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Ilda Herculano Luis

Helena Bulaitone Luciasse

O papel da escola Nova Versus Nossa Escola


(Licenciatura em Ensino Básico, 2º Ano, Turma 1)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
Ilda Herculano Luis
Helena Bulaitone Luciasse

O papel da escola Nova Versus Nossa Escola


(Licenciatura em Ensino Básico, 2º Ano, Turma 1)

Trabalho de caracter avaliativo a


ser entregue na Faculdade de
Ensino à Distância, no curso de
Ensino Básico, na Cadeira de
Pedagogia de Ensino Básico,
leccionado pela docente:

Universidade Rovuma
Nampula
2021
Índice

Introdução...................................................................................................................................3
O papel da escola Nova Versus Nossa Escola (escola moderna)...............................................4
Praticas Pedagógicas entre o Real e o Ideal................................................................................9
Conclusão..................................................................................................................................10
Referências Bibliograficas........................................................................................................11
Introdução

No presente trabalho, vamos abordar sobre o papel da escola nossa versus as nossas
escolas, cujo grupo optou por apelidar por escolas modernas. É objectivo deste trabalho
elaborar uma síntese relativo ao papel da escola nova em diferenciação das nossas escolas
(escolas actuais),e abordar sobre a prática pedagógica real e a ideal.
A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho é a pesquisa das referências
bibliográficas.
O papel da escola Nova Versus Nossa Escola (escola moderna)

O processo educacional sempre foi alvo de constantes discussões e apontamentos que


motivaram sua evolução em vários aspectos, principalmente no que tange a condução de
metodologias de ensino por nossos educadores e a valorização do contexto escolar formador
para nossos alunos. Nesse aspecto [ CITATION Gad00 \p 4 \l 2070 ], pesquisador desse
processo afirma que,

Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma


pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento
renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade
trazida pela educação burguesa. A educação nova, que surge de forma mais clara a
partir da obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe
consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das
metodologias de ensino. O conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as
técnicas Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas na história da pedagogia.
Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente consolidadas,
terá um lugar garantido na educação do futuro.

É perceptível que o saber cientifico e a busca pelo conhecimento, tem fugido do


interesse da sociedade em geral, pois a atualização das informações tem ocorrido de forma
acessível a todos os segmentos satisfazendo de uma forma geral aos interesses daqueles que
as buscam. A escola nesse contexto tem por opção repensar suas ações e o seu papel no
aprimoramento do saber, e para isso, uma reflexão sobre seus conceitos didático-
metodológicos precisa ser feita, de forma a adequar-se ao momento atual e principalmente
colocar-se na postura de organização principal e mais importante na evolução dos princípios
fundamentais de uma sociedade,
O movimento da Escola Nova foi um esforço de renovação educacional. Esse
movimento tinha por base os estudos realizados pelas ciências do comportamento que vinham
se afirmando. A Escola Nova foi, portanto, uma nova forma de tratar os problemas da
educação em geral, chegando a constituir se num "conjunto de princípios tendentes a rever as
formas tradicionais do ensino (...). Esses princípios derivaram de uma nova compreensão de
necessidades da infância, inspirada em conclusões de estudos da Biologia e da Psicologia".
O movimento da Escola Nova teve origem na Europa e logo se propagou, chegando
aos Estados Unidos, de onde se espalhou para os demais países do continente americano.
Surgiu de forma assistemática, a partir de ensaios dispersos publicados em livros e revistas de
educação e a partir de experiências isoladas realizadas em escolas de vários países. Mas
finalmente atingiu uma fase de organização fundamentada em estudos sistemáticos. A partir
daí alcançou a dimensão de um movimento de renovação educacional.
Vários núcleos de estudos então se estabeleceram. Uns de caráter nacional, como Le
Groupe d'Éducation Nouvelle, na França, e a Associação de Educação
Progressiva, nos Estados Unidos. Outros tinham uma dimensão internacional, como
foi o caso do Bureau Internacional das Escolas Novas, criado por iniciativa de Adolphe
Ferrière, mais tarde denominado Liga Internacional para a Educação Nova.
O movimento da Escola Nova surgiu dentro de um contexto histórico-social marcado
por transformações na vida econômica e política: a industrialização intensificava-se,
deslocando do campo para as cidades um grande contingente de população que engrossava as
fileiras da classe operária emergente; a burguesia industrial firmava-se e difundiam-se as
ideias liberais.
Com o aumento da clientela escolar, os serviços públicos de educação expandiram-se.
Aumentava a consciência dos objetivos sociais da escola e o ensino passava a ser visto como
um instrumento de construção política e social.
Daí a necessidade de rever os fundamentos e as formas de organização da ação
educativa. Assim, durante as três primeiras décadas deste século, em muitos países da Europa,
e também nos Estados Unidos, introduziram-se, no ensino público, princípios e práticas da
educação renovada. Os ecos desse movimento repercutiram também no Brasil, tanto que, na
época, renomados educadores brasileiros passaram a defender os princípios escola-novistas.
A Escola Nova pretendia ser, fundamentalmente, um movimento de renovação
pedagógico-didática de cunho técnico, tentando aplicar na prática educativa, e mais
especificamente na organização escolar e nos procedimentos de ensino, as conclusões dos
estudos das ciências do comportamento. Mas ela não era apenas isso, pois trazia em seu
interior uma visão de homem e de mundo, isto é, uma concepção filosófica.
Os pressupostos pedagógicos e princípios didáticos preconizados pelo movimento da
Escola Nova baseavam-se nas seguintes ideias:
1. A Pedagogia e a Didática devem desprender-se do empirismo e da rotina, adotando
uma atitude crítica e dinâmica de investigação e reflexão constantes, no sentido de
aprimorar sua prática, tanto no que concerne a seus fins como a seus meios.
2. O processo pedagógico e o trabalho didático devem basear-se nos estudos realizados
pelas ciências do comportamento, aplicando na prática as contribuições da Biologia,
da Sociologia e, principalmente, da Psicologia.
3. A educação, em geral, e o ensino, em particular, devem respeitar as diferenças
individuais e os estágios do desenvolvimento infantil, em seus aspectos físico,
cognitivo, afetivo e social.
4. A ação educativa deve considerar as necessidades e interesses próprios de cada fase do
desenvolvimento e respeitar as atividades naturais e espontâneas do educando, como
jogos e brincadeiras.
5. A aprendizagem é um processo dinâmico, que depende da atividade mental do
educando e que se dá por meio da mobilização de seus esquemas de pensamento. Por
isso, o ensino deve apelar para a atividade mental do aluno, levando-o a observar,
manipular, perguntar, pesquisar, experimentar, trabalhar, construir, pensar e resolver
situações problemáticas. Enquanto na escola tradicional a atitude do aluno era de
imobilidade, passividade e receptividade, na Escola Nova sua atitude é de participação
ativa e dinâmica.
A Escola Nova preconiza o uso de métodos ativos de ensino-aprendizagem.
6. A escola deve valorizar o trabalho manual tanto quanto o trabalho intelectual, pois,
além de corresponder aos interesses infantis, o trabalho manual desperta o senso de
observação, a capacidade de concentração e o espírito inventivo.
7. O ensino deve centrar-se no educando, preocupando-se mais em desenvolver seus
processos mentais de pensamento (observação, proposição e comprovação de
hipóteses, espírito crítico, capacidade de analisar e julgar etc.), do que em acumular
conhecimentos memorizados e sem ligação com a realidade do aluno. É através da
ativação dos processos mentais que o educando chega à auto estruturação de
conhecimentos significativos.
8. Para realizar um trabalho mais efetivo, a escola deve adaptar-se à comunidade e levar
em conta as condições de vida social e cultural dos alunos, pois o desenvolvimento
humano é influenciado por fatores ambientais e sociais. O professor deve compreender
a interdependência existente entre indivíduos e grupos.
9. A escola deve favorecer a prática das relações humanas, incentivando a livre
comunicação, a cooperação e o auxílio mútuo.
Diante de enumeras transformações sociais, onde informações e descobertas
acontecem em frações de segundo, o processo de desenvolvimento da escola entra na pauta
como um dos mais importantes aspectos a serem discutidos neste processo, pois é nela que
são promovidas as mais importantes formulações teóricas sobre o desenvolvimento cultural e
social de todas as nações, dessa forma, a pesquisa educacional acaba tomando um lugar
central na busca de perspectivas que possibilitem uma nova prática educacional, envolvendo
principalmente os agentes que conduzem o ambiente escolar, transformando o ensino em
parte integrante ou principal na motivação dessas transformações.
Com as constantes modificações sofridas por nossa sociedade no decorrer do tempo,
dentre elas o desenvolvimento de tecnologias e o aprimoramento de um modo de pensar
menos autoritário e menos regrado, os agentes educacionais e a escola de uma maneira geral,
vêm vivenciando um processo de mudança que tem refletido principalmente nas ações de seus
alunos e na materialização destas no contexto escolar, fato que tem se tornado ponto de
dificuldade e insegurança entre professores e agentes escolares de forma geral, configurando
em forma de comprometimento do processo ensino-aprendizagem, sobre isso.
Neste começo de um novo milênio, a educação apresenta- se numa dupla
encruzilhada: de um lado, o desempenho do sistema escolar não tem dado conta da
universalização da educação básica de qualidade; de outro, as novas matrizes teóricas não
apresentam ainda a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros
numa época de profundas e rápidas transformações
A escola contemporânea sofre com o desenvolvimento acelerado que ocorre a sua
volta, onde as informações são atualizadas em frações de segundos, ocasionando de certa
forma, o desgaste e o comprometimento das ações voltadas para o aprimoramento do ensino,
fazendo com que a sala de aula se torne um ambiente de pouca relevância para a consolidação
do conhecimento, tornando a vivência social o requisito primordial para a busca de
aprendizado, sobre essa escola.
Como educadores não devemos identificar o termo informação como conhecimento,
pois, embora andem juntos, não são palavras sinônimas. Informações são fatos, expressão,
opinião, que chegam as pessoas por ilimitados meios sem que se saiba os efeitos que
acarretam. Conhecimento é a compreensão da procedência da informação, da sua dinâmica
própria, e das consequências que dela advém, exigindo para isso um certo grau de
racionalidade. A apropriação do conhecimento, é feita através da construção de conceitos, que
possibilitam a leitura crítica da informação, processo necessário para absorção da liberdade e
autonomia mental.
Sobre o assunto afirma que seja qual for à perspectiva que a educação contemporânea
tomar, uma educação voltada para o futuro será sempre uma educação contestadora,
superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado, portanto, uma educação muito
mais voltada para a transformação social do que para a transmissão cultural.
Dessa Forma, a prática pedagógica dos agentes educacionais no momento atual, bem
como a condução do processo ensino-aprendizagem na sociedade contemporânea, precisa ter
como primícia a necessidade de uma reformulação pedagógica que priorize uma prática
formadora para o desenvolvimento, onde a escola deixe de ser vista como uma obrigação a ser
cumprida pelo aluno, e se torne uma fonte de efetivação de seu conhecimento intelectual que
o motivará a participar do processo de desenvolvimento social, não como mero receptor de
informações, mas como idealizador de práticas que favoreçam esse processo,
Na sociedade da informação, a escola deve servir de bússola para navegar nesse mar
do conhecimento, superando a visão utilitarista de só oferecer informações “úteis” para a
competitividade, para obter resultados. Deve oferecer uma formação geral na direção de uma
educação integral. O que significa servir de bússola? Significa orientar criticamente,
sobretudo as crianças e jovens, na busca de uma informação que os faça crescer e não
embrutecer.
A escola deixará de ser “lecionadora” para ser “gestora do conhecimento”. Prossegue
dizendo que pela primeira vez a educação tem a possibilidade de ser determinante sobre o
desenvolvimento. A educação tornou-se estratégica para o desenvolvimento, mas, para isso,
não basta “modernizá-la”, como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente.
O professor nesse contexto deve ter em mente a necessidade de se colocar em uma
postura norteadora do processo ensino-aprendizagem, levando em consideração que sua
prática pedagógica em sala de aula tem papel fundamental no desenvolvimento intelectual de
seu aluno, podendo ele ser o foco de crescimento ou de introspecção do mesmo quando da sua
aplicação metodológica na condução da aprendizagem. nesse contexto, o educador é um
mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. Ele
precisa construir conhecimento a partir do que faz e, para isso, também precisa ser curioso,
buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos”.
Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em
conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Diante dos falsos
pregadores da palavra, dos marketeiros, eles são os verdadeiros “amantes da sabedoria”, os
filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber (não o dado, a informação e o
puro conhecimento), porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e
buscam, juntos, um mundo mais justo, mas produtivo e mais saudável para todos. Por isso
eles são imprescindíveis.
Os novos tempos exigem um padrão educacional que esteja voltado para o
desenvolvimento de um conjunto de competências e de habilidades essenciais, a fim de que os
alunos possam fundamentalmente compreender e refletir sobre a realidade, participando e
agindo no contexto de uma sociedade comprometida com o futuro.
Assim, faz-se necessário à busca de uma nova reflexão no processo educativo, onde o
agente escolar passe a vivenciar essas transformações de forma a beneficiar suas ações
podendo buscar novas formas didáticas e metodológicas de promoção do processo ensino-
aprendizagem com seu aluno, sem com isso ser colocado como mero expectador dos avanços
estruturais de nossa sociedade, mas um instrumento de enfoque motivador desse processo.

Praticas Pedagógicas entre o Real e o Ideal

O ideal seria ter o coração na cabeça e o cérebro no peito, para que pensássemos com
amor, e adoraríamos com sabedoria." (Anônimo)
Quando você pensa sobre qual é o ideal, você se refere a um estado de perfeição ao
qual você aspira a alcançar e quando você pensa em algo real, você se refere à existência
efetiva de algo, o que realmente acontece, em oposição ao ilusório.
A escola real deve mostrar ao aluno que a aprendizagem não é uma tarefa meramente
efadonha e obrigatória a todos os que queiram ser cidadãos desenvolvidos, cognitivamente
falando e também mostrar que a captação de conhecimentos é um processo necessário, porém,
prazeroso e que podem ser totalmente superadas aquelas antigas concepções que plantavam
no aluno a ideia que ele deve ir à escola, memorizar tudo o que o professor ensina e voltar
para casa feliz da vida acreditando que o feito é suficiente para prepará-lo para o mercado de
trabalho.
O professor da escola ideal precisa estar em constante atualização e capacitação, para
por em prática as metodologias novas adequadas à nova realidade e, na maioria, e em regra
isso acontece, mas em muitos casos é necessário que estes tenham condições para por em
prática essas novas necessidades.
A pedagogia ideal não está interessada em um processo unilateral, mas sim em um
processo onde quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
Conclusão

O movimento da Escola Nova foi uma tentativa de renovação educacional que se


esforçou para aplicar as conclusões das pesquisas efetuadas pelas ciências do comportamento.
Desse movimento resultou um conjunto de princípios pedagógico-didáticos. Por sua vez as
nossas escolas e ou escolas contemporâneas, se apoiam pelos métodos didáticos propostos
pela escola nova, colocando o aluno como o centro das atenções no processo de ensino e
aprendizagem.
Referências Bibliograficas

Castro, A. H. (08 jul 2004.). O professor e o mundo contemporâneo. (o. aberta, Ed.) O Diário
Barretos, , 34.

Dowbor, L. l. (1998). A reprodução Socia. São Paulo: Vozes.

Gadotti, M. (2000). Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artes Médicas.

Haydt, R. C. (2011). Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática.

ISCED. (2016). Manual de tronco Comum: Didáctica Geral. Beira: ISCED.

Jemuce, L. (2012). Didáctica de Geografia I. Beira: CED-UCM.

Libâneo, J. C. (1992). Didática. São Paulo: Cortez.

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