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ESPORTES

COMPLEMENTARES

PROFESSORES
Dr. Patric Paludett Flores et al.

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ESPORTES COMPLEMENTARES

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância;


FLORES, Patric Paludett.
Esportes Complementares. Patric Paludett Flores et al.
Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. Reimpresso 2022.
220 p.
“Graduação em Design - EaD”.
1.Esportes . 2. Complementares. 3. EaD. I. Título.

ISBN: 978-85-459-1765-6 CDD - 22ª Ed. 796


Impresso por: CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828

DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da
Mantenedora Cláudio Ferdinandi.

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação Kátia Coelho,
Diretoria de Pós-Graduação Bruno do Val Jorge, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de
Design Educacional Débora Leite, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, Gerência
de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de
Freitas, Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva, Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração
Thayla Guimarães, Designer Educacional Nayara Valenciano e Kaio Vinicius, Revisão Textual Cíntia
Prezoto, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.

2
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar

Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10
com princípios éticos e profissionalismo, não maiores grupos educacionais do Brasil.
somente para oferecer uma educação de qualidade, A rapidez do mundo moderno exige dos educadores
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão soluções inteligentes para as necessidades de todos.
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- Para continuar relevante, a instituição de educação
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional precisa ter pelo menos três virtudes: inovação,
e espiritual. coragem e compromisso com a qualidade. Por
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia,
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro do ensino presencial e a distância.
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, promover a educação de qualidade nas diferentes áreas
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. do conhecimento, formando profissionais cidadãos
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais que contribuam para o desenvolvimento de uma
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos sociedade justa e solidária.
pelo MEC como uma instituição de excelência, com Vamos juntos!
boas-vindas

Willian V. K. de Matos Silva


Pró-Reitor da Unicesumar EaD

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à A apropriação dessa nova forma de conhecer


Comunidade do Conhecimento. transformou-se hoje em um dos principais fatores de
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar agregação de valor, de superação das desigualdades,
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.
e pela nossa sociedade. Porém, é importante Logo, como agente social, convido você a saber cada
destacar aqui que não estamos falando mais daquele vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas tecnologia que temos e que está disponível.
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg
atemporal, global, democratizado, transformado pelas modificou toda uma cultura e forma de conhecer,
tecnologias digitais e virtuais. as tecnologias atuais e suas novas ferramentas,
De fato, as tecnologias de informação e comunicação equipamentos e aplicações estão mudando a nossa
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o
informações, da educação por meio da conectividade conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes
e da mobilidade dos celulares. cativantes, ricos em informações e interatividade. É
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá
a informação e a produção do conhecimento, que não as portas para melhores oportunidades. Como já disse
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”.
segundos. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
boas-vindas

Kátia Solange Coelho


Janes Fidélis Tomelin Diretoria de Graduação
Pró-Reitor de Ensino de EAD
e Pós-graduação

Débora do Nascimento Leite Leonardo Spaine


Diretoria de Design Educacional Diretoria de Permanência

Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível e construção do conhecimento deve ser apenas
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita.
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores

Professora Ana Luiza Barbosa Anversa

Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da


Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/
UEL (2017); Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Asso-
ciado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina
- UEM/UEL (2011); Especialista em Prescrição Personalizada de Exercícios Físicos
pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2010), Especialista em Educação
a Distância e tecnologias educacionais pelo Centro Universitário de Maringá -
UNICESUMAR (2014); Graduada em Educação Física - Licenciatura Plena pela
Universidade Estadual de Maringá - UEM (2007).

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/7812424308966855>.

Professora Bruna Solera

Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Uni-


versidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL
(2018); Especialista em Educação Especial pelo Instituto Paranaense de Educação
- IPE (2016); Especialista em Psicomotricidade no Contexto Escolar pelo Instituto
Paranaense de Educação - IPE (2015); Graduada em Educação Física - Bacharelado
(2014) e Licenciatura (2013) pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. Espe-
cializanda em Arte, Educação e Terapia no Instituto Paranaense de Educação – IPE.

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/4778060448341914>


Professor Jiusom Tokumi Akiyama

Graduado em Educação Física - Licenciatura pelo Centro Universitário de Maringá


- UNICESUMAR (2016); Professor de Beisebol da Associação Cultural e Esportiva
de Maringá - ACEMA.

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9400476870964008>.

Professora Joicy Ligia de Andrade

Especializanda em Personal Training e Metodologia da Preparação Física no


Centro Universitário Ingá - UNINGÁ; Especialista em Teoria Histórico Cultural
pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2016); Graduada em Educação
Física - Bacharelado (2014) e Licenciatura (2013) pela Universidade Estadual de
Maringá - UEM. Mestranda em Educação Física pelo Programa Pós-Graduação
Associado da Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de
Londrina - UEM/UEL.

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9093685922231430>.

Professora Mariana Amendoa Puppin Akiyama

Graduada em Educação Física - Licenciatura pelo Centro Universitário de Marin-


gá - UNICESUMAR (2016).

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9591796087777262>.


autores

Professora Naline Cristina Favatto

Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade


Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2016); Especialista em
Educação Especial com ênfase em deficiência visual pelo Instituto Eficaz (2014); Especialista
em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade do Centro do Paraná, UCP/ASSESPI
(2011); Especialista em Educação Especial com ênfase em Libras pela Faculdade Estadual
de Educação Ciências e Letras de Paranavaí - FAFIPA (2011); Graduada em Educação Física
Licenciatura e Bacharelado pelo Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR (2011).
Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universi-
dade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL.

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/5241937170211496>.

Professor Patric Paludett Flores

Doutor em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade


Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Mestre em
Educação pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2013); Especialista em Educa-
ção Física Escolar pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2012); Graduado em
Educação Física - Licenciatura pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2010).
Professor da Rede Municipal de Florianópolis (2013); Professor do curso de Educação Física
do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR.

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/9742209806410309>.


Professora Patricia Carolina Borsato Passos

Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade


Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2018); Mestre em Educa-
ção Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e
Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2014); Especialista em Morfofisiologia aplicada
à Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2003); Graduada em Educação
Física - Licenciatura Plena pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2000); Árbitra pela Fe-
deração de Desportos Aquáticos do Paraná - FDPA; Professora de Educação Física da Prefeitura
de Maringá (2004); Professora na Universidade Estadual de Maringá - UEM (2008); Professora
na Universidade Paranaense - UNIPAR (2015-2016).

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/3088795225853584>.

Professora Suelen Vicente Vieira

Mestre em Educação Física pelo Programa Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual


de Maringá e Universidade Estadual de Londrina - UEM/UEL (2016); Especialista em Metodologia
da Educação Física pela Faculdade Eficaz (2016); Graduada em Educação Física - Licenciatura e
Bacharelado pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2013). Doutoranda em Educação
Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado da Universidade Estadual de Maringá e Uni-
versidade Estadual de Londrina - UEM/UEL. Professora de Educação Física da rede municipal de
Maringá. Professora Mediadora do curso de Educação Física do Centro Universitário de Maringá
- UNICESUMAR.

Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/0695426170915616>.


apresentação do material

ESPORTES COMPLEMENTARES
Professor Dr. Patric Paludett Flores

Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Este material foi construído para poten-
cializar sua aprendizagem a respeito de algumas práticas corporais da família
dos esportes, as quais, aqui, denominaremos de esportes complementares, já
que a ideia é diversificar a aquisição de modalidades para além dos esportes
tradicionais (voleibol, basquetebol, handebol e futebol/futsal).
Neste livro, você perceberá que, ao longo de cada unidade, serão apresen-
tados conhecimentos e saberes sobre diferentes modalidades esportivas que
integram os esportes com marca, de aventura, com rede divisória, de invasão e
campo e taco aumentando o repertório de conteúdos explorados e trabalhados
na sua formação profissional, bem como possibilitando novos olhares para a
sua atuação dentro do campo da Educação Física.
Na primeira unidade, você conhecerá uma das modalidades dos esportes de
marca: a Natação. Os esportes de marca são caracterizados pelo fato de o resultado
surgir da comparação dos índices alcançados pelos praticantes durante a realização
de uma prova, na qual os adversários medem forças para saber quem foi mais rápido,
longe ou levantou mais peso. Um das características de maior visibilidade desses
esportes é a quebra de recordes (superando marcas anteriormente registradas),
que, por vezes, ganham mais destaque do que o resultado da própria competição.
Posteriormente, na segunda unidade, trataremos de algumas modalidades
relacionadas aos esportes de aventura: Skate, Parkour e Slackline. Os esportes
de aventura têm se tornado uma característica do mundo atual, e a maioria
dessas modalidades apresentam a busca de um retorno à essência humana,
de reaproximação ao meio natural e o desejo do desafio e superação de limi-
tes. Vale ressaltar que a criação de técnicas e equipamentos para a prática de
esportes de aventura é essencial à dinâmica e execução desta.
Na terceira unidade, apresentamos algumas das práticas corporais que fazem
parte da categoria dos esportes com rede divisória: Peteca, Badminton, Tênis
de Campo e Tênis de Mesa. Esportes com rede divisória são modalidades nas
quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca em direção à quadra
oposta, sobre uma rede que divide os lados adversários, na tentativa que o rival
não consiga ou a devolva fora da quadra adversária ou minimamente tenha
dificuldades para devolvê-la. É interessante que esses esportes se orientam por
desafios táticos ofensivos e defensivos semelhantes. Contudo, faz-se importan-
apresentação do material

te diferenciar que, conforme a modalidade, algumas jogadas são passíveis de


realização de passes entre os colegas de equipe e em outras tal ação é vetada,
mesmo havendo a colaboração de um companheiro durante o jogo.
A quarta unidade traz uma das modalidades dos esportes de invasão: o
Rugby. Os esportes de invasão são caracterizados pelo fato de que as equipes
precisam ocupar o setor da quadra/campo defendido pelo adversário para
marcar pontos que podem ser definidos, tais como gols, cestas ou touchdown,
e, ao mesmo tempo, precisam proteger a própria meta. Pode-se perceber, entre
tantas semelhanças, que as equipes jogam em quadras ou campos retangulares,
e em uma das linhas de fundo ou num dos setores ao fundo, encontra-se a meta
a ser atacada e, na outra linha ou setor de fundo, a que deve ser defendida.
Ter a posse de bola é outra necessidade fundamental para atacar a meta do
adversário e criar condições para alcançar o objetivo final.
Em nossa última unidade, você terá acesso a uma das manifestações dos
esportes de campo e taco: o Beisebol. Os esportes de campo e taco reúnem as
modalidades que se configuram por rebater uma bola lançada pelo adversário o
mais longe possível, para tentar percorrer o maior número de vezes as bases, ou
a maior distância possível entre as bases (aproveitando que os defensores ainda
não recuperaram o controle da bola) e, então, somar pontos. Nessa categoria,
encontramos diversas modalidades que são pouco conhecidas e praticadas no
Brasil, mas que têm popularidade e visibilidade em outros países.
Lembre-se, o esporte é uma das temáticas da cultura corporal de movimento
e, atualmente, tem se configurado como uma das manifestações culturais mais
propagadas em todo o mundo, seja para a prática cotidiana no seio das variadas
comunidades e pessoas, ou para o âmbito do espetáculo. Tanto os praticantes
de esporte como os profissionais que o ensinam encontram diferentes senti-
dos e significados na sua prática. Por isso, faz-se necessário que conheçamos
a história de cada esporte, seus elementos técnicos e táticos, como também as
várias formas de aprendê-lo, jogá-lo e ensiná-lo.
Sendo assim, diante da necessidade de estudarmos, problematizamos e viven-
ciarmos as múltiplas manifestações do esporte, na perspectiva de transcender os
esportes inculcados na nossa sociedade como tradicionais, convido você a mergulhar
com atenção nas cinco unidades que engendram este material, buscando reflexões e
apontamentos para sua formação e desenvolvimento profissional. Vamos à leitura?
sum ário

UNIDADE I UNIDADE IV
ESPORTES AQUÁTICOS: NATAÇÃO ESPORTES DE INVASÃO: RUGBY
18 Introdução aos Esportes Aquáticos: Adaptação ao 144 Conhecendo a História do Rugby
Meio Líquido e Aspectos Históricos da Natação
147 O Que é o Rugby?
22 Os Quatro Estilos da Natação
168 Variações do Rugby
28 Regras Básicas da Natação
172 Modelos de Exercícios de Iniciação no Ensino do
32 O Ensino da Natação Rugby
36 Considerações Finais 177 Considerações Finais
41 Referências 182 Referências

UNIDADE II UNIDADE V
ESPORTES DE AVENTURA
ESPORTES DE CAMPO-E-TACO: BEISEBOL
49 Introdução aos Esportes Radicais
188 Das Raízes à Modernidade: Beisebol, um Esporte
50 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, em Evolução
Características e Classificações do Skate
190 Equipamentos do Beisebol
58 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica,
Características e Classificações do Parkour 196 Posição e Função dos Jogadores em Campo

64 Aspectos Históricos, Aplicação Pedagógica, 202 Regras do Beisebol e Dinâmica de Jogo


Características e Classificações do Slackline 206 O “Minibeisebol”: uma Estratégia Pedagógica
70 Esportes Radicais de Ação e Aventura 213 Considerações Finais
82 Considerações Finais 218 Referências
88 Referências

UNIDADE III
ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA
96 Peteca
101 Badminton
109 Tênis de Campo
122 Tênis de Mesa
129 Esportes com Rede Divisória na Escola
132 Considerações Finais
138 Referências
ESPORTES AQUÁTICOS: NATAÇÃO

Professora Dra. Patricia Carolina Borsato Passos

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Introdução aos esportes aquáticos: adaptação ao meio
líquido e aspectos históricos da natação
• Os quatro estilos da natação
• Regras Básicas da Natação
• O Ensino da Natação

Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer as características do ambiente aquático,
atividades de adaptação ao meio líquido e os aspectos
históricos da natação.
• Analisar o movimento técnico dos quatro estilos da
natação.
• Reconhecer as regras básicas da natação.
• Possibilitar ações pedagógicas para o ensino da natação.
unidade

I
INTRODUÇÃO

C
aro(a) aluno(a), nesta unidade, você poderá se apropriar de uma
das modalidades esportivas mais prazerosas que existe, a nata-
ção. Organizamos o conhecimento básico sobre ela em quatro
tópicos para que o aprendizado seja facilitado e didático durante esta uni-
dade. O conhecimento do ambiente aquático é imprescindível para que o
professor e profissional de Educação Física possa elaborar atividades para
a adaptação ao meio líquido. Ainda, abordaremos os aspectos históricos
da natação, pois reconhecendo a construção histórica desta modalidade,
o professor de natação vai compreender a atuação de outros profissionais
que obtiveram sua formação baseada em outros fundamentos científicos
e, assim, podem atuar em harmonia, mas buscando sempre a evolução
baseada em conhecimento científico e democratização deste esporte.
Para tanto, o segundo tópico é um o conhecimento necessário para
que você possa analisar o movimento técnico dos quatros nados da na-
tação – crawl, peito, costas e borboleta –, com base no desenvolvimen-
to histórico destes em nossa sociedade. Será detalhado o movimento de
braçada, pernada, respiração e coordenação de cada um dos nados. Na
sequência, abordaremos algumas regras da natação competitiva, no que
diz respeito à piscina e suas principais marcações, principais funções, po-
sicionamento da equipe de arbitragem e as especificidades do estilo livre,
sendo o estilo mais praticado e comum entre os praticantes e atletas de
natação, fundamentada pela organização oficial da natação, a FINA.
No último tópico, será abordado o conteúdo mais esperado por qual-
quer professor de natação, a descrição das possibilidades de ações pe-
dagógicas para o ensino da natação, com o objetivo de instrumentalizar
você em sua futura profissão.
Espero que, ao final desta unidade, você mergulhe fundo na busca
do conhecimento a respeito da natação e proporcione aos seus alunos o
prazer em nadar em qualquer etapa de sua vida.
ESPORTES COMPLEMENTARES

Introdução aos Esportes Aquáticos:


Adaptação ao Meio Líquido e Aspectos
Históricos da Natação

Olá, caro(a) aluno(a), este tópico foi elaborado em


três subseções, para que compreendam as caracte-
rísticas do ambiente aquático, o conteúdo de adap-
tação ao meio líquido e, em seguida, apresentar os
aspectos históricos da natação.

18
EDUCAÇÃODESIGN
FÍSICA

CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
AQUÁTICO

Cabe, neste tópico, evidenciar as características do lembrar que a ação de estar dentro da água ocor-
ambiente aquático, que influenciarão a prática de re, maioria das vezes, na água mais fria (24 a 32 ºC)
todos os esportes praticados neste meio. Tais carac- comparada à temperatura corporal (36 ºC); essas
terísticas agem sobre as principais adaptações fisio- duas características – pressão hidrostática e tempe-
lógicas do corpo imerso na água. A imersão, que ratura – agem principalmente sobre vasos sanguíne-
ocorre no simples fato de uma pessoa entrar na água os periféricos.
de forma passiva ou em repouso, responde à pres- Devido à baixa temperatura da água, que esti-
são hidrostática que representa a força compressi- mula a contração muscular, aliada à força exercida
va que age no corpo durante a imersão (LOBO DA pela pressão hidrostática, uma grande quantidade
COSTA, 2010). de sangue periférico é lançada ao coração, que re-
A pressão hidrostática é uma das características cebe uma sobrecarga momentânea. Em seguida,
do ambiente aquático. O indivíduo, neste meio, sen- devolve o sangue à periferia e, às vezes, com certa
te, em todas as partes do seu corpo envoltas de água, intensidade, certa sensação de calor que o indivíduo
que está sendo pressionado por algo. É importante sente para dar conta do volume que foi aumentado.

Figura 1 - Pressão hidrostática


Fonte: DP Hidrotreinamento ([2018] on-line)1.
19
ESPORTES COMPLEMENTARES

A profundidade é uma característica importante ASPECTOS HISTÓRICOS DA NATAÇÃO


para ajustar intervenções no meio aquático. Con-
siderando o mecanismo de controle da frequência Caro(a) aluno(a), nesta parte, trataremos o aspectos
cardíaca, a profundidade da imersão no nível do históricos da natação, no intuito de compreender-
processo xifoide (localizado próximo à parte supe- mos sua evolução e alguns campos de atuação do
rior do abdômen) ocasiona bradicardia (diminui- mercado de trabalho. Ao final do tópico, deve ser
ção da frequência cardíaca). Entretanto, níveis su- questionado qual é a relevância do conteúdo histó-
periores de imersão provoca taquicardia (aumento rico da natação para os futuros professores e profis-
da frequência cardíaca) (LOBO DA COSTA, 2010). sionais de Educação Física.
A pressão da água sobre o tórax imerso faz Assim, recorremos a fatos históricos da Antigui-
com que aumente o trabalho respiratório em per- dade, Idade Média e Idade Moderna. Na Antiguida-
centuais elevados, provocando um excelente de- de, 3.000 a.C., os gregos tinham grande apreço pela
senvolvimento dos músculos respiratórios, resul- natação e corrida, pois essas atividades eram sinôni-
tando não só no fortalecimento total, bem como mas de força e beleza física. Há apontamentos que os
o aumento de sua capacidade. Tais características filósofos Platão, Aristóteles, Heráclito e outros eram
apresentadas provocam ajustes fisiológicos, mes- exímios nadadores. Havia uma lei nº 689 que definia
mo na imersão passiva. que um cidadão para ser educado era necessário sa-
ber ler e nadar (NORONHA, 1985).
ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO A Idade Média foi marcada pela prática da nata-
ção restrita à nobreza e aos militares, que utilizavam
A adaptação ao meio líquido é um pré-requisito a prática de banhos públicos nas casas de banho,
para o ensino da natação e outros esportes pratica- com o objetivo de higiene e prevenção de doenças.
dos no meio líquido, sendo o seu principal objetivo Mas, com a queda do Império Romano, a natação
levar o aluno a ser capaz de resolver, em qualquer quase desapareceu; um dos motivos foi que a igreja
situação e circunstância, os desafios que se apre- condenava tudo o que era relacionado ao corpo e
sentam em um novo meio. Uma dica relevante propagava que esta atividade era propulsora na dis-
para estimular a adaptação ao meio líquido são os seminação de epidemias (CHAVES, 2014).
jogos, principalmente para crianças (MACHADO, Um salto na história, recorremos a 1798, na Ale-
2004), intercalando com movimentos corporais manha, Guths Muths foi o primeiro a sistematizar o
simples que são realizadas fora da água; devem ser ensino da natação, cujo método era dividido em três
praticados, neste ambiente, como: andar, correr, partes: a primeira era chamada de adaptação geral à
saltar, empurrar, chutar em diferentes direções, água; o segundo era exercícios em seco no banco de
planos e formas, levando em consideração todas natação; e o terceiro era o exercício dentro da água
as características do ambiente aquático, que foram com uma cinta amarrada na cintura e suspenso em
apresentadas na subseção anterior. uma corda (FERNANDES; LOBO DA COSTA, 2006).

20
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 2 - Banco seco de natação


Figura 3 - Modalidades esportivas de responsabilidade da FINA
Fonte: Modern mechanix (2008, on-line)2.

Em 1837, em Londres, surge, oficialmente, os esti- A natação competitiva, no Brasil, teve início em 1898,
los da natação, mas somente em 1908 surge o ór- com a realização do primeiro campeonato no Rio de Ja-
gão responsável pela organização dos cinco espor- neiro, mas sua participação em olimpíadas só aconteceu
tes aquáticos no mundo, a Federação Internacional em 1920, na Bélgica, quando cinco nadadores do sexo
de Natação (FINA), atualmente responsável pelas masculino estiveram presentes. Um data que represen-
modalidades de natação, polo aquático, saltos or- ta a evolução da natação no Brasil é 21 de outubro de
namentais, maratona aquática e nado sincronizado 1977, ano em que foi fundada a Confederação Brasileira
(DUARTE, 2016). de Desportos Aquáticos (CBDA, [2018], on-line)3.

21
ESPORTES COMPLEMENTARES

Os Quatro Estilos da Natação


22
EDUCAÇÃO FÍSICA

Caro(a) aluno(a), após o estudo deste tópico, você poderá reconhecer os quatro
nados da natação: crawl, costas, peito e borboleta, os quais foram apresentados
em quatro subseções. Cada um dos nados contém uma breve história de como
surgiu, o movimento técnico de braçada e pernada, além da coordenação do
nado. Neste tópico, não serão evidenciadas as regras oficiais de cada estilo da
natação competitiva. Além da descrição de cada um dos nados, é possível visu-
alizar cada um dos movimentos na Figura 3.

CRAWL RESPIRAR

COSTAS

VIRADA OLÍMPICA
PEITO

BORBOLETA

Figura 4 - Ilustração das fases dos quatro estilos da natação: crawl, costas, peito e borboleta

23
ESPORTES COMPLEMENTARES

ESTILO PEITO

O nado peito foi chamado de “Clássico” e era na- poral horizontal em decúbito ventral (MAGLISCHO,
dado com a pernada de tesoura e braçada lateral 2010); a braçada é dividida em três fases: apoio, tração
e aérea, pois a história conta que esse estilo foi e recuperação; a pernada também é dividida em três
o primeiro a ser utilizado em competição (MA- fases: sendo o início com as pernas estendidas, na se-
GLISCHO, 2010). Em 1924, nas Olimpíadas em quência a flexão dos joelhos e a extensão para finalizar
Paris, o alemão Erich Rademacher adotou a posi- o movimento. A coordenação do nado peito deve ser
ção baixa dos joelhos (MACHADO, 2004). de uma braçada para cada pernada e realizar a respi-
O nado peito deve ser realizado em na posição cor- ração frontal em cada braçada (MACHADO, 2004).

SAIBA MAIS

A explicação mais notável do porque as atividades no ambiente aquático são indicadas para pessoas que
necessitam realizar exercícios com baixo impacto é devido a força do empuxo, que atua verticalmente
sobre o corpo, no sentido contrário ao da força da gravidade, de baixo para cima.

Fonte: Lobo da Costa (2010).

Veja um exemplo do nado


peito, assistindo ao vídeo.
Para acessar, use seu leitor
de QR Code.

Figura 5 - Estilo Peito

24
EDUCAÇÃO FÍSICA

ESTILO BORBOLETA ILUSTRAÇÃO DO NADO

O nado borboleta surgiu devido à imperfeição da regra cabeça para realizar a respiração frontal. A finali-
que, por não detalhar precisamente o movimento da zação da braçada acontece com o afastamento das
braçada do nado peito, foi possível realizar a braçada mãos para a lateral do corpo e elevação dos cotove-
com a elevação dos braços para fora d’água, sendo que los, sendo a fase de recuperação da braçada. É im-
a primeira tentativa se deu em 1927, pelo nadador ale- portante ressaltar que para sincronização do nado,
mão Redemacher, e só foi reconhecido como um estilo entre a braçada e a respiração, a cabeça deve retor-
diferente do nado peito em 1953 (MACHADO, 2004). nar para água após a respiração, antes do início do
Entre os quatro estilos da natação, o nado bor- novo ciclo de braçada (LIMA, 2007).
boleta é o mais novo a ser criado e é reconhecido, O movimento da pernada do nado borboleta se
atualmente, como o estilo que mais exige habilidade dá no sentido vertical, contínuo e simultâneo, sendo
e força do nadador. que o movimento na fase ascendente deve ser esten-
Durante a realização do nado borboleta, o mo- dida ao subir, mas não deve sair da água; e na fase
vimento da braçada inicia-se com a entrada das descendente, a perna flexiona-se ligeiramente e es-
mãos na água na linha dos ombros; em seguida, tende para o fundo da piscina com força (MACHA-
realiza-se o afastamento lateral dos braços para o DO, 2004). A coordenação geral do nado borboleta
apoio e imersão das mãos; quando aproximarmos acredita-se que o ideal é o movimento de duas per-
as mãos na frente do corpo inicia-se a elevação da nadas para cada ciclo de braçada (LIMA, 2007).

Veja um exemplo do estilo


borboleta, assistindo ao
vídeo. Para acessar, use seu
leitor de QR Code.

Figura 6 - Estilo Borboleta

25
ESPORTES COMPLEMENTARES

ESTILO COSTAS

O nado costas apareceu em 1900, sendo realizado em estendido; antes de entrar na água, deixar a palma da
decúbito dorsal, com a movimentação dos braços e mão voltada para fora. Na fase aquática ou submersa, o
pernas de forma simultânea, semelhante ao nado peito movimento inicia-se após a entrada da mão na água na
clássico. Em 1912, o americano Henry Hebner nadou linha do ombro, em direção ao fundo da piscina; em
nos Jogos Olímpicos de Estocolmo o nado de costas seguida, realiza-se a varredura para a cima e na lateral,
com movimentos alternados de braço e perna (MA- finalizando com o movimento de varredura para baixo
CHADO, 2004). Desde então, o nado costas vem se e saída da mão (LIMA, 2007; MAGLISCHO, 2010).
aperfeiçoando em cada ciclo olímpico. Para o presen- O movimento da pernada do nado costas se dá
te momento, iremos descrever os movimento técnicos no sentido vertical e alternado, muito semelhante ao
que este vem sendo executado e descrito na literatura nado crawl, mas a diferença está no momento em que
mais atual, permanecendo sua característica peculiar: é dado ênfase na força da pernada; no costas, o mo-
o posicionamento corporal em decúbito dorsal. mento é na direção de baixo para cima. A respiração
O movimento da braçada do nado costas é realiza- durante o nado costas é facilitada, porém é semelhan-
do de forma alternada, sendo dividido em fase área e te aos outros nados, sendo que a inspiração deve ser
fase aquática. A fase área é o momento de recuperação realizada pela boca. A coordenação do nado sugere-
da braçada, que deve estar o mais relaxado possível, -se, a cada ciclo de braçada, a realização de seis per-
sair da água na lateral com o rolamento de ombro e nadas, na fase de aprendizagem (MACHADO, 2004).

Veja um exemplo do estilo


costas, assistindo ao vídeo.
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Figura 7 - Estilo Costas

26
EDUCAÇÃO FÍSICA

ESTILO CRAWL

A realização de um nado semelhante ao crawl foi execu- qual a velocidade do movimento deve ser progressi-
tado pelos egípcios, gregos, romanos e outros povos, que va; e na finalização desta fase, o movimento de em-
deixaram gravados suas artes do homem dentro d’água. purre ou varredura consiste na extensão do braço ao
Contudo, o nado com batimentos de pernas alternados, lado do tronco. Enquanto a outra mão está saindo
que era praticado por nativos da ilha Rubiana, no Pací- d’água para a fase aérea, inicia-se com a elevação do
fico, foi introduzido na Austrália por Harry Wilkham, cotovelo para fora d’água e mantendo-se sempre mais
em 1893. Fato relevante, foi o que, neste mesmo ano, alto que o antebraço deve ser flexionado próximo ao
Alik Wickham, ao nadar de forma muito rápida, arran- tronco e antebraço e mão em um movimento de ro-
cou a exclamação de um técnico: “Veja que forte ras- tação de ombro realizar a entrada da mão na água.
tejar”. Sendo o estilo batizado por crawl, que, quando A respiração lateral, coordenada com o movi-
traduzida da língua inglesa para o português, significa mento da braçada, acontece no momento da varre-
rastejar (MACHADO, 2004). Ao utilizar o nado crawl, dura com o giro do tronco e da cabeça, para que a
o nadador consegue realizar percursos com os menores inspiração pela boca seja realizada; a face deve retor-
tempos, quando comparado aos outros estilos. nar para água após a respiração, antes do início do
Durante a realização do nado crawl, o movimen- novo ciclo de braçada (LIMA, 2007).
to da braçada deve ser alternado, apresentando uma O movimento da pernada é alternado no sentido
fase aérea e uma aquática. Na fase aquática, uma das vertical, sendo que o movimento na fase ascenden-
mãos realiza o apoio após a entrada na água na li- te deve ser estendida ao subir, mas não deve sair da
nha dos ombros; em seguida, realiza o movimento de água; e na fase descendente, a perna flexiona-se ligei-
tração, que necessita da flexão do cotovelo levando ramente e estende para o fundo da piscina com força
a mão em direção a linha mediana sob o tronco, na (MACHADO, 2004).

Veja um exemplo do estilo


costas, assistindo ao vídeo.
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Figura 8 - Nado Crawl

27
ESPORTES COMPLEMENTARES

Regras Básicas da Natação


28
EDUCAÇÃO FÍSICA

A respeito das regras básicas da natação, veremos PISCINA


três subtópicos: piscina, arbitragem e estilo livre
baseando-se nas regras oficiais de 2017 a 2021 ela- A piscina para a realização de competições oficiais de-
boradas pela Federação Internacional de Natação vem ser de 50 metros (piscina olímpica) ou 25 metros
(FINA). Não é nossa pretensão abordar todas as (piscina semiolímpica), com profundidade de 1 me-
particularidades que fazem parte deste conteúdo, tros, salvo no caso de piscinas com blocos de partida,
mas fornecer informações para que o professor re- neste caso, é exigido a profundidade de 1,35 metros
conheça e possa se instrumentalizar para o ensino numa extensão de 1 a 6 metros da cabeceira de partida.
da natação. Vamos buscar explanar aspectos que As raias devem ter, pelos menos, 2,5 metros de
fazem parte e se mantém após vários ciclos olím- largura, com dois espaços de pelos menos 0,2 metros,
picos, já que é de conhecimento geral dos profis- na primeira e última raia, entre essas raias e as bordas
sionais vinculados às federações e confederações laterais. É importante que as raias fiquem à superfície
que a cada ciclo olímpico, as regras da modalidade da água; as cores das divisórias de raia devem ser dis-
esportiva passam por revisões. postas conforme o número de raia, 8 ou 10.

PISCINA OLÍMPICA - 50,0 m

5,0 m 5,0 m Plataforma de


15,0 m 15,0 m Partida
50,0 m

Raia
A
Raia
01
Raia
02

CABECEIRA DE PARTIDA
Raia
03
Raia
25,0 m

04
Raia
05
Raia
06
Raia
07
Raia
08
2,5 m

Raia
B

Figura 9 - Piscina Olímpica


Fonte: os autores.

29
ESPORTES COMPLEMENTARES

ARBITRAGEM

A equipe de arbitragem em competições de natação O juiz de partida fará a saída de cada uma das provas
é constituída conforme as regras da Fina; especifi- durante todo o evento, com equipamento eletrônico
camente para simplificar as principais funções, al- ou apito. O banco de controle será ocupado por uma
gumas informações foram suprimidas. Conforme pessoa ou um casal, para entregar o cartão de prova
apresentado na Figura 10, a primeira e mais impor- e conferência da vestimenta e documento oficial. Os
tante função é a do árbitro geral, que é o responsável juízes de virada serão responsáveis por verificar se
por toda a competição e deve garantir o bom anda- a virada de cada nadador foi realizada respeitando
mento do evento, seja campeonato ou festival. a regra de cada uma das provas; nesta função, não é
necessário um juiz por raia em caso de festivais.
1. Árbitro Geral Na função de juiz de chegada, ele deverá anotar
a sequência do número das raias conforme os na-
dadores chegaram ao final da prova, para o caso de
2. Juiz de Partida o equipamento (cronômetro ou eletrônico) falhar,
sendo possível classificar os atletas conforme suas
3. Banco de Controle anotações. O juiz de nado deverá acompanhar todo
o percurso dos nadadores para garantir que nenhu-
4. Juízes de Virada ma infração ocorra que pode justificar a desclassifi-
cação de um atleta, por executar um movimento que
não é previsto na regra do estilo escolhido.
5. Juízes de Chegadas
O chefe de cronometristas será responsável por
recolher a anotação de todos os cronometristas, em
6. Juíz de Nado cada uma das raias. Os cronometristas deverão se
posicionar cada um em uma das raias que serão uti-
7. Chefes de Cronometristas lizadas na competição. A função de locutor fará a
chamada das provas e dos nadadores no decorrer da
8. Cronometristas competição, bem como anunciará qualquer desclas-
sificação, resultados e avisos.
A equipe de arbitragem deve se posicionar con-
9. Locutor
forme a Figura 11 sugere, para um bom andamento
Figura 10 - Equipe de arbitragem da competição e exercício de sua função.
Fonte: os autores.

30
EDUCAÇÃO FÍSICA

PISCINA OLÍMPICA - 50,0 m


Partida Geral
5,0 m 5,0 m Plataforma de
15,0 m 15,0 m Partida
50,0 m
Chegada
Juiz de Nado

Raia
A
Raia C
01
r
Raia
J o

CABECEIRA DE PARTIDA
02
u n
CABECEIRA OPOSTA

Raia
i 03 o
(VIRADAS)

z Raia m
25,0 m

04
V e
o Raia
05 t
l Raia
r
t 06 i
a Raia s
07 t
Raia
08
a
Raia
B

Juiz de Nado
Chegada
Bandeira Corda Falsa Corda Falsa
Indicadora Bandeira
Indicadora

Figura 11 - Piscina olímpica com a localização da equipe de arbitragem


Fonte: os autores.

ESTILO LIVRE

A prática da natação também envolve a participação O nado livre é uma prova oficial da natação, não
de nadadores em campeonatos e festivais, sendo a significa nado crawl, porém a maioria dos nadado-
prova de estilo livre a mais escolhida pelos pratican- res utilizam o nado crawl em provas do nado livre.
tes de natação em diferentes níveis de aprendizagem. Vejamos o que diz o livro de regras oficiais sobre o
Semelhantemente aos estilos peito, borbole- nado livre, disponibilizado pela FINA.
ta e medley, a partida nas provas de estilo livre A sigla SW 5 é sinônimo das regras do nado livre, no
inicia-se com o apito longo do árbitro geral, os qual o nadador pode realizar qualquer nado, exceto nas
nadadores se posicionam no bloco de partida. Em provas de medley individual ou revezamento medley,
seguida, o juiz de partida diz “às suas marcas”, o nado livre significa qualquer nado diferente do nado de
nadador deve colocar pelo menos um pé na par- costas, peito ou borboleta (CBDA, 2018). Para comple-
te dianteira do bloco e permanecer imóvel até o tar uma prova do nado livre, o nadador deve tocar a pa-
sinal de partida (CBDA, 2018). Importante: qual- rede em cada volta e no final com alguma parte do cor-
quer nadador que parta antes do sinal de partida po. Não é permitido que o nadador pegue impulso no
ser dado, será desclassificado. fundo da piscina ou ande durante o percurso da prova.

31
ESPORTES COMPLEMENTARES

O Ensino da Natação

32
EDUCAÇÃO FÍSICA

O ensino da natação permeia algumas particulari- 1. Qual o grupo de alunos (idade, nível e quan-
dades que devem ser levadas em consideração para tidade)?
que a aprendizagem se concretize e supere o ensino 2. Qual é o local disponível (instalações, piscina
e materiais)?
da natação pautado na visão da década de 80, que
3. Quanto tempo tenho para organizar o conte-
enfatizava, exclusivamente, a repetição mecânica da
údo e as turmas?
técnica (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). Diante
4. Quais são os objetivos (adaptação, aprendi-
desse anseio, no conteúdo deste tópico, apresentare- zagem, aperfeiçoamento, treinamento, ma-
mos a descrição das possibilidades de ações pedagó- nutenção da saúde e terapêutico)?
gicas para o ensino da natação, subdividido em três 5. Quais são os dias disponíveis para as aulas
subseções que responderão a três perguntas: conforme o calendário do município?
1. Quais são os principais componentes neces- 6. Quais são os movimentos técnicos de cada
sários para o ensino da natação? nado e as regras oficiais da prática da natação?
2. O que devo ensinar primeiro em uma aula de
natação para um desenvolvimento harmonioso? Após você responder às perguntas, terá as in-
3. Como ensinar a natação com base no conhe- formações necessárias dos componentes de uma
cimento construído ao longo dos anos?
aula: aluno, professor, local e materiais (MA-
Para responder a primeira pergunta, iremos abordar CHADO, 2004). A respeito do aluno, você preci-
uma das mais importantes atividades de um profes- sa conhecer suas características; o professor deve
sor, o planejamento. Para a realização de um bom possuir o conhecimento dos movimentos técni-
planejamento, você precisa conhecer os componen- cos e as regras da natação, o local deve ser seguro,
tes de uma aula, um plano de aula de natação e as limpo e com instalações adequadas para a prática
técnicas de ensino. Responderemos a segunda per- da natação e os materiais disponíveis específicos
gunta apresentando o método básico de adaptação da modalidade, como o pullbóias, flutuadores,
ao meio líquido e os três principais elementos da palmares, nadadeiras e pranchas, bem como ou-
adaptação no ensino da natação. Ao final deste tópi- tros que podem fazer parte da aula, sendo todos
co, responderemos a terceira pergunta apresentando em condições apropriadas para o uso.
as correntes pautadas na pedagogia da natação e os Outros componentes importantes são o pla-
movimentos necessários para o ensino da natação. no de aula, que deve contemplar um objetivo; os
materiais; a parte inicial, como o aquecimento ou
OS PRINCIPAIS COMPONENTES PARA O outra atividade que desperte o interesse pela aula;
ENSINO DA NATAÇÃO a parte de desenvolvimento, que deve apresentar
as atividades principais para atingir o objetivo pro-
O ensino da natação deve iniciar com o planeja- posto; e a parte final, com uma atividade de alon-
mento que deve responder às perguntas que seguem gamento, jogo recreativo ou relaxamento.
(MACHADO, 2004), para, então, organizar o cro- O último componente deve ser as sete técnicas
nograma semestral ou anual, elaborando um plane- de ensino adaptado de Kerbej (2002) e Lobo da
jamento adequado à sua realidade. Costa (2010), que visa:

33
ESPORTES COMPLEMENTARES

1. Organizar o contexto (local e materiais).


O equilíbrio está em constante mudança, devido à
2. Variar a situação de estímulo (visual, cinesté-
ação da força da flutuação que produz instabilida-
sico, imaginário ou sonoro).
de do corpo submerso e a propulsão que consiste
3. Formular perguntas para acompanhar a
aprendizagem, bem como monitorar a respi- em se deslocar na água com economia de esforço.
ração e satisfação do seu aluno. Importante para o sucesso da adaptação ao meio
4. Ilustrar com exemplos do cotidiano do aluno, líquido, sugerimos considerar os seis itens que fa-
facilitando a comunicação ou por meio de re- zem parte do método básico de adaptação, basean-
cursos audiovisuais. do-se em Lobo da Costa (2010):
5. Empregar reforços positivos, por meio de um 1. Propiciar segurança e, se necessário, estar
feedback sincero sobre o desempenho do seu dentro d’água com o aluno no momento da
aluno. adaptação.
6. Conduzir a aula conforme o objetivo, dei- 2. Evitar utilizar materiais flutuadores na adap-
xando claro para seu aluno o que espera tação para que o aluno não se prenda a um ou
dele ao final de cada atividade, bem como outro material.
no final da aula. 3. Dar o tempo suficiente para a experimen-
7. Favorecer experiências integradas de apren- tação de novos exercícios e a frequência de
dizagem, para que o aluno, ao dominar um repetições necessárias para a aprendizagem.
movimento, possa avançar no ensino da na- 4. Iniciar sempre com tarefas fáceis e desafiadoras.
tação, agregando conhecimento por meio de 5. Proporcionar prazer na água, sempre que
associações e repetições. possível.
6. Promover jogos recreativos que facilitam a
PRIMEIRO CONTEÚDO adaptação ao meio líquido.
DO ENSINO DA NATAÇÃO
ENSINANDO COM A PEDAGOGIA
Todos perguntam a mesma coisa ao iniciar a atuação DA NATAÇÃO
como professor de natação: o que eu devo ensinar
primeiro? Na verdade, não temos a “receita de bolo”, O ensino da natação inicialmente era feito pelo mé-
mas já temos o conhecimento do que precede o en- todo global, no qual consistia em ausência do pro-
sino da técnica dos estilos culturalmente determina- fessor, acreditava na capacidade de adaptação pelo
dos (estilo peito, borboleta, costas e crawl). instinto animal. As atividades eram desenvolvidas
O aluno, antes de aprender os estilos da nata- na tentativa e erro, considerava-se a estrutura bio-
ção, deve dominar os três elementos da adaptação lógica, e o aluno era atuante no processo de ensino
ao meio líquido: respiração, equilíbrio e propul- (CHAVES, 2014). Um aspecto positivo é que todo o
são (TANI; BENTO; PETERSEN, 2006). A respi- ensino era baseado em três unidades básicas – equi-
ração na água perde seu caráter automático e passa líbrio – respiração – propulsão. Outras duas corren-
a ser voluntário. Ela deve ser ativa, enquanto a ins- tes foram apontadas por Machado (1978): corrente
piração torna-se quase que um movimento reflexo. analítica e corrente moderna ou sintética.

34
EDUCAÇÃO FÍSICA

A corrente analítica enfatiza a reprodução de realizar os movimentos fundamentais proposto


movimentos técnicos, utiliza educativos como o por Freudenheim e Madureira (2006): posturas
processo principal do ensino, tem como pontos po- estáticas e dinâmicas, flexão e extensão, rotação e
sitivos uma tentativa de organizar o ensino de forma circundução e a adaptação respiratória. Em segui-
metodológica, trabalhando as dificuldades de forma da, combinar os movimentos fundamentais para
sucessiva, e o professor aparece como fator neces- realizar: o flutuar, propulsionar, imergir e respirar.
sário para o ensino de forma coletiva. Na corrente Por fim, iniciar o ensino de um dos nados, que
moderna, o professor deve contribuir com as téc- pode ser o crawl, por ser considerado o menos com-
nicas e dados científicos das diferentes áreas do co- plexo devido à característica do movimento alterna-
nhecimento (psicologia, pedagogia, biologia), orien- do ser semelhante ao andar. Entretanto, a pedagogia
tando, experimentando e proporcionando situações do desporto sugere que, para alcançar a competên-
diversas de aprendizagem. O ensino está baseado cia aquática, o ensino deva extrapolar os quatros
em três unidades básicas – equilíbrio – respiração estilos, ir além, estimulando a aprendizagem dos
– propulsão (NISTA-PICCOLO; TOLEDO, 2014). desportos do meio líquido, como o polo aquático,
As correntes, que também podem ser chama- nado sincronizado e outras modalidades olímpicas
dos de métodos, possuem vantagens e desvanta- (FREUDENHEIM; MADUREIRA, 2006). Neste
gens que são válidas. O que você, enquanto pro- sentido, outras práticas poderia ser incentivadas,
fessor, deve conhecer são os métodos e quando como o biribol e a hidroginástica.
aplicá-los, buscando não utilizar um único mé- Prezado(a) aluno(a), esperamos que, ao final desta
todo. A pedagogia do desporto ressalta que inde- unidade, os conteúdos abordados possam contribuir
pendentemente do método, o ensino deve almejar na atuação profissional, enquanto professores de nata-
a competência aquática, respeitando o desenvolvi- ção e, mais que isso, que você desperte o interesse pelos
mento motor em suas diferentes fases, e que antes desportos aquáticos e busque cada vez mais atualizar o
do ensino do nado, o ideal é que o aluno consiga conhecimento na área em que pretende trabalhar.

REFLITA

Você sabe me dizer entre os estilos da natação competitiva, livre, costas, borboleta e peito, qual seria
o mais lento e por que? O estilo peito é o mais lento, por causa das grandes flutuações que ocorrem
durante o ciclo de pernada e braçada.

(Ernest Maglischo)

35
considerações finais

Ao final deste mergulho no conhecimento a respeito da natação, esperamos que


você tenha se encantado com essa modalidade esportiva, por meio dos conteúdos
abordados em quatro tópicos.
Buscamos evidenciar as características do ambiente aquático, por acreditar
que o profissional em posse desse conhecimento tem condições básicas para ela-
boração de atividades de adaptação ao meio líquido, mas também foram sugeri-
dos movimentos e jogos que podem ser uma ferramenta eficiente para alcançar
esse objetivo.
Abordamos os aspectos históricos da natação, pois entendemos que a história
do esporte é parte da humanidade desde a criação à sua evolução. Esses aspectos
devem nortear os futuros profissionais, na compreensão da realidade, para que
superem os desafios atuais, evitando os equívocos do passado, para que a natação
possa ser praticada por mais pessoas e, forma pretensiosa, esperamos que novos
conhecimentos sejam produzidos a respeito dessa modalidade.
Achamos importante abordar, no segundo tópico, o movimento técnico dos
quatros nados da natação: crawl, peito, costas e borboleta, que forneceu infor-
mações básicas a respeito de cada um dos estilos para que você possa ensinar a
seu aluno. Contudo, atualmente, a evolução do conhecimento é disseminada em
periódicos científicos, a partir dos quais é possível perceber o aprimoramento de
métodos e o alcance de excelentes resultados em economia de energia e ganho de
desempenho.
No Tópico 3, apresentamos algumas regras da natação competitiva, na ten-
tativa de fornecer ferramentas para a promoção de campeonatos e festivais que
tanto despertam o interesse e entusiasmo dos que participam de atividades como
estas, na prática da natação. A intenção é que você proponha adaptações no es-
paço que possui para a prática da natação e incentive seus alunos por meio da
participação em festivais de natação.
Encerramos essa unidade com a descrição das possibilidades de ações peda-
gógicas para o ensino da natação na escola, para que você sinta-se motivado para
ensinar a natação independentemente das instalações e materiais que terá dispo-
nível para atuação profissional, e, ainda, ao dominar esse conteúdo, possa cons-
truir novas formas de ensinar a natação ou outra modalidade do meio líquido.

36
atividades de estudo

1. As características do ambiente aquático influen- Assinale a alternativa correta:


ciam a prática de todos os esportes praticados
a. Apenas I e II estão corretas.
nesse meio. Tais características agem sobre
as principais adaptações fisiológicas do corpo b. Apenas II e III estão corretas.
imerso na água. Essas características são: c. Apenas I está correta.
a. Pressão da gravidade, temperatura do corpo
d. Apenas I, III e IV estão corretas.
e profundidade.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
b. Pressão hidrostática, temperatura da água e
do corpo. 3. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
c. Pressão hidrostática, temperatura e profundi- ( ) O nado peito foi chamado de “Clássico” e este
dade. era nadado com a pernada de tesoura e braça-
da lateral e aérea, e segundo a história, este es-
d. Profundidade, pressão da gravidade e tem-
tilo foi o último a ser utilizado em competição.
peratura.
( ) Entre os quatro estilos da natação, o nado
e. Nenhuma das anteriores.
borboleta é o mais novo a ser criado, o qual
2. Sobre as afirmações a seguir: é reconhecido atualmente como o estilo que
mais exige habilidade e força do nadador.
I. A adaptação ao meio líquido é um pré-requisi-
to para o ensino da natação e outros esportes ( ) Durante a realização do nado crawl, o movi-
praticados no meio líquido, sendo o seu princi- mento da braçada deve ser alternado, apre-
pal objetivo levar o aluno a ser capaz de resol- sentando uma fase aérea e uma aquática.
ver, em qualquer situação e circunstância, os
desafios que se apresentam em um novo meio. Assinale a alternativa correta:

II. Para a adaptação ao meio líquido, não se deve a. V, V, F.


intercalar jogos com movimentos corporais b. F, V, V.
simples que são realizadas fora da água e
c. V, F, V.
devem ser praticados neste ambiente, como:
andar, correr, saltar, empurrar, chutar em di- d. F, F, F.
ferentes direções, planos e formas.
e. V, V, V.
III. A pressão da água sobre o tórax imerso faz
com que aumente o trabalho respiratório em 4. Como em todo esporte, a natação tem suas re-
percentuais elevados, provocando um excelen- gras. Sobre as regras da natação:
te desenvolvimento dos músculos respirató- I. A piscina, para a realização de competições
rios, resultando não só no fortalecimento total, oficiais, deve ser de 50 metros (piscina olímpi-
bem como o aumento de sua capacidade. ca) ou 25 metros (piscina semiolímpica), com
profundidade de 1 metro, salvo no caso de
IV. A imersão que ocorre no simples fato de uma
piscinas com blocos de partida, neste caso, é
pessoa entrar na água de forma passiva ou
exigido a profundidade de 1,35 metros numa
em repouso responde à pressão hidrostática,
extensão de 1 a 6 metros da cabeceira de
que representa a força compressiva que age
partida.
no corpo durante a imersão.

37
atividades de estudo

II. Na função de juiz de chegada, deverá anotar a


sequência do número das raias conforme os
nadadores chegaram ao final da prova, para
caso equipamento (cronometro ou eletrônico)
falhe, seja possível classificar os atletas con-
forme suas anotações.
III. Diferente dos estilos peito, borboleta e me-
dley, a partida nas provas de estilo livre não se
inicia com o apito longo do árbitro geral.
IV. O nado livre é uma prova oficial da natação,
significa nado crawl, por isso a maioria dos na-
dadores utilizam o nado crawl em provas do
nado livre.

Assinale a alternativa correta:


a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas I está correta.
d. Apenas I, III e IV estão corretas.
e. 5. Nenhuma das alternativas está correta.

5. O ensino da natação permeia algumas parti-


cularidades que devem ser levadas em consi-
deração para que a aprendizagem se concre-
tize e supere o ensino da natação pautado na
visão da década de 80, que enfatiza exclusiva-
mente a repetição mecânica da técnica (TANI;
BENTO; PETERSEN, 2006). Descreva o que a
pedagogia do desporto ressalta sobre o mé-
todo para o ensino da natação.

38
LEITURA
COMPLEMENTAR

Caro(a) aluno(a), quero compartilhar com você uma Os resultados evidenciaram que todos os participan-
pesquisa que demonstrou a importância do professor tes demonstraram, nos relatos, grande satisfação e
de natação; achei pertinente para este conteúdo, além gratidão por terem participado do projeto, por terem
do fato de o material ter uma linguagem prazerosa. Es- evoluído tecnicamente, melhorado o condicionamento
peramos que você goste e desperte o interesse em ler físico, por terem tido tempo, espaço de aprendizado e
outras pesquisas sobre a natação. O artigo foi publica- descobertas sobre eles mesmos.
do em uma revista de boa qualidade com o título “O Os autores concluíram que o programa proposto para
papel do professor no desenvolvimento da sensoper- o desenvolvimento da sensopercepção foi capaz de
cepção em nadadores”. Os autores Onodera, Campana identificar estratégias que tornassem os alunos mais
e Tavares (2015) esclarecem que sensopercepção é a atentos às próprias sensações por meio de estímulos,
percepção das sensações internas que são geradas por como a fala e as anotações realizadas nos diários de
meio da experiência corporal. sensações. Constatou-se que a intervenção realizada
Neste momento, não descreveremos os métodos do es- juntamente com o exercício da escrita no diário fo-
tudo de forma detalhada, porém sugiro que você leia o ram eficientes no processo de tomada de consciência
artigo na íntegra, pois terá acesso a um planejamento das sensações corporais dos voluntários, criando um
de uma intervenção prática e sua avaliação, podendo ser espaço para que estas fossem validadas.
uma ferramenta para sua atuação profissional. Por fim, percebeu-se a importância do professor no fato
Após todas as etapas necessárias para um bom planeja- de estar atento às necessidades de cada um, reconhe-
mento, foi estruturado um programa de intervenção de cendo-os como únicos, respeitando o espaço, o tempo,
12 semanas, com a duração de três meses e a frequência os limites dos indivíduos e, principalmente, validando
de 3 aulas por semana; a importância do professor foi suas sensações, além de destacarem que o ambiente
verificada por meio da impressão dos alunos que regis- era confortável e seguro, aspecto relevante para o pro-
traram, em um diário de sensações, suas percepções a cesso de desenvolvimento individual.
respeito das atividades propostas, bem como na forma
com que elas foram conduzidas, juntamente com a pos-
tura da pesquisadora nos momentos de propor as ativi- Fonte: adaptada de Onodera, Campana e Tavares (2015,
dades e corrigi-las. p. 600-613).

39
material complementar

Indicação para Assistir

Pride – O orgulho de uma nação


Ano: 2007
Sinopse: baseado em eventos reais, Pride conta a inspiradora história de Jim Ellis,
um carismático professor dos anos 70 que mudou algumas vidas para sempre
quando criou uma equipe de natação formada por negros americanos em um dos
bairros mais problemáticos da Filadélfia.

Indicação para Acessar

Conheça todas as regras oficiais da natação que são muito mais específicas e podem ser encontradas na CBDA.
Em: <http://www.cbda.org.br/regraFinaNatacao.pdf>.
Em: <http://www.abc.com.br>.

40
referências

CBDA. Regras Oficiais: Natação 2017-2021. Con- MACHADO, D. C. Metodologia da Natação. São
federação Brasileira de Desportos Aquáticos, 2018. Paulo: EPU, 2004.
Disponível em: <http://www.cbda.org.br/regraFina- MACHADO, D. C.  Metodologia da natação. São
Natacao.pdf>. Acesso em: 06 set. 2018. Paulo: E.P.U., 1978.
CHAVES, A. D. Mergulhando na aprendizagem da MAGLISCHO, E. W. Nadando o mais rápido possí-
natação. In: NISTA-PICCOLO, V.; TOLEDO, E. vel. Barueri: Editora Manole, 2010.
Abordagens pedagógicas do esporte. Campinas: NISTA-PICCOLO, V.; TOLEDO, E. Abordagens pe-
Editora Papirus, 2014. dagógicas do esporte. Campinas: Editora Papirus,
DUARTE, O. História dos Esportes. São Paulo: Edi- 2014.
tora Senac, 2016. NORONHA, R. Nadar é preciso. Rio de Janeiro: Edi-
FERNANDES, J. R. P.; LOBO DA COSTA, P. H. Pe- tora Marco Zero, 1985.
dagogia da natação: um mergulho para além dos ONODERA, C. M. K.; CAMPANA, A. N. N. B.;
quatro estilos. Revista Brasileira de Educação Física TAVARES, M. C. G. C. F. O papel do professor no
e Esporte, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 5-14, mar. 2006. desenvolvimento da sensopercepção em nadadores.
Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rbefe/ Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 18, n. 3, jul./set.,
article/view/16609>. Acesso em: 10 set. 2018. p. 600-613, 2015.
FREUDENHEIM, A. M.; MADUREIRA, F. Natação: TANI, G.; BENTO, J.O.; PETERSEN, R.D.S. Pedago-
análise e ensino do nado crawl. In: TANI, G.; BEN- gia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
TO, J. O.; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do Des- 2006.
porto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
KERBEJ, F. C. Natação: algo mais que 4 nados. Ba- REFERÊNCIAS ON-LINE
rueri: Manole, 2002. 1
Em: <https://www.cdof.com.br/dp/dp1.htm>. Aces-
LIMA, W. U. Ensinando Natação. São Paulo: Editora so em: 06 set. 2018.
Phorte, 2007. 2
Em: <http://blog.modernmechanix.com/new-ma-
LOBO DA COSTA, P. H. Natação e atividades aquá- chine-teaches-swimming/>. Acesso em: 06 set. 2018.
tica: subsídios para o ensino. Barueri: Editora Ma- 3
Em: <www.cbda.org.br>. Acesso em: 06 set. 2018.
nole, 2010.

41
gabarito

1. C.
2. D.
3. B.
4. A.
5. A pedagogia do desporto ressalta que, indepen-
dentemente do método, o ensino deve almejar a
competência aquática, respeitando o desenvolvi-
mento motor em suas diferentes fases e que an-
tes do ensino do nado o ideal é que o aluno consi-
ga realizar os movimentos fundamentais.

42
UNIDADE
II
ESPORTES DE AVENTURA

Professora Me. Bruna Solera


Professora Me. Naline Cristina Favatto
Professora Me. Suelen Vicente Vieira

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Introdução aos Esportes Radicais
• Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e
classificações do Skate
• Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e
classificações do Parkour
• Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e
classificações do Slackline
• Esportes radicais de ação e aventura

Objetivos de Aprendizagem
• Introdução aos Esportes Radicais
• Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e
classificações do Skate
• Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e
classificações do Parkour
• Aspectos históricos, aplicação pedagógica, características e
classificações do Slackline
• Esportes radicais de ação e aventura
unidade

II
INTRODUÇÃO

O
lá aluno(a), seja bem-vindo(a)! Esta unidade tem como tema
central trabalhar os Esportes de Aventura no contexto esco-
lar e não escolar (clubes, hotéis, acampamentos, entre ou-
tros). Quando falamos em Esportes de Aventura, o que vem
em sua mente? As práticas super radicais que vemos pela televisão? Pessoas
equilibrando-se e escalando o alto de um penhasco? Realmente, você não
está errado em sua relação! Mas já parou para pensar qual a melhor forma
de trabalhar esse esporte no ambiente escolar em suas aulas de Educação
Física? Essa questão poderá ser respondida ao final desta unidade.
O Esporte de Aventura é uma prática relativamente nova, mas que
vem ganhando visibilidade por apresentar modalidades que instigam
tanto as habilidades motoras quanto as nossas emoções, pois apresenta
uma íntima relação com diversos sentimentos, como o medo e o prazer.
O material orienta de forma didática como deve ser a abordagem desse
conteúdo, para aprendizagem e disseminação do Esporte de Aventura de
forma atraente e acessível na escola.
O ato de ensinar deve ir além das técnicas aprendidas no dia a dia.
É importante destacar que, nesse momento de aprendizagem, é primor-
dial que o aluno aprenda ludicamente as características e suas formas de
aplicação e não necessariamente sua técnica. Isto é, o aluno aprenderá de
forma prazerosa os esportes de aventura.
No primeiro tópico, vamos conhecer o Skate; no segundo, o Parkour;
e no terceiro, o Slackline. Em cada tópico serão abordados os aspectos
históricos, principais características e orientações básicas para aplicação
desses esportes da aventura no ambiente escolar. No quarto e último tó-
pico, iremos conhecer outros esportes de aventura aquáticos, aéreos, ter-
restres, mistos e urbanos.
Os assuntos abordados nesta unidade permitirão uma aproximação e
compreensão das principais características do Esporte de Aventura, a fim de
aplicar em nossas aulas de Educação Física e demais ambientes. Bons estudos!
ESPORTES COMPLEMENTARES

48
EDUCAÇÃO FÍSICA

Introdução aos Esportes Radicais


A palavra Aventura se origina do latim “adventura” Segundo Alves e Corsino (2013, p. 250), os es-
e significa “o que está por vir”, com o significado de portes de aventura são considerados como “[...] ati-
misterioso, inexplorável (FERREIRA, 1989). vidades relativamente recentes na cultura esportiva”
Diversos autores discutem o esporte de aventu- e passaram a ganhar destaque e força, principalmen-
ra, mas, de maneira geral, podemos observar inicial- te na mídia, a partir da década de 90. Atualmente, os
mente sua forte característica por apresentar “riscos”. esportes de aventura mostram-se como um esporte
Para explanar essa temática, Uvinha (2001) cada vez mais abrangente e adotado no mundo todo.
menciona que esses esportes apresentam em co- Dessa forma, ao longo desta unidade, você po-
mum o gosto pelo risco e pela aventura. Essa derá ver que os elementos que compõem a prática
compreensão também pode ser percebida por esportiva de aventura estão intimamente ligados às
Spink (2001), ao enfatizar que “Risco é também nossas emoções, ao prazer, medo e superação, assim
parte do pacote dos esportes de aventura que vem como diversos outros sentimentos que motivam sua
tornando-se cada vez mais populares”. prática, cada vez mais crescente em nosso país.

49
ESPORTES COMPLEMENTARES

ASPECTOS HISTÓRICOS,
APLICAÇÃO PEDAGÓGICA,
CARACTERÍSTICAS E
CLASSIFICAÇÕES DO

Skate

50
EDUCAÇÃO FÍSICA

O skate, parkour e slackline são esportes radicais vessem no mar. Além disso, o esporte era praticado
que tiveram como base para sua criação outros es- descalço de forma a buscar maior aproximação com
portes. O skate teve influência do surfe, o parkour surfe (UVINHA, 2001). O esporte ficou conhecido
da ginástica e o slackline da escalada. Apesar desta como “sidewalk surfing”, traduzido como “surfe na
semelhança, eles possuem características distintas, calçada” (PEREIRA; ARMBRUST, 2010).
com relação a sua prática quanto a sua aplicabilida- Também existem teorias sobre o surgimento do
de no ambiente escolar, no entanto todos são pas- Skate a partir do carrinho de rolimã e patinetes dos
síveis de adaptação e adequação para seu ensino. anos 60 (DUARTE, 2000). Uvinha (2001), ao entre-
vistar dois skatistas, traz outra versão do surgimento
ASPECTOS HISTÓRICOS DO SKATE do Skate, ocorrida por volta de 1943, numa espécie
de patinete sem guidão. Ainda sobre esta versão, o
O Skate é uma das modalidades de aventura mais autor afirma que o skate pode ter sido inventado por
praticadas no Brasil, com objetivo de lazer ou alto um menino no interior dos EUA, ao tirar a “direção”
rendimento, e vem crescendo e destacando-se entre de um patinete para facilitar as manobras.
os demais esportes de aventura. Assim, você já deve No Brasil, o Skate teve início na década de 60 por
ter ouvido falar ou visto algo sobre o Skate, certo? meio da influência de anúncios nas revistas americanas
O surgimento do Skate é incerto, pois falta regis- de Surfer (PEREIRA; ARMBRUST, 2010; RICHTER,
tros precisos e sistematizados sobre isto, o que dificul- 2013). Era uma forma de vivência no lazer e ficou conhe-
ta identificar com exatidão sua história. Contudo, de cido como “surfinho” (PEREIRA; ARMBRUST, 2010;
acordo com os estudos encontrados, foi em meados ARMBRUST; LAURO, 2010). Em 1965, o skate já tinha
de 1950, na Califórnia – EUA, que criou-se o Skate. criado identidade e, assim, ganhou o seu nome definitivo
Os surfistas estavam insatisfeitos com a calmaria das skateboard, em português skate (CÁSSARO, 2011).
ondas que, por verões, não ofereciam condições ideais Após sua criação, com o passar dos anos, sofreu
para surfar, então, pegaram as rodinhas de seus patins mudanças com relação ao tamanho, formato, durabili-
e as colocaram sob uma tábua de madeira do tamanho dade dos materiais e no desenvolvimento de manobras.
de uma prancha de surfe pequena (DUARTE, 2000;
UVINHA, 2001) e, assim, passaram a deslizar pelas
calçadas, buscando realizar manobras como se esti-

ate
Figura 1 - Sk

51
ESPORTES COMPLEMENTARES

Como se pratica?

O Skate é um esporte acessível a todas as classes


sociais e diferentes idades, mas, em sua maioria, é
praticado por adolescentes em busca de uma iden-
tidade e para fazer parte de um grupo (PEREIRA;
ARMBRUST, 2010).

Você conhece os componentes do skate?

Ele é composto por: tábua de Shape (ou pran-


cha), onde colocamos os pés para andar com o
skate; dois Trucks, que dão sustentação ao skape,
em que se encaixam os rolamentos e as rodas;
uma lixa sobre a prancha; e parafusos para man-
ter unidas as partes do skate.
O tamanho da tábua do skate (shape) varia
de acordo com a modalidade praticada e com a
altura do praticante (pessoas mais baixas podem
optar por um shape menor e pessoas mais altas
por um shape maior para facilitar as manobras).
Observe algumas modalidades do skate a seguir
de acordo com Confederação Brasileira de Skate
(2017, on-line)1 e Pereira e Armbrust (2010):

Figura 2 - Partes do skate

52
EDUCAÇÃO FÍSICA

Street
É baseada em obstáculos encontrados nas
ruas, como: bordas, pequenas descidas,
escadas e corrimãos.

Figura 3 - Modalidade Street

Freestyle
É praticado no solo plano com no mínimo
300 m2, onde são realizadas manobras con-
secutivas sem colocar o pé no chão, acom-
panhada por música como uma coreografia.

Figura 4 - Modalidade Freestyle

Slalom
Consiste em deslizar em ziguezague entre
cones, geralmente em descidas. É utiliza-
do um skate mais estreito e menor que os
tradicionais.

Figura 5 - Modalidade Slalom


Fonte: Visuahunt (2014, on-line)2.
53
ESPORTES COMPLEMENTARES

Vertical
Praticada em pistas em formato de half-
-pipes (meio tubo com formato parecendo
um U) ou bowls (bacia) onde são realiza-
das manobras aéreas.

Figura 6 - Modalidade Vertical

Down Hill
Descida de ladeiras e montanhas. São usa-
dos skates maiores.

Figura 7 - Modalidade Down Hill

High Jump
Consiste em realizar saltos em rampas
com obstáculos.

Figura 8 - Modalidade High Jump


Fonte: Visuahunt ([2018], on-line)3.
54
EDUCAÇÃO FÍSICA

Banks
É praticada em pista mais ovalada, seme-
lhante a piscinas antigas em forma de feijão
e sem quinas.

Figura 9 - Modalidade Banks

Park
Praticada em pistas com grandes dimensões
com obstáculos.

Figura 10 - Modalidade Park

EspaciaL Big Air


A rampa pode ter mais de 30 m, o que pos-
sibilita velocidade próxima a 100 km/h.
As manobras são feitas a mais de 10 m.

Figura 11 - Modalidade Espacial Big Air


Fonte: Wikimedia ([2018], on-line)4.
55
ESPORTES COMPLEMENTARES

Essas modalidades podem ser praticadas de forma Para execução dessas manobras, é preciso par-
competitiva ou não e em cada uma delas estão envol- tir de uma aprendizagem básica, que conta des-
vidas diferentes manobras. Veja algumas delas a seguir. locamentos sem fase área e sem movimentos
Quadro 1 - Manobras que podem ser realizadas com o skate isolados do skate; em seguida, parte-se para as
MANOBRAS DESCRIÇÃO intermediárias, em que se pode realizar desloca-
Manobra executa de frente para o mentos com fase área e de fakie (trocar a base ao
Frontside
destino. andar depois de começar a andar na base nor-
Manobra realizada de costas para o mal) com movimentos isolados e, por fim, che-
Backside
destino. ga-se à aprendizagem avançada, na qual os des-
Deslizar com o shape, atritando as locamentos com fase área estão presentes assim
Slide rodas de modo perpendicular à pista
ou a rampo.
como movimentos isolados do skate e base de
troca também (PEREIRA; ARMBRUST, 2010).
Tirar o skate do chão sem perder o
Ollie É importante lembrar que para a prática do
contato dos pés com o skate.
Giro do skate em rotação no eixo longi- skate são necessários alguns equipamentos de
Varial
tudinal, por baixo dos pés e pra frente. proteção, como: capacete, joelheiras, cotoveleiras,
Rotação de 180º no próprio eixo luvas e tênis. Pereira e Armbrust (2010) ressaltam
180º longitudinal de seu corpo, e o skate que na iniciação não há necessidade de equipa-
segue seus pés.
mentos de proteção, pois podem dificultar o equi-
Semelhante ao 180º. A rotação é de
360º líbrio e a mobilidade. O equilíbrio é uma das mais
360º.
importante habilidades da prática e, ao iniciar, a
Fonte: adaptado de Pereira e Armbrust (2010). velocidade é moderada, podendo ocorrer às vi-
vências em quadra. No entanto, os cuidados com
a segurança são indispensáveis.
Além disso, para a prática do skate se deve
Veja os exemplos de conhecer e optar pela base que irá te proporcio-
Manobra, assistindo ao nar maior segurança para impulsionar o skate.
vídeo. Para acessar, use São elas: Regular: pé esquerdo a frente; Goofy:
seu leitor de QR Code. pé direito à frente; Switch: é usado as duas bases
(Regular e Goofy).

56
EDUCAÇÃO FÍSICA

O ensino do Skate

Caro(a) aluno(a), para o ensino do skate, podemos do. Atenção: não deixe a fila sem função! Dê
partir de acordo com a faixa etária, habilidade e tarefas que auxiliem os alunos no momento
contato dos alunos com a modalidade. Desta forma, de contato com o skate na brincadeira. Uma
aqui, iremos expor possibilidades para se trabalhar opção é pedir que todos da fila esperem equi-
com skate no ambiente escolar, tendo como ponto de librando em um pé só.
partida o aluno que nunca teve contato com o skate. 5º Podemos utilizar, também, brincadeiras para
1º Antes de iniciar a prática do skate, faça um auxiliar na assimilação das bases do skate e
levantamento do conhecimento prévio dos na intimidade do aluno com o próprio ska-
alunos a respeito do skate, questione: o que é te. Espalhar os alunos pela quadra, cada um
o skate? Como e quando ele surgiu? Alguém com um skate, e dar comandos de base regu-
já andou de skate? Após obter as respostas, in- lar, goofy, switch, remada para frente, remada
troduza o conteúdo relacionando às pergun- para trás, agachado, sentado, deitado no sha-
tas feitas. Esta parte inicial pode acontecer na pe. Em caso de poucos skates, é possível adap-
sala de aula ou na quadra com os alunos sen- tar esta prática. Peça para os alunos realiza-
tados em roda. rem os movimentos em skate desenhados no
2º Início da prática: reconhecer os componentes chão, ou cumprirem outra tarefa, como correr
do skate explicadas na teoria. Permitir ao alu- acompanhado o colega e auxiliá-lo na prática.
no a exploração do skate, andar sentado com
o impulso de um colega, deitado, de joelhos De forma geral, temos muitas formas de trabalhar
e, por fim, em pé. Na fase em pé, um colega com o skate. Aqui vimos o ponto de partida para sua
pode acompanhar o aluno dando-lhe a mão. prática que pode ser aperfeiçoada e ampliada para a
3º Desenhar skates do chão da quadra com giz profissionalização no esporte.
para auxiliar o aluno na identificação da base. Destacamos a importância do planejamento
Após isso, passe para o shape do skate. Ensine escolar, pois a sequência pedagógica bem estru-
o aluno a frear. turada auxilia no sucesso das aulas, no alcance
4º Utilizar jogos para compreensão do que foi en- de seus objetivos e satisfação dos alunos. Planejar
sinado, como uma estafeta. Ir em pé no skate, “[...] é como desenhar a planta de um edifício ou
com auxílio do colega, até o cone e voltar, pas- casa em construção” (OLIVEIRA; PERIM, 2009,
sar para o próximo da fila, que deve realizar a p. 239) e você é o responsável por essa evolução.
mesma tarefa até que todos tenham participa- Estabeleça metas e comece a agir.

57
ESPORTES COMPLEMENTARES

ASPECTOS HISTÓRICOS, APLICAÇÃO


PEDAGÓGICA, CARACTERÍSTICAS E
CLASSIFICAÇÕES DO

PARKOUR

Figura 12 - Movimento do Le Parkour - Transposição

58
EDUCAÇÃO FÍSICA

Você já deve ter visto na televisão, ou então em sua meçou a ser difundido em todo mundo (PARKOUR
própria cidade, esse esporte de aventura que chama WORLD ASSOCIATION, 2006, on-line)6.
atenção por seus movimentos radicais. O objetivo No Brasil, segundo Serikawa (2006), é muito
principal é percorrer um percurso e com seu próprio provável que essa prática tenha chegado em 2004. O
corpo alcançá-lo, vencendo os desafios e transpon- seu possível início pode ter sido motivado por víde-
do obstáculos que aparecerem durante o caminho os divulgados na internet, não possuindo nenhum
(BELLE, 2006, on-line)5. embaixador da modalidade no Brasil.
Esse esporte é conhecido como um agrupamen- O Le parkour começou a ser evidenciado a par-
to de movimentos naturais do homem, por exemplo, tir de jovens paulistas e brasilienses, que se propu-
saltar, escalar e correr somado às habilidades de rea- seram a estudar os movimentos de David Belle e a
lizar movimentos mais rápidos, de maneira natural, praticá-los (ALVES, CORSINO, 2013). Um ano mais
eficiente e fluído (PARKOUR WORD ASSOCIA- tarde, em 2005, institui-se a Associação Brasileira de
TION, 2006, on-line6; ANGEL, 2011). Parkour, estipulando regras na modalidade, para que
É necessário, além de ter uma condição física, o esporte mantivesse características de liberdade, su-
apropriar-se de recursos para transposição de obstá- peração e sem objetivar a competição (STRAMAN-
culos, minimizar o gasto energético, perpassando de DINOLI et al., 2012). Perceba que o objetivo era
maneira eficiente pelo trajeto escolhido. manter o significado da modalidade criada por Belle.
Caro(a) aluno(a), essa prática corporal foi criada
pelo francês David Belle, na França, ao final do século
SAIBA MAIS
XX e início do século XXI, e foi influenciado por ou-
tros esportes para a sua criação (ALVES; CORSINO,
2013). Além de apropriar-se de seus conhecimentos Você sabia que, anteriormente à existência do
Le Parkour, existia o Método Natural de George
sobre a ginástica, esporte que praticava desde a infân- Hébert. Este baseia-se na importância de tra-
cia, Belle foi influenciado por seu pai, que era militar balhar movimentos que atualmente o homem
do bombeiro, treinado em salvamentos, e também não realiza. Para combater o sedentarismo,
George Hébert criou um sistema no qual o ser
pelos conhecimentos do Método Natural de Geor- humano realiza movimentos utilizados para se
ge Hérbert (ALVES; CORSINO, 2013; PARKOUR locomover em ambientes naturais, como em
WORLD ASSOCIATION, 2006, on-line)6. uma pedra, árvore, lugares baixos que exigem
o uso da quadrupedia, locomovendo-se, car-
A partir desses conhecimentos, Belle e seus ami- regando objetos pesados, agarrando-se em
gos iniciaram treinamentos que visavam a sequência algo ou até mesmo rastejando (SOARES, 2003).
por meio do movimento, sendo que todos os mo- Esse método tem base no argumento de que
todo ser vivo, obediente às suas necessidades
vimentos realizados deveriam se aplicar à vida real, naturais, atinge seu desenvolvimento físico
com o objetivo de superar problemas e obstáculos. completo por meio da utilização de seus ór-
Desde então, com a instituição do primeiro grupo gãos de locomoção, de seus meios de defesa
e de trabalho (GODTSFRIEDT, 2010).
organizado de Parkour, em 1997, os Yamikazi (nome
de origem africana, que expressa espírito forte), Fonte: Stramandinoli, Remonte e Marchetti (2012).

composto por Belle e seus amigos, o Le parkour co-

59
ESPORTES COMPLEMENTARES

COMO É A PRÁTICA DO PARKOUR?

Apesar de apresentar-se como um esporte de mo-


vimentos naturais e cotidianos dos homens, o
parkour apresenta uma complexidade e uma diver- Transposições ou passagens sobre obstá-
sidade em seus movimentos. culos: esses movimentos podem ser rea-
Como já vimos anteriormente, essa prática corpo- lizados com o apoio das mãos, com giros
ral apresenta movimentos básicos como correr e sal- e também com as pernas entre os braços.
tar. Entretanto, objetiva um mínimo gasto de energia
com uma maior eficiência nos movimentos, projetan-
do uma otimização durante o percurso percorrido.
Você aprenderá agora, caro(a) aluno(a), algumas
nomenclaturas dos movimentos básicos que com-
põem o Parkour. Segundo Pereira e Armbrust (2010),
existem 3 movimentos característicos da modalidade
e que auxiliam no deslocamento rápido e seguro:

Assista ao vídeo de Trans-


posição ou passagem com
o apoio das mãos. Para
Figura 13 - Transposição ou
acessar, use seu leitor de passagem com o apoio das mãos
QR Code.

Assista ao vídeo Trans-


posição ou passagem de
obstáculos com as pernas.
Para acessar, use seu leitor
de QR Code.

Figura 14 - Transposição ou passagem


de obstáculos com as pernas

60
EDUCAÇÃO FÍSICA

Deslocamentos e saltos: podem ser reali-


zados os deslocamentos tic-tac ou o salto Assista ao vídeo Salto de
alta precisão. Para acessar,
de alta precisão.
use seu leitor de QR Code.

Figura 15 - Deslocamento Tic-Tac Figura 16 - Salto de alta precisão

3
Aterrisagens: o mais importante nessa ca-
tegoria são os amortecimentos, que devem
ser realizados com os membros inferiores
ou também com rolamentos.

Figura 17 - Aterrissagem com rolamento


Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)7.

61
ESPORTES COMPLEMENTARES

Os praticantes dessa modalidade são conheci-


dos como traceurs, do sexo masculino, e traceuses
para as praticantes do sexo feminino (PEREIRA;
ARMBRUST, 2010). Características de superação,
disciplina mental, autoconfiança, coragem, controle
de emoções e persistência são fundamentais aos tra-
ceurs e traceuses, visto o objetivo de superar desafios
e realizar os movimentos com tranquilidade (BEL-
LE, 2006, on-line5; DJORDJEVIC, 2006, on-line)9.
Para Djordjevic (2006, on-line)9, o parkour
transmite uma mensagem de união, de acolher di-
Figura 18 - Aterrissagem com rolamento
Fonte: leparkour… (2012, on-line)8.
ferentes sexos e raças, o que é imprescindível para
atrair grupos praticantes.
Vale destacar que você, enquanto futuro(a) pro-
fessor(a) de Educação Física, deve atentar-se para a
segurança na realização dessa modalidade. A prática
Assista ao vídeo Aterrissa-
do Parkour envolve variados grupos musculares, en-
gem com rolamento. Para
acessar, use seu leitor de tão a segurança é indispensável, tanto na realização
QR Code. de pequenas transposições até nas aterrissagens e sal-
tos mais complexos (PEREIRA; ARMBRUST, 2010).
Além disso, o equilíbrio e a coordenação motora são
de suma importância para a prática dessa modalidade.
A partir desses principais movimentos, a prática do
parkour já é possível. Você deve ter percebido que O ENSINO DO PARKOUR
outras modalidades presentes na Educação Física
já utilizam desses movimentos elencados anterior- Você, enquanto futuro(a) professor/profissional de
mente. O diferencial é o caráter aventureiro e de Educação Física, deve estar se perguntando: como
risco que a modalidade propõe. poderei ensinar esse esporte? O trabalho com o
Mas você deve estar se perguntando: em quais espa- conteúdo de Parkour são essenciais, vistos que pro-
ços essa prática corporal acontece? Quais são as roupas e porcionam o desenvolvimento de habilidades e ca-
como se caracterizam os praticantes dessa modalidade? pacidades motoras fundamentais para as crianças
A prática inicial do parkour era realizada em es- (ALVES; CORSINO, 2013).
paços urbanos e não possuíam caráter de competição O Parkour pode ser trabalhado desde a educação
(ALVES; CORSINO, 2013). Entretanto, já existem infantil até o ensino médio; entretanto, é necessário
indícios de jovens e grupos praticantes de parkour que as atividades sejam adaptadas e que as caracterís-
que utilizam de parques e praças para a realização da ticas físicas e cognitivas dos alunos sejam respeitadas
modalidade (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). (UVINHA, 2010). O ensino de movimentos básicos,

62
EDUCAÇÃO FÍSICA

aspectos históricos, características da prática, aspectos dalidade rica em habilidades e capacidades motoras.
de segurança e de cooperação são indicados para o tra- Os materiais para a aplicação dessa modalida-
balho com essa modalidade (PEREIRA; ARMBRUST, de podem ser encontrados na própria escola, nos
2010). Além disso, você enquanto professor(a) de Edu- espaços comuns que as crianças estão acostumadas
cação Física, poderá trabalhar juntamente com outras a brincarem todos os dias. Assim, a percepção do
disciplinas, como Matemática, Artes, História, Línguas local e da segurança de realizar os movimentos não
Estrangeiras, entre outras (ALVES, CORSINO, 2013). serão um problema.
Para iniciar o trabalho com o parkour, o ensino Como afirmam Vieira, Pereira e Marco (2011, s.p):
de saltos, rolamentos e aterrissagens pode ser ade-
quado e bastante atraente para as crianças e adoles- [...] qualquer espaço pode tranquilamente se
transformar em um circuito para acontecer uma
centes (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Após isso,
aula, nada precisa ser criado, modificado nem
você poderá trabalhar com pequenos circuitos de construído, o espaço está ai, já existe, e pode ser
transposição. Você já parou para observar um re- facilmente utilizado para as crianças praticarem.
creio escolar ou as crianças brincando em espaços
públicos? As crianças transpõem obstáculos com A partir dos movimentos básicos, o professor de
saltos e aterrissagens a todo momento. Educação Física deve adequar a dificuldade e desa-
A ideia de pequenos circuitos com transposi- fios das atividades, conforme a faixa etária dos alu-
ções de objetos e espaços são ideais para a prática do nos. Por exemplo, para o Ensino Médio, Pereira e
parkour. O circuito pode ser montado com diferentes Armbrust (2010) propõem que sejam trabalhadas
objetos, como bancos, cordas, arcos que propiciem diferentes possibilidades de saltos e aterrissagens,
passagens em planos altos e baixos, deslocamentos com e sem obstáculos. Além disso, você pode pro-
em espaços grandes e pequenos. Lembre-se que o por situações em que os alunos vivenciem estraté-
mais importante é que seu aluno vivencie essa mo- gias em grupo para superar os desafios.

SAIBA MAIS

A prática do Parkour pode ser feita por meio de brincadeiras e jogos para as crianças que estão no
ensino infantil e no fundamental I. Por exemplo, a brincadeira de Pula Sela, tem como objetivo trans-
por obstáculos. Nessa atividade, os alunos deverão saltar uns sobre os outros, com o apoio das mãos
sobre as costas dos colegas que estão agachados ou abaixados. Os alunos formarão uma fila e ficarão
abaixados com as costas em curvatura, apoiando as mãos no joelho. Um único aluno ficará em pé e
deverá saltar sobre os alunos abaixados até o final da fila. Quando chegar ao fim da fila, o saltador fará
a mesma posição dos outros alunos e quem está ao final passará a ser o saltador realizando o mesmo
percurso que o primeiro aluno. A brincadeira segue até que o todos sejam saltadores.
Quais outras brincadeiras e jogos você conhece que poderiam ser utilizadas para trabalhar movimentos
do Parkour?

Fonte: adaptado de 100 Brincadeiras... (2018, on-line)10.

63
ESPORTES COMPLEMENTARES

S TÓ R IC OS ,
PE CT OS H I
AS G IC A,
O P ED A G Ó
APL IC AÇ Ã
ÍS TIC A S E
CARACTER O
A Ç Õ ES D
CLASSIFIC

SLACKLINE

64
EDUCAÇÃO FÍSICA

Assim como a grande parte dos esportes de aven- COMO É A PRÁTICA DO SLACKLINE?
tura, o slackline começou a ser praticado em me-
ados dos anos 70 e 80. Sua origem está associada O princípio do slackline é completar de uma ponta à
aos escaladores que frequentavam o vale de Yose- outra a travessia sobre uma fita, normalmente de nylon
mite, na Califórnia, desde os anos de 1851 (XA- e poliéster (XAVIER, 2012). É uma atividade em que
VIER, 2012). Essa prática, reconhecida como Hi- os participantes tencionam uma fita tubular entre dois
ghline, é executada em alturas acima de 5 metros, apoios em diversas alturas (MAHAFFEY, 2009).
em que o praticante caminha sobre a fita ancora- A seguir, podemos observar a catraca do sla-
da em dois pontos fixos, como: rochas, prédios, ckline, que controla a posição da fita, podendo estar
pontes etc. (REVISTA UNIVERSO SLACK, 2012, mais tensionada ou mais solta durante a prática.
on-line)11. Diante dessas características, o Highli- Diversos elementos psicomotores são fundamen-
ne é compreendido como a modalidade mais ra- tais para a prática dos esportes de aventura. Dentre
dical do slackline (XAVIER, 2012). as diversas valências físicas, o equilíbrio destaca-se
Além da prática de equilibrar-se realizada nos como o principal (MAHAFFEY, 2009; XAVIER,
circos, destaca-se também a prática do Jultagi. O 2012). Como afirma Grosser (1983), o equilíbrio ca-
Jultagi coreano tradicional é uma forma distintiva racteriza-se como uma combinação de ações muscu-
de caminhar da corda bamba que é acompanha- lares, que sustentam o corpo contra a lei da gravida-
da por música e diálogo espirituoso entre o ca- de, com bases estáveis ou instáveis.
minhante da corda bamba e um palhaço terrestre Dessa forma, ao iniciar a prática, procure execu-
(UNESCO, 2011, on-line)12. tar os quatros passos dispostos a seguir:
Apesar do ato de equilibrar-se ser reconhecido
Flexione os joelhos.
em diversas atividades, pesquisas destacam que o
Mantenha os braços abertos a coluna ereta.
slackline realmente originou-se da prática da esca-
Mantenha o calcanhar e a ponta dos dedos na fita.
lada. A partir da difusão de sua prática desde o ano
Olhe sempre para um ponto fixo.
de 1851, essa atividade ganhou muitos adeptos que o
Vamos tentar?
realizam em diversos locais e alturas variadas.

Figura 19 - Prática de jultagi Figura 20 - Catraca do slackline


Fonte: Wikimedia commons (2008, on-line)13.

65
ESPORTES COMPLEMENTARES

A CAMINHADA NO SLACKLINE

A caminhada é a primeira tentativa de manter o facilitará a execução dos movimentos como já dis-
equilíbrio em movimento no slackline. Sabemos que cutimos anteriormente.
requer persistência do praticante por tratar-se de A manobra cair de joelhos consiste em manter
um dos primeiros contatos com a prática. os dois pés em contato com a fita. Uma das pernas se
Como já discutimos nesta unidade, o equilíbrio mantém flexionada com a planta do pé fixa na fita, e
é necessário para a realização das diversas manobras, a outra perna também flexionada, mas com o dorso
dentre tantas destacamos as manobras básicas para que do pé fixado na fita.
você e seus alunos possam iniciar a prática do slackline. A manobra andar de joelhos requer um pouco
O equilíbrio em apenas um dos pés destaca-se mais de controle motor, uma vez que o praticamente
como uma extensão do movimento inicial de cami- mantém o tronco à frente e não posiciona-se com a
nhada na fita, na qual o praticante deverá manter- planta do pé fixo na fita, fato que poderá proporcio-
-se equilibrado pela planta do pé. Os braços abertos nar maior desequilíbrio ao praticante iniciante.

Figura 21 - Caminhada Figura 22 - Equilíbrio em apenas um dos pés

Assista ao vídeo Equilíbrio


Assista ao vídeo Caminhada.
em um dos pés. Para aces-
Para acessar, use seu leitor
sar, use seu leitor de QR
de QR Code.
Code.

66
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 23 - Cair de Joelho Figura 24 - Andar de joelhos

Assista ao vídeo Cair de Assista ao vídeo Andar de


joelho. Para acessar, use joelhos.Para acessar, use
seu leitor de QR Code. seu leitor de QR Code.

SALTOS

Os saltos se configuram como uma das manobras


mais complexas no slackline. Dentro dessa manobra,
podemos evidenciar o salto caindo sentado, caindo
de joelhos, caindo de peito e caindo de costas, entre
tantos outros praticados atualmente.

Figura 25 - Saltos

67
ESPORTES COMPLEMENTARES

O ENSINO DO SLACKLINE

O slackline é uma ferramenta pedagógica interes-


sante para aplicar nas aulas de Educação Física,
visto que as capacidades e habilidades requisitadas
são importantes para o desenvolvimento da criança,
como a postura e o equilíbrio (MACHADO, 2014).
Na escola, podemos proporcionar estímulos apro-
priados a diferentes etapas da vida, desde a Edu-
cação Infantil, Ensino Fundamental até o Ensino
Médio (PEREIRA; ARMBRUST; 2010), ou seja, é
preciso adaptar o esporte que trabalharemos a se-
guir de acordo com a idade dos alunos.
Nesse momento, você deve ter se perguntado:
mas como poderei aplicar o slackline?
Para turmas da Educação Infantil e início do En-
sino Fundamental I, podemos iniciar a prática do sla-
ckline colocando uma fita no chão para que os alunos
possam ter a primeira experiência de equilíbrio com
o esporte. Você poderá adaptar essa atividade colo-
cando diferenciadas regras, por exemplo: os alunos
não poderão pisar fora da fita ou deverão fazer o per-
curso de costas e/ou de lado. Lembre-se que, nesses
momentos, é importante valorizar sua criatividade.
É preciso certificar-se que a escola apresenta
um local seguro para a montagem do slackline,
por exemplo árvores ou as próprias colunas de
concreto, caso a escola possua uma quadra cober-
ta. Após amarrar na árvore ou na coluna de con-
creto uma corda resistente, o primeiro passo para
a montagem do slackline está dado.
Para turmas do Ensino Fundamental I e II, po-
demos estimular o aprendizado do slackline amar-
rando duas cordas resistentes nas árvores, uma para
o aluno equilibrar-se e outra acima de sua cabeça
para servir de apoio sempre que ele achar necessário.

68
EDUCAÇÃO FÍSICA

Não se preocupe se sua escola não tiver condi-


ções financeiras de comprar os equipamentos ofi-
ciais para a prática do slackline, pois você poderá
adaptá-lo com cordas de caminhão utilizados para
segurar cargas transportadas.
A primeira tentativa no Slackline resulta em
um incontrolável balanço das pernas (KELLER et
al, 2012), dessa forma, faz-se importante estimu-
lar o equilíbrio dos alunos, peça para que tentem
equilibrar-se na fita sem deslocar-se, apenas para
que consigam, aos poucos, reconhecer os pontos
de equilíbrio: joelhos flexionados, braços abertos,
coluna ereta, calcanhar e pontas dos dedos retos
na fita e olhar sempre para um ponto fixo, para não
perder a concentração.
Após essa experiência de reconhecimento do
equipamento e das exigências físicas de sua práti-
ca, o segundo passo é pedir para que os alunos ca-
minhem sobre a fita. Nesse momento, você poderá
deixar uma corda amarrada acima da cabeça deles,
assim, quando o aluno se desequilibrar poderá se-
gurar nessa corda, ou pedir para que outro aluno
acompanhe o colega andando ao lado dele, ao me-
nor sinal de desequilíbrio o aluno que está andan-
do no slackline poderá apoiar nas costas do colega.
Veja, ele não estará caminhando de mãos dadas com
o colega, apenas o terá como apoio se necessário.
Ao passo que os alunos vão se familiarizan-
do com a caminhada básica no slackline, esses
apoios deverão ser removidos e você poderá co-
locar algumas dificuldades, como estimular o alu-
no a executar outras posições ou manobras. Que
tal tentar umas das manobras básicas trabalhadas
nesta unidade com o apoio de um colega?
Figura 26 - Catraca

69
ESPORTES COMPLEMENTARES

70
EDUCAÇÃO FÍSICA

No âmbito dos esportes, a palavra radical tem em BRUST; RICARDO, 2008). Diante dessa pers-
comum o gosto pelo risco e pela aventura, muitos pectiva, o esporte de ação está atrelado ao mo-
deles com a proposta de engajamento em causas vimento e à atitude, como uma manifestação de
de preservação ambiental (UVINHA, 2010). Os força e energia; já o esporte de aventura, como
esportes radicais podem ser compreendidos e já discutimos anteriormente, apresenta o signi-
classificados de maneiras distintas como esporte ficado de desconhecido, imprevisível (PEREIRA;
de aventura e esportes de ação (PEREIRA; ARM- ARMBRUST, 2010).

Quadro 2 - Classificação dos esportes radicais

ESPORTES RADICAIS

Característica Ação Aventura

Habilidade Predomina a estabilização Predomina a locomoção

Capacidade Predomina a força potente. A velocidade das Predomina a resistência. A estratégia e a


física manobras exige força e velocidade escolha ganham importância

Como expedição ou exploração (militar,


Surgimento Como atividade de lazer e uso do tempo livre
econômica ou científica)

Manifestação de força e energia, movimento, Experiências arriscadas, incomuns, perigo-


Etimologia
comportamento, e atitude sos e imprevisíveis

O lazer é o principal motivo. As competições Forte relação entre lazer e turismo


Objetivo
geram eventos de grande importância Usado como educação

Urbano e natureza. Espaços construídos e even- Natureza e urbano. Espaços naturais (a


Local
tos da natureza (onda, vento) meta é sair de um ponto e chegar a outro)

Público Média entre 15 e 25 anos Média entre 25 e 35 anos

Perigo Socorro mais próximo. Menor ação do clima Socorro mais distante. Maior ação do clima

Existem regras, associações e formação de


Organização Existem regras, associações e formação de tribos
equipes

Busca captar a manobra. Relaciona-se com públi- Busca captar uma história. Relaciona-se
Mídia co-alvo na: atitude, vestimenta, comportamento e com o público-alvo na ecologia, qualida-
linguagem de de vida e meio ambiente

Fonte: Pereira, Armbrust e Ricardo (2008).

71
ESPORTES COMPLEMENTARES

Esse quadro nos traz um retrato muito interessante ESPORTES RADICAIS AQUÁTICOS
quanto às diversas características do esporte de ação
e aventura, dentre elas habilidade, capacidade física, Surfe
surgimento, etimologia, objetivo, local de prática,
público-alvo, possíveis perigos, formas de organiza-
ção e sua relação com a mídia.
Além dessa distinção entre esportes de ação e
de aventura realizada pelos autores, as modalidades
de esportes radicais são classificadas como: aéreos,
aquáticos e terrestres (UVINHA, 2010). Dentro
dessa temática, Pereira, Armbrust e Ricardo (2008)
também acrescentam os esportes misto e urbanos.
Para os autores, essa distinção é necessária diante
das peculiaridades com que cada esporte se mani- É um esporte de ação praticado no ambiente aquático, é
festa, como podemos visualizar no quadro a seguir. uma modalidade realizada com diferentes tipos de pran-
Quadro 3 - Características dos Esportes de Ação e de Aventura chas, com o objetivo de deslizar e fazer manobras sobre
as ondas (FRANCO; CAVASINI; DARIDO, 2014).
ESPORTES RADICAIS Seu surgimento é controverso: alguns estudio-
MEIO AÇÃO AVENTURA sos associam a povos Polinésios que deslizavam pelo
oceano com suas jangadas, enquanto outros veem
Mergulho (livre e
autônomo), canoagem a origem do surfe na costa do norte do Peru, onde
Aquático Surf, windsurf
(rafting, caiaque, aqua os nativos tinham embarcações feitas de junco que
ride, canyonning)
andavam pelos mares (REZENDE, 2004; PEREIRA;
Base jump, sky Paraquedismo, balonis- ARMBRUST, 2010; ROSAS, 2013).
Aéreo
surf mo, voo livre No Brasil, de acordo com Pereira e Armbrust
Montanhismo (escalada (2012), o surfe teve início em Santos (litoral de
em rocha, escalada em São Paulo), onde, em 1938, Osmar Gonçalves, Jua
gelo, técnicas verticais,
Bungee Jump, Hafers e Silvio Malzoni construíram uma prancha,
Terrestre tirolesa, rapel, arvo-
sandboarding cópia de um projeto da revista “Mecânica Popu-
rismo); mountain bike
(down hill, cross coun- lar”. Entretanto, foi no Rio de Janeiro que a moda-
try) trekking
lidade se desenvolveu, na virada de 1950.
Misto Kite surf Corrida de aventura As pranchas, assim como a modalidade, tam-
Escalada bém sofreram mudanças com o decorrer do tempo
indoor, skate, e, hoje, são dividas em meio, rabeta e bico. Elas po-
Urbano Le parkour
patins in line,
dem variar no tamanho e conter outros ajustes que
bike (trial, bmx)
irão influenciar na velocidade, flutuabilidade e le-
Fonte: Pereira, Armbrust e Ricardo (2008). veza nas manobras (PEREIRA; ARMBRUST, 2012).

72
EDUCAÇÃO FÍSICA

Windsurf

• Mergulho Livre: mergulhamos sem o uso de


equipamentos, assim usamos nossa capacida-
de pulmonar e o sistema fisiológico para per-
manecer na profundidade.
• Mergulho Autônomo: mergulhamos usando
um aparelho de respiração aquático indepen-
dente (scuba), podendo, assim, ficar na pro-
fundidade permitida pelo sistema de forneci-
mento de oxigênio.

O windsurf é uma modalidade aquática que mis-


tura o surf e a vela. Foi na década de 60 que um
casal, Newman (velejador) e Naomi Darby (cano-
ísta) criaram o windsurf, isso porque Naomi ti-
nha o desejo de velejar mais rápido e, para isso,
adicionou uma vela à canoa (RODRIGUES, 2009;
WASBRASIL, 2015, on-line)14. Quatro anos de-
pois, os amigos Jim Drake e Hoyle Schwietzer in-
vestiram e patentearam o esporte.
Figura 27 - Mergulho Livre

Mergulho

O mergulho surgiu da vontade do homem de explo-


rar o ambiente submarino e buscar alimentos e péro-
las (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Com o decorrer
dos anos, foram sendo criados equipamentos que
permitiram ao homem mergulhar cada vez mais fun-
do, como o Cilindro, que armazena o ar respirável.
De acordo com Pereira e Armbrust (2010) exis-
tem dois tipos de mergulho: Figura 28 - Mergulho Autônomo

73
ESPORTES COMPLEMENTARES

Canoagem ESPORTES RADICAIS TERRESTRES

Montanhismo

A prática do montanhismo está presente desde o Renas-


cimento, quando, em 1492, o camareiro do rei Francês
Carlos VIII recebeu a ordem de subir até o topo de Mon-
te Agulha para relatar o que se via lá de cima. Já no Brasil,
os pioneiros dessa prática foram os bandeirantes à pro-
cura de ouro, mas a primeira prática do montanhismo
Figura 29 - Canoagem
documentada ocorreu em 1856, quando José Franklin
Silva escalou sozinho o pico das montanhas negras, em
A prática da canoagem está ligada historicamente à Minas Gerais (ROMANINI; UMEDA, 2002).
necessidade dos povos indígenas em retirar do mar
o próprio sustento (PEREIRA; ARMBRUST, 2010).

Rafting

Figura 30 - Rafting

O Rafting derivou da canoagem. Foi identificado


como esporte em 1869, nos Estados Unidos, quan-
do John Powel organizou a primeira expedição em
barcos de remo em rio com corredeiras (PEREIRA;
ARMBRUST, 2010). Sua prática consiste na desci-
da de rios a bordo de botes infláveis de borracha. A
aventura deste esporte está em descer as corredeiras
evitando que o bote vire ou que as pessoas caiam na
água (ROMANINI; UMEDA, 2002).

74
EDUCAÇÃO FÍSICA

Trekking Escalada

Figura 31 - Trekking Figura 32 - Escalada indoor

Caminhar de forma esportiva é relativamente re- A escalada consiste em subir uma parede rocho-
cente, pois somente a partir da Revolução Indus- sa utilizando somente os apoios naturais da pe-
trial, quando a população tornou-se, em sua gran- dra, sendo a forma mais praticada no Brasil, ou
de maioria, urbana, que sentiu-se a necessidade de também fazendo uso dos materiais de segurança
buscar um contato com a natureza nos momentos (ROMANINI; UMEDA, 2002).
de lazer. A prática do trekking define-se em ca- A escalada apresenta diversas variações quanto
minhar em ambientes de mata e montanha e por à sua prática: escalada livre e esportiva – a escala-
não necessitar de equipamentos caros, atualmen- da livre em estruturas artificiais, Bulder, Progres-
te é um dos esportes de aventura mais praticados são artificial em rocha, Big Wall, Escalada Alpina
(ROMANINI; UMEDA, 2002). e Alta montanha (ROMANINI; UMEDA, 2002;
Por apresentar essas características, permite PEREIRA; ARMBRUST, 2010).
que sua prática seja difundida nas aulas de edu- Diante dessas variações, podemos trabalhar a
cação física, na qual o professor poderá propor escalada artificial em uma parede, caso a sua escola
um dia de caminhada em locais específicos de seu possua condições. Não é preciso utilizar cordas de
município. Que tal convidar o professor de Ge- sustentação, tampouco equipamentos caros. Nesse
ografia e promover uma aula multidisciplinar? caso, trabalhe com paredes baixas e utilize apenas
Cheia de atividade física e conhecimento! um colchonete para que seus alunos tenham uma
queda segura ao final da atividade.

75
ESPORTES COMPLEMENTARES

Mountain Bike

Na década de 50, nos Estados Unidos, observou-se a convidá-los para essa aventura? Você poderá levá-
prática do ciclismo fora do perímetro urbano. Peda- -los para pedalar em espaços rurais, predominantes
laram em montes, ladeiras e montanhas. Já no Brasil, na maioria dos municípios de nosso país, basta cer-
essa modalidade foi aparecer a partir da década de 80 tifica-se que o local não oferecerá riscos para os alu-
(PEREIRA; ARMBRUST, 2010). As características nos e, a partir disso, sua aula está garantida.
desse esporte dá-se pelo ambiente no qual ele é pra- Você também poderá convidar outros professo-
ticado. De acordo com Romanini e Umeda (2002), res para essa experiência, assim terá mais profissio-
montanhas com descidas íngremes ou grandes subi- nais para lhe auxiliar. Dentro desse contexto, é mui-
da, trilhas e estradas de terra no meio da natureza e to importante destacar que o bicicleta é um meio
pedras é o ambiente perfeito para seus praticantes. popular de locomoção não poluente (PEREIRA;
Sua prática requer uma bicicleta específica para ARMBRUST, 2010). Sendo assim, professores de
o esporte e um capacete. A partir disso, você poderá Biologia de Geografia são muito bem-vindos nessas
iniciar sua prática e incentivar seus alunos também aulas, pois o esporte de aventura possui uma forte
nessa nova experiência. Sabemos que não são todos ligação com o respeito à natureza, e nada melhor do
os alunos que possuem uma bicicleta, mas que tal que unir diversão e conhecimento!

76
EDUCAÇÃO FÍSICA

ESPORTES RADICAIS AÉREOS MISTO

Paraquedismo Corrida de Aventura

O paraquedismo é a atividade de descer planando A corrida de aventura nasceu em 1987, durante


no ar ou de voar. Nos séculos XIV e XV, Leonardo da a cobertura de Gerald Fusil (jornalista francês) a
Vinci e os chineses já estudavam formas de realizar uma corrida de vela, pois a partir disso, ele teve
esse tipo de voo. Em 1797, André Jaques Garnerin a ideia de criar uma competição parecida com
realizou o primeiro salto de paraquedas a partir do esta, sem transportes motorizados (ROMANI-
uso de um balão (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). Os NI; UMEDA, 2002). Hoje, então, a corrida é uma
esportes de aventura são interessantes, pois diversos prática competitiva que tem como objetivo correr
deles se originaram de práticas já existentes; outros por um determinado percurso no menor tempo
passaram a ocupar funções variadas, como é o caso possível (PEREIRA; ARMBRUST, 2010), (FRAN-
do paraquedas. De acordo com Pereira e Armbrust CO; CAVASINI; DARIDO, 2014). Esse desloca-
(2010), o paraquedas foi usado na Segunda Guerra mento pode ser por meio do trekking, mountain
Mundial para levar as tropas a atacar os inimigos. bike, técnicas verticais, rafting, canoagem e ca-
Essa prática requer muita cautela e cuidado valgada. Cada uma delas será utilizada de acordo
com os equipamentos de segurança necessários, com o terreno escolhido e dificuldade da corrida
pois se praticados de maneira incoerente com (ROMANINI; UMEDA, 2002).
as normas de segurança, poderão causar proble- Para a prática desse esporte, lembrem das bús-
mas fatais. Assim como outros esportes aéreos de solas e mapas, pois eles irão auxiliar na orientação.
aventura, como o balonismo e voo livre.

Figura 33 - Mapa e bússula

77
ESPORTES COMPLEMENTARES

As regras da corrida de aventura podem variar REFLITA


de acordo com as características de cada região e
do público participante, podendo durar horas ou O ensino de esportes de aventura por vezes
dias; mas, em geral, de acordo com Pereira e Arm- perpassa um conteúdo multidisciplinar. As-
brust (2010), este esporte é praticado por equipes sim, é possível trabalhá-lo em parceria com
outras disciplinas.
de três a cinco pessoas, sendo a equipe formada
por pessoas de ambos os sexos.
Cada equipe deve percorrer os Postos de Con-
trole (PCs), que estão espalhados na região da com-
petição de forma estratégica. Os PCs possuem uma
determinada ordem e os participantes devem passar
por eles para ter sua corrida validada. Os atletas con-
tam com o auxílio externo nas Áreas de Transição
(ATs), onde se encontra uma equipe de apoio com
equipamentos e suprimentos, assim como a equipe
médica e o resgate (PEREIRA; ARMBRUST, 2010).

Kitesurf

O Kitesurf é um esporte aquático recente que mis-


tura surf, windsurf e wakeboard (BERNEIRA et al.,
2011), no qual o praticante utiliza a força do vento
para deslizar com uma prancha sobre a água (MA-
CHADO; COERTJENS, 2011), assim, ele depende
da sintonia entre propulsão, direção, equilíbrio e
também das condições climáticas (LUCENA; SIL-
VA; BRASILEIRO, 2013). Ele pode ser praticado
em rios, mares e lagos desde que tenham ventos
adequados (12 nós). Para sua prática, então, é ne-
cessário uma prancha onde se apoia os pés com-
binada com pipas (kites) presas em um cinto na
cintura do praticante (LUCENA; SILVA; BRASI-
LEIRO, 2013). Além disso, conta-se com uma barra
de controle para controlar a direção e velocidade
(PACIEVITCH, 2017, on-line)15.

78
EDUCAÇÃO FÍSICA

URBANO

Escalada indoor

É a escalada esportiva praticada em lugares fecha-


dos, podendo estes serem, até mesmo, academias e
ginásios, com muros com agarras artificiais fixadas,
formando um caminho de diferentes níveis de difi-
culdade (SILVA et al., 2007; MARINHO; BRUHNS,
2015). Marinho e Bruhns (2015) ressaltam que a es-
calada indoor é usada para treinamento que, poste-
riormente, será aplicado na escalada de montanhas.

79
ESPORTES COMPLEMENTARES

Patins in-line
• Slalom Inline (Speed e Freestyle): modalidade na
O patins in-line é uma modalidade recente, na qual qual se corre entre os cones. No Speed, vence quem
se utiliza de patins para sua prática. Sua história terminar o percurso mais rápido e no Freestyle se
teve início nos países frios europeus, onde pessoas tem a execução de manobras entre os cones.
deslizavam pelo gelo com ossos de animais fixados • High Jump: salto em altura de patins (Pure High
aos pés (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). No Brasil, Jump), tendo a disputa de melhor manobra
o patins in-line surgiu em 1993 e virou uma febre, (Best Trick).
começando a ser realizadas competições amisto- • Street: consiste em realizar gaps (saltos), giros e
grinds (deslizamento pelo corrimão) no ambiente
sas. A oficialização da modalidade de Patinação se
urbano, como escadas, rampas e telhados.
deu em 1999 (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA
• Vert: manobras da modalidade street executa-
DE ESPORTES RADICAIS, [2018] on-line)16. das em rampas em forma de “U”, chamadas de
O Patins in-line conta com cinco modalidades Halfpipe.
de acordo com a Confederação Brasileira de Espor- • Park: praticada em pistas especializadas locali-
tes Radicais ([2018] on-line)16. São elas: zadas, geralmente, em “parks” ou “skatepark’s”.

80
EDUCAÇÃO FÍSICA

Bike

Biketrial é um esporte individual prati-


cado com bicicletas especiais para a mo-
dalidade com o objetivo de passar por
obstáculos naturais ou não o mais rápido
possível com menor contato dos pés com
o solo (BIKETRIAL INTERNATIONAL
UNION, 2018, on-line)17.

A Bike BMX é um esporte individu-


al no qual se utiliza uma bike, e com ela se
deve percorrer uma pista de 470 metros de
extensão para os homens e 430 metros para
as mulheres cheia de obstáculos (COMITÊ
OLÍMPICO BRASILEIRO, 2015, on-line)18.

81
considerações finais

Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa segunda unidade, na qual apresentamos


diferentes formas de trabalhar os esportes de aventura e reconhecemos a necessidade
de superar apenas o ensino das práticas corporais mais tradicionais e inserir o espor-
te de aventura de maneira efetiva nas aulas de Educação Física. Também pudemos
oferecer subsídios para que você, futuro(a) professor(a), possa aplicar esse conteúdo,
adaptando os locais e materiais necessários para sua prática escolar, pois sabemos que
as escolas e as regiões as quais estão inseridas apresentam características distintas.
A fim de compreender como os campos de atuação dos esportes de aventura se
apresentam, tratamos de forma ampla o assunto não apenas no contexto escolar, mas
também abordamos as formas de aplicação dos esportes de aventura e suas princi-
pais características em diversos outros ambientes.
Por meio dos temas desenvolvidos, você também poderá organizar atividades que
levem seus alunos a conhecerem o contexto histórico do esporte de aventura e entender
como as modalidades de hoje receberam influências de diferentes momentos históricos.
Ao compreender as principais características e classificações do esporte de aven-
tura e reconhecer as diferentes formas de aplicabilidade no ambiente escolar, possibi-
litamos de forma efetiva a aplicação pedagógica desse conteúdo também de maneira
interdisciplinar contando com a participação efetiva de outros atores escolares.
Não deixe de aplicar e compartilhar com seus alunos tudo que aprendemos aqui!
Forte abraço!

82
atividades de estudo

1. O Skate é um esporte radical classificado como II) A modalidade Street é baseada em obstá-
de ação do ambiente urbano; no entanto, sua culos encontrados nas ruas, como bordas,
origem não é certa. Uma das vertentes que po- escadas, corrimãos e descidas.
dem ter dado início ao skate está relacionada ao III) Banks é uma modalidade do Skate pratica
surfe, um esporte de ambiente aquático. Com em pista mais ovalada semelhante à pisci-
base nas leituras sobre o Skate desta unidade, na antigas.
responda Verdadeiro (V) paras as respostas cor-
IV) Em todas as modalidades do Skate, é im-
retas e Falso (F) para as respostas erradas. portante o uso de equipamentos de se-
( ) As origens do Skate não apontam com precisão gurança, como capacete. No entanto, na
para um fato único, podendo ela estar relacio- iniciação, estes podem ser dispensáveis,
nada ao uso de patinetes sem o guidão e ao devido à pequena velocidade alcançada.
uso de pranchas com rodinhas.
V) Há inúmeras manobras que podem ser rea-
( ) O Skate chega ao Brasil em 1960 e fica conhe- lizadas com o Skate, entre elas temos: front-
cido como “sidewalk surfing”, traduzido como side, backside, slide, ollie, speed e varial.
“surfe na calçada”.
Assinale a alternativa correta.
( ) Desde a criação do Skate, em 1950, na Califórnia-
EUA, ele era tido como um modo de vida por seus a) Apenas I e II estão corretas.
praticantes, assim como sua prática era adotada b) Apenas II e V estão corretas.
com o objetivo de integração a um grupo.
c) Apenas I está correta.
Assinale a alternativa correta: d) Apenas II, III e IV estão corretas.
a) V, V, F.
e) I, II, III e IV estão corretas.
b) V, F, F.
3. Sabemos que a realidade de muitas escolas não
c) F, V, V. permite que trabalhemos os variados conteúdos
d) F, F, V. que competem à Educação Física com a estrutura
e) F, F, F. adequada, principalmente ao se tratar de espor-
tes de aventura. No entanto, podemos usufruir
2. Com o passar dos anos, o Skate foi evoluindo, em nossas aulas das riquezas naturais que nos-
tanto em questões relacionadas à sua estrutura so município apresenta. Dessa forma, descreva
e competições quanto nas manobras. Além dis- quais as possibilidades e vantagens de se tra-
so, foram sendo criadas modalidades para esse balhar o conteúdo de Mountain Bike, Corrida de
esporte. Com apoio na leitura feita sobre o Skate orientação e Trekking de maneira interdisciplinar?
e sua prática, analise as afirmativas que seguem
4. Por meio da leitura dessa unidade, pudemos
e, em seguida, marque a alternativa correta:
compreender e categorizar os esportes de aven-
I) Todas as modalidades do Skate devem ser tura e assimilar os aspectos históricos que con-
práticas com o intuito competitivo, buscan-
templam cada modalidade. Dentro desse con-
do a realização de manobras diversas e
texto, analise as afirmativas a seguir e assinale a
alto grau de complexidade.
alternativa correta quanto às características his-
tóricas dos esportes de aventura.

83
atividades de estudo

I) Muitos acreditam que o Slackline originou- 6. Durante esta unidade, aprendemos o conceito
-se da prática do Highline por montanhis- de esportes de aventuras e, consequentemente,
tas. No entanto, tal prática originou-se do conhecemos algumas dessas práticas que po-
circo por meio do equilibrismo. dem ser trabalhadas por professores de Educa-
II) A corrida de aventura surgiu a partir da ção Física. Sobre as características desses espor-
Revolução Industrial quando a população tes, leia as afirmações a seguir:
tornou-se, em sua grande maioria, urba- I) Inicialmente, uma forte característica dos es-
na sentindo a necessidade de buscar um portes de aventura é a presença de “riscos”.
contato com a natureza nos momentos de
II) A segurança é indispensável na prática dos
lazer.
esportes de aventura, principalmente quan-
III) A prática da canoagem está ligada histori- do se trabalha na iniciação.
camente à necessidade dos povos indíge-
III) Segundo Pereira, Armbrust e Ricardo (2008),
nas em retirar do mar o próprio sustento.
os esportes de aventura podem ser classi-
IV) O Mountain Bike nasceu em 1987, duran- ficados em: Aquáticos, Aéreos, Terrestres,
te a cobertura de uma corrida de vela por Mistos e Urbanos.
um jornalista, pois a partir disso ele teve
IV) O equilíbrio é uma das capacidades motoras
a ideia de criar uma competição parecida
que pode ser trabalhada e que auxiliará no
com esta, sem transportes motorizados.
ensino dos esportes de aventura, por exem-
V) A prática do montanhismo está presente plo ao se equilibrar no slackline.
desde o Renascimento, quando em 1492,
o camareiro do rei Francês Carlos VIII rece- Assinale a alternativa correta.
beu a ordem de subir até o topo de Monte a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
Agulha, para relatar que se via lá de cima.
b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
Assinale a alternativa correta. c) Apenas a afirmativa II está correta.
a) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
b) Apenas III e V estão corretas.
e) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) I, II, III e IV estão corretas.

5. O parkour é um esporte de aventura que tem


como objetivo percorrer um percurso, e com seu
próprio corpo alcançá-lo, vencendo os desafios e
transpondo obstáculos que aparecerem durante
o caminho. Como um(a) professor(a) de Educa-
ção Física poderia trabalhar com essa modalida-
de na iniciação?

84
LEITURA
COMPLEMENTAR

Os esportes de aventura podem ser praticados por to- sando em facilitar a compreensão dos alunos e causar
das as pessoas, inclusive com deficiência. Veja o excerto maior interação no grupo, inclusive entre os monitores,
sobre o canoismo para pessoas com deficiência visual, exploramos atividades nas quais os alunos tinham que
retirado de um estudo feito por Carvalho (2005): utilizar o próprio corpo formando figuras que correspon-
“Os esportes na natureza não devem ser restritos a gru- deriam ao equipamento a ser utilizado nas aulas subse-
pos específicos de pessoas, como o de aventureiros fa- qüentes. Antes porém, todos tinham acesso ao equipa-
mosos ou de pessoas que possuam um perfil imposto mento para senti-lo e tateá-lo para o reconhecimento”.
pelo padrão social como sendo os únicos capazes de re- Vejam um exemplo trazido no estudo de atividade para
alizar proezas ou simplesmente pela mídia. Através de o ensino da canoagem a pessoas com deficiência visual:
uma proposta pedagógica e de uma metodologia estru- “Atividade 1 : Brincadeira de Vestir a Cadeirinha
turada, é possível fazer com que outros grupos como o Montamos duas equipes divididas em duas colunas dis-
de pessoas com deficiências de qualquer natureza, bioti- postas uma ao lado da outra. Alguns metros à frente ha-
pos diferenciados, ou até com problemas de ordem psi- via dois monitores, um frente a cada coluna. Cada aluno
cológica consigam ter acesso a estes esportes modernos, tinha em suas mãos uma cadeirinha de escalada. Ao sinal
podendo desfrutá-los com segurança e com os mesmos do professor o primeiro da coluna deveria se deslocar
direitos de se expor ao risco imaginário”. até o monitor e vesti-lo corretamente com a cadeirinha
Frente a isso, Carvalho (2005) propôs um programa pe- e sentar-se atrás dele. Em seguida, o próximo da fila de-
dagógico para o ensino da canoagem a um grupo de pes- veria executar o mesmo procedimento colocando outra
soas com deficiência visual. Veja alguns passo: cadeirinha no mesmo monitor, o que se tornava cada vez
“Para ensinar ao grupo de deficientes visuais o que era mais complicado em função do acúmulo de cadeirinhas.
especificamente o canyoning, optamos por desenvolver A equipe que terminasse primeiro e com todas as cadei-
as atividades de forma pedagógica e gradativa, conside- rinhas devidamente fechadas seria a vencedora. Nesta
rando os níveis de complexidade. Após a etapa de ex- brincadeira buscamos treinar a capacidade dos alunos na
plicações verbais sobre o tema, iniciamos as aulas com colocação do equipamento em um colega, aprendendo a
base no reconhecimento dos materiais e equipamentos manuseá-lo e com níveis de dificuldade progressiva”.
pessoais que são utilizados na prática do canyoning. Pen-
Fonte: adaptada de Carvalho (2005).

85
material complementar

Indicação para Ler

PST/Navegar: aspectos técnicos e pedagógicos


Rodrigo Cavasini, Ricardo Demetrio de Souza Petersen, Fábio de Oliveira Petkowicz.
Editora: Eduem
Sinopse: esse livro trata de aspectos técnicos e pedagógicos de esportes de aven-
tura aquáticos, Canoagem, Remo e Vela. Além disso, conta com tópicos sobre im-
pactos ambientais e gestão de risco dos esportes de aventura. Assim, ao estudar
esse material, você saberá mais sobre os esportes aquáticos e como aplicá-los na
escola com segurança, minimizando a poluição da natureza.

Indicação para Assistir

Tudo por um sonho


2012
Sinopse: Jay Moriarity, 15 anos, trabalha e estuda para ajudar sua família. Um
dos sonhos de Jay é enfrentar as maiores ondas do mundo na costa Mavericks.
Morando com a mãe e irmã, em Santa Cruz, Califórnia, é em seu vizinho e surfis-
ta Frosty Hesson que o garoto se espelha. Por meio das orientações e apoio de
Frosty, o garoto irá realizar o necessário para atingir seu sonho.

Indicação para Assistir

Vida sobre Rodas


2010
Sinopse: Esse documentário apresenta o caminho percorrido nas últimas dé-
cadas pelo Skate no Brasil. Histórias, manobras, desenvolvimento das técnicas
desse esporte por quem vivenciou toda essa transformação e os desafios en-
frentados pelo Skate.

86
material complementar

Indicação para Assistir

Yamakasi - Les samouraïs des temps modernes


2001
Sinopse: Jovens, aventura, emoção. Esse filme representa um grupo de Jovens
franceses, os Yamakasi, que imersos na prática do Parkour objetivam diversão e
o reconhecimento da modalidade. Entretanto, os policiais locais não compreen-
dem a prática do Parkour dessa forma.

Indicação para Acessar

Neste vídeo, você poderá acompanhar alguns dos movimentos básicos do


Parkour realizados por adolescentes e sua aplicação em uma escola. Acesse o
conteúdo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6FXJn6FWgE4>.

87
referências

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89
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Em: <https://www.cob.org.br/pt/Esportes/ciclis-
2018. mo-bmx>. Acesso em: 10 set. 2018.

90
gabarito

1. V, F, F.
2. D.
3. Essas atividades poderão ser realizadas em pe-
quenas plantações, sítios entre outras regiões
rurais que possibilite ao aluno o contato direto
com a natureza. O professor de Geografia pode-
rá ajudá-lo, durante a caminhada ou pedalada,
a reconhecer os tipos de rochas, tipo de terreno
característico da região. O professor de Biologia
poderá explicar sobre os principais animais que
habitam esses locais e caracterizar as principais
árvores e plantações predominantes na região.
O professor de História poderá contextualizar o
surgimento desses esportes. Esse tipo de aula
possibilitará ao aluno o contato direto com os
diversos conteúdos escolares de maneira não
fragmentada, de modo que o mesmo objeto de
estudo levará ao aluno uma gama de conheci-
mento, além de tornar a aula mais dinâmica.
4. B.
5. Na iniciação do parkour, é indicado que utilize
o ensino de saltos, rolamentos e aterrisagens,
pois são adequados e muito atraentes para
as crianças e adolescentes. Depois, o trabalho
com pequenos circuitos de transposição pode
ser utilizado. A ideia de pequenos circuitos com
transposições de objetos e espaços são ideais
para a prática do parkour. O mais importante é
que o aluno vivencie essa modalidade rica em
habilidades e capacidades motoras.
6. E.

91
ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA

Professora Dra. Ana Luiza Barbosa Anversa


Professor Dr. Patric Paludett Flores

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Peteca
• Badminton
• Tênis de Campo
• Tênis de Mesa
• Esportes com Rede Divisória na Escola

Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos da
Peteca e sua aplicabilidade em situação de jogo.
• Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos do
Badminton e sua aplicabilidade em situação de jogo.
• Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos do
Tênis de Campo e sua aplicabilidade em situação de jogo.
• Compreender os aspectos históricos, regras e fundamentos do
Tênis de Mesa e sua aplicabilidade em situação de jogo.
• Refletir sobre a aplicabilidade dos esportes com rede divisória no
contexto escolar.
unidade

III
INTRODUÇÃO

O
lá, caro(a) aluno(a), nesta unidade vamos conhecer um
pouco de algumas modalidades esportivas da família dos
esportes com rede divisória. Esses esportes se caracterizam
pela necessidade de se arremessar, lançar ou bater em uma
bola ou peteca em direção ao campo contrário (sobre uma rede divisó-
ria) de tal forma que o rival não consiga devolvê-la de forma satisfatória
(dar sequência ao rally ou marcar ponto).
Várias modalidades no mundo todo podem ser classificadas nessa
categoria e ambas se orientam por desafios táticos próximos. Podemos
citar como alguns exemplos: voleibol, vôlei de praia, tênis, tênis de mesa,
badminton, peteca, pádel, sepaktakraw, ringo e ringtennis. Nota-se,
como característica comum dessas modalidades, a importância de sem-
pre interceptar a trajetória da bola ou peteca ao mesmo tempo em que se
busca jogá-la para o lado contrário.
Para esta unidade, vamos conhecer só algumas modalidades espor-
tivas dessa família, em especial as que se configuram pelo vai e vem da
bola ou peteca ser direto (alternado direto), o que possibilita apenas um
toque. No entanto, você aprendendo algumas delas, é possível transferir
e relacionar os conhecimentos de uma para outras modalidades.
Sendo assim, as modalidades esportivas apresentadas ao longo des-
ta unidade são: Peteca, Badminton, Tênis de Campo e Tênis de Mesa.
Para cada modalidade, buscaremos aprender sobre sua história dentro
do campo esportivo, suas características enquanto jogo, bem como suas
principais regras básicas e suas possibilidades no contexto escolar.
Nossa ideia é apresentar algumas das diferentes práticas corporais
da Educação Física, derivadas do conteúdo estruturante do esporte, para
que você construa novas formas de jogar inventadas com base na lógica
dessas modalidades esportivas. Por isso, não deixe de criar, experimen-
tar e ensinar novos jogos de rede divisória. Boa leitura e aproveite os
conhecimentos adquiridos!


PETECA
A peteca é uma modalidade esportiva de origem
brasileira. Desde antes do descobrimento do Brasil,
ela já era um jogo muito praticado pelos índios na-
tivos como atividade esportiva para ganho de aque-
cimento corporal durante os dias frios do inverno.
Essa atividade estava presente em todas as festas e
rituais das tribos indígenas e, como uma manifes-
tação cultural, com o passar dos anos, geração por
geração, acabou se difundindo por todo o país.
O nome peteca é de origem Tupi (peteca – ba-
ter com a mão). Sua origem condiz muito com
a característica do jogo, sua simplicidade. Para
praticar esse esporte, de forma recreativa ou com-
petitiva, não há a necessidade de grandes imple-
mentos, sendo a peteca o único existente – a qual
pode ser facilmente adaptada com materiais alter-
nativos (GINCIENE; GONZÁLEZ, 2017). Vamos
conhecer melhor o esporte peteca?

96
EDUCAÇÃO FÍSICA

A HISTÓRIA DA PETECA

A peteca, conforme a Confederação Brasileira de agosto de 1985, em Brasília. Em 1986, em Belo Ho-
Peteca (CBP), como recreação, era praticada pelos rizonte, sob o comando do desportista Walter José
índios brasileiros, mesmo antes da chegada dos por- dos Santos, então dirigente do Departamento de
tugueses. Consequentemente, por meio de sucessi- Peteca, aconteceu a primeira reunião para codificar
vas gerações, nossos antepassados também foram as regras e regulamentos dessa modalidade, os quais
praticando, o que fez essa recreação indígena chegar foram adotados para o primeiro Campeonato Brasi-
a todo o território brasileiro (CBP, 2017, on-line)1. leiro de Peteca no ano de 1987 (CBP, 2017 on-line)1.
Na primeira participação do Brasil nos Jogos A potência desse esporte levou-o para fora das
Olímpicos de 1920, na Antuérpia – capital da Bélgica fronteiras de Minas Gerais, instalando-se no Dis-
–, os atletas brasileiros levaram petecas como estraté- trito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Pa-
gia de aquecimento e até recreação. Tal jogo acabou raná, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso
atraindo olhares e despertando o interesse de atletas do Sul e Rondônia. Com o crescimento do esporte
de outros países, o que possibilitou uma maior visi- nesses estados, surgiram as suas federações e logo
bilidade dessa atividade (GINCIENE; GONZÁLEZ, depois a CBP, que tem, atualmente, sua sede em
2017). Em registros da época, destaca-se que o então Belo Horizonte-MG.
chefe da Delegação Brasileira, Dr. José Maria Castelo Apesar de tanto tempo de existência, a pete-
Branco, viu-se embaraçado pelos insistentes pedidos ca como esporte institucionalizado ainda é muito
de regras formuladas de técnicos e atletas finlande- recente se comparada a outros esportes (GINCIE-
ses, os quais demonstraram interesse pela nova ativi- NE; GONZÁLEZ, 2017). Contudo, a modalidade
dade esportiva (CBP, 2017 on-line)1. vem crescendo e ganhando mais adeptos, graças à
Coube a Minas Gerais o privilégio de dar senti- organização de federações, confederações e cam-
do competitivo à modalidade peteca. Na década de peonatos nacionais.
40, os clubes pioneiros de Belo Horizonte realizaram Para além do Brasil, jogam-se peteca também
os primeiros jogos internos entre clubes da cidade, o no Paraguai, Bolívia, Chile, Estados Unidos, Por-
que possibilitou a transformação dessa recreação, an- tugal, Holanda, França, Alemanha, Suíça, Estônia,
tes praticada na rua, na grama ou na areia, em esporte, Lituânia, Rússia, China e Japão. Porém, ainda não
praticado, a partir de então, em quadras. Contudo, so- existem competições internacionais oficiais para
mente em 1973 que surgiram as regras da peteca e, com essa modalidade esportiva, embora já estejam
isso, dois anos depois, a criação da Federação Mineira sendo feitos congressos para reverter tal situação,
de Peteca (FEMPE), consolidando o pioneirismo do como na Alemanha no ano de 2000 e na Estônia
estado nesse esporte nascido e desenvolvido no Brasil. em 2002, bem como competições de destaque fora
Mas quando a peteca foi oficializada como uma do Brasil, igual a que aconteceu na França em
modalidade esportiva? Somente em 1985 que esse 2006, entre atletas franceses e brasileiros com o
jogo se tornou um esporte, conforme deliberação objetivo de difundir, ainda mais, a prática desse
do Conselho Nacional de Desporto n° 15, de 17 de esporte naquele país (CBP, 2017, on-line)1.

97


O JOGO DA PETECA

750
A peteca é um esporte de rede divisória, semelhante ao

5
5
badminton, só que sem a raquete. Os jogadores podem
utilizar qualquer uma das mãos para bater na peteca.
Essa modalidade pode ser praticada por qual-
quer pessoa, em qualquer idade, e sua lógica interna
não é muito distante de outras práticas corporais co-
nhecidas pelos brasileiros, por exemplo, o voleibol

Quadra de Peteca
(segundo esporte mais popular no país). Em ambos

175
ou
75
esportes, o objetivo do jogo é fazer a peteca/bola

1500
5
passar sobre a rede e cair no espaço contrário, con-
tudo, a diferença entre ambas as modalidades é que
na peteca é possível utilizar apenas um toque para
concluir tal ação, enquanto no voleibol são permi-
tidos três toques (GINCIENE; GONZÁLEZ, 2017).
O jogo pode ser disputado de diferentes forma-
tos: Simples (1v1) masculino ou feminino, duplas
(2v2) masculinas e femininas. O diferencial entre
os formatos de disputa (simples ou duplas) está nas

5
dimensões da quadra (Figura 1), que apresenta di-
100

5
5
mensões de 15,0 m x 7,5 m para duplas, e 15,0 m 550
x 5,50 m para simples, dividido em duas metades,
Figura 1 - Dimensões da Quadra de Peteca
cada uma para o uso de uma das equipes contrárias. Fonte: Feperj… ([2017], on-line).

SAIBA MAIS

Você sabia que existe uma modalidade de peteca que se joga em países da Europa e Ásia que muito se
parece com o voleibol, denominada de Indiaca? No entanto, as equipes jogam com cinco e não seis jo-
gadores. Essa modalidade é organizada pela International Indiaca Association (Associação Internacional
de Indiaca, nome internacional da peteca). Criada em Berlim no ano de 2000, essa federação propôs-se a
regulamentar as diferentes formas do jogo e promover torneios internacionais da modalidade. As maiores
federações do esporte se encontram na Alemanha e Japão, mas também são membros da Associação a
Suíça, Estônia, Eslováquia, Brasil e Luxemburgo.

Fonte: adaptado de Ginciene e González (2017).

98
EDUCAÇÃO FÍSICA

Sobre a rede (Figura 2), para jogos da categoria mascu- Para além dos aspectos táticos citados, os movi-
lina, esta deverá apresentar uma altura de 2,43 m; para mentos (Quadro 1) também são muito importantes
a categoria feminina e até 12 anos, ela deverá ter 2,24 m. no jogo, e precisam ser aprendidos nos momentos
certos e quando fizeram sentido para o atleta.
Dimensões da rede
760 50
Não errar
60
Preparar o ponto sem precipitação,
243
criando a oportunidade adequada
83
Antecipar jogada

TÁTICA
Explorar o lado fraco do adversário
DE JOGO
Figura 2 - Dimensões da Rede Masculina
Fonte: Feperj… ([2017], on-line). Usar seus pontos fortes
(jogadas que executa bem)

Dosar o esforço físico


Como é confeccionada a peteca oficial para
essa modalidade? Não jogar a peteca na mão do adversário
(peteca a meia altura)
Figura 4 - Táticas de jogo na peteca
O diâmetro da base da peteca (Figura 3) deve ter de Fonte: os autores.
5 a 5,2 cm e a altura total delas deve ser de 20 cm, in-
Quadro 1 - Movimentos demandados pelo jogo de peteca
cluindo as penas. O peso da peteca deve ser de
MOVIMENTO CARACTERÍSTICAS
40 a 42 gramas, aproximadamente. Em relação
SAQUE Pode ser por baixo ou por cima
às penas, elas devem ser brancas, em núme-
Pode ser feito com a direita ou
ro de quatro, montadas paralelamente duas a
esquerda, mas nunca com as duas
duas, de modo que o quadrado formado caiba TOQUE
mãos ao mesmo tempo. Pode ser
num círculo ideal com diâmetro de, aproxi- feito por baixo ou por cima
madamente, 5 cm. As penas podem ter outra Golpe de ataque, muito parecido
CORTADA
coloração nas situações em que a cor branca com a cortada do voleibol.

prejudica a visibilidade dos jogadores ou de Golpe curto próximo à rede, pareci-


PINGADA
do com a deixadinha ou drop-shot.
meios de gravação em vídeo. A base deve
Fonte: os autores.
ser construída com discos de borracha,
montados em camadas sobrepostas.
No jogo, o objetivo central é fazer
com que a peteca caia no chão da quadra
adversária, ou forçar o erro adversário Assista ao vídeo de Movi-
para que devolva o móvel. Nesse sen- mentos do jogo da pete-
tido, é necessário que o jogador com- ca. Para acessar, use seu
leitor de QR Code.
preenda as intenções táticas (Figura 4),
criadas para a modalidade da peteca.
Figura 3 - Peteca
99


REGULAMENTOS E NORMAS DA PETECA

A peteca é posta em jogo por meio de um saque, no rede (Figura 5), mas com apenas um toque, como
qual o jogador golpeia com a mão a peteca para que no jogo de tênis de campo ou mesa. Posta a pete-
passe por cima da rede. A peteca deve ser jogada para ca em jogo, ela vai sendo jogada de um adversário
o outro lado da quadra com um único toque, sem que para outro até que seja marcado um ponto.
tenha tocado o solo. Atualmente, utiliza-se o sistema O atleta ou dupla consegue o ponto quan-
de vantagens para contagem de pontos. Cada partida do não deixa a peteca cair em seu campo, ou não
é disputada em sets, que chegará ao fim quando uma aconteceu nenhuma falta técnica (toque na rede,
das equipes alcançar 12 pontos ou após 20 minutos invasão da linha central, condução etc.) ou, ain-
de jogo. O atleta ou dupla que ganhar dois sets pri- da, quando o adversário não consegue rebatê-la,
meiro, ganha a partida. Outro detalhe importante é ou se consegue, não a devolve dentro dos limites
que após o saque, o ponto deverá ser finalizado em 30 do campo adversário, porque bateu na rede ou foi
segundos, senão a vantagem será revertida. fora dos limites da quadra. Para disputa do ponto
Colocados os jogadores na quadra, um deles seguinte, o jogador que conseguiu o ponto inicia
inicia o jogo com um saque postado atrás da linha nova disputa mediante um novo saque.
de fundo, no qual ele segura a peteca com uma Vale lembrar, como foi mencionado ante-
mão, batendo nela com a outra, a fim de jogá-la, riormente, que o tempo também é um condicio-
por cima da rede, para a quadra adversária. nante da disputa. As regras completas são muito
O jogador ou dupla adversária deve, então, re- mais específicas e podem ser encontradas na CBP
bater a peteca, devolvendo-a, também, por cima da ([2017], on-line)1.

Assista ao vídeo Jogo da


peteca. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
Figura 5 - Jogo da peteca
Fonte: Barata... (2013, on-line).

100
EDUCAÇÃO FÍSICA

BADMINTON
O badminton é um esporte de raquete
que integra a família dos esportes com
rede divisória. Pelas estimativas, ele é um
dos esportes praticados por milhões de pesso-
as em todo o mundo. Este secular jogo de peteca,
que foi regulamentado na Inglaterra, em cone-
xão com a Índia e com raízes lúdicas nos antigos
hábitos de lazer da China, dos gregos e romanos,
dos povos astecas e até mesmo entre os indíge-
nas brasileiros, adquiriu uma legião de aprecia-
dores, em especial após a estreia nas Olimpía-
das de Barcelona, em 1992 (SESI, 2012).

101


No Brasil, esse esporte ainda é pouco conhecido, paço de jogo, demarcando o campo de competição,
diferentemente de alguns países europeus e asiáti- era só criar um conjunto de códigos e um modo
cos, no qual a modalidade faz parte da cultura as- de pontuação para a diversão acontecer. E foi as-
sim como o futebol se faz presente na nossa. Con- sim que certo Duque de Beaufort fez, ao receber
tudo, nosso país viveu/vive um momento único a novidade no início da década de 70. O jogo se
no esporte, foi sede em 2016 dos Jogos Olímpicos tornou popular na propriedade do Duque, e a li-
do Rio, no qual pode presenciar inúmeras moda- gação Poona e Gloucestershire, cidade do sudoeste
lidades que ainda não têm certa visibilidade e que da Inglaterra, na qual ficava a propriedade, estava
podem se tornar práticas corporais do dia a dia criada (SESI, 2012). O nome da propriedade do
da nossa população, por exemplo, o badminton. Duque, Casa de Badminton, significou a certidão
Vamos conhecer essa modalidade esportiva? de batismo ocidental ao jogo, e por isso recebeu
o nome atual (GINCIENE; ABURACHID, 2017).
O BADMINTON E SUA HISTÓRIA No ano de 1893, foi fundada a Badminton As-
sociation of England, na Grã-Bretanha, e dois anos
O badminton tem origem em Poona, uma cidade após sua equivalente nos Estados Unidos. O pri-
mística do oeste da Índia, estado de Maharashtra, meiro torneio internacional de badminton, o All
berço da meditação, a qual, no século XIX, tinha England Open Championships, surgiu em 1899, na
como tradição um jogo nada místico batizado com cidade inglesa de Birmingham. O prestígio deste
o nome da cidade e que representava uma atividade torneio foi tão significativo que até 1977, ano em
de convivência e recreação. Jogar ‘poona’ restringia- que oficialmente o Campeonato Mundial passou a
-se em manter no ar uma espécie de peteca (conhe- ser disputado, o vencedor do All England era, para
cida também de volante ou birdie), rebatida de um todos os efeitos, o campeão do mundo (SESI, 2012).
lado a outro por garotos que seguravam um tipo Em 1934, foi criada a Federação Internacional
de tamborete, parecido com um pequeno remo. A de Badminton – International Badminton Fede-
competição não existia durante o jogo, a ênfase se ration (IBF) –, situada, logicamente, em Glouces-
dava na movimentação, distração e leveza, o que tershire, com nove membros: Canadá,  Dinamar-
chamava também a atenção dos adultos, os quais ca, Inglaterra, França, Irlanda, Países Baixos, Nova
transformavam as reuniões para jogar ‘poona’ em Zelândia, Escócia e País de Gales). Três anos depois,
pretexto para agradáveis piqueniques (SESI, 2012). uma representação foi criada na Índia como um
O entretenimento conquistou a todos, princi- reconhecimento do local de origem do jogo, bem
palmente, oficiais ingleses a serviço na Índia, os como para atender a demanda crescente de clubes
quais criaram gosto em jogar ‘poona’ e não demo- asiáticos de badminton. Em 1948, a IBF realizou
raram a levar para a Grã-Bretanha os princípios a Thomas Cup, primeira competição internacional
básicos do jogo (CBBd, 2017, on-line)2. A partir por equipes, no masculino, e após oito anos a Uber
disso, com o auxílio de uma rede que dividia o es- Cup, versão feminina do torneio (SESI, 2012).

102
EDUCAÇÃO FÍSICA

O aumento do número de torneios internacio- se tornou o primeiro país a ganhar medalhas de


nais e de praticantes da modalidade levou o Co- ouro na história desse esporte olímpico, conquis-
mitê Olímpico Internacional (COI) a estruturar tando os títulos de simples masculino e feminino.
um teste-exibição do badminton durante os Jo- Na Olimpíada seguinte, em Atlanta, os jogos de
gos Olímpicos de Munique, em 1972. No ano de duplas mistas foram introduzido (SESI, 2012).
1988, nas Olimpíadas de Seul, a modalidade foi Desde então, a partir do número de medalhas de
disputada em caráter experimental, mas somente ouro distribuídas até a última Olimpíada do Rio
nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, que a (Figura 6), nota-se o domínio soberano de três
modalidade foi incorporada, na qual a Indonésia países asiáticos: China, Indonésia e Coreia do Sul.

Figura 6 - Badminton: Olimpíadas do Rio - 2016

103


JOGANDO BADMINTON

A prática do badminton exige peculiaridades físicas plas (2v2) masculinas e femininas e duplas mistas.
e mentais. Você vai encontrar a competitividade do O diferencial entre os formatos de disputa (simples
voleibol, as exigências musculares e psicológicas do ou duplas) está nas dimensões da quadra (Figura
tênis de mesa, a concentração do tênis de campo e 7). O badminton, normalmente, é disputado em
o domínio apurado de movimentações e rotações locais fechados, em uma quadra dividida por uma
comuns a todos os esportes de quadra fechada, do rede, a qual deve ter uma trama bem esticada de
futsal ao basquete, passando pela esgrima. Porém, forma que seus fios superiores fiquem no mesmo
além de toda essa exigência corporal, o badminton alinhamento dos postes. A rede pode ser fixada em
possui a leveza como marca estética do jogo, tornan- postes ou em suportes fora da área da quadra. Para
do-o plástico e dinâmico (SESI, 2012). evitar acidentes, o espaço deve ser de material an-
O jogo pode ser disputado em diferentes for- tiderrapante, e suas marcações precisam ser feitas
matos: Simples (1v1) masculino ou feminino, du- de cores de fácil visualização.

Figura 7 - Dimensões da Quadra de Badminton


Fonte: os autores.

104
EDUCAÇÃO FÍSICA

Quais são os equipamentos necessários para Qual é o objetivo a ser alcançado ao jogar
jogar badminton? badminton?

Petecas: as petecas (Figura 8), usadas em competi- O objetivo do jogo é rebater a peteca sobre a rede para
ções, pesam entre 4,74 e 5,50 gramas. Existem dois que esta toque o solo da quadra adversária, ou que o(s)
tipos de petecas, as tradicionais, feitas com penas adversário(s) não consiga(m) devolvê-la (GINCIENE;
de ganso, e as sintéticas, feitas de nylon. Ambas ABURACHID, 2017). Apesar de se assemelhar muito
possuem bases esféricas feitas de cortiça ou poliu- ao tênis de campo pelo objetivo do jogo, o badmin-
retano, contendo um pequeno peso de chumbo, ton apresenta aspectos peculiares, pois é disputado
sem o qual a peteca seria muito leve para percorrer em uma quadra muito menor. Por isso, a técnica e a
as distâncias necessárias. A esta base estão fixadas forma como ela é aplicada ganha muita importância.
16 penas, e no caso das petecas de nylon, uma ‘saia’ Sendo assim, na modalidade badminton, muitos são
deste material. Jogadores profissionais só utilizam os elementos que determinam o desempenho no jogo,
as petecas de penas, que só duram alguns rallys, os quais podem influenciar diretamente no resultado.
pois as penas não suportam os golpes. Conforme Ginciene e Aburachid (2017), o aspecto
Raquetes: a raquete (Figura 9) é, sem dúvida, tático (Figura 10) é um dos primeiros elementos que
o principal equipamento do badminton, sendo devem ser considerados no processo de ensino-apren-
sua escolha muito importante para um bom de- dizagem, justamente para que o aprendiz consiga com-
sempenho nas quadras. Elas variam de 85 a 110 preender como funciona o jogo. Por isso, é importante
gramas em peso. que os jogadores entendam ‘o que se deve fazer’ na par-
tida, ou seja, as intenções táticas necessárias ao jogo.

Figura 8 - Petecas Figura 9 - Raquetes

105


Para além dos pensamentos que se deve ter du- REFLITA


rante um jogo de badminton, também se torna
importante que o aprendiz saiba como fazer os É sempre bom lembrar que o ensino da técni-
diferentes movimentos demandados pela modali- ca e da tática precisa acontecer da forma mais
dade (Quadro 2). Só assim ele terá mais artifícios contextualizada, para potencializar maiores
significados. Mas, além disso, quais outros
para alcançar o objetivo do jogo. aspectos são determinantes para o resultado
de uma partida de Badminton?
Como posso criar espaços na
quadra adversária

O que devo fazer para marcar ponto


REGRAS BÁSICAS DO BADMINTON
O que devo fazer para atacar em duplas
INTENÇÕES O que devo fazer para defender
Conforme a Confederação Brasileira de Badmin-
TÁTICAS meu lado da quadra ton (CBBd, 2017, on-line)2, as regras oficiais dessa
O que devo fazer para defender modalidade se configuram a partir das seguintes
um ataque
características:
Como devo agir para defender em duplas Para começar o jogo: sorteie com uma moe-
Figura 10 - Pensamentos que se deve ter ao jogar badminton da, ou peteca, ou gire a raquete. O vencedor tem a
Fonte: os autores. opção de servir ou receber.
Quadro 2 - Movimentos ao jogar badminton Posição na quadra no começo de um game: a
DIFERENTES MOVIMENTOS DURANTE O JOGO pessoa que saca deve ficar dentro da área de saque
Golpe feito à frente do corpo e na no lado direito da quadra (olhando para a rede) (Fi-
DRIVE
altura do ombro. gura 11). Quem recebe fica dentro da área de servi-
Golpe feito por cima da cabeça e dire- ço da quadra, na diagonal do sacador. Nos jogos em
CLEAR
cionado para o alto e para o fundo.
duplas, o parceiro pode ficar em qualquer lugar da
Golpe feito por cima da cabeça,
quadra desde que não bloqueie a vista do receptor.
SMASH quando a peteca estiver em frente à
cabeça, direcionando-a para baixo.
Golpe parecido com o clear, porém
com um movimento mais lento quan-
DROP-SHOT
do próximo à peteca para fazê-la cair
logo após a rede.
Golpe feito de baixo para cima, direcio-
LOB
nando a peteca para o fundo da quadra.
Golpes feitos de cima para baixo ou
de baixo para cima, direcionando a
NET-SHOTS
peteca para a parte anterior da qua-
dra, próxima à rede.
Golpe para empurrar a peteca para o
PUSH
outro lado com apenas um toque. Figura 11 - Jogador em posição de saque
Fonte: os autores.

106
EDUCAÇÃO FÍSICA

Posição do sacador: se o placar do sacador for par, o


serviço deve ser feito do lado direito; se for ímpar, do
lado esquerdo. Nos jogos em duplas, quando o placar Assista ao vídeo de Saque.
da dupla for par, a dupla permanece na posição inicial Para acessar, use seu lei-
do jogo. Quando for ímpar, invertem-se as posições. tor de QR Code.
Isto, somente para a dupla que está com o serviço.

O Saque: os saques, no badminton, sempre são rea- O sacador tem que:


lizados na diagonal, como no tênis. O serviço, tanto a. manter parte ou ambos os pés numa posição
no jogo de simples quanto no de duplas, inicia-se imóvel no chão;
pelo lado direito da quadra do sacador, que deve lan- b. acertar a base da peteca primeiro;
çar a peteca, obliquamente, para o lado esquerdo da c. acertar a peteca abaixo da sua linha de cin-
quadra adversária, tomando-se por referência a vi- tura;
são do sacador. Vencendo o ponto, continua sacando d. acertar a peteca abaixo da linha da mão que
segura a raquete;
o mesmo jogador, devendo apenas inverter a sua po-
e. manter o movimento contínuo da raquete,
sição na quadra. Sacará, então, para o lado direito da
não podendo enganar o adversário.
quadra adversária. Havendo perda do ponto, o saque
passa ao companheiro de equipe, sem que haja mo- Sempre que uma equipe saca à direita, isto significa
dificação na posição dos jogadores. Perdendo este que sua contagem – no momento do saque – é par.
seu saque, o serviço transfere-se à equipe adversária. Se o saque é pela esquerda, a pontuação, necessaria-
mente, será ímpar;
Desta forma: Durante o jogo: se o jogador ganhar a disputa da
a. perdendo o primeiro ponto, transfere-se o jogada (rally), ele marca um ponto, mudando o lado
saque para o companheiro de equipe do sa- do serviço e continuando a sacar. Se ele perde o rally,
cador; seu oponente passa a sacar e nenhum ponto é mar-
b. perdendo o segundo ponto, finda o serviço cado. Nos jogos em duplas, se a dupla sacadora ga-
da equipe, que passa aos adversários.
nhar o rally, um ponto é marcado e o sacador muda
Há, porém, uma exceção. No primeiro saque de de lado e continua a servir. Se eles perderem o rally,
cada game, a perda do ponto importa a perda do o saque passa para o parceiro. Note-se que não há
serviço, que passa automaticamente à equipe con- troca de posições e nenhum ponto é marcado. De-
trária, sem que o companheiro do primeiro saca- pois que a dupla perder os dois serviços, este passará
dor sirva. O receptor não deve se mexer até que o para a dupla oponente. No início de cada game, a
sacador golpeie a peteca. dupla sacadora só tem o direito ao primeiro serviço.

107


Servindo ou recebendo do lado errado: o jogador oposto da rede (não vale ‘carregar’ a peteca); d) se
repetirá o saque (let) se a pessoa que cometeu o erro a peteca for golpeada duas vezes do mesmo lado da
vencer o rally e o erro for descoberto antes do próxi- quadra; e) se a peteca acerta o jogador, sua roupa,
mo serviço. O placar continua o mesmo se a pessoa teto ou arredores da quadra; f) se houver interfe-
que cometeu o erro perde o rally. Neste caso, os jo- rência com a peteca, mal comportamento ou ‘cera’,
gadores permanecerão na posição ‘errada’ e repete-se o jogador perde o serviço ou o oponente ganha um
o serviço. Se o próximo serviço for efetuado, o placar ponto; g) se o parceiro do receptor receber o serviço;
continua e os jogadores continuam na posição ‘errada’; h) se o sacador faz o movimento e erra a peteca.
O let ocorre quando: a) o sacador ou o recep- Observação: se a peteca acertar a rede e cair do
tor estiver do lado errado e vencer o rally; b) ocorre lado oposto, o serviço é válido, desde que ela caia
uma interferência de fora do jogo como, por exem- na área de serviço.
plo, uma peteca de outra quadra que cai na sua qua- Fim do jogo: o primeiro jogador a atingir 21
dra; c) a peteca bater na rede ficar presa nela ou cair pontos ganha o ‘game’. O ‘game’ pode chegar ao má-
no lado do adversário (exceto no serviço); ximo de 30 pontos, caso os jogadores empatam em
Será considerado falta: a) se a peteca cair fora 20 a 20, é prorrogado para 22 pontos, caso empa-
das linhas da quadra (a linha é considerada parte da tam em 21 a 21, é prorrogado para 23 pontos e as-
quadra); b) se o atleta (raquete ou roupa, inclusive) sim até os 30 pontos máximos. O jogo tem duração
encostar-se à rede enquanto a peteca está em jogo; máxima de três ‘games’, o famoso melhor de três.
c) se o jogador invade ou acerta a peteca no lado Ganha quem vencer 2 ‘games’.

Assista ao vídeo de Servin-


do ou recebendo do lado
errado. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.

108
EDUCAÇÃO FÍSICA

TÊNIS DE CAMPO
O esporte tênis de campo é uma modalidade es-
portiva que a cada dia conquista novos adeptos e
espectadores. Já são mais de um bilhão de fãs, em
todo o mundo. O tênis de campo é um esporte de
rede divisória com suas características próprias,
podendo ser jogado de forma individual e em du-
plas mistas em gênero ou não. Vamos conhecer
um pouco melhor essa modalidade?

109


ASPECTOS HISTÓRICOS DO TÊNIS DE


CAMPO

O Tênis de Campo é um esporte praticado em todo recreativa voltada para o convívio social. O primeiro
o mundo. De acordo com a Federação Internacio- torneio brasileiro só foi realizado em 1904, com um
nal de Tênis – International Tennis Federation (ITF, interclube entre o Tennis Club de Santos e o Paulistano.
[2018], on-line)3 – o Brasil possui cerca de um mi- Em 1924, foi fundada a Federação Paulista de Tê-
lhão e meio de praticantes. A popularidade da mo- nis (FPT), tendo, na década de 30, um número recor-
dalidade se deu principalmente após o tenista brasi- de de 30 filiados. Até o ano de 1955, o tênis de cam-
leiro Gustavo Kuerten (Figura 12) vencer o torneio po era membro junto com mais outros esportes da
de Rolland Garros, em 2000 e 2001, chegando à po- Confederação Brasileira de Desporto (CBD). Nesse
sição de número 1 do mundo (GINCIENE, 2017). ano, a modalidade passou a ser cargo da Confedera-
Mas onde e quando surgiu o tênis de campo? Va- ção Brasileira de Tênis (CBT), criada no governo de
mos, a partir deste momento, fazer um breve resgate Juscelino Kubitschek (CARTA; MARCHER, 2004).
histórico da modalidade. Apresentado o processo histórico do tênis de
Os primeiros indicativos do tênis de campo se campo, vamos, agora, compreender as principais ca-
deram há mais de dois mil anos atrás, quando egíp- racterísticas da modalidade, destacando as caracte-
cios e persas praticavam uma modalidade seme- rísticas gerais do jogo e dos jogadores.
lhante, mas utilizando-se das mãos ao invés da ra-
quete. A versão mais próxima das características que
temos nos dias de hoje no tênis de campo descende
do século XII, período em que monges italianos e
franceses praticavam uma modalidade desportiva
utilizando-se de bola e raquete em um espaço deli-
mitado por cordas (TRAVASSOS, 2015).
Como modalidade esportiva, o tênis de campo
surgiu no século XIX nos países do Reino Unido,
destacando-se a Inglaterra e a Escócia, onde as re-
gras da modalidade foram registradas pelo Major
Walter C. Wingfield e a consolidação da modalidade
veio com a criação do torneio de Wimbledon, em
1877 (GONZÁLEZ; DARIDO; OLIVEIRA, 2017).
No Brasil, a modalidade foi trazida pelos ingleses
que trabalhavam nas ferrovias e nas docas portuárias
e as primeiras quadras foram construídas em 1892,
no São Paulo Athletic Club. Neste período histórico, a
Figura 12 - Tenista Gustavo Kuerten (Guga)
modalidade não visava competição e sim uma prática

110
EDUCAÇÃO FÍSICA

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO JOGO


DO TÊNIS DE CAMPO

Você já jogou tênis de campo? Se sim, quais prin- quatro pessoas (jogo de dupla - 2 v 2), adotando a
cipais características da prática você pode indicar? mesma forma de disputa, tendo como principal in-
Isso mesmo, a primeira característica a ser indicada tuito rebater a bola para a quadra do oponente sem
é que o tênis de campo se configura como um es- chance de defesa, ou seja, a bola precisa tocar o chão
porte com rede divisória, assim como o voleibol e as adversário para garantir o ponto.
demais modalidades que vimos até o momento. A quadra do jogo de tênis de campo (Figura
Outra característica marcante do tênis de campo 13) é retangular de 23,77 m de comprimento por
é o fato de ser um esporte individual e não ser permi- 8,23 m de largura para jogos de simples (utilizam
tido, durante um jogo/partida, a comunicação com o a demarcação das linhas laterais internas) e 10,97
técnico, o que demanda do jogador, além de um bom m para jogos de duplas (utilizam a demarcação
preparo físico, técnico e tático, um trabalho psicoló- das linhas laterais externas). A quadra é dividi-
gico que o auxilie a lidar com o erro e com fatores es- da ao meio por uma rede com 1,06 m de altura,
tressantes da partida, mantendo a concentração e foco e a área de saque é de 6,40 m de comprimento
em estímulos relevantes do ambiente (WEINBERG; por 4,11 m de largura. Ao longo destas medidas,
GOLD, 2001; MAZO; BALBINOTTI, 2009, apud o jogador conta com três áreas de jogo, a zona de
GONZÁLES; DARIDO; OLIVEIRA, 2017). defesa (rally) no fundo da quadra, a zona de ata-
Vale ressaltar que mesmo sendo um esporte in- que e contra-ataque no meio fundo de quadra e
dividual, o jogo do tênis de campo pode ser disputa- a zona de definição, próximo à rede (ISHIZAKI;
do entre duas pessoas (jogo simples - 1 v 1) ou entre CASTRO, 2012).

1,06 m de altura

to
en
p rim
com
de
m
,77
23
8,23
md
e lar
gura

Figura 13 - Medidas da quadra de tênis

111


No que se refere aos tipos de quadra, o tênis de campo pode ser praticado em quadras abertas e em três tipos
de superfície, sendo:

Saibro: feita de pó de tijolo, deixando a quadra com


uma aparência de terra fofa, isso faz com que a bola, ao
quicar, perca sua velocidade e ganhe efeito (Figura 14).

Figura 14 - Quadra de Saibro

Grama: neste tipo de quadra, a relva não pode ultra-


passar os 8 mm de altura, deixando a quadra mais
irregular, isso faz com que a bola perca pouca veloci-
dade ao quicar no solo, deixando o jogo mais rápido,
uma vez que a bola não sobe tanto e acaba deslizan-
do/escorregando (Figura 15).

Figura 15 - Quadra de Grama

112
EDUCAÇÃO FÍSICA

Cimento: conhecida como quadra rápida, a quadra


dura pode ser feita de cimento, material sintético ou
carpete, deixando o jogo mais dinâmico, uma vez
que favorece golpes de base assim como os de saque
e voleio (Figura 16).

Figura 16 - Quadra de cimento

Além da quadra e suas peculiaridades, o jogo do tênis Vale ressaltar que há diferença no peso e diâmetro
de campo requer alguns equipamentos apropriados. da bola dependendo da categoria, sendo: infantil, bola
A raquete deve ser leve e pesar entre 260 g e 340 vermelha (75% mais lenta que a amarela); bola interme-
g. Geralmente, é feita de fibra de vidro, um material diária - Estágio 2 (laranja - 50% mais lenta que a amare-
com maior durabilidade e que minimiza o efeito de la); bola intermediária - Estágio 1 (bola verde - 25% mais
vibração provocado pelo impacto com a bola. A ra- lenta que a amarela) e a categoria adulto, bola amarela.
quete é dividida em duas partes: aro ou cabeça e grip A modalidade possui seis golpes básicos (AMERI-
ou corpo, e deve medir, no máximo, 73,66 cm de com- CAN SPORT EDUCATION PROGRAM, 1999; ISHI-
primento com 31,75 cm de largura. ZAKI; CASTRO, 2006; GINCIENE, 2017; CONFEDE-
Além da raquete, outro material imprescindível RAÇÃO BRASILEIRA DE TÊNIS, [2018], on-line)4.
para a prática é a bola, que deve ser revestida por te- Subdivididos em golpes de fundo e de rede, denomina-
cido uniforme e sem costuras, na bola amarela, e pos- dos fundamentos de jogo, que são de suma importân-
suir um peso entre 56,0 g e 59,4 g. cia para se obter resultados satisfatórios. Sendo:

113


Golpes de fundo

São os golpes realizados no fundo da quadra, per- Forehand: a raquete é segurada com uma mão, e o
to da linha de base. Geralmente, marcam um a movimento é executado quando a palma da mão que
jogada mais agressiva. Os golpes de fundo são: segura a raquete está apontada para a bola no ato da
rebatida (Figura 17). Com isso, esse golpe é dado do
lado direito do destro e do lado esquerdo do canhoto.

Assista ao vídeo de Fo-


rehand. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
Figura 17 - Movimento Forehand

114
EDUCAÇÃO FÍSICA

Backhand: a raquete é segurada com uma ou com as Por meio destes movimentos, o jogador pode execu-
duas mãos e o movimento é o oposto do forehand, tar dos efeitos (GINCIENE, 2017):
sendo executado quando, “as costas” ou a parte de • Top spin: efeito que faz a bola girar de baixo
cima da mão que segura a raquete está apontada para cima, dando à bola a tendência de ganhar
para a bola no ato da rebatida (Figura 18). Com isso, velocidade, profundidade e altura.
esse golpe é dado do lado esquerdo do destro e do • Slice: mais utilizado com o golpe de forehand, dá
à bola um efeito contrário ao Top Spin, ou seja, a
lado direito do canhoto.
bola sai mais baixa, lenta e com rotação para trás.

Assista ao vídeo de
Backhand. Para acessar,
use seu leitor de QR Code.
Figura 18: Movimento Backhand

115


Golpes de rede

São os golpes realizados próximos à rede. Geral-


mente, buscam quebrar o ritmo de jogo, forçando o
ponto e/ou encurtando o tempo de reação do adver-
sário. Os golpes de rede são:

Assista ao vídeo de Golpes


de Rede. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.

Saque ou serviço: fundamento que marca o início


da disputa dos pontos e pode ser executado por
cima ou por baixo (Figura 19). Para executá-lo, o
jogador deve lançar a bola com uma das mãos e gol-
pear com a raquete antes que ela encoste o chão, é
o único golpe em que o jogador tem domínio sobre
sua execução e resultado (LONGHI et al., 2014).

Assista ao vídeo de Saque


ou serviço. Para acessar,
use seu leitor de QR Code.

Figura 19 - Movimento Saque

116
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 20 - Movimento Voleio

Voleio: como se fosse um bloqueio da bola de ataque


do seu adversário, neste fundamento, o jogador gol-
peia a bola do adversário antes de deixá-la quicar no
Assista ao vídeo de Voleio.
chão (Figura 20). A diferença do voleio para o smash é Para acessar, use seu lei-
que no voleio o contato com a bola ocorre nas laterais, tor de QR Code.
próximo ao tornozelo e ombro. Já no smash, o contato
é acima da cabeça, batendo de cima para baixo.

117


Figura 21 - Movimento Lob

Lob: fundamento que tem como objetivo fazer a


bola subir encobrindo o adversário antes de cair na
Assista ao vídeo de Lob.
quadra oposta, é utilizado quando o adversário está Para acessar, use seu lei-
fora de posição ou próximo à rede (Figura 21). tor de QR Code.

118
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 22 - Movimento Smash

Smash: também é realizado dentro da quadra perto


da rede, o movimento é semelhante a uma cortada do
Assista ao vídeo de Smash.
voleibol (Figura 22) e tem como objetivo anular o lob. Para acessar, use seu lei-
tor de QR Code.

119


SAIBA MAIS

A sequência dos quatro principais torneios do mundo do Tênis de campo são nomeados de Grand
Slam, sendo eles: o Open da Austrália, o torneio de Roland Garros, Wimbledon e o US Open. No Open
da Austrália e o US Open, as partidas são realizadas em piso de cimento/asfalto, Rolang Garros adota
o piso de saibro e Wimbledon o de grama.

Fonte: Jogando Tênis ([2017], on-line).

120
EDUCAÇÃO FÍSICA

Visualizadas as principais características do jogo, sets, sendo o vencedor aquele que fizer dois sets. Os
vamos para nosso último bloco de conteúdo do grandes torneios, geralmente, são decididos em me-
tópico, que se direciona para as regras básicas, lhor de 5 sets e podem perdurar por mais de três horas.
não para atuarmos como árbitros, mas para temos Set é o nome dado à divisão de uma partida de
aporte didático necessário à nossa futura interven- tênis de campo, composta por 6 games vencidos
ção neste campo de atuação. por um dos lados, com diferença mínima de 2 ga-
mes (por exemplo 6-4). Havendo empate em 5-5,
REGRAS BÁSICAS DO TÊNIS DE CAMPO o set continuará até 7 games (por exemplo um de-
sempate em 7-5). Se houver novo empate com 6-6
Em relação ao jogo propriamente dito, a partida se o jogo será decidido por tie break, que é o game de
inicia mediante o lançamento de uma moeda (cara desempate com sistema de pontos corridos, na qual
ou coroa), em que se decide qual jogador irá começar vence o jogador que acumular 7 pontos primeiro.
com o saque e quem vai escolher o lado da quadra. O primeiro jogador sacará no 1º 4º e 5º pontos. O
O sacador é quem dá início à partida, golpeando segundo jogador sacará no 2º, 3º, 6º e 7º pontos
a bola atrás da linha de base, lançando-a para quadra (ITF, [2018], on-line3; ISHIZAKI; CASTRO, 2012).
adversária por cima da rede em direção ao retângu- O game é a disputa dos pontos, sendo quatro no
lo de serviço do rebatedor (jogador que responde o total, mantendo-se o mesmo sacador até seu final. O
saque). Vale destacar que se o primeiro saque não primeiro recebe a contagem de 15, o segundo de 30,
atingir a área correta, será considerado falta, e se a o terceiro de 40 e o quarto completa o game; caso
bola bater na rede antes de ir para a área correta, essa ocorra empate em quarenta quarenta, disputam-se
ação será chamada de let; com isso o sacador repete mais dois pontos chamados de vantagem (ISHI-
a ação sem penalidade (AMERICAN SPORT EDU- ZAKI; CASTRO, 2012).
CATION PROGRAM, 1999). No que se refere à contagem de pontos, Brown
O jogo se inicia com o saque no lado direito (2000) aponta que, em uma partida amistosa ou em
da marca central, que deve ser enviado em dia- uma partida de categoria juvenis, os jogadores são
gonal para o lado oposto de onde está sacando. responsáveis pela contagem e em comunicar quando
O segundo saque deve ser realizado pelo lado a bola do adversário quicar dentro ou fora da quadra.
esquerdo e ir alternando até completar o game. Perde pontos quando sacar na rede ou fora da
Após o saque, a bola deve ser golpeada por cima zona de saque do adversário, nas duas tentativas;
da rede para a quadra adversária com o propósito deixar a bola quicar por duas vezes seguidas na sua
do jogador oposto não conseguir devolver, se isso metade da quadra; devolver a bola na rede; e de-
ocorrer, marca-se o ponto. volver a bola fora dos limites determinados pelas
De acordo com as regras estabelecidas pela Inter- linhas da quadra adversária. Ganha pontos quando
national Tennis Federation (ITF, [2018], on-line)3, o sua bola de saque ou golpe não for devolvida pelo
tênis de campo é disputado em pontos, games e sets. adversário e quando o adversário cometer qualquer
Uma partida é, geralmente, decidida em melhor de 3 das falhas listadas no item anterior.

121


TÊNIS DE MESA
Agora, vamos conhecer o esporte que ganhou o ape-
lido “ping-pong” devido ao barulho da bola ao longo
da partida. Mas fique atento(a)! Essa nomenclatura
só cabe no contexto recreativo, em seu viés esporti-
vo, este esporte de raquete é nomeado tênis de mesa.

122
EDUCAÇÃO FÍSICA

ASPECTOS HISTÓRICOS DO TÊNIS DE MESA e pela fundação da Confederação Brasileira de Des-


porto (CBD) no ano de 1942.
O tênis de mesa é um esporte de origem inglesa, Nas grandes competições da modalidade, o Bra-
criado no Século XVIII como adaptação do tênis sil se destaca entre os países da América do Sul e
de campo para o ambiente fechado, devido ao clima da América Latina. Nosso maior destaque é o atleta
frio do inverno inglês ou as altas temperaturas da Hugo Hoyama, que possui 10 medalhas, sendo sete
índia na época da ocupação por soldados britânicos de ouro em jogos Pan-americanos.
(DEPRÁ, 2011). Nos dias de hoje, o tênis de mesa é um dos espor-
De acordo com a Sociedade Social da Indústria tes mais praticados no mundo, em especial na sua
(SESI, 2012), em sua origem o tênis de mesa era pra- forma recreativa. Os principais destaques no contex-
ticado em salões fechados, utilizando-se de uma mesa to esportivo são os atletas chineses, que trouxeram à
de jantar, dividida ao meio por uma corda, ou sob ár- modalidade fortes traços de atenção, concentração,
vores para minimizar o calor dos campos de ocupa- velocidade e precisão nas técnicas e movimentos.
ção. Nessa nova modalidade, os jogadores se enfren- Apresentado o processo histórico do tênis de
tavam sob regras semelhantes ao do tênis de campo. mesa, vamos, agora, compreender as principais ca-
Desde esse período, o esporte passou por aper- racterísticas da modalidade, destacando os aspectos
feiçoamentos e pela constituição de regras e téc- gerais do jogo e dos jogadores.
nicas. Seus recursos materiais oficiais (raquete e
bolinha) foram trazidos dos Estados Unidos para PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO JOGO
Inglaterra pelo ex-maratonista James Gibb. A em- DO TÊNIS DE MESA
presa americana, responsável pela a construção
deste material, patenteou o produto sob o nome de Quando falamos em tênis de mesa, nos vem à mente
“Ping Pong”, devido a isso a prática passou a utilizar o “Ping Pong”, a prática mais popular e recreativa
o nome tênis de mesa (SESI, 2012). da modalidade, com regras variadas, mas que tem
No ano de 1926, foi criada a Federação Interna- como principal característica, assim como as outras
cional de Tênis de Mesa, em Berlim – Alemanha, e o modalidades com rede divisória, passar a bola de
reconhecimento do esporte como modalidade olím- um lado para o outro da mesa, sem dar chance que o
pica se deu em 1977, tendo sua primeira participa- adversário a defenda.
ção nos Jogos Olímpicos de Seul (1988). Em seu viés esportivo, o tênis de mesa assume
No Brasil, a prática foi introduzida em 1905, como característica ser um jogo de ataque e contra-
nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, princi- -ataque, com tempos curtos para os pontos e para
palmente no formato recreativo em clubes e associa- as pausas entre um ponto e o próximo saque (de
ções. De acordo com a Confederação Brasileira de oito a dez segundos). Devido a isso, essa modali-
Tênis de Mesa (CBTM, [2018] on-line)4, foi em 1912 dade não é marcada por regras complicadas, mas
que as atividades da modalidade começaram a ser sim pela necessidade de preparação técnica, aten-
desenvolvidas de modo organizado e a oficialização ção e domínio psicológico, apresentando algumas
da modalidade se deu a partir da tradução das regras variantes clássicas (SESI, 2012):

123


Tempo de reação: variante menos treinável, está re-


1 lacionada a uma condicionante individual, mas por
meio de treinos e repetições, é possível aprimorar.

Antecipação: um dos pontos principais do tênis de

2 mesa. Provém da experiência, é uma forma de ante-


cipar o que o adversário fará na jogada, traçando es-
tratégia de ataque, contra-ataque e/ou defesa.

Rapidez: combinação de velocidade de racio-

3 cínio e explosão muscular. Pode ser treinado


uma vez que resulta da distribuição do peso e
força no corpo.

4 Concentração: um dos elementos principais do


jogo. É preciso ter foco na bolinha e movimentos.

Precisão: fundamento indispensável para a

5 finalização das jogadas e para as respostas de


ataque e contra-ataque.

Equilíbrio emocional: está relacionado ao

6 clima de competição e a fatores psicológicos,


como motivação, percepção de competência
e níveis de ansiedade.

Capacidade de coordenação: equilibrar todos os fa-

7 tores aos movimentos corporais. Faz referência à ca-


pacidade do jogador organizar os movimentos.

124
EDUCAÇÃO FÍSICA

Essas variantes são aplicadas ao longo das partidas, que cm de altura. Precisa ser de cor escura e ter sua
podem ser disputada entre duas pessoas (jogo simples parte superior a cor branca.
- 1v1) ou entre quatro pessoas (jogo de dupla - 2v2). A bola deve ser feita de celuloide ou plástico
Todas as partidas, seja do “ping pong” (viés re- similar, na cor branca ou laranja, pesar 2,7 g e ter
creativo da modalidade) seja do tênis de mesa, são 40 mm de diâmetro. Já em relação à raquete (Figu-
realizadas em um mesa retangular (Figura 23) com ra 24), a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa
2,74 m de comprimento, 1,525 mm de largura e (CBTM, [2018] on-line)4 aponta que ela pode ser
com 76 cm de altura, tendo uma linha branca de 2 feita de qualquer tamanho, forma ou peso, mas pre-
cm em toda sua volta. Em jogos de dupla, há uma cisa conter 85% de madeira natural. O lado usado
linha branca de 3 mm que divide a mesa em duas para bater na bola deve ser coberto com borracha,
partes, no sentido de comprimento. Vale ressaltar tendo uma espessura máxima de 2 mm. O lado não
que a cor da mesa deve ser escura e fosca para via- usado para bater na bola deve ser manchado de cor
bilizar um pique padrão a bola. diferente da borracha e só deve ser vermelho vivo ou
Em relação à rede, ela deve se estender 15,25 preto. A raquete tem que ter duas cores diferentes,
cm além das bordas laterais da mesa e ter 15,25 que, geralmente, são o preto e o vermelho vivo.

Figura 23 - Mesa oficial do Tênis de Mesa

125


Além das características físicas, psicológica e mate-


riais, o jogo do tênis de mesa também é marcado pela
empunhadura (grip) adotada pelo jogador ao longo
da partida e pelos seus principais movimentos.
A empunhadura mais conhecida e utilizada é a
empunhadura clássica (Shakehand) (Figura 25), na
qual o jogador pega a raquete como em um aperto
de mãos, com o indicador aberto sobre a borracha.
Nesta empunhadura, o golpe de backhand é poten-
cializado (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012).
Figura 24 - Raquete e bolinha utilizada para a prática do tênis de mesa A segunda mais utilizada é a empunhadura ca-
neta (Penholder) (Figura 26), na qual o jogador se-
gura a raquete de modo similar a como se empunha
uma caneta. Nesta empunhadura, é comum que o
jogador utilize apenas um lado da raquete para gol-
pear a bola, e a força e velocidade dos golpes são fa-
vorecidos (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012).
A terceira empunhadura é a classineta, uma
evolução, criada pelos chineses, para a empunha-
dura caneta. Nessa empunhadura, o polegar fica
apoiado em um lado da raquete, e do outro lado
os dedos mínimo, médio e indicador, com isso se
Figura 25 - Shakehand ganha liberdade de movimento, uma vez que é pos-
sível golpear a bola com os dois lados da raquete
(DEPRÁ, 2011; SESI, 2012).
Já em relação aos movimentos, muitos são
provenientes do tênis de campo, como o saque,
forehand, backhand, smash, slice/backspin e tops-
pin. Para além destes, o tênis de mesa conta com
o movimento de bloqueio e slidespin. No tênis de
mesa, o forehand é o golpe mais comum, realizado
com a palma da mão voltada para frente (para a
bola), podendo ser realizado à frente ou ao lado
do corpo. Utilizado quando a bola é lançada
para o lado direito (DEPRÁ, 2011; SESI, 2012;
Figura 26 - Penholder GINCIENE; DEPRÁ, 2017).

126
EDUCAÇÃO FÍSICA

REGRAS BÁSICAS DO TÊNIS DE MESA

O backhand é feito ao lado do corpo com as costas Em relação ao jogo (DEPRÁ, 2011; CBTM, [2018]
da mão virada para a bola. É utilizado quando a bola on-line4; SESI, 2012), ele deve ser composto de qual-
é lançada para o lado esquerdo do jogador (DEPRÁ, quer número de sets ímpares, por exemplo, em uma
2011; SESI, 2012; GINCIENE; DEPRÁ, 2017). partida de três sets, ganha a partida quem conquis-
O Smash, assim como no tênis de campo, é o tar dois destes. Cada set é constituído de 11 pontos,
movimento de cortada, realizado de cima para baixo. caso ocorra empate com 10 pontos, vence quem
O Slice/backspin é um golpe defensivo, no qual o conta- fizer dois pontos consecutivos primeiro.
to com a bola é feito de cima para baixo, tirando a velo- A partida se inicia mediante o sorteio da ficha
cidade do golpe adversário. O Topspin é igual o movi- (duas cores), em que se decide qual jogador irá come-
mento do tênis de campo, fazendo a bola girar de baixo çar com o saque e quem vai escolher o lado da mesa.
para cima (SESI, 2012; GINCIENE; DEPRÁ, 2017). O atleta que atuar no 1o set de um lado é obrigada
Para além desses golpes, como apontado ante- a atuar no lado contrário no set seguinte. No caso
riormente, o tênis de mesa conta com o movimento de partidas com necessidade de desempate, deve-se
de bloqueio, uma jogada defensiva utilizada para mudar o lado da mesa quando atingir cinco pontos.
tentar neutralizar o ataque adversário. E o slidespin,
que é o efeito topspin, realizado para direita ou es-
querda, ou seja, ora de dentro para fora da raquete,
ora de fora para dentro, exigindo grande precisão
Assista ao vídeo de Regras
do jogador (SESI, 2012).
básicas do Tênis de mesa.
Apresentadas as principais características da Para acessar, use seu lei-
modalidade, suas empunhaduras e movimentos, tor de QR Code.
vamos, no próximo tópico, debater sobre as regras
básicas do tênis de mesa.

REFLITA

A prática competitiva do tênis de mesa não requer um biótipo específico. Há atletas com 1,50 m e outros
com quase 2,00 m. Mas, será que o tipo físico dos atletas não influencia diretamente nos resultados
obtidos na partida?

127


O set é iniciado com o saque. Para isso, o jogador


precisa lançar a bola, atrás da linha de fundo, para
cima (16 cm no mínimo) e, na descida, deve ser
Assista ao vídeo de Regras
batida, de modo a bater primeiro no campo do
básicas do Tênis de mesa.
Para acessar, use seu lei- sacador, passando a rede sem tocá-la para então
tor de QR Code. tocar no campo do recebedor. Cada jogador tem
direito a realizar dois saques consecutivos, depois
deste número, os saques devem ser realizados de
modo alternado, até um dos jogadores atinja onze
pontos. Caso o placar seja de 10 a 10, o saque segue
a mesma sequência, mas o jogador só tem direito a
um saque, até o final do jogo.
O ponto é marcado quando ocorrer falha na re-
Assista ao vídeo de Regras
alização do saque ou em sua recepção pelo oponen-
básicas do Tênis de mesa.
Para acessar, use seu lei- te; quando a bola toca em algo que não seja a rede
tor de QR Code. e seus acessórios antes de chegar ao oponente; se a
bola passar da metade da mesa ou atrás da linha de
fundo sem tocar o campo; se o oponente bater duas
vezes na bola ou com o lado da raquete que não res-
peite as regras oficiais da modalidade (bater com o
lado de madeira); se a mão livre do oponente tocar
a superfície do jogo; quando houver movimento da
mesa de jogo e se o oponente obstruir a bola.
A obstrução da bola pode ser gerada quando
o saque “queimar” a rede; o adversário não estiver
preparado para receber a bola; ocorrer erro na or-
dem do saque e quando condições de jogo forem
perturbadas (SESI, 2012).
Por fim, ressalta-se que no jogo de duplas, se-
guem-se as mesmas regras, mas o saque deve ser al-
ternado entre os jogadores (dois saques para cada) e
ser executado na diagonal (do lado direito da mesa
até o outro lado direito), sempre para o mesmo re-
ceptor da equipe adversária. Em situação de defesa,
cada atleta pode bater uma vez na bola.

128
EDUCAÇÃO FÍSICA

ESPORTES COM REDE


DIVISÓRIA NA ESCOLA

129


A Educação Física escolar é marcada pelo ensi- apresentam um trabalho sistematizado no contexto
no dos esportes tradicionais conhecidos popular- escolar, atentando-se para os interesses e necessida-
mente como “quarteto fantástico”, ou seja, fute- des do grupo, uma vez que o trabalho com os ele-
bol, basquetebol, handebol e voleibol. Entretanto, mentos da cultura corporal de movimento assumem
ressalta-se que há a necessidade de romper com uma importância na formação do sujeito.
essa proposta, explorando outras possibilidades Dentre as possibilidades, temos os esportes com
da prática corporal, advindas da cultura corporal rede divisória, que debatemos ao longo desta uni-
de movimento (BETTI, 2009). dade. Ao levá-los ao contexto escolar, é preciso nos
Uma das possibilidades pode ser o incentivo de atentar para alguns elementos durante o planeja-
vivências dos esportes não tão frequentes ou que não mento de ensino escolar (Quadro 3).

Quadro 3 - Sistematização do trabalho com esportes com rede divisória

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA DESENVOLVIMENTO DA AULA

Valorizar a participação e a integração de Intervir para que não ocorra discriminação de participação,
todos. não permitindo que ninguém fique de fora da aula.

Viabilizar que todos os alunos joguem ao mes- Organizar a aula de forma que todos os alunos se envolvam
mo tempo. na maioria das atividades propostas.

Organizar grupos com o nível de desempenho Buscar o equilíbrio entre os grupos de forma a favorecer o
motor semelhante. interesse e a motivação para com a atividade proposta.

Estruturar o tempo das atividades de acordo Acompanhar o nível de motivação dos alunos e suas capacida-
com questões físicas e motivacionais. des físicas, pensando em atividades de curta e média duração.

Organizar grupos mistos. Incentivar que meninos e meninas joguem juntos.

Proporcionar que, ao longo das aulas, sejam construídos


Construir materiais alternativos. materiais alternativos para serem utilizados nas vivências das
modalidades.

Adaptar as dimensões para as práticas das Possibilitar a adaptação dos espaços da quadra, flexibilizando
modalidades. as dimensões oficiais da quadra e da rede.

130
EDUCAÇÃO FÍSICA

Aproveitar o que os alunos sabem sobre a modalidade para


Resgatar os conhecimentos prévios dos alunos.
incorporar e aprofundar.

Refletir junto aos alunos quais são os movimentos necessários


Indagar os alunos sobre os conceitos técnicos
e quais as ações devem ser pensadas para alcançar os objeti-
e táticos da modalidade.
vos do jogo.

Proporcionar que os alunos busquem, junto aos sites das


Indagar os alunos sobre as regras das modali-
confederações das modalidades, suas regras oficiais de modo
dades.
a compreendê-las enquanto praticante e expectador.

Proporcionar que o ensino das modalidades que requerem


implementos (raquete), nas primeiras aulas, seja realizado
Iniciar as práticas do simples para o complexo. sem o material. Ao longo do processo, implementar o uso da
raquete e ampliar os níveis de dificuldade das tarefas, intervin-
do sempre que necessário (mesmo durante o jogo).

Usar, nas primeiras aulas, bolas/petecas e/ou raquetes mais


Utilizar materiais mais leves. leves que as oficiais, para contribuir com o processo de ensino
e aprendizagem.

Fonte: adaptado de González, Darido e Oliveira (2017).

Além das possibilidades apresentadas no quadro,


outro elemento importante e que deve ser levado
em consideração no contexto escolar é a realização
de festivais e/ou eventos culminantes ao término
de cada modalidade, de modo proporcionar a vi-
vência em situações mais próximas do jogo formal,
viabilizando uma experiência esportiva.
Para a realização dos festivais/eventos, é impor-
tante proporcionar aos alunos autonomia no que se
refere à organização, viabilizando que sejam, além
de atletas, também capitão, técnico, observador, ár-
bitro, secretário, gandulas e assessor de imprensa.

131
considerações finais

Chegamos ao fim desta unidade sobre os esportes com rede divisória. Esperamos que, ao
longo das unidades, você tenha compreendido as características de cada uma das modali-
dades trabalhadas, bem como suas aproximações.
No Tópico 1, trabalhamos com os conteúdos e saberes relacionados à peteca. Uma mo-
dalidade de origem brasileira e com fortes traços recreativos que, aos poucos, foram se
ajustando, por meio de regras e táticas, ao contexto desportivo.
Já no Tópico 2, conhecemos o badminton. Um esporte, de origem Indiana e regula-
mentado pelos britânicos que faz uso da peteca e raquetes para o desenvolvimento de sua
prática, dando ao jogo a marca de um esporte plástico e dinâmico.
No Tópico 3, discutimos as principais características do tênis de campo. Esporte prove-
niente dos países nórdicos e que assume diferentes características de jogo, de acordo com o
tipo de quadra em que é praticado.
No Tópico 4, abordamos o tênis de mesa, um esporte que surgiu da necessidade de
adaptar o tênis de campo para locais fechados e que tem sua prática fortemente atrelada
ao viés recreativo (Ping-Pong), mas no contexto esportivo/competitivo vêm assumindo a
característica de uma modalidade extremamente técnica, que demanda precisão, rapidez e
concentração de seus praticantes.
No Tópico 5, vimos que para desenvolver o trabalho com a cultura corporal de movi-
mento, no caso dessa unidade com os esportes com rede divisória, é preciso pautar-se em
conhecimentos históricos, culturais e sociais, proporcionando um ensino condizente ao ob-
jetivo do participante (aluno, atleta, cliente). As vivências com a modalidade precisam partir
dos conhecimentos prévios dos sujeitos e primar pela experimentação. Por fim, a partir
dessa base e dos conteúdos abordados, esperamos que você construa novas formas de jogar
e não deixe de experimentar e ensinar essas modalidades em sua trajetória profissional!

132
atividades de estudo

1. A peteca é uma prática corporal de origem bra- comuns a todos os esportes de quadra fechada.
sileira, criada como uma atividade recreativa Considerando os diferentes tipos de movimenta-
pelos povos indígenas e que, atualmente, tem ções demandados ao jogar badminton, assinale
sua estrutura e organização como modalidade a afirmativa correta.
esportiva. Os jogadores podem utilizar qualquer a) Ao jogar badminton, um dos artifícios que
uma das mãos para bater na peteca e o objetivo pode ser utilizado é o Lob, o qual se carac-
do jogo é fazer com que a peteca passe sobre a teriza por ser um golpe feito de baixo para
rede e caia no espaço adversário. Considerando cima, direcionando a peteca para o fundo
os aspectos apresentados nesta unidade e as re- da quadra.
gras que normatizam o esporte peteca, assinale b) O Drive é um golpe feito por cima da cabe-
a afirmativa correta. ça, direcionando a peteca para o alto e para
a) A peteca é posta em jogo por meio de um o fundo da quadra, é um movimento bas-
saque, no qual o jogador golpeia com a tante utilizado na modalidade badminton.
mão a peteca para que passe por cima da c) Um golpe que é utilizado ao jogar badmin-
rede, podendo esta ser jogada para o ou- ton e que se caracteriza por ser feito de
tro lado com até dois toques. cima para baixo ou de baixo para cima, di-
b) Durante o jogo da modalidade peteca, uti- recionando a peteca para a parte anterior
liza-se o sistema de vantagens para con- da quadra, próxima à rede, é o Smash.
tagem de pontos. Chega ao fim do set a d) Clear é um Golpe feito por cima da cabeça,
equipe que alcançar 12 pontos ou após 20 quando a peteca estiver em frente à
minutos de jogo. cabeça, direcionando-a para baixo. É uma
c) Durante um jogo de peteca oficial, o tem- jogada bastante agressiva e muito utilizada
po não é considerado um condicionante no badminton.
da disputa, sendo vencedor a equipe que e) Um movimento que pode ser evidenciado
ganhar dois sets primeiro. no jogo do badminton e que se caracteriza
d) A equipe consegue o ponto quando não por ser um golpe feito à frente do corpo e
deixa a peteca cair em seu campo, mesmo na altura do ombro, direcionando a peteca
tocando na rede, ou quando o adversário para o fundo de quadra, é o Net-Shots.
não consegue rebate-la, ou se consegue,
não a devolve nos limites do adversário. 3. O tênis de campo é um esporte com rede di-
visória, originário dos países do Reino Unido e
e) A quadra do esporte peteca deve apresen- que a cada ano conquista novos adeptos (pra-
tar dimensões de 15,0 m x 7,5 m em jogos
ticantes e/ou espectadores), devido a suas téc-
simples (1x1), não havendo diferença em
nicas e características apresentadas durante
suas dimensões nos jogos femininos ou
o jogo. Considerando os tipos de quadra e os
masculinos.
fundamentos técnicos da modalidade tênis de
2. O esporte badminton exige peculiaridades fí- campo, analise as afirmações:
sicas e mentais. Nessa modalidade esportiva, I - O tênis de campo pode ser praticado em
você encontrará a competitividade do voleibol, quadras de cimento, saibro e grama, sen-
as exigências musculares e psicológicas do tênis do os jogos na quadra de grama os com
de mesa, a concentração do tênis de campo e o jogadas mais lentas, devido à resistência
domínio apurado de movimentações e rotações exercida pela relva na bola.

133
atividades de estudo

II - Dentre os fundamentos técnicos do tênis o jogador precisa estar atento ao longo


de campo, destaca-se os golpes de fundo, da partida, uma vez que o tênis de mesa,
os quais são marcados por jogadas com dentre os esportes com rede divisória, é
maior agressividade, como os golpes de o que apresenta regras mais complicadas.
Forehand e Backhand.
III - O tênis de mesa apresenta três empunha-
III - Os golpes de rede são conhecidos como duras: a clássica ou Shakehand; caneta ou
técnicas que visam quebrar o ritmo do Penholder; e a classineta, empunhadura
jogo encurtando o tempo de reação do criada pelos chineses, que permite, ao
adversário. Dentre os golpes de rede, te- longo da partida, que o jogador golpeie a
mos Smash, golpe que se assemelha a bola com os dois lados da raquete.
cordada do voleibol.
IV - Os golpes do tênis de mesa são exatamen-
É correto o que se afirma em: te os mesmos que os do tênis de campo,
sendo saque, forehand, backhand, smash,
a) I, apenas.
slice/backspin e topspin.
b) II, apenas.
As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente:
c) I e II, apenas.
a) V, F, F, F.
d) II e III, apenas.
b) V, V, F, F.
e) I, II e III.
c) V, F, V, F.
4. Deprá (2011) aponta que o tênis de mesa surgiu d) F, V, V, V.
como uma adaptação do tênis de campo para
e) V, F, V, V.
locais fechados, devido às situações climáticas.
Mesmo com suas aproximações técnicas e táti- 5. O esporte, por ser um fenômeno culturalmente
cas com o esporte tênis de campo, a modalidade enraizado em nossa sociedade, apresenta-se
apresenta suas especificidades. Com base nos como uma das manifestações da Cultura Cor-
conteúdos trabalhados sobre o tênis de mesa, poral de Movimento que precisa ser vivenciada
avalie as afirmações a seguir como V para verda- nas aulas de Educação Física escolar. Por isso,
deiras e F para falsas: faz-se importante que nós, professores de Edu-
I - O termo “ping pong” se destina à práti- cação Física, sejamos responsáveis por ofere-
ca recreativa da modalidade, enquanto o cer aos alunos condições de entender e refletir
nome tênis de mesa faz referência ao ter- sobre o esporte e suas possibilidades. Nesse
mo competitivo, aderido após uma empre- sentido, a partir das discussões e possibilida-
sa americana patentear sob a marca “ping des apresentadas nesta unidade, quais cuida-
pong” os equipamentos da modalidade.
dos didáticos devem ser considerados para o
II - Além da necessidade de preparação téc- desenvolvimento das aulas dos esportes com
nica, de atenção e domínio psicológico, rede divisória na escola?

134
LEITURA
COMPLEMENTAR

PÁDEL
O pádel é uma modalidade esportiva de raquete da fa- Materiais e espaço de jogo
mília dos esportes com rede e parede de rebote. Esse O pádel é disputado em uma quadra retangular de 10
esporte é jogado somente em duplas que ficam dispos- m de largura e 20 m de comprimento, dividida em sua
tas em uma quadra dividida ao meio por uma rede, mas metade por uma rede com 88 cm de altura no centro. A 7
com paredes ao fundo e parte das laterais que podem m da rede e paralela a ela é marcada uma linha denomi-
ser utilizadas para a reposição da bola em jogo. nada linha de serviço ou saque. Paralela à lateral da qua-
dra e ao centro desta, é marcada uma linha que liga as
Histórico duas linhas de 7 m de distância da rede e divide a quadra
O pádel surgiu, primeiramente, dentro de navios ingle- em metades esquerda e direita. O espaço delimitado por
ses, por volta de 1890, como uma forma de adaptação do essas linhas e a rede corresponde à área de recepção do
jogo de tênis, que era muito praticado. Em 1924, o pádel saque e forma dois retângulos de 5 m de largura por 7
passou a ser praticado em terra a partir da improvisação m de comprimento. Entre a linha de fundo e a linha de
de quadra executadas pelo norte-americano Frank Beal, saque, fica situada a área de saque constituída por dois
em Nova Iorque. Nesse período, o pádel era conhecido retângulos de 3 m de comprimento por 5 m de largura,
como pádel tênis. Em 1969, Enrique Corcuera levou o pá- tanto para a direita quanto para a esquerda.
del para o México e definiu as dimensões da quadra e As paredes de fundo possuem 3 m de altura e acima de-
as regras oficiais para o esporte. Afonso de Hohenlohen, las um alambrado de 1 m de altura. As paredes laterais
príncipe espanhol, levou o pádel para a Europa, inician- e alambrados laterais podem possuir dimensões dife-
do sua difusão lá. Atualmente, o pádel é regulamentado renciadas de quadra para quadra. As paredes de fundo
pela Internacional Padel Federation (FIP, 2017), a qual pos- e laterais podem ser feitas de alvenaria ou de vidro ou
sui 33 países associados. blindex que permite uma melhor visualização do jogo. De
O pádel chegou à América do Sul, primeiramente nos pa- cada lado da rede existe, também, obrigatoriamente, um
íses de língua espanhola devido à influência do México e vão de saída, sem nenhum tipo de porta constituído por
Espanha. No Brasil o pádel chegou em 1988, trazido por 1,90 m de altura e 90 cm de largura.
uruguaios e argentinos, tendo grande difusão no Estado Quanto aos materiais, utiliza-se uma bola de tênis para
do Rio Grande do Sul, com a construção de quadras nas a disputa das partidas e uma raquete com 45,5 cm de
cidades de Jaraguão e Livramento, expandido-se a par- comprimento por 26 cm de largura e 50 mm de espes-
tir de 1991 para outros locais. Em 1992, foi fundada a sura que, necessariamente, deve possuir um cordão de
primeira Federação de Pádel no Brasil no Estado do Rio segurança de uso obrigatório pelo jogador.
Grande do Sul, permitindo, então, sua difusão por outros
estados brasileiros em especial Santa Catarina, Paraná,
São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

135
LEITURA
COMPLEMENTAR

O jogo e o sistema de pontuação


Segundo a Federação Gaúcha de Pádel (2017), o siste-
ma de pontuação é igual ao do tênis de campo. As par-
tidas são disputadas em melhor de 3 ou 5 sets, sendo
que cada set possui 6 games e cada game 4 pontos con-
tados por 15, 30, 40 e game. São necessários dois pon-
tos de vantagem para se vencer um game, assim como
também são necessários dois games de vantagem para
se vencer um set. Se ocorrer empate nos games em 6X6,
pode ser disputado um tie-break com contagem igual
ao do tênis, ou seja, contagem numérica crescente de 0
até 7, vencendo quem chegar a 7 pontos primeiro com
dois pontos de vantagem.
Quanto ao jogo, este se inicia com o saque que deve ser
executado abaixo da linha da cintura e de forma cruza-
da. O jogador possui duas chances de acertar o saque
que não pode ser respondido por voleio pela equipe
adversária, ou seja, antes que a bola quique no solo.
Durante a disputa do ponto permite-se que a bola to-
que nas paredes laterais e de fundo e seja recolocada
em jogo, desde que ela não quique duas vezes no solo.

Fonte: adaptado de Copelli (2010).

136
material complementar

Indicação para Ler

Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote


Fernando Jaime Gonzáles; Suraya Cristina Darido; Amauri Aparecido Bássoli de Oli-
veira (Org)
Editora: Eduem
Sinopse: o livro faz parte da coleção Práticas Corporais e a Organização do Co-
nhecimento, do Ministério do Esporte, por intermédio da Secretária Nacional de
Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social - SNELIS. A coleção busca dar suporte
pedagógico aos professores de Educação Física, contribuindo na organização das
aulas, por meio de planos de aula estruturados sob os direcionamentos do espor-
te educacional.

Indicação para Acessar

Para ter conhecimento de todas as regras oficiais do Badminton, você pode


acessar ao site da CBBd. Disponível em: <http://www.badminton.org.br/regras>.
Acesso em: 11 set. 2018.

Conheça as regras completas do Tênis de Campo que são muito mais específicas
e podem ser encontradas na CBTM, disponível em: <http://www.cbt-tenis.com.
br>. Acesso em: 11 set. 2018.

As regras completas do Tênis de Mesa são muito mais específicas e podem ser
encontradas na CBTM. Disponível em: <http://www.cbtm.org.br>. Acesso em: 11
set. 2018.

A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa disponibiliza um Guia Prático, com


informações sobre as principais competições da modalidade, além de questões
históricas e as regras. Disponível em: <http://www.cbtm.org.br/Data/Sites/1/me-
dia/guia-tm_rev-10-1-2017.pdf>. Acesso em: 11 set. 2018.

137
referências

AMERICAN SPORT EDUCATION PROGRAM. A. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divi-
Ensinando tênis para jovens. São Paulo: Manole, sória ou muro/parede de rebote: badminton, peteca,
1999. tênis de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2.
BETTI, M. Educação física escolar: ensino e pesqui- ed. Maringá: Eduem, 2017. (Volume 2).
sa-ação. Rio Grande do Sul: Unijuí, 2009. GINCIENE, G.; DEPRÁ, P. P. Tênis de Mesa. In:
BROWN, J. Tênis: etapas para o Sucesso. São Paulo: GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A.
Manole, 2000. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divisória
CARTA, G; MARCHER, R. O tênis no Brasil: de ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis
Maria Esther Bueno a Gustavo Kuerten. São Paulo: de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed.
Códex, 2004. Maringá: Eduem, 2017. (Volume 2).
COPELLI, V. N. Introdução dos esportes de raquete GINCIENE, G.; GONZÁLEZ, F. J. Peteca. In: GON-
nas aulas de Educação Física Escolar: uma visão se- ZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B.
gundo a cultura corporal de movimento. Monografia (Org.). Esportes de marca e com rede divisória ou
(Graduação em Educação Física) - Universidade Es- muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis de
tadual de Campinas, Campinas, 2010. campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed. Ma-
DEPRÁ, P. P. Tênis de Mesa. In: OLIVEIRA, A. A. B. ringá: Eduem, 2017. (Volume 2).
et al. Ensinando e aprendendo esportes no Progra- GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A.
ma Segundo Tempo. Maringá: Eduem, 2011. A. B. (Org.). Esportes de marca e com rede divisória
BARATA e simples, a peteca proporciona competição ou muro/parede de rebote: badminton, peteca, tênis
e lazer. 11 out. 2013. Divirta-se mais. Disponível em: de campo, tênis de mesa, voleibol, atletismo. 2. ed.
<http://df.divirtasemais.com.br/app/noticia/progra- Maringá: Eduem, 2017. (Volume 2).
me-se/2013/10/11/noticia_programese,144661/ba- ISHIZAKI, M. T.; CASTRO, M. Tênis: Aprendiza-
rata-e-simples-a-peteca-proporciona-competicao-e- gem e Treinamento. São Paulo: Phorte, 2012.
-lazer.shtml>. Acesso em: 18 set. 2018. JOGANDO tênis. História dos Gran Slam. Disponí-
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Acesso em: 18 set. 2018. LONGHI, A. et al. Biomecânica do saque no tênis
GINCIENE, G. Tênis de Campo. In: GONZÁLEZ, de campo: “estado da arte” e tendência dos estudos.
F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, A. A. B. (Org.). Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 22, n.
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GINCIENE, G.; ABURACHID, L. M. C. Badminton. ca&oldid=53020858>. Acesso em: 30 ago. 2018.
In: GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; OLIVEIRA, SESI. Serviço Social da Industria. Tênis, tênis de

138
referências

mesa & badminton. Serviço Social da Industria – REFERÊNCIA ON-LINE


São Paulo: Sesi-SP Editora, 2012.
TRAVASSOS, R. A. Produção do conhecimento so- 1
Em: <http://www.cbpeteca.org.br/>. Acesso em: 10
bre tênis na Educação Física Escolar. Monografia set. 2018.
(Especialização em Educação Física Escolar) - Uni- 2
Em: <http://www.badminton.org.br/>. Acesso em:
versidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 11 set. 2018.
2015. 3
Em: <http://www.itftennis.com/home.aspx>. Aces-
WEINBERG, R. S. GOULD, D. Fundamentos da psi- so em: 11 set. 2018.
cologia do esporte e do exercício. 4. ed. Rio Grande 4
Em: <http://www.cbtm.org.br/111guia-do-t%-
do Sul: Artmed, 2001. (Volume 2). C3%AAnis-de-mesa.aspx>. Acesso em: 11 set. 2018.

gabarito

1. B.
2. A.
3. D.
4. C.
5. Nessa questão, é importante discorrer a partir dos indicativos apresentados
no Quadro 3, destacando:
• A importância da integração e participação de todos alunos/atletas.
• Organização de grupos mistos com níveis de habilidades motoras seme-
lhantes.
• Levar em consideração questões físicas e motivacionais para a prepara-
ção das atividades.
• Adaptar os materiais e dimensões da quadra, partindo de questões mais
simples para as mais complexas.
• Verificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre as regras, conceitos
técnicos e táticos.

139
ESPORTES DE INVASÃO: RUGBY

Professora Esp. Joicy Ligia de Andrade

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Conhecendo a história do Rugby
• O que é o Rugby?
• Variações do Rugby
• Modelos de exercícios de iniciação no ensino do Rugby

Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer o contexto de origem do Rugby e sua inserção
no Brasil.
• Conhecer as principais características do Rugby, assim
como as regras e fundamentos necessários para sua
prática.
• Identificar as principais variações do Rugby.
• Analisar as possibilidades de ensino e aprendizagem na
iniciação do Rugby.
unidade

III
INTRODUÇÃO

O
lá, aluno(a), seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, teremos a
oportunidade de nos familiarizar com o Rugby, um esporte
de invasão e contato físico que teve suas origens nas escolas
Inglesas, chegando anos mais tarde em território brasileiro.
Apesar de não ser tão popular no Brasil, é um dos esportes mais pratica-
dos em países, como a Inglaterra, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália,
França e também na Argentina.
Nesta unidade, optamos por trabalhar com o Rugby Sevens, esporte
que surgiu como variação do Rugby XV (ou Union), modalidade originá-
ria. O Rugby Sevens ganhou espaço e se popularizou mundialmente, pro-
porcionando competições oficiais para o público masculino e feminino.
Esta modalidade conseguiu consolidar seu espaço, ganhando o direito de
ser oficialmente inserida como modalidade olímpica nos Jogos Olímpi-
cos, em 2016, no Rio de Janeiro.
O Rugby é um conhecimento historicamente produzido pela humanida-
de e enquanto esporte deve ser praticado de modo que promova a aprendi-
zagem do aluno/atleta e a reflexão acerca do contexto e das situações da vida
real. Pensando na iniciação e no esporte escolar, devem ser trabalhados de
maneira lúdica, mas sem excluir os conhecimentos técnicos da modalidade.
O professor, durante o processo de ensino e aprendizagem, deve pro-
mover a integração e o trabalho em equipe, evitando um ambiente onde
o aluno sinta-se desmotivado a participar por não ser tão habilidoso ou
possuir dificuldades em sua prática.
Nesse sentido, esperamos que com essa unidade, você, futuro(a) pro-
fessor(a), possa conhecer a história da modalidade, os princípios e valo-
res da modalidade, seus fundamentos, as regras básicas, além de suges-
tões para a iniciação desse conteúdo dentro e fora da escola. Que o seu
aprendizado possa ser prazeroso e desafiador, uma vez que avançamos
esse “território desconhecido”.
Desejamos a você uma ótima leitura!
ESPORTES COMPLEMENTARES

CONHECENDO A
HISTÓRIA DO RUGBY

144
EDUCAÇÃO FÍSICA

Olá, caro(a) aluno(a), neste tópico inicial, daremos alguns materiais esportivos, dentre eles os neces-
um salto no tempo, retornando ao século XIX, para sários para a prática do críquete, futebol e do Ru-
conhecer um pouco da história do Rugby. Sua ori- gby (CENAMO; DANTAS, 2010).
gem ocorreu na Inglaterra, no ano de 1823, quando No Brasil, em 1970, o Rugby também já fazia
um rapaz, aluno da Rugby School, chamado William parte das grades de educação física de colégios pau-
Web Ellis, durante uma partida de futebol, tomou a listanos tradicionais, como o Rio Branco, Liceu Pas-
bola em suas mãos e tentou atravessar o campo sem teur, Santa Cruz, Pueri Domus, Porto Seguro, São
que ninguém o parasse. Apesar de existirem outras Luis, Objetivo, entre outros. O ensino do esporte nas
teorias acerca da origem do Rugby, o mito de Web escolas possibilitava a realização de jogos intercole-
Ellis é o mais aceito e difundido entre seus pratican- giais. Na década de 80, houve um acidente durante
tes (PINHEIRO; SCHUSTER, 2010). o jogo da Escola Politécnica, que resultou na fratura
Thomas Arnold, diretor da Rugby School, foi da coluna cervical de um jogador, desenvolvendo,
um dos maiores incentivadores dessa prática e res- deste modo, um quadro de tetraplegia. A gravidade
ponsável por delinear suas regras. Para o diretor, a da lesão levou pais e professores a discutirem se essa
modalidade auxiliava no controle do espírito agres- prática seria realmente viável para que continuasse
sivo dos alunos (AGUIAR, 2011; GARCIA, 1964). sendo praticada nas escolas (CENAMO; DANTAS,
O esporte começou a se propagar por escolas e en- 2010; MAZZONI, 1950).
tre ex-alunos, dando origem a clubes na Inglaterra. No ano de 1963, foi fundada, em nosso país, a
Com a popularização do esporte e o aumento de União Brasileira de Rugby (URB), responsável por
seus adeptos, tornou-se necessária a organização de sediar o III Campeonato Sul-Americano e inaugu-
um manual de normas e regras para a modalidade rar o campo do São Paulo Athletic Club. Em dezem-
que posteriormente foram adotadas em escolas da bro de 1972, a URB foi substituída pela Associação
Alemanha, França, Inglaterra e Irlanda, possibilitan- Brasileira de Rugby e reconhecida pelo Conselho
do a realização de jogos intercolegiais (CENAMO; Nacional de Desportos. Sob a supervisão da ABR, a
DANTAS, 2010; COLLINS, 2009). equipe Brasileira de Rugby participou do VIII, IX, X
Hoje, a entidade responsável por regulamen- e XI campeonatos Sul-Americanos no Paraguai, na
tar o Rugby no mundo é a World Rugby, contan- Argentina, no Chile e no Uruguai, respectivamente
do, em 2016, com um número de aproximada- (PINHEIRO; SCHUSTER, 2010).
mente 3,2 milhões de jogadores registrados e 5,3 O Rugby, no Brasil, começou a ganhar seu es-
milhões de jogadores não registrados (WORLD paço no século XXI. Segundo Pinheiro e Schus-
RUGBY, [2018], on-line)1. ter (2012), desde 2004, teve um aumento anual
No Brasil, acredita-se que o Rugby tenha vin- de 43% de seus praticantes. Hoje, a Confederação
do pelas mãos de Charles Miller, que, após anos Brasileira de Rugby (antiga ABR) é o órgão máxi-
morando na Inglaterra, retornou ao Brasil aos mo da modalidade em nosso país, contando com
vinte anos de idade, empregado da São Paulo, uma média de 11 mil atletas federados e 60 mil
Railway Company. Miller trouxe em sua bagagem praticantes (CBRu, [2018], on-line)2.

145
ESPORTES COMPLEMENTARES

No ano de 2016, nas Olimpíadas do Rio de Janei- tivamente. A equipe masculina de Fiji sagrou-se
ro, o Rugby Sevens foi oficialmente inserido como campeã olímpica em cima da Grã-Bretanha, en-
modalidade Olímpica, contando com a participa- quanto que, dentre as seleções femininas, a vitó-
ção das seleções feminina e masculina de nosso ria ficou com a Austrália sobre a Nova Zelândia
país, que terminaram em 9º e 12º lugar, respec- (ESPN, 2016a; 2016b).

SAIBA MAIS

Seleção brasileira feminina de Rugby conquista o título de tridecacampeã (treze vezes) Sul-Americana de
Rugby Sevens. Apesar desse esporte ainda estar na busca por espaço no Brasil, nossa equipe feminina
vem obtendo bons resultados em competições no exterior. Após vencer cinco jogos consecutivos com um
placar disparado, a equipe disputou a final em um duríssimo jogo contra a Argentina, fechando com um
saldo positivo de 22x12 e garantindo pela 13ª vez consecutiva o título de campeãs Sulamericanas. O título
garantiu a nossa seleção a classificação para a Copa do Mundo de Rugby de Sevens, em Hong Kong 2018.

Fonte: Ramalho (2017, on-line)4.

Figura 1 - Seleção Brasileira Feminina de Rugby


Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)3.

146
EDUCAÇÃO FÍSICA

O QUE É O RUGBY?
Esporte de ogros jogado por cavalheiros, o Rugby
pode ser caracterizado como um esporte de inva-
são, uma vez que é necessário avançar (correr) pelo
campo adversário portando a bola em suas mãos,
apoiá-la dentro da linha do “gol” (in-goal) sem per-
mitir que ela caia nesse processo, realizando, assim,
o try. Possui como característica o contato físico, re-
presentado, principalmente, pelo tackle – que é um
movimento defensivo utilizado para derrubar o ad-
versário em posse da bola e impedir que este avance
pelo campo (ANDRADE, 2016).
Para que o jogo possa progredir, é permitido ao
atleta passar a bola somente para trás ou para o lado
ou, então, chutá-la para frente. No Rugby, a bola re-
presenta a linha de impedimento, ou seja, todo atleta
da equipe em posse de bola que estiver a frente dessa
linha será considerado impedido, devendo ser pena-
lizado (ANDRADE, 2016).
De acordo com a World Rugby (2014, on-line), o
Rugby é um esporte coletivo que traz consigo bene-
fícios sociais e para a saúde. É um esporte que exige
muito preparo físico e mental para uma prática segura
e positiva. É responsabilidade de todos os seus parti-
cipantes (jogadores, técnicos e pais) ensinar compor-
tamentos positivos para que todos possam desfrutar
dessa prática em um ambiente saudável e prazeroso.

147
ESPORTES COMPLEMENTARES

PRINCÍPIOS E VALORES

A prática do Rugby não se baseia somente


em aspectos técnico-táticos. Os jogadores,
técnicos e também os fãs do esporte seguem
princípios e valores de conduta, levados tão
a sério quanto suas próprias regras (WORLD
RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

A INTEGRIDADE
É fundamental para que o jogo aconteça, sen-
do gerada a partir de atitudes honestas e do
jogo limpo.

A paixÃO
Representa o entusiasmo apaixonante que as
pessoas têm pelo esporte, gerando emoções e
sentimentos de fazer parte de uma grande fa-
mília que é o Rugby.

A solidariedade
Promove um espírito de união, que reúne
amizades, trabalho em equipe e lealdade para
a vida toda.

A disciplina
Presente dentro e fora do campo, desde o res-
peito às leis e normas do jogo até a adesão aos
seus princípios e valores.

O respeito
Entre companheiros de equipe, adversários,
árbitros, técnicos, dirigentes e todos aqueles
envolvidos no jogo.

148
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 2 - Seleção Neozelandesa All Blacks

TERCEIRO TEMPO SAIBA MAIS

Valorizando suas raízes e tradições, ao final dos jogos, Os All Blacks, nome pela qual ficou conhecida
é comum a realização de uma confraternização or- a equipe de Rugby neozelandensa, realizam
ganizada pela equipe anfitriã. Essa confraternização uma “dança de guerra” em frente aos oponen-
tes antes de iniciarem suas partidas, trazendo
recebe o nome de terceiro tempo – um momento de intimidação. Essa dança é conhecida como
integração, amizades, trocas de experiências, onde os “haka”, que reafirma a tradição e memória
atletas deixam sua rivalidade de lado, para desfrutar da cultura da tribo maori, originária da Nova
Zelândia. O haka mais conhecido e apresenta-
de um ambiente familiar, onde todos comem, bebem, do pelo All Blacks é o “ka mate“ utilizado para
realizam brincadeiras, cantam músicas tradicionais, aproximar os espíritos e para pedir proteção
trotes com seus calouros, oportunizando muita di- e confiança para aqueles que o realizam.

versão, além de criar e reafirmar laços de amizade Fonte: Pereira e Moraes (2016).
(AGUIAR, 2011; CENAMO; DANTAS, 2010).

149
ESPORTES COMPLEMENTARES

FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO RUGBY Passe em pêndulo

A técnica dentro do Rugby é fundamental para que o O passe em pêndulo é utilizado para curtas distân-
atleta consiga se desenvolver na modalidade. Andra- cias, facilitando a recepção do companheiro. Por
de (2013) aponta que, para jogar Rugby, o aluno deve ser de fácil aprendizagem, Fernandes (2002) reco-
perder o medo de cair, de entrar em contato com o ou- menda que seja o primeiro tipo de passe a ser en-
tro sem a intenção de feri-lo, utilizando corretamente sinado para seu aluno. Para executá-lo você deverá
suas técnicas de contato e respeitando as leis do jogo. segurar a bola com suas duas mãos, olhar firme-
Segundo Soares et al. (1992), todos esportes pos- mente seu companheiro e realizar um movimento
suem gestos técnicos, que não devem ser o único con- de pêndulo com os braços, iniciando sempre na
teúdo de nossas aulas, mas também não podem ser extremidade oposta e seguindo até o jogador na
excluídos da educação física. O uso de jogos esporti- qual pretende passar a bola.
vizados não atendem a necessidade dos alunos de co-
nhecer e dominar as técnicas da modalidade. Passes,
recepção, chutes, fundamentos de contato e outras ha-
bilidades, como dummy, hand-off, side-step e offload,
são os principais fundamentos trabalhados no Rugby.

Passe

O passe no Rugby é um fundamento muito impor-


tante, permitindo que o companheiro possa receber
a bola a longas e curtas distâncias. Para que o jogo
possa progredir, é importante saber que apesar da
necessidade de atravessar o campo portando a bola,
ela só poderá ser passada para o lado ou para trás.
Existem dois tipos de passes muito utilizados no
Rugby: o passe em pêndulo (simples) e o passe spin
(WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Figura 3 - Passe em pêndulo

Assista ao vídeo de passe. Assista ao vídeo de passe


Para acessar, use seu lei- em pêndulo. Para acessar,
tor de QR Code. use seu leitor de QR Code.

150
EDUCAÇÃO FÍSICA

Passe spin Recepção

O passe spin é um passe em espiral, utilizado para Assim como os passes, a recepção é fundamental
longas distâncias e uma excelente maneira de fazer no Rugby, uma vez que o jogador, ao realizar uma
com que a bola chegue em velocidade para seu com- boa recepção, consegue manter a posse de bola e dar
panheiro. Para realizá-lo, é preciso segurar a bola continuidade ao jogo. No Rugby, utilizamos dois ti-
com uma mão na parte de trás (responsável por apli- pos de recepções: a de passe e a de chute.
car força e o giro na bola) e
a outra mão mais a frente
(apenas para apoiar e di-
recionar). No momento do
Assista ao vídeo de recep-
giro, as mãos saem próximas
ção . Para acessar, use seu
ao quadril e deslocam-se para
leitor de QR Code.
frente, finalizando o movimen-
to apontadas para a mesma
direção do jogador (COA-
CHING WORLD RUGBY
LAWS, [2018], on-line)5. Recepção de Passe

Inicialmente, o jogador deve avançar em direção a


bola, mantendo suas duas mãos voltadas para frente
com os dedos abertos e os polegares quase se tocan-
do, formando uma letra W. O tronco deve ser girado
ligeiramente em direção ao jogador que irá passar a
bola. Acompanhe a bola com os olhos até que esteja
controlada em suas mãos. A comunicação é funda-
mental nesse momento, desse modo, o jogador deve-
rá pedir a bola para se mostrar disponível a receber
(COACHING WORLD RUGBY, [2018], on-line)6.
Figura 4 - Passe Spin

Assista ao vídeo de recep-


Assista ao vídeo de passe
ção de passe. Para aces-
spin. Para acessar, use seu
sar, use seu leitor de QR
leitor de QR Code.
Code.

151
ESPORTES COMPLEMENTARES

Recepção de Chute Chutes

Uma boa recepção de chute é tão importante quan- No Rugby, a bola também pode ser chutada ou con-
to a de passes, uma vez que o jogo se inicia com um duzida com os pés. Sua realização pode ser feita de
chute do centro do campo. É preciso, inicialmente, inúmeras maneiras, porém, trazermos as três princi-
calcular o espaço onde a bola irá cair, verificando se pais utilizadas no jogo.
será necessário se deslocar, esperar a bola
com os pés no chão ou saltar para rece-
bê-la. Estender os braços para
cima e acompanhar a bola
com os olhos até que ela seja Assista ao vídeo de chu-
recebida por suas mãos, trazen- tes. Para acessar, use seu
do, posteriormente, para os bra- leitor de QR Code.
ços e, por fim, em direção ao corpo
(NOGUEIRA; MIGLIANO; VOU-
GA, 2012).
Tap-kick ou Quick Tap
O quick tap, como a tradução sugere, consiste em
um toque rápido para suas próprias mãos. O joga-
dor deve segurar a bola com as duas mãos, posi-
cionar seus braços estendidos à frente do corpo e
inclinar levemente o tronco para frente. A bola de-
verá ser soltada em direção ao pé, que será utiliza-
do para chutar. Após soltar a bola, o jogador deverá
devolver a bola para suas mãos com um chute curto,
sendo permitido o uso de qualquer parte da perna
abaixo do joelho. Também é possível realizar uma
cobrança colocando a bola no solo e movê-la com
um chute curta antes de tomá-la em suas mãos.
Figura 5 - Recepção de chute

Assista ao vídeo de recep- Assista ao vídeo de Tap-


ção de chute. Para aces- -kick ou Quick Tap. Para
sar, use seu leitor de QR acessar, use seu leitor de
Code. QR Code.

152
EDUCAÇÃO FÍSICA

Punt Drop-kick
Chute longo, sem permitir que a bola toque o solo. A bola toca (quica) no solo antes do contato com
Para realizar um punt, segure a bola a com o braço es- os pés, semelhante ao chute de bate pronto no fu-
tendido à frente da perna que será utilizada para chu- tebol. Para realizá-lo, você deve segurar a bola de
tar. Dê um passo com a perna de apoio e solte a bola modo que, ao cair, ela deverá manter-se na mesma
em direção à perna do chute. No momento do conta- posição na qual estava antes da queda. Uma de suas
to, o dedo do pé deverá estar apontado para baixo. Se mãos deve se posicionar atrás da bola segurando-a
for necessário recuperar o equilíbrio, estenda o braço de modo semelhante ao punt; solte a bola ao solo e
oposto ao chute durante a finalização do movimento de um passo à frente com a perna de apoio. A perna
(COACHING WORLD RUGBY, [2018], on-line)6. que será utilizada para o chute deverá ser posiciona-
da para trás, dobrando o joelho e, no momento em
1 2
que a bola tocar o solo, deverá ir de encontro com ela
tocando a parte superior do pé na parte inferior da
bola com a ponta dos dedos apontados para frente
(WORLD RUGBY COACHING, [2018], on-line)6.

3 4

Figura 6 - Punt Kick Figura 7 - Drop-Kick


Fonte: Tomlatchford11… ([2018], on-line)7.

Assista ao vídeo de punt. Assista ao vídeo de drop-


Para acessar, use seu lei- -kick. Para acessar, use
tor de QR Code. seu leitor de QR Code.

153
ESPORTES COMPLEMENTARES

Fundamentos de Contato
Tackle
O tackle é um movimento defensivo característico do
Os fundamentos de contato permitem a dinâmica e Rugby, mas também pode ser encontrado no futebol
a continuidade do jogo. americano. É uma forma eficiente de impedir que o
adversário em posse da bola continue progredindo
em campo. Para realizar um tackle, o jogador deve
agarrar o portador da bola, levando-o consigo ao solo.
O tackleador não pode empurrar ou soltar o
Assista ao vídeo de funda- jogador tackleado durante a execução do movimen-
mentos de contato. Para to e também é proibido segurar o adversário à altura
acessar, use seu leitor de do pescoço, pois estes movimentos representam jogo
QR Code.
perigoso e são passíveis de falta. Após realizado o ta-
ckle (quando já estiverem no chão), o jogador deve
soltar imediatamente seu adversário, permitindo que
ele disponibilize a bola para o lado onde sua equipe se
encontra (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

Figura 8 - Tackle

154
EDUCAÇÃO FÍSICA

Tackle Lateral Ruck


Para realizar o tackle lateral, você deverá estar posi- Para dar continuidade ao jogo, após o tackle, é per-
cionado lateralmente ao jogador em posse de bola. mitida a realização de um ruck, que consiste em pro-
Mantenha os olhos no seu adversário e se agache, teger a bola disponibilizada pelo jogador tackleado.
preparando para realizar o contato abaixo da linha Para realizar um ruck, um ou mais jogadores em pé
das nádegas. Com as pernas, o jogador deverá se devem se posicionar ao redor da bola, protegendo-a
impulsionar para o contato, apoiando o ombro na como se formasse uma “casa”. No ruck, é permitido
coxa do adversário e abraçando suas duas pernas, utilizar os pés para puxar a bola ou empurrar os
levando-o ao solo. É importante apoiar a cabeça adversários, visando manter ou ganhar a posse da
sempre no lado oposto ao lado que irá para o solo bola (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008;
(NOGUEIRA; MIGLIANO; VOUGA, 2012). WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

Tackle Frontal
A execução do tackle frontal é muito semelhante
ao tackle lateral, porém o jogador deve se posi-
cionar ligeiramente em um dos lados do seu ad-
versário e realizar o contato com seu ombro en-
tre o peito e a cintura do adversário, segurando-o
com os braços e girando ao realizar o impacto
(NOGUEIRA; MIGLIANO; VOUGA, 2012).

Maul
Quando o jogador de defesa não consegue levar
Figura 10 - Ruck
seu adversário ao solo, é possível dar continui-
dade na ação defensiva a partir de uma forma-
ção conhecida como maul. Para iniciar um maul,
são necessários, no mínimo, três jogadores (um
portando a bola, seu companheiro e um adver-
sário). Durante a execução do maul, os jogadores
abraçam, ou apoiam seus ombros no portador da
bola e podem empurrar, deslocando-se até a linha
de in-goal ou passar a bola a qualquer momento,
para jogadores que não façam parte da forma-
ção (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008;
WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.
Figura 9 - Maul / Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)8.

155
ESPORTES COMPLEMENTARES

Outras Habilidades

No Rugby, além dos fundamentos básicos, exis-


tem algumas habilidades que podem ser execu-
tadas como modo de garantir a posse de bola e
avançar para o in-goal e realizar o try. São elas: o
dummy, o hand-off, o side-step e o offload.

Dummy
Para realizar um dummy, o jogador deve avançar em
direção ao adversário e simular um passe para seu
companheiro, porém no momento do passe, ele guar-
da a bola para si e ludibria o adversário, avançando em
Figura 12 - Posição de Hand-off
campo (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008).

Side-Step
O side-step é utilizado como forma de finta, em que
o portador da bola, marca sua entrada para um lado
com uma das pernas e muda de direção rapidamente,
para transpor a defesa (INTERNATIONAL
RUGBY BOARD, 2008).

Figura 11 - Execução do Dummy


Fonte: adaptada de Keyassets ([2018], on-line)9.

Hand-off
O hand-off é realizado no momento em que o ad-
versário prepara o tackle. O portador da bola deve
guardá-la sob um de seus braços, estendendo o bra-
ço oposto, mantendo-o firme e com a mão aberta,
desviando a trajetória do tackleador empurrando-o Figura 13 - Executando um Side-Step
(INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008). Fonte: adaptada de Flickr ([2018], on-line)10.

156
EDUCAÇÃO FÍSICA

Regras Básicas do Rugby

Offload O Rugby possui regras bem características que se


O offload consiste em realizar um passe para seu baseiam em princípios e condutas dentro e fora de
companheiro no momento exato em que o jogador campo. O cumprimento das regras é fundamental,
recebe o tackle e antes de ir ao solo, evitando a ne- uma vez que diminuem os riscos de lesões por con-
cessidade de formação de um ruck para reiniciar o dutas inapropriadas dentro de campo. Traremos,
jogo e garantir a posse de bola. aqui, as regras que possibilitam a compreensão do
jogo. Porém, para maior aprofundamento, é neces-
sário consultar o manual de regras disponibilizado
pela World Rugby Laws ([2018], on-line)5.

Figura 14 - Offload

157
ESPORTES COMPLEMENTARES

Figura 15 - Campo de Jogo


Fonte: os autores.

158
EDUCAÇÃO FÍSICA

Campo de Jogo
As recomendações para o campo do jogo, é que ele • Linha Lateral de In-goal: linha que demarca
seja de grama. Porém, a lei permite que possa ser a lateral da área de in-goal.
grama artificial, neve, areia ou terra, desde que se- • Linha de Bola Morta: demarca o limite da
área de in-goal.
jam avaliadas como seguras para o jogo. O campo
não deve exceder a 100 x 70 metros em sua área de
jogo, e 22 metros de comprimento na área de gol (in- Postes de gol
-goal). Todas as áreas devem ter um formato retan- Os postes de gol possuem um formato de H e de-
gular (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. vem manter uma distância de 5,6 m entre eles; ao
centro, deve ser colocada uma barra transversal a
Área de Jogo 3 metros do solo; a prolongação dos postes, aci-
A área de jogo compreende o campo de jogo e o ma da barra transversal, deve possuir uma altura
in-goal. As linhas de lateral, linha de bola morta mínima de 3,4 m (ANDRADE, 2016; WORLD
e as linhas do in-goal, estão além da área de jogo, RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.
o que significa que no momento que a bola ultra-
passa estas linhas, ela está fora de jogo (WORLD
RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.
• Linha de Meio de Campo: utilizada para iní- Altura mínima
cio da partida ou reinício após um try. 3,4 m
• Linha Lateral: limita as laterais do campo de
jogo, resultando em um line-out (alinhamento 3 m até a parte
lateral) quando a bola sai de jogo por essas linhas. 5,6 m superior do
• Linha de 10 metros: demarca a distância na qual travessão
devem se posicionar os jogadores de defesa no
início e reinício da partida após o try e a distância
que a bola deve percorrer após o chute inicial. Figura 16 - Postes de Gol
• Linha de 22 metros: demarca a última área Fonte: os autores.

antes do in-goal, permitindo o uso da técni-


ca mark (ver mais a frente) quando a bola é Regras de Tempo
chutada nessa área. Permite, também, a saída No Rugby Sevens, o tempo total de jogo não deve
de 22, que consiste em um drop kick realiza- ultrapassar 14 minutos. Esses 14 minutos são di-
do pela equipe defensora após “queimar” um
vididos em dois tempos de 7 minutos. O interva-
try (realizar um try contra), impedindo, dessa
forma, que o adversário pontue. lo de jogo deve ter a duração de dois minutos e,
ao final do intervalo, as equipes deverão trocar o
• Linha de Meta: linha que demarca o início da
área de in-goal. lado do campo.

159
ESPORTES COMPLEMENTARES

Tempo extra Vestimentas


O tempo extra ocorre quando há um empate. Para As vestimentas necessárias para a prática do Ru-
que as equipes se organizem, uma pausa de um mi- gby consistem no uso de camisetas, calções, rou-
nuto deverá ser realizada. O tempo extra possui a pas térmicas, meias e chuteiras. No entanto, além
duração de períodos de cinco minutos. As equipes destes, são permitidos o uso de tornozeleiras por
deverão trocar de lado sem intervalo ao final de cada baixo da meia, feitas de um material que não
período. O vencedor será deliberado imediatamente apresente metal. Também são permitidos o uso
a equipe que realizar ponto no tempo extra. de luvas sem dedos, ombreira, protetor bucal ou
dental, capacete (scrum-cap) e esparadrapo para
Equipamentos de Jogo proteger partes do corpo ou cobrir ferimentos
(WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.
Para um bom desempenho e prática de Rugby, al- Para as mulheres, além dos equipamentos já ci-
guns equipamentos são necessários, bem como bola tados, é liberado o uso de protetores de seios, calças
e vestimentas. compridas por baixo do short e das meias e lenços
na cabeça. Todos os equipamentos citados são per-
A bola mitidos desde que estejam em acordo com as leis do
Para jogar Rugby, é necessário o uso de bola de for- jogo (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.
mato oval, medindo de 280 a 300 milímetros de
comprimento, 580 a 620 milímetros de circunferên-
cia (na largura), 740 a 770 milímetros de circunfe-
rência (entre seus extremos) e pesando entre 410 a
460 gramas. Esta bola deverá ser confeccionada com
quatro gomos de couro ou material sintético similar
(WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

Figura 17 - Bola Figura 18 - Arbitragem


Fonte: Visualhunt ([2018], on-line)11.

160
EDUCAÇÃO FÍSICA

Equipe de Jogo e Arbitragem Fowards


O árbitro é a autoridade máxima dentro de campo, e Os fowards são os atletas com maior força física,
de modo hierárquico, somente o capitão deve dialogar possuem vantagens nos scrums, usando sua força
com ele, utilizando e recebendo o título de “senhor”. para empurrar os adversários e garantir a posse de
As reclamações, dúvidas e questionamentos devem bola. Os fowards, são divididos em: dois pilares (ca-
ser repassadas para o capitão e este poderá dialogar misas 1 e 2) e o hooker (camisa 4), que geralmente
com o árbitro responsável pela partida. Cabe ao árbi- disputam os scrums e os line-outs.
tro garantir que a partida possa ocorrer de forma justa
e leal (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. Backs
O árbitro é auxiliado por um juiz de linha, res- Os backs são muito mais leves e velozes, facilitando
ponsável por verificar os momentos em que a bola sua progressão pelo campo e finalização das
sai de jogo pelas linhas laterais e laterais do in-goal e jogadas. Os backs são divididos em: scrum-half
as conversões após o try, e por um árbitro assistente, (camisa 3), abertura (camisa 5), centro (camisa 6)
que além de cumprir a função do juiz de linha deve e ponta (camisa 7).
estar atento ao jogo sujo, auxiliando o árbitro princi- • Pilares: ótimos defensores. Fortes e resis-
pal (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. tentes, sustentam os scrums e auxiliam no
No Rugby Sevens, são permitidos sete jogadores line-out.
dentro da área de jogo e mais cinco reservas nome- • Hooker (Talonador): forte e veloz, porém não
tão grande quanto os pilares. É o responsável
ados. Uma vez que o jogador tenha sido substituí-
por puxar a bola nos scrums.
do, este não pode retornar ao campo de jogo nessa
• Scrum-Half (Meio-Scrum): vínculo entre
partida. Cada jogador é fundamental para que seu fowards e backs. Orienta constantemente sua
time obtenha sucesso. Suas posições recebem nomes equipe. Não é forte ou pesado. Geralmente
específicos que, geralmente, englobam jogadores um bom chutador.
de portes físicos diferenciados. Temos os fowards • Fly-Half (Abertura): é o responsável pelas jo-
(avançados) e os backs (recuados). gadas de ataque do time, devendo ser ótimo
em tomada de decisão. Forte e rápido, tam-
bém pode ser ótimo chutador.
• Centro: é inteligente, encontrando falhas na
defesa adversária. Seus braços são fortes e é
veloz. Está sempre sincronizado com os joga-
dores ao seu lado.
• Ponta: é o mais rápido da equipe e um exce-
lente finalizador de jogadas. Deve ser habili-
doso na recepção de bola, chute e defesa.

Figura 19 – Posições Rugby Sevens


Fonte: os autores.

161
ESPORTES COMPLEMENTARES

Início de Jogo e Posicionamento


Para o início da partida, os times deverão se posi-
cionar em campo. Um dos membros da equipe em
posse de bola deverá dar um pontapé inicial (kick-
-off), a partir da linha central, e seus companheiros
deverão se posicionar atrás do portador da bola no
momento do chute. Os adversários, durante o chute
inicial, devem estar posicionados a dez metros da
linha central, podendo receber a bola e iniciar as
jogadas. Após o chute, qualquer jogador que não
esteja em situação de impedimento poderá receber
a bola, passá-la ou chutá-la. (ANDRADE, 2016;
WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.
Para facilitar a dinâmica dos passes, é preciso
que a equipe se posicione em diagonal, de modo
que os jogadores sempre se encontrem atrás da li-
nha da bola. Uma vez posicionados, a equipe pode
trocar passes até encontrar um espaço vazio que
oportunize transpor a defesa e seguir para o in-go-
al fazer o try. A defesa poderá utilizar a estratégia
que julgar mais conveniente com a situação, po-
rém, a sugestão é de que se mantenham em linha
reta, posicionando-se um ao lado do outro.

Figura 20 - Exemplo de posicionamento de início de jogo


Fonte: os autores.

162
EDUCAÇÃO FÍSICA

Pontuações Gol de Pênalti

As pontuações, em qualquer modalidade esportiva, O jogador deve realizar o chute de pênalti a partir do
possuem seu valor, sendo fundamentais para estabe- local onde sofreu a falta. Quando o pênalti ocorrer
lecer um vencedor nas partidas. Sua principal forma dentro do in-goal, deverá ser cobrado a 5 m da linha
de pontuar é o try (ensaio) com um valor de cinco da meta, alinhada com o local da infração. Ao acer-
pontos para a equipe que atravessar a linha de meta tar o chute, a equipe recebe 3 pontos por um gol de
adversária e apoiar a bola no solo, sem derrubá-la ou pênalti (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.
perder o contato com alguma parte do corpo. Porém,
além do try, existem outras formas de pontuar, como: Drop Gol
o Pênalti try, o chute de conversão, o gol de pênalti
(penalty kick) e o drop gol. Durante a execução dos O drop gol ocorre quando o jogador consegue con-
chutes, com exceção do drop gol, a equipe adversária verter um drop kick em direção aos postes durante
deve ficar posicionada a dez metros do local de co- o jogo aberto. Essa conversão equivale a três pontos
brança (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

Pênalti Try Impedimento

Ocorre quando um jogador que claramente teria No Rugby, a bola representa a linha de impedimen-
finalizado marcado um try é impedido por meio to. Isso impossibilita que os jogadores em posse da
do jogo sujo de seu adversário. Nesse caso, é apli- bola recebam passes a frente dessa linha. A bola
cado um pênalti try, atribuindo sete pontos para a pode, ainda, ser chutada para frente, porém, somen-
equipe que sofreu a falta. Nesse caso, não se deve te aqueles jogadores que estiverem atrás da linha da
realizar o chute de conversão (WORLD RUGBY bola no momento do chute é que poderão recebê-la.
LAWS, [2018], on-line)5. (INTERNATIONAL RUGBY BOARD, 2008).
Uma maneira simples de observar se o jogador
Chute de Conversão está impedido é verificar se ele se encontra à frente
da linha da bola no momento do chute ou passe re-
O chute de conversão deverá ocorrer quando um alizado por qualquer membro de sua equipe. Segun-
jogador consegue efetuar um try. No Rugby Sevens, do a World Rugby Laws, [2018], on-line)5, o impedi-
para efetuar uma conversão, o jogador deve reali- mento no Rugby pode ocorrer:
zar um drop kick em direção aos postes de gol. A • Quando um jogador impedido recebe a bola
bola deve passar acima do travessão e entre os pos- ou obstrui/atrapalha o adversário.
• Quando um membro da equipe do jogador
tes laterais, somando mais dois pontos para a equi-
impedido chuta a bola para frente e o jogador
pe. O chute deve ser realizado dentro de um tempo impedido não se coloca em posição legal an-
de 30 segundos; do contrário, poderá ser anulado tes de se mover ao local onde a bola cai.
(WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5. • Quando não cumpre a lei dos 10 metros.

163
ESPORTES COMPLEMENTARES

É importante analisar a situação antes de sancionar A lei dos dez metros se aplica quando um jogador
uma punição. Por exemplo: o jogador, ao receber impedido está à frente de uma linha imaginária cru-
um passe para frente, que não foi intencional, não zando o campo, no momento do chute de seu compa-
está impedido e não é marcando impedimento se nheiro, a dez metros do oponente que espera receber
o jogador estiver dentro do in-goal. Para se colo- a bola, ou onde a bola irá cair. O atleta impedido deve
car em posição legal (ver Quadro 1), o atleta pode sair imediatamente posicionando-se atrás dessa linha
depender de si mesmo, de seus companheiros ou ou do companheiro que chutou a bola, sem interferir
dos adversários. no jogo (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

Quadro 1 - Posição Legal no Rugby

164
EDUCAÇÃO FÍSICA

Infrações • Jogo perigoso e má conduta: socos, golpes,


chutes, pisotear um adversário, dar rastei-
As infrações são registradas mediante algumas ras, tackles perigosos (altos ou no oponente
ações, como: forward pass, knock-on e jogo sujo. sem a posse da bola), levantar um jogador
do chão e deixa-lo cair enquanto seus pés
• Foward pass: ocorre quando o jogador realiza
estão fora do chão, revidar a provocações
um passe ou lançamento da bola para frente.
e brigas, má conduta fora de jogo, obstruir
• Knock-on: ocorre quando o jogador perde o um chutador, desrespeito ao árbitro ou aos
controle da bola, derrubando-a para frente. oficiais da partida.

Jogo sujo Sanções

Corresponde a ações contrárias às leis do jogo, in- As infrações das leis do jogo podem resultar em
cluindo a obstrução, o jogo desleal, o jogo perigoso advertências, suspensões ou expulsões. No Ru-
e a má conduta. gby Sevens, a suspensão deve durar dois minu-
• Obstrução: empurrar o adversário, atrapa- tos, permitindo que o jogador retorne ao campo
lhar o jogador em posse da bola, bloquear o após cumpri-la. A suspensão ocorre com a apre-
tackleador, bloquear a bola. sentação de um cartão amarelo ao jogador. A ex-
• Jogo Desleal: infringir intencionalmente as pulsão será realizada com o uso de um cartão
leis do jogo, enrolar o jogo e perder tempo,
vermelho, não permitindo que o jogador retorne
jogar intencionalmente a bola para a lateral
com as mãos. à partida.

Quadro 2 – Exemplos de Infrações e Sanções

Infração Sanção Infração Sanção

Obstrução Pênalti Impedimento Pênalti

Jogo desleal Pênalti Foward-Pass Scrum

Perda de tempo Free-kick Demora na saída das 22 Free-kick

Equipe adversária avança na linha das


Jogo perigoso e má conduta Pênalti Free-kick
22 antes da bola ser chutada

Equipe com jogadores a mais em campo Pênalti Obstrução da Saída da linha das 22 Pênalti

Retorno de um jogador ao campo sem Investida contra um jogador que pediu


Pênalti Pênalti
autorização do árbitro Mark

165
ESPORTES COMPLEMENTARES

Uso de equipamento inapropriado Pênalti Sair da posição em pé, no ruck Pênalti


Não segurar os braços do adversário,
Tackleador não solta adversário após o
Pênalti ou apenas apoiar suas mãos sobre o Pênalti
tackle
adversário no ruck
Jogador tackleado não solta a bola após o Cabeça abaixo da linha do quadril no
Pênalti Free-Kick
tackle ruck

Tocar a bola evitando gol de Pênalti Pênalti Devolver a bola para dentro do Ruck Free-Kick

Não realizar o chute de conversão em 30 Anulação


Foward-Pass Scrum
segundos do Chute

Fonte: adaptado de World Rugby Laws ([2018], on-line)5.

Além das sanções apresentadas para as faltas, a equi- Mark


pe na qual foi outorgado o direito de pênalti ou free
kick,pode optar por realizar um scrum, ganhando o O mark ocorre quando a bola é chutada em pro-
direito de introduzir a bola. fundidade e recebida por um jogador em sua área
de 22 metros. Ao receber a bola, este deve gritar
Free-kick “MARK” e pode optar por chutá-la ou realizar uma
cobrança curta e correr com a bola. O Mark não
O free kick consiste em uma forma de cobrança após deve ocorrer após chutes de início e reinício de
uma infração, em que o jogador pode optar pelo jogo. Ele também pode ser pedido por um jogador
tipo de chute que irá utilizar, podendo ser realizado da equipe defensora na linha de in-goal (WORLD
um punt ou um drop kick. RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

Scrum

O scrum, no Rugby Sevens, é uma formação com o


objetivo de reiniciar a partida de modo rápido e im-
parcial, executada com três jogadores de cada equi-
pe. Os jogadores (dois pilares e um hooker) de cada
equipe devem se unir em uma linha, interligando
cabeças e ombros para criar um túnel. Esse túnel irá
permitir que o scrum-half coloque a bola em dispu-
ta. Somente o hooker deverá tentar chutá-la para trás
para que seu scrum-half coloque a bola em jogo no-
Figura 21 - Scrum
vamente (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

166
EDUCAÇÃO FÍSICA

Line-Out (alinhamento Lateral)

O line-out consiste na cobrança de lateral. Para ser


executado, necessita de quatro jogadores: dois le-
vantadores, um saltador e um lançador.

Levantadores

Devem se manter um à frente e outro atrás do salta-


dor, com as pernas flexionadas e afastadas na largura
dos ombros. Para levantar, o jogador posicionado à
frente do saltador deverá apoiar suas mãos logo acima
dos joelhos, enquanto que o de trás deverá segurar no
calção. A força para levantar deverá estar concentrada
nos membros inferiores, utilizando as mãos somente
para o empurrão final, finalizando estendidas.
Saltador: deverá realizar um salto para cima, es-
tendendo seu corpo para facilitar o movimento dos
Figura 22 - Line-out
levantadores. Ao saltar, o jogador deve contrair toda
a musculatura do abdome e membros inferiores,
além de disponibilizar as mãos para receber a bola.
Lançador: deverá se posicionar a cinco metros
do line-out. A bola deverá ser segurada com as duas
mãos e elevada atrás da cabeça. Para realizar o lança-
mento, o jogador deverá girar a bola de modo seme-
lhante ao passe spin, finalizando o movimento com
os braços estendidos acima da cabeça e as palmas da
mão voltadas para frente.

Figura 23 - Lançador

167
ESPORTES COMPLEMENTARES

VARIAÇÕES DO RUGBY

168
EDUCAÇÃO FÍSICA

Além do Rugby XV e do Rugby Sevens, existem ou- homens e mulheres de várias idades e níveis de ex-
tras variações que permitem sua aprendizagem de periência. Para jogar, são necessários de cinco a sete
modo simplificado. Abordaremos aqui o Rugby Bea- jogadores de cada lado, podendo variar conforme as
ch, o Touch Rugby e o Tag-Rugby. regras de cada competição. O tempo de jogo varia
entre dois tempos de cinco a sete minutos.
RUGBY BEACH O jogo se inicia com um free kick ou um punt kick.
É permitido que os jogadores em posição legal recebam
O Rugby Beach (Rugby de praia/areia) é uma forma a bola e deem continuidade ao jogo. No Rugby Beach,
simplificada de jogar a modalidade trazendo poucas é permitido tacklear os jogadores adversários que este-
regras e necessitando, como “campo de jogo”, apenas jam portando a bola, seguindo a dinâmica do Rugby Se-
uma quadra de areia. Para competições oficiais, a vens, porém sem scrum, line-out e sem chute aos postes
World Rugby Laws ([2018], on-line)5 recomenda um (H). As penalidades devem ser cobradas com um free
campo de jogo com 31 metros de comprimento e 25 kick e o try é a forma de pontuar, valendo apenas 1 (um)
metros de largura. Essa variação pode ser jogada por ponto (WORLD RUGBY LAWS, [2018], on-line)5.

Veja um exemplo do Rugby


Beach, assistindo ao vídeo.
Para acessar, use seu leitor
de QR Code.

Figura 24 - Rugby Beach

169
ESPORTES COMPLEMENTARES

TOUCH RUGBY

O Touch Rugby segue a mesma dinâmica do Ru- São permitidos 6 (seis) touchs por equipe antes
gby Beach, contudo, essa variação é jogada com de trocar a posse de bola. Contudo, se o jogador re-
o mínimo de contato físico. Pode ser jogado alizar um knock on, a posse de bola deve ser trocada
na areia, nos gramados e em espaços físicos de imediatamente, reiniciando o jogo com um roll ball
piso duro. O Touch também pode ser jogado de (pisando na bola e rolando para trás, ou rolando ela
forma mista, sem quaisquer restrições. Para jo- para trás com as mãos por entre suas pernas), os de-
gá-lo de forma livre, o espaço físico e o número mais jogadores devem se afastar cinco metros para
de jogadores pode ser adaptado de acordo com a realização do roll ball. As pontuações ocorrem ao
suas necessidades. Entretanto, para a realização atravessar o campo e apoiar a bola no chão, realizan-
de competições oficiais, existem algumas regras do o try que, nessa variação, vale apenas um ponto.
trazidas pela Federação Internacional de Touch
(FIT, [2018], on-line)12. TAG-RUGBY
De acordo com a FIT (2018], on-line)12, o
campo deve ter uma extensão de 70 metros por O Tag-Rugby é uma variação excelente para inicia-
50 metros de largura. São necessários seis joga- ção. Pode ser praticada por todas as faixas etárias,
dores em campo e, no máximo, sete no banco de e na composição do time em meio escolar é reco-
reservas. Nessa modalidade, a única forma de mendado que haja dois meninos e duas meninas,
contato permitida é o touch, que consiste em to- no mínimo. O Tag-Rugby conta com um estímulo
car no jogador em posse da bola. Uma vez tocado, visual e palpável que são as fitas (tags), facilitando a
o adversário deve disponibilizar imediatamente a organização do jogo e sua arbitragem, uma vez que,
bola no solo para que um companheiro de equipe o jogador em posse de bola só deve cessar seu movi-
venha buscá-la. mento quando sua fita for retirada.

Veja um exemplo do Touch Veja um exemplo do Tag


Rugby, assistindo ao vídeo. Rugby, assistindo ao vídeo.
Para acessar, use seu leitor Para acessar, use seu leitor
de QR Code. de QR Code.

170
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 25 - Tag-Rugby

REFLITA

Como ensinar o Rugby para nossos alunos? Quais os possíveis desafios e dificuldades encontrados na prática
escolar e iniciação esportiva? Identificadas as dificuldades, como superá-las?

Segundo Portugal Rugby (2011), o Tag-Rugby possibili- O Tag-Rugby não utiliza o contato físico. Em seu
ta inúmeras vivências pelos alunos, trazendo benefícios lugar, são utilizadas duas fitas com velcro, presas
a sua aprendizagem e desenvolvimento motor. Permite em cada lado da cintura do jogador. Para cessar a
a socialização, a convivência, o respeito e a integração progressão adversária, é preciso retirar uma tag do
de meninos e meninas de diferentes tipos físicos, fa- jogador que está portando a bola. Ao trabalhar com
vorecendo a inclusão e o êxito em um esporte no qual essa modalidade nas escolas, fica a sugestão de uti-
todos são necessários para que a equipe possa vencer. lizar, como alternativa, fitas confeccionadas com o
Esta variação pode ser jogada entre cinco a sete T.N.T ou algum tipo de tecido (ANDRADE, 2016).
jogadores em cada lado do campo/quadra. O espaço Após ter a tag retirada, o portador da bola tem
recomendado é de 20x40 m ou 30x50 m e o jogo divi- três segundos para passar a bola para seus compa-
de-se entre dois tempos de cinco a sete minutos. As- nheiros. Os defensores, ao retirar uma tag, devem
sim como o Touch, a dinâmica do jogo acontece sem levantá-la para cima, gritar Tag e devolver ao porta-
scrums, line-outs e sem chute aos postes. O início do dor da bola. As faltas e as saídas de bola pelas laterais
jogo ocorre no centro do campo com um free kick/ mudam automaticamente a posse da bola e levam
tap kick e após a realização do try, reinicia no centro a equipe adversária a se posicionar a cinco metros
da quadra com um free kick, cobrado pela equipe que de distância (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE
sofreu o try (PORTUGAL RUGBY, 2011). RUGBY, [2018], on-line)2.
Possui como objetivo conquistar território e reali- A cobrança de falta deverá ser realizada com um
zar o try que, nessa variação, também vale um ponto. Free-Kick. As faltas ocorrem quando o jogador toca a
Apesar de não trabalhar o Rugby como um todo, no bola de modo intencional com seus pés, quando re-
Tag-Rugby, encontramos os principais fundamentos alizam knock on ou passam a bola para frente, além
dessa modalidade, como o passe, a recepção, o side-step, de jogadas perigosas que possam ferir a integridade
a progressão e o try (PORTUGAL RUGBY, 2011). física dos jogadores (PORTUGAL RUGBY, 2011).

171
ESPORTES COMPLEMENTARES

MODELOS DE EXERCÍCIOS
DE INICIAÇÃO NO
ENSINO DO RUGBY

172
EDUCAÇÃO FÍSICA

Olá, aluno(a), chegamos ao último tópico desta uni- Para a experimentação de fundamentos que
dade. Para auxiliar em suas vivências enquanto alu- envolvem quedas e contato físico, na ausência de
no(a) e futuro(a) professor(a), traremos aqui algumas gramados, recomendamos o seu ensino utilizando
sugestões de exercícios trazidos pela Coaching World placas de E.V.A (tatame), colchonetes para ameni-
Rugby, [2018], on-line)6, além de ideias oriundas de zar o impacto. É importante que o professor esteja
vivências experienciadas pela autora desta unidade. constantemente atento e oriente seus alunos corre-
Para a World Rugby (2014), esportes como o tamente na execução de tackles, line-outs e scrums,
Rugby promovem o respeito, a interação social, a evitando acidentes e proporcionando um ótimo
amizade, a solidariedade, dentre outros valores, esti- momento de aprendizagem.
mulando a autoestima e a autoconfiança dos alunos. De acordo com Andrade (2013), para que o
Possibilita o desenvolvimento de habilidades funda- aluno possa compreender e jogar a modalidade
mentais para a vida, como: a disciplina, o autocontro- corretamente, sua técnica é fundamental, dimi-
le, a tomada de decisão, a liderança e a concentração. nuindo os riscos de lesões na prática. Além do en-
Para a iniciação com o Rugby, é recomendado o sino das técnicas, é possível realizar um caminho
uso do Tag-Rugby e do Touch Rugby, modalidades de reconstrução da história da modalidade com
explicadas no item 3 desta unidade. Porém, ao tra- seus alunos, possibilitando refletir e compreender
balhar somente essas variações, acabamos por dei- o contexto no qual surgiu a modalidade a partir
xar de lado muitos fundamentos que enriquecem as do futebol.
experiências corporais de nossos alunos.

1. Jogo: do Futebol ao Rugby

2. Objetivo: conhecer a história da modalidade e compreender sua transição do esporte de origem até o Rugby.
3. Materiais: bola de futebol, fitas de tag, bola de Rugby.

Início: o jogo se inicia com as regras básicas do futsal, Primeira alteração: além dos pés, os alunos podem
em que os alunos devem conduzir a bola com os pés e correr com a bola nas mãos, mas só podem fazer pas-
tentar fazer o gol. ses e gols com os pés.

Terceira alteração: não se pode mais usar os pés


Segunda alteração: a bola só pode ser passada com para passar ou conduzir a bola, apenas para finalizar.
as mãos (passes livres). Os passes com as mãos poderão ser feitos somente
para trás. Se a bola cair, troca a posse de bola.

Quarta alteração: os goleiros entram no jogo e o gol


Final: a partir desse momento seguir a regra do Touch
(try) só poderá ser feito dentro do gol e apoiando a
Rugby, caso necessário, entregar as fitas e realizar um
bola no solo. Ao tocar o adversário em posse da bola,
jogo de tag.
ele deverá parar e passar a bola.

173
ESPORTES COMPLEMENTARES

4. Como Jogar: Utilizando a regra básica do Rugby Touch, os


1. Jogo: Touch com suicídio
jogadores deverão realizar troca de passes e progressões em
2. Objetivo: desenvolver a recuperação rápida da
campo. Quando um jogador de defesa realizar um touch, ele
defesa em situações que exijam reposicionamento
deverá correr até o cone, tocar no chão e voltar para marcar.
constante.
O jogador de defesa só poderá voltar a marcar após realizar o
3. Materiais: cones e bola de Rugby
exercício de suicídio no campo.

Cone

Defesa

Ataque

Bola

Trajeto
do jogador
Figura 26 - Defesa com suicídio
Fonte: os autores.

4. Como Jogar: os jogadores deverão formar 4 filas for-


mando um quadrado a 2 ou 3 metros de distância. Um
jogador deverá ficar posicionado no centro do quadrado.
1. Exercício: Quadrado de Passes O jogador da fila A deverá passar a bola ao jogador do
2.Objetivo: aprimorar habilidades de passe, recep- centro e tomar seu lugar. O Jogador do centro deverá
ção e deslocamento. passar a bola para a fila B e entrar no final da fila, e assim
3. Materiais: cones e bola de Rugby o exercício segue até que todos tenham passado por
todas as filas e pelo centro.
Variação 1: duas bolas e dois jogadores no centro. Um
de costas para o outro.

Trajetória
do jogador
no cone
Trajetória
do jogador
do centro
Bola
Cone
Figura 27 - Passes com deslocamento
Fonte: os autores.

174
EDUCAÇÃO FÍSICA

4. Como Jogar: formar uma diagonal com os cones e posicionar os alunos


em cada cone. No primeiro cone, ficará o aluno em posse de bola, ele deverá
1. Exercício: Diagonal de passes trotar e passar a bola para o aluno do segundo cone (que deverá ultrapassá-
2.Objetivo: aprimorar habilida- -lo após receber a bola) e assim o exercício segue até o último aluno.
des de passe para trás, recepção Obs: esse movimento de ultrapassar o colega após receber a bola permite
em deslocamento e formação que a diagonal vá sendo construída novamente para que a bola possa ir e
em diagonal voltar a qualquer momento.
3. Materiais: cones e bola de Variação 1: fazer a bola ir até o final da linha de passe e voltar até o início
Rugby novamente (sempre em deslocamento).
Variação 2: fazer um passe mais longo pulando um jogador. Exemplo: joga-
dor 1 passa para o jogador 3, o 3 passa para o 5.

Trajetória
do jogador
Trajetória
da bola

Bola

Cone

Figura 28 - Diagonal de passes


Fonte: adaptada de World Rugby Coaching, [2018], on-line)6.

4. Como Jogar: iniciar o jogo de Tag-Rugby em uma situação de 3 jogadores no


1. Jogo: Tag com superiorida- ataque contra 2 na defesa. A equipe no ataque deverá aproveitar a superiorida-
de numérica de numérica para tentar avançar e fazer o try. A defesa deverá pensar em meios
2.Objetivo: promover situa- de barrar a progressão adversária mesmo com um número inferior. O professor
ções de jogo com superiorida- delimita o tempo de jogo e vai modificando as equipes de ataque e defesa.
de numérica. Variação 1: aumentar as situações de superioridade (4x3, 5x4, 6x5, 7x6).
3. Materiais: cones, Tags e Variação 2: inverter a situação de jogo, tornando o ataque com inferioridade
bola de Rugby e a defesa com superioridade, visando encontrar furos na defesa e progredir
para marcar try.

Ataque
Defesa

Ataque Figura 29 - Superioridade Numérica


Defesa
Fonte: adaptada de World Rugby Coaching, [2018], on-line)6.

175
ESPORTES COMPLEMENTARES

As sugestões apresentadas nesta unidade nos


trazem alguns caminhos para trabalhar a ini-
ciação do Rugby, contudo, adaptações e novas
estratégias metodológicas para o ensino des-
sa modalidade podem ser necessários para
contemplar as diferentes realidades, nas quais
nosso aluno está inserido. É importante ob-
servar que, conforme o aluno se desenvolve,
novos fundamentos podem ser acrescentados,
sempre avançando e retrocedendo, permitin-
do, deste modo, que o aluno possa se apro-
priar e refletir acerca de sua própria prática.

176
considerações finais

Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade! Tivemos oportunidade de conhe-


cer um pouco da história do Rugby, seus princípios e valores, suas regras e fundamen-
tos, além das variações e sugestões para sua prática de iniciação nesta modalidade.
A partir de nossas discussões, pudemos perceber que o Rugby, apesar de ser um
esporte que surgiu dentro das escolas, em nosso país ainda enfrenta resistência de
pais e professores, movidos pelo receio de trabalhar com uma modalidade que traz
em sua raiz uma alta incidência de contato físico.
As sugestões aqui apresentadas nos mostram que é possível, sim, desenvolver
um ótimo trabalho com a modalidade e, ao mesmo tempo, cuidar da segurança
de nossos alunos. O contato físico pode ser inserido aos poucos, conforme o
aluno progride, permitindo que ele se aproprie cada vez mais de elementos es-
pecíficos da modalidade.
Nas escolas, além dos recursos apresentados, é possível trabalhar com livros,
imagens, vídeos, seminários e um contato orientado em colchonetes e superfícies se-
guras. Para incentivar a prática, fica a sugestão de realizar visitas aos clubes próximos
a cidade, realização de festivais de Tag-Rugby com terceiro tempo, apresentações
abertas à comunidade proporcionando um momento familiar de interação, diversão
e difusão da modalidade.
Além de uma rica experiência corporal, o Rugby proporciona a formação de ca-
ráter, a disciplina e a socialização, mostrando a importância de respeito, da solida-
riedade e do companheirismo. Nós, enquanto professores, somos responsáveis por
propagar esses valores, auxiliando no desenvolvimento e formação de nossos alunos,
não apenas para o esporte, mas também para a vida!
Caro(a) aluno(a), esperamos que, a partir dessa leitura inicial, novas inquieta-
ções e curiosidades tenham surgido, proporcionando um momento de buscas e re-
flexões acerca de sua prática enquanto futuro professor.

177
atividades de estudo

1. O Rugby é um esporte que foi criado em terras In- I - O ensino do Tag-Rugby é inviável, uma vez
glesas no ano de 1823, na cidade de Rugby, onde que pode lesionar os alunos em virtude
os alunos da Rugby School, em meio à ação ilegal do contato físico constante.
de um jogador, que tomou a bola de futebol em II - O uso das Tags facilita a compreensão
suas mãos e correu em direção ao gol sem per- acerca das regras do jogo, permitindo
mitir que fosse parado, deram origem ao mito do que, ao jogar, saiba o momento exato em
Rugby, difundido historicamente por seus joga- que deve parar e reiniciar o jogo por meio
dores. Assinale corretamente o nome do jogador da retirada das tags.
responsável por executar essa jogada ilegal e, III - O Tag-Rugby é uma alternativa exclusiva-
consequentemente, dar origem ao Rugby? mente voltada para as escolas, sendo to-
a) Joseph Jason Momoa. talmente inviável ensinar outras técnicas
da modalidade em meio aos pisos duros.
b) Charles William Miller.
IV - Apesar do ensino do Tag-Rugby ser uma
c) Thomaz Arnold.
ótima alternativa para a iniciação, o pro-
d) Jorah Eduard Mormonn. fessor não deve se prender somente a
e) William Web Elis. essa variação, é preciso proporcionar, ao
aluno, momentos em que ele possa in-
2. O jogo de Rugby apresenta algumas caracterís- teragir, reconhecer e vivenciar os outros
ticas e regras específicas que o diferenciam das movimentos da modalidade, desde que
outras modalidades esportivas. Deste modo, du- seja planejado e executado de modo se-
rante sua prática, o jogador deve avançar e se guro.
posicionar constantemente, evitando estar im- Assinale a alternativa correta:
pedido. Uma maneira simples de observar se o
a) Apenas I e II estão corretas.
jogador está impedido é verificar se ele se encon-
tra à frente da linha da bola no momento do chu- b) Apenas II e IV estão corretas.
te ou passe realizado por qualquer membro de c) Apenas IV está correta.
sua equipe. Com base nas informações, cite as
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
três formas de impedimento trazidas pela World
Rugby Laws, [2018], on-line)5. e) Apenas I, III e IV estão corretas.

3. O Tag-Rugby é uma variação excelente para ini- 4. O Rugby é um esporte de invasão e contato físi-
ciação. Pode ser praticada por todas as faixas co, muito popular no campo mundial. Considera-
etárias, e na composição do time em meio esco- do um esporte de ogros jogado por cavalheiros,
lar é recomendado que haja dois meninos e duas traz junto às leis do jogo princípios e normas de
meninas no mínimo. O Tag-Rugby conta com um conduta, difundidos como fundamentais para a
estímulo visual e palpável que são as fitas (tags), prática da modalidade. Seus fundamentos e re-
facilitando a organização do jogo e sua arbitra- gras trazem uma complexidade inicial, justamen-
gem, uma vez que o jogador em posse de bola só te por apresentar movimentos que não estamos
deve cessar seu movimento quando sua fita for habituados, por exemplo, realizar os passes
retirada. Pensando no trecho, assinale a(s) afir- somente para o lado ou para trás. Os desafios
mativa(s) correta(s): trazidos pela modalidade são excelentes para di-

178
atividades de estudo

versificar nossas aulas e evitar que nossos alunos I - As técnicas de chute no Rugby também
sintam-se excluídos por não terem suas habilida- podem ser utilizadas como forma de co-
des desenvolvidas, gerando um ambiente amis- brança de falta, por meio de um free-kick.
toso onde todos devem se ajudar para aprender II - Apesar de gerar contato brusco, o tackle
e alcançar seus objetivos. Reflita sobre o texto e e o scrum, se executados corretamente,
assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): não representam nenhum risco de lesão
( ) O Rugby é um esporte extremamente agres- aos atletas.
sivo oriundo da Nova Zelândia, país com um III - O passe no Rugby é um fundamento mui-
dos melhores Rankings mundiais no Rugby e to importante e necessita de constante co-
muito conhecido hoje por sua equipe intitula- municação, permitindo que os jogadores
da All Blacks. possam se localizar e realizá-lo de modo
( ) Os passes com as mãos, no Rugby, podem ser eficiente, mantendo a posse de bola.
realizados para frente, somente depois que IV - Todos os fundamentos podem ser ensina-
seu companheiro realizar um drop-kick e repor dos e trabalhados no ambiente escolar e
rapidamente a bola em jogo. na iniciação, desde que o professor tome
( ) O alinhamento lateral (line-out) ocorre quando os devidos cuidados para manter a segu-
a bola ultrapassa a linha lateral, necessitando rança de seus alunos.
de três jogadores para formar o elevador. Assinale a alternativa correta:
( ) O Tag-Rugby é uma ótima alternativa para a a) Apenas I e II estão corretas.
iniciação do Rugby, uma vez que pode ser tra-
balhado em pisos duros e evita o contato físico b) Apenas II e IV estão corretas.
entre os alunos, proporcionando um ambiente c) Apenas IV está correta.
amigável e divertido.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
( ) O Rugby XV foi a modalidade criada, inicialmen-
e) Apenas I, III e IV estão corretas.
te, pelos Ingleses, sendo adaptada posterior-
mente e difundida também em uma variação
conhecida como Rugby Sevens.

5. Andrade (2016) aponta que o ensino do Rugby


deve permitir ao aluno a reflexão acerca de sua
história, seus princípios e valores e sua essência
enquanto formador de caráter. Ao ser trabalha-
do na iniciação ou nas escolas, deve oportunizar
ao aluno não só a vivência, mas a apropriação do
conhecimento teórico e prático, permitindo que
possa desenvolver suas habilidades motoras e
cognitivas. O conhecimento técnico permite ao
aluno a prática da modalidade de forma mais
eficiente e com um menor dispêndio de energia.
Pensando nos fundamentos técnicos da modali-
dade, assinale a alternativa correta.

179
LEITURA
COMPLEMENTAR

A estrutura proposta por Andrade (2016) traz um esboço • Princípios e valores: muito defendidos na modali-
que não deve ser tratado como manual de instruções, dade, visando sempre à formação do aluno para a
mas possibilita a reflexão e reconstrução a partir da re- coletividade.
alidade na qual se insere. A autora sugere a organização • Terceiro-tempo: possibilitar eventualmente a re-
em três temas: aspectos históricos, aspectos técnicos e alização de jogos, e ao término desses jogos, a
aspectos sociais. participação do terceiro tempo, a partir da qual as
Aspectos Históricos (Origem do Rugby) - apresenta a crianças podem dividir comidas e bebidas, além de
origem do Rugby contextualizando a prática do aluno brincar e socializar os conhecimentos que já adqui-
por meio: riram.
• Da realização de jogos que demonstrem sua ori- • O Tag-Rugby deve ser utilizado como uma forma ini-
gem no futebol e sua evolução até Rugby. cial de se apropriar da modalidade, possibilitando
• Vídeos e imagens que tragam características do país que o aluno aprenda as formas de movimentação e
de origem, da modalidade em si e que facilitem a regras básicas do jogo. É possível trabalhar funda-
compreensão da criança acerca dessa origem. mentos como: passes, corridas, recepções, ataque
• Rodas de histórias: onde o professor pode contar, re- (progressão com a bola), defesa (evitar progressão
presentar ou possibilitar que as crianças façam parte adversária), linhas de ataque e defesa (formas de
da representação, contando a história do Rugby. organização básicas de ataque e defesa).
Aspectos técnicos da modalidade (características do Aspectos Sociais (Organizações de festivais): a ideia
Rugby, Tag-Rugby). Possibilitar que o aluno seja introdu- principal deste conteúdo é organizar para os alunos, fes-
zido ao mundo dessa modalidade. Para isso, o professor tivais abrindo as portas para a comunidade escolar (pais,
tem como alternativa apresentar: professores).
• O Union e o Rugby Sevens: por meio de vídeos e • Possibilitar um momento lúdico para a criança, no
imagens, uma vez que sua prática como um todo qual possa interagir, mostrar e ensinar o que pode
(com contato físico), não é recomendada ainda nes- aprender sobre a modalidade em seus aspectos
se período, pelo alto risco de lesões. históricos e técnicos.
• Os materiais necessários para a prática: o professor • Realização do terceiro tempo, em que todos podem
pode trazer para a aula a bola e os equipamentos uti- se alimentar e trocar abertamente suas novas ex-
lizados, mostrar por meio de imagens, recortes etc. periências em meio à modalidade.
• Regras e fundamentos básicos: devem ser traba-
lhados para que a criança possa se apropriar desse Fonte: adaptada de Andrade (2016).
conhecimento, conseguindo, desta forma, jogar o
Tag-Rugby.

180
material complementar

Indicação para Assistir

Forever Strong - Para Sempre Vencedor


2008
Sinopse: após um acidente de trânsito, o jogador adolescente de rúgbi, Rick, vai
para a cadeia. Lá, recebe uma outra chance quando é chamado para fazer parte
do time local, mas deve seguir regras rígidas de conduta. Seu grande desafio
chega quando deve enfrentar seu antigo time, treinado por seu próprio pai.

Indicação para Assistir

Invictus
2009
Sinopse: após o fim do apartheid, o recém-eleito presidente Nelson Mandela
lidera uma África do Sul que continua racial e economicamente dividida. Ele
acredita que pode unificar a nação por meio da linguagem universal do esporte.
Para isso, Mandela junta forças com Francois Pienaar, capitão do time de rúgbi,
promovendo a união dos sul-africanos em favor do time do país na Copa Mun-
dial de Rúgbi de 1995.

Indicação para Acessar

O link a seguir possibilita a compreensão da técnica de execução dos passes.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CNDjdYkHRmg>.
O vídeo a seguir possibilita sua compreensão sobre o side-step no Rugby
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zjLgoReDBGw>.
O vídeo facilita a compreensão da técnica do maul no Rugby.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ak_QWAAtvFo>.
O link, a seguir, apresenta de forma simples a execução da técnica do tackle. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=QiOzQprHjkE&t=38s>.
O link, a seguir, nos mostra a forma correta de levantar um jogador no lite-out. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=9XdtrQfgZSA>.

181
referências

AGUIAR, F. R. Valores presentes na prática do rugby ções Leia, 1950.


em um clube de Porto Alegre. Porto Alegre: Uni- NOGUEIRA, J.; MIGLIANO, M.; VOUGA, X. IRB
versidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011 Dis- Coaching Nivel 1: Introdução ao Rugby, 2012.
ponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/ PEREIRA, D. P.; MORAES, D. R. S. Mídia e rugby
handle/10183/39322/000825637.pdf?sequence=1>. como formas de reafirmação e reconstrução da me-
Acesso em: 12 set. 2018. mória maori – o haka na Nova Zelândia. Revista In-
ANDRADE, J. L. O Rugby para além dos campos: terdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v. 10,
possíveis contribuições para o desenvolvimento das n. 4, p. 86-102, 2016.
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______. Rugby: uma possibilidade de conteúdo para (Volume 1).
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de Curso (Graduação em Educação Física) – Univer- do Professor. 2011.
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CENAMO, G. C.; DANTAS, L. E. P. B. T. (Orien.). cação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
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-pass1.jpg>. Acesso em: 11 set. 2018. so em: 11 set. 2018.

gabarito

1. E.
2. O impedimento no Rugby ocorre: a. Quando um jogador impedido recebe a bola ou obstrui/atrapalha o
adversário. b. Quando um membro da equipe do jogador impedido chuta a bola para frente e o jogador
impedido não se coloca em posição legal antes de se mover ao local onde a bola cai. c. Quando não
cumpre a lei dos 10 metros.
3. B.
4. F, F, V, V, V.
5. E.

183
ESPORTES DE CAMPO-E-TACO:
BEISEBOL

Professora Mariana Amendoa Puppin Akiyama


Professor Jiusom Tokumi Akiyama

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Das raízes à modernidade: Beisebol, um esporte em
evolução
• Equipamentos do Beisebol
• Posição e função dos jogadores em campo
• Regras do beisebol e dinâmica de jogo
• O “Minibeisebol”: uma estratégia pedagógica

Objetivos de Aprendizagem
• Inserir o leitor no universo do beisebol por meio da
história, tradição e expansão do esporte.
• Estudar sobre os equipamentos utilizados para o jogo.
• Apresentar as posições dos titulares e suas respectivas
funções em campo.
• Proporcionar o contato com o conhecimento da
modalidade, bem como suas regras e dinâmica de jogo.
• Habilitar os alunos para o ensino da modalidade em
escolas e clubes.
unidade

V
INTRODUÇÃO

O
lá, caro(a) aluno(a). Seja bem-vindo(a) à Unidade 5. Nesta
unidade, falaremos sobre o Beisebol, esporte que vem cres-
cendo muito no Brasil e ganhando milhares de amantes e
adeptos. Embora ele já esteja presente em nosso território
há mais de cento e cinquenta anos, ainda precisa ser conhecido por mui-
tos brasileiros e ser desenvolvido no país. Esta informação tão importan-
te deve estar fazendo você se questionar: “Como assim? Existe beisebol
no Brasil durante todo esse tempo e eu não sabia?” E a nossa resposta
para você é sim, isso mesmo!
O Beisebol chegou ao Brasil nos anos de 1850 por meio de funcioná-
rios americanos de uma empresa de telefonia, mas não se consolidou com
eles. Foi por meio dos imigrantes japoneses, que desembarcaram no Bra-
sil pelo navio Kasato Maru, em 1908, no porto de Santos, que o esporte
se sustentou até os dias de hoje em nosso território nacional. No entanto,
esses imigrantes que trabalhavam nas lavouras de café nos estados de São
Paulo e Paraná, bem como em outros estados, serviam-se do esporte com
intuito recreativo. Desta forma, juntavam-se com os amigos para matar a
saudade de sua terra natal, e durante muitos anos, o beisebol se manteve
desconhecido para várias pessoas e praticamente inexplorado.
Para introduzi-lo melhor neste tema, esta unidade foi cuidadosamen-
te preparada para lhe apresentar um conhecimento global sobre o moda-
lidade, bem como seus aspectos históricos, táticos, técnicos e as nuances
do jogo. Sua estrutura pedagógica está organizada em tópicos, passando
pelo período da criação, o momento da chegada no Brasil e como se de-
senvolveu até os dias de hoje.
Deste modo, desejamos a você uma boa leitura, que esta unidade
possa lhe preparar para as oportunidades que surgirem em sua carreira
profissional, que você consiga desenvolver suas capacidades de profissio-
nal do movimento nesta modalidade, que possa proporcionar aos seus
futuros alunos um excelente desenvolvimento das capacidades motoras,
intelectuais e sociais. Bons estudos!
ESPORTES COMPLEMENTARES

DAS RAÍZES À MODERNIDADE:


BEISEBOL, UM ESPORTE EM EVOLUÇÃO
Neste tópico, vamos explorar um pouco sobre a beisebol. Oficialmente, o beisebol surgiu com os
história do beisebol, sua criação, expansão e con- Knickerbocker Base Ball Club, na cidade de Nova
temporaneidade. Esperamos que esta unidade York, em meados de 1845, fundado por Alexander
possa proporcionar uma experiência animadora Cartwrigth. A partir de então, o jogo foi ganhando
nesse novo universo que nos reserva várias sur- espaço no coração dos novaiorquinos e dos ameri-
presas pelo caminho. canos de forma geral, vindo a tornar-se, hoje, uma
Não é possível datar exatamente quando o paixão nacional, capaz de reunir mais de cinquenta
beisebol nasceu, porém, há relatos de um certo mil pessoas em um estádio, para se divertir assis-
jogo, praticado na Inglaterra, chamado Rounders, tindo aos jogos, como é o caso do Dodger Stadium,
de onde pode ter surgido os primeiros traços do na cidade de Los Angeles.

Figura 1 - Equipe de beisebol da People’s Drug Store, membros das equipes amadoras de Washington 1921

188
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 2 - Dodger Stadium na cidade de Los Angeles, California.

Há relatos de que o Beisebol foi trazido para o Bra- 1920 e 1940. Em setembro de 1946, com o objetivo de
sil no Século XIX, por funcionários americanos da formalizar as competições que aconteciam no estado
empresa Light, companhia telefônica e Frigorífico de São Paulo, foi criada a Federação Paulista de Beise-
Armour, que praticavam o esporte onde hoje é o bol e Softbol (FPBS) e, neste mesmo ano, com 13 equi-
Parque Antártica, estádio do Palmeiras, mas não pes filiadas, foi disputado o Campeonato Estadual de
se encontra relatos da continuidade dessa ativida- Beisebol. Surge, no ano de 1990, a Confederação Bra-
de dos americanos no Brasil. sileira de Beisebol e Softbol (CBBS, [2018], on-line)1,
Portanto, em 1908, desembarcou no Brasil, tra- fundada para regulamentar e promover as competi-
zendo os primeiros imigrantes japoneses, o Navio ções em âmbito nacional, desta forma, ampliando o es-
Kasato Maru, por meio dos quais o beisebol começa paço para a difusão do esporte em território nacional.
a deixar seu legado no país. Os imigrantes recém- Atualmente, são cerca de 25 clubes filiados à CBBS, os
-chegados ao Brasil instalaram-se em sua grande quais disputam torneios regionais e nacionais.
maioria nos estados do Paraná e São Paulo, para Os atletas brasileiros, Ian Gomes, André Rienzo,
trabalhar na lavoura de café, contudo, em seus mo- Paulo Orlando, Thiago Vieira, entre outros, são as
mentos de descanso, com caráter recreativo e de re- estrelas brasileiras que brilham no beisebol ameri-
cordar suas origens, praticavam o beisebol. cano e carregam uma geração de novos jogadores
O beisebol foi levado nesse intuito durante mui- brasileiros com o mesmo sonho de desbravar cada
tos anos, ao se tornar mais competitivo em meados de vez mais o beisebol mundial.

189
ESPORTES COMPLEMENTARES

EQUIPAMENTOS DO BEISEBOL

190
EDUCAÇÃO FÍSICA

Após nos entusiasmar com os aspectos históricos que


permeiam o beisebol, acredito que a vontade de seguir
em frente tenha aumentado ainda mais, não é mesmo?
Antes de conhecermos os aspectos táticos do jogo,
precisamos conhecer de que forma jogam, onde jo-
gam e como atuam os jogadores dentro do campo de
beisebol. Para isso, falaremos um pouco sobre o cam-
po e suas dimensões os equipamentos utilizados pelos
jogadores e a função de cada um deles dentro do jogo.

CAMPO DE BEISEBOL

O Beisebol é jogado em campo misto de terra e gra-


ma (opcional), popularmente chamado de diaman-
te, em função do seu formato; sua área total é de,
aproximadamente, doze mil metros quadrados, di-
vididos com quatro bases de 27,432 m. O campo é
separado em território “foul” e território “fair” que
serve de limite entre a bola válida e não válida.
O território “foul” indicado pelas linhas brancas
e a parte de fora do campo pode ser chamada de “ba-
ckstop”, a barreira está situada a partir das linhas de
foul até o limite da arquibancada, podendo medir
18,795 m ou mais. O território fair é definido como
toda a extensão do campo que fica para dentro das
linhas brancas, partindo da “home plate” e seguindo
a extensão das linhas de foul, pode ter 97,536 m ou
mais. Da home plate ao “center field” 121,92 m ou
mais. Há, também, uma divisão de campo interno e
campo externo chamado de infield e outfield, respec-
tivamente, constituído pela parte inferior do campo,
composta por terra ou saibro e toda a parte superior
do campo gramado, onde atuam os jogadores aptos
a interceptar as bolas altas. Dentro de todo esse com-
plexo, movem-se os defensores, dos quais falaremos
adiante, com o objetivo de defender o “diamante”,
impedindo que os rebatedores conquistem as bases. Figura 3 - Materiais utilizados pelos jogadores

191
ESPORTES COMPLEMENTARES

Figura 4 - Campo de beisebol e suas dimensões


Fonte: os autores.

192
EDUCAÇÃO FÍSICA

EQUIPAMENTO DOS JOGADORES

A Luva

A luva ou glove, como é chamada, é utilizada pelos


jogadores que estão em ação defensiva. Feita em cou-
ro de alta durabilidade, pode variar entre 8 a 14 po-
legadas, dependendo da posição em que o jogador
estará atuando. As luvas dos jogadores de campo in-
terno são, geralmente, menores do resto dos jogado-
res e servem para aparar as bolas rebatidas na terra, e
as luvas de campo externo são maiores para auxiliar
os jogadores a interceptar bolas altas, porém os joga-
dores escolhem qual o melhor tamanho para sua mão
e com a qual ele se sente seguro para agarrar as bolas.
No campo interno, diferente de todas as ou-
tras luvas, encontra-se a luva para o jogador da
primeira base, chamada de “first mitt”, feita em
acolchoado intermediário e de tamanho maior,
para agarrar as bolas lançadas para ele, no intuito
de eliminar os corredores intencionados em con-
quistar sua base correspondente.

Figura 5 - Luva de beisebol Figura 6 - Mitt para o jogador da primeira base

193
ESPORTES COMPLEMENTARES

A luva do catcher (o receptor) é uma particularidade, O BASTÃO OU TACO


diferente da de todos os outros jogadores, chamada de
“Catcher´s Mitt”. É composta por um acolchoado mais O Bastão de beisebol é utilizado na ação ofensiva
resistente, que permite agarrar bolas lançadas acima dos times. Feito em formato cilíndrico, pode chegar
de 150 km/h, garantindo a segurança das mãos. a 1,09 m; porém, os mais utilizados têm em torno de
81,3 cm e 81,9 cm, pode ser produzido em carbo-
no, madeira ou alumínio. Entretanto, os mais usa-
dos pelos jogadores a partir dos 17 anos é feito em
madeira. Um bat pode pesar de 850 g a 1kg, com
uma particularidade para os tacos de madeira, que
se não forem utilizados da maneira correta, ou seja,
se o rebatedor golpear a bola com as extremidades
do taco e não no centro, ele poderá se romper, fato
que ocorre com frequência nos jogos profissionais.

Figura 8 - Bat ou Bastão

Figura 7 - Catcher´s Mitt

O Capacete
SAIBA MAIS

O Beisebol, originalmente, foi jogado a mãos


nuas; somente em meados de 1860 é que
surgiram as primeiras luvas, no intuito de
proteger as mãos dos defensores. Os primei-
ros jogadores a adotarem as luvas foram os
catchers, seguido pelos jogadores da primeira
base e depois todos os outros jogadores. To-
das as luvas são feitas em couro e preenchidas
com acolchoados menos ou mais resistentes,
como é o caso do catcher e do primeira base.
Para saber mais, acesse o link disponível em:
<https://www.britannica.com/sports/base-
ball/Analyzing-baseball#toc30444>.

Fonte: adaptado de Encyclopaedia ([2018], on-line)2.

Figura 9 - Capacete com proteção para as duas orelhas

194
EDUCAÇÃO FÍSICA

O capacete é utilizado pelo rebatedor para prote-


gê-lo de eventuais golpes contra a cabeça. Existem
vários modelos e tamanhos, podendo ter proteção
para as duas orelhas do rebatedor (Figura 9), pode
também ser encontrado somente com a proteção
para uma orelha (Figura 10) ou, ainda, com más-
cara protetora acoplada (Figura 11) (utilizado nas
categorias de base). Há, ainda, equipamentos não
obrigatório aos rebatedores que muitos fazem uso,
são eles: a cotoveleira e a caneleira.
A bola de beisebol é feita com uma bola de cor-
Figura 10 - Capacete com proteção para
uma orelha para rebatedores destros tiça no seu núcleo, revestida por três camadas de
barbante, recoberta com couro branco e arremata-
da com exatas 108 delicadas costuras feitas à mão.
Pode pesar entre 141 a 150 gramas e sua circunfe-
rência é de 240 milímetros. As costuras têm a fun-
ção de auxiliar os jogadores no agarre da bola para
obter efeitos específicos de rotação.

Figura 11- Capacete com proteção para o rosto Figura 12 - Bola de beisebol

195
ESPORTES COMPLEMENTARES

POSIÇÃO E FUNÇÃO DOS


JOGADORES EM CAMPO

196
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 13 - Posição dos jogadores em campo


Fonte: os autores.

A DEFESA

Todos os jogadores que atuam na ação defensiva são área que compreende 5,486 m de diâmetro, cujo
distribuídos ao redor do campo de forma a garan- centro está a 17,983 m da parte traseira do home
tir que as bolas rebatidas serão capturadas, sem que plate, a base onde fica o receptor ou catcher. Sua
haja brechas na defesa. Ao longo do tempo, essas po- função dentro de campo é arremessar a bola de
sições foram sistematizadas e ganharam nomes para forma que os rebatedores sintam dificuldade em
facilitar o posicionamento dos jogadores. rebatê-la, para isso, eles lançam bolas retas com
Iniciando pelo Pitcher ou Arremessador, (1) muita velocidade, podendo atingir cerca de 160
ocupa o centro do campo no lugar chamado Mon- km/h e, também, uma série de bolas curvas que
tículo do Arremessador ou “Pitching Mound” – dificultam a ação do rebatedor.

197
ESPORTES COMPLEMENTARES

Figura 14 - O arremessador

Seguindo, vamos falar do Receptor ou Catcher, este


é o único jogador que tem a visão geral do campo
em um prisma que nenhum outro jogador pode
ter. O catcher observa todo o campo e os jogadores
em uma posição de frente, portanto, é de sua po-
sição que sai todas as jogadas táticas do time, tam-
bém é ele que deve dizer qual bola o arremessador
deverá jogar em determinado momento do jogo
ou em função do rebatedor etc. O catcher ainda
se utiliza de um equipamento de proteção forma-
do por duas caneleiras, uma proteção para o tórax
com duas ombreiras e um capacete com máscara,
além da luva resistente e bem acolchoada, como Figura 15 - O catcher
mencionado no capítulo anterior.

198
EDUCAÇÃO FÍSICA

Em seguida, falaremos do Primeira Base ou First O ATAQUE


Baseman: este jogador é responsável por apanhar as
bolas que os jogadores do campo interno lhe arre- Iniciando o ataque falaremos um pouco do rebate-
messam e pisam em sua respectiva base para elimi- dor, este é o jogador da equipe adversária que está
nar o corredor que tenha a intenção de conquistá-la. em ação ofensiva. É da competência do rebatedor
Falaremos, a seguir, do Segunda Base ou Second chegar a salvo em base, dessa forma, ele deve rebater
Baseman: ele compõe a defesa interna na parte direi- a bola lançada o mais longe possível, podendo re-
ta do campo junto com o primeira base. Sua função batê-la para fora dos limites do campo (Home run)
é defender a segunda base para que os corredores e percorrer as bases retornando a home plate, a fim
não consigam conquistá-la e agarrar todas as bolas de marcar um ou mais pontos para sua equipe e/ou
que fiquem em sua zona defensiva. avançar um corredor que o precedeu em base, exe-
Seguindo o infield, chegamos à posição do Ter- cutando uma jogada de sacrifício, por exemplo.
ceira Base ou Third Baseman: este jogador defende
a sua base correspondente, não permitindo que os
corredores a conquistem; assim como o primeira
base, ele defende toda a área da frente do campo e
Veja um exemplo de ataque,
o limite de sua posição termina quando começa a
assistindo ao vídeo. Para
zona de defesa do Inter Bases ou Short Stop, jogador acessar, use seu leitor de
do qual falaremos agora. QR Code.
O Interbases ou Short Stop é o jogador que
defende os limites centrais do campo interno jun-
tamente com o segunda base, ele tem a caracterís-
tica de ser um dos jogadores mais ágeis do time e
com uma competência incrível de defesa. Partin-
do para o Campo Externo ou Outfield, onde se en-
contram os Jardineiro Esquerdo ou Left Fielder, o
Jardineiro Central ou Center Fielder e o Jardineiro
Direito ou Rigth Fielder, esses três jogadores têm
a função de agarrar todas as bolas que vierem em
sua direção, pois atrás deles só há o muro, onde
não devem deixar a bola ir, pois, se assim o fize-
rem, certamente os corredores alcançarão a home
plate e marcarão ponto.
A partir daqui toda a defesa está composta e
já podemos nos aprofundar na dinâmica do jogo e
suas regras mais específicas. Figura 16- O rebatedor

199
ESPORTES COMPLEMENTARES

O rebatedor deve permanecer na área chamada de


caixa do rebatedor, situada nos dois lados da home
plate, e obedecer à ordem dos rebatedores preestabe-
lecida pelo técnico, a fim de executar sua ação; caso
contrário, poderá ser punido. Para garantir a rebati-
Figura 17 - Zona de Strike
Fonte: Gentil (2011, on-line)3. da, os rebatedores defendem uma área que chama-
mos de Zona de Strike ou Strike Zone e está constituí-
da da seguinte forma: todas as bolas que passarem no
ponto médio entre o topo dos ombros e a parte baixa
da rótula do rebatedor dentro das linhas da home
Veja um exemplo de reba- plate deve ser considerada strike, da mesma forma
tedor, assistindo ao vídeo. que as bolas que passarem fora deste limite são con-
Para acessar, use seu leitor sideradas ball. Em uma combinação de quatro balls
de QR Code.
e três strikes, o rebatedor deverá escolher uma bola
para executar sua ação ou ser eliminado.

200
EDUCAÇÃO FÍSICA

O “Home Run” acontece quando o rebatedor conse-


gue golpear a bola na parte ótima do taco e mandá-
-la para fora dos limites do estádio. Quando o reba-
tedor alcançar esse feito, ganha um ponto para sua
equipe automaticamente, portanto, se houver mais
corredores em base no momento da sua rebatida, to- Veja um exemplo de Home
dos eles também completam a corrida, marcando a Run, assistindo ao vídeo.
quantidade de pontos dos corredores existentes. Por Para acessar, use seu leitor
de QR Code.
esse motivo, o home run é uma das jogadas mais es-
peradas do beisebol, pelos jogadores e torcida.

Figura 18 - Home Run


Fonte: Beckham ([2018], on-line)4

201
ESPORTES COMPLEMENTARES

REGRAS DO BEISEBOL
E DINÂMICA DE JOGO
O Beisebol possui uma centena de regras que definem o jogo
e o faz ser um dos esportes mais interessantes no tocante à
estratégia. O objetivo do jogo constitui-se em rebater a bola
o mais longe possível e percorrer as bases até completar a
corrida, retornando ao ponto de partida, a “Home Plate”;
desta forma, conquista-se o ponto chamado “run”.

202
EDUCAÇÃO FÍSICA

OS TURNOS DE ATAQUE E DEFESA

Os jogadores se revezam em turnos de ataque e de- As eliminações podem acontecer de quatro for-
fesa a cada três eliminações durante o jogo, que per- mas principais, a saber:
corre nove entradas. • Eliminação por “Strikeout”, é quando o
Existe uma série de formas para a defesa eliminar rebatedor permite passar três strikes sem
os corredores, deste modo, neste capítulo, vamos apro- realizar o contato com a bola.
fundar como são feitas as eliminações no beisebol.

Figura 19 - Eliminação por Strike Out.

203
ESPORTES COMPLEMENTARES

Figura 20 - Eliminação do corredor/batedor na primeira base

• Eliminação por jogada forçada, “Forced play”,


acontece quando o jogador, após conseguir a
rebatida, corre em direção à primeira base,
mas chega até ela depois da bola, em função
de uma jogada dos defensores internos (neste
caso para bolas rebatidas rasteiras).
• Eliminação por Flyout ou Popout, é quando
qualquer jogador da defesa intercepta a
bola antes que ela toque o solo. Essa jogada
acontece em rebatidas em forma de parábola
ou em forma de linha. Esse tipo de jogada é
mais frequente no outfield.
• Eliminação por Tag out acontece quando o
corredor, na tentativa de alcançar a base subse-
quente, é surpreendido pelo defensor que está
com a posse a bola e toca qualquer parte do
corpo do corredor antes que ele alcance a base.

Os jogadores da defensiva, após completarem as


três eliminações, poderão ter a chance de rebater. É
importante lembrar que somente na ação ofensiva é
Figura 21 - Jogada de eliminação por flyout ou popout possível pontuar no beisebol.

204
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 22 - Tag out

SAIBA MAIS

O Beisebol, no Brasil, em sua grande maioria, é ensinado por ex-atletas sem formação profissional, fato
que ocorre com outras modalidades pouco conhecidas. Portanto, embora desenvolvam a difusão da
modalidade, nem sempre possuem conhecimento científico suficiente para lidar com as questões bio-
mecânicas, fisiológicas e de condicionamento físico. Talvez seja o momento de profissionais da educação
física assumirem também este espaço, não só no beisebol, mas em outras modalidades, manifestando
a beleza do repertório motor que os atletas podem alcançar. Arriscar-se em novos desafios faz de nós
mais capazes e versáteis no mercado de trabalho.

Fonte: os autores.

205
ESPORTES COMPLEMENTARES

O “MINIBEISEBOL”: UMA
ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA

206
EDUCAÇÃO FÍSICA

O Minibeisebol é uma das estratégias que se pode


adotar para fazer a iniciação do beisebol em am-
biente escolar, associações esportivas e não somente
em clubes, como é a realidade do Brasil. Observa-se
que, nas escolas, encontra-se a maior concentração
de crianças em desenvolvimento motor e com uma
vitrine de oportunidades a sua volta. Para o ensino
do beisebol nas escolas, faz-se necessário uma adap-
tação do esporte para um ambiente muito menor do
que o usado para prática da modalidade.
Portanto, se o beisebol não fosse levado a essas 30m
crianças, quantas delas realmente poderiam conhe-
cer esse esporte fantástico a ponto de poder prati-
cá-lo em nível de competição? Foi por meio desta
motivação que se iniciou o ensino do beisebol de
maneira adaptada para que mais crianças tivessem
o contato com a modalidade e pudessem ser enca-
minhadas a instituições que o praticam. Seguem al-
gumas propostas de atividades pré-desportivas em
modelo segmentado, de forma a desenvolver a com-
preensão das competências separadamente 20m
37m

A QUADRA

A quadra do mini beisebol é composta no espaço de


uma quadra poliesportiva, com dimensões entre 30

m
20

20
m x 37 m. A 3 m da linha de fundo está a base do
m

triângulo equilátero de 20 m, que formará o infield. Linha de 3m


Na ponta do triângulo, deverá haver uma marcação
feita com cones ou desenhado com giz no chão, com
o intuito de marcar as bases.

Time A Time B

Figura 23 - Quadra de mini beisebol


Fonte: os autores.

207
ESPORTES COMPLEMENTARES

APRENDENDO A REBATER

30m
Objetivo: iniciar as atividades de rebatida desenvol-
vendo a coordenação óculo-motora antes mesmo do
contato com o jogo.

Materiais: para essa atividade, você irá precisar de


um cabo de vassoura cortado ao meio, 20 bolas de
plástico (no padrão de bolas de piscina de bolinhas)
ou de outro material leve.

20m
Desenvolvimento: separe duas equipes de número
iguais de participantes, e defina a equipe que co-
meçará a disputa no bastão. Cada rebatedor terá 3
37m

chances para rebater. A cada acerto na bola, soma


um ponto para a equipe. A troca entre defesa e
m
20

20

ataque deve acontecer somente depois de todos os


m

Linha de competidores terem realizado as rebatidas.


3m
R
P

2 3 4 5 6 7 8 9 101112
(Ataque) - (Rebatedor) Veja um exemplo de apren-
dendo a Rebater, assistindo
ao vídeo. Para acessar, use
Figura 24 - Adaptação da quadra poliesportiva para iniciação de ativi-
dades de rebatida seu leitor de QR Code.
Fonte: os autores.

208
EDUCAÇÃO FÍSICA

APRENDENDO A RECEPCIONAR A BOLA


E ARREMESSAR

30m Objetivo: estimular o aprendizado da competência


de receber a bola com as duas mãos e, posteriormen-
te, com apenas uma das mãos.

Materiais: bolas com, no máximo, 30 cm de diâmetro.

Desenvolvimento: os alunos deverão ser separados


em duplas e posicionar-se na quadra um de frente
para o outro. A atividade deve começar em uma dis-
tância curta e aumentar progressivamente à medida
que a competência já consegue ser realizada de ma-
neira natural. Sugerimos a medida de 2 m. As duplas
devem estar posicionadas um de frente para o outro.
37m

Em uma atividade simples, os alunos deverão passar a


bola um para o outro para que desenvolvam a habili-
dade de recepção. Inicie com a recepção da bola com
as duas mãos e, posteriormente, gradue para uma.

Observação: a mão a qual o aluno deve ser ensinado


a recepcionar a bola é a mão não dominante (para
destros, a mão esquerda, por exemplo), desta forma,
quando tiverem o contato com as luvas, não terão
Figura 25 - Atividade de capacitação às habilidades de recepcionar e
dificuldades de adaptação. Outro aspecto importan-
lançar a bola de beisebol te a ser observado é a forma do arremesso. Oriente
Fonte: os autores.
os alunos a realizar os arremessos com a bola acima
da linha cabeça e dos ombros.

Veja um exemplo de Apren-


dendo a recepcionar a bola
e arremessar, assistindo ao
vídeo. Para acessar, use seu
leitor de QR Code.

209
ESPORTES COMPLEMENTARES

OS JOGADORES DA DEFESA E SUAS POSIÇÕES

30m Cada equipe conta com 6 jogadores divididos em zo-


Jardineiro Jardineiro nas de defesa.
esquerdo direito
5 6 1. O arremessador (pitcher) deverá se posicionar
ao centro do triângulo de 20 m e executar os
arremessos aos jogadores da equipe adversária.
2ª base 1ª base Após arremessar a bola, ele se torna um defensor
4 3 como qualquer outro jogador que atua na defesa,
20m
podendo fazer eliminações.
1ª base
1 2. O receptor (catcher) posiciona-se atrás da linha
Arremessador de 3 m e deve cuidar para que nenhum jogador
37m

adversário pise a home plate, para isso, deverá


m
20

orientar seus companheiros de defesa nas jogadas.


20
m

3. O Primeira base (first baseman), tal como no jogo


oficial, deve ser alguém com boa habilidade em re-
Linha dos 3m
cepcionar as bolas, pois ele deverá eliminar os cor-
redores que tentarem conquistar a sua base. Este
2
jogador deve posicionar-se nos limites da primeira
Time A Receptor Time B base, um pouco atrás ou ao lado dela.
Figura 26 - Posicionamento dos jogadores na quadra do minibeisebol
Fonte: os autores.
4. O segunda base (second baseman) ocupa sua
respectiva base e, assim como o catcher e o pri-
meira base, defende seu território para que ne-
nhum rebatedor a conquiste.
Veja um exemplo de os joga-
dores da defesa e suas po- 5. e 6. O jardineiro esquerdo e o jardineiro direi-
sições, assistindo ao vídeo. to são os responsáveis por toda defesa do campo
Para acessar, use seu leitor externo (todo o território que fica atrás do triân-
de QR Code.
gulo de 20 m), eles devem ser capazes de pegar as
bolas altas, eliminando os rebatedores.

210
EDUCAÇÃO FÍSICA

O JOGO DE DUAS BASES

Objetivo: iniciar os alunos na dinâmica do mini-


beisebol.
(Defensores)
Materiais: você irá precisar de um taco, uma bola
com, aproximadamente, 30 cm de diâmetro e dois
marcadores de base (cone ou giz).
1ª base
Desenvolvimento: separe os alunos em duas equi-
pes e defina qual equipe iniciará o jogo no bastão.
Os alunos que atuam no ataque devem rebater a
bola o mais longe possível, a fim de completarem
a corrida nas duas bases; porém, se não for pos-
25m

sível completar tal corrida, o rebatedor poderá se


utilizar da base como “pique” ou seja, se o rebate-
dor estiver na base após sua rebatida, não poderá
ser eliminado. Os jogadores que atuam no ataque
deverão completar a corrida nas duas bases para
pontuar. Os rebatedores deverão estabelecer uma
ordem para sua atuação e entregar a papeleta com
Home
Plate essa ordem ao professor, que atuará como juiz da
partida. Na ação defensiva, as eliminações devem
(Rebatedor) ocorrer da forma do jogo oficial, tais como strike
out, forced out, popout e tag out.

Figura 27 - O jogo de duas bases


Fonte: os autores.
Veja um exemplo de o jogo
de duas bases, assistindo ao
vídeo. Para acessar, use seu
leitor de QR Code.

211
ESPORTES COMPLEMENTARES

MINIBEISEBOL 30m

O minibeisebol nada mais é do que a junção de to-


das as etapas anteriores, portanto, nesta etapa, acres- 5 6
cente mais uma base e fixe as regras principais: as Jardineiro Jardineiro
formas de eliminação, os turnos dos rebatedores, e esquerdo direito
lembre-se de que os turnos de ataque e defesa são
trocados após ter realizado as 3 eliminações. Divi- 2ª base 1ª base
da os alunos das salas em mais equipes e faça uma
4 3
disputa entre elas, com certeza seus alunos irão se
2ª 20m 1ª
divertir muito enquanto aprendem e se exercitam. base base

37m
REFLITA 1

m
Arremessador

20

20
m
É sabido que, para o ensino de qualquer mo- Linha de 3m
dalidade esportiva, faz-se necessário respeitar
a evolução progressiva do processo peda-
gógico e esta é a proposta do Minibeisebol.
Portanto, quais outras atividades você poderia
2
Receptor
elaborar para o ensino desta modalidade?
Time A Time B
Home
Plate
Figura 28 - Minibeisebol
Fonte: os autores.

212
considerações finais

Ao longo desta unidade, nos empenhamos em dar destaque aos aspectos que
permeiam o universo do Beisebol por meio da história, a forma com a qual o
esporte foi criado, como se desenvolveu em território americano e de que forma
chegou às terras brasileiras, ocupando, atualmente, cerca de seis estados filiados
à Confederação Brasileira de Beisebol.
Exploramos, também, os aspectos táticos e técnico da modalidade, aprende-
mos de que forma age um jogador de beisebol em campo e quais as posições em
que os atletas atuam. Desta forma, acreditamos ter colaborado com a difusão da
modalidade, trazendo uma série de novidades aos leitores deste livro, os quais
tiverem contato com ele e/ou interessaram-se pelo assunto. Cabe, aqui, destacar
a importância da disciplina de esportes complementares, que possibilita a você,
futuro(a) profissional de educação física, ampliar seu repertório de ensino-apren-
dizagem, bem como descobrir novas formas de estimular as capacidades físicas e
cognitivas dos seus alunos na escola, transformando as aulas de educação física
em um verdadeiro lugar de descoberta.
Portanto, utilize-se do Beisebol com toda sua riqueza de detalhes para ensinar,
motivar, cativar e avaliar também. O beisebol possui, entre seus inúmeros benefí-
cios, a capacidade de ajudar a desenvolver a estratégia, a velocidade de raciocínio
lógico e o espírito de equipe. Siga em frente nesse processo de aprendizagem e en-
sino e, assim, esperamos que os praticantes de beisebol aumentem a cada ano por
meio do trabalho feito nas escolas. Siga em frente!

213
atividades de estudo

1. O Beisebol foi trazido para o Brasil no Sec. XIX 2. Ao longo dos anos, os equipamentos utilizados
por funcionários americanos da empresa Light, nos esportes têm passado por transformações,
companhia telefônica e Frigorífico Armour, que e a alta tecnologia proporciona equipamentos da
praticavam o esporte onde hoje é o Parque An- melhor qualidade possível para que o rendimen-
tártica, estádio do Palmeiras. A respeito da histó- to dos atletas e o espetáculo do jogo se torne
ria e consolidação do beisebol no Brasil, assinale cada vez mais fascinante. Com relação aos equi-
a alternativa correta. pamentos, assinale a alternativa correta.
a) O Beisebol, embora, seja de origem ameri- I) A luva de beisebol começou a ser utilizada so-
cana, se espalhou muito rapidamente em mente em meados de 1860, pois anteriormen-
território Brasileiro. Isso se deve à grande te a isso os jogadores atuavam de “mãos nuas”
hospitalidade local. durante os jogos.
b) Embora o beisebol tenha sido trazido para II) As caneleiras do receptor podem ser usadas
o Brasil por americanos funcionários de por qualquer jogador do time como proteção
uma companhia de energia, curiosamente para as pernas.
não se consolidou com eles e sim com os
III) As bolas são feitas de um plástico duro e bem
imigrantes japoneses que desembarcaram
resistente para não quebrar durante as reba-
no navio Kasato Maru, em 1908.
tidas fortes.
c) O beisebol é um esporte muito democráti-
IV) O capacete é um equipamento de segurança
co, e em vários momentos foi liderado por
obrigatório para os rebatedores, pode ser en-
grupos de diferentes etnias que habitam o
contrado em três formas: com proteção para
vasto território Brasileiro.
as duas orelhas, com proteção para somente
d) O desenvolvimento do beisebol no Brasil uma orelha e com grade protetora para o ros-
se deve aos obstinados americanos que to, utilizado com maior frequência pelas cate-
trabalhavam no Brasil e sentiam-se longe gorias de base.
de sua terra natal. Para relembrar suas ori-
Assinale a alternativa correta:
gens e mitigar a falta de seus entes e ami-
gos, praticavam o esporte como forma de a) Apenas I e IV estão corretas.
distração. b) Apenas II e III estão corretas.
e) Após sua consolidação, o Beisebol desen- c) Apenas I está correta.
volveu-se muito rapidamente no Brasil, por
meio de incansáveis campanhas feitas pe- d) Apenas II, III e IV estão corretas.
los clubes. e) Nenhuma das alternativas está correta.

214
atividades de estudo

3. Durante a ação defensiva de uma equipe, são a) O Arremessador é um dos jogadores que
dispostos no campo nove jogadores aptos a in- possuem mais evidência no campo, pois
terceptar as bolas, executando, assim, a elimina- atua no centro e é responsável por lançar as
ção dos rebatedores/corredores. Com relação ao bolas ao receptor numa distância de 15,365
jogadores atuantes na defesa, assinale Verdadei- m, dificultando a ação dos rebatedores.
ro (V) ou Falso (F). b) O infild é composto pelos jogadores mais
( ) Os jogadores que atuam no campo externo altos do time e com maior habilidade de
são chamados de Infielder, e atuam de forma a cognição para efetuar os lances difíceis do
agarrar as bolas altas rebatidas com frequên- jogo.
cia em seu território defensivo. c) Os jogadores que atuam no campo ex-
( ) Os arremessadores são capazes de arremes- ternos são chamados de outfielders, pos-
sar bolas acima de 160 km/h em função da suem uma velocidade acima da média e
curta distância de 15,365 m entre o “pitching defendem a maior área do campo, onde se
mound” e a “home plate”. encontra a maior concentração de jogado-
res.
( ) A jogada mais esperada pelos torcedores de
beisebol é o Home Run, nesta jogada, os re- d) O campo de beisebol é dividido por 4 ba-
batedores impulsionam a bola para fora dos ses a partir da “home plate” e possuem, en-
limites do campo, impossibilitando o trabalho tre elas, a distância de 27,432 m.
da equipe defensiva.
5. O Minibeisebol é uma estratégia de ensino da
( ) O catcher é o jogador da estratégia, em função modalidade em escolas e clubes ou, ainda, em lo-
da posição em que se localiza, ele observa o cais onde não dispõem de um campo apropriado
campo de frente e monta as jogadas de acordo para a prática do esporte. Neste contexto, des-
com o número de corredores em base.
creva quais atividades compreendem o minibei-
4. O Beisebol é jogado em campo misto de terra sebol e crie uma atividade lúdica para a modali-
e grama (opcional), popularmente chamado de dade, ampliando o seu repertório metodológico.
diamante, em função do seu formato; sua área
total é de, aproximadamente, doze mil metros
quadrados divididos com quatro bases. Sobre as
dimensões do campo, é correto afirmar que:

215
LEITURA
COMPLEMENTAR

Como dito ao longo desta unidade, o beisebol é um es- É de grande valia tudo o que tem sido feito pelo beisebol
porte bastante democrático e praticado em mais de 35 Brasileiro nos últimos anos, a Confederação Brasileira
países que o adotaram e depositam nele o conjunto de de Beisebol e Softbol (CBBS) tem contado com especial
suas características regionais; tal fato proporciona ao parceria com Major League Baseball na formação de
beisebol um crescimento ainda maior e enriquecimento novos talentos para o beisebol, como se pode ver na
do desenvolvimento técnico da modalidade. No Brasil, entrevista de Barry Lakin e Steve Finley ao canal The
porém, até os dias de hoje, o beisebol se desenvolveu Playoffs ([2018], on-line)5. Para que o esporte cresça e
por meio das organizações nipônicas, fato que possibilita se desenvolva, é necessário fazer intercâmbios cultu-
aos imigrantes japoneses e seus descendentes o contato rais, assim, o beisebol poderá, cada vez mais, tornar-se
perpétuo com suas origens. uma oportunidade aos jovens que desejam uma carreira
Contudo, ao longo do tempo, os clubes de conservação promissora por meio do esporte ou mesmo uma forma
das origens precisou abrir-se aos brasileiros, para que o de conviver e desenvolver sua motricidade e capacidade
esporte continuasse a ser difundido e não findasse suas cognitiva de forma saudável e dinâmica.
atividades, pois, em tempos atuais, não são todos os des-
cendentes que se interessam pela prática à modalidade, Fonte: os autores.
e para garantir sua subsistência, admite-se estes nos
campos criados pelas fundações japonesas.

216
material complementar

Indicação para Acessar

Para acompanhar as notícias do Beisebol nacional e internacional, bem como


ficar por dentro dos locais de prática da modalidade e principais campeonatos,
acesse o site: <www.cbbs.com.br>.

Indicação para Ler

O que é Beisebol, Softbol e Hóquei sobre a Grama. Histórias - Regras


- Curiosidades
Silvia Vieira - Armando Freitas
Editora: Casa da Palavra
Sinopse: o livro conta com um apanhado geral sobre as principais característica
de cada esporte citado em sua capa e com ótimo conteúdo, trazendo curiosidades
específicas da modalidade. Vale a pena lê-lo para aprofundar mais no tema.

Indicação para Assistir

42 – A História de uma Lenda


Ano: 2013
Sinopse: o filme de Brian Helgeland conta a história do primeiro homem negro
a atuar nas grandes ligas do beisebol. O cenário típico e tradicional insere o es-
pectador à realidade dos estádios fervilhando de torcedores apaixonados pelo
esporte de paixão nacional.

217
referências

ASSOCIAÇÃO DE ÁRBITROS E ANOTADORES REFERÊNCIAS ON-LINE


DE BEISEBOL E SOFTBOL DO BRASIL. Regras 1
Em: <www.cbbs.com.br>. Disponível em: 12 set.
Oficiais de Beisebol. 2015. (Revisadas e Atualiza- 2018.
das). Disponível em: <http://natanaelsteffen.blogs- 2
Em: <https://www.britannica.com/sports/baseball/
pot.com.br/2015/10/>. Acesso em 12 set. 2018. Analyzing-baseball#toc3044>. Acesso em: 12 set.
DESPORTOLÂNDIA. Tudo sobre basebol. Dispo- 2018.
nível em: <http://desportolandia.com/artigos/tudo- 3
Em: <http://www.arbitrosdebeisebol.com/2009/02/
-sobre-basebol>. Acesso em: 22 jan. 2018. strike-zone.html>. Acesso em: 12 set. 2018.
JAPANESE EMIGRATION TO BRAZIL. Brazilian 4
Em: <http://www.raysindex.com/2015/05/tim-be-
baseball. [2018]. Disponível em: <http://www.ndl. ckham-home-run-power.html>. Acesso em: 12 set.
go.jp/brasil/e/column/baseball.html>. Acesso em: 12 2018.
set. 2018. 5
Em: <http://www.theplayoffs.com.br/mlb/entrevis-
RUBIO, K. Tradição, família e prática esportiva: a ta-larkin-e-finley-o-futuro-do-beisebol-no-brasil-
cultura japonesa e o beisebol no Brasil. Revista Mo- -e-brilhante/>. Acesso em: 12 set. 2018.
vimento, Ano VI, n. 12, 2000.

gabarito

1. B.
2. A.
3. F, F, V, V.
4. D.
5. Atividades de Rebater; Arremessar; Recepcionar; Intenções Táticas; etc. Agora escolha uma dessas
atividades e organize, descreva de forma lúdica como ela pode ser desenvolvida.

218
conclusão geral

Caro(a) aluno(a)! Ao chegar ao final deste livro gostaríamos de salientar que


nossa expectativa é ter colaborado de forma significativa com a sua prepara-
ção mínima para atuar no campo da Educação Física, em especial no ensino
dos esportes complementares que aqui evidenciamos: Natação, Skate, Parkour,
Slackline, Peteca, Badminton, Tênis de Campo, Tênis de Mesa, Rugby e Beise-
bol. Aproveite todos os apontamentos e reflexões levantados no decorrer das
cinco unidades para propor novas possibilidades no processo de ensinagem
das diferentes modalidades apresentadas, bem como associe essas ações com
o ensino de outros esportes que não foram contemplados no nosso material.
Seja criativo e proativo!
Indiferente à modalidade esportiva que você trabalhará com seus alunos,
o esporte não pode ser meramente uma prática esportivizada, antes de tudo,
ele precisa ser uma aprendizagem prazerosa de conceitos, movimentos e con-
dutas adequadas à vida em sociedade, superando a ideia equivocada que as-
sombra a Educação Física por muitos anos, que ensinar os esportes é somente
enfatizar a técnica e as regras.
Lembre-se, o esporte pode representar um trabalho para atletas profissio-
nais, diversão e saúde para familiares que se reúnem aos finais de semana e
ainda um momento ímpar de aquisição de componentes fundamentais sobre
a sociedade e as relações interpessoais. Podemos caracterizá-lo como um fe-
nômeno plural que ocorre em diversos contextos de prática, com diferentes
níveis de exigência, além de propiciar diferentes visões, as quais são atribuídas
por seus praticantes, professores e apreciadores. Por isso, não esqueça que a
estratégia e os procedimentos metodológicos que você irá empregar ao ensi-
nar os esportes na sua atuação profissional determinarão o entendimento, a
vivência e o gosto pela prática esportiva de seus alunos e da comunidade que
você e eles estão inseridos. Use e abuse do planejamento nas aulas.
Sucesso em sua trajetória profissional!
Abraços,
Professor Dr. Patric Paludett Flores.

219

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