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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVENI

EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

JOSICLEIDE SIMÕES RODRIGUES

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CARAÚBAS
2023
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.

RESUMO - O presente artigo tem como principal objetivo discutir a importância do planejamento na
educação infantil e nos anos iniciais baseando-se em autores que promovem reflexões acerca da
temática. O aporte teórico se apoia em Libâneo (1994) com suas discussões sobre a organização e
planejamento no processo de ensino e Vasconcellos (2000) e sua concepção de planejamento,
debruçando-se também na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), compreendendo o planejamento
pedagógico seguido pela BNCC. Do ponto de vista metodológico o artigo classifica-se como
descritivo-interpretativo e segue um viés qualitativo. As discussões permitem ampliar o olhar educacional
para a importância da organização docente diante do planejamento da Educação Infantil, visando refletir
sobre essas propostas e como colocá-las em prática no ensino público.

PALAVRAS-CHAVE: Planejamento. Organização. Educação Infantil. BNCC.


1 INTRODUÇÃO
Na educação é importante compreender sobre assuntos diversos, e o que
trabalhar em sala, o docente tem que ter domínio dos assuntos necessários para a
ministração de determinada aula, mas buscamos compreender o que antecede o
momento da aplicação das aulas de projetos educacionais, discutir como o
planejamento é necessário para os docentes consigam realizar as aulas.
O planejamento, a organização e a coordenação das ideias promovem êxito nas
habilidades a serem desenvolvidas, favorecendo a aprendizagem das crianças.
Articular e planejar é essencial para o ambiente escolar, estar amparado pela
organização faz as aulas fluírem e auxilia no ensino-aprendizagem da Educação Infantil
e dos Anos Iniciais, o planejamento se torna um guia para orientar o docente em meio
ao dia a dia escolar.
Em ações comuns do dia a dia é necessário se planejar, e quando o olhar se
volta para o sistema educacional, deve-se intensificar essa ideia. Grandes teóricos e
professores já afirmavam que a importância do planejamento, segundo o educador e
escritor brasileiro Libâneo (1994, p.222) o planejamento é de suma importância e
corresponde a "Um processo de racionalização, organização e coordenação da ação
docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social", isto é
essa preparação de ideias antes da execução da aula, o planejamento influencia na
aprendizagem, planejar o que fazer e como fazer quando o docente estiver em sala de
aula.
Libâneo, conhecido como um dos maiores pensadores do país além de afirmar a
importância da organização, do ensino e do planejamento acreditava na educação
como objeto de transformação. Então, o presente artigo visa discutir e compreender as
ideias dos pensadores sobre o planejamento educacional e refletir sobre como a
educação tende a ser de qualidade quando o ensino se baseia em planejar, organizar e
articular as aulas, para que de fato ocorra aprendizagem.
Justifica-se a realização deste artigo para discutir as camadas do planejamento,
trazendo a visão dos educadores que acreditam na importância do planejamento, a
visão do que é planejamento para esses pensadores, o pressuposto do planejamento
de ensino para a BNCC, entendendo como o Ministério da Educação cita organização
educacional para o ensino-aprendizagem da Educação Infantil. Discussões sobre essa
temática são relevantes para que a educação brasileira progrida e para que o país
realmente tenha uma educação de qualidade. O presente artigo utiliza a abordagem
qualitativa que se aprofunda mais em discussões bibliográficas produzidas sobre a
temática, a pesquisa se aprofunda no levantamento teórico, sendo assim uma pesquisa
bibliográfica.

2 DESENVOLVIMENTO

Segundo Maximiano (2004, p. 131) “[…] Planejamento é o processo de tomar


decisões sobre o futuro. As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o
futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de planejamento.
[…]”. O planejamento auxilia no processo de estratégias para alcançar os objetivos
educacionais traçados no percurso. Otimiza o desenvolvimento da aprendizagem em
todas as capacidades, o planejamento auxilia também na gestão de pessoas e do
tempo na escola, para além desses, o planejamento pedagógico age diretamente na
preparação para as habilidades que devem ser executadas em sala de aula.
O próprio ato de planejar pode evitar perca de tempo, evitar desperdícios, evitar
imprevistos, e é comum do ser humano se planejar para vida, se planejamos no âmbito
pessoal, acadêmico, emocional, físico, financeiro, entre outros, portanto planejamento é
essencial para todos os setores da nossa vida, tudo que fazemos exige planejamento.
E quando se pensa na educação vê se que o planejamento se torna imprescindível na
ação docente, para alcançar objetivos e metas é necessário articular uma organização
prévia.
De acordo com Vasconcellos (2000, p.79), [...] "Planejar é antecipar mentalmente
uma ação ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto". O
planejamento é o ato de criar estratégias para otimizar as conquistas de determinado
objetivo, ele prevê, organiza e realiza ações, resultando assim em escolhas mais
produtivas e eficazes, auxiliá então, em escolhas que devem ser feitas e decisões que
devem ser tomadas. No âmbito docente, representa a organização dos conteúdos e
métodos aplicados em cada turma, para que se possa alcançar os objetivos na
aprendizagem dos seus alunos ao final de cada processo, além de reduzir tempo e
esforço desnecessário, ajudando a visualizar o que é primordial ser feito e o que não é
tão necessário.
O processo organizacional pedagógico deve ser permanente e contínuo, é
sempre voltado para ações que vão acontecer, isto é, se planeja para acontecimentos
futuros e se preocupa com a racionalidade da tomada de decisões, fará a análise das
alternativas disponíveis e se relaciona com a mudança pois é flexível para ajustar-se ao
processo e busca a inovação de métodos no qual e educador pode introduzir atividades
diversas.

2.1 PLANEJAMENTO PARA LIBÂNEO E VASCONCELLOS

O planejamento de uma aula é de vital importância para que se tenha êxito no


processo de ensino-aprendizagem, segundo Libâneo (1994, p. 222) o planejamento é
importante por tratar-se de "Um processo de racionalização, organização e
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do
contexto social". A ausência do planejamento de uma aula, por exemplo, pode ter como
consequências aulas monótonas e desorganizadas e assim pode desencadear o
desinteresse e indisciplina por parte dos alunos.
Libâneo (2007, p. 316) cita que organização é "dispor de forma ordenada, dar
uma estrutura, planejar uma ação e prover as condições necessárias para realizá-la". A
organização então, se trata de um instrumento essencial para que o educador elabore
estratégias para se alcançar o objetivo proposto, e não se organizar para o processo
educacional é responsabilidade do educador, pois o mesmo tem que estar com seu
planejamento baseado para ministrar suas aulas e proceder com o processo de
ensino-aprendizagem.
De acordo com Libâneo (1994, p.223), o planejamento da gestão docente se
relaciona diretamente à “articulação das propostas da escola, as exigências do contexto
social e o processo educativo participativo”. Conforme afirma Libâneo (1994):

[...] tudo que acontece no meio escolar está atravessado por influências
econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de
classes. Isso significa que os elementos do planejamento escolar –
objetivos, conteúdos, métodos – estão recheados de implicações sociais,
têm um significado genuinamente político. Por essa razão, o
planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e
ações [...] (1994, p. 222).

Portanto, Libâneo afirma que o planejamento é um objeto essencial para a


aprendizagem, refletindo quais opções e ações podem ser tomadas diante do processo
de projeção do plano escolar e plano de aula. Vasconcellos (2000) nos mostra também
sua visão sobre planejamento:

O planejamento enquanto construção-transformação de representações


é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal
mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade
procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é
necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o
desenvolvimento da ação no tempo (VASCONCELLOS, 2000, P.79).

O planejamento tem intenções pertinentes para o aprendizado, favorece e


oportuniza o conhecimento. Assevera Vasconcellos (2000, p. 169) que o Projeto Político
Pedagógico e os planejamentos envoltos no plano de ensino até o plano escolar, são
“[...] processos de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na
caminhada que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar”.
Paulo Freire (2001) enfatiza que:
Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que
responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que
pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora
como fator de mudança. (FREIRE, 2001, p. 10)
O processo de planejar precisa ser discutido e colocado em prática, para que o
processo educativo seja capaz de acontecer, baseado no contexto de cada
individualidade e realidade presente em sociedade, para que que se faça possível o
ensino de qualidade nas escolas públicas, no que se refere, sobretudo ao Ensino
Infantil e ao Ensino Fundamental I.

2.2 BNCC E EDUCAÇÃO INFANTIL

No sistema educacional é preciso que haja programação e organização, e dentro


das escolas existe um sistema organizacional. Segundo Sampaio (2002, p. 188):

A escola trabalha com a concepção de aprendizagem que entende o


aprender vinculado ao desempenho cognitivo e habilidades adquiridas
pelos alunos. Desempenhos e habilidades pré definidos pela escola e/ou
pelo sistema educacional considerados universais, devendo ser atingidos
em determinado tempo escolar.

Partindo desse viés, entendendo-se que a concepção da aprendizagem está


vinculada às habilidades já definidas pelo sistema educacional é importante
compreender como as diretrizes curriculares vêem a importância do planejamento
pedagógico nos Anos Iniciais e na Educação Infantil, destacamos aqui a Base
Nacional Comum Curricular, documento que define as aprendizagens essenciais
que os alunos devem ter durantes as etapas da Educação Básica.
Na Base Nacional Comum Curricular na etapa da Educação Infantil se
destacam cinco campos de experiência para se desenvolver com os alunos, são
esses: 1 o eu, o outro e o nós que desenvolve a interação consigo e com pares,
cultivar respeito e respeitar diferenças. 2 corpo, gestos e movimentos que trabalha
a expressão corporal, maior criação e resolução de problemas. 3 traços, sons, cores
e forma visando desenvolver a Cultura, interação com manifestação artística,
própria perspectiva cultural e apropriação cultural. 4 oralidade e escrita para
desenvolver o início da aprendizagem do alfabeto, concepção da língua escrita e
gênero na mesma. 5 Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações,
desenvolvendo o início das relações sociais, mundo sociocultural e curiosidade com
o mundo fora de casa.
Segundo Gomes (2017),
Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento que devem ser
garantidos na educação infantil estão inseridos na BNCC. Para
atender a esses direitos, foram definidos objetivos de aprendizagem
agrupados por campos de experiência. Nos termos da segunda
versão da BNCC, esses campos constituem um arranjo curricular
adequado à educação da criança de 0 a 5 anos e 11 meses quando
certas experiências por ela vivenciadas promovem a apropriação de
conhecimentos relevantes. A organização curricular adotada coloca
as interações e as brincadeiras no centro do processo educativo; por
meio delas devem ser entrelaçadas as experiências concretas da
vida cotidiana das crianças com os conhecimentos sistematizados.
(GOMES, 2017, p. 40-41)

Diante disso, a BNCC cita que os direitos das crianças ser garantidos, e
norteia aos docentes como planejar suas aulas e quais as habilidades e campos de
experiências devem ser desenvolvidos em sala de aula, traçando um caminho para
que seja possível o planejamento pedagógico de acordo com matriz curricular e
suas diretrizes. Gomes ainda enfatiza que:

A fase de implementação da BNCC deve conduzir a revisões dos


currículos dos cursos superiores de pedagogia e licenciaturas, como
parte das ações necessárias à sua efetiva incorporação ao sistema
escolar. No caso da educação infantil, essa mudança, caso se
concretize, terá particular relevância. [...] Entre várias questões
atuais, mostram-se prioritárias discussões sobre como orientar o
trabalho docente junto às crianças na faixa etária de 0 a 5 anos para
garantir processos de aprendizagem e de desenvolvimento sem que
ocorra antecipação de conteúdos e práticas das etapas seguintes,
sem que a educação infantil seja vista como “etapa 60 preparatória”
para o ensino fundamental. (GOMES, 2017, p. 41-42)

Gomes afirma que é necessário revisar os cursos de pedagogia e as


licenciaturas para se tornar efetiva a implementação da BNCC, também reitera que
são importantes tecer discussões sobre como o corpo docente deve ser orientado
no trabalho docente com as crianças para garantir os processos de aprendizagem.
O próprio documento também reitera que é necessário observar o aprendizado das
crianças e verificar se está sendo garantido o direito de aprendizagem de todas as
crianças:
É preciso acompanhar tanto essas práticas quanto as aprendizagens
das crianças, realizando a observação da trajetória de cada criança e
de todo o grupo – suas conquistas, avanços, possibilidades e
aprendizagens. Por meio de diversos registros, feitos em diferentes
momentos tanto pelos professores quanto pelas crianças (como
relatórios, portfólios, fotografias, desenhos e textos), é possível
evidenciar a progressão ocorrida durante o período observado, sem
intenção de seleção, promoção ou classificação de crianças em
“aptas” e “não aptas”, “prontas” ou “não prontas”, “maduras” ou
“imaturas”. Trata-se de reunir elementos para reorganizar tempos,
espaços e situações que garantam os direitos de aprendizagem de
todas as crianças. (BRASIL, 2017, p. 39)

A Base Nacional Comum Curricular cita que é preciso acompanhar a


aprendizagem das crianças, e menciona a prática de reorganizar tempos e espaços
para garantir o direito do aprendizado, essa questão se relaciona com o ato do
planejamento e reafirma a importância do planejamento para a aprendizagem das
crianças, o docente tem que ser flexível, permitindo-se revisar, organizar, reunir
ferramentas que auxiliem sua prática pedagógica.

3 CONCLUSÃO

Quando Paulo Freire (2001, p.40) afirma que “ninguém nasce feito, é
experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos”, impulsiona o pensamento que o
docente deve organizar e planejar sua didática e sua aula, e quando preciso for,
repensar, reorganizar e revisar métodos para sua prática docente ser promissora e
atingir seus objetivos educativos.
Portanto, para que se faça eficaz a educação brasileira é necessário percorrer
caminhos que resultem em ensino de qualidade, diante disso fica evidentemente a
importância de refletir sobre o sistema organizacional que antecede o encontro em sala
de aula, é de suma importância, compreender a necessidade do planejamento nas
escolas públicas do Brasil, sobretudo, no ensino educacional infantil, começando da
base da educação que são esses anos iniciais, buscando compreender as
necessidades de aprendizagem e articulando de forma organizada as ações que serão
aplicadas no processo de aprendizagem infantil.
O planejamento pedagógico na Educação Infantil é uma responsabilidade do
professor enquanto docente, tendo suporte do setor pedagógico e da Base Nacional
Comum Curricular. Repensar e revisar para que ações sejam executadas nos
processos educacionais dos alunos, visando educação de qualidade e êxito nos
momentos educativos que serão levados pelos os alunos em sua bagagem escolar.

4 REFERÊNCIAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: ensino fundamental. Brasília, MEC/SEF,


2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/>. Acesso em:
11.AGO.2023.

FREIRE, P. Política e Educação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido 30 anos depois. In: FREIRE. A. M. A.; FREIRE,


P. Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: UNESP, 2001.

GOMES, A. V. A. Educação Infantil no PNE 2014-2024. Acesso, Equidade e


Qualidade. Câmara dos Deputados, 2017.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez,1994 (Coleção magistério 2° grau. Série


formação do professor).

MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

SAMPAIO, C.S. Educação brasileira e(m) tempo integral. In: COELHO, L.


M. C. da Costa; CAVALIERE, A. M. (Org.). Alfabetização e os múltiplos tempos
que se cruzam na escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 182-196.

VASCONCELLOS, C. S. Planejamento do Projeto de Ensino-Aprendizagem e


Projeto Político-Pedagógico. 7. ed. São Paulo: Ladermos Libertad-1, 2000.

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