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O planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto
a previsão das atividades didáticas, em termos de sua organiza-
ção e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a
sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O
planejamento é um meio para se programar as ações docentes,
mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente
ligado à avaliação. (LIBÂNEO, 2013, p. 245)
Recursos necessários.
Metodologia.
Avaliação.
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A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples
preenchimento de formulários para controle administrativo; é,
antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes,
fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como
referência permanente as situações didáticas concretas (isto é, a
problemática social, econômica, política e cultural que envolve
a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que
interagem no processo de ensino). (LIBÂNEO, 2013, p. 246, )
ATENÇÃO
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Ao pensar em um planejamento, considera-se a esfera maior, a escola e seus
sujeitos, as relações, o projeto político-pedagógico, entre outros aspectos, é
nele que se explicita a concepção de ensino, de sujeito, filosófica e social sobre
a função da escola. Além disso, também é no planejamento que se deve garantir
a racionalização e organização da ação educativa, servindo como a principal
ferramenta contra o improviso.
Não há para mim, na diferença e na “distância” entre a
ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência
feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente
rigorosos, uma ruptura, mas uma superação. A superação e
não a ruptura se dá na medida em que a curiosidade ingênua,
sem deixar de ser curiosidade, pelo contrário, continuando a
ser curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se então,
permito-me repetir, curiosidade epistemológica, metodicamente
“rigorizando-se” na sua aproximação ao objeto, conota seus
achados de maior exatidão. (FREIRE, 2011, p. 34)
É importante compreender que a ação docente não pode ser apenas pautada
no improviso, ou seja, não planejar as atividades didáticas acreditando não ser
necessário, e que, no decorrer da situação, as coisas vão acontecendo. O problema
é que tal ação é perigosa, pois ensinar requer racionalização, organização e refle-
xão, a intencionalidade é um dos temas mais defendidos pelos estudiosos sobre o
assunto. A prática docente não pode ser feita no vazio pedagógico! Acesse o link
https://www.youtube.com/watch?v=GYCJt7VTnKc&feature=youtu.be e saiba um
pouco mais sobre o assunto.
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Libâneo (2013, p. 247) afirma que o plano de ensino tem as seguintes
características e funções:
3.2 PLANEJAMENTOS
A escola é um espaço onde ocorrem inúmeras dinâmicas sociais. Por
isso, não existe um modelo único de planejamento. Partindo da premissa de
que o planejamento precisa considerar a realidade, o contexto e os sujeitos
envolvidos, rapidamente podemos compreender a importância de existirem outras
possibilidades, esferas de abrangência e formas de planejamento.
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Figura 3.3: Esferas do planejamento
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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3.2.2 PLANEJAMENTO DE CURSO
O planejamento de curso é a primeira especificação do planejamento
didático. Representa o planejamento para um determinado período de tempo,
geralmente bimestral, semestral ou anual.
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3.2.4 PLANEJAMENTO DE AULA
O planejamento de aula é o último desdobramento do planejamento didático.
Essa etapa representa a operacionalização de todas as anteriores. Aqui, o docente
precisa pensar em objetivos ainda mais específicos, levando em consideração
o status das aprendizagens dos estudantes, prevendo recursos e estratégias
necessárias ao avanço, além de procedimentos de avaliação apropriados.
3.3 PLANOS
Conforme já estudamos neste material, o plano é uma esfera mais aproximada
da ação em relação ao planejamento geral. Existem duas principais variações de
planos: o plano de ensino e o plano de curso.
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Elementos característicos do plano de ensino:
• justificativa;
• objetivos específicos;
• desenvolvimento metodológico;
• aplicação.
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Currículo oculto são os conhecimentos de mundo, de relações, de afetividades,
de emoções e de autoconhecimento que ocorrem concomitantes ao processo
de escolarização.
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Figura 3.8: Sala de aula característica do século XIX
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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Figura 3.9: Professor/método característico do século XIX
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
3.4.1 CONHECIMENTO
As relações entre docente e estudantes tem um fio condutor em comum: o
conhecimento. O docente precisa “saber”, mas não é qualquer saber. Para Tardif
(2002, p. 255), “[...] damos aqui à noção de saber um sentido amplo, que engloba
os conhecimentos, as competências e habilidades (ou aptidões) e as atitudes,
isto é, aquilo que muitas vezes foi chamado de saber, saber-fazer e saber-ser”.
Atualmente, a respeito dessas relações, muito se tem ouvido falar no termo
“mediação”. Mas o que de fato ele significa?
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Mediação pedagógica
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Nesse sentido, os estudos de Candau (2010) abordam a necessidade de se
romper com a “didática instrumental”, muito relacionada à ideia de fórmulas e
procedimentos padronizados que prometem funcionar e solucionar quaisquer
situações, independentemente do contexto.
[...] a didática, numa perspectiva instrumental, é concebida
como um conjunto de conhecimentos técnicos sobre o “como
fazer” pedagógico, conhecimentos estes apresentados de forma
universal e, consequentemente, desvinculados dos problemas
relativos ao sentido e aos fins da educação, dos conteúdos
específicos, assim como do contexto sociocultural concreto em
que foram gerados. (CANDAU, 2010, p. 14)
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Ainda de acordo com Tardif (2002), os saberes dos professores são, sobretudo,
saberes sociais. Daí a importância de esse docente ser reflexivo, pois é preciso
refletir, analisar e investigar as dimensões que envolvem o processo de ensino
e aprendizagem. É preciso conhecer as teorias de ensino, os métodos, as novas
propostas e estar aberto a aprender, tendo consciência de seu inacabamento
(FREIRE, 1996).
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Figura 3.11: Expressões e comunicação
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
ATENÇÃO
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3.7 MÉTODOS E TÉCNICAS
Em se tratando do processo de ensino, temos à disposição uma infinidade
de abordagens, métodos, técnicas e estratégias; é um conjunto de ações ou
atividades que servem aos mais diversos fins.
Os métodos têm relação com a maneira pela qual se escolheu e pensou ao
realizar determinada ação. Já as técnicas são os meios pelos quais o método é
aplicado, são as maneiras, o “como fazer”.
Na ação pedagógica efetiva, primeiro pensa-se no método, considerando
a concepção de educação, papel do estudante e do docente, relação entre
conhecimento e informação, mediação da aprendizagem, planejamento e
avaliação, por exemplo.
Para pôr em prática determinado método é que se lança mão das técnicas,
elas representam a implementação, o como executar o método. Por isso, são
indissociáveis e correlacionadas.
Uma situação bastante comum nas salas de aula são as rodas de conversa,
troca de ideias entre os sujeitos (interação professor-aluno, aluno-aluno). Essa
roda de conversa pode ser entendida como uma estratégia para aplicação do
método dialógico de educação, por exemplo.
O importante é compreender que é preciso pensar em como colocar em
prática!
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São exemplos de recursos didáticos não relacionados às tecnologias digitais:
• jogos concretos;
• brinquedos;
• brincadeiras;
• massa de modelar;
• giz;
• lousa;
• papéis;
• bolas;
• peças de encaixe.
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diária essa presença, usando-a como potencialidade no processo de ensino e
aprendizagem. São algumas dessas abordagens:
▪▪ metodologias ativas;
▪▪ sala de aula invertida;
▪▪ ensino híbrido;
▪▪ design Thinking aplicado à educação.
É preciso ir além da simples notação e aceitação da presença dessas
tecnologias, ultrapassando a barreira que as separava (e, em alguns casos, ainda
separa) da construção do conhecimento formal, na educação escolar. Se a escola
é parte da vida dos sujeitos, ela não pode estar à margem daquilo que vivem
fora dos muros dela.
A relação tecnologia-aprendizagem-desenvolvimento é um fato. Cabe aos
profissionais da educação encontrar meios de qualificar cada vez mais essa relação.
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Estudos têm contribuído e apresentado muitos avanços no que diz respeito à
compreensão de que a avaliação, como um momento crucial na vida do estudante,
já não precisa mais ter esse viés seletista e excludente, haja vista que atualmente
a educação é um direito de todos.
Por isso, a evolução das tendências pedagógicas e das reflexões sobre ensino
e aprendizagem revelam que a avaliação é um processo e que, além disso, é
parte indissociável da construção do conhecimento e da orientação do ensino.
Entendo que a avaliação, enquanto relação dialógica, vai
conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo
aluno e pelo professor, como ação-reflexão-ação que se passa
na sala de aula em direção a um saber aprimorado, enriquecido,
carregado de significados, de compreensão. (HOFFMANN,
2014, p. 148)
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3.8.3 Avaliação somativa
Esse tipo de avaliação ainda é o mais usado nas escolas, mas alguns cuidados
são necessários, como elaborar as consignas, selecionar os conteúdos,
estruturar as possibilidades de respostas e analisar dados.
3.8.5 Autoavaliação
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O prefixo “auto” já denota que se trata de um processo da pessoa com
ela mesma. Por isso, é preciso cautela ao elaborar uma proposta de
autoavaliação. É preciso garantir oportunidades de reflexão sobre si mesmo.
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SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade de ensino, estudamos sobre o fazer docente, o que
envolve muitos aspectos: o docente em si, seu papel no processo de ensino e
aprendizagem, a didática e a avaliação. Por isso, estudamos temas importantes
como:
▪ A função e a importância do planejamento, as especificidades entre o
planejamento e o plano de ensino.
▪ Planejamento didático, de curso, de unidade e de aula. Cada um com suas
particularidades e áreas de abrangência.
▪ Além de um bom planejamento, também é preciso conhecer sobre os recursos
didáticos e as mídias, compreendendo como essas ferramentas podem trazer
significado, interesse e envolvimento da turma nas atividades propostas.
▪ Por fim, conhecemos as dimensões da avaliação, percebendo-a como parte
permanente e constante do processo de ensino e aprendizagem. Estudamos
sobre a avaliação diagnóstica, formativa, somativa, escrita, autoavaliação e
avaliação cooperativa, identificando os momentos e usos de cada uma delas.
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REFERÊNCIAS
CANDAU, V. M. Rumo a uma nova didática. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
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