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UNIDADE DE ESTUDO 2 – O PROCESSO DE ENSINO E


APRENDIZAGEM

2.1 CONCEPÇÕES DE ENSINO E APRENDIZAGEM


A Didática representa o fio condutor, a articulação entre teoria e prática.
Não se pode realizar processos educativos em ambientes formais como a escola
sem antes se ter clareza das abordagens do processo, dos estudos e premissas
teóricas que são representados a partir da ação pedagógica.
Toda ação revela uma intencionalidade. A educação, como ato político, traz
consigo traços de uma ou mais tendências pedagógicas.
Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de
intervenção no mundo. A educação jamais é neutra, ela pode
implicar tanto o esforço da reprodução da ideologia dominante
quanto o seu desmascaramento. Ela não deve só repassar a
matéria didaticamente, mas fazer com que os educadores abram
os olhos e vejam o mundo que os rodeia. Pode-se afirmar que a
educação também é contraditória e envolve a dialética, e muitas
vezes ela própria reproduz essa ideologia, etc. No entanto em
determinado momento do tempo e do espaço, um desses
fatores predomina aos demais, cabendo ao setor educacional
intervir nas ações que considera de relevância para a sociedade,
como um todo. (FREIRE, 2011, p. 38).

Nesse sentido, outras áreas do conhecimento realizam contribuições


importantíssimas à educação, dentre elas a História, a Sociologia, a Psicologia e
a Filosofia.
IMPORTANTE

Acompanhando a evolução da sociedade e dos sujeitos, a educação formal passou a


ser objeto de interesse de diversas disciplinas e muito disso tem relação com a apro-
ximação e a conexão entre a escola e as demais esferas do humano e da sociedade.
Justamente por isso, existe a necessidade de se compreender que a tendência ou
abordagem pedagógica traz consigo muito do contexto sociopolítico e histórico.

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É a partir da Didática que ocorre a mediação entre teoria e prática, desde o
planejamento até a execução e avaliação das ações pedagógicas. Assim, faz-se
essencial compreender e identificar os principais traços dos pensamentos sobre
a educação à luz de seus estudiosos e representantes.

2.2 ABORDAGENS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM


A depender do contexto sociopolítico e histórico, a educação apresenta-se
sob determinada égide. Por isso, é preciso analisar criticamente cada elemento
que compõe e caracteriza o processo de ensino e aprendizagem. Para tanto,
estudaremos as abordagens do processo pela perspectiva dos principais autores.

Bordenave

Acreditava que os processos da pedagogia tradicional não eram suficientes.

Libâneo

Estudou pedagogias de corrente liberal e progressista.

Saviani

Incluiu premissas sociais, como a marginalização, no estudo da educação.

Mizukami

Estudou a relação entre educação e sociedade.

Veja a seguir detalhes sobre o pensamento e os estudos de cada um deles.

2.2.1 BORDENAVE
Juan Díaz Bordenave (1926) é um dos mais importantes estudiosos da
educação na América Latina, dedicando-se especialmente à educação de jovens
e adultos e de sujeitos em situações de vulnerabilidade.
Sua obra desenvolve-se em torno da ideia central de que os processos
educativos oriundos da pedagogia tradicional não são eficientes. Sendo assim,
sua obra apresenta três eixos de análise:

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Pedagogia da transmissão: baseada na “transferência” do conhecimento
do docente para o estudante.

Pedagogia do conhecimento: baseada na construção e execução de


objetivos meramente instrucionais.

Pedagogia da problematização: baseada na participação e envolvimento


do estudante e do docente.

A pedagogia da transmissão é uma das primeiras menções que se tem ao


processo educativo sistematizado como conhecemos hoje. Dentre os três eixos
de análise, é o mais criticado pelo autor. Isso porque fundamenta toda prática
pedagógica na premissa de que o estudante não apresenta saberes válidos à
escola, que ele é “vazio” de conhecimento, portanto cabe ao docente “enchê-
lo”, transferindo, depositando nele seu conhecimento.
Na pedagogia do conhecimento, o autor indica que houve uma evolução
conceitual em relação à pedagogia da transmissão, mas que ainda não é suficiente.
Nessa perspectiva, a educação é fortemente direcionada pelos preceitos da
psicologia da educação, sobretudo nos estudos conhecidos como behavioristas,
baseados na relação estímulo-resposta e no condicionamento operante. Em linhas
gerais, isso significa que se trabalha sob a lógica da premiação para aqueles que
atingirem os resultados esperados e da punição para aqueles que não o fizeram.

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Figura 2.1: Docente e estudantes construindo o conhecimento
Fonte: Plataforma Deduca (2019).

A pedagogia da problematização é a defendida pelo autor, pois concebe


o estudante enquanto sujeito de transformação social. Além disso, compreende
o docente enquanto mediador na construção do conhecimento e representa as
mais contemporâneas tendências pedagógicas, especialmente ao se contrapor
aos preceitos tradicionais.
Segundo o autor, as pedagogias da transmissão e do conhecimento cooperam
para a conservação do sistema no sentido de desestimular o protagonismo dos
sujeitos, inibindo sua criatividade, criticidade e argumentação. Assim, a defesa
da pedagogia da problematização surge como uma possibilidade de fortalecer
tais aspectos, anteriormente enfraquecidos nas demais concepções.

2.2.2 LIBÂNEO
José Carlos Libâneo (1945) é um dos maiores expoentes sobre a Didática
no Brasil. Suas obras destacam-se pelos estudos da pedagogia nas tendências
liberal e progressista.

Pedagogia Liberal

Apesar do sentido literal do termo “liberal” inicialmente parecer como algo


bom, aberto, flexível, na pedagogia não é bem assim. Segundo os estudos
de Libâneo, a pedagogia liberal tem suas raízes na divisão de classes da
sociedade, classes estas fracionadas conforme o poder aquisitivo no sistema
capitalista, fator característico do modelo social fundado na produção e
no capital. Esse conceito, transposto à educação, implica um processo

Didática 41
educativo voltado à conservação dos modelos, ampliando horizontes para
os mais abastados financeiramente e reduzindo-os aos menos favorecidos.

Pedagogia Progressista

Em contrapartida, a pedagogia progressista tem por objetivo romper com


as premissas da pedagogia liberal, pois fundamenta-se na pedagogia
libertadora de fato, defendendo que o processo educativo possibilite a
formação crítico-social dos conteúdos e dos sujeitos, independentemente
de sua classe social. Essa pedagogia ganhou força e destaque a partir dos
anos 1980, com o crescente avanço e solidificação dos movimentos sociais.

Para perceber a presença das diferentes abordagens pedagógicas, sobretudo


a liberal e a progressista, assista ao filme “Escola da vida” (William Dear, 2005).

Conforme estudaremos mais adiante nesta unidade, as pedagogias liberal


e progressista apresentaram diferentes ramificações no processo educativo,
desdobrando-se em outras correntes de pensamento.

2.2.3 SAVIANI
Dermeval Saviani (1943) é mais um dos grandes autores que são referência
no Brasil sobre a Pedagogia. Assim como Bordenave, Saviani analisa o
fenômeno educativo considerando premissas sociais, como a marginalização, a
vulnerabilidade e a divisão de classes no capitalismo.
Em Saviani, entende-se por “marginalização” a aproximação ou distanciamento
entre o sujeito e o conhecimento, estando marginalizado aquele à margem do
saber. Desse entroncamento, o autor elabora pareceres a partir das teorias críticas
e das teorias não críticas.

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Teorias não críticas

Para o autor, as teorias não críticas são aquelas que desassociam as


problemáticas sociais e econômicas da educação, ou seja, pensam a
educação apartada dessas outras dimensões. Portanto, a função da escola é
a de promover o saber sistematizado com excelência, independentemente
de outras condições a que estão sujeitos os estudantes.

Teorias críticas

Já as teorias críticas “postulam não ser possível compreender a educação


senão a partir dos seus condicionantes sociais” (SAVIANI, 2005, p. 27).
São aquelas que partilham da concepção de que a educação pode atuar
como instrumento que endossa a divisão de classes, ou seja, favorecem a
marginalização dependendo da prática pedagógica.

A educação estará contribuindo para superar o problema da


marginalidade na medida em que formar indivíduos eficientes,
portanto, capazes de darem sua parcela de contribuição para
o aumento da produtividade da sociedade. Assim, estará ela
cumprindo sua função de equalização social. (SAVIANI, 2005,
p. 25).

O que diferencia as teorias é a concepção de educação e sociedade. É


importante destacar que essas teorias abrigam em si outras vertentes pedagógicas.
Nas teorias não críticas, Saviani discorre sobre a pedagogia tradicional, a
pedagogia nova e a pedagogia tecnicista. Já nas teorias críticas estão as
pedagogias que consideram estudos de outros teóricos importantes, nas linhas
da violência simbólica, escola dualista e escola como aparelho ideológico, por
exemplo. Nota-se que, sob essa égide, a pedagogia é analisada sob fortes
aspectos socioeconômico

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2.2.4 MIZUKAMI
Maria da Graça Nicoletti Mizukami é uma das autoras mais renomadas quando
o assunto é abordagem pedagógica. A estudiosa analisa o fenômeno educativo
a partir de três matrizes denominadas por ela como “primados”. Todos esses
primados partem da relação entre educação e sociedade, em que é analisado o
quanto se distanciam ou aproximam essas duas esferas.

Primado do sujeito

Parte de premissas do inatismo, nas quais o conhecimento já é


predeterminado, é naturalmente do sujeito.

Primado do objeto

Parte de premissas do empirismo, nas quais o sujeito está exposto e é


influenciado pelo meio, assim o conhecimento é “transmitido de fora para
dentro”.

Primado da interação entre sujeito e objeto

Parte de premissas interacionistas, nas quais o conhecimento é construído


nas relações sujeito-objeto, sujeito-sujeito e sujeito-meio.

É a partir de tais considerações que Mizukami discorre sobre as abordagens


do processo de ensino e aprendizagem, que segundo a autora:
[...] são elaboradas para explicar, de forma sistemática,
determinados fenômenos, e os dados do real é que irão fornecer
o critério para a sua aceitação ou não, instalando-se, assim,
um processo de discussão permanente entre teoria e prática.
(MIZUKAMI, 1986, p. 107).

Ainda segundo a autora, ao analisar as abordagens pedagógicas é possível


perceber que em algumas há clareza de referencial psicológico, teórico e filosófico,
ao passo que em outras há muitos traços da imitação de modelos ou ideias
baseadas apenas na prática, na experiência.

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2.3 ABORDAGENS
O modelo de sociedade, as correntes filosóficas e a globalização são
exemplos de alguns fatores que exercem grande impacto na educação. Dessa
forma, as abordagens pedagógicas carregam para o cotidiano escolar os reflexos
sociais, apresentando traços e perspectivas característicos do meio histórico.
São cinco as abordagens principais:

Tradicional

Considera a transmissão do conhecimento do exterior para o interior dos


sujeitos.

Comportamentalista

O conhecimento representa as descobertas que um sujeito faz a partir


daquilo que já existe no context.o

Humanista

Ênfase no estudante, que passa a ter papel ativo na construção do


conhecimento.

Cognitivista

A educação tem o papel de realizar provocações que culminem em


desequilíbrios, que promoverão reflexões e um novo equilíbrio.

Sociocultural

O conhecimento é construído nas diferentes relações sociais.

Estudaremos cada uma dessas abordagens, em detalhes, a seguir

Didática 45
2.3.1 ABORDAGEM TRADICIONAL
A abordagem tradicional considera, sobretudo, que o conhecimento é
transmitido do exterior para o interior dos sujeitos. Dessa forma, a ideia central é
de que o sujeito aprende a partir de todo o conhecimento que já existe no mundo,
e a inteligência é capacidade de armazenar uma quantidade surpreendente de
informações. Daí vem a premissa de valorizar demasiadamente a memorização e
a reprodução do conteúdo escolar.
Nessa abordagem, a educação é sinônimo de instrução, e a escola configura-
se como a grande instituição responsável pela sistematização de todo esse
conhecimento acumulado culturalmente (MIZUKAMI, 1986).
IMPORTANTE

A abordagem tradicional do processo de ensino e aprendizagem representa um marco


inicial na prática da educação formal, influenciando, por muitos anos, o processo
educativo nas escolas. Por isso, mesmo depois de tanto tempo ter passado, ainda é
possível identificar algumas marcas dessa abordagem nos dias atuais.

A escola configura-se enquanto uma das mais sérias instituições sociais,


sendo responsável por educar as pessoas. Justamente por isso, essa abordagem
é marcada pela hierarquia, poder, rigorosidade metódica, classificação dos
estudantes, reprovação e expulsão daquele cujo rendimento escolar não fosse
o estipulado, além dos tradicionais, e muito comuns na época, castigos físicos,
como o uso da palmatória, por exemplo.
O docente era entendido como o detentor de todo o saber, um grande
conhecedor das coisas, a ele cabia transmitir seus conhecimentos aos estudantes
– nesse caso, no papel de meros aprendizes –, vazios de conhecimento e que
dependiam exclusivamente da escola para tê-los.
A abordagem tradicional foi fortemente influenciada pelos modelos fabris,
de produção industrial; assim, pensava-se que era possível não só transmitir
informações ao estudante, mas também ensinar a todos da mesma maneira,
acreditando que todos aprendem conforme se ensina, o que, hoje, já sabemos
que foi desconstruído.

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IMPORTANTE
Aprender não é o mesmo que acumular informações, é muito mais complexo.

Figura 2.2: Representação do ensino e aprendizagem na abordagem tradicional


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

2.3.2 ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA


A abordagem comportamentalista parte da premissa de que o conhecimento
representa as descobertas que um sujeito faz a partir daquilo que já existe no
contexto.

O meio controla e
influencia o sujeito

O sujeito controla e
influencia o meio

Figura 2.3: Movimento estudado pela Psicologia Cognitiva


Fonte: Elaborada pela autora (2019).

Didática 47
A base do conhecimento está na experiência, mas não qualquer experiência e
sim aquela planejada, cujos resultados são analisados. Nessa abordagem, o sujeito
é uma série de consequências das forças do meio. Isso significa que o sujeito é
entendido como resultado do processo evolutivo da humanidade.
O processo de ensino e aprendizagem parte de um núcleo da Psicologia
Comportamentalista, fundada em princípios como comportamento respondente,
estímulo-resposta e reforço positivo ou negativo, por exemplo. Acreditava-se que o
docente deveria planejar suas ações considerando os comportamentos esperados
por parte dos estudantes, que passaram a ganhar destaque nessa abordagem.
Os estudantes precisavam ser estimulados, ter sua potencialidade aumentada.
Nesse ponto, destacam-se duas práticas que também deixaram suas marcas nas
escolas até hoje: o reforço positivo ou estímulo positivo, na ação de premiar, e o
reforço negativo ou estímulo negativo, na ação de punir.
Foi a partir da abordagem comportamentalista que se iniciou o processo de
valorização e execução do planejamento escolar e considerações sobre a influência
do meio e do comportamento no processo de construção do conhecimento.

Figura 2.4: Representação de premiação escolar


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

2.3.3 ABORDAGEM HUMANISTA


Acompanhando os avanços das reflexões sobre a educação escolar, na
abordagem humanista o ponto diferencial é a ênfase atribuída à figura do
estudante e a defesa de sua participação mais efetiva no processo.

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A educação tem a função principal de contribuir com a formação desse
sujeito de modo integral, ou seja, deve considerar as emoções, o desenvolvimento
cognitivo, motor etc. Deixa-se de lado a concepção de que existem modelos e
padrões para o processo educativo, passando a compreendê-lo em sua essência
e complexidade.
O papel do docente começa a ser entendido como o de facilitador da
aprendizagem, sua atuação deve ser direcionada à mediação na construção do
conhecimento.

Figura 2.5: Docente e estudante


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

A metodologia de ensino também ganha destaque nessa abordagem,


trazendo implicações como a necessidade de o docente planejar bem suas aulas,
considerando o desenvolvimento de cada estudante em particular, e seu papel
compreensivo e confiante na aprendizagem do estudante, que, por sua vez, deve
comprometer-se com os objetivos propostos pelo docente para sua aprendizagem,
na busca pela evolução.
IMPORTANTE

A abordagem humanista diferencia-se das demais por sua preocupação e respeito


às diferentes personalidades e ao tempo da infância.

2.3.4 ABORDAGEM COGNITIVISTA


A abordagem cognitivista foi pensada a partir de contribuições sobre os
processos de aprendizagem e desenvolvimento. Compreende que a educação tem
o papel de realizar provocações que culminem em desequilíbrios que promoverão
reflexões e um novo equilíbrio. É nessa tríade constante que o conhecimento é
construído.

Didática 49
Um marco dessa abordagem está na afirmação de que o conhecimento é
construído, e não dado ou inato.

Figura 2.6: Representação de pensamentos, sinapses


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Para a prática pedagógica, a abordagem apresenta alguns fundamentos:


tomada de decisões e seus comportamentos, organização sistêmica do
conhecimento e estilos de pensamentos.
Cabe ao docente a criação de diferentes situações que proporcionem desafios
aos estudantes, mas sempre considerando que se trata de um ser social e que a
escola faz parte desse meio.

2.3.5 ABORDAGEM SOCIOCULTURAL


Posterior à abordagem cognitivista, a abordagem sociocultural foi pensada
com investigações que se basearam na interação social, valorizando os sujeitos
como seres sociais. Nesse sentido, não caberia mais à escola se configurar
enquanto a detentora do saber e única responsável por sua construção. O
conhecimento é construído nas diferentes relações sociais.

Figura 2.7: Representação de interações sociais


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

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A escola é vista como espaço privilegiado para a construção do conhecimento,
mas não só do cognitivo, como também do afetivo, emocional, psicológico,
corporal, entre outros. Assim, é preciso considerar todas essas características no
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.
Uma das premissas principais da escola, nessa abordagem, é o sujeito social,
ou seja, os sujeitos fazem parte de um contexto social e a educação, por sua
vez, o empodera para a transformação desse meio, assim o sujeito faz parte do
processo histórico e não deve ser entendido como alienado.
A relação entre docente e estudantes é horizontal, baseada na ideia de
construir juntos.

2.4 ELEMENTOS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM


Sendo a educação um processo complexo, existem inúmeros fatores que
podem interferir e afetá-lo. Entretanto, há elementos que são substanciais: a
escola, o aluno, o professor e o próprio processo de ensino e aprendizagem.
Cada um desses elementos apresenta traços únicos, indissociáveis à educação.

2.4.1 A ESCOLA
A escola é a instituição responsável pela construção e difusão do
conhecimento. Mas a escola não foi sempre igual a esta que conhecemos hoje.
Muitos estudiosos já revelaram que a escola, em sua origem, tem raízes oriundas
da sociedade de classes. Por isso, as primeiras instituições eram apenas para a
burguesia, ou seja, a educação era entendida como um privilégio: o da acumulação
do saber. É facilmente perceptível que o objetivo era o de manter o conhecimento
na classe dominante, dividindo a sociedade não apenas por poder econômico,
mas também por ignorância.
Houve um longo período em que a educação era tarefa da Igreja Católica.
Apenas no início da década de 1920 é que surgiram alguns movimentos, nos
Estados Unidos e na Europa, indicando a necessidade de reformas educativas e
a responsabilização do Estado pela educação.
A partir de então, a escola seguiu transformando-se de acordo com o contexto
histórico-político-social até chegar ao modelo de escola e educação que vive em
nossas memórias e nas de nossos pais e avós.
Com o passar do tempo, com a evolução da humanidade e de seus modos
de vida, a escola continua sendo o espaço institucionalizado do conhecimento,
mas já se sabe que não se trata de conhecimentos isolados ou meramente

Didática 51
conceituais, são conhecimentos de mundo, de vida, de sociedade. A diversidade
de saberes e sua relação com a vida cotidiana dos sujeitos é o ponto-chave da
função da escola, sempre tendo em vista a formação de um sujeito capaz de atuar
e transformar o meio.

2.4.2 O ALUNO
Antes de qualquer coisa, é preciso compreender que o aluno é um sujeito
histórico, social, cultural etc. Posto isso, assim como aconteceu com a escola, a
visão de aluno também se modificou ao longo do tempo.
IMPORTANTE

Nas primeiras abordagens pedagógicas, sobretudo na tradicional, o aluno era


visto como alguém desprovido de conhecimento, portanto precisava frequentar a
escola para adquiri-lo. Sob essa premissa, devia obediência e respeito soberanos
à figura do professor. As responsabilidades do aluno resumiam-se à aquisição do
conhecimento transmitido pelo professor. Era preciso muita memorização, cópia e
exercícios de repetição.

Figura 2.8: Aluno


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Atualmente, essa visão de aluno já não cabe mais.

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O aluno contemporâneo está imerso em um crescente universo
tecnológico impulsor de inúmeras possibilidades de interações
pedagógicas que extrapolam as técnicas tradicionais e,
certamente, não pode ficar preso ao livro didático como única
fonte de aprendizado. (SOUZA; SANTO, 2013, p. 70).
IMPORTANTE

A cada mudança de contexto, a escola e seus elementos se veem diante de desafios


novos, e tais desafios põem em xeque a eficácia do sistema e da relação entre alunos
e professores. O aluno de hoje não é como o do século XIX, exige novos olhares e
novas perspectivas, pois está definitivamente imerso em culturas diversas.

2.4.3 O PROFESSOR
Seguindo a linha da história de representatividade dos elementos que
compõem a educação, o professor também teve seus papéis modificados ao
longo do tempo.
Quando a escola e a educação eram para poucos, os professores ocupavam
lugar de destaque e grande prestígio social, tendo sua imagem à semelhança de
uma grande autoridade, exemplo de conduta.
Tanto esmero e status social agregavam poder, ordem e disciplina às tarefas
pedagógicas. Ensinar era sinônimo de controlar.

Figura 2.9: Representação de autoritarismo


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Didática 53
O professor, assim como o aluno, também precisa ter sua humanidade
reconhecida e respeitada. É essencial que se perceba que, atualmente, ser
professor envolve múltiplas inteligências, habilidades e estudos.
[...] a responsabilidade do professor, de que às vezes não nos
damos conta, é sempre grande. A natureza mesma de sua
prática, eminentemente formadora, sublinha a maneira como
realiza. Sua presença na sala é de tal maneira exemplar que
nenhum professor ou professora escapa ao juízo que dele ou dela
fazem os alunos. E o pior talvez dos juízos é o que se expressa
na “falta” de juízo. O pior juízo é o que considera o professor
uma ausência na sala. (FREIRE, 2011, p. 61).

Diante dos desafios e avanços da tecnologia, por exemplo, a comunicação


e a disponibilidade de informações mudam completamente o cenário da sala de
aula, exigindo cada vez mais do docente.

A figura do professor, hoje, não carrega mais consigo o mesmo status de antes.
As teorias e diretrizes curriculares e de formação inicial de professores têm cada
vez mais destacado que a atuação docente deve ser voltada à mediação, esta-
belecendo, então, uma relação horizontal com os estudantes, numa interação de
construção colaborativa. É preciso deixar no passado a ideia de que o controle e o
autoritarismo representam garantia de ensino e aprendizagem.

2.4.4 ENSINO E APRENDIZAGEM


Processos que dão sentido e função a todos os demais elementos, o ensino e
a aprendizagem são a “razão de ser” da escola, dos estudantes e dos docentes. É
por reconhecer que o conhecimento e sua sistematização possibilitam a evolução
da humanidade que esse processo é objeto de estudos constantes.
Primeiro, é essencial compreender que estamos tratando aqui dos conceitos
de ensino e de aprendizagem formais, aqueles que ocorrem em instituições
educativas. Isso porque ambos os processos também acontecem em outras
esferas, como a família, os amigos, o meio social etc.

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Mas o que é ensino?
O ensino é um processo, ou seja, caracteriza-se pelo
desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades
intelectuais dos alunos em direção ao domínio dos conhecimentos
e habilidades, e sua aplicação. Por isso, obedece a uma direção,
orientando-se para objetivos conscientemente definidos; implica
passos gradativos, de acordo com critérios de idade e preparo
dos alunos. O desdobramento desse processo tem um caráter
intencional e sistemático, em virtude do qual são requeridas
tarefas docentes de planejamento, direção das atividades de
ensino e aprendizagem e avaliação. (LIBÂNEO, 2013, p. 84).

Para que o processo de ensino possa ter eficiência e coerência com os


objetivos, é preciso compreender como a aprendizagem ocorre. E o que é
aprendizagem?
A aprendizagem organizada é aquela que tem por finalidade
específica aprender determinados conhecimentos, habilidades,
normas de convivência social. Embora isso possa ocorrer em
vários lugares, é na escola que são organizadas condições
específicas para a transmissão e assimilação de conhecimentos
e habilidades. Esta organização intencional, planejada e
sistemática das finalidades e condições da aprendizagem escolar
é tarefa específica do ensino. (LIBÂNEO, 2013, p. 85).

Figura 2.10: Processos cognitivos


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Didática 55
Conforme já estudamos nesta unidade, o processo de ensino e aprendizagem
não é simultâneo, cada um acontece em um tempo específico e único para cada
sujeito. Porém, eles mantêm uma relação indissociável, existe uma unicidade,
são interdependentes.

2.5 TENDÊNCIAS E PEDAGOGIAS


Desde a instituição formal da escola, a maneira de se pensar nos conceitos de
ensino e de aprendizagem foi sendo modificada. Cada abordagem, metodologia,
currículo, posturas, organização dos espaços revela predominância para alguma
tendência pedagógica.
São sete as principais tendências pedagógicas:

Liberal Tradicional

A ideia é a de preparar cidadãos para a vida em sociedade.

Liberal Renovada

A função da escola é a de adequar as precisões de cada estudante ao meio


social.

Liberal Tecnicista

A função da escola é de modelar o comportamento humano.

Crítico-reprodutivista

A escola servia aos interesses do capital, formando os sujeitos com o objetivo


de conservar e cristalizar a divisão de classes.

Progressista Libertária

A escola é propulsora da transformação dos sujeitos no sentido libertário


e de autogestão.

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Progressista Libertadora

A escola e a vida são uma unidade.

Progressista Crítico-social dos Conteúdos

A função da escola é a de difundir os conteúdos para que seja valorizada a


apropriação dos diferentes saberes.

Veja cada uma delas a seguir.

2.5.1 PEDAGOGIA LIBERAL TRADICIONAL


Na Pedagogia Liberal Tradicional, a função da escola é a de formar sujeitos
na esfera intelectual e moral. A ideia é a de preparar cidadãos para a vida em
sociedade, não havendo necessidade de aproximação entre escola e meio social.
O conhecimento é reconhecido como algo acumulado pelas gerações e de
domínio dos adultos. O docente repassa esses conteúdos aos estudantes como
verdades absolutas. Não há espaço para questionamentos.
O estudante carrega o dogma de “destituído de conhecimento”, enquanto
o docente é visto como o “detentor do conhecimento”. A relação entre eles é
hierárquica e regida pelo autoritarismo.
Acredita-se que ensinar seja transferir conhecimentos e aprender seja receber,
de forma passiva, esses conhecimentos.

Figura 2.11: “Transferência” de conhecimento


Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Didática 57
2.5.2 PEDAGOGIA LIBERAL RENOVADA
Na Pedagogia Liberal Renovada, a função da escola é a de adequar as
precisões de cada estudante ao meio social, assim a escola deveria retratar a vida
comum, portanto, há necessidade de aproximação entre escola e meio social.
O conhecimento é organizado considerando as experiências vividas pelos
sujeitos envolvidos no processo educativo. Destaca-se a valorização dos processos
mentais, do desenvolvimento de habilidades cognitivas e da racionalidade.
O estudante é visto como um sujeito que deve ser exposto a diversas
situações estimulantes para promover a aprendizagem; para tanto, o docente
é visto como um auxiliador, atuando como um elo entre o conhecimento pelas
vivências e o conhecimento sistematizado.
Nessa pedagogia, a relação harmoniosa entre docente e estudantes é uma
das peças-chaves para o progresso do ensino e da aprendizagem. Assim, a sala
de aula deve ser um ambiente motivador e incentivador.

2.5.3 PEDAGOGIA LIBERAL TECNICISTA


Na Pedagogia Liberal Tecnicista, a educação é vista como um processo
social orgânico, funcional e harmônico. A função da escola é de modelar
o comportamento humano por meio de um conjunto de técnicas didático-
metodológicas específicas que possibilitem a instrução adequada do estudante.
O conhecimento é compreendido com base nos princípios, preceitos,
informações e leis da ciência. Por isso, os conteúdos escolares devem ser
organizados de modo que respeitem linhas lógicas e psicológicas predefinidas
por especialistas. Uma das principais características dessa pedagogia é o emprego
de livros didáticos ou outros materiais instrucionais no ensino, característica essa
facilmente identificada e ainda em uso nos dias atuais.
O estudante é visto como responsável por seu processo de aprendizagem,
mas responsável no sentido de comprometer-se e “esforçar-se” para assimilar
todo o conteúdo ensinado. O docente é o administrador do processo, cuidando
das condições, técnicas e métodos de ensino.
A relação entre docente e estudante é baseada em uma comunicação
reduzida, mecânica e técnica, tratando apenas de aspectos instrucionais.

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2.5.4 TENDÊNCIA CRÍTICO-REPRODUTIVISTA
Na Tendência Crítico-reprodutivista é muito marcante a existência de
fundamentos pedagógicos relacionados ao sistema capitalista. A educação deve
acompanhar o desenvolvimento econômico, o que resultou na ênfase das divisões
sociais por classe. Em outras palavras, a escola servia aos interesses do capital
e, para isso, formava os sujeitos com o objetivo de conservar e cristalizar essa
divisão de classes. Havia os que estudavam para serem empregados e os que
estudavam para serem líderes.
A escola é determinada socialmente; a sociedade em que
vivemos, fundada no modo de produção capitalista, é dividida
em classes com interesses opostos; portanto, a escola sofre
a determinação do conflito de interesses que caracteriza a
sociedade. (SAVIANI, 2005, p. 35).

O conhecimento é compreendido como mecanismo de poder, por isso a


escola precisava selecionar cuidadosamente quais conteúdos oferecia a quem.
Na década de 1970, essa pedagogia foi objeto de estudos, principalmente na
América Latina, e muitos estudiosos chegaram à conclusão de que serviu somente
para explicitar o funcionamento das escolas (SAVIANI, 2005).

2.5.5 PEDAGOGIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA


Essa pedagogia tem como principal característica a defesa de que a escola seja
propulsora da transformação dos sujeitos no sentido libertário e de autogestão.
Surgem as primeiras defesas de participação coletiva e de reconfiguração das
relações entre os sujeitos na escola.
Como consequência, há uma reconfiguração do papel das disciplinas e
conteúdos escolares, trazendo a ênfase para critérios de interesse e relevância
para os sujeitos. Tal transformação é perceptível no valor que passa a ter a relação
de troca e interação construtiva entre docentes e estudantes.

Didática 59
Figura 2.12: Reflexão coletiva
Fonte: Plataforma Deduca (2019).

A relação entre docente e estudante é marcada por certa abertura para


aproximações; o docente deve ser o condutor das reflexões coletivas.

2.5.6 PEDAGOGIA PROGRESSISTA LIBERTADORA


Na Pedagogia Progressista Libertadora, o marco está na premissa da
atuação “não formal”, isso implica compreender que o processo de ensino e
aprendizagem ocorre dentro e fora dos ambientes formais (escolas). Um dos
maiores representantes dessa corrente é o Patrono da Educação Brasileira – Paulo
Freire (1921-1997).
O conhecimento é construído a partir de temas geradores que surgem por
meio da problematização sobre a vida cotidiana dos sujeitos. São as realidades,
interesses e necessidades reais dos estudantes que devem orientar a prática
pedagógica e a ação docente. A escola e a vida são uma unidade.
Diante disso, as aulas expositivas, massivamente usadas nas linhas de
pensamento pedagógico, deixam de ser a principal forma de conduzir o processo
educativo. O diálogo ganha espaço.
A relação entre docente e estudante é horizontal e ambos manifestam sua
visão de mundo, convergências e divergências. Esse movimento é o que “dá
vida” à construção do conhecimento.

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2.5.7 PEDAGOGIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS
CONTEÚDOS
A função da escola, nessa pedagogia, é a de difundir os conteúdos para que
seja valorizada a apropriação dos diferentes saberes. A escola é entendida como
meio para a transformação social.
Os conteúdos escolares devem ter conexão com a realidade dos estudantes,
pois, nessa premissa, a educação deve ser uma ferramenta para a formação de
cidadãos participativos e atuantes no meio social.
Cabe ao docente identificar quais são os centros de interesse dos estudantes
para que, a partir daí, prepararem-se as aulas estabelecendo um desafio possível
entre aquilo que já foi consolidado e a inserção gradativa de novos conhecimentos.
Por fim, a criticidade em relação aos conteúdos manifesta-se na construção
do conhecimento por meio da interação entre os próprios sujeitos, os sujeitos e
a sociedade, os sujeitos e os objetos de conhecimento.

Didática 61
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, conhecemos temas essenciais à compreensão do processo
de ensino e aprendizagem. Para tanto, partimos da conceituação sobre o próprio
processo, identificamos os principais elementos que o caracterizam para que,
enfim, pudéssemos ter condições de identificar os traços que se relacionam às
tendências ou pedagogias e aos principais teóricos sobre o assunto. Sendo assim,
estudamos temas importantes, destacando o que segue:
▪▪ As abordagens do processo de ensino e aprendizagem, de acordo com os
principais teóricos do tema.
▪▪ Nos estudos de Bordenave, pudemos perceber as fragilidades da pedagogia
tradicional por meio da análise do autor em suas três linhas de pensamento:
a pedagogia da transmissão, a pedagogia do conhecimento e a pedagogia
da problematização.
▪▪ Nos estudos de Libâneo, é possível identificar traços mais globais que
caracterizam a pedagogia em libertária e progressista, sendo a primeira
relacionada ao tradicionalismo e a segunda à formação crítica do sujeito.
▪▪ Nos estudos de Saviani, a proposta foi perceber e compreender como a
educação e as demais esferas sociais estão inter-relacionadas. A partir dessa
premissa, o autor discorre e diferencia a pedagogia em teorias críticas e teorias
não críticas.
▪▪ Nos estudos de Mizukami, as classificações da pedagogia são determinadas
de acordo com seu preceito sobre os primados. São eles: primado do sujeito,
primado do objeto e primado da interação entre sujeito e objeto.
▪▪ A concepção e conceituação sobre os elementos básicos do processo de ensino
e aprendizagem: a escola, o aluno, o professor.
▪▪ As características das correntes pedagógicas: Pedagogia Liberal Tradicional,
Pedagogia Liberal Renovada, Pedagogia Liberal Tecnicista, Tendência Crítico-
reprodutivista, Pedagogia Progressista Libertária, Pedagogia Progressista
Libertadora e, por fim, a Pedagogia Progressista Crítico-social dos Conteúdos.
▪▪ Pedagogia Liberal Tradicional: escola como espaço destinado aos
privilegiados e dedicada à preparação para a vida em sociedade dentro dos
padrões esperados.
▪▪ Pedagogia Liberal Renovada: começa-se a reconhecer que o meio social
deve ser considerado na escola. Portanto, tenta-se articular os interesses dos
sujeitos com as necessidades de aprendizagem para a vida em sociedade.

62
▪ Pedagogia Liberal Tecnicista: marcada pela atenção dispensada à adequação
e “modelagem” dos comportamentos humanos.
▪ Tendência Crítico-reprodutivista: forte vinculação entre escola e interesses
do capitalismo.
▪ Pedagogia Progressista Libertária: fortalecimento da concepção de que a
função da escola é formar sujeitos capazes para atuar e transformar o meio
social.
▪ Pedagogia Progressista Libertadora: valorização dos saberes não escolares e
reconhecimento da necessidade de os currículos considerarem e incorporarem
à prática educativa as realidades, saberes e necessidades dos sujeitos. Aquilo
que a escola se propuser a ensinar deve partir do sentido de reconhecimento
e significado que os estudantes tenham.
▪ Pedagogia Progressista Crítico-social dos Conteúdos: maior articulação e
envolvimento entre o conhecimento sistematizado e científico com as realidades
sociais e saberes não escolarizados. Busca-se que o currículo escolar tenha
sentido e utilidade à vida.

Como oportunidade de perceber traços e predominâncias sobre as tendências


pedagógicas, uma ótima dica é o filme “Entre os Muros da Escola” (Laurent
Cantet, 2008).

Didática 63
REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.


43. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013.

MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU,


1986.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 37. ed. Campinas: Autores Associados,


2005.

SOUZA, S. M. V. C.; SANTO, E. do E. Reflexão da didática como mediadora


entre a teoria e a prática pedagógica. Universitas Humanas, Brasília, v. 10, n.
1, p. 67-73, jan./jun. 2013. Disponível em: https://www.publicacoesacademicas.
uniceub.br/universitashumanas/article/viewFile/2154/2115. Acesso em: 22 fev.
2019.

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