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RESUMO
O presente artigo embasa-se na reflexão e contribuição para a melhoria da prática docente e, consequentemente que
reflita no desenvolvimento da aprendizagem, melhora das condições de ensino, por meio do planejamento docente.
Além disso, proporcionar ao docente a percepção do seu papel no processo de ensino aprendizagem, apresentando
relações significativas diante de conhecimentos inerentes ao processo do planejamento escolar. A metodologia
utilizada consiste numa revisão de literatura, onde utilizou-se como referencial a concepção de alguns autores que
discorrem sobre o assunto. Diante dos estudos realizados, constatou-se o quão necessário e presente se faz o
planejamento tanto em nossos fazeres docentes como também em nossa vida cotidiana. Embora, de maneira geral
para diversos educadores essa não seja uma tarefa fácil.
INTRODUÇÃO
O planejamento é uma das principais tarefas que o ser humano deveria direcionar a sua atenção, para que se
possa obter êxito naquilo que se está executando. Quando se fala em educação não é diferente, pois, diante da
responsabilidade docente encontra-se a formação acadêmica, moral, social e autônoma das crianças, devendo ser
compreendido como uma ação inerente da docência e de toda a equipe escolar.
Haydt (2000), afirma que toda e qualquer atividade humana necessita ser planejada, isso ocorre a partir de
uma determinada realidade. Portanto deve ser realizada de maneira consciente, racional, imparcial, sem ideologias
partidárias, de forma segura e inteligente, de maneira que venha a otimizar tempo e recursos, garantindo o sucesso
almejado.
Na educação física não é diferente. Por ser tratar de um componente curricular que abrange vários
conteúdos conceituais, que permitem a ampliação imensurável do leque de atuação, intervenção, vivências e
reflexão, abrir mão do planejar certamente levará ao fracasso da disciplina. Portanto, cabe sim ao professor de
educação física o planejar, contribuindo com a sua parcela para a formação integral do aluno, oportunizando
experiências motoras e diversidade cultural por meio das aulas estruturadas, que possuam objetivos claros para os
envolvidos, aumentando assim o repertório motor, social, cultural e formativo dos educandos.
Corroborando com essa ideia, Gandin e Gandin (1999), apresentam sua definição para planejamento como
“[...] processo de divisar o futuro e agir no presente para construi-lo. Deste modo, planejar é organizar um conjunto
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Universidade Paulista do Estado de São Paulo - Unesp.
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Universidade Paulista do Estado de São Paulo - Unesp.
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Universidade Paulista do Estado de São Paulo - Unesp.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil
(CAPES) – Código de Financiamento 001
de ideias que representem esse futuro desejado e transformar a realidade para que esse conjunto nela se realize no
todo ou em parte”.
A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura, revendo as discussões de alguns autores que
apresentam a temática planejamento dentro do contexto da Educação.
PLANEJAMENTO
O planejamento no processo formativo propiciará ao docente benefícios para a sala de aula, como ofertar
formas diferenciadas para os alunos, aumento da participação e engajamento nas aulas, gera novos desafios e
conhecimentos aos estudantes, aumento do repertório sociocultural, superação das dificuldades e limitações e o
mais importante, gera reflexão e formação do pensamento crítico. De acordo com Vasconcellos (2012), “Planejar
não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensou”.
Ademais, o planejar exige saber prévio, experiência, conhecimento, domínio do docente para que
desenvolva algo aplicável, condizente com a realidade e que oportunize o acesso ao conhecimento esperado. Em
consonância com esses dizeres, Libâneo (1994), apresenta a elevada responsabilidade da escola e dos professores,
ao apontar a importante decisão que lhes cabe diante da escolha de qual concepção mundo e sociedade será tratado
com os alunos e quais objetos de conhecimento e métodos utilizarão para que abarquem a realidade social. Deste
modo, será tratado na seção seguinte alguns conhecimentos que se fazem inerentes a ação do planejamento escolar.
A definição dos objetivos e dos conteúdos devem estar embasados no que os alunos necessitam
compreender ao longo de sua formação e não puramente no que o docente deseja aplicar, ou até mesmo se embasar
em sua formação inicial. Ao docente, compete a ação de atuar como mediador do processo de ensino aprendizagem,
oportunizando a diversidade de conhecimento. Segundo Libâneo (1994), o ponto de partida é definido pelos
objetivos, que proporciona direcionar quais serão as premissas do processo pedagógico, no qual será apontada as
necessidades sociais em relação ao contexto escolar, sendo os envolvidos nesse contexto a escola, o ensino e os
alunos.
Partindo desta ideia, o objetivo deverá ser recorrido a todo momento diante de todo planejamento, assim
não pode ser tomado como um aspecto complementar e burocrático simplesmente, pois é ele que direcionará e
encaminhará o trabalho docente frente sua demanda individual e social para com o processo de formação do aluno.
Quanto aos objetivos educacionais, podem ser classificados como objetivos gerais e objetivos
específicos. O primeiro, está relacionado com o aspecto mais amplo tanto da educação quanto da função
social da escola, atentando para o contexto dos alunos e seus desenvolvimentos. O segundo, define o que
se espera atingir e desenvolver a partir das atividades dos alunos, diante do conhecimento de conteúdos
conceituais, procedimentais e atitudinais.
Mas o que seriam os conteúdos de ensino? São o conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos,
modos valorativos e atitudinais de atuação social, regidos por toda uma ordem diante de um fazer
pedagógico e didático, considerando o processo de apropriação por parte dos envolvidos e uma posterior
aplicação por parte dos alunos na sua prática de vida. (LIBÂNEO, 1994).
Zabala (1998), propõe que os conteúdos sejam tratados em três dimensões, conceitual,
procedimental e atitudinal. Para facilitar o entendimento sobre cada uma dessas propostas o autor indica
que façam os seguintes questionamentos sobre os alunos: “o que se deve saber?” (conceitos); “como se
deve ser?” (atitudes) e “o que se deve saber fazer?” (procedimentos).
Após uma abordagem mais ampla sobre o planejamento e na sequência apresentar alguns dos
conhecimentos imprescindíveis dessa ação, vamos tratar sob uma ótima mais específica para que
possamos ter um melhor esclarecimento sobre os aspectos apontados no processo do planejamento
educacional, bem como quais documentos são utilizados pelos professores para que toda a ação do
planejar seja elaborada.
Quanto ao planejamento educacional há alguns documentos que orientam e direcionam todo esse
percurso. O planejamento da escola se dá por meio do Projeto Político Pedagógico, este o documento que
dá toda a identidade da escola. Segundo Vasconcellos (2012), deve ser construído coletivamente,
envolvendo diretores, professores, especialistas, pais e alunos da escola. Dessa forma, para se construir o
PPP da escola é preciso conhecer a realidade da escola, analisá-la e através deste levantamento realizar o
planejamento baseado em ações lógicas.
O plano de ensino é mais um dos elementos que compõe o processo de planejamento educacional,
este por sua vez segundo Libâneo (1990), é um roteiro organizado das unidades didáticas para um ano ou
semestre. Fazem parte deste plano alguns componentes: justificativa, objetivos gerais, objetivos
específicos, conteúdo, tempo provável e desenvolvimento metodológico. Entretanto, na análise elabora no
estudo de Rocha; Almeida e Almeida (2017), não tem um modelo fixo de plano de ensino a ser elaborado
e seguido, o que necessita é que os planos tenham uma sequência que dê um sentido geral e lógico e
propicie elementos fundamentais para um ensino e aprendizagem eficaz.
1- O tema abordado.
2- Os objetivos gerais a serem alcançados. Os objetivos específicos.
3- As etapas previstas.
4- A metodologia que o professor usará.
5- A avaliação.
6- A bibliografia.
Segundo Santana, et al. (1998), a fase de preparação do planejamento é uma das mais importantes,
pois exige conhecimento da realidade, fundamentação teórica, determinação de objetivos, escolha e
organização de conteúdos, escolha e organização dos procedimentos de ensino, seleção dos recursos,
seleção de procedimentos de avaliação.
O documento é obrigatório, conforme consta na lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases (LDB),
que legisla sobre a elaboração e cumprimento dele, devendo estar conforme a proposta pedagógica da
Unidade Escolar. Neste documento também é importante constar o trabalho que será desenvolvido com os
alunos público-alvo da educação especial, sendo necessário a realização das adaptações curriculares para
que atenda às necessidades dos alunos.
Mediar não é uma tarefa simples, muito pelo contrário, requer habilidades e conhecimentos
constantes, por isso faz-se necessário estar seguro do que se executa, além de ter o controle sobre as
possibilidades existentes para permear o percurso, intervindo assertivamente quando necessário. Além
disso, é necessário conhecer as possibilidades, ações, meios, as ferramentas que auxiliarão no dia a dia,
que possibilitarão ao professor mediador enxergar como está o desenvolvimento e aprendizagem de seu
aluno.
Uma ação improvisada, desorganizada, impensada, imprecisa, sem vínculo com o projeto
da escola, com áreas de conhecimento ou com o próprio desenvolvimento dos alunos não
contribui em absolutamente nada, mas com certeza prejudica, e muito. (MOREIRA, 2008,
p.53).
Ao professor cabe o papel de discernir os saberes que os alunos apresentam em sala de aula. Cada
educando traz consigo uma história, anseios, expectativas, vivências que vão moldando a criança ao longo
da permanência na educação. Valorizar os conhecimentos prévios dos alunos e partir da realidade e
necessidade deles elaborar as rotinas e as ações didáticas, certamente trará bons resultados a nós docentes,
além do envolvimento de todos no processo.
Em suma, se faz necessário esclarecer que não há um modelo evidenciado como ideal, existem
diversos modelos e quem decidirá qual modelo será utilizado será a rede de ensino, a escola, ou o
professor, visto que esse necessita estar atrelado à aspectos diretamente inerentes de cada realidade
escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada educando traz consigo uma história, anseios, expectativas, vivências que vão moldando a
criança ao longo da permanência na educação. Valorizar os conhecimentos prévios dos alunos e partir da
realidade e necessidade deles elaborar as rotinas e as ações didáticas, certamente trará bons resultados a
nós docentes, além do envolvimento de todos no processo.
O profissional que não compreende a importância do ato, muitas vezes enxerga o planejar como
mera burocracia pedagógica, formalidade fiscalizatória, ineficiente e sem coerência com a realidade da
sala de aula e até mesmo da escola em que se encontra em exercício. Porém, é um equívoco desenvolver
essa linha de raciocínio, desvalorizando não somente o seu trabalho, mas de toda a equipe escolar, direitos
dos alunos e consequentemente cerceando o direito amplo da educação.
REFERÊNCIAS
GANDIN, Danilo; GANDIN, Luís Armando. Temas para um projeto político- pedagógico. 4. ed
Petrópolis: Vozes, 1999.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 7 ed., Editora Ática, São Paulo, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo. Editora Cortez. 1990 /1993/1994.
MENEGOLLA, Maximiliano, SANT”ANNA, Ilza Martins. Por que planejar, como planejar?
currículo, área, aula. 20 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. pedagógico. 4. ed Petrópolis: Vozes, 1999.
ROCHA, Dayse Cristina Lazarini Quintanilha; ALMEIDA, Dilma Elisa Mól Pinto; ALMEIDA, Jaceline
Mendes de. Planejamento: ferramenta indispensável na educação básica. Revista Multidisciplinar do
Nordeste Mineiro – ISSN 2178-6925. Junho de 2017.
SANT’ANNA, F, M e colaboradores. Planejamento de ensino e avaliação. 11. ed. Porto Alegre, RS:
Sagra Luzzato, 1998.