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Psicopedagogia na

Família: Abordagem
Comportamental
Professora Me. Greicy Juliana Moreira
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

M838p Moreira, Greicy Juliana


Psicopedagogia na família: abordagem comportamental /
Greicy Juliana Moreira. Paranavaí: EduFatecie, 2021.
97 p.: il. Color.

1. Psicologia educacional. 2. Psicologia da aprendizagem. 3.


Psicoterapia familiar. 4. Crianças com distúrbio da aprendizagem –
Relações com a família. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo
de Educação a Distância. III. Título.

CDD: 23 ed. 370.1523


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Kauê Berto

Projeto Gráfico, Design e


Diagramação
André Dudatt
AUTORA

Greicy Juliana Moreira

● Mestre em Letras (UEM).


● Especialista em Língua Portuguesa - Teoria e Prática (América do Sul).
● Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (Faculdade Maringá).
● Especialista em Educação Especial com Ênfase em Libras (Bom Bosco).
● Especialista em Educação Empreendedora (PUC - RJ).
● Especialista em Gestão de Pessoas (Faculdade Maringá).
● Licenciatura em Letras - Português.
● Segunda Licenciatura (Pedagogia - UniCesumar).
● Professora da Pós-Graduação (UniFCV).
● Tutora/Mediadora Pedagógica e de Pós-Graduação da (UniFCV).
● Professora conteudista na área de Educação (UniFCV/UNIFATECIE).
● Instrutora de cursos Técnicos e Profissionalizantes (SENAC - PR).
● Experiência na área de Educação há 13 anos (Educação Básica, Ensino
Técnico, Superior e Pós-Graduação (presencial e à distância).

Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/8929294723407914


APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Acadêmico (a), Seja muito bem-vindo(a)!

Vamos dar início a nossa trilha de aprendizagem. Aqui, vamos construir nosso
conhecimento sobre os conceitos fundamentais relacionados à PSICOPEDAGOGIA NA
FAMÍLIA: ABORDAGEM COMPORTAMENTAL.
Na unidade I, denominada de “FAMÍLIA NA ATUALIDADE”, a ênfase será conhecer
o percurso histórico do conceito de família e suas especificidades. Depois, vamos compreen-
der como se estabeleceu a nova definição de família e sua função no contexto atual.
Já na unidade II, denominada de “FAMÍLIA E ESCOLA ”, vamos ampliar nos-
sos conhecimentos sobre os assuntos relacionados à importância da atuação familiar no
contexto educacional. Além disso, vamos entender o papel da gestão na mediação do
relacionamento entre a família e a comunidade escolar.
Depois, na unidade III, intitulada de “PSICOPEDAGOGIA, FAMÍLIA E ESCOLA”,
trataremos, especificamente, sobre a atuação do psicopedagogo nas relações da família e a
escola. No decorrer da unidade vamos conhecer quais são as contribuições do atendimento
psicopedagógico na superação dos obstáculos de aprendizagem.
Para finalizar, na unidade IV, denominada de “RELAÇÕES INTERPESSOAIS”,
nosso primeiro diálogo será sobre as relações interpessoais e suas influências no processo
de aprendizagem escolar. Depois, vamos centralizar nosso estudo para entender as rela-
ções interpessoais e a relação entre professor, aluno e psicopedagogo.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta trilha de
conhecimento e ampliar os horizontes sobre tantos assuntos abordados em nosso material.
Desejo que os assuntos aqui disponibilizados contribuam efetivamente para o seu
crescimento pessoal e profissional.

Muito obrigada e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 3
Família na Atualidade

UNIDADE II.................................................................................................... 25
Família e Escola

UNIDADE III................................................................................................... 47
Psicopedagogia, Família e Escola

UNIDADE IV................................................................................................... 70
Relações Interpessoais
UNIDADE I
Família na Atualidade
Professora Me. Greicy Juliana Moreira

Plano de Estudo:
● Definições de Desenvolvimento histórico da família;
● Nova definição de família e sua função.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer o conceito de família como sistema;
● Entender as mudanças e permanências da organização familiar ao longo do tempo.

3
INTRODUÇÃO

Acadêmico(a), olá!

Seja muito bem-vindo à Unidade I, intitulada de “FAMÍLIA NA ATUALIDADE”. Aqui,


nosso principal objetivo será dialogar sobre as mudanças e permanências das formas de
organização familiar ao longo do tempo.
Abordar tal assunto nos permitirá conhecer sobre como o sujeito, inserido no con-
texto histórico e social promoveu mudanças e, ao longo do tempo, construiu história e
transformou as organizações familiares. Entender essas transformações sociais nos fará
refletir sobre as tradições e costumes familiares atuais, uma história de organização familiar
que contribui para a história de todos.
Soma-se a isso o fato de que porque as grandes consequências do conjunto de
transformações da sociedade nesses últimos tempos atingiram diretamente a maneira
como se compõem e convivem as famílias contemporâneas.
Assim sendo, é importante ressaltar, que o assunto em questão é de extrema im-
portância para todo o profissional que está inserido num contexto de ensino-aprendizagem,
pois as grandes e profundas mudanças que acontecem na vida familiar, refletem na vida
das crianças e dos jovens, tanto na esfera familiar, como também na educacional.
Então, para desenvolver o conteúdo proposto, no tópico 1, intitulado de “Desen-
volvimento histórico da família”, vamos conhecer algumas acepções do termo família.
Na sequência, percorremos os caminhos históricos, que nos mostrarão a trajetória da cons-
trução do conceito de família como sistema, e ainda, como foi constituída a organização
familiar que conhecemos desde a infância.
Posteriormente, no tópico 2, intitulado de “Nova definição de família e sua
função”, a ideia central será identificar as características das diferentes configurações
familiares e, por fim, apresentar informações sobre as estruturas e dinâmicas familiares.

Venha comigo, vamos percorrer novas trilhas de conhecimentos!

UNIDADE I Família na Atualidade 4


1. DEFINIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FAMÍLIA

Estudante, olá!

Seja muito bem-vindo(a) ao primeiro tópico da Unidade I, intitulado de “Definições


do desenvolvimento histórico da família”. Dialogar sobre tal assunto é extremamente
relevante para todo profissional que atua na área da educação, uma vez que, o contexto
familiar e tudo o que ocorre nessa esfera, reflete na vida acadêmica do aluno(a), seja de
forma positiva, como também negativamente.
Diante disso, vamos, primeiramente, entender o conceito de família como sistema
para depois, realizarmos uma viagem no tempo e entendermos essa evolução histórica,
pois ao longo dos tempos, é sabido que tivemos mudanças significativas no que refere-se
ao termo “família”.
Então, venha comigo, embarque nessa trilha de novos conhecimentos.

1.1 A Evolução do conceito de “família”


A origem da família faz parte da história da civilização, porque surgiu naturalmen-
te, satisfazendo uma necessidade do ser humano em estabelecer relações afetivas de
forma estável.

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Segundo as acepções do dicionário Dicionário Houaiss, atualmente, o termo fa-
mília é considerado como: Sf. Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que
geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária; Grupo
das pessoas que compartilham a mesma casa, especialmente os pais, filhos, irmãos etc;
Pessoas que possuem relação de parentesco; Pessoas cujas relações foram estabelecidas
pelo casamento, por filiação ou pelo processo de adoção, etc. (HOUAISS, 2016).
Concomitantemente à primeira acepção do dicionário Houaiss, para a área da
Sociologia, família significa a representação de uma união entre indivíduos unidos por
afetividades como também, de parentesco (consanguíneo). Além disso, é entendida ainda
como a primeira instituição responsável pela socialização dos indivíduos. Já a Antropologia,
numa perspectiva social, considera a família como a instituição central dessa socialização,
por isso, está intimamente conectada aos demais conceitos que fundamentam a sociedade,
como por exemplo:

● Filiação, a relação de descendência;


● Fraternidade, relação com os outros em iguais condições;
● Conjugalidade, a associação entre dois membros da sociedade;
● Maternidade e paternidade, a capacidade de deixar descendentes e transmitir
valores e construções sociais.

A partir disso, a família torna-se a instituição social que origina todas as outras
(Estado, religião, educação, etc.).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) o conceito de família não se
limita aos laços sanguíneos, casamento, parceria sexual ou adoção. De acordo com as
acepções da organização, todo grupo que tenha conexões pautadas na confiança mútua
e ainda que possuam destino comum, precisa ser considerado como uma família.

Acadêmico(a), mas como será que aconteceu a evolução do conceito de FAMÍLIA ? Para
entendermos o que aconteceu, como ocorreram tais mudanças, faz-se necessário, conhecermos
a origem da família segundo os aspectos históricos.
No decorrer dos tempos, esse termo sofreu diversas alterações e novos significados
foram atribuídos. Considerando todo o processo histórico de mudanças e acomodações do
grupo familiar, ressalta-se que a ideia de família como uma matriz humana de identidade
começou a ser constituída e consolidada a partir do Século XVI.

UNIDADE I Família na Atualidade 6


É válido ressaltar que o termo em questão tem origem no latim famulus, que era
compreendido como o grupo de servos domésticos. Tal conceito, no Império Romano, de-
signava a união entre duas pessoas e seus descendentes. Então, é a partir dessa época
que iniciou a ideia matrimônio.
Posteriormente, já na Idade Média, foi estabelecida a união matrimonial sacra-
mentada na Igreja. Nessa época, a instituição familiar era regida pela ditadura do pai, ele
possuía o poder de vida e de morte sobre os filhos, assim como vendê-los e até mesmo
castigá-los com penas corporais. Diferentemente, a figura da mulher era de submissão ao
marido, além disso, suas ações eram direcionadas apenas para os afazeres domésticos e
a criação dos filhos, porque naquele tempo, a mulher não possuía direitos legais iguais aos
homens (SANTANA, 2015).
Esse acontecimento marca efetivamente a relação entre a Igreja e o Estado, pois,
nesse momento, o conceito de família abrange todo o significado de matrimônio sagrado,
indissolúvel e de perpetuação da espécie, a reprodução, crescer e multiplicar Então, com
a ascensão do Cristianismo, a Igreja Católica tinha total poder de sacramento e do direito
Canônico para regrar o casamento, o qual era considerado a única fonte do surgimento da
família (SILVA ,2004).
Nesse contexto, a ideia de família está vinculada à tradição, pois era composta por:
pai, mãe e filhos, temos, então, a família patriarcal hierarquizada socialmente pela figura do
homem. Nessa época, os laços biológicos eram fortalecidos, buscava-se o poder econômi-
co, político e religioso em detrimento dos laços afetivos, conforme destaca a especialista
no assunto:
O elo familiar era voltado apenas para a coexistência, sendo imperioso para
o “chefe” a manutenção da família como espelho de seu poder, como condu-
tor ao êxito nas esferas política e econômica. Os casamentos e as filiações
não se fundavam no afeto, mas na necessidade de exteriorização do poder,
ao lado – e com a mesma conotação e relevância – da propriedade. [...] Os
vínculos jurídicos e os laços de sangue eram mais importantes e prevaleciam
sobre os vínculos de amor. O afeto, na concepção da família patriarcal, era
presumido, tanto na formação do vínculo matrimonial e na sua manutenção
como nas relações entre pais e filhos. Quando presente, não era exterioriza-
do, o que levava a uma convivência formal, distante, solene, substanciada
quase que unicamente numa coexistência diária (SILVA, 2004, p. 122 - 147).

Durante a Idade Média, com a queda do Império Romano do Ocidente e a transição


para a Idade Moderna, a figura da mãe, era oposto ao que vemos hoje. Ela dedicava-se aos
filhos e à casa. Especialistas na área destacam que nesse momento, as relações afetivas
com a criança eram superficiais, sem muitas demonstrações afetivas (SANTANA, 2015).

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Mais tarde, na época da Revolução Francesa, período de intensa agitação política
e social na França, houve a ascensão do casamento Laico, que surgiu com as ideias Ilu-
ministas, quando os revolucionários propuseram a separação total da Igreja e do Estado.
Especialistas no assunto afirmam que tal mudança é resultado de um processo histórico
que a torna uma das formas possíveis de secularização nas sociedades modernas (SILVA,
2004). Porém, ainda nessa época, ainda prevalecia a típica família tradicionalista: patriarcal
e constituída apenas a partir do casamento. Marido e mulher e filhos legítimos.
No Brasil, na época do Império, apenas o casamento católico (in facie Ecclesiae)
era conhecido, pois era essa a religião oficial do país. As normas reguladoras do casamen-
to seguiam os ditames do Concílio de Trento de 1563 e das Constituições do Arcebispo da
Bahia. No entanto, com o aumento da população em decorrência das imigrações alguns
problemas aconteceram, uma vez que, pessoas de outras religiões eram impedidas de
firmarem matrimônios, no país. Diante disso, houve intervenção do estado e a igreja cató-
lica perdeu força e então novas modalidades matrimoniais começaram a ser praticadas: o
casamento católico; o casamento misto (católico e acatólicos) e o casamento entre pessoas
de seitas dissidentes, o que gera uma mistura de raças e culturas.
Em virtude do exposto, por consequência da evolução social, o modelo de organiza-
ção familiar deixou de ter um padrão único e correto. Isso justifica-se, porque as mudanças
que ocorreram a partir do conjunto de valores e regras sociais, influenciaram diretamente no
entendimento do papel dos indivíduos. Soma-se a isso a diversidade de papéis que foram
atribuídos à família segundo as perspectivas, das mais variadas esferas sociais, como por
exemplo, as ideológicas, religiosas, políticas, econômicas, jurídicas, dentre outras.
Seguindo o fluxo das alterações econômicas, políticas e sociais, após a Revolução
Industrial, uma nova configuração do termo “família” começa a surgir, em virtude de ter
acontecido mudanças demográficas. É importante salientar que as relações familiares
estão diretamente relacionadas aos diversos fatores decorrentes do contexto social
que cada família está inserida.Diante de tal cenário, as famílias diminuíram, as mulheres
conquistaram direitos, tornaram-se mais ativas e isso contribuiu para o empoderamento
feminino, o que resultou em transformações culturais, consequentemente refletiu no núcleo
familiar. A autêntica revolução de costumes que marcou os anos 1960 trouxe consigo a luta
pela emancipação feminina MINUCHIN, 1990).
Assim, aquela família tradicional composta pelo pai como chefe e provedor maior,
mãe dona de casa e submissa e filhos padronizados foi deixando de existir. E muitos casais
passaram a eleger a busca da felicidade como a principal razão para estarem juntos. Além
disso, no século XXI, as questões relacionadas ao matrimônio e à reprodução perderam
força e o fator determinante para a formação de uma unidade familiar torna-se o afeto (
MINUCHIN, 1990).

UNIDADE I Família na Atualidade 8


Uma revisão seletiva sobre o assunto aponta que, atualmente, a família é entendida
como um sistema formado por um grupo de pessoas que possui trocas afetivas, materiais e
de convivência. Além disso, é considerada como um sistema aberto de trocas mútuas, em
constante transformação (CARTER, 1995; MINUCHIN, 1990).
Na interpretação do assunto, infere-se que ao considerar a família enquanto sis-
tema, significa reconhecer que cada uma tem suas particularidades e isso é consequência
da organização que foi estabelecida ao longo do tempo, considerando todo o aspecto
ideológico, histórico, cultural de crenças e valores, no qual ela esteve inserida.
Diante do exposto, salientamos que a família enquanto sistema é entendida como
uma unidade social dinâmica que vai se transformando ao longo do tempo. Portanto, caro(a)
aluno(a), próximo tópico desta unidade, iremos dialogar sobre a configuração do conceito
de família na atualidade.

Até mais !!!!

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REFLITA

Estudante, conforme exposto no decorrer desta unidade, hoje, existem novas configu-
rações familiares, que suscitam inúmeras discussões. A esse respeito, reflita:

Na sua opinião, as relações conjugais que fogem ao tradicional podem ser consideradas
familiares?

Fonte: Produzido pela autora (2021).

SAIBA MAIS

Estudante,

Você sabia que em 2015, foi votado pela Comissão Especial do Estatuto da Família, da
Câmara dos Deputados, o conceito de família? Segundo o texto, a família brasileira é a
“entidade familiar formada a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de
casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
filhos”. Considerada excludente e discriminatória, a definição é desde então alvo de pro-
testo por suprimir o direito de milhões de brasileiros que não se enquadram no conceito
aprovado. O texto é também contraditório já que, em 2011, o Supremo Tribunal Federal
(STF) reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo.

Fonte: Agência Câmara Notícias. Conceito de família como união entre homem e mulher é aprovado em

comissão especial. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/471290-conceito-de-familia-como-

-uniao-entre-homem-e-mulher-e-aprovado-em-comissao-especial/. Acesso em: 14 maio. 2021.

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2. NOVA DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA E SUA FUNÇÃO

Estudante, olá!

Seja bem-vindo ao segundo tópico da Unidade I, intitulado de “Nova definição de


família e sua função”.
Sabemos que a estrutura organizacional da família evoluiu, o conceito de família
no século XXI teve novas configurações sociais, por isso, hoje, existem diferentes tipos de
família, como também, novas formas de filiação.
O conceito de família, está em destaque, uma vez que, por conta de toda sua
evolução histórica e social, nesse momento, é um assunto muito discutido por diversos
grupos/comunidades. Nas discussões sociais, de um lado estão aqueles que consideram
a família como comunidade natural ou designada por Deus. Em oposição, estão os outros,
os que entendem a família sob a perspectiva da diversidade.
Assim, nesse tópico, nosso diálogo será direcionado para entender as mudanças
ocorridas ao longo do tempo relacionadas à entidade familiar, considerada como uma das
instituições mais antigas da humanidade.
Para tanto, com intuito de organizar o conteúdo de uma forma didática, primeira-
mente, vamos conversar sobre as diferentes configurações familiares. Posteriormente,
vamos direcionar os nossos olhares para as diversas estruturas e dinâmicas familiares.
Então, convido você, estudante, a embarcar nessa viagem pelo maravilhoso uni-
verso familiar. Vamos lá!

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2.1 Diferentes configurações familiares
A Família, enquanto sistema, teve como objetivo central o matrimônio e multiplica-
ção da espécie, contudo, conforme dito anteriormente, ao longo do tempo, essa estrutura
sofreu diversas alterações.
O atual sistema jurídico que rege as questões familiares consta do Livro de Direi-
to de Família, do Código Civil, concebido no final dos anos 60, muito antes das grandes
mudanças provocadas pela Constituição de 1988. Naquela época, o modelo era a família
patriarcal, constituída apenas pelo casamento. A desigualdade entre cônjuges e filhos era
legitimada pela subsistência dos poderes marital e paternal.
Mas a Constituição Cidadã inaugurou um paradigma familiar remodelado, seguindo
as mudanças ocorridas na sociedade brasileira. Assim, com o objetivo de reunir num só
instrumento legal toda a legislação referente à área do Direito de Família, além de mo-
dernizá-la, foi instituído o Estatuto das Famílias, nele, constam as regras tanto do direito
material como processual, para proporcionar às famílias brasileiras maior agilidade nas
demandas jurídicas, rapidez essa indispensável quando se trata de direitos relacionados
tão diretamente à vida das pessoas.
Como exemplo de uma grande alteração do conceito e da organização familiar,
atual, podemos citar a autorização expressa do casamento entre pessoas do mesmo sexo,
de acordo com o Ato Normativo (Resolução nº 175 de 14/05/2013), um grande conquista. É
válido destacar que tal situação há algumas décadas não seria possível, nem mesmo aceita
pela sociedade. Contudo, no o Art. 1.723, do Código Civil (BRASIL, 1988), a estrutura
familiar, união estável, só é reconhecida entre homem e mulher. Mas, na contramão, o
Supremo Tribunal Federal - STF, é contrário a essa situação e, por isso, proibe a discrimi-
nação de pessoas em razão do sexo.

Acadêmico(a),

Para ilustrar as atuais acepções do conceito de apresentarmos uma citação da


Lei Maria da Penha (2006), a qual considera que a família é a “comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade
ou por vontade expressa”.
Isso posto, infere-se que as novas configurações familiares não estão constituídas
apenas pela genética, mas, sobretudo por meio de laços afetivos, uma vez que, na contem-
poraneidade, o vínculo afetivo tem papel de destaque em diversas esferas, seja, familiar,
social, como também na esfera jurídica.

UNIDADE I Família na Atualidade 12


Nessa linha de raciocínio, o conceito de configuração familiar diz respeito ao conjunto
de indivíduos que compõem o núcleo familiar. Assim, é correto dizer que a configuração
familiar é organizada por meio dos arranjos e disposições dos membros que compõem uma
família. Sendo assim, na figura n.1, elencamos os tipos de configurações familiares mais
comuns, de acordo com as considerações dos estudos sobre o assunto (MINUCHIN, 1990).

FIGURA 1 - TIPOS DE CONFIGURAÇÕES FAMILIARES

Fonte: adaptado de MINUCHIN, 1990.

De acordo com o exposto, ao nos referirmos à família enquanto sistema, devemos


considerar toda forma de constituição resultante de interações que constituem laços re-
lacionais. Importante ressaltar que, as configurações formadas por recasamentos, uniões
homoafetivas, paternidade ou maternidade socioafetivas convivem com o modelo tradicio-
nal familiar. Além disso, apesar de não serem previstas em lei, as novas configurações são
abrigadas pela Justiça.

UNIDADE I Família na Atualidade 13


Consoante a ideia apresentada sobre as novas configurações familiares, MINU-
CHIN (1990), renomado especialista no assunto, reconhecido internacionalmente pelo ex-
celente trabalho desenvolvido com terapia familiar, defende que a organização, a estrutura
e os padrões de interação de uma família são responsáveis por selecionar e qualificar as
experiências de seus membros.
Prezado acadêmico(a), com intuito de colaborar com seu entendimento sobre o as-
sunto, faz-se necessário, na sequência, dialogarmos sobre a estrutura e dinâmica familiar.

2.2 Estrutura e dinâmica familiar


Estudante, após exposição das acepções que permeiam o termo e/ou configuração
da “família”, agora, te convido a olhar para o assunto de acordo com a perspectiva rela-
cional, que é composta por diversos subsistemas, como por exemplo, o conjugal, parental
e fraternal. Importante ressaltar que nesse modelo organizacional, cada um dos seus
membros desempenha diferentes funções e níveis de poder. Além disso, cada integrante
familiar pode fazer parte de diferentes subsistemas e em cada um deles desempenhar
diferentes funções.
A partir do exposto, fica evidente que a estrutura familiar é formada por um conjunto
de regras construídas ideológica e socialmente, que por vezes , determina os relaciona-
mentos entre seus pares. Além disso, essa forma de constituição aponta o lugar que cada
membro ocupa na esfera familiar, bem como o papel e/ou função desempenhada nesse
contexto. Assim, são formadas as identidades e os tipos de relacionamentos que serão
praticados ( MINUCHIN, 1990).
Para exemplificar, na imagem n.2 apresentamos os diferentes tipos de subsistemas
que configuram a estrutura familiar:

FIGURA 2 - SUBSISTEMAS FAMILIARES

Fonte: adaptado de Minuchin, 1990.

UNIDADE I Família na Atualidade 14


Na sequência para melhor entendimento do assunto, apresentamos as caracterís-
ticas de cada subsistema:

► Conjugal: constituído por duas pessoas com objetivos correlatos que é formar
uma família. Cada membro ocupa o seu lugar social e realiza suas funções
de acordo com o estabelecido segundo as crenças, valores e ideologias que
permeiam esse núcleo familiar (MINUCHIN, 1990).

► Parental: É configurado a partir do nascimento ou adoção do primeiro filho.


Neste momento a relação conjugal abre espaço para um novo membro que
será inserido no sistema familiar e precisará de nutrição e afeto. Diante desse
novo fato, é necessário que haja apoio entre os pares, pois a rotina familiar terá
mudanças significativas, então, adaptações precisarão ser feitas para atender
as necessidades dos filhos(a). Com o decorrer do tempo, as mudanças serão
internalizadas e a rotina se instaura novamente (MINUCHIN, 1990).

► Fraternal: Caracteriza-se pelo nascimento ou adoção de um ou mais irmãos,


assim, possibilita que as crianças socializem e aprendam umas com as outras
(MINUCHIN, 1990).

A partir dessas informações, podemos compreender que para entendermos a es-


trutura de uma família necessariamente implica em conhecer sua dinâmica. Coaduna-se
com essas reflexões, o fato de que as posições e papéis assumidos na esfera familiar
constituem toda dinâmica familia e os vínculos afetivos construídos ao longo da história
familiar se expressam através da forma como se dá a interação e a comunicação familiar
(MINUCHIN, 1990).
Assim, com base nessas explicações e também de acordo com as acepções do
Estatuto Familiar, que atualiza e moderniza a legislação brasileira sobre o Direito das
Famílias, infere-se que as diversas entidades familiares existentes possuem a mesma
dignidade, sendo que todas são merecedoras de igual tutela, sem hierarquia.
Isso posto, agora, caro(a) aluno(a), vamos entender o que diz a legislação com
relação à filiação.
Segundo as acepções do Estatuto Familiar o termo “guarda” foi substituído por
“convivência familiar”, admitida mesmo que não haja consenso entre os pais.

UNIDADE I Família na Atualidade 15


Sob termos técnico-jurídico, filiação é a relação de parentesco entre pessoas no
primeiro grau, em linha reta. Sendo que, tal relação se estabelece entre uma pessoa e
aqueles que a geraram, ou que a acolheram e criaram.
No caso da filiação socioafetiva é considerada para sua constituição, a afetividade
existente entre seus integrantes, diferente do que era na sociedade patriarcal, na qual a
instituição familiar era constituída especialmente por razões econômicas. Um exemplo desse
novo arranjo familiar, paternidade socioafetiva, acontece quando um filho é biologicamente
concebido por um homem, ele tem direito ao sobrenome do pai, de receber verba alimentar,
de desfrutar da sua companhia e de sucedê-lo depois que ele morre. Porém, às vezes, pode
surgir com situação, ou seja, o filho começa a conviver com o companheiro da mãe e o vê
como um segundo pai. Numa situação como essa, de acordo com o especialista Luiz Fer-
nando Valladão Nogueira, advogado, a Constituição não aceita distinções quanto à origem da
paternidade e conclui que ambas são válidas e podem coexistir (VALLADÃO, 2014).
Nesse sentido, aqui é válido o Princípio da Dignidade, um dos norteadores da
Constituição Federal. Dessa forma, à entidade familiar foi atribuída uma concepção que
objetiva a realização do ser humano.
Para ilustrar tal informação, destacamos um princípio constitucional que assegura
o direito à interação e convivência afetiva: o Princípio da Convivência Familiar:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança,
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à digni-
dade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988).

Na interpretação da legislação, infere-se que a filiação socioafetiva, se baseia no


Princípio da afetividade, contudo, mesmo não estando explícito, como também previsto
juridicamente, é extremamente importante e deve ser conectado ao princípio da dignidade
da pessoa humana.
Assim sendo, existe muito espaço também para a diversidade, pois os novos arran-
jos familiares que envolvem filhos de outros casamentos e são formados por laços de afeto
e afinidade redesenham as responsabilidades de cada um no novo núcleo de convivência.
Em suma, as diversas mudanças nas configurações familiares, atualmente, expõe
as crianças a situações de confusão, uma mistura de afetos entrelaçada à diversidade de
papéis e funções desempenhadas no contexto familiar. Diante disso, há, muitas, vezes
necessidade de intervenção psicológica e psicopedagógica que auxiliem na superação das
adversidades cotidianas.
Caro (a) aluno, isso posto, chegamos ao fim desse tópico, no qual dialogamos e
refletimos sobre as diversas configurações familiares na contemporaneidade.

Até mais!!!

UNIDADE I Família na Atualidade 16


SAIBA MAIS

Acadêmico(a), você sabia que o Dia Internacional da Família é celebrado no dia 15 de


maio. Esse dia foi definido em 20 de setembro de 1993, em deliberação da Assembleia
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde então, no dia 15 de maio,
sempre há, em várias partes do mundo, conferências e celebrações para discutir e tra-
çar projetos para o futuro da instituição familiar. Essa data contempla a evolução do
conceito de família nas últimas décadas.

Fonte: IBDFAM (online).

SAIBA MAIS

O que significa família? Dicionário Houaiss lançou, em 2016, uma campanha para
que as pessoas enviarem suas próprias definições com intuito de atualizar o
verbete

“Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o
mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária”. Esse é o conceito da palavra
família segundo o Dicionário Houaiss.
A nova definição surgiu após a campanha #TodasAsFamílias, promovida pela agência
NBS com o Grande Dicionário Houaiss, que recebeu mais de 3 mil sugestões de texto
sobre o conceito de família “sem preconceito ou limitações”.
“E para você, o que é família?”. Esta era a pergunta feita pelo Houaiss durante a cam-
panha, que foi uma reação ao conceito de família contido no projeto de lei conhecido
como Estatuto da Família, aprovado em comissão especial da Câmara dos Deputados,
em 2015. Segundo o estatuto, família é “o núcleo social formado a partir da união entre
um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comu-
nidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.
De acordo com o diretor do Instituto Antônio Houaiss e coautor do Grande Dicionário
Houaiss, Mauro Villar, o Instituto aceitou a proposta por seu interesse e pelo valor huma-
nitário de dar voz a pessoas e grupos. A campanha contou com o apoio da Associação
Brasileira de Famílias Homoafetivas (Abrafh) e da Coordenadoria Especial da Diversi-
dade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro.

UNIDADE I Família na Atualidade 17


“A iniciativa do Houaiss é verdadeiramente fantástica”, diz a advogada Marianna Cha-
ves, diretora nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). “Vivemos
um momento turbulento no Brasil. Temos um Congresso Nacional tomado por funda-
mentalistas religiosos e o nefasto Estatuto da Família - que não se deve confundir com
o Estatuto das Famílias, de autoria do IBDFAM - representa um perigo”, afirma.
Para ela, o PL Estatuto da Família tenta anular os avanços alcançados com reconheci-
mento do pluralismo familiar, mormente em relação às famílias homoafetivas. “Portanto,
ter uma definição ampla, em uma publicação como Houaiss, tem um efeito simbólico
glorioso. O dicionário reflete aquilo que é reconhecido no meio social. Se o Legislativo
teima em não querer aceitar a pluralidade familiar, a sociedade já deu a sua resposta,
que passou a estar inscrita no mais completo dicionário do nosso país”, diz.
Segundo a advogada, a definição trazida pelo Houaiss prestigiou as famílias tradicionais
e abriu espaço para outras, colocando a tônica no afeto e na solidariedade. “O sangue
e a filiação natural não são as únicas fontes de relações familiares. E vou mais longe: o
sangue não é (e nem nunca foi) um elemento sumo e onipotente que afiance uma ge-
nuína relação de família, mormente as relações de filiação”.
A conceituação do Houaiss é inédita. Mas, outros dicionários, como o Priberam, de
Portugal, e o da Real Academia Española, também não fazem referência a gênero,
explica Marianna Chaves. “Não falam pai e mãe, homem e mulher. Falam em pais que
vivem com os filhos; pessoas aparentadas que vivem juntas; conjunto de ascendentes,
descendentes, colaterais e afins; pessoas que vivem na mesma casa. O dicionário es-
panhol traz um significado que diz: ‘personas consideradas por amistad o trato’. Talvez
aí encontremos o traço mais perceptível do afeto: aquelas que se consideram família
amizade ou por tratamento, para aquele dicionário, são família”.
O Dicionário de Direito de Família e Sucessões – Ilustrado – livro do advogado Rodrigo da
Cunha Pereira, presidente nacional do IBDFAM, conceitua mais de trinta modelos de família.
Para ele, a revolução silenciosa que a família, com seus novos arranjos, vem provo-
cando é a grande questão política da contemporaneidade. “A luta por um país melhor
só tem sentido se o sujeito tiver autonomia privada e tiver a liberdade de estabelecer
seus laços conjugais como bem lhe aprouver. A história e a política, hoje, se escrevem e
se inscrevem a partir da vida privada, que começa e termina na família. E assim a vida
privada e, portanto, a família, tornou-se a principal razão política dos Estados democrá-
ticos contemporâneos”, reflete.

Fonte: IBDFAM. Instituto Brasileiro de Direito da Família. Dicionário reformula conceito de família.Disponí-

vel em: https://ibdfam.org.br/noticias/5990/Dicion%C3%A1rio+reformula+conceito+-de+f. Acesso em: 11

de maio de 2021.

UNIDADE I Família na Atualidade 18


SAIBA MAIS

Você sabe o que é Multiparentalidade? A filiação construída pelo afeto?

Quando Bruna chamou a avó de mãe pela primeira vez, deveria ter seus 2 anos e meio.
Os pais de Bruna se separaram quando esta tinha por volta de um ano e meio, e, por
pensar ser o melhor para a criança na época, a mãe biológica a deixou morar com os
avós, também consentindo o pai biológico.
Assim, os vínculos com os pais biológicos foram mantidos, e a criança “adotou” os avós
como pais, chamando os quatro (pai, mãe, avô e avó) de pai e mãe. No início, para
distingui-los, era papai o avô e mãe a avó, e pai e mãe os pais biológicos. Porém, na
adolescência, eram todos pai e mãe. E assim é até hoje, contando ela com 28 anos.
Desta forma, este é um exemplo de situação socioafetiva, haja vista que a relação so-
cioafetiva entre avós e netos é comum! Ou seja, muito mais comum do que se imagina
por esse “Brasilzão” afora. Sendo assim, havendo o vínculo de filiação, poderá ser re-
conhecida a filiação afetiva!
Na verdade, coexistindo vínculos parentais afetivos e biológicos ou apenas afetivos, é
uma obrigação reconhecê-los. É que, não há outra forma de preservar os direitos funda-
mentais de todos os envolvidos, sobretudo no que diz respeito à dignidade e à afetivida-
de. Esta é uma realidade que a Justiça já começou a admitir.
Embora não exista lei prevendo a possibilidade do registro de uma pessoa em nome de
mais de dois genitores, não há proibição.
Nesse âmbito, o direito acompanha as rápidas mudanças da sociedade, e a entidade fami-
liar nos dias de hoje não está mais limitada às questões biológicas. O vínculo afetivo ampliou
o conceito de paternidade, trazendo grande avanço nas questões de direito de família.
Por isso, com as constantes mudanças nas interpretações, devemos acompanhá-las de
perto, para que possamos resguardar o melhor direito aos nossos clientes! Como visto
no recente julgamento do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: OLIVEIRA, Gisele. Você sabe o que é Multiparentabilidade? A filiação construída pelo afeto? Dis-

ponível em: https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/artigos/698158427/voce-sabe-o-que-e-multiparentabili-

dade-a-filiacao-construida-pelo-afeto. Acesso em: 11 de maio de 2021.

UNIDADE I Família na Atualidade 19


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a),

Chegamos ao final da Unidade I, a qual teve por objetivo principal apresentar co-
nhecimentos sobre o funcionamento das famílias enquanto sistemas relacionais dinâmicos
e em constante transformação.
Aquele modelo de família tradicional, no qual o pai era o provedor, a mãe estereoti-
pada à função de dona de casa, cuidando dos filhos, está em extinção e abrindo espaço para
novos modelos familiares que desafiam a flexibilidade e a criatividade de seus integrantes.
Importante entendermos que os mais variados arranjos familiares da contempora-
neidade vão além do matrimônio, pois há união estável entre pessoas do mesmo sexo ou
não, famílias monoparentais, adoções e a comprovação de paternidade, que refletem as
mais diversas formas de relação familiar. Diante disso, nesse contexto atual, o que está em
evidência é a configuração afetiva, que sobressai às demais definições do conceito de família.
À guisa de conclusão dessa Unidade, ressalto que as informações aqui comparti-
lhadas não esgotam o assunto, visto que visto que esse é um tema vasto, muito complexo,
e ainda, que dispõe de muitas literaturas e estudos publicados. Assim sendo, desejo ter
contribuído significativamente tanto para o seu conhecimento e crescimento pessoal, quan-
to para o desenvolvimento da sua prática profissional.

Uma braço!!!

UNIDADE I Família na Atualidade 20


LEITURA COMPLEMENTAR

A FAMÍLIA, A CRIANÇA E UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA SISTÊMICA

Este artigo aborda a questão da família e suas implicações nos processos de


aprendizagem de todos os seus membros. Através de uma visão histórica é mostrado
como a família se organizou ao longo do tempo até a contemporaneidade. Pontua a função
e o papel de cada elemento na organização familiar e a sua importância na formação e
desenvolvimento da criança e do adolescente, assim como sugere mais uma opção para o
olhar e para a escuta do psicopedagogo ao elemento com dificuldades de aprendizagem e
suas relações familiares.

INTRODUÇÃO
Os pais inconscientemente deixam a seu filho a carga de refazer sua história, mas
refazê-la de tal maneira que nada deveria mudar, apesar de tudo. O paradoxo em que a
criança está presa produz logo efeitos violentos; com efeito, raramente há oportunidade de
que a criança se realize em seu próprio nome. (Maud Mannoni apud Fernández).
Começo este artigo sobre a Família com o olhar voltado para as dificuldades de
aprendizagem, com as palavras de Mannoni, pois elas representam muito bem como
as famílias, na maioria das vezes, se organizam. Algumas crianças transitam muito bem
com essas demandas, outras nem tanto. E talvez sejam essas as crianças que poderão
apresentar algum tipo de sintoma que muitas vezes aparece nas diversas modalidades
de aprendizagem escolar. Sabemos que sintomas são uma espécie de denúncia, e é para
essa questão que nosso olhar deve estar focado, porém, a família como grupo, exerce uma
grande influência sobre todos os seus membros.
Como profissional que há mais de 30 anos trabalha com o sofrimento humano para
aprender e por aprender nos vários níveis de entendimento sobre a aprendizagem (seja
escolar, ou qualquer outro tipo de aprendizagem ao longo da vida), tenho uma visão sis-
têmica sobre o fenômeno familiar, que basicamente é visto como um conjunto de relações
que interagem entre si influenciando uns aos outros. A família não é apenas um conjunto de
objetos introjetados, mas é uma matriz onde emergem dramas, tramas, traumas, segredos
e mentiras, crenças e valores, sem contar com as exclusões conscientes e inconscientes
que influenciam todas as pessoas envolvidas e que muitas vezes implicam questões gera-
cionais que seus membros carregam por anos e muitas vezes perdendo o seu significado
original. Todos esses fatores podem influenciar na aprendizagem da criança, dificultando o
seu desenvolvimento normal.

UNIDADE I Família na Atualidade 21


Minha intenção com este artigo é também mostrar a importância da afetividade
que circula dentro família e incluí-la numa avaliação mais cuidadosa sobre a família e as
inúmeras implicações afetivas, observando como mais um dos elementos fundamentais
das dificuldades de aprendizagem tanto das crianças e adolescentes quanto da própria
família envolvida nesta dificuldade.
Penso que a família também tem uma modalidade de aprendizagem, tem uma
forma específica de ver e apreender o mundo, de se relacionar com as pessoas, tem suas
crenças e seus valores personalizados, entre outros fatores. É por isso que é importante a
necessidade de um estudo mais aprofundado sobre esta instituição, para que o psicopeda-
gogo tenha mais um instrumento para avaliar e auxiliar a criança ou adolescente a aprender
e a encontrar o prazer e a alegria da descoberta e da aprendizagem.
Cabe lembrar que este artigo não tem a pretensão de esgotar o assunto, mesmo
porque ele é complexo e diversificado, mas que serve apenas como lembrete sobre a fa-
mília: ela é muito mais do que uma avaliação simplista. Vai além de apenas se responder
a um questionário que muitas vezes o próprio psicopedagogo pode interpretar de forma
distorcida devido à falta de um material mais adequado e de uma observação mais apurada
sobre esta família. Temos que deixar de lado o “achismo” e o preconceito que muitas vezes
temos inconscientemente, e, como profissionais, pesquisar e garimpar as “pérolas e os
diamantes” escondidos em sentimentos como a vergonha, o medo, a carência, o abandono,
a raiva, a mágoa e a revolta, acobertados pelo não saber individual e coletivo da família.
Mas o meu foco neste momento não é a formação de psicopedagogos com relação
à família. Deixo apenas algumas perguntas para reflexão para quem se interessar pelo
tema, por exemplo: de qual família estou falando quando penso e falo sobre ela? Da minha
ou da família do meu cliente? Quais são minhas crenças com relação à família? Quais são
os valores em que eu acredito? Será que não quero “padronizar” a família do meu cliente
nas minhas próprias crenças e valores, ou dentro de crenças e valores de uma sociedade?
Dentro de uma vasta literatura sobre a família, notamos que este é um conceito que
aparece e desaparece das teorias sociais e humanas de acordo com o momento histórico.
Ora ela é enaltecida, ora é severamente criticada. Muitas vezes, é acusada como o início de
todos os males da humanidade, especialmente apontada como repressora (e muitas vezes
negligente ou permissiva demais com relação à sua prole) ou exaltada como provedora e
promotora da proteção do corpo e da alma de todos os membros desta família.

UNIDADE I Família na Atualidade 22


No nosso trabalho, para compreendermos a família, precisamos ir além do exa-
me de um dos seus elementos sozinho, ou apenas como produto da sociedade. É muito
comum o encaminhamento da pessoa que está apresentando algum tipo de dificuldade
e ignorar-se o restante da família, como se o indivíduo que está apresentando o sintoma
vivesse isoladamente do resto da família e da comunidade de uma forma geral. Precisamos
analisar todo o sistema familiar, social e escolar (em que chamo de sistema ecológico cada
um destes agrupamentos) no qual ela está inserida para compreendermos não só este
conjunto de pessoas, mas principalmente o elemento sintomático com sua função e papel
dentro desta família, da escola e da comunidade.
Uma faceta do pensamento atual direciona o olhar sobre os efeitos ambientais no
indivíduo. Até bem pouco tempo, a maioria das pesquisas sobre a família com crianças e/
ou adolescentes com dificuldades de aprendizagem focava com frequência apenas a mãe,
às vezes os companheiros de brincadeiras e alguma estimulação com brinquedos, os pais
e suas famílias extensas eram ignorados e até desprezados. E se observarmos o contexto
familiar mais amplo, era normalmente em termos de status socioeconômico da família,
em que os avós, tios e primos eram ignorados. Não descarto, em absoluto, este enfoque
da relação da mãe com seu filho, principalmente as contribuições de Winnicott e de todos
os teóricos que falam sobre esse tema mãe-bebê, apenas ampliou o olhar para além da
relação mãe-bebê (que diga-se de passagem é importantíssima), para compreendermos
de uma maneira mais ampla a função do não aprender desta criança. Advirto que isso
é apenas um dos lados da nossa observação e não devemos descartar nenhuma das
possibilidades teóricas e de observação de um fenômeno.

Fonte: Gasparian MCC. A família, a criança e uma visão psicopedagógica sistêmica. Rev. Psicope-

dagogia 2019;36. Disponível em: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/613/a-familia--a-crianca-

-e-uma-visao-psicopedagogica-sistemica. Acesso em: 31 ago. 2021.

UNIDADE I Família na Atualidade 23


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Psicologia de Família: Teoria, Avaliação e Intervenção
Autor: Maycoln L. M. Teodoro (Autor), Makilim Nunes Baptista
(Autor)
Editora: Artmed; 2ª edição
Sinopse: Diante das múltiplas configurações familiares presen-
tes no cenário social contemporâneo, torna-se cada vez mais
importante o desenvolvimento de pesquisas que aprofundem a
compreensão sobre as questões relacionadas ao casal e à família.
Nesta 2ª edição revisada e ampliada, o leitor encontrará toda a
pluralidade do campo das teorias de família. Entre os tópicos abor-
dados, destacam-se: panorama geral sobre famílias e casais no
contexto brasileiro; programas de intervenção para treinamento de
pais e para resolução de conflitos na conjugalidade; maus-tratos
na infância, transtornos da aprendizagem, transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade e desenvolvimento vocacional de jovens;
aspectos familiares referentes ao Judiciário e ao contexto social,
como divórcio, suicídio, vulnerabilidade social, saúde psicossocial
e diversidade sexual.

FILME / VÍDEO
Título: Como nossos pais
Ano: 2017
Sinopse: Conciliar maternidade, trabalho, família e casamento
é um dos maiores desafios da mulher contemporânea e não é
diferente com a protagonista de Como Nossos Pais. O longa foi o
grande vencedor da 45ª edição do Festival de Cinema de Grama-
do e levou seis Kikitos, entre eles, melhor filme, melhor direção,
melhor ator e melhor atriz. Interpretada por Maria Ribeiro, Rosa,
a personagem central, começa a questionar diversos aspectos
de sua vida depois de descobrir que o homem que a criou, na
verdade, não é seu pai biológico. Rosa é uma mulher que almeja
a perfeição como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Filha
de intelectuais e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se
vê pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja
engajada, moderna e onipresente.
Link do vídeo: https://www.netflix.com/br/title/81044192

UNIDADE I Família na Atualidade 24


UNIDADE II
Família e Escola
Professora Me. Greicy Juliana Moreira

Plano de Estudo:
● O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade;
● Tipos de Relação estabelecida entre a família e a escola.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar O papel do Instituto Brasileiro
de Direito de Família na atualidade;
● Compreender os tipos de Tipos de Relação estabelecida
entre a família e a escola.

25
INTRODUÇÃO

Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade II.

Começamos aqui nossa jornada de conhecimentos sobre duas esferas que estão
interligadas: escola e família, que possuem papel fundamental no processo educativo das
crianças e adolescentes.
Em nossa viagem, teremos duas grandes paradas, as quais chamaremos de tópicos.
No tópico I, intitulado de “O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na
atualidade”, o percurso será direcionado para que você conheça o contexto histórico e
social da entidade em questão. Além disso, serão disponibilizadas informações sobre a
atuação dessa instituição no mundo corporativo e também na esfera familiar.
No tópico II, intitulado de “Relação estabelecida entre a família e a escola”, você
será direcionado para um universo que merece atenção especial, pois nesses dois con-
textos em questão são essenciais para o processo de ensino-aprendizagem do aluno(a).
Nesse momento, então, você compreenderá quais são os marcos da legislação educacio-
nal, que tratam da integração de agentes escolares, pais e/ou responsáveis. Na sequência,
o diálogo será sobre as orientações dos especialistas para a configuração desse vínculo e
como essa prática pode ser favorável para todos os envolvidos no processo educacional.
Assim, espero que você aproveite tanto esta viagem por mais esse mundo de novos
conhecimentos e que tais aprendizados proporcionem a ampliação dos seus horizontes de
expectativas.

Muito obrigada e bom estudo!

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 26
1. O PAPEL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA NA ATUALIDADE

Estudante(a), olá!

Seja muito bem vindo ao primeiro tópico da Unidade II, intitulado de “O papel do
Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade”.
O presente tópico tem como proposta possibilitar a aquisição de novos conheci-
mentos relacionados à esfera familiar compreendida como um sistema relacional dinâmico.
Por isso, neste momento, convido você a embarcar em uma nova viagem que dis-
ponibilizará informações sobre o Instituto Brasileiro de Direito da Família, o qual dissemina
informações relacionadas à organização familiar, contribuindo para uma visão abrangente e
contemporânea do Direito das Famílias. Assim, para que você conheça e entenda melhor a
função dessa entidade para a sociedade brasileira, serão apresentadas informações que
vão desde a história da fundação, passando pela missão e visão, como também a efetivi-
dade da atuação profissional dessa instituição.
Então, venha comigo, embarque nessa nova viagem para ampliar seus horizontes
sobre o assunto em questão.
Estudante, você já ouviu falar sobre o instituto em questão neste tópico?
O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM é uma instituição jurídica
não governamental, sem fins lucrativos, que desenvolve e divulga o conhecimento sobre o
Direito das Famílias no Brasil. Além disso, ele atua como força representativa da sociedade
no que diz respeito às suas relações e aspirações sociofamiliares.

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 27
Na figura n.1 você pode conferir a missão dessa instituição, ou seja, a razão pela
qual ela existe. Em outras palavras, seu foco de atuação.

FIGURA 1 - MISSÃO DO INSTITUTO

Fonte: (IBDFAM, online).

Estudante, você sabe quando iniciou as atividades dessa instituição?

O Instituto foi criado em 25 de outubro de 1997, em Belo Horizonte (MG), onde


estabeleceu sede nacional. Além disso, possui filiais em todos os estados brasileiros e no
Distrito Federal. Desde o início da sua atuação, a entidade centraliza suas forças para di-
vulgar informações que contribuam para o entendimento real da organização familiar atual
(IBDFAM, online).
Dessa forma, constantemente, organiza eventos e cursos, seguindo as diretrizes
institucionais, atuando como referência nacional, como exemplo, podemos elencar o Con-
gresso Brasileiro de Direito das Famílias e Sucessões do IBDFAM, pois é considerado o
maior evento jurídico do calendário nacional. Na sua última edição, em 2019, reuniu mais
de mil congressistas, em dois dias de evento. No ano de 2020, em virtude da pandemia,
não foi possível haver edição (IBDFAM, online).

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 28
Concomitante aos eventos, atua também na área técnico-acadêmica, promovendo
reciclagem e atualização dos profissionais do âmbito do Direito de Família por meio de suas
publicações, como a Revista IBDFAM – Família e Sucessões; Revista Informativa IBDFAM;
Boletim IBDFAM (newsletter semanal); Link IBDFAM (newsletter diária) e portal. Além
disso, publica livros por meio da Editora IBDFAM: Tratado de Direito das Famílias 1ª, 2ª e
3ª edições; Direito das Famílias e Sucessões – coletânea de artigos; e o último lançado,
Famílias e Sucessões – Polêmicas, tendências e inovações (IBDFAM, online). Além disso,
produz cursos de curta duração em sua plataforma de Ensino à Distância IBDFAM Educa-
cional e é correalizador de dois cursos de pós-graduação lato sensu (IBDFAM, online).
Segundo os dados publicados pela empresa, hoje, são mais de 17 mil associa-
dos inscritos, reunindo entre seus membros advogados, assistentes sociais, defensores
públicos, desembargadores, promotores e procuradores de justiça, juízes, psicanalistas,
psicólogos e estudantes; operadores do Direito no Brasil e no exterior (IBDFAM, online).
Em 2013, um fato de extrema importância elevou a importância dessa empresa,
foi quando o Ministério da Justiça publicou a Portaria 2.134, no Diário Oficial da União,
declarando a Utilidade Pública Federal do IBDFAM. Esse reconhecimento foi resultado dos
inúmeros serviços de excelente qualidade realizados em prol da sociedade brasileira pelas
associações e fundações constituídas no Brasil (IBDFAM, online).

Estudante, para ampliarmos os conhecimentos sobre o assunto em questão, cabe-nos


agora, dialogarmos sobre o campo de atuação propriamente dito dessa entidade de renome.
Na esfera política, a empresa trabalha alinhada às demandas da sociedade brasileira
na área de Direito de Família, com objetivo de conseguir amparar, orientar e ainda, promover
situações de estudos e reflexões sobre as alterações na legislação (IBDFAM, online).
Como resultado do excelente trabalho prestado à comunidade, hoje, a instituição é
aceita como amicus curiae em relevantes causas do Direito de Família no Supremo Tribunal
Federal (STF). Dentre suas atuantes participações do IBDFAM no Supremo destacam-se: a
União Estável Homoafetiva ADI 4277/ADPF 132 (2011), Lei Maria da Penha ADC 19 (2012);
alteração do nome de transexuais ADI 4275 (2018); concorrência sucessória de cônjuge e
companheiro RE 878694 (2018); uniões paralelas/efeitos previdenciários RE 883168 (2018)
e coexistência da filiação socioafetiva e biológica RE 898060 (2016) (IBDFAM, online).
Soma-se a esses fatos históricos a participação no julgamento da União Estável
Homoafetiva. Nesse momento, o IBDFAM foi representado pela vice-presidente Maria
Berenice Dias, juntamente com outras entidades, objetivando contribuir efetivamente para
o reconhecimento de todas as formas de família (IBDFAM, online).

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 29
Outro momento de destaque na atuação política, foi quando a instituição propôs a
Emenda Constitucional (PEC 33/2007) que alterava as condições para a decretação do di-
vórcio. Em 2010, a PEC foi aprovada no Congresso Nacional como Emenda Constitucional
66/2010 que impôs o fim da separação de fato/judicial como condição para obtenção do
divórcio. Além disso, eliminou prazos desnecessários e suprimiu a discussão da culpa pelo
fim da conjugalidade (IBDFAM, online).
Acadêmico(a), diante do exposto, infere-se que o IBDFAM seja uma genuína fonte
de saberes interdisciplinares relacionados à esfera da família, traduzindo a essência da
família brasileira em toda sua diversidade e constantes mudanças. Assim, convido você
a acessar a página da entidade para atualizar-se sobre os assuntos que permeiam os
assuntos relativos ao contexto familiar.

SAIBA MAIS

Estudante, você sabia que a norma do CNJ que permite casamento civil homoafe-
tivo completa 8 anos?

Dados da Associação dos Notários e Registradores do Brasil – ANOREG, revelaram


que, desde 2013 até abril do ano passado, foram registrados mais de 52 mil casamentos
homoafetivos. Em 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE consta-
tou um aumento de 61,7% no número de casamentos homoafetivos entre 2017 e 2018.
O crescimento se manteve nos anos seguintes, segundo a ANOREG: em 2018, foram
9,9 mil casamentos homoafetivos no Brasil; 2019 registrou 12,4 mil e, entre janeiro e
abril de 2020, 2,6 mil.
De acordo com outro levantamento da ANOREG, feito exclusivamente para o site Uni-
versa, do Uol, entre 2011 e 2020, o número de registros de união estável de casais ho-
moafetivos passou de 1.531 para 2.125, e o de casamentos, de 3.700, para 8.472, um
aumento de 28% e 138%. A maior alta foi em 2018, impulsionada pelo temor de que a
vitória do então candidato à presidência Jair Bolsonaro resultasse em retrocessos para
a população LGBTI. Na ocasião, registrou-se um aumento de 61% em relação a 2017.
Para ler a entrevista na íntegra, acesse: https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+-
do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+completa+8+anos

Fonte: IBDFAM: Norma do CNJ que permite casamento civil homoafetivo completa 8 anos. Disponível

em:<https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+-

completa+8+anos>. Acesso em: 15 de maio de 2021.

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Atualidade 30
SAIBA MAIS

Acadêmico, no mês de maio de 2021, comemora-se uma década da decisão do Su-


premo Tribunal Federal – STF que reconheceu a união estável homoafetiva como enti-
dade familiar. O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, representado pela
vice-presidente nacional, Maria Berenice Dias, em conjunto com outras entidades com
objetivo comum, contribuiu decisivamente para o reconhecimento legal dessas famílias
durante o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF
132 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4.277.
Em entrevista recente, a vice-presidente nacional do IBDFAM ressaltou que a decisão
teve um enorme significado para um importante segmento da população, “que sempre
foi invisibilizado, discriminado e nunca teve seus direitos reconhecidos - nem direitos
pessoais e nem direitos referentes aos relacionamentos afetivos”.
A especialista frisou que a decisão foi especialmente significativa para o IBDFAM, ten-
do em vista que o Instituto sempre sustentou que é a natureza do vínculo que une as
pessoas e permite que se qualifiquem como famílias, a ponto de se passar a falar em
“Direito das Famílias” e não mais em “Direito de Família”. “Tanto que o IBDFAM estava
lá. Atuou como amicus curiae, proferiu sustentação oral e festejou essa bela vitória”,
lembra. “Talvez um dos maiores significados dessa decisão tenha sido o de assegurar à
população LGBT o direito à felicidade, que para muitos significa o direito de ter os seus
relacionamentos reconhecidos, poderem assumir obrigações e deveres de cuidado um
para com o outro de uma maneira igualitária, sem qualquer diferenciação entre os vín-
culos heterossexuais ou heteroafetivos”, pontuou a advogada.
Para ler a entrevista na íntegra, acesse: https://ibdfam.org.br/noticias/8427

Fonte: IBDFAM: Reconhecimento das famílias homoafetivas pelo STF completa 10 anos; especialista

aponta transformações ao longo da década. Disponível em: <https://ibdfam.org.br/noticias/8427>. Acesso

em: 15 de maio de 2021.

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Atualidade 31
2. TIPOS DE RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA

Acadêmico(a)!

Seja muito bem-vindo(a) ao segundo tópico da Unidade II, intitulado de “Tipos de


Relação estabelecida entre a família e a escola”.
É cada vez mais necessário o diálogo entre família e escola, por isso, faz-se neces-
sário dialogar sobre esse assunto com profissionais que estão ou estarão envolvidos nesse
contexto. Soma-se a isso o fato de que os estudos sobre o assunto vislumbram as possíveis
alternativas e modos de se compreender e lidar com o desenvolvimento dos alunos.
Então, nesse momento, os olhares estarão direcionados para esse dois universos:
a família e a escola, esferas que estão relacionadas no contexto educacional. É válido
ressaltar que trataremos aqui especialmente da educação escolar obrigatória, tendo o
Estado a responsabilidade de oferta da educação básica e as famílias o dever de matricular
e enviar seus filhos à escola.
Assim, nosso diálogo estará direcionado para conhecer como acontece a conexão
entre a educação e a classe social, pois, muitas vezes, há conflito entre as finalidades
socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação familiar (valores individuais), ou
seja, entre a organização da própria família com os objetivos da escola. Dessa forma,
entenderemos as implicações dessa relação no processo de ensino- aprendizagem.

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 32
Para melhor entendimento sobre o assunto, o tópico em questão foi organizado
da seguinte forma: primeiramente, trataremos sobre a instituição escolar, posteriormente, o
objetivo será dialogar sobre a relação família-escola e, por fim, faremos uma reflexão sobre
o impacto dessa relação para o processo de ensino-aprendizagem.
Então, vamos lá, embarque comigo, nessa trilha de conhecimentos sobre a relação
escola-família, uma aliança fundamental para o sucesso da aprendizagem.

2.1 2.1 Instituição Escolar X Família


Estudante, você sabe qual é o papel da instituição escolar?

A instituição escolar é considerada uma das instituições mais importantes da socie-


dade, uma vez que, possui duas funções primordiais: socializar e democratizar o acesso ao
conhecimento. Assim, promove o desenvolvimento de conhecimento, habilidades e valores
necessários à socialização do indivíduo. Concomitantemente, precisa instruir e preparar os
alunos para o mundo do trabalho. Somado a essas funções essenciais, a instituição escolar
possibilita a construção da moral e ética dos alunos, mas sobretudo, tem o dever de trabalhar
a formação humana. Além disso, realiza a mediação entre os alunos e os professores.
Diante do exposto, infere-se que a educação abarca processos formativos amplos
que se desenvolvem na convivência humana ao longo da vida.

Acadêmico(a) você sabe qual a importância da parceria família e escola?


A participação das famílias na vida escolar de seus filhos é de grande importância
para o processo de aprendizagem. No contexto familiar as crianças/adolescentes são fi-
lhos, diferentemente no mundo escolar, elas são alunos. Essa transição de filho para aluno
não é uma operação automática e, dependendo da distância entre o universo familiar e o
escolar, ela pode ser traumática.
A escola auxilia na educação dos filhos fazendo escolarização, contudo, a tarefa
de educação dos filhos é da família, em primeiro lugar, e do poder público em segundo.
Já à escola cabe a escolarização do aluno(a), porém, se a família não cumprir com os
dever de educar os filhos, a escola terá problemas, pois esse aluno(a), será indisciplinado,
apresentará problemas de socialização, como também de identidade. Essa contextualiza-
ção dos fatos, reafirma a importância da parceria entre escolas e família. Nesse sentido,
será função da escola direcionar e orientar os pais/responsáveis, porque muitos estudos
apontam que muitos deles vivem uma relação de submissão com os filhos.

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 33
Por esses e muitos outros motivos, a interação entre escola-família é sugerida por
diversas publicações técnicas, cartas e também, declarações internacionais resultantes de
reuniões e conferências convocadas pela UNESCO, desde os anos 1980. Como exemplo,
podemos relembrar as orientações da Declaração Mundial sobre Educação para Todos
(JOMNTIEN,1990), reafirmada pela Conferência de Dacar (2000), ao colocar como meta
até o ano de 2015 o atendimento das necessidades de aprendizado de todas as crianças,
jovens e adultos em processo equitativo. O Brasil, é um país-membro da UNESCO, diante
disso, por meio do Ministério da Educação, também renova, anualmente, este compromisso.
Caro(a) aluno(a), em posse dessa informação, cabe-nos agora entendermos o que
diz a LDB sobre a participação da família na escola?
De acordo com as acepções da LDB, é função dos profissionais da educação pro-
mover o desenvolvimento da aprendizagem, contudo, a lei prevê também a ação integrada
entre escolas com as famílias. Confira o que diz a legislação na íntegra (BRASIL, 1996):
“Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e
as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: (...) VI – articular-se
com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da
sociedade com a escola; (...)

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) VI – colaborar com as ativida-


des de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do


ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios: (...) II – participação das comunidades
escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”.

Aluno(a), já conhecemos as orientações da Declaração Mundial sobre Educação


para Todos e da LDB, mas o que diz o ECA sobre a conexão entre a família e a escola?
Antes de dialogarmos sobre as diretrizes do ECA, que são regidas pela Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990, é importante destacar que, em 2019 houve reformulação
das diretrizes. A lei elevou a idade mínima para aprendizagem de 12 para 14 anos. Então,
houve a ampliação da faixa etária da educação escolar obrigatória. Nesse sentido, está
posto que é dever do Estado assegurar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos
17 anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola; ensino fundamental; ensino
médio. Esse é um dado relevante para entendermos até qual idade a participação da família
no processo de ensino-aprendizagem é primordial. Assim, infere-se que a presença efetiva
dos pais na educação escolar dos filhos seja, pelo menos, até o final da educação básica.
Isso posto, vamos centralizar atenção para as informações disposta no ECA
(BRASIL, 1990):

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Atualidade 34
Capítulo IV – Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer.
● “Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e quali-
ficação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
● Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais. (...)
● Art. 55. Os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino.
● Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão
ao Conselho Tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos
escolares;
III – elevados níveis de repetência”

Uma revisão bibliográfica seletiva sobre o assunto aponta que o Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE,
2008) sugerem e reafirmam a importância da participação das famílias em prol de melhores
resultados de aprendizagem na educação básica. Confira, então, na íntegra, no que se refere
aos gestores e profissionais da educação, as diretrizes do Plano de Metas (PDE, 2008):

● XIX – divulgar na escola e na comunidade os dados relativos à área da edu-


cação, com ênfase no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb,
referido no art. 3º;
● XX – acompanhar e avaliar, com participação da comunidade e do Conselho
de Educação, as políticas públicas na área de educação e garantir condições,
sobretudo institucionais, de continuidade das ações efetivas, preservando a
memória daquelas realizadas;

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Atualidade 35
● XXI – zelar pela transparência da gestão pública na área da educação, garantindo o
funcionamento efetivo, autônomo e articulado dos conselhos de controle social; (...)
● XXIV – integrar os programas da área da educação com os de outras áreas
como saúde, esporte, assistência social, cultura, dentre outras, com vista ao
fortalecimento da identidade do educando com sua escola;
● XXV – fomentar e apoiar os conselhos escolares, envolvendo as famílias dos edu-
candos, com as atribuições, dentre outras, de zelar pela manutenção da escola e
pelo monitoramento das ações e consecução das metas do compromisso;
● XXVI – transformar a escola num espaço comunitário e manter ou recuperar
aqueles espaços e equipamentos públicos da cidade que possam ser utilizados
pela comunidade escolar”.

Ainda sobre essa questão, após as explicações do que dizem os documentos ofi-
ciais, é interessante tratar dos benefícios produzidos pela parceria entre família e escola.
Especialistas na área apontam que essa interação promove o desenvolvimento do
aluno(a), uma vez que isso possibilita que ele vivencie experiências educativas na escola
e no convívio familiar. Para melhor entendimento, na figura n.2, apresentamos exemplos
de benefícios produzidos a partir dessa conexão:

FIGURA 2 - BENEFÍCIOS ENTRE A CONEXÃO FAMÍLIA X ESCOLA

Fonte: (RESENDE, 2008)

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Atualidade 36
Acadêmico(a), autores renomados que desenvolvem estudos sobre essa temática
afirmam que o período entre os anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental é
um momento de relação complicada entre pais e filhos. Pesquisas apontam que as famílias
vão se afastando da escola conforme os filhos crescem. Isso pode ser explicado tanto pela
fase da adolescência, quando os adolescentes estão em processo de mudança e afastam-se
dos pais, como também, pela complexidade dos conteúdos escolares, nesse quesito o que se
considera como fator determinante é a escolaridade dos pais (RESENDE, 2008).
Diante do exposto, justifica-se a conexão entre família-escola, pois tal vínculo pode
auxiliar as famílias na superação dessa lacuna.

REFLITA

Estudante, como construir uma relação entre escola e família que favoreça a aprendiza-
gem das crianças e adolescentes?

Fonte: Autora (maio, 2021)

Acadêmico(a), vamos entender como construir essa ponte entre escola e família?
Na era da educação 4.0, da internet das coisas, onde tudo acontece no meio digital,
conseguir manter uma relação satisfatória entre as duas esferas em questão nessa unidade
é um desafio para a gestão escolar, pois cada vez mais as famílias estão sobrecarregadas
de tarefas e não disponibilizam muito tempo para os assuntos relacionados à escola do
filho(a). Estudos apontam que, na maioria das vezes, quando há uma interação entre as
partes, ela é cordial e solidária.
Além disso, deve-se considerar que muitos problemas são originados por conta da
influência da situação socioeconômica, da violência, das mudanças de costumes e isso
reflete no comportamento e desempenho dos alunos. Por esse motivo, é interessante que
as famílias acompanhem de perto todo o processo educacional dos filhos (PEREZ, 2007).
Diante disso, autores renomados no assunto, sugerem que a gestão escolar pratique
uma abordagem relacional entre educação, contexto social e familiar. Importante destacar
que, nos processos de ensino-aprendizagem, a relação entre professor-aluno deve ser
analisada de perto, pois, o tipo de relação existente também entre esses atores sociais,
também reflete no desenvolvimento do educando (RESENDE, 2008; PEREZ, 2007).

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Atualidade 37
Nesse sentido, os especialistas na área apontam uma abordagem transversal com
quatro tipos de intencionalidade interativa Fonte: (CASTRO; REGATTIERI, 2009).

● Educar as famílias;
● Abrir a escola para participação familiar;
● Interagir com a família para melhorar os indicadores educacionais;
● Incluir o aluno e seu contexto;

Para exemplificar a aplicabilidade dessa abordagem transversal e intencional,


apresentamos o quadro n1.

QUADRO 1 - 4 TIPOS DE INTENCIONALIDADE INTERATIVA

Foco Objetivos Estratégias Resultados


Educar as famílias Estabelecer espaço Convite às famílias Familiares
permanente para assistirem a frequentando a
de reflexão e reuniões, palestras escola com mais
construção sobre e festas na escola. assiduidade.
a importância da Organização de Aumento da
escola e da família encontros temáticos informação dos
na vida dos alunos. para ensinar às responsáveis em
Conscientizar famílias como lidar relação a diversos
os responsáveis com seus filhos. assuntos que tocam
sobre seus papéis a vida familiar. Maior
na educação dos informação sobre a
filhos. Apresentar a proposta e as regras
proposta da escola. da escola.
Abrir a escola para Fortalecer as Valorização da Maior participação
participação familiar condições para atuação dos (quantidade e
que as famílias representantes qualidade) dos
participem da dos familiares nos responsáveis
gestão da escola. conselhos escolares nas decisões
Construir relação e outras instâncias pedagógicas da
de colaboração das deliberativas escola. Maior
famílias no ambiente da escola. participação
escolar, por meio Envolvimento dos familiares
do envolvimento dos responsáveis e comunidade
voluntário dos em atividades nos projetos da
responsáveis, em para arrecadar escola. Maior
atividades da escola. recursos a serem entrosamento entre
aplicados na escola. pais e professores
Autorização de uso com consequente
do espaço escolar fortalecimento da
para atividades comunidade escolar.
de interesse da
comunidade.

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Atualidade 38
Interagir com Reduzir as taxas Reuniões Maior clareza sobre
a família para de abandono e envolvendo pais, os papéis familiares
melhorar os repetência dos professores e escolares no
indicadores alunos. Reduzir e gestores apoio à vida escolar
educacionais os episódios educacionais do aluno. Maior
de indisciplina focadas na credibilidade do
dos alunos. aprendizagem dos trabalho da escola
Conscientizar alunos. Discussão pela comunidade
os familiares da sobre os direitos escolar e do
importância de seu e deveres dos entorno. Melhora do
envolvimento para o responsáveis índice de frequência
sucesso escolar do em relação à e participação dos
aluno. escolaridade alunos na escola.
dos filhos. Busca Organização de
conhecer melhor serviços de apoio
a organização escolar aos alunos.
e condição
das famílias –
questionários e
visitas domiciliares.
Articulação com
conselho tutelar
para cuidar de casos
de infrequência e
evasão.
Incluir o aluno e seu Garantir aos alunos Participação da Alunos,
contexto o direito a educação rede de proteção independente da
de qualidade e a social para ajudar condição familiar,
salvo de toda forma no encaminhamento com melhores
de negligência e de problemas condições de
de discriminação. familiares dos aprendizagem e
Promover ensino alunos. Educadores proteção social.
de qualidade, são preparados Políticas sociais
envolvendo a para conhecer mais coordenadas.
família no processo melhor as condições Identificação
educativo. de vida de seus de políticas
alunos por meio de necessárias e ainda
uma aproximação inexistentes naquele
da família (visita, território. Práticas
questionário, pedagógicas e de
entrevistas etc.). gestão enriquecidas.
As práticas
pedagógicas e
de gestão escolar
são revistas em
reuniões periódicas
que incluem o
conhecimento
adquirido sobre o
contexto dos alunos.

Fonte: (CASTRO; REGATTIERI, 2009).

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Atualidade 39
Estudante, a classificação apresentada no Quadro n.1 tem por objetivo servir como
parâmetro para o desenvolvimento da prática profissional, uma vez que sugere atividades
de interação entre a escola-família. No entanto, ao disponibilizar esse material, entende-
mos que ele pode ser revisto e ampliado, como também, personalizado de acordo com as
especificidades de cada contexto educacional, familiar e também social.
Diante do exposto, compreendemos que Escola e família partilham de uma impor-
tante tarefa, que é a de preparar as crianças e os adolescentes para a vida em sociedade.
A escola, por sua vez, tem por finalidade direcionar o indivíduo, ensinando-o a exercer a
cidadania e desenvolver um senso crítico, tornando-se um ser capaz de transformar sua
realidade (BENITEZ, 2008, p. 08).
Nesse sentido, para efetivar seu papel social é aconselhável que aproxime as fa-
mílias, conforme sugere os renomados autores que desenvolvem estudos sobre o assunto:
Castro; Regattieri (2009, p. 60), “para isso, as escolas e os sistemas de ensino poderiam
responder perguntas simples, tais como”:

► Por que chamar as famílias à escola?


► Quando e por que ir às famílias?
► Nos encontros programados pelos educadores, os familiares têm oportunidades
para falar o que pensam?
► As situações de interação contribuem realmente para aproximar escola e famí-
lias, ou acabam aumentando as distâncias sociais e culturais entre elas?
► A escola está aberta para conhecer e respeitar a cultura, a organização e os
saberes dos grupos familiares mais distanciados do padrão tradicional?
► Os familiares têm mesmo poder de interferência nos conselhos, assembleias,
colegiados?
► A escola utiliza o conhecimento mais acurado que tem ao se aproximar das
famílias para planejar, rever suas práticas e formas de tratar os alunos?
► Quando a escola se aproxima das famílias e percebe situações de vulnerabili-
dade social, ela consegue convocar novos atores para encaminhar os apoios
necessários?

Após essas reflexões, chegamos ao final desse tópico no qual enfatizamos os as-
pectos relacionados à interação família e escola e sua importância para o desenvolvimento
intelectual e também social do aluno(a).

Encontro você, lá na Unidade III, para continuarmos o nosso diálogo.


Até mais!!!

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Atualidade 40
REFLITA

Acadêmico(a), na sua opinião as escolas podem trabalhar sem as famílias? Reflita so-
bre isso.

Fonte: Autora (maio, 2021)

SAIBA MAIS

As constelações familiares como método alternativo de resolução de conflitos no direito


de família
Devido a grande demanda do poder judiciário, que resulta cada vez mais no acúmulo
de processos e à morosidade das suas soluções, torna-se natural a procura por outras
abordagens, outros métodos que auxiliem na resolução desses problemas. Nesse senti-
do o Novo Código de Processo Civil aborda a conciliação e mediação, privilegiando tais
meios como método de solução consensual de conflitos. Atualmente um novo método
de resolução de conflitos vem ganhando visibilidade, o método das constelações fami-
liares. Tal método vem sendo estudado e aplicado em determinados Tribunais de Jus-
tiça, contribuindo com o Judiciário para diminuir a sobrecarga, bem como proporciona
aos jurisdicionados uma solução de conflito harmônica.

Fonte: FIGUEIREDO, Vitória Lima. PAIVA, Francisca Juliana Castello Branco Evaristo de. As constela-

ções familiares como método alternativo de resolução de conflitos no direito de família. Disponível em:

https://ibdfam.org.br/artigos/1683/As+constela%C3%A7%C3%B5es+familiares+como+m%C3%A9to-

do+alternativo+de+resolu%C3%A7%C3%A3o+de+conflitos+no+direito+de+fam%C3%ADlia. Acesso em:

18 de maio de 2025.

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Atualidade 41
SAIBA MAIS

A Relação Família-Escola sob a ótica de Professores e Pais de crianças que frequentam

Embora já estejam comprovados os benefícios da proximidade entre a Família e a Esco-


la, constata-se que ainda existem muitos empecilhos para que esta relação seja eficaz.
A escola parece ter dificuldades em compreender a realidade vivida por seus alunos e
famílias e a assimetria nessa relação tende a perpetuar as dificuldades de construir uma
aliança eficaz que favoreça o envolvimento do aluno no espaço acadêmico. Frente a
essa realidade, o objetivo do presente trabalho é apresentar a perspectiva da escola e
da família sobre as vicissitudes dessa relação a partir dos depoimentos de pais e pro-
fessores de Ensino Fundamental. Realizou-se dois grupos focais: um com professores
de Ensino Fundamental (dez participantes) e outro com pais de alunos (sete participan-
tes) que frequentam a mesma etapa de escolarização. A partir da Análise de Conteú-
do, as informações do grupo focal com os docentes configuraram os seguintes temas:
Demandas das famílias que aparecem na prática docente; Situações que demandam
interação com as famílias; Percepção do professor sobre a família e sobre seu papel. A
análise do grupo de pais culminou nos seguintes temas: O envolvimento da família com
a escola dos filhos; A comunicação com a escola; Dificuldades Percebidas na Relação
Família-Escola; Mercantilização da Educação. As conclusões remetem a uma realidade
perfilada por fronteiras difusas entre família e escola, revelando dificuldades que obs-
truem essa relação e convergem para um jogo de culpabilidades mútuas. Discute-se a
possibilidade de otimização dessa relação a partir de estratégias conjuntas sistemáticas
que contemplem docentes e pais em suas reivindicações. Desde essa perspectiva, reto-
ma-se a importância de desenvolver a tarefa educativa de forma conjunta, tendo sempre
o aluno como foco e prioridade nesse processo.
Palavras-chave: Relação Família-Escola; Ensino Fundamental; Educação.
Para ler na íntegra, dê um click:

Fonte: SARAIVA, Lisiane Alvim and WAGNER, Adriana. A Relação Família-Escola sob a ótica de Pro-

fessores e Pais de crianças que frequentam o Ensino Fundamental. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online].

2013, vol.21, n.81, pp.739-772. ISSN 0104-4036. https://doi.org/10.1590/S0104-40362013000400006.

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Atualidade 42
REFLITA

Estudante, é possível entrelaçar o ser-fazer-saber das famílias com o ser-fazer-saber


das escolas, para garantir o direito de aprender dos alunos(as)? Reflita sobre isso!!!

Fonte: Produzido pela autora (maio, 2021)

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Atualidade 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acadêmico(a),

Chegamos ao final da Unidade II, desejos que tenha entendido a importância dos
assuntos abordados aqui para o desenvolvimento da sua prática profissional e também para
a ampliação dos horizontes de informações relacionadas às esferas educacional e familiar.
No primeiro momento dos nossos estudos tratamos, no tópico I, sobre a atuação
do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, instituição jurídica não governa-
mental, sem fins lucrativos, que tem o objetivo de desenvolver e divulgar o conhecimento
sobre o Direito das Famílias. A partir das informações apresentadas, percebemos que a
entidade é agente de transformação jurídica e busca constantemente promover o conceito
emancipador e plural das famílias.
Já no segundo tópico, nos debruçamos sobre as acepções que regem a conexão
entre a família e a escola, uma parceria defendida pelos marcos legais. A partir do exposto,
infere-se que tal parceria seja um dos principais elementos para o sucesso da educação,
pois os alunos aprendem melhor quando os pais se interessam pelo o que eles vivem no
contexto escolar. E além disso, as escolas têm melhores resultados quando possuem um
bom relacionamento com as famílias.
Sendo assim, finalizamos essa unidade, esperamos que tenha sido um momento
de grande aprendizado e contribuição para a sua formação.

Bons estudos !!!!

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Atualidade 44
LEITURA COMPLEMENTAR

RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA E A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA


PREVENÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR

O Brasil vive um contexto em que o fracasso escolar configura-se como um grande


problema a ser enfrentado pelo sistema educacional. Tal fracasso deve-se em grande parte
a diversas fragilidades encontradas no ambiente escolar: número excessivo de alunos
por turma, pouca qualificação profissional, práticas pedagógicas inadequadas, ausência
da família na vida escolar dos filhos são apenas algumas das dificuldades encontradas
hodiernamente, e, em decorrência disso estão os altos índices de repetência e evasão es-
colar. Considerando essas variáveis que influenciam nesse processo, este artigo tem como
objetivo apresentar um diálogo a partir das possibilidades da psicopedagogia atuar como
forma/contribuição de prevenção ao fracasso escolar, analisando a relação família/escola
e como essa parceria poderá contribuir para a melhoria e o progresso na aprendizagem.
Para tal, a partir de referenciais teóricos, buscou- se elementos históricos que pudessem
contribuir para o entendimento e a compreensão de como vem se configurando, ao longo
das décadas, a estrutura do fracasso escolar e refletir acerca das práticas pedagógicas
adotadas na escola, as quais precisam ser revistas e redimensionadas, buscando minimizar
este quadro e promover um ensino com mais qualidade.

Para ler na íntegra, dê um click:


Fonte: Dirciane dos Santos Melo Silva Faculdade ITOP dircianemelo@yahoo.com.
br Nerci Maria Rezende Carvalho . Revista Multidebates, vol.1. N.2, 2017.

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 45
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Relação Escola e Família
Autor: Luciana Maria Caetano
Editora: Paulinas
Sinopse: O presente livro pretende inserir-se em uma área de
estudo e pesquisa incipiente em nosso país: a relação escola e
família e a formação da criança em sua plenitude; ele traz alguns
temas relevantes e que permeiam as discussões entre as duas
instituições, tais como: violência doméstica, alienação parental e
depressão, sexualidade, aprendizagem e desenvolvimento infantil,
transtorno de ansiedade, bullying, afetividade e o brincar; com
linguagem acessível, visa oferecer reais contribuições para as
reflexões de pais e professores, auxiliando-os a conhecerem-se,
compreenderem-se e reconhecerem-se mutuamente como parcei-
ros no processo educativo das crianças.

FILME / VÍDEO
Título: Série: Modern Family
Ano: 2009
Sinopse: O documentário brasileiro mostra a rotina de um lar for-
mado por duas mulheres, que estão juntas há mais de 10 anos e
têm, juntas, três filhos. Em meio às atividades cotidianas, como em
qualquer outro núcleo de convivência, elas enfrentam o preconceito
e a tentativa constante de aprovação de leis, por parte das banca-
das conservadoras, para que sejam invalidadas as conquistas dos
casais homoafetivos em união oficial. A série conta a história de três
núcleos familiares. Um deles é o modelo tradicional, formado por
Claire, a típica dona de casa, que é casada com Phil Dunphy, com
quem tem três filhos. Em outro núcleo, Jay é casado com Glória,
que é muito mais jovem do que ele e tem um filho pré-adolescente,
Manny. O terceiro núcleo é formado pelo casal homossexual Mitchell
e Cam, que têm uma filha adotiva vietnamita, Lily. A série aborda
as diferentes configurações em convivência frequentemente, já que
Jay é pai de Claire e Mitchell. As três famílias ensinam e aprendem
com as particularidades de cada núcleo.
Link do vídeo: https://www.netflix.com/br/title/70143858

UNIDADE III Família enaEscola


Atualidade 46
UNIDADE III
Psicopedagogia, Família e Escola
Professora Me. Greicy Juliana Moreira

Plano de Estudo:
● O Psicopedagogo nas relações da família e a escola;
● As contribuições do atendimento psicopedagógico na superação dos obstáculos de
aprendizagem.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender a atuação do psicopedagogo nas relações da família e a escola;
● Entender as contribuições do atendimento psicopedagógico na superação dos
obstáculos de aprendizagem;

47
INTRODUÇÃO

Acadêmico(a), olá!

Seja muito bem vindo à unidade III, intitulada de “PSICOPEDAGOGIA, FAMÍLIA


E ESCOLA”.
O objeto desta unidade será analisar as questões relacionadas à relação entre o
psicopedagogo, família e escola. Assim, vamos dar ênfase à importância da intervenção
psicopedagógica nesses contextos. Nesse sentido, vamos dialogar sobre as diversas for-
mas de abordagens que podem ser aplicadas com intuito de minimizar os entraves que
minimizam o processo de ensino-aprendizagem.
Para tanto, didaticamente essa unidade está dividida em duas partes, as quais
chamaremos de tópicos.
No primeiro momento, no tópico I, intitulado de “O Psicopedagogo nas relações da
família e a escola’’, vamos centralizar nossos estudos para entender o papel do psicopeda-
gogo frente às necessidades apresentadas pela escola e também pela família com intuito
de solucionar as dificuldades dos alunos(as).
Já no segundo momento, intitulado “As contribuições do atendimento psicopeda-
gógico na superação dos obstáculos de aprendizagem”, nosso objetivo será entender a
atuação psicopedagógica, no contexto escolar, como forma de prevenção, assessoria/
esclarecimento e intervenção. Além disso, sobre os diversos aspectos do processo de
ensino-aprendizagem, analisando os fatores que favorecem, mediam ou prejudicam um
bom aprendizado.
Então, venha comigo, embarque nessa viagem de novos conhecimentos pelo am-
biente escolar x familiar.

Até mais !!!!!

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 48


1. O PSICOPEDAGOGO NAS RELAÇÕES DA FAMÍLIA E A ESCOLA

Acadêmico(a), olá!

Seja muito bem-vindo ao primeiro tópico da Unidade III, intitulado de “O Psicopeda-


gogo nas relações da família e a escola”.
A psicopedagogia é uma área do conhecimento interdisciplinar relativamente
atual, a qual apresenta como objetivo de estudos o processo de aprendizagem e suas
interfaces com as demais áreas do conhecimento, como também a relação do sujeito
com a aprendizagem, por esse motivo, tem despertado o interesse dos profissionais
relacionados à educação.
Assim, nesse momento, vamos direcionar nossos olhares especificamente para a
atuação profissional tanto na esfera escolar como também na esfera familiar.
Didaticamente, o presente tópico será norteado pelos seguintes questionamentos:
Qual é efetivamente o papel do psicopedagogo nas esferas educacionais e familiar? Quais
os benefícios e contribuições da atuação do Psicopedagogo nesses contextos? Quais são
os seus desafios desse profissional?
Esse diálogo se justifica, porque a figura do psicopedagogo auxilia no esclarecimen-
to das dificuldades escolares, as quais podem ter diversos tipos de motivações, como por
exemplo, podem decorrer de questões administrativas do sistema escolar, como também
do familiar. Além disso, as exigências pedagógicas inadequadas também contribuempara

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 49


a necessidade de intervenção do profissional em questão. Especialistas no assunto, des-
tacam também que o aparecimento dos problemas educacionais podem ser oriundos das
grandes expectativas familiares, etc.
Importante salientar, que a figura do psicopedagogo, além de diagnosticar, também
faz intervenções com intuito de sanar os problemas encontrados ou mesmo minimizá-los.
Diante disso, convido você a embarcar em mais essa jornada de conhecimentos.

1.1 Qual é efetivamente o papel do psicopedagogo na esfera educacional x


familiar?
Estudante, a Psicopedagogia localiza-se no entremeio de duas grandes áreas: a
psicologia e a pedagogia, uma vez que , ela é a ciência que estuda o processo de aprendi-
zagem humana, a qual tem por finalidade analisar o processo de construção e reconstrução
do conhecimento.
O campo de atuação psicopedagógico não está limitado às dificuldades e aos dis-
túrbios de aprendizagem, na verdade, a atuação está relacionada à aprendizagem de um
modo geral. É válido destacar que todas as pessoas independentemente da idade podem
recorrer à Psicopedagogia como tratamento para superação dos problemas e/ou anseios
(FAGALLI, 1999).
A psicopedagogia, no que se refere às linhas de ação atua em duas frentes: a
preventiva e a clínica, para tanto utiliza recursos diagnósticos, corretores e preventivos.
A primeira tem como função essencial refletir e discutir sobre os projetos pedagógicos, os
processos didáticos e a dinâmica da instituição, com intuito melhorar a qualidade do que é
desenvolvido em sala de aula, nas avaliações, no planejamento e na assessoria a profes-
sores, pedagogos e orientadores. Já a segunda, mais individualizada, pois sua prática é
mais desenvolvida em consultórios, tem por objetivo reinserir o sujeito com problemas de
aprendizagem ao contexto escolar (FAGALLI, 1999).
No cenário escolar, o profissional em questão terá que, primeiramente, analisar e
investigar, considerando todo o contexto e as interações realizadas pelo aprendiz durante
o processo de ensino e aprendizagem, depois identificar as causas dos problemas apre-
sentados pelos alunos(as). Posteriormente, será o momento de propor uma intervenção
psicopedagógica com o objetivo de solucionar problemas de aprendizado, com enfoque na
pessoa ou na própria instituição onde se desenvolve a aprendizagem (GASPARIAN, 1997).
Diante disso, é importante destacar também que o principal objetivo do Psico-
pedagogo Clínico é identificar a melhor forma de aprender e o que pode estar causando
o bloqueio na aprendizagem do paciente/aluno(a). Assim, inicialmente, faz-se o diag-
nóstico psicopedagógico para descobrir quais áreas devem ser trabalhadas e, depois,
o processo de intervenção.

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 50


Estudante, para ampliar o conhecimento sobre o assunto, listamos, na sequência,
os desafios mais presentes no contexto escolar que possibilitam a intervenção psicopeda-
gógica (GASPARIAN, 1997):

► O fracasso escolar;
► O currículo;
► O planejamento com enfoque psicopedagógico;
► A avaliação da aprendizagem;
► Trabalho com projetos;
► Afetividade X aprendizagem;
► Reuniões de pais;
► Formação continuada de profissionais da educação;
► Indisciplina na escola;
► Inclusão.

Diante do exposto, conseguimos compreender a essencial importância da figura


do Psicopedagogo no contexto educacional, pois ele exerce a função de auxiliar na
resolução dos problemas, removendo os obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o
conhecimento, favorecendo a construção de práticas educativas que favoreçam processos
de humanização e reapropriação da capacidade de pensamento crítico.
Segundo Nascimento, o psicopedagogo na instituição escolar:
[...] é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito
de diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem e tem uma atua-
ção preventiva. Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclareci-
mento de dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas
deficiências do aluno, mas que são consequências de problemas escolares.
Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou preju-
dicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e auxilia no desen-
volvimento de projetos favoráveis às mudanças educacionais, visando evitar
processos que conduzam às dificuldades da construção do conhecimento.
(NASCIMENTO, 2013, p. 01).

Uma revisão seletiva da literatura sobre o assunto aponta que a relação da Psico-
pedagogia com a instituição escolar é complexa e, muitas vezes, pode provocar equívocos
tanto conceituais como também relacionados às atividades desenvolvidas pelo psicopeda-
gogo (FAGALLI, 1999).
Para que tais situações não ocorram, faz-se necessário elucidar os objetivos de
atuação desse profissional. Nesse sentido, no que se refere à interdisciplinaridade, o psi-
copedagogo deve ter caráter clínico institucional, então, sua atuação estará direcionada

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 51


para as áreas relacionadas ao planejamento educacional, como também, de assessoria
pedagógica, colaborando com planos educacionais, realizando diagnóstico institucional e
propostas de intervenções.
Caro(a) aluno, isso posto, cabe-nos agora direcionarmos nosso estudo para as
intervenções do psicopedagogo na relação escola-família.
Conforme estudamos nas unidades anteriores, a família desempenha um papel
primordial na formação dos indivíduos, ela é a primeira instituição social formadora da
criança. Assim, ela possibilita a construção da personalidade da criança. Além disso, é
no seio familiar que são constituídas as bases para atuar socialmente com moral, ética e,
também, uma relação sadia com a aprendizagem escolar. A família realiza a ponte entre a
sociedade e o indivíduo, ao transmitir seus valores e, em constante reciprocidade, promove
as mudanças sociais, familiares e individuais (SOUSA, 2012).
Soma-se a essa reflexão a posição de alguns estudiosos sobre o assunto ao sa-
lientarem que a participação da família contribui efetivamente para o desenvolvimento do
aluno, não somente na aquisição de conhecimentos (cognição), como também no lado
afetivo e de relacionamento (SOUSA, 2012).
Conforme as acepções do ECA (1990), art. 19, quando destaca que toda criança ou
adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família. No entanto, conforme
estudamos na unidade anterior, existem vários modelos de famílias, não existe somente
um tipo de família na sociedade brasileira. Importante destacar que, as famílias em situação
mais vulnerável tendem a se envolver menos na escolaridade dos filhos. Contudo, isso não
significa que tenham menos interesse, muitas vezes, eles não sabem como participar ou
mesmo não possuem muito tempo para essa prática.
Para Sousa (2012), a interação família/escola é necessária, para que ambas co-
nheçam suas realidades e suas limitações, e busquem caminhos que permitam e facilitem
o entrosamento entre si, para o sucesso educacional do filho/aluno.
A esse respeito, justifica-se a articulação de estratégias de aproximação entre
família-escola com outras políticas educacionais que contribuam para melhorar qualidade
e promover equidade. É nesse momento, então, que a figura do psicopedagogo torna-se
primordial, assim, a intervenção poderá ser realizada, por exemplo, por meio de uma entre-
vista, realizando uma anamnese com os membros dessa família, um estudo da história de
vida da criança, para que ele possa se inteirar de informações de fundo orgânico, cognitivo,
emocional e social dessas crianças. Posteriormente, poderá, de acordo com o resultado,
realizar atividades individuais e/ou em grupo. (NASCIMENTO, 2013).

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 52


Na sequência, disponibilizamos sugestões de algumas ações que podem ser
desenvolvidas pela gestão escolar com a ajuda do psicopedagogo em prol da aproximação
com as famílias (SOUZA, 2012):

► Mediar a interação e apoio entre as duas esferas;


► Promover reuniões de pais e mestres com maior frequência;
► Estimular e apoiar os pais para o acompanhamento das tarefas escolares;
► Investir na comunicação entre escola e as famílias, não só em situações
negativas;
► Criar estratégias de aproximação para pais menos engajados;
► Ajudar a esclarecer quais são as expectativas dos pais em relação à educação
de seus filhos;
► Orientar os pais/responsáveis sobre como acompanhar tarefas e trabalhos
escolares;
► Auxiliar os pais/responsáveis a verificar se o filho fez as atividades solicitadas
pelo professor.

Isso posto, vale ressaltar que os estudos sobre o assunto apontam que a família
que acompanha o processo de aprendizagem do filho poderá auxiliá-lo no momento que
surgirem as dificuldades escolares.
Logo, se a família acompanhar o rendimento dos filhos em sala de aula, possivel-
mente eles não enfrentarão situações de defasagem no aprendizado. No entanto, caso
ocorra algum problema escolar, a escola juntamente com a família recorrerão ao profissio-
nal habilitado para tal intervenção, o psicopedagogo, que terá como função prestar auxílio
para as duas esferas. Assim, a conexão entre escola, família e psicopedagogo resultará
num processo ensino-aprendizagem com maiores condições de obtenção de sucesso.
Acadêmico(a), chegamos ao final deste primeiro tópico da Unidade III com a sen-
sação de ter contribuído significativamente para a sua formação acadêmica e profissional.
Encontro você logo ali no segundo momento do nosso diálogo

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 53


SAIBA MAIS

Acadêmico(a), você sabia que, no Brasil, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte


(CE) aprovou 16/10/2013 o projeto de lei que teve como objetivo regulamentar o exer-
cício da atividade de Psicopedagogia. Conforme o PLC 31/2010, originário da Câmara
dos Deputados, a profissão poderá ser exercida não apenas por graduados em Psicope-
dagogia, mas também por portadores de diploma superior em Psicologia, Pedagogia ou
Licenciatura que tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com
duração mínima de 600 horas e 80% da carga horária dedicada à área.

Fonte: BRANDÃO, Gorette. Projeto que regulamenta profissão de psicopedagogo é aprovado pela CE.

Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2013/10/16/projeto-que-regulamenta-pro-

fissao-de-psicopedagogo-e-aprovado-pela-ce. Acesso em: 20 de maio de 2021.

REFLITA

Acadêmico(a), para você, a família do século XXI está em condições de oferecer aos
seus filhos todo o aparato necessário à sua construção subjetiva?

Fonte: A autora(a)

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 54


2. AS CONTRIBUIÇÕES DO ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO NA
SUPERAÇÃO DOS OBSTÁCULOS DE APRENDIZAGEM

Estudante, olá!

Seja muito bem-vindo(a) ao segundo tópico desta unidade, intitulado de “As


contribuições do atendimento psicopedagógico na superação dos obstáculos de
aprendizagem”.
O presente tópico tem por objetivo analisar o papel do psicopedagogo na supera-
ção das dificuldades de aprendizagem. Para tanto, primeiramente, vamos dialogar sobre a
função do psicopedagogo.
Na sequência, nosso objetivo será compreender o conceito de aprendizagem
norteado pelas acepções de Feuerstein (1980), o qual define a aprendizagem como um
processo que inclui a construção do aprendiz e a interação, entendida como a participação
de um mediador humano, que se interpõe entre o sujeito e o conhecimento
Por fim, nossos olhares serão direcionados para atuação psicopedagógica frente
às queixas familiares e escolares.

2.1 A função do psicopedagogo


A psicopedagogia, aplicação da psicologia experimental à pedagogia, oferece aos
profissionais que se interessam por aprendizagem a possibilidade de analisar este proces-
so do ponto de vista do sujeito que aprende e da instituição que ensina. Ela é uma área de
estudo diretamente relacionada à aprendizagem escolar no que se refere ao seu processo
normal e/ou com dificuldades, conforme salienta o renomado profissional:

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 55


A psicopedagogia tem por objetivo compreender, estudar e pesquisar a
aprendizagem nos aspectos relacionados com o desenvolvimentos e ou pro-
blemas de aprendizagem. A aprendizagem é entendida como decorrente de
uma construção, de um processo, o qual implica em questionamentos, hi-
póteses, reformulações, enfim, implica a complexidade dos múltiplos fatores
envolvidos neste processo (RUBINSTEIN, 1996, p. 113).

Diante do exposto, no contexto da psicopedagogia, versar sobre dificuldades de


aprendizagem justifica-se por ser um tema que preocupa as famílias, os professores, os
centros educativos, e sobretudo os alunos que não vêem os resultados de seus esforços
para aprender.
Dessa forma, entender como o aluno aprende e constrói seu conhecimento e
ainda, compreender as relações dele com a escola, contribui para o esclarecimento dos
processos de aprendizagem. Além disso, proporciona condições para superação das di-
ficuldades quanto ao rendimento escolar. Considerando que, o rendimento do aluno pode
ser influenciado por inúmeros aspectos como por exemplo, os afetivos, os cognitivos dos
alunos, e ainda os que se referem aos problemas oriundos da instituição escolar. Para
exemplificar essa questão, recorremos às acepções do psicólogo russo que realizou
diversas pesquisas na área do desenvolvimento da aprendizagem e do papel preponde-
rante das relações sociais nesse processo, o que originou uma corrente de pensamento
denominada Sócio Construtivismo:
Quando pela primeira vez se demonstrou que a capacidade das crianças de
idêntico nível de desenvolvimento mental para aprender sob a orientação de
um professor variava em grande medida, tornou-se patente que ambas as
crianças não possuíam a mesma idade mental e que, evidentemente, o curso
subseqüente de sua aprendizagem seria distinto. Essa diferença é que o de-
nominamos zona de desenvolvimento proximal. Não é outra coisa que a dis-
tância entre o nível real de desenvolvimento, determinado pela capacidade
de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orien-
tação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro mais capaz
(VYGOTSKY, 1998, p. 11).

Especialistas no assunto, como por exemplo, Fonseca (1995), defendem que há


diferenças entre dificuldade de aprendizagem “sintoma” e dificuldade de aprendizagem
“reativa”. A primeira é causada por problemas afetivos e/ou cognitivos do aluno. No entan-
to, a segunda tem sua origem em problemas relacionados à instituição escolar, como por
exemplo, desadaptação, dificuldades na relação com o professor ou com a metodologia
utilizada para ensinar.
Assim, analisar psicopedagogicamente o processo de aprendizagem de um aluno
ou grupo de alunos é buscar compreender como eles utilizam os elementos do seu sistema
cognitivo e emocional para aprender. É procurar compreender também, a relação do aluno
com o conhecimento, a qual é permeada pela figura do professor e pela escola. Sobre isso,
o especialista no assunto destaca que:

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 56


O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando sele-
cioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua
meta fundamental é investigar todo o processo de aprendizagem, levando
em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para valendo-se
desta investigação, entender a constituição da dificuldade de aprendizagem
(RUBINSTEIN, 1996, p. 128).

Isso posto, cabe destacar que o papel do psicopedagogo é diagnosticar as con-


dições de aprendizagem do aluno,por isso, faz-se necessário que ele se baseie em um
modelo teórico que dê respaldo ao conceito de aprendizagem. É importante salientar que
o psicopedagogo tem também como função esclarecer as motivações das dificuldades
específicas, indicando as relações entre os aspectos específicos e gerais.
Muitas vezes, os pais e/ou as escolas estão interessados apenas na recuperação
imediata, diante disso, procuram o profissional, mas não conseguem compreender sua
atuação. Para ilustrar tal situação, tomemos como exemplo, um caso no qual o aluno(a)
apresenta dificuldades de aprendizagem na área da leitura e da escrita: nesse caso é inte-
ressante explicar para os pais/responsáveis que para escrever bem, não basta ter domínio
das regras ortográficas, porque o processo de aprendizagem da linguagem escrita é com-
plexo e envolve outros fatores além dos linguísticos. Então, uma investigação minuciosa
sobre o caso é primordial.
Caro(a) aluno, após entendermos a função do psicopedagogo, cabe-nos agora,
compreendermos o que se entende por aprendizagem, uma vez que, ela é um processo
que inclui a construção do aprendiz e a interação, a qual é entendida como a participação
de um mediador humano, que se interpõe entre o sujeito e o conhecimento.

2.2 O que se entende por aprendizagem?


Várias teorias têm sido discutidas para esclarecer sobre o que vem a ser, ou
mesmo, o que se entende por “aprendizagem”. No entanto, neste trabalho, o enfoque
teórico será de acordo com a teoria de Feuerstein (1980), todavia, esta assemelha-se aos
pensamentos de Vygotsky.
Vygotsky, em sua obra “Pensamento e Linguagem” (1998), defendia a importância
da função mediadora no processo de aquisição do conhecimento. Segundo ele, os proces-
sos cognitivos podem ser divididos em dois níveis:

► Processos cognitivos inferiores ou no plano natural: tipos de conhecimento


que ocorrem de uma forma imediata, sem mediação. Esses processos naturais
seguem o ritmo da maturação;

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 57


► Processos cognitivos superiores ou mediados: formas de conhecimentos que
indicam ocorrência de interações sociais e culturais entre indivíduos em desen-
volvimento e indivíduos mediadores.

No âmbito da sua teoria é bem conhecido o conceito da internalização, o qual


postula que todos os processos intrapsíquicos (isto é, todas as formas de funcionamento
cognitivo no indivíduo) são construídos através de processos interpsíquicos, vivenciados
pelo sujeito. Estes processos interpsíquicos, tecem a nível das interações vividas pelo in-
divíduo no seu grupo cultural. Há assim, paulatinamente, um processo de construção, pelo
indivíduo, de estruturas linguísticas e cognitivas mediadas pelo grupo. Distanciando-se,
neste sentido, de Piaget, Vygotsky acentua significativamente os fatores sócio-culturais no
desenvolvimento intelectual do sujeito (BEYER, 1996, p. 53).
Considerando essa afirmação, é possível traçar conceitos paralelos entre a teoria
de Vygotsky e de Feuerstein, pois ambos defendem a teoria da internalização, somando-se
a isso o processo mediador na construção da inteligência.
Feuerstein é um psicólogo-pesquisador israelita que vem se destacando mundial-
mente pelo método desenvolvido para o trabalho com crianças deficientes. Ele acrescentou
algo a mais à teoria de Vygotsky, defende também que a mediação representa a cultura,
no entanto, não é somente a sociedade que automaticamente veicula os conceitos, eles
precisam ser transmitidos por instituições formais ou informais. Formais são a igreja, a
escola, etc. Já os informais são os pais, irmão, amigos, etc.
As teorias de Feuerstein (1980), sobre a experiência de aprendizagem mediada
(a experiência da criança mediada pela mãe) e de funções cognitivas deficientes, bem
como sua adaptação da noção de Vygotsky (1998) de zona do desenvolvimento potencial
(a diferença entre a capacidade latente de um indivíduo e sua capacidade desenvolvida),
provam ser muito úteis tanto na avaliação quando no treinamento das funções intelectuais
(STERNBERG, 1992, p. 35).
Toda aprendizagem deve ser coerente com o nível de desenvolvimento da criança,
ou seja, existe uma relação entre determinado nível de desenvolvimento e a capacidade
potencial de aprendizagem.
Dessa forma, para Vygotsky (1998), existem dois níveis no desenvolvimento da criança:

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 58


► O nível do desenvolvimento atual da criança: nível de desenvolvimento das
funções psico-intelectuais da criança que se conseguiu como resultado de um
processo específico de desenvolvimento já realizado. Ou seja, é aquilo que a
criança realiza com autonomia; sem ajuda de um ser mais desenvolvido.
► A zona do desenvolvimento potencial: a diferença entre o nível das tarefas
realizáveis com o auxílio dos adultos e o nível das tarefas que podem desen-
volver-se com uma atividade independente define a área de desenvolvimento
potencial da criança.

Isso posto, infere-se o que uma criança é capaz de fazer com o auxílio dos adultos
chama-se zona de seu desenvolvimento potencial. Isso significa que, com o auxílio deste
método, podemos medir não só o processo de desenvolvimento até o presente momento e
os processos de maturação que já se produziram, mas também os processos que estão ainda
ocorrendo, que só agora estão amadurecendo e desenvolvendo-se (VYGOTSKY, 1998, p. 112).
Já para Feuerstein o desenvolvimento cognitivo é decorrente de duas formas de
interação da criança com o seu meio, pois ela aprende e se desenvolve com assimilação
e processamento direto dos estímulos existentes, mas também, aprende através de me-
diação cognitiva significativa. Essa por sua vez, tem ênfase na teoria do autor, porque para
ele, caso a mediação seja feita de forma errônea, ou ainda, não exista na vida de uma
criança com grau representativo, poderá causar sérios danos, gerando assim, dificuldades
de aprendizagem. Para exemplificar tal abordagem, recorremos à fala direta do autor:
Por meio do conceito da experiência de aprendizagem mediada (EAM) nós
nos referimos à forma como estímulos emitidos pelo meio são transformados
por um agente “mediador”, usualmente um pai, um irmão ou outra pessoa do
círculo próximo da criança. Este agente mediador, motivado por suas inten-
ções, cultura e envolvimento emocional, seleciona e organiza o mundo dos
estímulos para a criança. O mediador seleciona os estímulos que são mais
apropriados e então os filtra e organiza; ele determina o surgimento ou desa-
parecimento de certos estímulos e ignora outros. Através desse processo de
mediação, a estrutura cognitiva da criança é afetada (FEUERSTEIN, 1980,
p. 15 - 16).

Diante do exposto, é possível verificar a acentuação do papel do mediador para o


desenvolvimento cognitivo da criança, contudo, é ressaltada a ideia de que a “aprendizagem
adequada” depende extremamente da qualidade da aprendizagem mediada, ou mesmo,
um resultado negativo acontecerá com a falta dessa mediação.
Com intuito de melhor entendermos esse processo, recorremos a uma releitura
das acepções de FEUERSTEIN publicada por Hugo Beyer, especialista no assunto, a qual
elucida que:

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 59


Numa lógica de proporção, quanto mais a criança usufruir em seu desenvol-
vimento, do auxílio cognitivo direto intencionado de outras pessoas, mais se-
guramente apresentará um desenvolvimento cognitivo normal. Inversamente,
a não intermediação humana acarretará defasagens cognitivas acumuladas,
que implicarão no surgimento de problemas no seu funcionamento cogniti-
vo-intelectual posterior. Por isso, Feuerstein pressupõe que uma das causas
fundamentais dos problemas de aprendizagem reside nas condições de inte-
ração social (interpessoal) do indivíduo (BEYER, 1996, p. 78).

Assim, infere-se que para Feuerstein há diferenças entre causas determinantes


diretas e indiretas dos problemas de aprendizagem. As indiretas são influências do meio,
normas sociais, etc. Já as determinantes diretas, são as estratégias de mediação intencio-
nal no processo de aprendizagem, uma vez que, quando mal mediada ou ainda, a escassez
dessa mediação, resulta em um desempenho insatisfatório.
Logo, é importante ressaltar o otimismo desse autor quanto ao papel do psicopeda-
gogo. Para ele, a intervenção psicopedagógica é de suma importância, pois há possibilida-
des de a criança entrar em processo de estagnação.
Estudante, com intuito de ampliarmos os horizontes sobre a atuação psicopedagó-
gica, na sequência vamos dialogar sobre as dificuldades de aprendizagem.

2.3 Dificuldades De Aprendizagem


O processo escolar atualmente tem enfrentado inúmeras situações problemáticas
que, muitas vezes, têm sua origem aliada às dificuldades de aprendizagem.
Segundo DEMBO (1994), as evidências sugerem que um grande número de alunos
possuem características que requerem atenção educacional diferenciada. Alunos com defi-
ciências, público-alvo da educação especial, como também aqueles que apresentam dificul-
dades de aprendizagem ainda não diagnosticadas, constituem-se nos principais grupos que
vêm sendo foco de ações educacionais que necessitam de intervenções psicopedagógicas.
As dificuldades para aprender aparecem nas crianças sob várias formas, é raro
encontrar alguém que nunca passou por dificuldades durante o período escolar. Porém,
algumas chamam-nos atenção por não acompanharem os demais colegas, ou seja, os con-
siderados “atrasados” da turma. Assim, o fracasso escolar e o baixo desempenho sugere
que o indivíduo esteja com alguma DA, conforme explicação do especialista no assunto:
Ao longo dos anos têm sido utilizados certos critérios para caracterizar os
alunos “de risco” em relação ao fracasso escolar. Pela literatura, eles nor-
malmente apresentam um atraso de um ou mais anos na aprendizagem em
relação às crianças de sua idade; participam com frequência de programas
compensatórios ou de recuperação; ou são isolados pelos colegas (SISTO,
2004, p. 191).

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 60


Assim, refletir sobre esse assunto vem ao encontro da necessidade de se ter um
profissional especializado para a mediação com esses alunos, combatendo o fracasso
escolar. Nesse sentido, a figura em questão é o psicopedagogo, profissional habilitado
para essa atuação.

Aluno(a), mas, o que vem a ser Dificuldades de Aprendizagem? Você sabe?


O termo dificuldades de aprendizagem engloba um grupo heterogêneo de transtornos,
manifestando-se por meio de atrasos ou dificuldades em leitura, escrita, soletração e cálculo,
em pessoas com inteligência potencialmente normal ou superior e sem deficiências visuais,
auditivas, motoras, ou desvantagens culturais. Geralmente não ocorre em todas as áreas
de uma só vez e pode estar relacionada a problemas de comunicação, atenção, memória,
raciocínio, coordenação, adaptação social e problemas emocionais (SISTO, 2004. p.33).
Para outro especialistas, como os elencados, na sequência, os problemas de apre-
sentados por crianças receberam as seguintes terminologias:
O termo aprendizagem descreve as limitações características que estamos
lidando sem, entretanto, discriminar, entre as funções como memória, tempo
de atenção, linguagem ou habilidades espaciais. O termo dificuldades foca
sua atenção na natureza do problema, sem especificar a priori se os padrões
de desenvolvimento são caracterizados apenas pelo atraso ou apenas pelas
diferenças (DOCKRELL E MCSHANE, 2000, p.136 - 137).

Considerando essas afirmações, é preciso ressaltar que os estudiosos dessa área


não são consistentes quanto a uma definição ideal para as DA, pois existem inúmeras
discordâncias para esse assunto.
Nesse sentido, segundo Dockrell e McShane (2000), as DA podem ser classificadas
por meio do sistema etiológico e o funcional. No sistema etiológico a classificação é feita
pela causa que a origina. É relevante ressaltar que muitas Dificuldades de Aprendizagem
possuem etiologias desconhecidas, por isso, há necessidade nesse caso de estratégias e
intervenções diferenciadas.
Já a classificação funcional distingue dois grupos de crianças, baseando-se nos
níveis de inteligência. Assim, temos aquelas com baixo rendimento escolar, ou seja, aquém
da média esperada, e o outro com alunos que apresentam dificuldades específicas, como
por exemplo, na leitura ou na matemática. Muitas vezes, este pode apresentar discrepância
significativa de rendimentos se comparado entre a disciplina na qual possui a DA das demais.
Dificuldades de aprendizagem estariam relacionadas a dificuldades dos alu-
nos para colocar em prática rotinas de planejamento e controle dos processos
cognitivos, envolvidos na realização de uma dada tarefa. Essas dificuldades
são então, consideradas como níveis de menor realização, decorrentes do
uso inapropriado dos mecanismos do processo da informação; e não pro-
venientes de deficiências de capacidade ou inteligência (BORUCHOVITCH,
2002. p. 41 - 42).

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 61


Soma-se à reflexões anteriores a opinião de dois especialistas Assunção e Coe-
lho (1999) ao apontarem a necessidade de um atendimento especializado que auxilie as
crianças, professores e familiares no sistema educacional brasileiro privilegiando currículos
coerentes, instalando orientação educacional, psicológica e pedagógica de forma a adequar
o programa e os métodos.
Não há dúvida, entretanto, de que as dificuldades de aprendizagem só podem
ser entendidas na complexa interação entre fatores intra e extra-escolares,
requerendo intervenções tanto no âmbito do aluno, das práticas pedagógicas
e de formação de professores, quanto no âmbito de mudanças mais amplas
de natureza política, econômica e social. Sem discordar que mudanças mais
estruturais sejam essenciais (BORUCHOVITCH, 2002, p. 42).

Sobre isso no entendimento de Pain (1999) existem alguns fatores fundamentais


que precisam ser considerados no diagnóstico de um problema de aprendizagem são eles:
► fatores orgânicos: quando há lesões ou desordens corticais;
► fatores específicos: transtornos perceptivos-motores em que seja de origem
orgânica;
► fatores psicógenos: o não aprender se constitui como inibição ou como sintoma);
► fatores ambientais: possibilidades reais que o meio lhe fornece em quantidade
e qualidade,.freqüência e abundância de estímulo

Corrobora com essas acepções Assunção e Coelho (1999), pois também ressal-
tam a existência de inúmeros fatores como desencadeadores dos problemas ou distúrbios
de aprendizagem entre eles: orgânicos, psicológicos e fatores ambientais. Para as autoras
podem ocorrer distúrbios no processo de aprendizagem, destacando quatro:
► Condicionados pela escola: pelo professor, pela relação professor-aluno, pela
relação entre alunos e pelos métodos didáticos;
► Condicionados pela situação familiar;
► Condicionados por características da personalidade;
► Condicionados por dificuldades de educação.

De acordo com as considerações apresentadas até então, os diversos ques-


tionamentos sobre as atitudes e comportamentos apresentados pelas crianças no seu
dia-a-dia escolar apontam para a relevância do encaminhamento para um profissional
habilitado, como por exemplo, o psicopedagogo. Assim, de posse das queixas poderá
iniciar o processo de avaliação, para posteriormente emitir um parecer e iniciar as inter-
venções psicopedagógicas.

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 62


Estudante, diante das discussões apresentadas sobre o processo de apren-
dizagem, verifica-se a importância de iniciativas que enfatizem novas metodologias
de ensino para evitarem o fracasso educacional com crianças diagnosticadas. Além
disso, valida-se, nesse contexto de dificuldades escolares, a efetivação da figura do
psicopedagogo, o qual conduzirá o aluno(a) diagnosticado à superação de dificuldades
encontradas com estratégias eficazes.
Além da intervenção junto ao aluno(a), o profissional em questão também fará
orientações à equipe pedagógica e aos professores com intuito de auxiliá-los na superação
das barreiras e dificuldades apresentadas pelos educandos.
Assim finalizamos mais esse diálogo sobre as contribuições do atendimento psico-
pedagógico na superação dos obstáculos de aprendizagem.

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 63


SAIBA MAIS

CONTRIBUIÇÕES DE DAVID AUSUBEL PARA A INTERVENÇÃO


PSICOPEDAGÓGICA

A pesquisa teve como objetivo compreender os conceitos de David Ausubel e a sua


interferência na aprendizagem enquanto construção cognitiva, no campo da Psicopeda-
gogia. O método utilizado no presente estudo foi a Pesquisa Qualitativa Explicativa, com
visão interpretativa e crítica, tanto dos fatores como dos autores pesquisados. Dentre os
resultados obtidos é possível informar que a ação psicopedagógica tem maior sucesso
com a prática da pesquisa continuada. A pesquisa oferece uma reflexão sobre o refe-
rencial teórico, a fim de trazer benefícios para a prática profissional psicopedagógica.
Conclui-se que, para Ausubel, o sujeito já tem uma história, sendo esta a base para
uma aprendizagem significativa. O profissional deve estar atento ao fazer intervenção,
levando em consideração a formação da estrutura cognitiva do indivíduo, trazendo im-
portantes contribuições para diversas áreas do conhecimento, principalmente, para o
campo da Psicopedagogia.

Para saber mais dê um click: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/45/con-


tribuicoes-de-david-ausubel-para-a-intervencao-psicopedagogica

Distler RR. Contribuições de david ausubel para a intervenção psicopedagógica. Rev. Psicopedagogia

2015;32(98):191-199.

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 64


SAIBA MAIS

A FAMÍLIA, A CRIANÇA E UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA SISTÊMICA

Este artigo aborda a questão da família e suas implicações nos processos de aprendi-
zagem de todos os seus membros. Através de uma visão histórica é mostrado como a
família se organizou ao longo do tempo até a contemporaneidade. Pontua a função e o
papel de cada elemento na organização familiar e a sua importância na formação e de-
senvolvimento da criança e do adolescente, assim como sugere mais uma opção para o
olhar e para a escuta do psicopedagogo ao elemento com dificuldades de aprendizagem
e suas relações familiares.

Para saber mais dê um click:

http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/613/a-familia--a-crianca-e-uma-visao-psicopedago-

gica-sistemica

Gasparian MCC. A família, a criança e uma visão psicopedagógica sistêmica. Rev. Psicopedagogia

2019;36(111):332-340

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 65


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estudante,

Chegamos ao final desta unidade, na qual dialogamos sobre diversas questões


relacionadas à figura psicopedagogo frente às necessidades escolares e, também, sobre a
importância da participação familiar na vida escolar do filho(a).
Dessa forma foi possível compreender a importância da atuação desse profissional
em situações vinculadas a algum problema, como por exemplo, o baixo rendimento escolar
apresentado pelos alunos(as), a ação da escola na orientação dos pais de como educá-los,
e a omissão dos mesmos na realização das atividades escolares à medida que o filho
avança nas séries.
Ao final dessa viagem por esse contexto escolar, entendemos que a escola, a
família e o psicopedagogo encontram diversos desafios na superação dos obstáculos.
Mas também, fica a compreensão de que é fundamental que a gestão escolar maximize
as oportunidades de participação de todos na vida da escola, transformando a presença da
família numa prática constante que favoreça o processo de ensino-aprendizagem.
Em suma, faço votos de que os assuntos aqui abordados contribuam para seu
crescimento profissional.

Um abraço!!

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 66


LEITURA COMPLEMENTAR

ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR:


MANIPULAÇÃO, NÃO; CONTRIBUIÇÃO, SIM

No complexo processo que envolve a aprendizagem, revela-se significante a atua-


ção preventiva do psicopedagogo no contexto escolar, onde muitas informações e vários
aspectos têm que ser observados e analisados. Ter conhecimento de como o aluno constrói
o seu saber, compreender as dimensões das relações com a escola, com os professores,
com o conteúdo e relacioná-los aos aspectos afetivos e cognitivos, permite um fazer mais
fidedigno ao psicopedagogo. Deve-se considerar que o desenvolvimento do aprendente
se dá de forma harmoniosa e equilibrada nas diferentes condições orgânica, emocional,
cognitiva e social.

DIAGNOSTICANDO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR


A atuação psicopedagógica na escola implica num trabalho de caráter preventivo e
de assessoramento no contexto educacional.
Segundo Bossa, “pensar a escola à luz da Psicopedagogia, significa analisar um
processo que inclui questões metodológicas, relacionais e sócio-culturais, englobando o
ponto de vista de quem ensina e de quem aprende, abrangendo a participação da família
e da sociedade”.
No diagnóstico psicopedagógico, é essencial que se considere as relações entre
produção escolar e as oportunidades reais que a sociedade dá às diversas classes sociais.
A escola e a sociedade não podem ser vistas isoladamente, pois o sistema de ensino
(público ou privado) reflete a sociedade na qual está inserido. Observa-se que alunos de
baixa renda ainda são estigmatizados, na questão do aprendizado, como deficientes.
Ao chegar numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo vai
solucionar todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão, indis-
ciplina, desestímulo docente, entre outros). No entanto, o psicopedagogo não vem com
as respostas prontas. O que vai acontecer será um trabalho de equipe, em parceria com
todos que fazem a escola (gestores, equipe técnica, professores, alunos, pessoal de apoio,
família). O psicopedagogo entra na escola para ver o “todo” da instituição.

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 67


Barbosa afirma que “a escola caracteriza-se como um espaço concebido para rea-
lização do processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente construído;
lugar no qual, muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos”.
A aprendizagem escolar, durante várias décadas, foi vista como algo distante do
prazer e entendida como um mal necessário.
Então, o grande desafio das escolas, nos dias de hoje, é despertar o desejo dos
alunos para que possam sentir prazer em aprender.

Dê um click para ler na íntegra:


Pontes IAM. Atuação psicopedagógica no contexto escolar: manipulação, não;
contribuição, sim. Rev. Psicopedagogia 2010;27.
Disponível em: https://bit.ly/3pyXC6c

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 68


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NO ESPAÇO ESCOLAR:
CONTRIBUIÇÕES PARA SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM DOS ALUNOS NO PRIMEIRO ANO DO ENSI-
NO FUNDAMENTAL :
Autor: Ana Célia Santos
Editora: Kindle
Sinopse: Este estudo teve como objetivo geral analisar o papel do
psicopedagogo na superação das dificuldades de aprendizagem
dos alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental. A investigação
partiu do seguinte problema: qual o papel do psicopedagogo para
a superação de dificuldades no primeiro ano do Ensino Funda-
mental? Desse modo, desenvolveu-se o estudo com os objetivos
específicos: caracterizar o desenvolvimento do trabalho do psico-
pedagogo no espaço escolar; identificar as principais dificuldades
enfrentadas pelo psicopedagogo; e evidenciar o papel do psico-
pedagogo no primeiro ano do Ensino Fundamental. Metodologi-
camente, realizou-se uma revisão de literatura e, posteriormente,
uma pesquisa de campo. Em pesquisa bibliográfica, obtiveram-se
dados para a pesquisa sendo utilizados estudos já publicados na
área da psicopedagogia a partir dos autores Mota, Freire (2016),
Oliveira e Oliveira (2015), Graça (2015), Silva (2015), Ghigliotti,
(2016), Souza (2015), entre outros. Diante da diversidade discen-
te, com níveis de aprendizagens diferentes, compreendeu-se que
o psicopedagogo possui autonomia, conhecimento e respaldo
legal para identificar e auxiliar alunos com dislexia, TDAH e incluir
alunos visando a participação e a aprendizagem, seja ele com defi-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades
ou superdotação, ao orientar sistemas de ensino para a promoção
de respostas frente às necessidades educacionais especiais.

FILME / VÍDEO
Título: SOU SURDA E NÃO SABIA
Ano: 2009
Sinopse: Por vários anos, Sandrine não sabia que era surda. Sur-
da de nascença, ela é filha de pais ouvintes. Chegou a frequentar
a escola regular, e lá se perguntava como os outros compreendiam
o que a professora estava a tentar transmitir. Como é que uma
pessoa surda descobre que pessoas se comunicam através de
sons, que o movimento dos lábios que eles veem produz palavras
e comunicação. Esse documentário olha para a questão a partir
de dentro, pela perspectiva de Sandrine e a sua história verídica.
Paralelamente ao relato da autonomia conquistada com a Língua
Gestual, o filme levanta a discussão sobre a conveniência do im-
plante coclear e da oralização de crianças surdas. A concepção
de surdez dos pais de Sandrine não é positiva, uma vez que eles
não querem enxergar os indícios e depois não aceitam muito bem
o diagnóstico.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Vw364_Oi4xc

UNIDADE III Psicopedagogia, Família e Escola 69


UNIDADE IV
Relações Interpessoais
Professora Me. Greicy Juliana Moreira

Plano de Estudo:
● Relações interpessoais e suas influências no processo de aprendizagem escolar;
● Relações interpessoais e a relação entre professor, aluno e psicopedagogo.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as relações interpessoais e suas
influências no processo de aprendizagem escolar;
● Compreender a importância das relações interpessoais
e a relação entre professor, aluno e psicopedagogo.

70
INTRODUÇÃO

Acadêmico(a), olá!

Seja muito bem-vindo à quarta unidade, intitulada de “RELAÇÕES INTERPESSOAIS”.


Diariamente lidamos com diversos problemas de relacionamento interpessoal,
sejam eles de ordem social, profissional ou familiar ou ainda, no contexto educacional, que
é o foco do nosso estudo. Por isso, agora, vamos direcionar nossos estudos para entender
como acontece as relações interpessoais e os conflitos existentes no contexto escolar.
Assim, no primeiro tópico intitulado de “Relações interpessoais e suas influên-
cias no processo de aprendizagem escolar” a ênfase será entender o significado de
relações intra e interpessoal para depois, identificar os aspectos envolvidos na gestão de
conflitos escolares e a importância do desenvolvimento das competências socioemocio-
nais no enfrentamento das adversidades. Além disso, trataremos dos conflitos escolares,
dialogando sobre o desenvolvimento moral, a relevância da linguagem do educador e os
aspectos envolvidos em uma comunicação construtiva.
Na sequência, no segundo tópico denominado “Relações interpessoais e a rela-
ção entre professor, aluno e psicopedagogo” o objetivo será compreender a importância
da figura do psicopedagogo frente às adversidades apresentadas no contexto educacional.
Então, venha comigo, embarque nesse percurso que proporcionará novas descobertas!!

UNIDADE IV Relações Interpessoais 71


1. RELAÇÕES INTERPESSOAIS E SUAS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM ESCOLAR

Estudante, olá!

Seja muito bem-vindo(a) ao primeiro tópico da unidade IV, intitulado de “Relações


interpessoais e suas influências no processo de aprendizagem escolar”.
Aqui, vamos tratar especificamente das relações interpessoais no âmbito escolar.
Nesse sentido, o objetivo será entender como ocorrem as relações interpessoais nesse
contexto, como também, destacar a importância das relações baseadas na afetividade e no
respeito no ambiente escolar, uma vez que, as relações interpessoais refletem diretamente
no desempenho dos alunos.
Dialogar sobre esse tema é de extrema importância para o contexto atual, porque
estudos apontam para uma crescente preocupação com o desenvolvimento emocional
e habilidades de relacionamento interpessoal relacionadas à educação escolar, devido a
associações entre os déficits nessa área e os problemas de socialização.
É importante salientar, que no contexto escolar, o professor é a figura mais atuante
no processo de ensino aprendizagem, é ele quem tem por função primordial desenvolver
habilidades de relacionamento interpessoal com os aluno(as), mas, na maioria das vezes,
acontece o inverso, pois muitos profissionais que estão na linha de frente desse processo
não colocam em prática tais habilidades.

UNIDADE IV Relações Interpessoais 72


Assim, para melhor compreensão e entendimento sobre o conteúdo, o presente
tópico foi organizado em três partes: primeiramente, baseando-nos numa revisão bibliográ-
fica seletiva sobre o assunto, vamos entender o conceito de relações interpessoais e suas
especificidades. Depois, nosso diálogo será sobre a relação entre o professor e o aluno na
sala de aula. Por fim, vamos refletir sobre os reflexos das interações e socializações para
o processo de ensino e de aprendizagem.
Vamos lá, para mais essa jornada de conhecimentos pela esfera educacional.

1.1 Relacionamento Intra e Interpessoal


Estudante, para falarmos sobre relacionamento interpessoal, faz-se necessário,
primeiramente, entendermos o conceito de Relações Humanas.
Uma revisão seletiva sobre o assunto aponta que os especialistas entendem Re-
lações humanas como estabelecimento de qualquer contato entre seres humanos. Nesse
sentido, tais relações têm sido consideradas como uma uma ciência do comportamento
humano, no seu relacionamento intra e interpessoal. Entender a diferença entre esses dois
tipos de relação é fundamental para que você aprenda a desenvolver ambas habilidades
(ROBBINS E JUDGE, 2014).
Estudante, você sabe a diferença entre relacionamento intra e interpessoal?
O Relacionamento Intrapessoal está diretamente relacionado ao seu interior, ou
seja, diálogo consigo mesmo, a comunicação interna do indivíduo. Para desenvolver tal
habilidade, autores renomados no assunto apontam a necessidade do autoconhecimento,
conhecer a si mesmo. Nesse sentido, é importante realizar análises e identificar os seus
pontos fracos e pontos fortes, aprendendo a lidar com suas emoções e habilidades. Diante
do exposto, infere-se que esse relacionamento seja a forma como enxerga o mundo, dentro
de determinadas situações (ROBBINS E JUDGE, 2014).
Diferentemente, o Relacionamento Interpessoal faz parte da interação com o outro,
assim, ocorre quando se estabelece um relacionamento entre duas ou mais pessoas. As
áreas da Psicologia e da Sociologia definem Relacionamento Interpessoal como a liga-
ção, conexão ou vínculo entre duas ou mais pessoas dentro de um determinado contexto.
Diante de tal definição, infere-se que seja, então, a maneira como você se relaciona com
as pessoas à sua volta. Além disso, significa a forma como você reage às pessoas, como
você interage com elas, suas emoções, ações e atitudes quanto às pessoas as quais você
se relaciona, podendo ser um contexto familiar, escolar, de trabalho ou de comunidade.

UNIDADE IV Relações Interpessoais 73


Em suma, corresponde à maneira com que nos relacionamos com o próximo nas
diversas esferas, sejam elas profissionais, familiares, etc (ROBBINS E JUDGE, 2014).
Acadêmico(a), você sabe como acontece a conexão entre os relacionamentos
interpessoal e intrapessoal?
Estudiosos no assunto afirmam que relacionamento intrapessoal é a base do in-
terpessoal. Nesse sentido, para que você tenha êxito nas suas relações, é essencial que,
primeiramente, controle suas próprias emoções. Para tanto, eles sugerem o desenvolvi-
mento de algumas habilidades intrapessoais, que servirão para melhorar o relacionamento
interpessoal, conforme exemplificado na figura n. 1

FIGURA 1 - HABILIDADES RELACIONAIS

Fonte: baseado em (ROBBINS E JUDGE, 2014).

Sobre o tema em questão, Robbins e Judge (2014) observam que os relaciona-


mentos interpessoais positivos favorecem a manutenção de um clima favorável e saudável
em todos os contexto sociais, sejam eles, o ambiente de trabalho, familiar, social, religioso,
amoroso ou educacional, por exemplo.

UNIDADE IV Relações Interpessoais 74


Corrobora com essa reflexão as palavras do psiquiatra austríaco Sigmund Freud,
considerado o pai da Psicanálise, para ele o homem é, em sua essência, um ser relacional.
Isso quer dizer que eu, você e as pessoas ao nosso redor temos esta característica nata.
Desta forma, autores renomados postulam que relacionamentos interpessoais
positivos constroem conexões favoráveis. Para isso, praticar a empatia e o respeito são
fundamentais para o convívio social, conforme exemplificado na figura n.2:

FIGURA 2 - DESENVOLVENDO A EMPATIA

Fonte: baseado em (ROBBINS E JUDGE, 2014).

Diante do exposto, considerando que o homem é um ser social, interativo, construí-


do pelo meio no qual está inserido, cabe-nos agora dialogar sobre os reflexos das relações
interpessoais no contexto escolar.

Estudante,
Sabemos que na esfera educacional, o sucesso das relações interpessoais entre
profissionais, alunos e comunidade escolar, possibilita resultados satisfatórios no que tan-
ge o alcance dos objetivos propostos pela gestão escolar, como também para o processo
de ensino aprendizagem dos alunos.
Mas quais são os elementos que podem interferir nas relações interpessoais no
contexto escolar?

UNIDADE IV Relações Interpessoais 75


Autores que desenvolvem estudos sobre o assunto apontam que nesse contexto,
primeiramente, os envolvidos sejam eles profissionais, alunos ou comunidade escolar pre-
cisam compreender e aceitar o outro com suas diferenças culturais, sociais, de raça e cor.
Corrobora com essa reflexão as considerações do renomado autor “O clima de
respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes, generosas, em que a autoridade
docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente, autentica o caráter formador
do espaço pedagógico” (FREIRE, 1996, p. 103). Isso posto, infere-se que num ambiente
respeitoso há mais chances de conseguir êxito no processo de ensino e aprendizagem. As-
sim, cabe destacar que o inverso também produzirá reflexos, contudo, serão devastadores
para o processo educacional.
Conforme Mosquera e Stobäus (2004 p. 93), “Grande parte dos problemas que um
docente enfrenta podem ser provenientes de um ambiente hostil, podendo este se tornar
ainda mais hostil quando se trabalha com pessoas diversas”. Acredita-se que os estudantes
quando não recebem um tratamento adequado podem agir de maneira agressiva, por isso
o professor precisa manter um vínculo afetivo.
No que se refere aos problemas apresentados na esfera educacional, os especia-
listas apontam que muitos deles são decorrentes de um ambiente hostil, seja por ações
praticadas pelos profissionais da área da educação,como também pelos educandos. So-
ma-se a isso, o fato de que, muitas vezes, ao se depararem com um ambiente inadequado,
tendem a agir de maneira agressiva, por tais motivos, sugere-se propagação de ações
mais efetivas e menos agressivas nesse contexto (MOSQUERA E STOBÄUS, 2004).
A esse respeito, Leite & Tassoni (2002) diz que as práticas pedagógicas precisam
estar permeadas por sentimentos de acolhimento, simpatia, respeito e apreciação, além
de compreensão, aceitação e valorização do outro, porque isso favorece a autonomia e
fortalece a confiança.
Coaduna-se com tais reflexões a importância de se praticar uma comunicação fa-
vorável. Nesse sentido, entende-se que as relações humanas são baseadas nas palavras:
comportamento e comunicação. Com isso, a pessoa que tem um bom comportamento, au-
tomaticamente cuidará melhor de suas relações. Na contramão, comunicativos adversos
no ambiente escolar podem acarretar sérios problemas para o processo de ensino-apren-
dizagem. Essa reflexão é validada pela voz do renomado autor, Celso Antunes:
Relações interpessoais é o conjunto de procedimentos que, facilitando a co-
municação e as linguagens, estabelece laços sólidos nas relações humanas.
É uma linha de ação que visa, sobre bases emocionais e psicopedagógicos,
criar um clima favorável à empresa (escola) e garantir, através de uma visão
sistêmica a integração de todo pessoal envolvido, por meio de uma colabora-
ção confiante e pertinente (ANTUNES, 2003, p. 9).

UNIDADE IV Relações Interpessoais 76


Um revisão seletiva sobre o assunto também aponta que a relação interpessoal é
uma linha de ação que visa, sobre bases emocionais, criar um clima harmonioso à escola e
garantir, através de uma visão sistêmica a integração de todo pessoal envolvido, por meio
de uma colaboração confiante e pertinente (ANTUNES, 2003, p. 9).
Para ilustrar tais reflexões, apresentamos os 10 mandamentos das relações hu-
manas que devem ser praticados diariamente em todas as esferas sociais, sobretudo, no
contexto educacional (FRITZEN, 1981).
Então, vamos lá, ampliar nossos conhecimentos!!!

1. FALE com as pessoas. Nada tão agradável e animador quanto uma palavra de
saudação, de amor, de amizade...
2. SORRIA para as pessoas. Lembre-se de que acionamos 72 músculos para
franzir a testa e somente 14 para sorrir.
3. CHAME as pessoas pelo nome. Para muitos, ouvir seu próprio nome soa como
uma música suave.
4. SEJA amigo e prestativo. Se você quiser ter amigos, seja amigo. Acredite na
forma da união.
5. SEJA cordial, sincero e transparente. Tudo o que você fizer, faça com prazer.
6. INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Lembre-se de que você tem
conhecimento apenas de seus saberes, e não dos outros. Seja sinceramente
interessado pelos outros, aprenda.
7. SEJA generoso em elogiar e cauteloso em criticar. Os líderes elogiam, sabem
encorajar, incentivar e elevar a auto-estima dos alunos.
8. SAIBA considerar os sentimentos alheios. Respeite.
9. PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Há três comportamentos de um
verdadeiro líder: ouvir, aprender e saber elogiar.
10. PROCURE apresentar um excelente serviço. O que realmente vale em nossas
vidas é aquilo que fazemos para outrem.

Diante do exposto é válido ressaltar que a figura do professor é de facilitador do


processo de aprendizagem, por isso a importância da sua relação com os alunos, res-
peitando seus pensamentos e atuando dentro da realidade de cada um. Dessa forma, a
aprendizagem torna-se motivadora, uma vez que ela é condicionada pela presença de
certas atitudes positivas na relação pessoal que se instaura entre aquele que “facilita” a
aprendizagem é aquele que aprende (ROGERS, 2001) .

UNIDADE IV Relações Interpessoais 77


Ainda sobre essa questão, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais,
no volume de Ética, “a escola é a primeira oportunidade, pois através das relações interpes-
soais o professor pode atuar para transformar realidade e ajudar a construir valores e ideais
que contribuam para o aprendizado de seus alunos.” (MEC, 1991, p. 119).
Estudante, depois de entendermos o conceito de relações interpessoais e os refle-
xos disso no contexto educacional, cabe-nos agora aprofundarmos nossos conhecimentos
sobre a relação entre o psicopedagogo, o professor e o aluno, mas isso será visto no
próximo tópico.

SAIBA MAIS

Estudante, para ampliar seus conhecimentos sobre o assunto sugiro que leia leia o ar-
tigo de Flávia Vivaldi, o qual aborda aborda as consequências da linguagem do profes-
sor – seja descritiva ou valorativa – na aprendizagem e no desenvolvimento do aluno,
incluindo exemplos e sugestões de mudanças.

Fonte: VIVALDI, F. A linguagem construtiva do educador – parte 1. Gestão Escolar. 24 mar. 2014.

REFLITA

Acadêmico(a), na sua opinião existe algum conflito que seja bom para os alunos? De
que maneira o professor poderia conduzir a resolução de um conflito sem colocar re-
gras, limites e aplicar sanções aos envolvidos?

Para auxiliar na sua reflexão sugiro a seguinte leitura:

Fonte: VINHA, T. P.; TOGNETTA, L. R. P. Construindo a Autonomia Moral na Escola: os conflitos inter-

pessoais e a aprendizagem dos valores. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 28, p. 525-540, set./ dez. 2009.

Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/ download/3316/3226.

Acesso em: 21 maio. 2021.

UNIDADE IV Relações Interpessoais 78


2. RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR, ALUNO
E PSICOPEDAGOGO

Acadêmico(a), olá!

Seja muito bem-vindo ao segundo tópico desta unidade, intitulado de “Relações


interpessoais e a relação entre professor, aluno e psicopedagogo”
A rotina do contexto de sala de aula é repleta de acontecimentos significativos,
tanto na vida do professor quanto na do aluno. Em meio aos acontecimentos, temos as
interações que refletem no resultado do processo de ensino. Por isso, neste momento,
nosso objetivo será, com olhar psicopedagógico, refletir sobre a importância das relações
sadias entre o professor e o aluno no processo de ensino aprendizagem.
Para tanto, organizamos o presente tópico da seguinte forma: inicialmente, vamos
conversar sobre: Quais são os principais problemas que afetam a relação professor-alu-
no? Por fim, trataremos da atuação do psicopedagogo na mediação dessas relações, na
esfera educacional.
Então, vamos lá, iniciar nosso diálogo!!!

UNIDADE IV Relações Interpessoais 79


2.1 Os principais problemas que afetam a relação entre professor e aluno?
Estudante, conforme estudamos no tópico anterior as relações interpessoais se
estabelecem em todos os contexto sociais. Assim, entendemos que os relacionamentos, no
contexto escolar, precisam ser permeados por atitudes firmes, serenas e cooperativas, uma
vez tais posturas, possibilitam convívio harmonioso e, logo, favorecem o desenvolvimento
da aprendizagem.
Tal reflexão é validada pelas palavras de Maria Teresa, autora renomada, que
desenvolveu diversos estudos o assunto, em sua ela apresenta a postura do aluno(a)
frente à imagem do professor(a): “[...]se gosta dele, se o admira, se o aprecia, sente-se
mais motivado a estudar a matéria que ensina, se o acha antipático, ameaçador ou hostil,
tende a rejeitar também o que ensina, encontrando dificuldade na aprendizagem (MAL-
DONADO, 1994, p. 40).
Diante do exposto, infere-se que existe entrelaçamento de aprendizagem e afeti-
vidade, que se originam no entremeio de todos os processos relacionados ao ato de ensi-
nar-aprender-sentir-pensar-criar-descobrir. Isso se justifica, porque cada aluno(a) encontra
seu lugar na esfera educacional, quando são consideradas as diferenças individuais como
também, pela forma como se estabelecem as relações afetivas (MALDONADO, 1994) .
Mas, então, quais são os problemas que podem afetar essa relação? Para a referida
autora é a indisciplina, que, na maioria das vezes, dificulta a construção de conhecimentos,
tornando a sala de aula um ambiente conturbado, refletindo negativamente no processo de
aprendizagem. Importante salientar que a indisciplina pode ser uma forma de expressar o
que se passa no relacionamento aluno e professor. Além disso, pode-se acrescentar à lista
a falta de respeito mútuo, a ausência de compreensão do professor, a falta de atenção e de
interesse do aluno, a falta de diálogo, etc.
Refletindo ainda sobre isso, alguns especialistas no assunto consideram os confli-
tos como um conjunto de dificuldades, que na maioria das vezes, são oriundas das relações
de poder entre ambos. É importante salientar que o autoritarismo traz a imagem de algo que
é imposto. Assim, nas relações pedagógicas pode ser entendido como um invadir vidas,
impedindo o espaço de liberdade e de criatividade (DANI, 1996).
Estudante, nesse contexto, qual seria, então, a sugestão dos especialistas para
que os conflitos sejam minimizados?
Muitos autores que publicaram estudos sobre isso, asseveram que não é interes-
sante que o professor reaja às atitudes indisciplinares com ameaças e/ou punições, isso
não resolverá o problema. Para eles, tais atitudes podem funcionar de maneira inversa,

UNIDADE IV Relações Interpessoais 80


pois alguns alunos poderão ser ousados e enfrentar o professor. Coaduna-se com essa
reflexão as palavras de Piaget (1993) ao assegurar que é mais assertivo manter relações
alicerçadas no respeito unilateral, recíproco e autônomo.
Concomitantemente, sugere-se trabalhar a dimensão de poder como um fenômeno
inerente ao processo educacional e a ser utilizado como um fator pedagógico. Frente a
isso, no contexto educacional, é primordial que as ações sejam baseadas na democracia e
nas relações dialógicas (BURBULES, 1987).
Dessa forma, para conseguir êxito nas relações interpessoais com os alunos é in-
teressante que o professor abandone o perfil de autoridade e olhe para o aluno e enxergue
todas as suas especificidade. Assim, ele assumirá a função de facilitador e de orientador no
processo de construção e reconstrução do conhecimento. Como sugestão, elencamos três
estratégias para a minimizar conflitos de poder entre o professor e o aluno (LIMA, online):

1. A primeira refere-se à substituição da rigidez pela maleabilidade. A rigidez pode


ser entendida como a adoção de práticas formais, a imposição de conteúdos
cristalizados, o culto à “sabedoria” do professor e outras práticas inibidoras da
criatividade e da inovação. Já a maleabilidade possibilita uma maior interação
com os alunos, faz-nos aceitar o erro como condição normal no processo de
aprendizagem, permitindo-nos enxergar que não somos os donos da verda-
de. Dentro desta estratégia, devem ser propostos problemas como pontos de
partida para as discussões. Tais problemas deverão propiciar o saber pensar,
provocar a necessidade de busca da informação, com ênfase na manipulação
(construção / reconstrução) do conhecimento.
2. Como segunda estratégia sugerimos a substituição do fechamento pela abertu-
ra. Um professor que, na sala de aula, considera-se um artista no palco, – só ele
fala -, e que acha que seus alunos são meros ouvintes, torna-se tedioso e causa
desmotivação. É como se vomitasse palavras que embrulham o estômago dos
ouvintes. O fechamento do professor em seu mundo causa uma barreira gigan-
tesca entre ele e os seus alunos, impossibilitando-lhes a interação e a manipu-
lação do conhecimento. Para a abertura, sugerimos a criação de condições que
viabilizem posicionamentos críticos e possibilitem análises, questionamentos e
a desconstrução da realidade (criatividade e inovação). Para que tal abertura
seja implementada é imperioso que entendamos que o conhecimento é algo
dinâmico, mutável, provisório e, portanto, passível de transformação em novos
conhecimentos.

UNIDADE IV Relações Interpessoais 81


3. A terceira estratégia trata da substituição do olhar único pelo olhar plural. O
olhar único do professor enxerga apenas a si mesmo, com seus conhecimen-
tos cristalizados, suas mesmices e seu pretenso saber; é, portanto, um olhar
míope. Já o olhar plural é bem mais abrangente. Esse olhar faz com que o
professor veja-se como alguém que tem uma maior experiência no trilhar os
caminhos do saber, porém, tendo a função de orientar e facilitar o processo de
aprendizagem; esse olhar faz o professor enxergar em seus alunos as caracte-
rísticas individuais, as múltiplas inteligências e a maneira como estas aflorarão
à medida que forem desafiados a pensar, a problematizar e a buscar respostas
próprias com argumentos fundamentados; esse olhar possibilita ao professor o
estar atento às mudanças da sociedade, garantindo a substituição de velhos por
novos paradigmas no processo de aprendizagem. Para o alcance do olhar plural
sugerimos o compartilhamento das nossas ações com os alunos, o trabalho em
equipe, as interações tendo como alvo a cooperação, a firmeza e clareza na
expressão de nossas ideologias e convicções, porém, conscientes de que será
necessário mudá-las com o tempo.

Estudante, após compreendermos quais são os problemas que interferem nas


relações entre o aluno e o professor, direcionamos nossos olhares para a atuação psico-
pedagógica nesse contexto, com o intuito de entendermos como este profissional poderá
diagnosticar e auxiliar na resolução dos problemas existentes.
No processo que envolve a aprendizagem, justifica-se atuação diagnóstica e pre-
ventiva do profissional em questão, uma vez que, a partir da queixa dos problemas, muitas
informações e vários aspectos têm que ser observados e analisados. Assim, de acordo com
os especialistas no assunto, as funções do psicopedagogo são orientar a família, auxiliar
os professores e sobretudo o aluno no que refere-se às dificuldades pedagógicas, como
também relacionais e ainda, colaborar com a gestão escolar para minimizar os problemas
existentes nesse contexto (RUBINSTEIN, 1996).
O psicopedagogo precisa investigar, atuar como um detetive, primeiramente, para
entender como o aluno constrói o seu saber, compreender as dimensões das relações
com a escola, com os professores, com o conteúdo e relacioná-los aos aspectos afetivos
e cognitivos. Depois, identificar os identificando problemas com intuito de solucioná-los.
É importante salientar que todo o processo de desenvolvimento do aluno(a) acontece
por meio de diferentes condições, sejam elas, orgânica, emocional, cognitiva e social
(RUBINSTEIN, 1996).

UNIDADE IV Relações Interpessoais 82


Assim, ao psicopedagogo, cabe, ouvir a queixa, analisá-la, interpretá-la e seguir
com seu processo de avaliação como função diagnóstica. Nesse sentido, ele faz uma leitura
na dinâmica entre os atores da escola, das possibilidades de mudança, da necessidade de
ajuda, dos trabalhos realizados, das dificuldades detectadas, dos vínculos estabelecidos,
dos comportamentos e atitudes (BOSSA, 2007).
Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola no sentido de alertá-la para
o papel que lhe compete, seja redimensionando o processo de aquisição e
incorporação do conhecimento dentro do espaço escolar, seja reestruturando
a atuação da própria instituição junto a alunos e professores e seja encami-
nhado a alunos e outros professores. (BOSSA, 2007, p.67).

Para os especialistas no assunto, a observação é considerada um recurso muito


peculiar do diagnóstico psicopedagógico, utilizado como instrumento para sua atuação
dentro da esfera educacional. Faz-se necessário destacar que, no contexto educacional, o
psicopedagogo não realiza nenhum tipo de teste. Diante disso, a observação é essencial,
pois será por meio da comunicação e da interação a sua intervenção. A esse respeito, deve
observar diversos elementos entre os envolvidos, como por exemplo, expectativas, alegrias,
medos, confiança, frustrações, tristezas; relações entre aluno/família, filho/escola (professor),
professor (escola)/pais; depositantes - escola (professor), família, aluno (BOSSA, 1994).
Posteriormente, a partir do diagnóstico realizado, é que o profissional em questão,
atuando como auxílio e suporte, deve propor soluções que atendam às necessidades do
contexto atual e , assim, colocar em prática a sua intervenção, reconstruindo as relações
entre os sujeitos desse contexto (BOSSA, 1994).
Acadêmico (a), diante do exposto, chegamos ao final desta unidade. Finalizamos
nosso diálogo com a compreensão de que o psicopedagogo é uma figura essencial para
o contexto educacional, uma vez que ele atua de maneira preventiva e interventiva com
intuito de minimizar os problemas existentes, sejam eles de ordem relacional ou mesmo de
aprendizagem.

REFLITA

Para que seja possível a aplicação de um modelo de gestão democrática nas escolas, a
formação dos professores e dos gestores teria que sofrer alterações?

Fonte: Produzido pela autora (2021)

UNIDADE IV Relações Interpessoais 83


SAIBA MAIS

A INTERAÇÃO SOCIAL DAS CRIANÇAS COM QUEIXA DE DIFICULDADES DE


APRENDIZAGEM: REFLEXÕES PARA PROFESSORES E PSICOPEDAGOGOS

OBJETIVO: Investigar a posição sociométrica de alunos com dificuldades de aprendiza-


gem na inter-relação com seus colegas de sala.
MÉTODO: Nossos sujeitos foram alunos de uma classe de 4ª série da rede pública do
estado de São Paulo, indicados pela professora como sendo crianças com dificuldades
de aprendizagem. O teste sociométrico objetivo foi aplicado no primeiro e no segundo
semestre do ano letivo.
RESULTADOS: Os resultados apontaram para a baixa ou nenhuma escolha que as
crianças com queixa de DA tiveram de seus colegas. Também foi analisado o histórico
escolar da turma, bem como o julgamento que a professora faz em relação ao desempe-
nho acadêmico e ao relacionamento interpessoal dos alunos. Os dados obtidos mostra-
ram que nem sempre o julgamento da professora sobre o aluno coincide com a posição
sociométrica que este ocupa no grupo, ressaltando a importância do teste sociométrico
para um maior conhecimento das interações estabelecidas na sala de aula. Foi possível
observar também que o julgamento que a professora faz do aluno com dificuldade de
aprendizagem tem relação direta com o número de escolhas que este aluno obtém no
teste sociométrico.

Para ler na íntegra, dê um click:

Saravali EG. A interação social das crianças com queixa de dificuldades de aprendizagem: reflexões para

professores e psicopedagogos. Rev. Psicopedagogia 2004;21(66):216-224

Disponível em: <http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/386/a-interacao-social-das-criancas-

-com-queixa-de-dificuldades-de-aprendizagem--reflexoes-para-professores-e-psicopedagogos>.

UNIDADE IV Relações Interpessoais 84


SAIBA MAIS

PROCESSOS EDUCATIVOS NA ADOLESCÊNCIA: POSSIBILIDADES


INTERVENTIVAS NA CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA POR MEIO DAS
TECNOLOGIAS DIGITAIS

O presente artigo busca refletir sobre as contribuições dos meios digitais em educa-
ção, a partir de relato de caso clínico, delineando as concepções acerca da intervenção
em Psicopedagogia Clínica com pacientes adolescentes através das novas tecnologias.
São apresentadas, inicialmente, caraterísticas gerais da adolescência, deixando claros
os processos de modificação enfrentados pelos sujeitos no decorrer desta fase da vida,
do ponto de vista das mudanças psicossociais e educativas. Em seguida, são aponta-
das algumas ideias a respeito da informática educativa e sua importância no processo
de aquisição dos conhecimentos no cotidiano escolar e psicopedagógico. Por fim, são
tecidas algumas relações entre a intervenção psicopedagógica na adolescência e o
uso das tecnologias digitais, de modo a ilustrar algumas possibilidades do uso dessas
ferramentas atuais no processo de intervenção e motivação para a construção de apren-
dizagens com adolescentes.

Para ler na íntegra, dê um click:

Pereira JS. Processos educativos na adolescência: Possibilidades interventivas na Clínica Psicopeda-

gógica por meio das tecnologias digitais. Rev. Psicopedagogia 2017;34(105):332-341. Disponível em:

https://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/543/processos-educativos-na-adolescencia--possibi-

lidades-interventivas-na-clinica-psicopedagogica-por-meio-das-tecnologias-digitais.

UNIDADE IV Relações Interpessoais 85


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acadêmico(a),

Chegamos ao final desta unidade, na qual dialogamos sobre a atuação psicope-


dagógica, profissão que ganhou destaque nos últimos anos e cada vez mais conquista
espaço dentro da escola, pois é indispensável no modelo de educação atual frente a supe-
ração dos obstáculos.
No primeiro, dialogamos especificamente sobre os problemas relacionais entre
o professor e o aluno, que interferem significativamente no desenvolvimento da aprendi-
zagem. De acordo com o exposto, pudemos compreender que existem diversos fatores
que interferem negativamente na interação entre os sujeitos envolvidos no processo de
aprendizagem, como por exemplo, os aspectos ambientais, econômicos, sociais, afetivos,
psicológicos, emocionais e familiares, etc.
Frente a isso, entendemos que a figura do psicopedagogo é de extrema importân-
cia para a superação das dificuldades apresentadas no contexto educacional.
Isso posto, finalizo essa unidade com o desejo de ter contribuído significativamente
para seu aprendizado. Sugiro que seu percurso em busca de novos conhecimento não
cesse, pois esse é somente o início de um longo caminho de novos aprendizados.

Até mais!!

UNIDADE IV Relações Interpessoais 86


LEITURA COMPLEMENTAR

A INFLUÊNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE ESCOLAR


SOB O OLHAR PSICOPEDAGÓGICO.

A indagação desta pesquisa foi entender as dimensões do saber conviver no olhar


do psicopedagogo no ambiente escolar. Que conhecimentos, habilidades e atitudes um
profissional precisa ter para saber conviver de maneira competente. Hoje não basta sermos
inteligentes – é necessário buscarmos sabedoria para usar a inteligência com valores mo-
rais e éticos. Resolver os conflitos no ambiente de trabalho de maneira assertiva é atacar
o problema e não as pessoas. Pode-se observar a grande importância do bom relaciona-
mento interpessoal no ambiente de trabalho, pois é, afinal, onde passamos a maior parte
do dia. Pode-se compreender neste trabalho, que a psicopedagogia busca olhar o indivíduo
com respeito às suas diferenças e potencialidades. É uma área de estudo bastante recente
que tem como objetivo estudar, compreender e intervir nas dificuldades de aprendizagem e
se preocupa, ainda, em desenvolver uma escuta e um olhar sensível, de acordo com o po-
tencial de cada ser humano para o seu bem-estar físico, emocional, espiritual e intelectual.

Palavras-Chave: relações interpessoais, ambiente escolar; olhar psicopedagógico.

Para ler na íntegra, dê um click: <http://pesquisa.italo.com.br/index.php?jour-


nal=uniitalo&page=article&op=view&path%5B%5D=45&path%5B%5D=42>.

Fonte; TAVARES, D.E.; ZÓBOLI, G. B.; CALDEVILLA, E. C. A Influência Das


Relações Interpessoais no Ambiente Escolar sob o Olhar Psicopedagógico. UniÍtalo em
Pesquisa. URL: www. Ítalo.com.br/portal/cepesq/revista eletrônica.html. São Paulo SP, v.6,
n.1, p. 157-xxx, jan/2016

UNIDADE IV Relações Interpessoais 87


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Relações interpessoais e autoestima: A sala de aula como
um espaço do crescimento integral
Autor: Celso Antunes
Editora: Editora Vozes
Sinopse: Este fascículo sugere criar na escola, através de uma
visão sistêmica, a superação de conflitos emocionais, através de
uma colaboração confiante e pertinente. O livro mostra o signifi-
cado amplo deste conceito, as razões pelas quais pode a escola
incorporar suas lições e, sobretudo, de que forma fazê-lo, mesmo
considerando as condições materiais e humanas extremamente
restritas de inúmeras unidades de ensino em todo o país.

FILME / VÍDEO
Título: Como estrelas na terra
Ano: 2007
Sinopse: O filme conta a história de uma criança que sofre com
dislexia e não é compreendida pelos professores e pais. Ishaan
Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no
sistema educacional indiano) e corre o risco de reprovar novamen-
te. As letras dançam em sua frente, como diz, e não consegue
acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Inesperadamente,
um professor substituto de artes percebe que há algo de errado
com Ishaan. Ao descobrir que o garoto era disléxico, o professor
coloca em prática um plano para resgatar aquele garoto.
Link do vídeo: .https://www.netflix.com/br/title/70087087

UNIDADE IV Relações Interpessoais 88


REFERÊNCIAS

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CONCLUSÃO GERAL

Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos relacionados à


PSICOPEDAGOGIA NA FAMÍLIA: ABORDAGEM COMPORTAMENTAL.
Os assuntos aqui abordados foram disponibilizados para contribuírem significativa-
mente para sua atuação profissional.
Na primeira unidade, estudamos os aspectos relacionados à FAMÍLIA NA ATUA-
LIDADE dialogamos especificamente sobre o conceito de família que abrange diversas
formas de organização fundamentadas na relação afetiva entre seus membros. Além disso,
entendemos que nos dias atuais o conceito de família possui novas especificidades: o
afeto e a dignidade da pessoa humana, e vai além de um meio familiar constituído pelo
casamento e unido pela herança genética, agora, são os laços afetivos que determinam as
relações familiares.
Já, na segunda unidade, abordamos os assuntos sobre a FAMÍLIA E ESCOLA e
para que isso fosse possível, no decorrer da unidade, conhecemos as características e as
diversas formas de atuação do Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade, que
é uma instituição jurídica não governamental, sem fins lucrativos, que tem o objetivo de
desenvolver e divulgar o conhecimento sobre o Direito das Famílias, além de atuar como
força representativa da sociedade no que diz respeito às suas relações e aspirações socio
familiares.Na sequência direcionamos nosso diálogo para entender a Relação estabelecida
entre a família e a escola e, assim, compreendemos que escola e a família desempenham
papel de grande importância na formação social do indivíduo, tendo responsabilidade na
construção da pessoa humana em seus âmbitos espacial, temporal e sociocultural. O pro-
cesso de formação da identidade se dá nos aspectos individual, pessoal e cultural.
Prosseguindo, na terceira unidade, apresentamos informações sobre a PSICOPE-
DAGOGIA, FAMÍLIA E ESCOLA e, então, compreendemos que a figura do o psicopeda-
gogo, no contexto escolar, contribui para o esclarecimento das dificuldades escolares, que
podem ser decorrentes da organização administrativa do sistema escolar e familiar, das
exigências pedagógicas inadequadas, das expectativas familiares, das formas de circula-
ção do conhecimento do professor e da

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Por último e não menos importante, na quarta unidade, centralizamos nossa con-
versa sobre o conceito de RELAÇÕES INTERPESSOAIS. Assim, foi possível compreender
a diferença entre relações intra e interpessoais e suas influências no processo de aprendi-
zagem escolar. Por fim, dialogamos sobre a importância das relações interpessoais sadias
e a relação entre professor, aluno e psicopedagogo.
De acordo com o exposto, a partir de agora, acredito que você já está preparado(a)
para seguir em frente, desenvolvendo ainda mais suas habilidades e competências na
prática docente. Até uma próxima oportunidade.

Muito Obrigada!
Me. Greicy Juliana

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+55 (44) 3045 9898
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