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9 788538 764021
57230 9 788538 764021
Metodologia do ensino
e didática em Educação Física
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6402-1
Boa leitura!
Sobre as autoras
Este capítulo debate os caminhos percorridos pela Educação Física até tornar-se
um componente curricular. Nesse sentido, buscamos identificar de que modo essa dis-
ciplina se tornou uma área de conhecimento dentro da escola e não apenas uma prá-
tica de exercícios físicos desvinculada das outras atividades escolares.
Para tanto, analisamos os documentos oficiais que tratam a Educação Física como
componente curricular e os associamos a outras concepções mais antigas, mas que
também ajudaram no reconhecimento dessa disciplina na escola.
1 No fim do século XVIII, o ideal de homem era o que estava apto a atender as demandas do merca-
do. Desse modo, o papel da medicina era o de corrigir e melhorar o corpo do indivíduo, provocando
mudanças de hábitos de higiene. A Educação Física também teve de se encarregar de reproduzir essas
ideias, pertencentes a um movimento que ficou conhecido como higienista.
2 Conjunto dos métodos que visam melhorar o patrimônio genético de grupos humanos; teoria que
preconiza a sua aplicação. Para saber mais, leia MAI; ANGERAMI, 2006.
sociedade da época –, foi com esse viés que ela passou a fazer parte do universo escolar e
muitas vezes ainda se mantém na atualidade.
É provável que a Educação Física não tivesse condições de ingressar no ambiente es-
colar de outro modo que não fosse pela forte influência da instituição militar. É necessário
compreendermos essa disciplina, portanto, tendo em mente essas características históricas.
Outra instituição que influenciou fortemente a Educação Física escolar no início do sé-
culo XX foi a medicina. Não muito diferente da instituição militar, nesse caso, também se al-
mejava corpos saudáveis, disciplinados e padronizados, isto é, o foco estava na proximidade
com as necessidades médicas, para preparar, orientar e promover uma vida com mais saúde
(CAPARROZ, 2005). Betti elucida esse momento histórico ao pontuar que:
a educação física passa a ser área de interesse de médicos e higienistas que se
encarregam de fundamentar e instrumentalizar seus profissionais valendo-se de
conhecimentos médicos-fisiológicos, com o objetivo de formá-los para a missão
que o Estado impunha à educação física, qual seja, a de depurar o povo, de de-
senvolver um indivíduo forte, sadio e belo, de maneira que se atingisse uma
certa unidade para as características do homem brasileiro, e, assim, superar de-
finitivamente a miscigenação reinante no país, que era vista como maléfica aos
intentos desenvolvimentistas. (BETTI apud CAPARROZ, 2005, p. 114)
Dessa maneira, com a concepção médica, focou-se muito nos aspectos biológicos, fisio-
lógicos e anatômicos, fatores ainda hoje presentes na Educação Física escolar – e na forma-
ção acadêmica. Portanto, é fato que elementos compreendidos como próprios da Educação
Física foram fortemente incorporados pela influência da instituição médica.
Outra instituição que marcou a Educação Física foi a esportiva (interferência que se
iniciou na segunda metade do século XX). Nesse momento, o objetivo estava voltado para a
formação de atletas que pudessem representar o país mundialmente, tendo como foco a prá-
tica de exercícios técnicos repetitivos de alguns esportes. No entanto, tal intenção foi frustra-
da. Com o ideário de formar atletas de alto rendimento, os alunos em sua maioria acabavam
não se enquadrando no biótipo físico almejado e eram excluídos das aulas, fato que acabava
criando um pré-conceito em relação ao componente curricular (CAPARROZ, 2005).
É fato que a relação entre Educação Física escolar e a instituição esportiva acabou enfati-
zando aspectos como rendimento, treinamento, exclusão, habilidades motoras, competição,
recordes, que nortearam – e muitas vezes ainda norteiam – a ação pedagógica dos profes-
sores dessa disciplina. Bracht et al. (2005) explicam a relação entre Educação Física escolar
e instituição esportiva e entre a Educação Física e as instituições militares e médicas para
a prática esportiva. Nesse período, a relação entre professor e aluno era entendida como a
relação entre um professor instrutor e um aluno recruta.
Nesse contexto, os professores eram contratados com base na atividade desportiva. Não
havia a necessidade de se formar academicamente para ser professor de Educação Física,
e muito menos entender os objetivos que competiam à escola da época, pois a visão de
constituir atletas não competia à escola como um todo, ou seja, o enfoque da disciplina era
preparar campeões para o mundo esportivo. Muitos ainda acreditam que se deve priorizar
3 Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 1999) introduziram a Edu-
cação Física na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, juntamente com com as disciplinas
Língua Portuguesa, Artes, Informática, Literatura e Língua Estrangeira Moderna. Desde então, outros
documentos como as Diretrizes Curriculares Nacionais (2013) e a Base Nacional Comum Curricular
(2017) mantiveram o componente da Educação Física inserida na grande área de Linguagens.
5 A Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo que define o conjunto
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo
das etapas e modalidades da Educação Básica. A Base estabelece conhecimentos, competências e ha-
bilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orien-
tada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação
humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva (BRASIL, 2017).
[...]
[...]
[...]
[...]
Atividades
1. Discorra com suas próprias palavras sobre as instituições que influenciaram a Edu-
cação Física escolar e destaque suas caraterísticas.
4. Ao tornar a Educação Física uma prática facultativa – como nos casos apresentados
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 –, notamos contradições
em um componente curricular que é obrigatório. Nesse sentido, apresente dois ar-
gumentos sobre a importância social da educação física na escola e a superação do
conceito de prática facultativa.
Referências
BOSCATTO, Juliano Daniel; KUNZ, Elenor. Didática comunicativa: contribuições para a legitimação
pedagógica da Educação Física Escolar. Journal of Physical Education. Maringá, v. 20, n. 2, p. 183-195,
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Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 20 de dezembro, 1996. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 5 out. 2017.
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______. Ministério de Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Ensino Médio. Brasília, 1999.
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pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file>. Acesso em: 21 nov. 2017.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_
publicacao.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.
CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a Educação Física na escola e a Educação Física da escola.
3. ed. Campinas: Autores associados, 2005.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
MAI, Lilian Denise; ANGERAMI, Emília Luigia Saporiti Eugenia negativa e positiva: significados
e contradições. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 14, n. 2, p. 251-258, mar./abr. 2006.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n2/v14n2a15>. Acesso em: 18 dez. 2017.
NEIRA, Marcos Garcia. Ensino de Educação Física. São Paulo: Thomson, 2007.
SOARES, Carmen Lúcia. Educação Física: raízes europeias e Brasil. 4. ed. Campinas: Autores
associados, 2007.
Resolução
1. Nessa questão, você deve elencar as instituições: militares, médicas e esportistas.
Na instituição militar é preciso destacar seguinte contexto: “Em meados do século
XIX a Educação Física se legitima na escola mediante ao ideal de ‘Educar o físico’,
educação essa que se estruturava em movimentos ginásticos realizados de uma for-
ma repetitiva e sem uma preocupação com a conscientização dos alunos em relação
à prática de tais movimentos” (SOARES, 2007, p. 6). Quanto à instituição médica, é
preciso destacar que se almejava corpos saudáveis, disciplinados e padronizados
de maneira homogênea. O foco era estar próximo das necessidades para preparar,
orientar e promover uma vida com mais saúde (CAPARROZ, 2005). Por fim, a insti-
tuição esportiva (especialmente na segunda metade do século XX) tinha o objetivo de
formar atletas que pudessem representar o país mundialmente e, por esse motivo,
havia e a prática de exercícios técnicos repetitivos de alguns esportes. No entanto,
tal intenção foi frustrada. Com o ideário de formar atletas de alto rendimento, os
alunos em sua maioria acabavam não se enquadrando no biótipo físico almejado e
eram excluídos das aulas, fato que acabava criando um pré-conceito em relação ao
componente curricular (CAPARROZ, 2005).
2. Nessa atividade você deve fazer um relato pessoal apresentando suas experiências
nas aulas de Educação Física e os modelos discutidos na questão anterior.
4. Ainda que seja uma resposta pessoal, é importante que você estabeleça relações
que superem os modelos que constituíram a Educação Física, pois a própria lei que
estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) apresenta limites em
sua proposição.
A criança deve ser considerada competente, ativa, crítica, curiosa, criativa, produto-
ra de cultura e reconhecida como um indivíduo único. Nesse sentido, pontuamos que ao
evidenciar a criança como sujeito, duas vertentes são elucidadas: a criança como sujeito de
direitos e a criança como sujeito competente (ZABALA, 2007).
Ao compreender as crianças como sujeitos de direitos, Zabala diz que elas foram muitas
vezes marginalizadas e viveram em um mundo que não lhes pertencia, não feito à sua me-
dida. Nesse contexto, “‘integrar-se no mundo’ era algo somente alcançado na pós-infância e
sempre que fossem cumpridas certas condições” (ZABALA, 2007, p. 19). Ao longo dos anos,
no entanto, os olhares vontaram-se para essa faixa etária, suscitando discussões sobre seus
direitos, em meio a uma sociedade historicamente não organizada e que desconsiderava a
importância dessa fase específica do desenvolvimento.
Silva (2012) destaca a urgência de se repensar os imaginários escolares na infância e
considerar de maneira efetiva o reconhecimento das crianças como sujeitos de direito. Isso
implica considerar o “exercício de ser criança”, sempre com vistas às barreiras que impedem
a conquista dos seus direitos, principalmente se levarmos em conta o cenário das diversida-
des sociais e a diversidade sociocultural presente no ambiente escolar.
Assim, é essencial que a escola promova experiências que respeitem as crianças e suas
características e que as instiguem para o mundo da aprendizagem. Para elucidar essa ques-
tão, González e Schwengber (2012) afirmam que conceber a criança como sujeito é reconhe-
cê-la como parte de um universo compartilhado, em que suas ações devem ser consideradas
e respeitadas. É necessário ouvir as crianças, a fim de melhor entender os “mundos” que elas
trazem até a sala de aula e para que desenvolvam valores como a cidadania.
Esses aspectos devem ser considerados essenciais na Educação Infantil, principalmente na
Educação Física escolar. Portanto, precisamos discutir a relação da criança com o corpo em mo-
vimento. Ao observar a imagem a seguir, você consegue perceber essa relação do movimento na
infância? Quais outros elementos pertencentes à essa fase você consegue perceber?
Figura 1 – A interação por meio do brincar é fundamental para a aprendizagem por meio da ludicidade.
Fonte: iStockphoto/gpointstudio
3 Henri Wallon (1879-1962) formulou a tese de que o ser humano é um ser biologicamente social
(GARANHANI, 2004).
das quais elas possam refletir sobre seus movimentos e conscientizar-se gradativamente de
seu corpo4.
Outro tipo de movimentação são os gestos, como, como exemplo, quando os bebês ace-
nam dando “tchau” para a mãe, o pai ou os familiares. Esses signos culturais são apropria-
dos e incorparados em seu repertório de comunicação à medida que ocorre o contato com
adultos, outras crianças e espaços.
Ao analisarmos esses aspectos, percebemos que não existe espaço para uma escola que não
pense no corpo em movimento como uma possibilidade de explorar o mundo. Portanto, esse deve
ser visto como protagonista no processo de aprendizagem, principalmente na Educação Infantil.
5 Os direitos de aprendizagem na Educação Infantil, que estão na Base Nacional Comum Curricular
(BRASIL, 2017), serão explicitados no próximo subcapítulo.
Ainda que tenham ocorrido vários avanços no entendimento sobre a infância após o
Estatuto da Criança e Adolescente6 (ECA), ainda há crianças que não estão na escola. Há
aquelas que precisam ajudar seus pais e suas mães no sustento das famílias ou ainda são
exploradas e/ou violentadas, isto é, crianças que têm seus direitos negados e que vivem
violências e negligências. As complexidades nessas experiências são inúmeras. Nessa am-
plitude de realidades, abriu-se um campo
a ser pesquisado e analisado pela diversidade de áreas do conhecimento, o que
tem enriquecido a compreensão desse tempo geracional humano como um tem-
po que condensa o desenvolvimento da pluralidade de dimensões da nossa con-
formação como humanos. Reduzir a visão da infância à condição de letrandos
tem bloqueado a pedagogia e as propostas de educação a incorporar esse acú-
mulo de análises sobre esse tempo humano e sua formação. As consequências
são sérias: desconhecemos esse tempo humano ao reduzi-lo a tempo de letra-
mento para a inserção no mundo letrado. Empobrecemos a educação da infância
e a formação dos seus profissionais ao reduzi-los a alfabetizadores e letradores.
Muitos(as) profissionais ampliam suas artes de educar na infância, enriquecem
suas identidades educadoras. (ARROYO, 2013, p. 195)
Diante disso, como as aulas podem se tornar ferramentas potentes a fim de subverter
a lógica educacional imposta? Uma maneira possível é apontada por Silva (2012), que faz a
interessante analogia de que o corpo da criança é a própria pátria7. É nesse corpo que estão
“tatuadas” a cultura, a educação e a ideologia de um país. Para o autor, a infância não é ape-
nas uma construção social, mas também uma construção histórica, ética, política e cultural.
Desse modo, em uma análise social, não se pode separar a infância de elementos como classe
social, gênero ou etnia.
Portanto, a criança não é como uma folha de papel em branco, ela tem marcas sociais,
além de ser um sujeito social. Ao interrogá-la sobre o que ela quer ser no futuro, devemos
entender que ela já é, pois quando ela pensa lá na frente, ela realiza agora, por meio do
brincar. Desse modo, quando a criança constrói o desejo por meio da fantasia, revela sua
capacidade de sonhar e desejar o que quiser, pois isso compõe o campo do possível e faz
parte de sua cultura.
A expectativa sobre o futuro é própria dos adultos e não dialoga com o universo das crianças.
Vejamos situação a seguir (Figura 2). Qual ideia de infância ela retrata?
6 O ECA foi e ainda é fruto de muito debate na sociedade. Arroyo (2013) destaca: “Essa era a
realidade que nós vivenciávamos quando chega o ECA. ‘A criança ter direitos? A criança tem que
aprender deveres. Se nós deixamos a criança como sujeitos de direitos, vai nos complicar’. Ha-
via uma certa rejeição à ideia de reconhecer a infância e a adolescência como sujeito de direitos”
(ARROYO, 2013, p. 1).
7 Maurício Roberto da Silva, utilizando-se de versos de Manoel de Barros, Baudelaire e Damário
Dacruz explica “a importância do corpo na infância como ‘única pátria do homem’“ e completa afir-
mando que “o corpo das crianças, assim como dos adultos, como uma superfície, ‘uma pátria’, isto é,
um espelho social na qual se circunscreve as marcas veladas e explícitas das desigualdades sociais”
(SILVA, 2012, p. 216).
Fonte: Brasil2/iStockphoto
Essa imagem retrata uma realidade cotidiana de muitas crianças brasileiras: a necessi-
dade de caminhar ou enfrentar grandes deslocamentos até a escola mais próxima, situação
bastante conhecida em nosso país.
Diante disso, a tarefa de educar se mostra igualmente ou mais desafiante, pois é pre-
ciso pensar nas múltiplas realidades sociais que fazem parte do universo escolar, muitas
vezes diferentes da nossa – e, portanto, torna-se mais difícil compreendê-las e/ou observá-
-las para transformá-las.
necessário haver um planejamento adequado que vise à aprendizagem dos alunos e à cons-
trução de novos conhecimentos.
Para isso, é importante recorrermos aos documentos oficiais, a fim de analisarmos os
objetivos de aprendizagem para cada etapa escolar. Nesse sentido, a Base Nacional Comum
Curricular (BRASIL, 2017) apresenta os “direitos de aprendizagem e desenvolvimento na
Educação Infantil”, elencados a seguir:
Ludicidade
Brincar e movimento
Direitos de aprendizagem
Práticas corporais
Portanto, a organização do trabalho pedagógico é uma tarefa que merece cuidado para
articular o que apontam os documentos nacionais, tanto da educação em geral quanto da
Educação Física. O brincar necessita de trato pedagógico e, para isso, é fundamental estabe-
lecer quais objetivos a criança deve atingir, sem classificá-las ou estereotipá-las.
Conclusão
Neste capítulo, tratamos sobre o universo infantil e suas especificidades. Além disso,
compreendemos que a criança é um sujeito de direitos e com competências próprias, ele-
mentos que devem abranger a prática pedagógica na Educação Infantil.
As relações que o corpo promove são necessidades da infância e, por isso, é importan-
te perceber suas singularidades e de que modo isso é tratado na escola. Ademais, refleti-
mos sobre a organização do trabalho pedagógico de acordo com a Base Nacional Comum
Curricular e relacionamos os direitos de aprendizagem, os saberes da Educação Física e os
eixos estruturantes para o processo de ensino-aprendizagem na infância.
[...]
Para escrever sobre o corpo em movimento na Educação Infantil, com base nos
“exercícios de ser criança”, foi de fundamental importância recorrer às imagens
dos corpos das crianças no âmbito da problemática da exploração do trabalho
infantil na cana de açúcar. Essas marcas implícitas e explicitas foram captadas,
observando as degradações e idiossincrasias do mundo do trabalho capitalista,
tais como: acidentes de trabalho, envelhecimento precoce, desnutrição e sub-
nutrição e comprometimento da cultura lúdica, entres outras.
[...]
[...]
Educação Infantil urge destacar que não basta implementar concepções mais
críticas e criativas em relação ao corpo em movimento (lúdico, tempo e espaço)
no “exercício de ser criança” na Educação Infantil; mas sim pensar no processo
ensino-aprendizagem como processo de produção cultural e aprendizagem
social, política, ética e estética. Nesse sentido, os conteúdos/ conhecimentos/
linguagens: corporais, gestuais, cênicas, escritas, imagéticas, sonoro-musicais,
plástica e outros extrapolam a dimensão meramente conteudista para uma
perspectiva ampliada de educacional ominilateral, enfim, de formação humana.
Podemos dizer que o ECA foi um importante instrumento para possibilitar uma
nova visão sobre a criança e o adolescente. Com base nas considerações do autor,
discorra sobre a relevância desse Estatuto para a sociedade.
Referências
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ZABALA, Antoni i Vidiella. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
ZABALZA, Miguel. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2007.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na Educação Infantil: uma história que se repete. São Paulo: Cortez, 2012.
Resolução
1. Os movimentos corporais aleatórios são constantes e aleatórios percebidos na criança.
Esses estão presentes devido à capacidade de controle do corpo ainda não estar com-
pletamente desenvolvida, então quanto menor for a idade da criança, mais movi-
mentações desse tipo estarão presentes em sua comunicação. Os movimentos como
suporte para a fala ocorrem devido à função postural da criança estar intimamente
ligada à sua atividade intelectual, ou seja, existe uma relação recíproca. Por fim, os
gestos ocorrem, por exemplo, quando os bebês começam a dar “tchau” para a mãe,
pai ou familiares.
2. Essa é uma resposta pessoal, porém espera-se que por meio das reflexões propostas
pelo ECA e o próprio texto seja realizada uma discussão crítica a respeito. É importan-
3. Essa é uma resposta pessoal, porém espera-se que com base no texto do capítulo
você faça uma discussão crítica a respeito. É possível apresentar elementos que en-
globem atividades que você vivenciou e tinham um único formato e não considera-
vam os diferentes níveis de aprendizagem.
4. Essa é uma resposta pessoal, porém espera-se que com base nas reflexões propostas
pelo ECA e na citação seja realizada uma discussão crítica sobre a importância desse
Estatuto para o trabalho pedagógico e o trabalho do educador.
3 O psicólogo e pesquisador Henri Wallon apresentou o conceito de disciplinas mentais para tratar da
capacidade da criança em controlar as suas próprias ações. Esse controle aconteceria de maneira lenta
e gradual (GALVÃO, 2010).
5 “Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, mas é, tam-
bém, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo como o compreende e como dele lhe é
possível participar” (PARANÁ, 2008, p. 14).
Fonte: Wavebreakmedia/iStockphoto
Tanto a primeira quanto a segunda situação são recorrentes nas aulas de Educação
Física: limitar meninos e meninas a participarem de atividades por conta do gênero.
A escola é uma instituição que nasceu com a função de disciplinar o sujeito. Assim,
ensina-se onde as crianças podem caminhar, em quais lugares podem permanecer e quais
cabem às meninas e aos meninos. Além disso, a escola estigmatiza os sujeitos que fogem
dessas normatizações. É nesse espaço que, segundo Guacira Lopes Louro (1997),
se aprende a olhar e a se olhar, se aprende a ouvir, a falar e a calar; se aprende a
preferir. Todos os sentidos são treinados, fazendo com que cada um e cada uma
conheça os sons, os cheiros e os sabores “bons” e decentes e rejeite os indecentes;
aprenda o que, a quem e como tocar (ou, na maior parte das vezes, não tocar);
fazendo com que tenha algumas habilidades e não outras... E todas as lições são
É importante destacar que os saberes relacionais, que dizem respeito às atitudes, con-
templam o cuidado e a atenção e são essenciais para que as crianças aprendam e questio-
nem as formas de se relacionarem com os outros nas práticas corporais para o convívio
em sociedade.
Essas divisões só fazem sentido se pensarmos que ao brincar, por exemplo, a criança
tem a oportunidade de desenvolver todas essas três dimensões. O conhecimento deve ser
construído de maneira integral, ou seja, com a articulação desses saberes, inerentes às prá-
ticas corporais.
6 Os saberes relacionais não constam na obra de González e Fraga. Inserimos esses saberes por en-
tender que são fundamentais, pois contemplam as dimensões atitudinais que competem à formação
humana e cidadã.
Unidades
temáticas/ Características
conteúdos
Unidades
temáticas/ Características
conteúdos
Com base na proposição da BNCC, enfatizamos que desenvolver essas práticas com os
alunos não tem o objetivo de obter boa performance em uma modalidade ou outra, mas sim
atender a propósitos mais amplos, promovendo conhecimentos de diversas práticas corpo-
rais de acordo com suas especificidades.
Além disso, é importante que as movimentações corporais articulem elementos da cul-
tura infantil, como ludicidade, faz de conta e imaginação. Os jogos e brincadeiras devem ser
eixos norteadores que dialoguem com as unidades temáticas.
Conclusão
[...]
[...]
[...]
[...]
Atividades
1. Levando em consideração o que discutimos neste capítulo, quais elementos devem
ser considerados na etapa de ensino dos anos iniciais do Ensino Fundamental?
2. Com base na Lei n. 11.274, de 2006 – que prevê o Ensino Fundamental obrigatório
com duração de nove anos e gratuito nas escolas públicas, iniciando-se aos 6 anos
de idade –, quais expectativas são colocadas para a criança nessa etapa? Esse ensino
pode apresentar uma perspectiva mais rígida e não considerar a autonomia do alu-
no? Por quê? Construa um argumento que demonstre as necessidades que a criança
apresenta nessa etapa.
4. Por muito tempo, a prática pela prática esteve presente nas aulas de Educação Física.
Mediante divergências de correntes de pensamentos, foi estabelecida a existência de
saberes de práticas corporais que devem ser levados em consideração na escola. Des-
creva esses saberes elencados no texto e exemplifique situações em que eles podem
Referências
BRASIL. Ministério da educação, secretaria de educação básica, departamento de políticas de educa-
ção infantil e ensino fundamental e coordenação geral do ensino fundamental. Ensino Fundamental
de nove anos: orientações gerais. Brasília, 2004. Disponível em: <www.oei.es/historico/quipu/brasil/
ensino_fundamental_9anos_orientaciones.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2017.
_______. Lei n. 11.274, de 06 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n.
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo
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Resolução
1. Essa é uma resposta pessoal, porém elementos acerca da criança que se encontra nes-
se segmento devem ser levados em consideração. É importante pensar que a criança
de seis anos é a mesma criança da Educação Infantil. Ela está em um processo de
desenvolvimento e apresenta necessidades de movimentação corporal, conforme
discutido neste capítulo.
2. É fato que ainda há expectativas por parte das escolas para que prevaleça a cogni-
3. Essa é uma resposta pessoal, porém elementos apresentados no texto devem ser le-
vados em consideração. É importante lembrar que as aulas devem promover refle-
xões em que os alunos discutam sobre como as sociedades mudam. É imprescindível
também recordar que é tarefa do professor apresentar argumentações para construir
novos olhares, como meninos e meninas jogarem futebol ou meninos e meninas dan-
çarem, pois a prática não é generificada, mas sim a sociedade que qualifica ou des-
qualifica aquele que a realiza.
Você deve recordar que os saberes conceituais são aqueles que se referem ao conjunto
de dados e conceitos que explicam aspectos relativos a práticas já sistematizadas. As
possibilidades de trabalhar com esses saberes em sala de aula são várias. Você pode
relacioná-los a fatores históricos – ao discutir a história de determinada prática e
como ela se modificou ao longo do tempo – ou até mesmo atuais, como o constante
debate acerca da função da mídia e de qual modo ela retrata o mundo do esporte.
Os saberes corporais foram pensados de acordo com as expectativas que se tem em re-
lação a um nível de proficiência que os alunos devem atingir da prática corporal em
estudo (saber praticar e praticar para conhecer). Você pode aplicá-lo para discutir o
respeito, as limitações e as potencialidades dos colegas e vivências atreladas a essas
práticas corporais para conhecer sobre elas e seu funcionamento. Como exemplo de
atividades, você pode mostrar as diferentes formas de se jogar futebol e as alterações
de suas regras para o ambiente escolar.
Por fim, os saberes relacionais são aqueles que dizem respeito às atitudes esperadas
para desenvolver na relação com o outro. Você pode trazer um exemplo de prática
para contextualizar esse saber, como o desenvolvimento de valores como cooperati-
vidade, aceitação de sua própria limitação, bem como a do outro etc.
Neste capítulo, trataremos de questões referentes aos alunos dos anos finais do
Ensino Fundamental, período que compreende do 6o ao 9o ano dessa etapa da edu-
cação. Esses alunos, após finalizarem essa etapa, deparam-se com um novo universo,
com professores diferentes, componentes curriculares distintos e novos desafios pes-
soais – como as transformações em seus corpos, com o início da puberdade – e educa-
cionais. Nesse momento, também espera-se que o estudante realize produções e pes-
quisas de maneira mais autônoma.
1 Em geral, os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental têm apenas um professor regente
(conforme solicita a lei), no entanto, alguns municípios e escolas particulares podem apresentar arran-
jos diferentes.
Outro aspecto recorrente em alunos dessa fase é a busca excessiva por um corpo ideal e
padronizado. Mas será que é possível atingi-lo? Vivemos em uma sociedade plural, em que
há corpos distintos, devido a fatores genéticos, étnicos e culturais diversos. Desse modo, não
é possível instituir um único modelo de beleza. É importante discutirmos essa questão com
os alunos, principalmente tendo em vista que o Brasil é o segundo país onde mais se fazem
cirurgias plásticas no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos (FERREIRA, 2011).
Por meio desses questionamentos, podemos fazer o aluno refletir a respeito dos padrões
impostos em nossa sociedade e da busca incessante por um ideal específico de beleza.
Figura 1 – A busca por um corpo sem massa de gordura e com tônus muscular reforça um ideário
muitas vezes inatingível.
Fonte: Gearstd/iStockphoto
Diante desse panorama, o educador pode aliar as temáticas de suas aulas às questões so-
ciais. Isso reafirma o objetivo de tornar a escola um ambiente mais democrático, justo e solidário.
2 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica estabelecem a base nacional comum,
responsável por orientar a organização, a articulação, o desenvolvimento e a avaliação das propostas
pedagógicas de todas as redes de ensino brasileiras (BRASIL, 2013). Para saber mais, acesse: <http://
portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file>. Disponí-
vel em: 2 abr. 2018.
3 Para a autora, marcas corporais são inscrições nos corpos que fazem parte daquilo que identificam
os sujeitos, demarcando pertencimento a determinados grupos sociais. Exemplos: ostentar (ou não) ta-
tuagens/piercings; ser (ou não) magro(a); consumir (ou não) determinados bens, produtos ou serviços;
usar (ou não) determinadas marcas ou grifes; entre outros. (QUADRADO, 2013, p. 13)
Nenhuma das escolhas para o trabalho com os alunos são neutras, pois o conhecimento não
é neutro, e o currículo é um modo de estabelecer tais escolhas. Segundo Silva (2002), mui-
tas vezes esquecemos que o conhecimento proporcionado pelo currículo está relacionado a
questões de identidade e subjetividade. Para o autor, “o currículo é também uma questão de
identidade” (SILVA, 2002, p. 16).
De acordo com a organização curricular, é preciso articular os conteúdos com a rea-
lidade do aluno, de maneira contextualizada, na qual possam ser incluídos saberes sem
fragmentá-los. Além disso, como afirmamos, compreender as pluralidades dessa fase do
estudante é um desafio nas práticas pedagógicas. Nessa perspectiva, as questões sociais, por
exemplo, baseadas em vivências para entender os marcadores identitários4, podem ser abor-
dadas em sala de aula, levantando debates sobre o acesso a bens de consumo e elementos
culturais de maneira não fragmentada.
4 Marcadores identitários são “aqueles símbolos culturais que servem para diferenciar, agrupar,
classificar, ordenar – inscrevem-se fundamentalmente no corpo”. (VEIGA-NETO, 2000, p. 36).
Conteúdos
Note que essa é uma possibilidade de organização diante de vários arranjos possíveis.
Desse modo, levamos em consideração os documentos que orientam a educação nacional na
construção de uma perspectiva para a Educação Física, que está em consonância com o ideário
almejado na educação, ou seja, a formação de sujeitos críticos, autônomos, preocupados em
superar modelos que reproduzam preconceitos e toda e qualquer forma de discriminação.
Conclusão
Neste capítulo, promovemos a articulação entre o sujeito dos anos iniciais do Ensino
Fundamental – que permeava o universo infantil – com o que ingressa nos anos finais do
Ensino Fundamental. Desse modo, levamos em consideração essas novas características dos
alunos, assim como as novas demandas educacionais. As múltiplas adolescências precisam
ser observadas sob diferentes óticas, para criar possibilidades de acolher esses sujeitos e pro-
piciar conhecimentos das práticas corporais em uma perspectiva abrangente, enfatizando a
necessidade de organização do trabalho pedagógico do professor.
Também destacamos a necessidade de superação da máxima de que o planejamento
consiste apenas em eleger conteúdos. Essa atividade faz parte do universo do planejamen-
to, no entanto, devemos considerar quem são os sujeitos da aprendizagem, suas necessi-
dades e anseios, que podem ser de ordem biológica, política, econômica e/ou cultural.
Por fim, é imprescindível promover diálogos com temas pertinentes à sociedade, como
racismo, violência, desigualdade social etc. e relacioná-los às diversas práticas corporais.
[...]
A Cultura é polissêmica, ou seja, tem vários sentidos possíveis. Por isso, pode-
ríamos enveredar por um caminho muito longo a fim de compreender seus
múltiplos significados. Em vez disso, nos ocuparemos de analisar os sentidos
atribuídos ao conceito de Cultural dentro da própria área da Educação Física
[...]
[...]
[...]
[...]
Atividades
1. A criança que sai dos anos iniciais do Ensino Fundamental é a mesma que se insere
no sexto ano – Ensino Fundamental – Anos Finais. Como há mudanças significativas
em relação à organização do modelo escolar, há a necessidade de acolhimento por
parte do corpo docente desses novos estudantes. Você se lembra como foi o seu pro-
cesso de inserção nos anos finais do Ensino Fundamental? Houve esse acolhimento
por parte dos professores? Realize um pequeno relato acerca dessa experiência.
2. Com base nos três saberes das práticas corporais mencionados neste capítulo – rela-
cionais, corporais e estéticos –, eleja um conteúdo e construa três objetivos relaciona-
dos a esses saberes.
3. Com base no que foi exposto neste capítulo, escolha um conteúdo e o relacione a
uma temática social. Faça um breve relato que explique como esses temas podem ser
abordados nas aulas de Educação Física.
4. Uma possibilidade nas aulas de Educação Física é trabalhar as práticas corporais uti-
lizando-se das tecnologias. Baseando-se no que discutimos neste capítulo, descreva
uma dessas possibilidades.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho
Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica. Brasília: MEC, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-
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QUADRADO, Raquel Pereira. Corpos, gêneros e sexualidades: questões possíveis para o currículo
escolar. In RIBEIRO, Paula Regina Costa.; QUADRADO, Raquel Pereira (Org.). Adolescência como
construção sociocultural e histórica. Rio Grande: Editora e Gráfica da FURG, 2013.
PEDROSO, Geraldo Dias; MATOS JR., Moacir Ávila.; SALLES FILHO, Nei Alberto. Relações profes-
sor-aluno: a busca de novas possibilidades. In: FINK, Silvia Christina Madrid (Org.) Educação Física
escolar: saberes e projetos. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2010.
RANGEL, Irene Conceição Andrade; DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física na escola: implica-
ções para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo
Horizonte: Autêntica, 2002.
VEIGA-NETO, Alfredo. As idades do corpo: (material)idades, (divers)idades, (corporal)idades, (ident)
idades. In: GARCIA, Regina Leite (Org.). O corpo que fala dentro e fora da escola. Rio de Janeiro:
DP&A, 2002.
2. Essa resposta deve indicar um conteúdo (por exemplo, dança) e relacioná-lo com três
objetivos organizados com base nos saberes propostos pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais (BRASIL, 2013). Exemplo:
3. Sua resposta deve indicar um conteúdo – futebol, por exemplo – para relacioná-lo
a uma temática social, como o racismo registrado pelas mídias. Uma possibilidade
para essa discussão são as manifestações de racismo explicitadas no cenário do fute-
bol nacional e mundial. É interessante trazer exemplos aliados a recursos midiáticos
e propor um debate em que os alunos se posicionem sobre a questão e construam
decisões éticas.
4. Essa resposta deve indicar um conteúdo, por exemplo, voleibol e tecnologia. Você
pode mencionar as mudanças relacionadas à arbitragem no voleibol, em que o ár-
bitro – para confirmar a pontuação – precisa aguardar a análise de um computador
para verificar se a bola caiu dentro ou fora da quadra.
Além disso, podem ser feitas outras discussões acerca dessa temática, como a pró-
pria definição do que é tecnologia. Essa definição pode variar de acordo com o con-
texto, as necessidades e o acesso a elas. Por exemplo, a cesta de basquetebol, em
outros tempos, era considerada um grande artefato tecnológico.
2 O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem como finalidade principal a avaliação do de-
sempenho escolar e acadêmico ao fim do Ensino Médio. O exame é realizado anualmente pelo Insti-
tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação
(MEC) (INEP, 2018).
A Educação Física integra a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, junto das
disciplinas de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol) e Arte. Ela é
um componente curricular que compreende e utiliza as práticas corporais para a interação
social, a formação da identidade e a transformação de hábitos corporais.
3 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional determina a oferta de educação escolar regular
para jovens e adultos (BRASIL, 1996, p. 159).
4 O art. 78 da LDB de 1996 se detém na oferta da Educação Escolar Indígena em princípios e direitos
dessa educação (BRASIL, 1996, p. 159).
5 Essa modalidade da Educação Básica e, portanto, também do Ensino Médio, está prevista no art.
28 da LDB (BRASIL, 1996, p. 160).
6 Foram elaboradas Diretrizes Curriculares específicas para essa modalidade educacional por uma
comissão instituída pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) (BRA-
SIL, 2012).
7 Os princípios e orientações expressos nos atos normativos da Educação Especial, incluindo a LDB,
implicam assegurar igualdade de condições para o acesso à escola e permanência nela e o atendimento
educacional especializado na rede regular de ensino (BRASIL, 1996, p. 160).
• identidade juvenil;
• gênero e sexualidade;
• produções culturais e artísticas;
• cultura juvenil e indústria cultural;
• o corpo e a indústria cultural;
• o aluno no mundo do trabalho;
• saúde e bem-estar físico;
• organização de tempos e espaços sociais de trabalho e lazer;
• organização de tempos e espaços escolares;
• cultura juvenil e participação política;
• cultura juvenil e organização comunitária.
Com base nesse documento, propomos a inserção das práticas corporais na organização
pedagógica por meio de temas sociais e específicos para a Educação Física, e não o contrário.
Isto é, as aulas não devem ser direcionadas por uma prática singular, mas sim por práti-
cas variadas e articuladas com temas de interesse da comunidade, conforme apresenta a
Figura 1, a seguir.
Saúde e
qualidade de vida Práticas e identidades juvenis
Expressão cultural e
Corpo e estética artistíca do corpo
Práticas corporais e
autonomia, espaços urbanos,
condicionamento e eventos
Lutas
Jogos e brincadeiras
Ginásticas
Danças
Esportes
Fonte: Elaborada pelas autoras.
Conclusão
[...]
[...]
[...]
[...]
Atividades
1. Neste capítulo vimos que os jovens que se encontram no Ensino Médio não podem
ser considerados apenas máquinas de reproduzir testes para aprovação em exames
vestibulares, mas sim sujeitos distintos que têm trajetórias de vidas marcadas por as-
pectos culturais e sociais. Desse modo, discorra sobre os desafios – pessoais, sociais
ou educacionais – que esses jovens enfrentam nessa etapa da educação.
4. Com base nos conhecimentos elencados neste capítulo, relacione uma temática so-
cial a uma (ou mais) prática(s) corporal(is) para o planejamento e a prática pedagó-
gica na escola.
Resolução
1. Para responder a essa questão, é necessário embasá-la em elementos discutidos neste
capítulo. É importante destacar que não devemos pensar nos alunos como máquinas
de reproduzir testes para a aprovação em exames vestibulares, mas sim entendê-los
como sujeitos com inseguranças e incertezas mediante pressões e incertezas pessoais
e profissionais. Além disso, deve-se enfatizar a necessidade de olhar para esses alu-
nos como sujeitos distintos que têm suas trajetórias de vida marcadas por aspectos
culturais e sociais.
3. Essa é uma resposta pessoal, porém é necessário que sejam inseridos elementos
como o entendimento da escola como um espaço plural, que compreende sujeitos
diversos e por isso necessita criar estratégias para dar conta dessas subjetividades.
4. Para responder a essa questão é necessário relacionar uma temática social com uma
prática corporal. Você pode elencar como temática social, por exemplo, as práticas e
identidades juvenis e como práticas corporais o movimento hip-hop, incluindo o break
dance e o skate.
1 Brincadeira em que uma criança fica de rosto encoberto ao contar até 30 (trinta), enquanto as
outras se escondem. Após a contagem, a primeira criança sai à procura daquelas que se esconderam.
Para se salvarem, devem tocar no lugar de contagem e dizer: “31 meu” antes de serem encontradas.
O primeiro que é pego torna-se o próximo a realizar a contagem, a não ser que o último escondido
tenha a chance de salvar a todos ao tocar no lugar de contagem e dizer “31 salva todos”. Nesse caso, a
mesma criança que fez a contagem deverá contar até 30 de novo e procurar as outras.
com base no que foi combinado e o ato de brincar em si. Além disso, é importante lem-
brar que essas práticas não têm um conjunto estável de regras, isto é, podem ser recriadas
constantemente por diversos grupos. No entanto, ainda assim é possível reconhecê-las, pois
muitas dessas brincadeiras foram difundidas popularmente. Com base nesse documento,
optamos por caracterizá-las por meio das seguintes tipologias: jogos e brincadeiras populares
tradicionais; de origem indígena e africana; e da atualidade.
Os jogos e brincadeiras populares tradicionais são aqueles transmitidos de geração em
geração. Segundo Spréa (2010), há milhares de anos homens e mulheres, das mais variadas
origens e pertencimentos, semeiam a memória das crianças com manifestações de uma lon-
gínqua tradição oral. Essas herdam um vasto repertório de brincadeiras de tradição oral, que
ajudam a compor a linguagem, elemento fundamental na cultura humana. Essas brincadeiras
são reconhecidas pelos sujeitos, mesmo depois de adultos, e transmitidas sucessivamente.
A escola tem papel fundamental na perpetuação das tradições orais, muitas das quais
eram e ainda são realizadas em diferentes espaços. Verificamos, pelo menos nas grandes
cidades, que essas manifestações não ocorrem com tanta frequência nas ruas, por conta de
fatores como intensa urbanização, violência e até mesmo a popularização das mídias nas
últimas décadas (FRIEDMANN, 2011).
Os jogos e brincadeiras de origem indígena e africana muitas vezes não são enaltecidos de-
vido a uma tradição educacional europeia. Acontecimentos como a diáspora africana2 contribuí-
ram para outras experiências culturais. Nesse sentido, é fundamental que os alunos reconheçam,
estabeleçam e valorizem sua própria história e a do outro, entrando em contato com diferentes
pontos de vista, principalmente daqueles que foram silenciados em todo esse processo.
Ao enfatizarmos a necessidade de considerar toda essa diversidade, evidenciamos os
objetivos educacionais que se referem à formação humana, ou seja, para formação da cida-
dania, respeito às diferenças e solidariedade, que estão em consonância com os princípios
norteadores éticos, estéticos e políticos da educação.
Por fim, os jogos e brincadeiras da atualidade referem-se aos novos sentidos e sig-
nificados estabelecidos por mudanças sociais. Nesse caso, podemos enfatizar os games
da recente cultura virtual, que estabelece novas normas e formas de se relacionar com o
próprio corpo, o corpo do outro e os espaços. Essas novidades tecnológicas permitem criar
diálogos tanto de modo presencial quanto virtualmente. Obras voltadas ao público infan-
til, adolescente e jovem também instigam outras formas de brincar. Um exemplo prático
foi o quadribol, esporte milenar com bolas em que os participantes jogam montados em
vassouras. Readaptado da série de livros e filmes do personagem Harry Potter, o esporte
ficou mundialmente famoso. O quadribol foi trazido ao “mundo real” por fãs da série,
criando novas vivências corporais.
Tendo em vista esses diversos jogos e brincadeiras, é importante que sejam organizados pla-
nejamentos nos segmentos educacionais de acordo com as necessidades dos estudantes em cada
universo escolar. Além disso, ao conhecer os elementos referentes a essas práticas, os alunos têm
a possibilidade de se apropriar e ressignificar tais saberes em outros espaços da sociedade.
2 Diáspora africana: processo violento migratório dos diferentes povos africanos para diversos países,
inclusive o Brasil.
Tema
Brincar e jogar como direito.
Sujeitos
Crianças com idades entre 4 e 5 anos.
Objetivos
Conceituais
• Entender as regras estabelecidas do jogo, bem como cumpri-las e reorganizá-las de acordo com
as necessidades do grupo;
• Compreender o brincar como um direito de todos.
Da prática
• “Movimentar-se de maneira adequada, ao interagir com colegas e adultos em brincadeiras e
atividades” (BRASIL, 2017, p. 42).
Relacionais
• “Demonstrar valorização das características de seu corpo, nas diversas atividades das quais
participa e em momentos de cuidado de si e do outro” (BRASIL, 2017, p. 42).
Materiais necessários
Venda para olhos, lenço, projetor e acesso à internet.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Para trabalhar essa temática com as crianças, inicie a discussão perguntando se elas sabem o que
são direitos e deveres.
Em seguida, apresente o curta-metragem Todas as crianças têm o direito de brincar, do canal Unicef
Moçambique. Esse vídeo apresenta situações que possibilitam a inclusão de todas as crianças, ga-
rantindo seu direito de convívio e acesso aos mais diferentes espaços.
Com base nele, dialogue com as crianças sobre os direitos garantidos a elas, especialmente, o de
brincar, tema central desse conjunto de aulas.
Experimentações
• Gato mia: Uma criança será o “pegador” do grupo e estará vendada, enquanto as outras devem
fugir dela obedecendo a um espaço físico pré-estabelecido. O pegador deve dizer “gato mia” e os
colegas deverão responder com um miado para o pegador, que seguirá o som da voz até conse-
guir encostar em alguém. Quando o pegador encostar em um colega, este será o novo pegador.
• Lenço atrás: Os alunos devem sentar-se no chão, formando uma roda. O primeiro aluno esco-
lhido receberá um lenço e deverá ficar em pé para dar início à brincadeira. Este inicia dizendo
“lenço atrás” e os demais respondem: “corre mais”; enquanto isso, ele anda ao redor do círculo,
escolhe um colega e coloca o lenço atrás deste. Ao perceber que foi escolhido, o colega deve
se levantar e correr atrás do outro, ao redor da roda, para pegá-lo antes que ocupe seu lugar.
O objetivo do aluno que deixa o lenço é ser rápido o suficiente para que possa sentar no lugar
do colega que se levantou; já o objetivo deste último é pegar o outro para que ele não sente em
seu lugar. A brincadeira segue da mesma forma com outros participantes.
Fechamento
Para finalizar a aula, faça os seguintes questionamentos:
Brincadeira do Gato mia
• Todos se sentiram respeitados durante a brincadeira?
• No decorrer da atividade foi necessário organizar novas regras para sua funcionalidade?
• Alguém se machucou? Se sim, como a situação foi resolvida?
Brincadeira do Lenço atrás
• Todos compreenderam o funcionamento do jogo?
• Houve problemas em sua realização? Se sim, como a situação foi resolvida?
• Todos os alunos participaram e foram respeitados?
Sujeitos
Alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• “Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita, audiovisual), as brin-
cadeiras e os jogos populares do Brasil e de matriz indígena, explicando suas características
e a importância desse patrimônio histórico cultural na preservação das diferentes culturas”
(BRASIL, 2017, p. 188).
Da prática
• “Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles
de matriz indígena, e recriá-los, valorizando a importância desse patrimônio histórico cultu-
ral” (BRASIL, 2017, p. 188).
Relacionais
• “Planejar e utilizar estratégias para possibilitar a participação segura de todos os alunos em
brincadeiras e jogos populares do Brasil e de matriz indígena” (BRASIL, 2017, p. 188).
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Experimentações
Para trazer exemplos de cooperação, propomos que as crianças brinquem de:
• Mãe-corrente: Uma criança é escolhida para ser pegador enquanto as demais correm. Quando
o pegador toca em alguém, este deve dar a mão e ajudar a pegar os demais colegas, até que
todos sejam pegos e formem uma grande corrente. Todos são vencedores nessa brincadeira,
pois o importante é trabalhar a cooperação.
• Gavião e galinha (brincadeira indígena): Um jogador é escolhido para ser o gavião enquan-
to outro será escolhido para ser a galinha, responsável por proteger os pintinhos, que são os
demais jogadores, os quais deverão formar uma única fila atrás dela. O pegador, que inicia de
frente à galinha, deve correr e tentar pegar o último pintinho da fila. A galinha deve proteger
todos os pintinhos e todos devem ajudar. Para dar sequência à brincadeira, quando o gavião
pegar o pintinho, este vira o gavião que por sua vez vira a galinha que vira o primeiro pintinho
da fila, assim o último será o novo pintinho a ser capturado. O jogo continua até quando ainda
houver motivação por parte dos jogadores.
Fechamento
Proponha questionamentos que relacionem as duas atividades elencadas e pergunte aos alunos:
• Do que vocês mais gostaram nas atividades?
• Como foi ajudar o outro?
• Houve dificuldades? Se sim, quais?
Tema
Cultura virtual: novas possibilidades de interação.
Sujeitos
Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• “Identificar as transformações nas características dos jogos eletrônicos em função dos avanços
das tecnologias e nas respectivas exigências corporais colocadas por esses diferentes tipos de
jogos” (BRASIL, 2017, p. 192).
Da prática
• “Experimentar e fruir, na escola e fora dela, jogos eletrônicos diversos, valorizando e respeitan-
do os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais e etários” (BRASIL,
2017, p. 192).
Relacionais
• Acolher diversas opiniões e posicionamentos para construir um diálogo cooperativo e colaborativo.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Primeiro, devem ser apresentados, por slides e/ou fotos, jogos de tradição popular e jogos eletrôni-
cos, por exemplo: bola de gude x jogos do Xbox®; pular corda x jogos do playstation®, entre outros.
Embasado nesses aspectos, dialogue com os alunos:
• Quais jogos vocês conhecem ou já jogaram?
• Quais as semelhanças e diferenças existentes entre os jogos tradicionais e os jogos eletrônicos?
Experimentações
• Pac-man®, do virtual ao real: Um aluno deve ser escolhido para ser o pegador e percorrer
nas linhas demarcadas para pegar os demais colegas, que poderão se deslocar somente por
essas linhas, como no clássico game Pac-man®.
Fechamento
Discuta com os alunos os aspectos propostos nos jogos, destacando as diferentes relações com o
corpo, que aparentemente estão mais presentes nos jogos tradicionais do que em jogos virtuais.
Tema
Jogos africanos: valorização da cultura afro-brasileira
Sujeitos
Alunos da 1ª série do Ensino Médio
Objetivos
Da prática
• Relacionar práticas de jogos vivenciados na infância e na adolescência às suas origens no que
se refere à cultura, sociedade e etnia.
Conceituais
• Contextualizar criticamente elementos inerentes à memória do povo afro-brasileiro, eviden-
ciando aspectos de sua cultura com relação às práticas corporais.
Relacionais
• Construir um diálogo crítico em relação às práticas corporais e suas origens, principalmente os
de matriz africanas, respeitando opiniões diversas.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Inicie uma discussão com os alunos a respeito do conceito de memória. Para isso, peça aos es-
tudantes que tragam para o próximo encontro um objeto que, na visão deles, remeta à cultura
afro-brasileira.
No encontro seguinte, cada um deles deve explicar qual a relação que fizera entre o objeto e a cul-
tura afro-brasileira. É importante organizar o espaço em um grande círculo, para que todos expo-
nham o objeto e discorram sobre ele.
Experimentações
• Matacuzana: acontece com os alunos sentados no chão, joga-se um aluno por vez. Com as pe-
drinhas ou sementes no chão, o aluno deve jogar uma para cima e antes que ela caia no chão,
ele deve pegar outra com a mesma mão que atirou e, em seguida, recuperar a que jogou pra
cima, sem deixá-la cair. Se o aluno deixar cair, passa a vez para o colega. O nível de dificuldade
pode ir se alterando ao longo do jogo, por exemplo, pegar duas pedrinhas ou sementes do chão
ao mesmo tempo ou pegar com a mão contrária da que jogou. (PEREIRA; GONÇALVES JR.;
SILVA, 2009).
Conclusão
3 TARJA Branca: a revolução que faltava. Direção: Cacau Rhoden. Produção: Estela Renner, Marcos
Nisti e Luana Lobo. São Paulo: Maria Farinha Filmes, 2014. 80 min.
[...]
[...]
[...]
[...]
Atividades
1. Com base no que foi discutido neste capítulo, discorra sobre as concepções do brincar
em nossa sociedade. Qual a importância dessa atividade para a formação humana?
3. Escolha um dos planos de aula apresentados no item 6.2 “Jogos e brincadeiras: pos-
sibilidades para a prática pedagógica” e elabore um plano de aula/planejamento –
apoiado na mesma estrutura – para a aula subsequente.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física.
Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf>.
Acesso em: 26 jan. 2018.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho
Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica. Brasília: MEC, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-
pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file>. Acesso em: 21 nov. 2017.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base/>. Acesso em:
20 nov. 2017.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
LOBATO, Lúcia Fernandes. A cultura lúdica como proposta para a desconstrução do “Mito Homem
Sério”. Anais... Porto Alegre: ABRACE – Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em
Artes Cênicas, 2011. Disponível em: <http://www.portalabrace.org/vireuniao/pesquisadanca/3.%20
LOBATO,%20L%FAcia%20Fernandes.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2018.
MARIN, Elizara Carolina; RIBAS, João Francisco Magno. Jogo tradicional e cultura. Porto Alegre:
Editora UFSM, 2013.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Bruner e a brincadeira. In: KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.).
O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
PEREIRA, Alessandro Anselmo; GONÇALVES JUNIOR, Luiz; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves.
Jogos africanos e afro-brasileiros no contexto das aulas de Educação Física. 2009. Disponível em:
<http://www.ufscar.br/~defmh/spqmh/pdf/2009/pereira_jogos_2.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017.
PRODÓCIMO, Elaine; PINHEIRO, Pedro Henrique de Godoy; BORTOLETO, Marco Antônio Coelho.
(Org.) Jogos circenses como recurso pedagógico: introdução a pedagogia das atividades circenses.
Jundiaí: Fontoura, 2010.
Resolução
1. Sua resposta deve conter elementos que ressaltem a brincadeira como uma atividade
na qual a base genética é comum à da arte, ou seja, uma atividade social, humana,
que supõe contextos sociais e culturais, a partir dos quais a criança recria a realidade
por meio de sistemas simbólicos próprios. Ao mesmo tempo, é importante ressaltar
que ela é uma atividade específica da infância que historicamente ocupou um lugar
diferenciado na sociedade (WAJSKOP, 2012).
2. Essa é uma resposta pessoal, no entanto, para respondê-la, você deve produzir um
texto breve para justificar sua escolha. Mencione elementos que você considera per-
tinentes na prática escolhida e ressalte sua importância.
3. Você pode escolher qualquer uma das etapas e levar em consideração quais sujeitos
pertencem a ela. Posteriormente, analise todos os objetivos, os articule/relacione com
a primeira aula e coloque em prática com base na estrutura da aula sugerida nes-
te capítulo. No campo “estabelecendo diálogos”, você deve propor perguntas para
compreender os conhecimentos que os alunos já possuem sobre o que será aborda-
do. Em “experimentações”, proponha vivências relacionadas aos objetivos. Por fim,
em “fechamento”, retome questões referentes às dimensões do conhecimento, como
conceitos sobre a prática realizada, a prática em si e as relações estabelecidas com
outros sujeitos por meio dela.
4. Essa é uma resposta pessoal, mas você deve buscar como foram suas relações com
jogos e brincadeiras na escola e levar em consideração como foi a abordagem do seu
professor. Lembre-se, por exemplo, se ele apresentou a você uma abordagem que
trazia dimensões conceituais ou se ele fez com que você percebesse que poderia se
relacionar melhor com seus colegas em um jogo (dimensão relacional).
Neste capítulo, vamos discutir a prática corporal da ginástica, seus diferentes tipos
e manifestações. Além disso, vamos propor uma reflexão sobre esse tema no ambiente
escolar (de acordo com a Base Nacional Comum Curricular - BNCC) e como abordá-lo
nas diferentes etapas da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
1 Essas modalidades fazem parte de um conjunto de esportes que se caracteriza pela comparação
de desempenho centrada na dimensão estética e acrobática do movimento, dentro de determinados
padrões ou critérios técnicos. Portanto, contempla as modalidades de ginástica acrobática, aeróbica
esportiva, artística, rítmica e de trampolim (BRASIL, 2017, p. 175).
2 Para saber mais sobre a Gymnaestrada e outros festivais de ginástica no Brasil e no mundo, aces-
se: <http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v30n1/1807-5509-rbefe-30-1-0199.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2017.
3 Modalidade “fundamentada nas atividades ginásticas [...], integrando vários tipos de manifes-
tações e elementos da cultura corporal tais como danças, expressões folclóricas, jogos, dentre outras,
expressos através de atividades livres e criativas. Tem por objetivo promover o lazer saudável, pro-
porcionando bem estar aos praticantes, favorecendo a performance coletiva, mas respeitando as indi-
vidualidades”. (OLIVEIRA, 2007, p. 30)
A ginástica aeróbica esportiva (GAE) surgiu de programas fitness para o público em geral
e, depois, tornou-se uma modalidade esportiva. Os ginastas competem de modo individual
4 De acordo com González, essas práticas são formas “sistematizadas de movimento com base
em ações suaves de aparente imobilidade, como é o caso de determinada postura ou de um exercício
respiratório, voltados para a obtenção de maior consciência corporal, como consequência da atenção
prestada às sensações somáticas produzidas por essas ações” (GONZÁLEZ, 2012, p. 49).
Tema
Explorando e reconhecendo elementos ginásticos.
Sujeitos
Crianças com idades de 1 ano e 7 meses a 3 anos.
Objetivos
Conceituais
• Identificar formas de locomoção de alguns animais e relacionar com sua própria forma
de locomoção.
Da prática
• “Explorar formas de deslocamento no espaço (pular, saltar, dançar), combinando movimentos e
seguindo orientações” (BRASIL, 2017, p. 42).
Relacionais
• Demonstrar progressiva independência no cuidado com o próprio corpo (BRASIL, 2017, p. 42).
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Inicie uma conversa com as crianças sobre quais animais elas conhecem. Pergunte a elas como esses
animais se deslocam e peça que imitem as formas de deslocamento que elas mencionarem.
Experimentações
Apresente imagens de animais que se deslocam de diferentes maneiras, por exemplo: cobra (rastejo),
sapo (pulos), girafa (pontas dos pés), elefante (quadrupedar, com ênfase ao andar “pesado”), morcego
(movimento das asas).
Cada vez que mostrar uma imagem, as crianças devem imitar o modo de deslocamento do ani-
mal representado.
Siga o chefe
Estabeleça deslocamentos condizentes com elementos básicos da ginástica, como andar, rastejar,
pular, rolar, quadrupedar, entre outros.
De acordo com suas orientações, como “o chefe” da brincadeira, indique a forma do deslocamento
que os demais irão reproduzir, sem necessidade de padronização corporal.
Fechamento
Peça para que os alunos escolham um dos animais e registrem por meio de um desenho sua forma
de locomoção.
Lembre-se de que quando a criança sistematiza os saberes, ela os está construindo. No caso dessa
faixa etária, ainda que as formas do desenho não sejam muito bem definidas, é interessante pergun-
tar às crianças sobre o seu registro.
Tema
Brincando com o corpo e com o arco.
Sujeitos
Alunos do 1º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• Identificar possibilidades ginásticas com e sem materiais.
Da prática
• “Experimentar, fruir e identificar diferentes elementos básicos da ginástica (equilíbrios, saltos,
giros, rotações, acrobacias, com e sem materiais) e da ginástica geral, de forma individual e em
pequenos grupos, adotando procedimentos de segurança” (BRASIL, 2017, p. 185).
Relacionais
• “Participar da ginástica geral, identificando as potencialidades e os limites do corpo, e respei-
tando as diferenças individuais e de desempenho corporal” (BRASIL, 2017, p. 185).
Materiais necessários
Arcos
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Faça uma roda e mostre aos alunos quatro imagens de diferentes tipos de ginástica, realizadas com e
sem materiais. Na sequência, pergunte às crianças o que as imagens mostram. É uma modalidade fácil
ou difícil? É possível realizá-las? É mais fácil movimentar o corpo com ou sem objetos?
O objetivo central dessa atividade não é fazer com que as crianças relacionem os tipos de ginásticas,
mas sim os diferentes modos de fazê-las.
Experimentações
Apresente possibilidades de exploração com o arco, instrumento de uso da ginástica rítmica. Para
isso, disponibilize um arco a cada criança, para que elas explorem livremente esse objeto.
Em seguida, peça aos alunos que lancem individualmente o arco com as duas mãos e batam uma
palma para pegá-lo novamente. Em seguida, peça para lançá-lo com uma mão e o recuperar com
a outra.
Para atividades em duplas, peça que os alunos lancem o arco um para o outro de diferentes manei-
ras: de frente, de costas, por cima da cabeça, entre as pernas etc. Eles também podem criar outras
possibilidades.
Fechamento
Pergunte aos alunos se eles conseguiram fazer as ações que planejaram, se as ideias sugeridas foram
respeitadas e se houve entendimento entre os colegas.
Sujeitos
Alunos 9º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• Reconhecer formas de cooperação na competição;
• Identificar a cooperação nas práticas circenses.
Da prática
• “Experimentar e fruir exercícios físicos que solicitem diferentes capacidades físicas, identifican-
do seus tipos (força, velocidade, resistência, flexibilidade) e as sensações corporais provocadas
pela sua prática” (BRASIL, 2017, p. 196).
Relacionais
• “Construir coletivamente procedimentos e normas de convívio que viabilizem a participação de
todos na prática de exercícios físicos, com o objetivo de promover a saúde” (BRASIL, 2017, p. 196).
Materiais necessários
Imagens impressas demonstrando modalidades ginásticas e pegas de ginástica acrobática
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Antes de iniciar a aula, pergunte aos alunos:
• Quais tipos de ginásticas vocês conhecem?
• Vocês já praticaram alguma ginástica? Se sim, qual?
Apresente imagens de diferentes modalidades de ginásticas e ressalte que a modalidade a ser tra-
balhada é a ginástica acrobática.
Relacione então a ginástica acrobática à ginástica circense. Como sugestão, mostre um vídeo do
Cirque du Soleil. Ressalte que a prática circense não apresenta elementos de competitividade, no
entanto, ainda pertence ao universo ginástico.
Experimentações
Neste momento, explique aos estudantes o conceito de ginástica acrobática:
Ela é um esporte que integra dança, ginástica artística e elementos acrobáticos, estes úl-
timos de origem principalmente chinesa, e exigem uma interação entre os participantes
que não é encontrada em nenhum outro tipo de esporte, principal motivo de incentivar
sua inserção nos programas de educação física escolares. (GALLARDO; AZEVEDO,
2007, p. 1)
Em seguida, apresente diferentes tipos de movimentos dessa ginástica, conforme a Figura 2, a seguir:
No entanto, a ênfase da aula consiste em mostrar os tipos de pegas, elementos fundamentais para
a ginástica acrobática. De acordo com as imagens a seguir, peça para que os alunos realizem os
seguintes tipos de pegas:
Pega cruzada
Pega de pé
Pega frontal
Pega de tração
Questione os estudantes sobre quais dessas pegas podem ser aplicadas a cada uma das posições
demonstradas na imagem a seguir (Figura 4).
Tema
A relação do mundo do trabalho com as práticas de conscientização corporal.
Sujeitos
Alunos da 1ª série do Ensino Médio.
Objetivos
Conceituais
• Identificar soluções em que as práticas de conscientização possam se tornar necessárias à reso-
lução de conflitos.
Práticos
• Experimentar e fruir exercícios físicos que priorizem movimentos suaves e lentos, enaltecendo
a conscientização tanto na postura quanto na respiração.
Relacionais
• Acionar, quando preciso, procedimentos que facilitem o bom convívio social.
Materiais necessários
Som, seleção de músicas e bolas de tênis para cada aluno.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Pergunte aos alunos sobre como eles reagem quando estão em situações de estresse. Com base nas
respostas, mapeie o perfil da turma e relacione os tipos de estresses a que eles estão submetidos.
Experimentações
Proponha aos alunos que tirem os calçados e peça que percebam seus pés no chão. Depois, solicite
que realizem os seguintes passos:
Conclusão
[...]
O circo deixa de ser um saber apenas transmitido no interior das famílias, dos
reduzidos grupos de artistas, e passa a ser um conhecimento a ser tratado e
desenvolvido nas escolas especializadas, dando abertura a um maior número
de interessados e ampliando assim, de forma exponencial, as possibilidades
de ação (expressão artística) dessa arte. Uma tendência que se espalha rapida-
mente por todo o mundo e que em poucas décadas gera uma nova geração de
artistas, com ou sem antecedentes familiares, mas com grande valor artístico.
[...]
[...]
[...]
Assim sendo, a educação física escolar fica responsável pelo espaço de “vivên-
cia”, tendo como objetivo central colocar os alunos em contato com a cultura
[...]
Atividades
1. Conforme vimos neste capítulo, o universo da ginástica é vasto, assim como as possi-
bilidades para o trabalho pedagógico dessa prática nas aulas de Educação Física. Com
o apoio da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), classifique os tipos de
ginástica e destaque sua importância em abordá-la nas aulas de Educação Física.
2. Com base na ideia de que os conteúdos de Educação Física não devem ser restritos
apenas à prática pela prática, discuta as diferenças entre as metodologias, aplicações
e conteúdos nas etapas da Educação Básica.
3. Discorra sobre o porquê de as atividades propostas aos alunos dos anos iniciais do
Ensino Fundamental serem distintas das realizadas para os propostas a alunos dos
anos finais do Ensino Fundamental.
4. Revisite o plano de aula proposto para alunos dos anos finais do Ensino Fundamen-
tal e elabore uma sequência para o planejamento indicado. Complete o quadro a
seguir e não esqueça de articular o conteúdo desta aula com o da aula anterior.
Tema
Quando a competição pode virar cooperação: o circo e a ginástica acrobática
Sujeitos
Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental
Objetivos
Conceituais
• Identificar formas de cooperação na competição.
• Identificar a cooperação nas práticas circenses.
Práticos
• “Experimentar e fruir exercícios físicos que solicitem diferentes capacidades físicas, identifican-
do seus tipos (força, velocidade, resistência, flexibilidade) e as sensações corporais provocadas
pela sua prática” (BRASIL, 2017, p. 45).
Materiais necessários
Aula 2
Estabelecendo diálogos
Experimentações
Fechamento
Referências
BERTHERAT, Thérèse; BERNSTEIN, Carol. O corpo tem suas razões: antiginástica e consciência de si.
13. ed. São Paulo: M. Fontes, 1987.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília:
MEC, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-
educacao-basica-2013-pdf/file>. Acesso em: 21 nov. 2017.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base/>. Acesso em:
20 nov. 2017.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia de Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
CONSENZA, R. M. Inspirar, expirar...aprender. Neuroeducação: meditação nas escolas. Seguimento,
Instituto Ayrton Senna, n. 6, p. 26-31, 2016.
DUPRAT, Rodrigo Mallet; BORTOLETO, Marco Antônio Coelho. Educação física escolar: pedagogia
e didática das atividades circenses. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 28, n. 2,
p. 171-189, jan. 2007. Disponível em: <http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/63/71>.
Acesso em: 07 dez. 2017.
GALLARDO, Jorge; AZEVEDO Lúcio Henrique. Fundamentos básicos da ginástica acrobática: com-
petitiva. Campinas: Autores Associados, 2007.
GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FRAGA, Alex Branco. Afazeres da Educação Física na escola: planejar,
ensinar, partilhar. Erechim: Edelbra, 2012.
OLIVEIRA, Nara Rejane Cruz de. Ginástica para todos: perspectivas no contexto do lazer. In.: Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte. V. 6, n. 1, 2007, p. 27-35. Disponível em: <http://www.
mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/REMEFE-6-1-2007/art02_
edfis6n1.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2018.
PATRÍCIO, Tamiris Lima; BORTOLETO, Marco Antonio Coelho; CARBINATTO, Michele Viviene.
Festivais de ginástica no mundo e no Brasil: reflexões gerais. Revista Brasileira de Educação Física e
Esporte, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 199-216, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rbefe/v30n1/1807-5509-rbefe-30-1-0199.pdf>. Acesso em 1 fev. 2018.
STUBBS, Ray. O livro dos esportes: os esportes, as regras, as táticas, as técnicas. Rio de Janeiro: Agir, 2012.
Resolução
1. Nessa questão, você precisa elencar os tipos de ginásticas organizados na BNCC:
• ginástica geral;
• ginásticas de condicionamento físico;
• ginásticas de conscientização corporal.
Com base nessa classificação, você deve mencionar a importância em abordar essa
unidade temática em sala de aula. Discorra também em sua questão sobre a impor-
tância da diversidade e como esse conteúdo a promove.
4. A exemplo da aula 1, é esperado que você faça escolhas que efetivem os saberes da
Educação Física de acordo com objetivos elencados para a sequência de trabalho.
É necessário, também, levar em conta as necessidades dos alunos e a realidade da
escola. Para isso, pode-se fazer um diagnóstico (fictício) de como ocorreu a primeira
aula, o qual contenha as impressões dos alunos sobre essa atividade, e organizar a
aula 2 com base nessas informações.
Orientais Ocidentais
Jiu-jítsu Boxe
Judô Esgrima
Kendo Luta livre
Caratê Kick boxing
Sumô Sambo
Kung fu: Taolu Capoeira
Kung fu: Sanshou Pancrácio
Tae kwon do Luta greco-romana
8.1.1 Judô
O judô surgiu no Japão no século XIX, criado por Jigoro Kano, que elaborou a modali-
dade baseando-se em técnicas do centenário jiu-jítsu. A principal intenção de seu fundador
foi combater a violência presente nas lutas. Conforme menciona Stubbs (2012),
[...] esse esporte de combate desarmado proíbe qualquer forma de soco ou
chute. Em vez disso, o objetivo é conseguir um ippon – o equivalente a um soco
que leva ao nocaute – arremessando o adversário no chão, imobilizando-o
Fonte: rbv/iStockPhotos
Fonte: zorandimzr/iStockPhoto
8.1.4 Boxe
Há indícios que o boxe (ou pugilismo) tenha se originado por volta de 3.000 a.C., no
Egito. Contudo, aproximadamente no século 7 a.C. sua caracterização e difusão se deu na
Grécia Antiga. Stubbs (2012, p. 202) explica que:
o boxe é um esporte que requer grande habilidade e resistência física. Dois lu-
tadores se esforçam para atingir um ao outro com socos, a fim de marcar pon-
tos perante o juiz ou árbitro, ao mesmo tempo em que se esquiva dos golpes
do oponente. Quase toda a área da cabeça e do tórax é designada à pontuação.
As lutas são vencidas por pontos ou por nocaute. Os lutadores profissionais bem
colocados estão entre os mais bem pagos no mundo do esporte.
Nesse esporte, as modalidades profissional, olímpica ou amadora apresentam re-
gras diferenciadas.
No boxe profissional, os lutadores lutam apenas com calção e sapatos especiais e não
usam nenhum equipamento da cintura para cima, exceto luvas e protetor bucal. Os rounds
são mais longos que no amador, os campeonatos mundiais têm dez assaltos de três minu-
tos cada, com intervalo de 1 minuto entre eles. O lutador, ao vencer um round, recebe dez
pontos e o perdedor recebe nove pontos. Se em um assalto a vantagem for absoluta de um
dos lutadores, a pontuação é distribuída como 10 a 8 (STUBBS, 2012).
Já no boxe amador, os lutadores usam calções, coletes cervicais e sapatos. Para autopro-
teção utilizam protetores bucais, de cabeça (capacetes) e para a região genital (coquilhas).
Recentemente, na Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, a Associação Internacional de Boxe
permitiu que a modalidade olímpica masculina fosse realizada sem capacetes e camisetas.
Nessa modalidade, as lutas possuem três assaltos, com 2 minutos cada (STUBBS, 2012).
Crédito: thinkomatic/iStockphoto.
8.1.6 Esgrima
A esgrima é uma luta europeia associada principalmente à França e Itália. Desse modo,
muitos dos termos utilizados são provenientes desses dois países. A palavra esgrima vem de
escrima, que significa “proteger” em provençal ou occitano, língua falada no sul da França.
Fonte: gorodenkoff/iStockphoto
Com base nesse panorama, você conheceu um pouco sobre algumas modalidades de
lutas orientais e ocidentais. Agora, trataremos das possibilidades de levar essa temática para
a escola.
Refletir com os alunos sobre as diferenças entre o contexto das lutas e o das brigas de rua pode ser
um ponto de partida para uma discussão a esse respeito na escola.
estabelecido. Os exemplos abordam propostas para a primeira aula de cada um dos temas,
as quais devem ser desenvolvidas em aulas posteriores, compondo uma sequência didática.
Tema
Sujeitos
Crianças com idades entre 4 anos e 5 anos.
Objetivos
Conceituais
• “Compreender a necessidade das regras no convívio social, nas brincadeiras e nos jogos com
outras crianças” (BRASIL, 2017, p. 41).
Práticos
• “Movimentar-se de forma adequada, ao interagir com colegas e adultos em brincadeiras e ati-
vidades” (BRASIL, 2017, p. 42).
Relacionais
• “Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crian-
ças e adultos” (BRASIL, 2017, p. 41).
Materiais necessários
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Inicie a discussão com as crianças ressaltando a necessidade de cumprir as regras propostas em
jogos e brincadeiras para que não se machuquem e não machuquem o colega. Pontue a necessidade
de respeitar o próprio corpo e do próximo.
Pergunte para as crianças:
• O que podemos fazer para não machucar os colegas nas brincadeiras?
Nesse momento, explique as regras dos jogos que serão realizados nesta primeira aula: “pega-pega
do rabo do dragão” e “estourando bexigas”.
Ao final, o professor e as crianças devem contar a quantidade de rabos que cada um conse-
guiu e identificar o vencedor da brincadeira.
• Estourando bexigas: cada criança receberá duas bexigas e deverá prendê-las com barbante
em cada um de seus tornozelos.
O objetivo da brincadeira é que as crianças estourem os balões de seus colegas e protejam os
seus próprios balões. Ainda que sejam estourados os dois balões de uma criança, ela não é
eliminada jogo e continua tentando estourar o balão dos colegas. Não é permitido segurar o
colega ou chutar seu tornozelo, somente pisar sobre os balões.
Fechamento
Pergunte às crianças:
• As regras dos jogos foram respeitadas?
• Durante os jogos, vocês conseguiram cuidar de seu próprio corpo, bem como dos amigos?
• Aconteceu algum problema durante os jogos? Se sim, de que modo vocês conseguiram resolvê-lo?
Tema
Reconhecendo a relação de equilíbrio e desequilíbrio nas lutas.
Sujeitos
Alunos do 3º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• Identificar as características dos jogos de oposição e reconhecer as diferenças entre esses jogos
e brigas.
Práticos
• Experimentar diferentes jogos de oposição.
Relacionais
• Planejar e utilizar estratégias básicas dos jogos de oposição experimentados com base no res-
peito ao colega/oponente e em normas de segurança.
Materiais necessários
Giz para quadro-negro.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Converse com as crianças e explique que, nas próximas aulas, elas irão conhecer e vivenciar jogos
de oposição.
Ressalte aos alunos que essa modalidade de jogo apresenta elementos de contato corporal e regras
preestabelecidas para que todos possam cuidar de sua integridade física e da de seu oponente.
Pergunte aos alunos:
• Vocês sabem a diferença entre briga e jogo de oposição?
Experimentações
• Empurra-empurra: para esse jogo, separe a turma em grupos de três alunos. Cada grupo deve
traçar com um giz um círculo grande no chão e organizar uma sequência de participação dos
integrantes.
Dois integrantes entrarão em confronto dentro do círculo, no qual deverão permanecer agacha-
dos, e o terceiro será o juiz.
Ao sinal do juiz, os dois devem encostar suas mãos e empurrar um ao outro até que algum deles
saia fora do círculo. Os participantes não podem encostar em mais nenhuma parte do corpo do
adversário. Além disso, não é permitido usar o pé para empurrar ou chutar o oponente.
O jogo termina quando um dos participantes sai do círculo ou quando se encerra o tempo esti-
pulado pelo juiz. Posteriormente, as posições são revezadas.
• Pega-pega do caranguejo: os mesmos trios permanecem juntos e os círculos são reutilizados para
esse jogo. Os adversários devem ficar de barriga para cima (decúbito ventral), apoiados em seus
pés e mãos. O objetivo do jogo é tentar empurrar o adversário com todo o corpo para fora do círcu-
lo ou então derrubá-lo, tirando um de seus pontos de apoio com as mãos ou os pés. Não é permi-
tido chutar ou socar o adversário, e o juiz deve estar atento para que as regras sejam respeitadas.
Fechamento
Para finalizar a aula, pergunte aos alunos:
• As regras foram cumpridas e todos agiram de acordo com elas?
• Vocês se sentiram bem nas vivências corporais dos jogos?
• Os juízes foram respeitados?
Sujeitos
Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• “Identificar as características (códigos, rituais, elementos técnico-táticos, indumentária, mate-
riais, instalações, instituições) das lutas” (BRASIL, 2017, p. 193).
Práticos
• Experimentar e fruir diferentes lutas, “valorizando a própria segurança e integridade física,
bem como as dos demais” (BRASIL, 2017, p. 193).
Relacionais
• Planejar e utilizar estratégias básicas das lutas, respeitando o colega como oponente (BRASIL,
2017, p. 193).
• “Problematizar preconceitos e estereótipos relacionados ao universo das lutas e demais práti-
cas corporais, propondo alternativas para superá-los, com base na solidariedade, na justiça, na
equidade e no respeito” (BRASIL, 2017, p. 193).
Materiais necessários
Jornal, imagens de lutas de esgrima com seus diferentes tipos de espada, fita adesiva, barbante e
bexiga.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Pergunte aos alunos se algum deles pratica algum tipo de luta. Se sim, pergunte se eles conhecem
os preceitos dessas lutas. Em seguida, apresente aos alunos imagens referentes às modalidades de
esgrima e kendo, visando à sequência de aulas.
Experimentações
• Esgrima: cada aluno receberá uma folha de jornal e fita adesiva. A turma deve se reunir em
grupos e cada grupo terá acesso a uma imagem impressa dos tipos de espada pertencentes à
esgrima (florete, espada e sabre) e escolher uma das opções para construir um modelo com o
jornal. Após a espada ser construída, cada integrante do grupo receberá um balão, que será
enchido, e um rosto deve ser desenhado nele, para que represente um adversário. Com o bar-
bante, o aluno deverá prender o balão e golpeá-lo com sua espada, sabre ou florete.
Fechamento
• Pontue com a turma que nas próximas aulas serão realizadas ações de contato corporal entre
os colegas.
• Peça aos alunos que eles apresentem regras de conduta para que nesses encontros não haja
nenhum problema.
• Construa um painel para que os alunos estabeleçam essas regras. Em seguida, solicite a eles
que guardem as espadas, os floretes e os sabres para os próximos encontros.
Tema
Influência da mídia nas lutas: análises sobre as mudanças no boxe olímpico.
Sujeitos
Alunos da 3ª série do Ensino Médio.
Objetivos
Conceituais
• Refletir sobre a influência midiática no que diz respeito às práticas corporais.
Práticos
• Analisar estratégias e táticas de movimentos corporais relacionados às lutas.
Relacionais
• Estabelecer com o grupo regras de conduta para a realização de práticas corporais relacionadas
às lutas.
Materiais necessários
Notícias e reportagens de veículos de comunicação, como jornais, revistas e páginas da web.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
• Apresente diferentes matérias de jornais que abordem as mudanças ocorridas nas regras do
boxe para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
• Separe os alunos em dois grupos para que eles leiam essas reportagens.
Experimentações
• Júri simulado: um dos grupos deverá criar argumentos a favor das mudanças das regras para
os Jogos Olímpicos e destacar seus pontos positivos.
O outro grupo deve realizar o movimento contrário e pontuar fatores desfavoráveis a essa
mudança.
Fechamento
• Faça um levantamento com os alunos sobre as questões favoráveis e desfavoráveis que foram
estabelecidas no júri simulado e discuta sobre elas.
• Pergunte a eles se concordam ou discordam, agora que não estão mais na vivência, com os
argumentos ressaltados no momento do júri. Faça uma votação para identificar se a maioria é
a favor ou contra o que foi exposto no momento da vivência no júri.
[...]
[...]
Física escolar, as lutas são um dos que encontram maior resistência por parte
dos professores, com argumentos como: falta de espaço, falta de material, falta
de vestimentas adequadas e associação intrínseca às questões de violência
(CARREIRO, 2005).
[...]
[...]
Atividades
1. Neste capítulo, foram apresentados elementos que mostram a importância em se
desenvolver a prática corporal das lutas na escola. Com suas palavras, descreva
esses elementos.
Sujeitos
Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental
Objetivos
Materiais necessários
Aula 2
Estabelecendo diálogos
Experimentações
Fechamento
4. Com base no que você aprendeu neste capítulo, justifique o porquê de não podermos
associar a luta ao contexto da violência ou briga.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho
Nacional da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Brasília: MEC/SEB,
2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-
basica-2013-pdf/file>. Acesso em: 21 nov. 2017.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
BNCCpublicacao.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2017.
DAOLIO, J. Educação Física e o conceito de cultura. Campinas: Autores Associados, 2004.
DARIDO, S. C.; RUFINO, L. G. B. A separação dos conteúdos das “lutas dos esportes” na educação
física escolar: necessidade ou tradição? Pensar a Prática, Goiânia, v. 14, n. 3, p. 1-17, set./dez. 2011.
Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/12202/10139>. Acesso em: 11 dez. 2017.
STUBBS, R. O livro dos esportes: os esportes, as regras, as táticas, as técnicas. Rio de janeiro: Agir, 2012.
Resolução
1. Essa é uma resposta pessoal, porém você deve mencionar que o trabalho com as
lutas é tão importante quanto o trabalho com outras práticas corporais, pois as lu-
tas, assim como as outras práticas, resultam da produção humana. É importante
mencionar também a relevância de se abordar esse conteúdo na escola, afinal, essa
instrução corresponde à nossa função social como professores, e o conteúdo de lutas
é obrigatório na Educação Básica. Assim, ignorá-lo é negligenciar um conjunto de
conhecimentos aos estudantes.
2. Escolha para pesquisa uma luta oriental e outra ocidental, componha a sua resposta
apresentando elementos que componham essas vivências, como origem, mudanças
das regras ao longo do tempo, curiosidades sobre as práticas, disseminação dela pelo
mundo, entre outros aspectos e curiosidades das lutas.
4. Resposta pessoal. Você deve apresentar elementos que conceituem o contexto das
lutas apresentados no texto, ou seja, os propósitos, conceitos, valores, entre outros
aspectos estabelecidos. Esses elementos auxiliam na visualização de um sentido di-
ferente entre as lutas e as brigas – estas últimas têm como propósito único machucar
o adversário.
Neste capítulo, vamos refletir sobre o papel da dança na escola. Desde o estabeleci-
mento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em 1997, a dança se concretizou
como um dos conteúdos da Educação Física, pois ela é inerente à linguagem corporal
e permeada de símbolos e significados. Todavia, ainda há uma resistência por parte
de um grupo significativo de professores para abordar esse conteúdo, principalmente
por ainda considerarem as questões de gênero como uma barreira à prática da dança.
Além disso, a abordagem da dança na escola, na maioria das vezes, é feita com
base apenas na reprodução, que consiste em passos descontextualizados, para apre-
sentação em datas comemorativas. Portanto, a intenção aqui é apresentar os elementos
e as características dessa modalidade e propostas para um adequado planejamento
pedagógico, a fim de fornecer subsídios ao futuro professor de Educação Física.
O objetivo é proporcionar a compreensão da importância dessa prática e de seus diver-
sos conteúdos para a formação dos estudantes da Educação Básica.
Fonte: JackF/iSotckphoto
1 Rudolf Laban (1879-1958) “estudou os movimentos humanos e estabeleceu parâmetros para sua
leitura através de um sistema de análise que, se abordado corretamente, leva ao autoconhecimento e ao
desenvolvimento qualitativo das relações interpessoais” (MOMMENSOHN; RENGEL, 1992, p. 101).
Pode ser leve ou firme (ou forte ou pesado). O peso analisa o movimento em termos
Peso
da quantidade de força despendida para realizá-lo – é a energia do movimento.
Pode ser rápido ou lento (com nuances, por exemplo, rapidíssimo ou lentíssimo, o que
vale para o peso também). Esse fator indica em que timing o movimento se produz,
Tempo
ou seja, se ele é métrico (medidas de tempo) ou não métrico (respiração, batidas do
coração).
Pode ser direto ou flexível. Aponta o tipo de trajeto que o movimento traça no es-
Espaço
paço e como se dirige neste.
Pode ser livre ou controlada. Ela revela o fluxo do peso, do tempo e espaço, detec-
Fluência
tando-os em várias atividades biológicas do homem.
O trabalho com a dança exige do professor uma aproximação dos estudantes para com-
preender seus repertórios pessoais. É importante que o aluno perceba as possibilidades de
movimentações corporais ao dançar e como ele pode se comunicar ao realizar tais movimen-
tos expressivos. Os elementos apresentados no Quadro 2 auxiliam o aluno nesse processo,
pois compreender o que se refere às intenções de improvisar, compor, apreciar e fruir auxi-
liará no processo de conhecimento sobre essa prática e suas relações com o universo social.
Desse modo, é necessário criar oportunidades para que tanto o aluno quanto o pro-
fessor percebam no processo criativo da dança elementos próprios de sua cultura em uma
prática que por si só é comunicativa, expressiva e cultural. Tudo isso em uma construção
coletiva, dialógica e próxima das realidades dos sujeitos envolvidos.
2 O conceito de indústria cultural foi cunhado em 1940 por Theodor Adorno, em coautoria com
Marx Horkheimer, na obra Dialética do esclarecimento, substituindo a expressão “cultura de massa”,
que causava certa ambiguidade ao sugerir um sentido de uma cultura nascida espontaneamente das
camadas populares. As críticas feitas pelos frankfurtianos à indústria cultural visam mostrar como
na sociedade moderna a cultura transformou-se em uma grande força capaz de transmutar a arte em
mercadoria (SANTOS, 2014, p. 1).
Tema
Meu corpo pode fazer muitas coisas.
Sujeitos
Crianças com idades entre 4 anos e 5 anos.
Objetivos
Conceituais
• Identificar possibilidades de movimentos corporais relacionando-os com os movimentos do
cotidiano.
Da prática
• “Criar movimentos, gestos, olhares, mímicas e sons com o corpo em brincadeiras, jogos e ativi-
dades artísticas como dança, teatro e música” (BRASIL, 2017, p. 42).
Relacionais
• “Demonstrar valorização das características de seu corpo, nas diversas atividades das quais
participa e em momentos de cuidado de si e do outro” (BRASIL, 2017, p. 42).
Materiais necessários
Aparelho de som, músicas adequadas ao repertório da cultura infantil e imagens de obras de arte.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Mostre às crianças imagens de obras de arte que representem sentimentos e sensações diferen-
tes – tristeza, alegria, choro, cansaço etc. Para esse trabalho, é importante fazer uma pesquisa
prévia sobre os sentimentos e expressões humanas. A intenção é promover situações em que as
crianças percebam quais sentimentos podem ser expressos sem utilizar a fala como recurso.
Experimentações
• Estátua: nessa atividade, coloque uma música para tocar, deixe as crianças se movimentarem
livremente e diga que, quando a música parar, elas deverão permanecer estáticas. Ao parar a
música, apresente aos alunos uma das imagens de obra de arte, porém não comente sobre ela.
As crianças deverão tentar reproduzir a imagem indicada.
• Escultura e escultor: divida a turma em duplas e proponha dois papéis: um integrante deve
ser o escultor e outro deve ser a escultura. O escultor deve movimentar sua argila (no caso, a
outra criança), para que ganhe forma. Em seguida, mostre à turma uma das imagens de obra
de arte e coloque uma música para tocar. Nesse momento, a dupla (escultor e escultura) deve
dançar conforme o ritmo da música, movimentando-se de acordo com a imagem apresentada.
Fechamento
Dialogue com as crianças sobre o que elas sentiram na realização das atividades. Além disso, per-
gunte como elas se expressam quando ficam felizes, tristes, bravas, com medo e outros sentimentos
e/ou expressões do dia a dia.
Tema
O improviso como possibilidade na dança.
Sujeitos
Alunos do 1º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• “Identificar os elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças do contexto comu-
nitário e regional, valorizando-as, sem preconceitos de qualquer natureza” (BRASIL, 2017,
p. 225).
Da prática
• “Experimentar e fruir diferentes danças do contexto comunitário e regional (rodas cantadas,
brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las, respeitando as diferenças individuais e de
desempenho corporal” (BRASIL, 2017, p. 185).
Relacionais
• Apresentar possibilidades de diferentes tipos de gestos e respeitar a opinião dos colegas.
Materiais necessários
Bolas (uma para cada aluno).
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Converse com as crianças sobre quais brinquedos elas conhecem e com quais deles elas mais gos-
tam de brincar. Com base no que elas responderem, pergunte de quais maneiras é possível brincar
com esses brinquedos.
Experimentações
• Brincando de ser bola e brincando com a bola: um dos brinquedos mais comuns entre as crian-
ças é a bola. Pergunte a elas quais movimentos podemos fazer com uma bola, por exemplo:
◦ rolar;
◦ quicar;
◦ girar;
◦ ficar parado.
Encaminhe uma ação de cada vez, de modo que a criança reproduza cada um desses movimentos.
Na segunda parte da aula, entregue uma bola para cada criança, pode ser de diversos tamanhos.
Peça para elas colocarem em prática as ações estabelecidas anteriormente e, em seguida, fazerem o
movimento simultaneamente com a bola – isto é, se a bola estiver quicando, a criança deverá saltar
junto dela, e assim por diante.
É possível colocar músicas para tocar durante a atividade, contanto que sejam selecionadas com o devido
cuidado e adequadas à faixa etária das crianças.
Fechamento
Questione e converse com as crianças:
• Houve algum movimento que foi difícil de realizar?
• A experiência foi divertida?
• Quais partes do nosso corpo movimentamos, por exemplo, quando estamos quicando como
uma bola?
Tema
Explorando os apoios na dança.
Sujeitos
Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• “Diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança, valorizando e respeitan-
do os sentidos e significados atribuídos a elas por diferentes grupos sociais” (BRASIL, 2017,
p. 191).
Da prática
• “Experimentar e fruir danças urbanas, identificando seus elementos constitutivos (ritmo, espa-
ço, gestos)” (BRASIL, 2017, p. 191).
Relacionais
• Contribuir com sugestões na criação de movimentos corporais, bem como respeitar as opiniões
de outrem.
Materiais necessários
Giz de quadro-negro colorido e materiais para confecção dos dados.
Fonte: yulyao/iStockphoto
O grupo define a ordem dos jogares para lançar os dados. Cada jogador deve seguir as ações esta-
belecidas nos dados. Quem encostar no chão alguma parte do corpo que não foi prevista nos dados
é eliminado. Vence aquele que permanecer mais tempo nos apoios sugeridos. Após todos jogarem,
inicia-se uma nova rodada.
Fechamento
• Pergunte aos alunos se as regras do jogo foram acatadas. Além disso, questione se o espaço do
colega foi respeitado.
• Discuta com os alunos se eles conseguiram identificar relações entre os apoios dos dançarinos
visualizados no vídeo e os apoios do jogo.
Tema
Dança e indústria cultural.
Sujeitos
Alunos da 3ª série do Ensino Médio.
Objetivos
Conceituais
• Identificar danças que fazem parte do repertório pessoal, relacionando-as com os repertórios
propostos pela indústria cultural.
Da prática
• Criar composições corporais expressivas com base em uma temática proposta.
Relacionais
• Colaborar nas proposições em grupo, respeitando as opiniões dos colegas.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Peça aos alunos que, por meio de seus celulares, selecionem videoclipes coreografados de canções
bastante difundidas pelas mídias. É importante que você faça uma avaliação diagnóstica a respeito
dos conhecimentos prévios dos estudantes, de seus repertórios em relação a essas expressões mi-
diáticas. Além disso, é fundamental discutir sobre como essas canções coreografadas fazem parte
de nosso cotidiano mais do que outras. Deixe claro aos alunos que essas escolhas são explicadas
pelo fenômeno da indústria cultural.
Experimentações
Peça aos alunos que se dividam em grupos de seis integrantes e assistam aos vídeos selecionados
por eles. Eles devem analisar todos os vídeos, observando os movimentos corporais coreográficos
em cada uma das músicas. Em seguida, solicite que eles escolham apenas um dos videoclipes e
elaborem uma sequência de movimentos diferente da apresentada no vídeo escolhido.
[...]
[...]
Conclusão
É fato que ainda precisamos superar muitos desafios no ensino de dança na escola.
Entre esses, podemos destacar a necessidade de não reduzir essa unidade temática a uma
perspectiva simplista de reprodução de passos coreografados e repetitivos. Além disso, é
importante romper estereótipos em relação a essa prática, e isso pode ser feito pela inclusão
de todos nas atividades, independentemente de questões de gênero.
Com essa visão, apontamos aqui a necessidade de conhecer a dança e seus diversos as-
pectos, o que se torna precedente essencial para um planejamento de aula. Essa abordagem,
além de possibilitar criações de movimentos expressivos, isto é, ter a intenção de comunicar
algo, levará os estudantes à reflexão sobre essa prática corporal na sociedade.
Dançando na escola
(MARQUES, 1997, p. 20-21)
[...]
[...]
[...]
[...]
[...]
Atividades
1. Como foram suas experiências com o conteúdo da dança nas aulas de Educação Fí-
sica? Você conheceu diversas danças? Reproduziu alguma delas? Realize um breve
relato acerca dessas questões.
3. Quais são as “atitudes dançantes” apresentadas por Debora Barreto (2004)? Reali-
ze uma breve descrição de cada uma e destaque, em sua visão, pontos que consi-
dera importantes.
4. Quais são os fatores necessários para se repensar o ensino da dança nas aulas de
Educação Física? Responda com base na seção 9.2 (“Qual dança ensinamos na esco-
la?”) deste capítulo.
Referências
BARRETO, Débora. Dança...: ensino, sentidos e possibilidades na escola. Campinas: Autores
Associados, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/download-da-bncc/>.
Acesso em: 20 nov. 2017.
FUGIKAWA, Claudia Sueli Litz; GUASTI, Mauro. Quem dança seus males... In: PARANÁ. Secretaria
do Estado da Educação. Educação Física: Ensino Médio. 2. ed. Curitiba: SEED-PR, 2006. Disponível
em: <https://pt.scribd.com/doc/6280335/Apostila-SEED-Educacao-Fisica>. Acesso em: 14 dez. 2017.
MARQUES, Isabel. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.
______. Dançando na escola. Motriz, Rio Claro, v. 3, n. 1, jun. 1997. Disponível em: <http://www.
rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/03n1/artigo3.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018.
MOMMENSOHN, Maria; RENGEL, Lenira Peral. O corpo e o conhecimento: dança educativa. Série
Ideias, São Paulo, n. 10, 1992. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_10_
p099-109_c.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2017.
VAZ, Alexandre Fernandes. Corpo, educação e indústria cultural na sociedade contemporânea: notas
para reflexão. Pro-Posições, Campinas, v. 14, n. 2, maio/ago. 2003. Disponível em: <https://periodicos.
sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643886/11356>. Acesso em: 14 dez. 2017.
Resolução
1. Essa é uma resposta pessoal, no entanto, é preciso relatar suas experiências como
aluno e realizar uma reflexão crítica de como a unidade temática danças era aborda-
da em sala de aula. Além disso, realize um comparativo dessas experiências com o
que é proposto neste capítulo.
2. Você deve compor a resposta com suas próprias palavras, no entanto, é necessário
apresentar os quatro fatores de Rudolf Laban, de acordo com o Quadro 1, “Fatores
de movimentos corporais apropriados e pensados pela dança” (seção 9.1).
3. Para responder a essa questão, você deve discorrer de modo resumido sobre os qua-
tro fatores dançantes, também apresentados na seção 9.1 (Quadro 2). Não se esqueça
de destacar a importância desses fatores para o ensino da dança nas aulas de Edu-
cação Física.
Nas duas imagens, fica evidente a exclusão: de um lado, um menino e, do outro, uma
menina. Quantas vezes você percebeu alguns meninos de fora de um jogo, porque não apre-
sentavam determinadas habilidades diante dos outros? Ou meninas que ficavam de fora das
práticas simplesmente por serem meninas?
Quando entendemos a importância do esporte na sociedade e na escola, passamos a
compreendê-lo e ressignificá-lo pedagogicamente e não o negar ou excluir. Concordamos
com Tarcísio Vago (1996) quando diz que a escola não pode ficar alheia ao processo de
consolidação do esporte como prática cultural da sociedade moderna, sendo também
“eleito (ou imposto?) como algo a ser ensinado” (VAGO, 1996, p. 10).
Nesse processo, observamos uma tensão entre o esporte da escola e o esporte na escola,
como pontua Valter Bracht (1992, p. 22):
A Educação Física assume os códigos de uma outra instituição [a instituição
esportiva], e de tal forma que temos então não o esporte da escola e sim o esporte
na escola, o que indica a sua subordinação aos códigos/sentidos da instituição es-
portiva. O esporte na escola é um prolongamento da própria instituição esportiva.
Essa é apenas uma possibilidade de organização pedagógica. Com base nas caracterís-
ticas de cada esporte, o professor pode atribuir em seu planejamento um volume maior de
práticas corporais que tenham características semelhantes e garantir a realização dos objeti-
vos pedagógicos planejados.
É fundamental apresentar aos alunos a diversidade que essa unidade temática abrange.
Apesar de não ser possível à escola promover vivências e o estudo de todos os esportes, pois
existem até mesmo aqueles que não são próximos de nossa realidade e repertório, categori-
zá-los demonstra uma maneira de percorrer esse universo e possibilitar novos conhecimen-
tos aos alunos.
Tema
Brincando com objetos circulares.
Sujeitos
Crianças com idades entre 1 ano e 7 meses e 3 anos.
Objetivos
Conceituais
• Identificar possibilidades de movimentos corporais com e sem o uso de materiais.
Da prática
• Compartilhar objetos e espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos.
Relacionais
• Resolver conflitos nas interações e brincadeiras com a orientação de um adulto.
Materiais necessários
Bolas e imagens de esportes.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Apresente à turma imagens de esportes que utilizam objetos em sua prática. Questione as crianças
sobre o que as pessoas estão fazendo nessas imagens. A intenção é verificar se elas conseguem per-
ceber a utilização dos objetos e se reconhecem alguns dos esportes.
Tema
Brincando com corridas e saltos.
Sujeitos
Alunos do 1º ano do Ensino Fundamental.
Objetivos
Conceituais
• Identificar elementos constitutivos de algumas modalidades do atletismo (corridas e saltos).
Da prática
• “Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo, a prática de es-
portes de marca e de precisão, identificando os elementos comuns a esses esportes” (BRASIL,
2017, p. 185).
Relacionais
• “Discutir a importância da observação das normas e regras dos esportes de marca e de precisão
para assegurar a integridade própria e as dos demais participantes” (BRASIL, 2017, p. 185).
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Apresente aos alunos um vídeo de salto em distância. Sugestão: A receita para o salto em distância
perfeito, do canal Vejapontocom1. Em seguida, pergunte a eles quais ações existem nessa prova: a
corrida, o salto e a medida do salto.
Pontue que eles realizarão esses saltos e que deverá ser identificada a metragem do salto de cada
um. No entanto, eles não irão medi-la do mesmo modo: com a sua ajuda, os alunos devem pensar
em medidas que utilizem o próprio corpo. Caso as crianças não apresentem ideias, sugira que elas
meçam com os pés, com as mãos, entre outras possibilidades.
Experimentações
• Divida a turma em trios. Em cada trio, uma criança será o juiz (que dará o sinal para a reali-
zação do salto), outra será o saltador e, por fim, outra criança medirá o salto feito pelo colega.
O saltador deverá realizar três saltos, o medidor fará a contagem destes (com os pés) e, juntos,
os integrantes deverão discutir qual foi o maior salto realizado e informar o professor. Depois,
mudam-se as funções até que as crianças tenham realizado todas elas.
Fechamento
• Em uma roda de conversa, discuta com os alunos se eles conseguiram realizar as medições e
quais outros tipos de medições eles gostariam de sugerir para um próximo momento.
• Pergunte como foi realizar as duas ações (corrida e salto) e assumir as outras funções (de me-
didor e juiz).
Tema
Esportes de taco.
Sujeitos
Objetivos
Conceituais
• “Identificar os elementos técnicos ou técnico-táticos individuais, combinações táticas, sistemas
de jogo e regras das modalidades esportivas praticadas, bem como diferenciar as modalidades
esportivas com base nos critérios da lógica interna das categorias de esporte: rede/parede, cam-
po e taco, invasão e combate” (BRASIL, 2017, p. 195).
Materiais necessários
Madeira para os tacos, conduíte para os discos e giz para marcações da quadra.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Apresente à turma imagens de diferentes tacos, a fim de que os estudantes estabeleçam a relação
desse objeto com o esporte praticado. Seguem exemplos:
ronniechua/iStockphoto
Hóquei no gelo
TMSK/ iStockphoto
~User3d34b5b5_677/ iStockphoto
Sinuca Golfe
Manuel-F-O/ iStockphoto
BrianAJackson/ iStockphoto
Tema
Desesportivizando práticas esportivizadas.
Sujeitos
Alunos da 1ª série do Ensino Médio.
Objetivos
Conceituais
• Identificar o conceito de esportivização e estabelecer relações com o processo de desesportivização.
Práticos
• Experimentar e criar práticas corporais com a participação de todos, focando no processo e não
nos resultados.
Relacionais
• Apresentar elementos colaborativos e inclusivos em práticas consideradas competitivas.
Aula 1
Estabelecendo diálogos
Discuta com os alunos sobre esportes que (ainda) não chegaram ao processo final de esportiviza-
ção – ou seja, que ainda não se tornaram esportes olímpicos e não foram institucionalizados por
federações ou confederações.
Além disso, faça uma pesquisa e indique esportes que sofreram essas mudanças recentemente.
Depois dessa conversa, divida a turma em grupos e sugira que façam uma pesquisa sobre práticas
corporais de acordo com as características discutidas acima.
Apresente o conceito de esportivização e as possibilidades de desesportivização das práticas e seus
elementos:
Esportivização
Desesportivização
↑ Competição
↓ Competição
Regras instituídas
x Regras construídas
Olímpico
Não olímpico
(grau máximo de esportivização)
Inclusão de todos
Inclusão de alguns
Experimentações
Divida a turma em grupos e diga que eles deverão – com base nos critérios apresentados anterior-
mente – realizar o processo de desesportivização do handebol, por exemplo (a escolha da prática fica
a critério do professor). Cada grupo deve apresentar possibilidades para esse processo.
Fechamento
Converse com os estudantes sobre como foi realizar o processo de desesportivização de uma prática
já instituída e esportivizada:
• Como foi jogar dessa maneira?
• Houve dificuldades no processo? Quais?
• Todos participaram?
• O jogo foi empolgante?
• Esse jogo pode ser praticado em espaços além da escola?
Conclusão
[...]
[...]
Atividades
1. Com base em aspectos discutidos no capítulo, justifique a necessidade de recriar a
abordagem da unidade temática esporte nas aulas de Educação Física.
2. Escolha três categorias estruturantes sugeridas pela Base Nacional Comum Curricu-
lar (apresentadas no item 10.2 deste capítulo), relacione suas características e expli-
que o seu funcionamento.
4. Nos Jogos Olímpicos de 2016, o rúgbi fez parte do conjunto das modalidades disputa-
das e chegou ao seu maior grau de esportivização. Com base nesse processo, conheça
um pouco mais sobre essa modalidade e apresente sugestões para desesportivizá-la.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC
publicacao.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2017.
GONZÁLEZ, Fernando Jaime; BRAGA, Alex Branco. Afazeres da Educação Física na escola: planejar,
ensinar, partilhar. Erechim: Edelbra, 2012.
GUAITA, Nicole Roessle; SILVA, Marcelo Moraes. Resenha: Assis de Oliveira, Sávio. Reinventando
o esporte: possibilidades da prática pedagógica. Pensar a Prática, Goiânia, v. 11, n. 1, jan./jul. 2008.
Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/1210/3621>. Acesso em: 30 jan. 2018.
VAGO, Tarcísio Mauro. O “esporte na escola” e o “esporte da escola”: da negação radical para uma re-
lação de tensão permanente, um diálogo com Valter Bracht. Movimento, Porto Alegre, v. 3, n. 5, p. 4-17,
1996. Disponível em: <http://portais.ufg.br/up/73/o/Texto_Tat_1__1_...pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.
Resolução
1. Nesta questão você deve discorrer a respeito dos objetivos educacionais e para a for-
mação humana, que estão em dissonância com os elementos instituídos pelo esporte,
como competição, exclusão, seletividade, foco no resultado, entre outros.
2. Você deve escolher três das seis categorias sugeridas pela Base Nacional Comum
Curricular – marca, precisão, técnico-combinatório, rede/quadra dividida ou parede
de rebote, campo e taco, invasão ou territorial – (BRASIL, 2017), explicá-las e rela-
cionar suas principais características com base em exemplos. É interessante também
pensar em possibilidades para aplicação dessas práticas em sala de aula.
3. Para responder a essa questão, você deve recordar que o esporte na escola é aquele
que é reproduzido como a instituição esportiva deseja, como se fosse uma herança
desta. Já o esporte da escola é aquele que representa os objetivos educacionais e leva
em consideração as necessidades dos alunos.
4. Você deve estudar os elementos que caracterizam o rúgbi como um esporte compe-
titivo e, com base nisso, apresentar possibilidades para desesportivizá-lo. Para tan-
to, leve em consideração as discussões presentes no item 10.1 – “Caminhos para a
superação de práticas excludentes no ambiente escolar” – e a proposta de aula que
apresentamos para os alunos do Ensino Médio.
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