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DIDÁTICA

Camila Teixeira

Desenhos: Fernanda (Pedagogia Tira Dúvida)

Cap I.

Raízes da Didática

Conceito de Didática
É a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino,
destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. Seu
objetivo é o processo de ensino-aprendizagem e as relações que se
estabelecem entre o ato de ensinar (professor) e o ato de aprender (aluno).

Pedagogia: É uma ciência que investiga a teoria e a prática da educação.

Didática: É uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e


as condições do modo da ação pedagógica na escola. Ela não se restringe à
sala de aula, pois é multidimensional, e o seu processo educativo tem uma
ação mais global que visa preparar o aluno para a participação na vida em
sociedade.

Práxis Educativa

A palavra “práxis” significa conduta ou ação. A práxis educativa seria


considerar o docente que, a partir da reflexão sobre sua prática, com
consciencia do seu fazer pedagógico, transforma a realidade de acordo com as
finalidades delineadas pelo próprio ser humano.

Pedagogia Tradicional

O ensino é a transmissão de conteúdos do professor para o aluno de


maneira mecânica e automatizada. A escola é hierarquizada, com rígidas
normas de disciplina e ensino centrado na formação moral e intelectual. Os
principais teóricos foram: Comênio, Rousseau, Pestalozzi e Herbart.
Pedagogia Escolanovista (Renovada, Progressista, Ativa)

Em meados de 1930, no Brasil, temos a criação do Ministério da Educação


(MEC) e o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, que liderados por
Anísio Teixeira (1900-1971) e outros que apoiavam e buscavam mudanças
na educação. A Escola Nova valoriza a autoafirmação e a atividade
espontânea da criança. Foi uma concepção contestadora, revolucionária e
crítica, que se contrapõe à concepção tradicional de ensino.

Pedagogia Tecnicista

A educação tem como base a neutralidade científica, inspirada nos


princípios de racionalidade técnica, eficiência e produtividade, entendida
como didática instrumental. Aqui a proposta é produzir sujeitos capazes e
eficientes para o desempenho de funções no mercado de trabalho.
Pedagogia Libertadora

Visava pela educação que forma para a autonomia intelectual do cidadão


para intervir sobre a realidade em que vive.

Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos

O objetivo do estudo é o processo de ensino nas suas relações e ligações


com a aprendizagem. Nessa tendência, busca-se superar os traços
significativos da pedagogia tradicional e da Escola Nova, tendo como
objetivo oferecer conteúdos escolares significativos para os alunos. Esses
conteúdos devem partir do contexto deles, e denotam os aspectos culturais
que emergem conhecimentos relativos de acordo com as diferentes
realidades.
Seção 1.2 e 1.3

Período Colonial – Pedagogia Tradicional

Aqui a relação professor-aluno era mantida pelo autoritarismo, pela


hierarquia e pela obediência. Não poderia haver questionamentos ou
distrações, a atividade de ensinar era centrada no professor verbalista,
supondo que, ao ouvir e com exercícios de repetição, o aluno iria decorar o
conteúdo para depois reproduzi-lo.

ENSINO JESUÍTA BASEADO NO RATIO STUDIORUM;


FORMAÇÃO PARA AS ELITES BURGUESAS;
CATEQUIZAÇÃO PARA OS ÍNDIOS.

Período do Estado Novo – Pedagogia da Escola Nova

A corrente pedagógica da escola nova fundamentou a educação brasileira


dos anos 1930 até os anos 1950, sempre buscando superar os postulados da
escola tradicional por meio de uma reforma interna na escola, com destaque
para o fato de partir do interesse das crianças o ensino e do aprender fazendo,
momento em que os jogos educativos passaram a ter um papel importante.

MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA DE 1932;


ALUNO COMO CENTRO NO PROCESSO;
SEGUIR OS INTERESSES DA CRIANÇA.

Período da Ditadura Militar – Pedagogia Tecnicista

A educação tecnicista visa formar o aluno obediente, controlado e dentro da


ordem. Suas principais características são o tempo de estudo cronometrado, a
produção em série e que atenda à necessidade de mão de obra do mercado de
trabalho.
ENSINO ACRÍTICO E POSITIVISTA;
CENSURA, REPRESSÃO E EXÍLIO AOS QUE SE CONTRAPUNHAM
AO SISTEMA;
SURGIMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS.
Cap II.

Correntes Pedagógicas das Tendências Liberais

As tendências liberais são aquelas que creem que cabe à educação adequar
cada indivíduo ao papel social que lhe pertence, não abrindo espaço para
mudanças na sociedade, nem valorizando o conhecimento produzido pelo
indivíduo.

PEDAGOGIA TRADICIONAL;
ESCOLA NOVA;
TECNICISMO.

Liberal Tradicional

Preparação intelectual e moral dos alunos. Predomina a palavra do


professor, com ênfase nos conteúdos.
Em razão da transmissão do conhecimento ocorrer por meio de
comunicados do professor para o aluno, o diálogo assume grande importância
para a tendência pedagógica liberal tradicional. Nessa concepção, o homem só
se humaniza a partir das informações recebidas passivamente da geração
anterior, e só então poderá se tornar um transmissor de informações. Por isso,
cabe ao professor ensinar e, ao aluno, aprender (BATISTA; BUECKE, 2017,
p.61).

Escola Nova

Mesmo pregando uma educação universal, gratuita e democrática, a Escola


Nova mantém os ideais liberais jamais questionando a estrutura social.
Reproduz, assim, a diferença na educação dos filhos de operários e na dos
filhos da elite, com a maior elitização do ensino, pois, ao dar ênfase à alta
qualificação dos professores e às altas exigências das escolas particulares,
acabou desqualificando as escolas públicas, que eram impossibilitadas de
introduzir as novidades didáticas, por falta de estrutura e dinheiro.

Tendência Liberal Renovada Progressivista

Aqui o aluno é a peça mais importante de todo o processo de ensino-


aprendizagem. A educação pensada para ele, mas também por ele. Esta
tendência destaca a importância do fazer para aprender. Ela valoriza a
pesquisa, os experimentos, o estudo do meio social e natural, a descoberta. O
enfoque é no aluno, a possibilidade natural do seu aprendizado, mas também
no seu momento de ensinar, de testar, de tentar, de experimentar, de aprender
fazendo inferências, modificando o meio, transformando-o.

Tendência Liberal Renovada Não Diretiva

Há uma maior preocupação com o desenvolvimento da personalidade do


aluno, com o autoconhecimento e com a realização pessoal. A escola tem o
papel de formadora de atitudes, preocupando-se mais com a parte psicológica
do que com a social ou pedagógica. Os conteúdos escolares passam a ter
significação pessoal, indo ao encontro dos interesses e motivação do aluno.
São incluídas atividades de sensibilidade, expressão e comunicação
interpessoal, acentuando-se a importância dos trabalhos em grupos. Aprender
torna-se um ato interno e intransferível. A relação professor-aluno passa a ser
marcada pela afetividade.

Tecnicismo

Educação voltada para o mercado de trabalho capitalista. Seus princípios são


pautados na: eficiência, produtividade, e racionalidade. Professores e alunos
são “cumpridores de tarefas”. A ênfase é nas técnicas de ensino. A escola tem
o papel de ser a modeladora de comportamento.

Tendências Pedagógicas Progressistas


Correntes Pedagógicas das Tendências Progressistas
São aquelas que, a partir de uma análise crítica da realidade social, propõem
que a educação tenha um papel de transformação social e não sirva apenas
para capacitar cada indivíduo para o seu papel, reproduzindo, assim,
permanentemente, as estruturas sociais e econômicas vigentes.

LIBERTADORA;
LIBERTÁRIA;
CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS.

Educação Libertadora

Essa educação vida a transformação da realidade, numa relação dialógica,


onde o professor é um animador. Trabalha com os temas geradores e propõe
questionamentos acerca das realidades das relações do homem com a
natureza e com os outros homens, visando a uma transformação.
A educação perpassa pela formação do aluno. Sua base é a educação não
formal, pensada como um ato político e pautada no diálogo.
Educação Libertária

A educação, por meio da escola, deve estar baseada na participação grupal,


favorecendo os processos de distribuição do poder, via assembleias, reuniões,
conselhos, eleições, entre outros mecanismos antiautoritários. A aprendizagem
é não diretiva, o professor é um orientador e os alunos livres. É informal, via
grupo.
Na tendência progressista libertária, que privilegia a vivência grupal sob a
forma de autogestão, a aprendizagem ocorre de maneira informal, por meio do
grupo.

Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos

Preza pela preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições,


favorecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da
socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da
sociedade.
Os conhecimentos são construídos pela experiência pessoal e subjetiva. O
rompimento das desigualdades sociais ocorre quando a classe trabalhadora se
apropria do conhecimento científico, artístico e cultural.
Interacionismo

Interacionismo

É uma corrente pedagógica que leva em consideração o fator orgânico e


ambiental, isto é, os aspectos objetivos e subjetivos na determinação do
desenvolvimento do sujeito. Os interacionistas acreditam numa complexa
combinação de influências que podem favorecer o processo de aprendizagem.
O ser humano não é compreendido como ser passível, mas, ao contrário,
assume um papel ativo, utilizando-se dos objetos e de suas signifcações para
conhecer, aprender e consecutivamente, se desenvolver. Nesta abordagem,
aprendizagem e desenvolvimento se inter-relacionam, se misturam e se
completam, proporcionando ao indivíduo a responsabilidade de sua
aprendizagem. Os principais representantes desta corrente pedagógica são:
Piaget, Wallon, Vygotsky e Ausubel.
Cap III

Planejamento Educacional

Plano Nacional de Educação – PNE

Esse documento reflete toda a política educacional de um povo, inserido num


contexto histórico que será desenvolvido a longo, médio e curto prazo. É um
planejamento a nível nacional, que define e estabelece grandes finalidades,
metas e objetivos da educação.
O Plano Nacional da Educação (2014-2024) estabeleceu 20 metas com o
intuito de consolidar um sistema educacional de qualidade.

Projeto Político Pedagógico - PPP

Um nível menos abrangente. Esse documento expressa as concepções de


homem, de sociedade, Educação, conhecimento, escola, dentre outras que
justifiquem seus objetivos e toda a dinâmica escolar, sempre pautado e
fundamentado nos planos nacional, estadual e municipal da educação. O
documento representa a identidade da escola.

Plano de Ensino e Plano de Aula

Planos que se situam num nível bem mais específico e concreto em relação
aos outros. Eles definem e operacionalizam toda a ação escolar.
Correspondem ao nível de maior detalhamento e objetividade do processo de
planejamento didático. Orientam o dia a dia na escola e na sala de aula.
Plano de Aula: Métodos de Ensino
Elaboração do Plano de Aula

1 - A primeira tarefa é verificar os objetivos e a matéria a ser ensinada, pois


isso determinará os métodos e os procedimentos, bem como os recursos de
ensino a lançar mão;
2 – Em seguida, devem ser especificadas as ações do professor e do aluno
correspondentes a cada passo da sequência de desenvolvimento de uma aula
ou conjunto de aulas.
CAP IV

A Formação Docente

Formação Continuada

A formação continuada de professores tem sido entendida hoje como um


processo permanente e de constante aperfeiçoamento dos saberes
necessários à atividade dos educadores. Ela é realizada após a formação
inicial e tem como objetivo assegurar um ensino de qualidade cada vez maior
aos alunos.
Propostas de Intervenção nas Práticas Educativas

INTERDISCIPLINARIDADE: As disciplinas não apenas contribuem de


forma paralela para um conhecimento comum, mas se entrelaçam em
algum momento, convergindo para o mesmo ponto.
TRANSDICIPLINARIDADE: É a fusão das disciplinas, no qual elas se
tornam únicas, cumprindo o mesmo objetivo e tendo o mesmo sentido.
MULTIDISCIPLINARIDADE: Existe um tema comum que se utiliza do
conhecimento da várias disciplinas.
APRENDIZAGEM ATIVA: Parte sempre de uma situação-problema a
partir da realidade do aluno que se torna o protagonista no
desenvolvimento de sua própria aprendizagem.
APRENDIZAGEM ADAPTATIVA: É o ensino personalizado adaptado
às necessidades do aluno, utilizando-se, para isso, das tecnologias de
informação.

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