
● Conceituar e contextualizar os equipamentos e utensílios utilizados em panificação;
● Estabelecer a importância dos cálculos de porcentagem na panificação;
● Compreender a classificação e os tipos de pães.
81
INTRODUÇÃO
Bons Estudos!
Segundo Kalanty (2012), o ideal é que cada um deles seja pesado, pois não dá
para se confiar em medidas caseiras, como a xícara e as colheres. Usar a balança é a
maneira mais confiável de seguir à risca sua receita, pois, uma xícara de manteiga não tem
o mesmo peso que uma xícara de farinha. A precisão nas medidas permite a padronização
e a qualidade do produto. O uso correto de uma balança de precisão, inclusive para medir
a água, assegura que as quantidades dos ingredientes estejam de acordo com o que foi
solicitado nas fórmulas (KALANTY, 2012).
1.1.2 Mistura
A mistura adequada dos ingredientes permite uma distribuição homogênea na
preparação da massa. A mistura otimiza o desenvolvimento do glúten, aumentando a
elasticidade e a viscosidade da massa, o que permite a retenção dos gases durante a
fermentação, fazendo a massa crescer. Considera-se que a mistura se constitui em quatro
etapas, começando pela farinha, adicionando os ingredientes secos, o fermento, e, por
último, a água, que deve ser mantida em temperatura média de 23°C a 25ºC. Acima dessa
temperatura, o fermento cresce rápido demais, não chegando ao ponto ideal de textura e
sabor; e abaixo o tempo será longo demais até atingir a fermentação ideal (SUAS, 2012).
1.1.3 Divisão
Essa é a etapa em que se corta o montante da massa, em porções de acordo com
o peso de cada pão, e dando formato redondo, ou baleando à massa. No boleamento, uma
película se forma em volta da massa por causa do estiramento do glúten exterior em uma
camada lisa, que atuará contendo o gás dentro nas massas durante o descanso.
1.1.4 Modelagem
Esta etapa, induz a massa fermentada a atingir sua forma final, sejam pães de
forma, tranças, baguetes e outros (KALANTY, 2012). No processo de modelagem, é dado
à massa o formato que se deseja de maneira manual ou mecânica, através da modeladora
mecânica. Na modeladora, o pão é prensado para a desgaseificação, e em seguida, é
laminado, alongado e enrolado conforme a regulagem (SEBESS, 2014).
O pão pode ser modelado em vários formatos: baguetes, filão, redondo ou colocado
em formas. Em seguida, o pão é transferido para as formas ou assadeiras, para fermentar
dentro de armários fechados ou estufas.
Pode ser feito o talho, ou pestana, uma incisão em forma de desenho na massa
com uma lâmina fina. De acordo com as características do pão, o talho deve ser feito
imediatamente antes da cocção. (KALANTY, 2012).
2.1.3 Masseira
São feitas em inox, com um tacho ou bacia fixos, onde os ingredientes são incorpo-
rados em uma velocidade mais baixa, por um braço (ou garfo) de forma espiral, perpendicu-
lar à base do tacho. A função desse equipamento é misturar a massa com eficiência e bater
a massa até desenvolver o glúten. No Brasil, os modelos mais conhecidos são a masseira
espiral e as masseiras rápidas e semi rápidas. (MANUAL PRÁTICO DE PANIFICAÇÃO
SENAC, 2018):
As masseiras espirais, na maioria das vezes, têm duas velocidades. A primeira fase
só mistura os ingredientes. Para o desenvolvimento da massa, o padeiro passa a usar a
segunda velocidade. Permitem um controle automático através de timers, para controlar o
tempo de cada fase da mistura e alisamento da massa (GISSLEN, 2011).
2.1.4 Cilindros
Os cilindros complementam o trabalho das amassadeiras, fazendo a sova para
desenvolver melhor o glúten. Embora alguns modelos dispensem o seu uso, muitas vezes,
os padeiros optam por ele em alguns tipos de pães, ou por causa da qualidade das farinhas.
O cilindro é formado por dois rolos, que giram no mesmo sentido, e regulagem de distância,
com o intuito de comprimir a massa. Possuem sistema de segurança, com parada de emer-
gência e grade de proteção, que distanciam os dedos do manipulador (MANUAL PRÁTICO
DE PANIFICAÇÃO SENAC, 2018).
2.1.6 Modeladoras
Depois que a massa passa pela divisora, ela é boleada e modelada. Modeladoras
enrolam pães, como o pão francês, a bisnaga e o baguete automaticamente, eliminando o
trabalho manual. A massa passa por dois rolos de feltro, que giram em sentido contrário, e
enrolam ao passar pelos rolos (GISSLEN, 2011).
2.1.7 Laminadoras
A laminadora é um grande cilindro que abre porções de massa em uma lâmina de
espessura uniforme. Para abrir uma lâmina fina de massa, é necessário passá-la várias ve-
zes pela máquina, e ajustar a distância dos rolos a cada passagem, até atingir a espessura
desejada. É muito usada para abrir massa de pastel, macarrão e massa folhada.
2.3 Fatiadoras
Equipamento que corta em fatias os pães de sanduíches ou de fôrmas, filões ou
bolas. Os pães entram pela parte superior e descem por uma rampa até as lâminas, saindo
fatiados na parte inferior da rampa.
O pão já deve estar bem frio para ser fatiado e as lâminas precisam estar afiadas
para facilitar a operação, evitando que os pães amassem, rasguem ou grudem nas lâminas
(GISSLEN, 2011).
INGREDIENTES PESO
Farinha de Trigo 100 kg
Água 60 kg
Manteiga 6 kg
Açúcar 2 kg
Sal 1 kg
Fermento biológico fresco 3 kg
Melhorador 0,5 kg
TOTAL 168,5 kg
Fonte: Adaptado de Manual Prático de Panificação SENAC (2018).
O método de porcentagem pode ser útil também, para desenvolver outras receitas,
com diferentes quantidades de trigo. Ao criar uma fórmula, um padeiro tenta descobrir a
melhor maneira de equilibrar os ingredientes, como indicado pelas porcentagens. Uma vez
estabelecidas as porcentagens apropriadas para cada receita, ele pode então transformá-
-las em medidas para que a fórmula seja testada.
Dessa forma, fica muito mais fácil calcular receitas maiores ou menores usando
percentual. Na tabela 3, abaixo, está calculada a quantidade de ingredientes para a fabrica-
ção de pão francês a partir de 10 Kg de farinha, seguindo os percentuais da tabela 2.
A farinha que serve como base para o cálculo dos demais ingredientes, será sem-
pre 100%. Se forem usados mais tipos de farinha na fórmula, a soma das farinhas deve ser
100%. Na panificação e na confeitaria, temos que esquecer que na vida real, as coisas,
supostamente, são 100%.
Em uma receita de pão, isso não acontece. Todos os ingredientes são expressos
como porcentagem, em comparação ao peso da farinha. Isso explica, por que razão a
porcentagem total de todos os ingredientes dos pães franceses, é 168,5%. Quanto mais
ingredientes houver na receita, mais alta será a porcentagem total. Mas a farinha é sempre
100% (KALANTY, 2012).
Esse sistema de porcentagens na panificação, baseado no peso da farinha, pode
ser aplicado em outras receitas, como por exemplo, creme de confeiteiro: basta escolher
o ingrediente principal e representá-lo como 100%. As receitas indicam “o leite” a 100%,
e os pesos de açúcar, dos ovos e dos outros ingredientes, são expressos na forma de
porcentagem do peso do mesmo.
16.850 ÷ 60 = 280.83
60 x 200 = 12.000 g
168.5 % = x
12.000 = 100%
Agora, sabemos que para fazer 200 pães de 60 gramas, precisamos de 7.121
gramas de farinha de trigo. Na prática, arrendamos a quantidade para cima, contando com
possíveis perdas; então, na fórmula calcularemos 7.500 gramas.
A massa básica do pão francês, também é base de outros pães feitos nas padarias
brasileiras como o pão de trigo, pão sovado, pão bundinha, petrópolis, entre outros. O
diferencial está no formato e na finalização. O pão francês exige uma maior demanda de
equipamentos dentro de uma padaria, por isso, é muito raro se ouvir falar em pão francês
com apelativo de artesanal (GISSLEN, 2011).
A massa do pão francês passa pela masseira, cilindro, divisora, modeladora, armá-
rio fermentador ou climatizadora antes de entrar no forno turbo ou de lastro.
4.1.2 Baguete
A baguete é um dos símbolos da gastronomia da França e, especialmente, de Paris.
De acordo com a história, uma das versões diz que a baguete teve sua origem
nos tempos de Napoleão, tendo sido inventada pelos padeiros do Imperador Francês para
facilitar a logística dos pães transportados pelos soldados. A baguete que conhecemos
hoje, ganhou o formato atual apenas durante os anos de 1920.
FIGURA 05 - BAGUETE
4.2.3 Focaccia
Focaccia é uma massa de Gênova, na Itália. É achatada e macia; em geral, coberta
com sal grosso, azeite e alecrim, mas pode ser adaptada com molho pesto, azeitonas, nozes
e tomates. Na Itália, é consumida tanto no desjejum, como aperitivo ou antepasto. Na França
a variação da focaccia, é chamada de fougasse; é um pão chato, típico das regiões francesas
de Provence. Tem formato de uma grande folha vazada e tem a mesma fórmula da focaccia.
FIGURA 07 - FOCACCIA
FIGURA 08 - BRETZEL
4.2.6 Bagels
Originários na Europa Oriental, é uma variação do Pretzel alemão. Chegou aos
Estados Unidos pelas mãos dos judeus e logo virou o pão dos nova-iorquinos, servido
com salmão defumado e cream cheese. O nome Bagels faz referência a palavra austríaca
beugel, que quer dizer estribo, em referência ao rei de Polônia e ao estribo de seu cavalo
(MANUAL PRÁTICO DE PANIFICAÇÃO SENAC, 2018).
4.5.4 Ensaimadas
Típicas das ilhas de Mallorca, onde se consomem amêndoas, frutos secos como
damascos e figos, que são a base para os recheios. Sob influência da gastronomia espa-
nhola, várias padarias se dedicam a produzir as ensaimadas, que ainda hoje,são assados
em fornos a lenha.
FIGURA 13 - ENSAIMADAS
4.6.1 Brioche
Pode ter sido criado em Brie, na França; lugar famoso por seus queijos e manteigas.
Publicações mais recentes afirmam ser originário da Normandia, e que o brioche se deriva
da palavra broyer que significa libra (medida de peso). Em diversas regiões da Normandia,
são reconhecidas pela qualidade da manteiga.
Independentemente da origem, a receita da massa base do brioche foi adaptada,
recriada e popularizada em formato de panetone; pandoro, na Itália; Stolen, na Alemanha;
pompes e mouna, na Espanha; na Alsácia, o Kugelhopf, e tantas outras versões ao redor
do Mundo. São pães amplamente usados em datas festivas e celebrações especiais. A
massa de brioche pode ser muito versátil na panificação, servindo de base para infinitas
preparações (CANELLA-RAWLS, 2012).
FIGURA 14 - BRIOCHES
4.6.2 Panetone
Pão recheado de passas e frutas cristalizadas, chamado originalmente de Pana-
ttoni — surgiu na Itália no século XV. Conta a história que Ughetto, filho de um dos ricos
escudeiros de Ludovico Sforza, Duque de Milão, se apaixonou por Adalgisa, moça humilde,
filha do padeiro. Ughetto resolveu se disfarçar de ajudante de padeiro para se aproximar
da moça, e quem sabe, ajudar o pai de Adalgisa a enriquecer, e quebrar a resistência da
família ao romance. O jovem aprendeu a arte, e inventou um pão recheado de passas e
frutas, moldado em formato de cúpula da igreja. A iguaria agradou o paladar da clientela
e a padaria prosperou, Toni enriqueceu, e Ughetto e Adalgisa puderam se casar, e serem
felizes para sempre.O panetone chegou ao Brasil através dos imigrantes italianos, após a
Segunda Guerra Mundial (SALDANHA, 2015).
FIGURA 15 - STOLLEN
SAIBA MAIS
É claro que a história das padarias é também uma história sobre o pão. Mas o alimento
é tão antigo que mesmo os historiadores não sabem precisar a data de seu surgimento.
Estima-se que tenha sido há cerca de 12 mil anos, na região da Mesopotâmia, onde hoje
se localiza o Iraque. Porém, uma descoberta de 2010 coloca em cheque essa procedên-
cia: sinais de amido encontrados em pedras de moer de mais de 30 mil anos sugerem
que o alimento possa ser bem mais antigo do que imaginamos.
Quanto às padarias, até pouco tempo estimava-se que os locais de venda do nosso
pãozinho ao público só tivessem surgido por volta do ano 140 a.C, em Roma. Mas a
história do pão revela que as panificadoras podem existir desde o antigo Egito.
É o que sugere também uma descoberta feita por uma equipe de arqueólogos ameri-
canos em 2002, que diz ter encontrado a padaria mais antiga do mundo, no Oásis de
El-Kharga. O local é datado de 3.000 a.C. e acredita-se que tenha sido usado pelos
egípcios para produzir o chamado “pão do sol” – que, por sinal, é consumido até hoje na
região. O espaço contava com bandejas, um forno e outros utensílios para a produção
de pães. Por sinal, assar pão em grande escala parece ter sido a principal ocupação das
pessoas que viviam por ali – e estima-se que grande parte do alimento produzido era
usado para alimentar o Exército que passava pela região.
Fonte: DOMINÉ, A. Especialidades francesas. Tradução por Onoma, Gabinete de Produções, Lda. Köne-
Segundo Montanari, devemos distinguir entre duas categorias: produtos que têm
uma data exata de nascimento e um inventor claro; e aqueles que não têm.
Na primeira categoria, por exemplo, está o “pandoro” (que no dialeto veneziano
significa “folha de ouro”), cuja receita foi registrada no escritório de patentes em 1894 pelo
padeiro de Verona Domenico Melegatti.
Mas o panetone é uma receita de tradição coletiva e, portanto, não se pode deter-
minar com precisão absoluta seu lugar e data de nascimento.
No entanto, explica Montanari, é possível reconstruir a árvore genealógica do
panetone e rastrear seus ancestrais medievais: os “pães doces” ou “pães de festas”, ou
seja, pães com adição de açúcar, passas ou especiarias e consumidos em festividades
importantes, como o Natal.
Um dos primeiros documentos que comprovam a existência desses pães doces é um
manuscrito preservado na Biblioteca Ambrosiana de Milão, que remonta à década de 1470.
Seu autor, Giorgio Valagussa, que era o preceptor dos duques Sforza, descreve o
que ele chama de “Ritual da Madeira”, realizado naquela corte.
Segundo o texto de Valagussa, na noite de 24 de dezembro, uma grande tora de
madeira foi colocada na lareira e grandes pães açucarados foram servidos.
O chefe da família serviu uma parte para todos os convidados, mantendo uma para
o ano seguinte como um sinal de continuidade.
“Por um lado, havia um elemento de conexão com o produto básico da comida diá-
ria, pão; por outro, ingredientes e especiarias que o tornavam ‘precioso’, de acordo com o
gosto dos tempos medievais ou do Renascimento”, acrescenta Monatanari, autor de vários
livros sobre a origem de pratos emblemáticos da culinária italiana.
E, embora a relação entre o panetone e a cidade de Milão seja inegável, não se
pode dizer que seja exclusiva — pois também existem registros alfandegários semelhantes
em outras partes do norte da Itália.
Mas é no início do século 20 que o consumo de panetone durante as festas se
tornou popular em todo o país europeu, graças também às inovações introduzidas por
Angelo Motta, o dono de uma padaria em Milão.
Em 1919, Motta decidiu adicionar levedura à receita tradicional, embrulhando a
massa em um papel manteiga especial. Com isso, ela ganhou uma forma abobadada, e
não mais achatada.
LIVRO
Título: Manual Prático de Panificação Senac
Autor: Gisela Redosch
Editora: Senac São Paulo.
Sinopse: O Manual prático de panificação Senac, elaborado por
autores que conhecem nosso mercado e nossos ingredientes,
revela os segredos da atividade do padeiro e prepara o leitor para
uma atuação criativa e competente em estabelecimentos de perfis
diversos: indústria, hipermercados e padarias que trabalham em
grande escala ou mesmo negócios voltados à fabricação artesa-
nal. Para essa formação completa, apresenta mais de 90 receitas
de diversas regiões do Brasil e de outros países da América, da
Europa e da Ásia. Contando com a experiência e o conhecimento
de profissionais da própria instituição em parceria com outros es-
pecialistas, o conteúdo da Série Senac Gastronomia tem o objetivo
de trazer ao leitor as bases teóricas da área aliadas à qualidade
consolidada do modo de fazer Senac. Com esta coleção, o Senac
São Paulo reafirma seu compromisso de promover uma educação
profissional transformadora e humanizada, em especial nos âmbi-
tos da produção alimentar e dos serviços.
FILME/VÍDEO
Título: Simplesmente Complicado
Ano: 2010
Sinopse: Santa Bárbara. Jane (Meryl Streep) é mãe de três fi-
lhos e mantém uma relação amigável com Jake (Alec Baldwin),
seu ex-marido, de quem se separou há dez anos. Quando eles
se encontram para a formatura de um dos filhos, fora da cidade,
surge um clima e eles passam a ter um caso. Só que Jake é agora
casado com Agness (Lake Bell), o que faz com que Jane torne-se
sua amante. Paralelamente, Adam (Steve Martin) entra na vida de
Jane. Ele é um arquiteto contratado para remodelar a cozinha do
restaurante de Jane e, aos poucos, se apaixona por ela.
Pão em forma de bolsa, borboleta ou estrela invertida, são apenas alguns exemplos
do que você irá aprender neste vídeo (com todos aqueles truques e segredinhos que tornam
a nossa vida mais fácil). São diversos formatos e modelagens diferentes, explicadas “tintim
por tintim”, tornando fácil aquilo que à primeira vista parecia extremamente complicado.
BRESCIANI, E. Alimentos e bebidas do Antigo Egito. In: FLANDRIN, Jean Louis; MONTA-
NARI, Massimo (Orgs.). História da Alimentação. Tradução por Luciano Vieira Machado,
Guilherme J F. Teixeira. 4.ed. São Paulo: Estação Liberdade, 1999.
CAMARGO, A. L. Pão nosso: receitas caseiras com fermento natural. São Paulo. Editora
Panelinha, 2014.
CAMARGO, Américo Luiz. Pão nosso: receitas caseiras com fermento natural. São Paulo.
Editora Panelinha, 2013.
123
FLANDRIN, J. L.; MONTANARI, M. História da alimentação. São Paulo. Estação Liberdade,
1998.
JACOB, H. E. Seis mil anos de pão: a civilização humana através de seu principal alimento.
Tradução por José M. Justo. São Paulo: Editora Nova Alexandria, 2003.
KALANTY, Michael. Como assar pães: as cinco famílias de pães. São Paulo. Senac São
Paulo, 2012.
REDOSCHI, G. et al. Manual prático de panificação do Senac, São Paulo. Editora Senac,
2018.
SEBESS, P. Técnicas de padaria profissional. Tradução por Renato Freire. 2. ed. Rio de
Janeiro. Senac Nacional, 2014.
VIANNA, F. S. V. Manual prático da panificação Senac. São Paulo. Senac São Paulo, 2018.
124
CONCLUSÃO GERAL
Chegamos ao fim de mais uma disciplina, com um vasto conhecimento sobre a pani-
ficação e sua influência para a cultura da humanidade. A panificação saciou a fome em muitos
períodos, esteve presente na ascensão e queda de muitas nações, participou da Revolução
Francesa, teve grande influência das religiões, teve papel importante nas mais variadas guerras
e se alterou profundamente com a Revolução Industrial.
Os diferentes povos e culturas desenvolveram seu próprio estilo de preparar os
pães - embora a moagem, a mistura e o cozimento e bolos tenham sido influenciados
pela tecnologia, ainda hoje consumimos muitos dos pães preparados pelos povos antigos.
Embora houve uma época em que processos mecanizados alteraram os princípios básicos
da panificação e os pães perderam muito da sua qualidade. Hoje, o renascimento da panifi-
cação artesanal restabeleceu a qualidade da panificação, gerando oportunidades aos bons
padeiros, com o crescimento do interesse dos consumidores por pães de alta qualidade e
fermentação natural.
Aprendemos que a mistura dos ingredientes não é complicada, mas requer muito
cuidado e precisão - a incorporação dos ingredientes deve ser feita na ordem adequada
para que a massa se desenvolva adequadamente. A fermentação é a etapa mais importan-
te para conseguir um pão de qualidade - temos muitas escolhas como fermentação curta
ou longa, pré-fermento ou sourdough ou biga ou poolish. É fundamental que você, aluno,
conheça as características de cada tipo de fermento e fermentação para produzir pães de
alta qualidade e desenvolver os mais diversos sabores exigidos pelos clientes atualmente.
Escolher os fornos, equipamentos e utensílios adequados é essencial para que os
pães sejam produzidos da melhor maneira possível - como diziam os padeiros antigos, “ o
forno é a alma da padaria”. Entretanto, não adianta termos o melhor forno se nossa farinha
não for de qualidade. A qualidade da farinha é diretamente influenciada pelo processo de
cultivo do trigo, pelo processo de moagem e pelo tratamento que a farinha recebe.
Compreendemos a importância de desenvolver e interpretar as fórmulas básicas
utilizadas pelos padeiros - usando sempre a farinha como 100% da preparação. Se você
não entender bem esse processo, será muito mais difícil calcular a quantidade de insumos
X quantidade de pães que é preciso produzir.
Agora que você conhece a base de panificação, é importante salientar a importância
da padronização, que vai agregar um valor imensurável aos seus produtos.
Espero que você tenha se deleitado com todas as possibilidades que a panificação
oferece e esteja ansioso para colocar a mão na massa!!!!!
125
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br