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DIDÁTICA E METODOLOGIA

DO ENSINO DE CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS

UNIDADE 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA


E CARACTERIZAÇÃO DA DIDÁTICA
TÓPICO 1 – CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA D
DIDÁTICA

• Didática é a arte ou técnica de ensinar, fazer aprender, instruir.


• Surgiu com João Amós Comenius, onde define: “ A Didática é a arte de
ensinar tudo a todos”. Comenius é considerado o pai da Didática, em
sua obra Didática Magna ele expõe suas ideias e princípios pedagógicos.
• A Didática se preocupa com o ensino, com as condições de
aprendizagem, ou seja, com o processo de ensino-aprendizagem,
enfatiza mais as relações entre professor e aluno.
• Podemos conceituar Didática como sendo uma disciplina pedagógica
com o processo de ensinar e aprender, procurando sempre melhorar a
aprendizagem, mas sem perder de vista as finalidades sociais, humanas
e políticas da educação.
 José Carlos Libâneo, em seu livro “Didática”, afirma
que: Didática é a disciplina que estuda o processo de
ensino no seu conjunto, no qual objetivos, conteúdos,
métodos e formas organizativas da aula se relacionam
entre si, de modo a criar as condições e modos a garantir
aos alunos uma aprendizagem significativa.
 Veja, então, que a partir desse ponto de vista, a Didática
deixa de ser uma disciplina meramente técnica e
instrumental. Portanto, “como ensinar e o porquê ensinar
e quando ensinar” são tão importantes quanto o “para
que ensinar”.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA
DIDÁTICA
 A evolução histórica da didática está relacionada com
evolução histórica da educação. Comenius, Rousseau,
Pestalozzi, Herbart e Dewey são os principais representantes
da evolução do pensamento didático, até o século passado.
 Para relacionarmos a evolução histórica da Didática com a
evolução a histórica da própria educação, precisamos
conhecer as principais contribuições desses autores para a
constituição da disciplina Didática.
 Comenius revela bem o espírito de sua obra: “ A Didática é
a arte de ensinar tudo a todos”, e os nove princípios de uma
educação realista.
 Rousseau acreditava que as pessoas nascem boas, mas a
sociedade as corrompe.
 Pestalozzi, para ele os princípios e as condições ambientais
favorecem o desenvolvimento harmônico das crianças.
 Herbart defendeu de que o objetivo da pedagogia é o
desenvolvimento do caráter formal.
 Dewey, o conhecimento e o ensino devem estar relacionados
à ação, à vida prática, à experiência. Vai da educação
tradicional a escola nova.
HISTÓRIA DA DIDÁTICA NO BRASIL

 A educação formal teve seu inicio por volta de 1549, com a


chegada dos jesuítas. Seu método, o “Ratio Studiorum”, instituído
posteriormente pela Igreja em 1599, propunha um ensino que
abrangia três cursos: Humanistas, Filosófico e Teológico. Com
esse método os jesuítas passaram a investir nos filhos dos colonos
para formar futuros padres e a elite nacional. Aos índios restavam
apenas a catequese, o que era um instrumento fundamental para
que estes se tornassem mais “dóceis”. Portanto, índios, pobres,
negros e mulheres eram excluídos do processo educacional como
um todo, sendo a educação formal um privilégio exclusivo da
elite.
 Em seguida surge a Pedagogia Tradicional Leiga, e bem mais tarde, a
Escola Nova de Dewey. Na segunda metade do século passado o
tecnicismo invade a educação, e a partir da década de 80 surgem às
pedagogias críticas.
 Assim, se estudarmos as teorias e as tendências pedagógicas que
fundamentaram as práticas educativas brasileiras, podemos, enquanto
educadores, optarmos por uma didática que venha ao encontro das nossas
reais convicções.
 Portanto não há neutralidade nem na educação e nem na
escola.
 Neste sentindo, Paulo Freire, um educador brasileiro, que já
visava uma educação da conscientização, uma educação que é
por essência concreta, objetiva, intervindo sobre a realidade.
Para ele, a educação não é neutra, mas sim, um ato político.
 A Didática no Brasil tem pelo menos duas grandes fases
distintas: uma que vai de 1549 – com a chegada dos jesuítas –
até 1934, e a outra se inicia em 1934, quando a disciplina
Didática passa a compor o currículo dos cursos de formação de
professores.
 Essa segunda fase da Didática é extremamente rica em
produções teóricas e práticas pedagógicas.
TÓPICO 2 – A DIDÁTICA E AS
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
 Tendência liberal: tem como principal objetivo preparar
o ser humano para exercer seu papel social para uma
melhor convivência em sociedade, onde ele deve
aprender que a desigualdade é fruto da própria
sociedade.
 Tendência progressista: entende a educação como um
processo social, uma manifestação de caráter intelectual,
e que só a educação e a escola talvez não sejam capazes
de neutralizar os seus efeitos negativos, visto que seu
principal objetivo é inserir o individuo no processo
político e na participação nas mudanças significativas
para o desenvolvimento social.
 As tendências liberais não questionam os fundamentos
da sociedade de classes (capitalista), por isso pretendem
o desenvolvimento de aptidões individuais que preparem
as pessoas para o desempenho de papéis sociais.
 As tendências liberais são: Tradicionais (professor como
centro do processo), Renovada Progressista (o centro da
aprendizagem é o aluno), Renovada Não Diretiva (o
aluno é sujeito do processo ensino aprendizagem e o
professor deve se adequar as características individuais
dos alunos) e Tecnicista (modelar o comportamento do
aluno, a fim de integrá-lo ao funcionamento da
sociedade capitalista).
 As tendências progressistas fazem a crítica à sociedade de
classes e à contribuição da escola liberal para o
desenvolvimento do capitalismo. Buscam não só
transformar as relações de ensino-aprendizagem, mas a
própria sociedade capitalista.
 As tendências progressistas são: Libertadora
(fundamenta-se no diálogo e procura desenvolver no
aluno compromisso consigo mesmo e com o social),
Libertária (visa a formação da personalidade num sentido
libertário e autogestionário) e Crítico-Social dos
Conteúdos (preconiza que a escola pública cumpra a sua
função social e política, assegurando a difusão do
conhecimento a todos)
TÓPICO 3 – OBJETIVOS E CONTEÚDOS
DE ENSINO

 Não há atividade humana sem objetivo, ou seja, a


educação é uma atividade humana intencional que é
movida por esses mesmos objetivos.
 Quando não sabemos aonde queremos ir, qualquer
caminho serve, mas quando sabemos, precisamos optar
diante das várias alternativas existentes, de preferência
pelo melhor caminho a seguir.
 Ou seja, os objetivos que nos propusemos a atingir
também irão influenciar em nossas decisões sobre os
conteúdos a serem ensinados, bem como, nos métodos a
serem usados e, até, na escolha de procedimentos
avaliativos.
 É de grande importância o professor compreender a fonte
desses objetivos, tendo como pontos de referência: o aluno
no que se refere às suas necessidades e interesses. A
sociedade e suas características que marcam profundamente
a educação. Os conteúdos das diversas ciências,
historicamente produzidos e acumulados pela humanidade.
 Assim, os tipos de classificação dos objetivos podem ser,
quanto à especificação:
Objetivos gerais: abrangentes e alcançáveis em determinado
período . Podem se referir-se tanto ao papel da escola e do
ensino em relação à sociedade, quanto a propósitos que se
deseja alcançar ao final de uma no letivo ou de um curso.
Esses objetivos tem pelo menos três níveis de alcance:
- os formulados pelo sistema educacional
- os formulados pela escola
- os formulados pelo professor.
Objetivos específicos: que são desdobramentos dos
objetivos gerais e são definidos para uma ou mais aulas,
para uma unidade ou para uma disciplina. São simples e
alcançáveis em menor período.
 Os objetivos específicos podem referir-se aos domínios:
- Cognitivo: abrangendo conhecimentos intelectuais,
conceitos e ideias.
- Afetivo: abrangendo valores, atitudes, apreciações.
- Psicomotores: abrangendo habilidades motoras.

A medida que se efetua nova aprendizagem, aumenta a


bagagem cultural do aluno, modificando sua maneira de
perceber e entender o meio, levando o individuo a
adquirir outro comportamento; essa mudança
comportamental é que comprova a aprendizagem.
CONTEÚDOS DE ENSINO

 Precisam ter objetivos bem definidos, garantindo assim


a segurança do trabalho docente e melhor rendimento
discente.
 Este trabalho pedagógico precisa estar pautado em
alguns critérios, como: validade, utilidade, significação,
adequação ao nível de desenvolvimento dos alunos e
flexibilidade.
TÓPICO 4 – PLANEJAMENTO DE ENSINO
 Toda prática docente precisa estar relacionada com a
organização de um planejamento.
 O planejamento é um objetivo, ele tem que ser organizado
de acordo com a prática, “o que eu quero dentro de sala de
aula”.
 O planejamento é uma proposta de atividades direcionadas
às áreas do conhecimento. Podendo seguir duas
modalidades: Plano de curso – o que deve seguir durante o
ano letivo por legislação, e o Plano de aula – onde se tem
autonomia para realizar atividades com os educandos em
sala de aula.
 Os objetivos devem ser voltados para o aluno, com o foco
também na faixa de idade.
 Quando se faz um planejamento deve-se fazer as seguintes
perguntas:
- Para quem vou ensinar?
- Como vou ensinar?
- Porque vou ensinar isso ao meu aluno?
Diante das respostas e reflexões que se tem, consegue-se seguir
alguns focos, direções para o planejamento e seguir algumas
metodologias a serem realizadas dentro de sala de aula.
 Portanto o planejamento é a previsão das situações
específicas do professor com a sua turma, levando em
consideração a história desses alunos e a realidade na qual
estão inseridos.
 Para que o planejamento aconteça com segurança é
necessário que se configure o seu sentido através da
definição dos objetivos e conteúdos que serão
estruturados, permitindo, assim, uma seqüência de
atitudes participativas do educando.
 A adaptação do planejamento se dá nos primeiros
encontros do professor com os seus alunos. A partir
desse encontro o professor terá condições de elaborar o
plano e seus objetivos que orientarão as suas ações
pedagógicas.
 Resumindo, não há prática educativa sem objetivos.
 O planejamento de ensino de se dá em vários níveis:
 Planejamento de um sistema educacional

 Planejamento Escolar

 Planejamento Curricular

 Planejamento Didático: - Plano de ensino

 - Plano de Unidade Didática


- Plano de Aula

 O planejamento valoriza de modo efetivo as experiências da


aprendizagem e os recursos disponíveis.
 O planejamento não pode ser rígido, pois surgem
circunstâncias que propiciam modificações, acréscimos
ou substituições. Pelo exposto percebe-se que o
planejamento deve ter uma característica fundamental a
flexibilidade.

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