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e Práticos do Ensino
de Ciências
Professor Me. Flávio Fraquetta
2021 by Editora Edufatecie
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Tiago Pereira da Silva
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto
UNIDADE I....................................................................................................... 4
Ciência: Características, Classificação e Métodos
UNIDADE II.................................................................................................... 21
Currículo
UNIDADE III................................................................................................... 40
Recursos Para as Aulas de Ciências
UNIDADE IV................................................................................................... 64
Parâmetros Curriculares Nacionais
UNIDADE I
Ciência: Características,
Classificação e Métodos
Professor Me. Flávio Fraquetta
Plano de Estudo:
● As ciências e os métodos científicos;
● Etapas do método experimental;
● Conhecimento cotidiano, filosófico, teológico e científico.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o conceito de ciências;
● Conhecer os métodos científicos;
● Reconhecer os tipos de conhecimento;
● Entender o método experimental e suas etapas.
4
INTRODUÇÃO
REFLITA
Para Gil (2008, p. 20), pela observação o ser humano adquire grande quantidade
de conhecimentos. Valendo-se dos sentidos, recebe e interpreta as informações do mundo
exterior. Olha para o céu e vê formarem-se nuvens cinzentas. Percebe que vai chover e
procura abrigo. A observação constitui, sem dúvida, importante fonte de conhecimento.
Na história da humanidade, o homem procurou, ao longo do tempo, adquirir conhe-
cimentos que lhe permeiam entender o mundo que o cerca, criando meios de intervir na
natureza, para compreendê-la e dominá-la, e, assim, torná-la mais adequada para atender
as suas necessidades (ARMSTRONG e BARBOZA, 2012, p. 44-45).
Para Braga (2019), pelo conhecimento o homem penetra as diversas áreas da
realidade para dela tomar posse, situando cada ente, fato ou fenômeno isolado dentro
de um contexto mais amplo, em que se perceba seu significado e função, sua origem e
estrutura fundamental.
O conhecimento humano pode apresentar quatro níveis, permitindo quatro espécies
de consideração sobre uma mesma realidade: o conhecimento cotidiano, o conhecimento
filosófico, o conhecimento teológico e o conhecimento científico. Segue Figura 5:
Nesse sentido, o conhecimento pode ser considerado sob vários aspectos. Quando
falamos em conhecimento científico, faz-se necessário relacioná-lo a outras formas de co-
nhecimento, bem como diferenciá-lo destas quanto às suas diversas interpretações acerca
de um mesmo fenômeno e suas principais características (ARMSTRONG, 2008).
Para Borges (2007), o conhecimento cientifico é estabelecido tanto pela reflexão como
pela experiência, mas essa última é necessariamente precedida por uma construção intelec-
tual. Para planejar uma experiência, é preciso ter alguma ideia sobre o tema a investigar. Mas
a ciência exige criatividade, senso crítico e, portanto, rejeição à aceitação passiva de teorias
e interpretações. Isso envolve ruptura com o senso comum e com conhecimentos anteriores,
que são reestruturados quando uma ciência avança. Pode envolver, inclusive, mudança na
metodologia científica, o que permite afirmar que os métodos, com o tempo, tornam-se maus
hábitos, que devem ser superados. (BACHELARD, 2005 apud BORGES, 2007).
Bachelard é um filósofo da ciência que inaugura um modo novo de discursar, par-
tindo da atualidade da ciência para refletir o seu passado, cujo conceito está fundamentado
numa epistemologia dialógica e crítica. A epistemologia de Bachelard enfatiza a história
recorrente, que é a necessidade de conhecer o presente para, a partir dele, compreender
o passado. Assim, para o filósofo, recorrência histórica significa rever o passado com os
conhecimentos atuais, respeitando as respectivas visões de mundo.
A doutrina de Gaston Bachelard está centrada na “Filosofia do Não”. O conheci-
mento científico é um permanente questionar, um permanente “não” (mas não no sentido
de negação e sim no sentido de conciliação); cada “nova experiência diz não à experiência
antiga” e assim avança o pensamento científico. Nessa linha, o erro assume um papel
importante, pois aprendemos com ele. (BORGES, 2007)
Assim completamos que Bachelard, revolucionário para a época, surge travando
verdadeiro combate aos pressupostos fundamentais da tradição científico-filosófica, instau-
rando novas categorias que possibilitam uma compreensão mais clara e mais profunda da
Ciência da sua época.
antes e depois do contato com a sala de aula. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual do Paraná
LIVRO
Título: Ensino de Ciências: múltiplas perspectivas, diferentes olhares
Autor: Carlos Alberto de Oliveira Magalhães Júnior, Álvaro Loren-
cini Júnior, Maria Júlia Corazza (organizadores).
Editora: EDITORA CRV
Sinopse: Este livro reúne artigos de pesquisadores nacionais e
internacionais em torno da temática da alfabetização/literacia
científica. Essa temática quando inserida nas situações educativas
em sala de aula da educação básica demanda uma abordagem
em que os conteúdos científicos sejam ressignificados em um
contexto sociocultural que permite aos estudantes compreende-
rem os processos da natureza sob a perspectiva dos processos
da vida cidadã. Assim, o desafio desta obra: Ensino de Ciências:
múltiplas perspectivas, diferentes olhares é oferecer ao leitor re-
flexões sobre as possíveis inserções de atividades de ensino e
de aprendizagem das Ciências no contexto escolar, promovendo
a construção e aperfeiçoamento da cidadania dos estudantes da
educação básica.
FILME / VÍDEO
Título: O nome da Rosa
Ano: 1986.
Sinopse: Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um
monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um novi-
ço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de
Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a
Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada
por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de
Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante
intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do
Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas
antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray
Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para
torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assas-
sinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é
inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente
influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre
franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos
assassinatos é lentamente solucionado.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=uqL7gn13JoQ
Plano de Estudo:
● Currículo como plano de experiência a ser desenvolvida na escola;
● Currículo como instrumento de descrição e melhoria das classes de alunos;
● Projeto cultural da escola.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o Currículo como plano de experiência
a ser desenvolvida na escola;
● Conhecer o Currículo como instrumento de descrição
e melhoria das classes de alunos;
● Entender o Projeto cultural da escola.
21
INTRODUÇÃO
UNIDADE II
I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 22
1. CURRÍCULO COMO PLANO DE EXPERIÊNCIA A SER DESENVOLVIDA
NA ESCOLA
UNIDADE II
I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 23
[...] um currículo multicultural coloca aos professores o desafio de encontrar
estratégias e recursos didáticos para que os conteúdos advindos de variadas
culturas sejam utilizados como veículo para: introduzir ou exemplificar concei-
tos relativos a uma ou outra disciplina; ajudar os alunos a compreender e in-
vestigar como os referenciais teóricos de sua disciplina implicam na construção
de determinados conhecimentos; facilitar o aproveitamento dos alunos perten-
centes a diferentes grupos sociais; estimular a auto-estima de grupos sociais
minoritários ou excluídos; educar para o respeito ao plural, ao diferente, para
o exercício da democracia, enfatizando ações e discursos que problematizem
e enfraqueçam manifestações racistas, discriminatórias, opressoras e autoritá-
rias, existentes em nossa nossas práticas sociais cotidianas.
UNIDADE II
I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 24
O currículo não deve ser organizado baseando-se em conteúdos fragmentados,
pois vivemos em um mundo multifacetado, que não pode ser completamente explicado por
uma única vertente, mas a partir de uma ampla visão, permeada nas mais diversificadas
áreas do conhecimento. A organização do currículo deve assegurar a livre comunicação en-
tre todas as áreas como a interdisciplinaridade, a contextualização e transdisciplinaridade.
SAIBA MAIS
De acordo com Oliveira G., Oliveira M. e Jófili (2009), o currículo e o ensino de ciên-
cias devem expressar uma ciência que propicie a compreensão do meio através de diferentes
leituras de mundo e da interação com os fenômenos naturais, percebidos numa perspectiva
interdisciplinar, sistêmica e problematizadora e considerando o contexto sociocultural no qual
estes ocorrem, que, por sua vez, representa o cenário do seu objeto de estudo.
UNIDADE II
I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 25
Os conteúdos de ensino devem enfocar os conceitos, os procedimentos didáticos
e a formação de atitudes através de uma abordagem contextualizada, interdisciplinar e
problematizadora sobre temas centrais, relacionados a questões que favoreçam a reali-
zação, pelos educandos, de diferentes leituras sobre os contextos socioculturais e sobre
os fenômenos naturais, permitindo-lhes intervenções significativas nas questões do seu
cotidiano (ZABALA, 1999).
Nesse sentido, pensar numa proposta curricular para as Ciências Naturais pressupõe,
antes de tudo, conceber a Ciência como algo dinâmico, complexo e real, centrada na constru-
ção do conhecimento através de atividades nas quais o aprendiz mobilize a esfera da cognição,
evitando ações mecânicas e sendo, com isso, agente ativo na construção do seu próprio saber.
Para esse ensino devem ser considerados contextos diversos e significativos, impregnados de
sentido e comprometidos com um ser que é social, cultural, político e histórico, objetivando a
formação integral do educando (OLIVEIRA G.; OLIVEIRA M. e JÓFILI, 2009).
O Currículo, por ser uma proposta norteadora do processo educativo, se transforma
no eixo principal da escola, o espaço central em que atuamos. Haja vista que é com base
no currículo escolar que planejamos nossas práticas educativas, objetivando oportunizar
aos educandos alcançar uma educação de qualidade em que sejam permitidos facilitar todo
o processo educacional que visa a sua formação integral preparando-os para os desafios
educacionais, sociais, morais, culturais e econômicos. Diante do exposto, percebemos
o currículo como um instrumento norteador do processo educativo, com regras que nos
levam a planejar mediações do ensinar conhecimentos sistemáticos articulados de forma
necessária para atender às exigências educacionais contidas na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (DAMASCENO e MESQUITA, 2015).
Assim, para a construção de um currículo integrado para o ensino de Ciências é
importante selecionar os conteúdos a serem tratados a ser relevantes na formação, interli-
gados com as outras disciplinas do currículo escolar. Ainda, a solução de problemas deve
demandar a participação dos educandos para a construção do conhecimento, atrelando o
conteúdo a sua realidade.
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I Currículo
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2. CURRÍCULO COMO INSTRUMENTO DE DESCRIÇÃO E MELHORIA
DAS CLASSES DE ALUNOS
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I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 27
Nesta perspectiva, o currículo não se refere a um simples rol de listagens de con-
teúdo a serem ministrados nos diferentes níveis de ensino, mas ao assumir que a educação
é política, entende-se que a seleção dos conteúdos dos currículos das escolas precisa ser
compreendida “como objeto de análise, de reflexão, uma vez que passa, necessariamente,
pelo que o elaborador do currículo entende como fundamental” (SILVA, 2009, p. 03).
De acordo com Saviani (2008), na concepção de currículo se faz presente várias
ideias, tais como a de conjunto de matérias, disciplinas e programas; conjunto de atividades
e experiências efetuadas no ambiente escolar; conjunto de conhecimentos acumulados
culturalmente selecionados e organizados tendo por finalidade o processo de ensino e
aprendizagem, sendo este o saber escolar.
Silva (2009) expõe que o aluno deve ter a compreensão da realidade da qual se
insere, a interpretando e contribuindo para sua transformação. De fato, o ambiente escolar
tem papel importante para a formação humana e este terá cumprido com seus objetivos ao
assumir uma postura ética, crítica, estética, econômica e política, visto que o currículo não
deve ser visto como uma simples lista de conteúdo a serem aplicados.
Contudo, ressalta Fracalanza, Amaral e Gouveia (1986):
O ensino de ciências, entre outros aspectos, deve contribuir para o domínio das
técnicas de leitura e escrita; permitir o aprendizado dos conceitos básicos das
ciências naturais e da aplicação dos princípios aprendidos a situações práticas;
possibilitar a compreensão das relações entre a ciência e a sociedade e dos
mecanismos de produção e apropriação dos conhecimentos científicos e tec-
nológicos; garantir a transmissão e a sistematização dos saberes e da cultura
regional e local (FRACALANZA; AMARAL e GOUVEIA, 1986, 26-27).
A partir dessa reflexão, podemos dizer que “para o exercício pleno da cidadania,
um mínimo de formação básica em ciências deve ser desenvolvido, de modo a fornecer
instrumentos que possibilitem uma melhor compreensão da sociedade em que vivemos”
(DELIZOICOV e ANGOTTI, 1990, 56).
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REFLITA
O termo Alfabetização Científica (AC) tem cada vez mais alcançado maior repercussão
nos ambientes escolares, que vão desde a formação do professor até sua atuação em
sala de aula. Contudo, o rótulo AC abrange um espectro muito amplo de significados.
Segundo Chassot, o termo representa “o conjunto de conhecimentos que facilitariam
aos homens e mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem” (CHASSOT, 2000), já
de acordo com Furió, são as “possibilidades de que a grande maioria da população dis-
ponha de conhecimentos científicos e tecnológicos necessários para se desenvolver na
vida diária, ajudar a resolver os problemas e as necessidades de saúde e sobrevivência
básica, tomar consciência das complexas relações entre ciência e sociedade”. E segun-
do Hurd “envolve a produção e utilização da Ciência na vida do homem, provocando
mudanças revolucionárias na Ciência com dimensões na democracia, no progresso so-
cial e nas necessidades de adaptação do ser humano” (HURD, 1998).
vel em:https://www.infoescola.com/educacao/alfabetizacao-cientifica-no-processo-de-ensino-aprendiza-
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Ciência: Características, Classificação e Métodos 29
3. PROJETO CULTURAL DA ESCOLA
intuito a melhoria nas condições da formação da consciência científica dos alunos em vista
por meio de um conhecimento que, de modo geral, está além do senso comum.
perceber a importância do ensino de ciências para a sua realidade fará com que o aluno
não apenas aprenda um conteúdo, mas também tenha a capacidade de aplicá-lo no seu dia
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Os estudos de Girotto (2005, p. 68) defende que “uma via metodológica alternativa,
como o ensino por projetos, pode corroborar e superar o processo de ensinar e aprender
fragmentado, disciplinar, descontextualizado, unilateral e direcionador, que se constata na
maioria das escolas”. Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiên-
cia educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas
vividas, desenvolvendo uma atividade complexa, na qual se apropria, ao mesmo tempo,
de um determinado objeto de conhecimento cultural, formando-se como sujeito cultural
(BARCELOS; JACOBUCCI G. e JACOBUCCI D., 2010).
A Figura 1 apresentada abaixo, retrata a estratégia de projetos que pode ampliar
os espaços de aprendizagem além dos muros da escola, favorecendo o trabalho com sen-
timento de pertencimento e respeito com o externo.
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I Currículo
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Para Barcelos (2001), o ensino por projetos envolve planejar, desenvolver e avaliar
as atividades envolvidas, podendo estar estruturadas em três fases, como segue a Figura
2 abaixo:
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De acordo com estudos de Mancuso (2000) é na década de 1960, no Brasil, surgem
as primeiras Feiras Escolares que tinham basicamente o papel de familiarizar os alunos e
a comunidade escolar com os materiais existentes nos laboratórios, antes inacessíveis à
grande parte das comunidades escolares e, portanto, pouco utilizados na prática pedagógica.
Com isso, desde então, o movimento das feiras de Ciências ganhou força no Brasil,
sendo integrante das estratégias educacionais de grande parte dos Estados. Os eventos
têm a característica de representarem a Ciência como um conhecimento dinâmico, por
muitas vezes apresentando um caráter interdisciplinar e contextualizado de acordo com a
realidade das comunidades escolares (SOBREIRA JÚNIOR, 2016).
Nesse sentido, a realidade presente na vida da escola se transforma no conteúdo de
sala de aula e na inspiração das pesquisas estudantis, devendo permear a conduta de cada
professor, ao longo dos bimestres, sem a preocupação de que sejam trabalhos produzidos
apenas para um evento específico (a feira ou mostra), mas fazendo parte, efetivamente, da
rotina docente (MORAES e MANCUSO, 2005).
Através de tais estudos, o ensino de ciências por meio de projetos proporciona ao
professor um olhar diferenciado em relação aos alunos, sobre seu trabalho e sobre o ren-
dimento escolar. Nessa perspectiva, as Feiras de Ciências resultam em uma possibilidade
para o avanço de metodologias que beneficiem a prática de planejar, desenvolver e avaliar
(BARCELOS, 2001).
Farias (2006) sendo citado por Barcelos, Jacobucci e Jacobucci (2010), acredita
que as Feiras de Ciências podem contribuir para a socialização e troca de experiências de
ensino-aprendizagem-conhecimentos com a comunidade, possibilitando uma ampliação da
visão de mundo dos participantes, expositores e visitantes da Feira, permitindo a divulga-
ção dos resultados das pesquisas, troca de experiências entre os pares, como forma de
validação do conhecimento.
No momento que o professor da área de ciências se dispõe a conhecer e aplicar a
metodologia de ensino por projetos, esse, propicia aos seus alunos a desenvolver habilida-
des e capacidades, tais como:
● flexibilidade;
● organização;
● interpretação;
● coordenação de ideias;
● formulação de conceitos teóricos;
● capacidade de decisão;
● mudança de rumos;
● desvendamento do novo;
● ampliação dos conhecimentos e garantia de inclusão na rede de saberes
previamente adquiridos (BARBOSA e HORN, 2008, p. 88).
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Com isso, a metodologia de ensino por projetos estabelece uma oportunidade
especial para o ensino de Ciências, pois abrange a sensibilização dos participantes, o
planejamento da proposta, a implementação e a avaliação do trabalho, sendo que, em
todas essas etapas, os professores se deparam com desafios que precisam ser discutidos
coletivamente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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LEITURA COMPLEMENTAR
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I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 36
Para os PCNs,
a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de
conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse
sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores
e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia
uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários
(BRASIL, 1997, p. 88-89).
UNIDADE II
I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 37
Muito embora a interdisciplinaridade não seja tão nova no universo teórico das dis-
cussões pedagógicas, para Maheu (2013) citando D’Ávila (2002), sua prática ainda se está
concretizando na rotina diária das instituições de Ensino Superior. O número de instituições
que se distanciaram dos antigos paradigmas que regem as aulas nas faculdades e univer-
sidades brasileiras é ínfimo, fazendo da fragmentação do conhecimento o principal suporte
orientador da aprendizagem acadêmica. O desenvolvimento de projetos em parceria entre
disciplinas, buscando o foco em comum, é praticamente desconhecido nos mais diversos
cursos do universo acadêmico, afirma Maheu (2013, p. 117-118).
O autor ainda diz acreditar que se precisamos formar educadores que entendam
melhor seus alunos e a si mesmos, é preciso fazê-lo de maneira mais contextualizada pos-
sível. A complexidade da tarefa faz da abordagem interdisciplinaridade, uma necessidade
sem a qual corremos o risco de ver nossos alunos perceberem o currículo de pedagogia
como uma lista de disciplinas desconexas, cujas relações com a prática são superficiais e
pouco significativas. Neste contexto:
não vejo outra maneira de fazer com que os alunos percebam as teorias e os
conceitos das disciplinas da educação como ferramentas para fazer coisas re-
levantes para a prática docente, senão pela ótica interdisciplinar. Dirá até que
uma profissionalização docente eficiente e adequada ao contexto contemporâ-
neo passa por uma formação interdisciplinar (MAHEU, 2013, p.168-169).
e depois do contato com a sala de aula. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual do Paraná UNESPAR/
UNIDADE II
I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 38
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: O currículo de Ciências Naturais no Ensino Fundamental:
Recontextualização do currículo de Ciências Naturais.
Autor: Edson Gonçalves da Silva e Jorcelina E. Fernandes
Editora: Novas Edições acadêmicas
Sinopse: Essa obra é fruto de minhas inquietações como profes-
sor de ensino de Ciências Naturais no Ensino Fundamental em
escolas da rede pública estadual de Mato Grosso, na cidade de
Cuiabá. Motivado pelo anseio de desenvolver um trabalho que
contribuísse continuamente com a de minha prática docente e o
efetivo aprendizado dos alunos, propus desenvolver uma pesquisa
considerando as experiências por mim vivenciadas no âmbito de
minha prática docente com alunos do 2º e 3º Ciclo do ensino fun-
damental na qual trabalhei nos últimos dois anos-2009 e 2010. A
experiência profissional foi fundamental para a escolha do objeto a
que me propus realizar.
FILME / VÍDEO
Título: Ilha das Flores
Ano: 1989.
Sinopse: Este curta metragem narra o percurso de um tomate
estragado desde o momento de sua compra em um supermercado
até seu destino em um lixão. No lixão os restos orgânicos servem de
comida para um criador de porcos. Após a alimentação dos animais,
o proprietário libera a entrada de habitantes da ilha, extremamente
pobres, para que estes procurem por restos de comida. O filme
realiza uma crítica ao consumismo e a geração desigual de renda
na sociedade contemporânea. Assistindo ao filme, além de refletir
sobre questões como a pobreza e a desigualdade social, também
travamos contato com questões socioambientais, como as diferen-
ças entre o consumismo e o consumo responsável ou consciente.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=bVjhNaX57iA
UNIDADE II
I Currículo
Ciência: Características, Classificação e Métodos 39
UNIDADE III
Recursos Para as Aulas
de Ciências
Professor Me. Flávio Fraquetta
Plano de Estudo:
● Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências I;
● Princípios Orientadores da Metodologia do Ensino de Ciências II;
● As concepções epistemológicas do professor como um dos determinantes
do processo de ensino e de aprendizagem.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os princípios orientadores da metodologia do ensino de Ciências;
● Conhecer as ferramentas metodológica significativas para o processo de
ensino e de aprendizagem para o ensino de Ciências;
● Estudar as concepções epistemológicas do professor como um dos
determinantes do processo de ensino e de aprendizagem.
40
INTRODUÇÃO
Com o avanço das discussões acerca dos métodos didáticos e sobre o processo
de ensino e de aprendizagem, é imprescindível não tratarmos dos recursos didáticos em
sala de aula.
A ideia do aluno como sujeito passivo ao processo de ensino já não existe mais,
pois hoje, o aluno é visto como agente atuante na construção do conhecimento, com isso,
faz-se necessário a adoção de estratégias metodológicas que proporcione essa dinâmica
Com isso, caro aluno, nesse capítulo trataremos sobre os “Recursos para as aulas
de ciências”. Para tal, faz-se necessário uma percepção acerca do “Princípios Orientadores
da Metodologia do Ensino de Ciências e das “Concepções epistemológicas do professor
como um dos determinantes do processo de ensino e de aprendizagem”.
Nosso primeiro tópico tratará do processo de ensino de Ciência nas escolas, e
abordará assim a experimentação e a investigação como recursos didáticos na disciplina
de Ciências da Natureza.
Em seguida, o segundo tópico apresentará a importância do planejamento das
atividades no ensino de Ciência, assim como a utilização de recursos metodológicos di-
versificados para o processo de ensino e de aprendizagem, apresentado também a Base
Nacional Comum Curricular e a Área de Ciências da Natureza para a Educação Infantil e o
Ensino Fundamental.
O terceiro tópico discorrerá sobre o papel do professor no processo de ensino e de
aprendizagem e os saberes docentes, refletindo a respeito da formação inicial desse profissional.
Sendo assim, essa Unidade propõe oferecer a você, aluno, uma reflexão a respeito
da composição dos conhecimentos e estratégias necessários para o processo de ensino e
aprendizagem significante para o aluno e na sua construção em sociedade.
Para contribuir ainda mais com seus estudos, essa Unidade conta com textos com-
plementares assim como material complementar que enriqueceram seus conhecimentos.
De acordo com Arce (2011), os pontos de partida podem ser muitos e devem, por
isso mesmo, ser preparados pelo professor. Pode-se, por exemplo, partir de um livro de
literatura infantil,
ou levar as crianças a observar algo fomentando o questionar delas. Falamos
em fomentar porque as questões não surgiram, em um primeiro momento,
espontaneamente, o professor precisará desenvolver esta atitude de ques-
tionar, ou seja, voltamos ao que já afirmamos: o ensino de Ciências colabora
para a formação de uma atitude por parte das crianças perante o mundo: uma
atitude investigativa. Para isso a condução do professor é imprescindível!
(ARCE, 2011, p. 83).
Com isso, cabe ao docente em sua prática reflexiva sobre o processo de ensino
e de aprendizagem pensar no planejamento e, situações que forneça condições para que
os alunos se tornem mais autônomos e críticos, valorizando os conhecimentos prévio dos
alunos, aproximando assim, os conteúdos abordados com as culturas locais, diversificando
e enriquecendo a sua prática docente, atribuindo maior propriedade ao seu dia a dia nas
atividades sugeridas.
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Tem por base delinear e auxiliar
o educando na compreensão dos
conceitos teóricos trabalhados em sala
Experiência de Cátedra: de aula ou simplesmente como evento
estimulador para posterior trabalho
teórico em classe. Nesse modelo, há
maior participação dos alunos.
Fonte: ESCOLA DA INTELIGÊNCIA. O que é a proposta pedagógica construtivista? Disponível em: https://
Os estudos de Quirino (2011, p. 13) ressalta que “quando bem utilizados, não só em
relação à sua mera utilização em sala, mas condizendo com vários aspectos relevantes às
individualidades ou a determinados grupos de alunos, é que efetivamente o trabalho surtirá
o efeito desejado”.
Com isso, a implementação de recursos didáticos diferenciados nas aulas pro-
porciona em uma melhor compreensão dos conteúdos abordados, contribuindo para o
processo de ensino e de aprendizagem, e estimulando o senso crítico e a participação dos
alunos nas aulas.
Fonte: ABREU, N. Metodologias ativas: como essa tendência pode beneficiar as práticas pedagógicas.
escolar, a primeira condição para que isso aconteça é a quebra do paradigma do professor
papel das instituições de ensino superior nessa formação e se as mesmas estão preparadas
(FRAQUETTA, 2015).
dos estudantes para entender as construções e elaborações sobre o que eles aprendem.
SABER DEFINIÇÃO
Conjunto de saberes que, baseados nas ciências
e na erudição, são transmitidos aos professores
Saberes da Formação Profissional durante o processo de formação inicial e/ou con-
tinuada, transmitidos aos professores ao longo
do seu processo de formação.
São os saberes reconhecidos e identificados
como pertencentes aos diferentes campos do
conhecimento (linguagem, ciências exatas, ciên-
Saberes Disciplinares
cias humanas, ciências biológicas, etc.). Esses
saberes, produzidos e acumulados pela socieda-
de ao longo da história da humanidade.
São conhecimentos relacionados à forma como
as instituições educacionais fazem a gestão dos
Saberes Curriculares
conhecimentos socialmente produzidos e que
devem ser transmitidos aos estudantes.
São os saberes que resultam do próprio exer-
cício da atividade profissional dos professores.
Esses saberes são produzidos pelos docentes
Saberes Experienciais por meio da vivência de situações específicas
relacionadas ao espaço da escola e às relações
estabelecidas com alunos e colegas de profis-
são.
INTRODUÇÃO
Mediante o exposto parte das reflexões no âmbito do PIBID foi recortada e segue
apresentada neste artigo para fomentar o debate entre colegas bolsistas integrantes do
referido programa em Ciências. A atividade aqui relatada foi realizada com os alunos da
quinta e sextas séries do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Adélia Rossi Arnaldi, no
município de Paranavaí, relatando o caso da dengue como uma enfermidade tropical.
PIBID-ATIVIDADEINVESTIGATIVA-NA-CONSTRUCAO-DO-CONHECIMENTO-NAS-AULAS-DE-CIENCIAS.
LIVRO
Título: Teoria e prática em Ciências na escola: O ensino-aprendi-
zagem como investigação
Autor: Maria Cristina da Cunha Campos e Rogério Gonçalves Nigro.
Editora: FTD.
Sinopse: A obra, destinada a professores de Ciências do Ensino
Fundamental, estimula o leitor a refletir sobre o papel do profes-
sor de Ciências e suas práticas comuns em sala de aula. Aborda
ainda algumas ideias, princípios e orientações básicas, assuntos
específicos, como as investigações e resoluções de problemas em
sala de aula, conteúdo do curso de Ciências, os conhecimentos
prévios dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, a avalia-
ção como “motor” da aprendizagem, a natureza do conhecimento
científico, assim como a familiarização dos alunos com o trabalho
científico.
FILME / VÍDEO
Título: Depois da Terra
Ano: 2013.
Sinopse: Mil anos após eventos cataclísmicos forçaram a huma-
nidade a escapar da Terra, Nova Prime tornou-se o novo lar dos
seres humanos. O lendário general Cypher Raige retorna após um
extenso serviço militar à sua família, pronto para ser um pai para
seu filho de 13 anos, Kitai. Quando uma tempestade de asteroides
danifica a nave de Cypher e Kitai, eles fazem um pouso forçado na
agora estranha e perigosa Terra.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=KT2kIaR250Q
Plano de Estudo:
● Estrutura organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais
e os objetivos do Ensino Fundamental;
● O ensino de Ciências Naturais e o breve histórico;
● Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais e Temas Transversais;
● Avaliação da Aprendizagem e Recursos Alternativos de Avaliação.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender a estrutura organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais
e os objetivos do Ensino Fundamental;
● Conhecer os objetivos do Ensino Fundamental;
● Estudar o breve histórico do ensino de Ciências Naturais;
● Conhecer os Temas Transversais nas Ciências Naturais de
acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais;
● Compreender a Avaliação da Aprendizagem e os
Recursos Alternativos de Avaliação
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INTRODUÇÃO
Tais objetivos compõem o ponto de partida para se refletir sobre qual é a formação
que se pretende que os alunos obtenham, sendo pontos de referência que devem orientar
a atuação educativa em todas as áreas, ao longo da escolaridade obrigatória. Propõe-se
a nortear a escolha dos conteúdos a serem estudados como meio para o desenvolvimento
das competências e indicar as direções didáticas adequadas para que os conteúdos estu-
dados façam sentido para os alunos.
Para Santos e Mendes Sobrinho (2008, p. 52), “nas séries iniciais é imprescindível
o estudo de ciências naturais, pois assim a criança, desde o início de sua escolarização,
poderá interagir com o conhecimento científico”, obtendo, dessa forma, uma compreensão
mais profunda da natureza e da sociedade em que vive. Assim:
A apropriação de seus conceitos e procedimentos pode contribuir para o
questionamento do que se vê e ouve, para a ampliação das explicações acer-
ca dos fenômenos da natureza, para a compreensão e valoração dos modos
de intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos
recursos tecnológicos que realizam essas mediações, para a reflexão sobre
questões éticas implícitas nas relações entre Ciência, Sociedade e Tecnolo-
gia” (BRASIL, 1997a, p. 21-22).
A abordagem sobre o assunto de Brasil (1997a, p. 22) nos mostra que o ensino de
Ciências Naturais também é espaço privilegiado em que as diferentes explicações sobre o
mundo, os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser
expostos e comparados. Ainda:
É espaço de expressão das explicações espontâneas dos alunos e daque-
las oriundas de vários sistemas explicativos. Contrapor e avaliar diferentes
explicações favorece o desenvolvimento de postura reflexiva, crítica, ques-
tionadora e investigativa, de não-aceitação a priori de idéias e informações.
Possibilita a percepção dos limites de cada modelo explicativo, inclusive dos
modelos científicos, colaborando para a construção da autonomia de pensa-
mento e ação (BRASIL, 1997a, p. 21-22).
Nesse sentido, para que tais objetivos sejam alcançados, o professor necessita
formar critérios na organização dos conteúdos que os atendam, fazendo uma escolha que
possa a atender os interesses e as necessidades dos alunos, pois os conteúdos oferecidos
devem ter a finalidade de despertar nos alunos o interesse pelo que está sendo ensinado.
Os PCNs com a intenção de relacionar os diferentes conceitos, atitudes, valores
e procedimentos de cada etapa do processo escolar, apresentam quatro blocos temáticos
enfatizando a importância do ato de aprender e de saber usar o conhecimento científico.
Assim, são propostos para o ensino fundamental os blocos temáticos: Ambiente; Ser huma-
no e saúde; Recursos tecnológicos; e Terra e Universo. Sendo:
● Os três primeiros blocos se desenvolvem ao longo de todo o ensino fundamen-
tal, de acordo com cada nível;
● O bloco Terra e Universo só será destacado a partir do terceiro.
REFLITA
A BNCC enfatiza o letramento científico que, apesar de não ser uma novidade no ensino
do componente curricular, quando atrelado a uma proposta que privilegia a investiga-
ção, assume a possibilidade de ser construído por meio de um novo encaminhamento
metodológico. Além disso, assim como ocorre em todo o documento, a preocupação
com a formação integral do educando é algo evidente. As competências gerais da Base
possibilitam a construção de um currículo de Ciências da Natureza que favorece o pro-
tagonismo do estudante ao estabelecer itens como pensamento científico, crítico e cria-
tivo; autoconhecimento e autocuidado; conhecimento, entre outros.
Fonte: RICO, R. Como se preparar para implementar as mudanças da BNCC para ciências. Disponível
em: https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/72/como-se-preparar-para-implementar-as-mudancas-da-b-
Ainda, para Haydt (2006), para avaliar a aquisição do conhecimento do aluno para
determinado assunto, existem três técnicas básicas e uma grande variedade de instrumen-
tos avaliação. A seguir, na Figura 2, é apresentado as técnicas e instrumentos de avaliação,
propostos pro Haydt (2006):
SAIBA MAIS
Durante muito tempo, a avaliação foi usada como instrumento para classificar e rotular
os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. A prova bimestral,
por exemplo, servia como uma ameaça à turma. Felizmente, esse modelo ficou ultrapas-
sado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes ferramentas à
disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola: fazer todos os
estudantes avançarem. Ou seja, o importante hoje é encontrar caminhos para medir a
qualidade do aprendizado da garotada e oferecer alternativas para uma evolução mais
segura. Mas como não sofrer com esse aspecto tão importante do dia-a-dia? Antes de
mais nada, é preciso ter em mente que não há certo ou errado, porém elementos que
melhor se adaptam a cada situação didática. Observar, aplicar provas, solicitar redações
e anotar o desempenho dos alunos durante um seminário são apenas alguns dos jeitos
de avaliar. E todos podem ser usados em sala de aula, conforme a intenção do trabalho.
Os especialistas, aliás, dizem que o ideal é mesclá-los, adaptando-os não apenas aos
objetivos do educador, mas também às necessidades de cada turma.
Fonte: NOVA ESCOLA. A avaliação deve orientar a aprendizagem. Disponível em: https://novaescola.org.
br/conteudo/356/a-avaliacao-deve-orientar-a-aprendizagem?gclid=Cj0KCQiAubmPBhCyARIsAJWNpiO5n-
LIVRO
Título: Avaliação da aprendizagem escolar
Autor: Cipriano Carlos Luckesi.
Editora: CORTEZ.
Sinopse: Este livro destina-se a educadores, assim como a alunos
dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas. Neles são encontrados
estudos críticos sobre avaliação da aprendizagem escolar, bem
como proposições para de torná-la mais viável e construtiva.
FILME / VÍDEO
Título: Além da sala de aula
Ano: 2013.
Sinopse: Retrata a história de uma professora recém-formada,
Stacey, que adiou seu sonho de lecionar por conta de uma gravi-
dez não planejada e que encara o seu primeiro desafio: ser a única
professora de uma escola para sem tetos. Ela supera seus medos
e preconceitos em lecionar para crianças de rua em uma sala de
aula improvisada em um abrigo, fazendo grande diferença na vida
delas. O filme traz à tona a história não só de Stacey, mas de
todos os profissionais que lidam diariamente com as dificuldades
de realizar seu trabalho. Sobre todos aqueles que apesar da falta
de recursos, da falta de reconhecimento, da falta de autonomia,
respeito e muito mais, ainda vão todos os dias compartilhar sua
vocação com outros.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=OkTyMGWkDuk
ARCE, A. Ensinando Ciências na Educação Infantil. Campinas, SP: Editora Alínea, 2011.
ASTOLFI, Jean-Pierre; DEVELAY, Michel. A didática das ciências. Campinas, SP: Papirus,
2014. Disponível em: http://fcv.bv4.digitalpages.com.b. Acesso em: 20 jan. 2022.
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Campinas: Autores Associados, 2000.
BIZZO, N.; CHASSOT, A. Ensino de ciências. São Paulo: Summus, 2013. Disponível em:
http://fcv.bv4.digitalpages.com.br. Acesso em: 20 jan. 2022.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Bra-
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GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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TRIVELATO, S. F.; SILVA, R. L. F. Ensino de ciências. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br. Acesso em: 20 jan. 2022.
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ZABALA, A. A Prática Educativa: Como Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1999.
87
CONCLUSÃO GERAL
Com esse material, foi possível retratar questões essenciais para a atuação do
professor de Ciências da Natureza na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fun-
damental. Afinal, sabemos da importância do ensino de Ciências para o aluno, que o oferece
ferramentas que o ajudarão na resolução dos problemas que os cercam em uma sociedade
cada vez mais dinâmica e tecnológica, promovendo assim, subsídios necessários que o
faça tornar-se um sujeito crítico e reflexivo.
Nesse sentido, é essencial que o professor de Ciências da Natureza utilize de
ferramentas metodológicas e técnicas de ensino que faça como que o aluno assimile o
conhecimento científico proposto, para que, dessa forma, o aluno tenha uma aprendizagem
significativa que rompe os muros da escola.
Com isso, no intuito de alcançar o objetivo central desse momento de estudo,
evidenciamos oferecer a você, caro aluno, procedimentos metodológicos para o Ensino
das Ciências da Natureza na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
buscando oferecer um embasamento teórico-metodológico que fosse possível levá-lo a
refletir a respeito da prática docente, assim como a perceber a importância da utilização de
metodologias pertinentes e adequadas para o processo de ensino e de aprendizagem do
conhecimento científico.
Para tal, promovemos momentos de estudo acerca de conteúdos necessários para
que você, futuro docente, possa desenvolver uma prática docente de excelência. Mostra-
mos o conceito do que é Ciência, assim como diferenciamos o conhecimento científico
do senso comum, apresentando os tipos de Ciências e os diferentes métodos científicos.
Abordamos as etapas do método experimental, sobretudo apresentando sua importância
e sua aplicação, e estudamos sobre os quatro níveis que conhecimento humano pode
apresentar, o conhecimento cotidiano, o conhecimento filosófico, o conhecimento teológico
e conhecimento científico.
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Analisamos, ainda, o conceito de Currículo e sua inserção no contexto escolar e no
ensino de Ciência, assim como apresentamos a definição de cultura escolar.
Retratamos o processo de ensino de Ciência nas escolas, e abordamos assim a ex-
perimentação e a investigação como recursos didáticos na disciplina de Ciências da Natureza.
Promovemos um estudo sobre a importância do planejamento das atividades no
ensino de Ciência, assim como a utilização de recursos metodológicos diversificados para
o processo de ensino e de aprendizagem, apresentando também a Base Nacional Comum
Curricular e a Área de Ciências da Natureza para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.
Finalmente, tratamos da estrutura organizacional dos Parâmetros Curriculares Na-
cionais e os objetivos do Ensino Fundamental, discorreremos sobre os Parâmetros Curricu-
lares Nacionais e as Ciências Naturais e os Temas Transversais, abordando a Avaliação da
Aprendizagem e os Recursos Alternativos de Avaliação para o ensino de Ciências Naturais.
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