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PRÁTICA DOCENTE: CONSIDERAÇÔES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO


PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DAS AULAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Article · February 2022

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Decio Escobar Oliveira Ladislau

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PRÁTICA DOCENTE: CONSIDERAÇÔES SOBRE A
IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO
DAS AULAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Décio Escobar de Oliveira Ladislau*

RESUMO

Buscou-se, no presente trabalho analisar a importância do plano de aula na


organização do trabalho pedagógico do professor, bem como verificar se o
planejamento pode servir como um meio para viabilizar um envolvimento maior dos
estudantes no processo de aprendizagem. A metodologia utilizada foi uma Prática
de Pesquisa Documental que tem como principal característica exercitar a pesquisa
de cunho documental. É realizada em arquivos de empresas, escolas ou entidades
públicas, bibliotecas, banco de dados digitais. Seu principal objetivo é a analise e a
interpretação de dados.

Palavras-chave: Planejamento. Plano de Aula. Prática Docente.

1- INTRODUÇÃO

Ao longo da história da humanidade, pode-se observar a importância do


planejamento em todos os setores da sociedade como sendo algo fundamental e
necessário. E é na educação, no convívio escolar, na prática de ensinar que o
planejamento se faz necessário para o desenvolvimento e o acompanhamento da
dinâmica global. Em virtude da complexidade cada vez maior atribuída à tarefa de
educar, a necessidade do planejamento impõe-se como uma ação imprescindível.

Além disso, torna-se necessário no dia a dia buscar um envolvimento maior


do corpo discente nas práticas apresentadas na sala de aula. Assim sendo, buscou-
se neste trabalho analisar a importância do plano de aula na organização do
trabalho pedagógico do professor, bem como verificar se o planejamento pode servir
como um meio para viabilizar um envolvimento maior dos estudantes no processo
de aprendizagem.

* Professor, Biólogo, Botânico, Fitoterapeuta, especialista em Didática e Metodologia do Ensino


Superior, Mestre em Ciências Ambientais e Economista.
Para Vasconcellos:

Planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada, é agir de


acordo com o previsto; é buscar algo incrível, essencialmente humano: o
real comandado pelo ideal. Percebemos assim que o planejamento só tem
sentido se o sujeito se coloca numa perspectiva de mudança.
(Vasconcellos, p.32 2006)

Já para Padilha (2001, p. 30) planejamento é;

O processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e


objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições,
setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O
ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre
a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego
de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à
concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a
partir dos resultados das avaliações.

Neste contexto de acordo com Padilha (2001), o planejamento de aulas na


educação básica é um componente vital do processo de ensino-aprendizagem. O
planejamento adequado na sala de aula irá proporcionar ao professor uma melhor
organização, permitindo-lhes assim ensinar mais, ajudar os alunos a alcançar os
objetivos mais facilmente. Com suas aulas planejadas é provável que um professor
bem preparado seja capaz de lidar com tudo o que acontecer de forma inesperada
em suas aulas.

Seguindo o pensamento anteriormente descrito, planejar, em sentido amplo, é


um processo que "visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios
que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos,
pensando e prevendo necessariamente o futuro", (PADILHA, 2001, p. 63), mas
considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos
contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem
planeja e com quem se planeja.

Assim segundo Padilha (2001), o Planejamento constitui em primeiro lugar,


um instrumento para o aluno, no qual o professor estabelece com objetividade,
simplicidade, validade e funcionalidade a ação educativa, cuja finalidade é contribuir
com a formação do aluno em dimensão integral. Todavia, as ações educativas
necessitam serem pensadas, de forma crítica e consciente, pois devem visar ao
atendimento de melhoria de vida dos alunos como pessoas.

Para Menegolla e Sant'anna (1992, p.66) existem diversos elementos que


justificam a importância do planejamento para o professor, a saber:
1) ajuda o professor a definir os objetivos que atendam os reais interesses
dos alunos;

2) possibilita ao professor selecionar e organizar os conteúdos mais


significativos para seus alunos;

3) facilita a organização dos conteúdos de forma lógica, obedecendo a


estrutura da disciplina;

4) ajuda o professor a selecionar os melhores procedimentos e os recursos,


para desencadear um ensino mais eficiente, orientando o professor no como e com
que deve agir;

5) ajuda o professor a agir com maior segurança na sala de aula;

6) o professor evita a improvisação, a repetição e a rotina no ensino;

7) facilita uma melhor integração com as mias diversas experiências de


aprendizagem;

8) facilita a integração e a continuidade do ensino;

9) ajuda a ter uma visão global de toda a ação docente e discente;

10) ajuda o professor e os alunos a tomarem decisões de forma cooperativa e


participativa.

Já para Butt (2006) a preparação eficaz de aulas, de modo a contribuir para a


aprendizagem de alunos, faz parte de um processo cíclico de planejamento,
execução e avaliação. Uma importante consideração será como a avaliação de
aulas se relaciona com o que já foi feito e com o que ainda será feito ao longo de
todo o processo de planejamento. BUTT (2006) afirma ainda “é essencial que o
professor reflexivo compreenda de onde os alunos “vieram” em termos de
aprendizagem e para onde devem “ir” – por isso, aspectos vinculados à continuidade
e à progressão no planejamento são vistos”. Para ela, isso obviamente envolve a
consciência do papel da avaliação da e para a aprendizagem, bem como a reflexão
sobre uma gama de outros fatores pertinentes ao ensino eficaz – por exemplo, as
formas pelas quais uma gestão de classe bem-sucedida pode alterar o
comportamento e a motivação dos alunos.
2- PLANO DE AULA

Fazer um plano de aula para o ensino básico eficaz leva tempo, diligência e
uma compreensão das habilidades dos seus alunos. O objetivo, como todo o ensino,
é motivar os estudantes a tomar decisões para compreender o que se está
ensinando e que eles possam tanto quanto possível assimilar da melhor maneira
possível o conteúdo ministrado. (MORETTO 2007)

De acordo com Moretto (2007) alguns componentes são considerados


fundamentais para que o professor leve em conta, ao elaborar o plano de aula,
como: conhecer a própria personalidade enquanto professor, conhecer seus alunos
(características psicossociais e cognitivas), conhecer a epistemologia e a
metodologia mais adequada às características da disciplina, bem como a realidade
social de seus alunos. Esse conhecimento possibilita ao professor escolher a
metodologia que melhor se encaixam, aumentando a probabilidade de acerto no seu
trabalho pedagógico.

Segundo Vasconcelos (1995), o plano de aula é o detalhamento do


planejamento de ensino. As unidades didáticas e subunidades (tópicos) que foram
previstas em linhas gerais são agora especificadas e sistematizadas para uma
situação didática real.

Para Sant’anna et al (1995), na elaboração do plano de aula, deve-se levar


em consideração, em primeiro lugar, que a aula é um período de tempo variável.
Dificilmente completa-se numa só aula o desenvolvimento de uma unidade didática
ou tópico de unidade, pois o processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma
seqüência articulada de fases. Que são:

a) Preparação e apresentação dos objetivos, conteúdos e tarefas.

b) Desenvolvimento da matéria nova.

c)Consolidação (fixação, exercícios, recapitulação, sistematização).

d)Síntese integradora e aplicação.

e) Avaliação.
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ato de planejar deve estar presente continuamente no trabalho do


professor, o qual necessita buscar as condições de trabalho junto à escola onde
atua, de tal modo que possa desenvolver com seus pares, um processo de planejar
o ensino de sua disciplina ao longo do ano letivo, tendo assim possibilidade de
refletir e avaliar o seu trabalho com vistas à melhoria de sua prática pedagógica na
educação básica, ao mesmo tempo em que se desenvolve profissionalmente,
ampliando neste processo a produção de saberes docentes.

Um plano da aula bem elaborado na educação básica viabiliza um


envolvimento maior dos estudantes no processo de aprendizagem e proporciona ao
professor manter, na medida do possível e do desejável, a articulação da disciplina
como um todo pela relação com o plano curricular e ainda realizar uma auto
avaliação da aula para direcionar ações futuras.

Segundo Tormena (2010) através da ação planejada e refletida do educador


em seu dia a dia da sala de aula, a escola realiza seu maior objetivo que é fazer com
que os alunos aprendam e adquiram o desejo de aprender cada vez mais e com
autonomia. Sendo assim, é necessário focar a prática pedagógica no
desenvolvimento dos alunos, o que significa observá-los de perto, conhecê-los,
compreender suas diferenças, demonstrando interesse por eles, conhecer suas
dificuldades e incentivar suas potencialidades.

5- REFERÊNCIAS

BUTT, G. Planejamento de aulas bem sucedidas. São Paulo: SBS, 2006.

GANDIN, D., Planejamento como prática educativa. 7.ed. São Paulo: Loyola,
1994.

MENEGOLLA M, SANT’ANNA I M. Por que planejar? Como planejar? 10ª ed.


Petrópolis: Vozes, 2001.

MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o


desenvolvimento de competências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político
pedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.

SANT'ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDRÉ, L.; TURRA, C. M. Planejamento de


ensino e avaliação. 11ª ed. Porto Alegre: Sagra / DC Luzzatto. 1995.

TORMENA, A. A., PLANEJAMENTO: a importância do plano de trabalho


docente na prática pedagógica in: O professor PDE e os desafios da escola
pública paranaense. Secretaria da Educação – Governo do Estado do Paraná, 2010.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem


e Projeto Político-Pedagógico. 7º Ed. São Paulo. 2000

________________________. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e


projeto educativo. São Paulo: Libertad. 1995.

____________________________. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e


projeto político-pedagógico- elementos para elaboração e realização. São
Paulo: Libertad Editora, 2006.

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