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Lei dos rendimentos decrescentes

Por Adilson Ortiz
Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Universidade Nove de Julho, 2008)
MBA em Gestão Empresarial (Universidade Nove de Julho, 2010)
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Ceteris paribus. Uma frase pouco conhecida ou jamais ouvida pela maioria das pessoas,
porém fluente entre economistas e outros profissionais de diversas áreas do
conhecimento, pode representar um bom ponto de partida para interpretar a lei dos
rendimentos decrescentes, uma entre as muitas teorias econômicas.
Em tradução límpida, a expressão latina que dizer “permanecendo iguais ou constantes
os demais elementos”. Reflete a constatação de que quando se considera o mundo real
como base para a análise de certos fenômenos, nesta oportunidade os econômicos, não
há uma maneira, a não ser com viés estatístico, de conter ou isolar integralmente as
diferentes variáveis que podem surgir pelo caminho, independentemente do propósito
ou da abordagem utilizada.
A ideia consiste em manipular um ou mais indicadores relevantes e avaliar quais
interferências os mesmos podem causar nos demais componentes, que por sua vez são
conservados de modo inerte, num determinado universo de estudo.
Para melhor entendimento, examinemos o preparo de uma limonada. Misturando-se a
água, o sumo de alguns limões e o açúcar, durante o processo pode surgir a necessidade
de adoçar um pouco mais a bebida até que ela atinja o nível de acidez desejado. No
experimento, podemos perceber que a condição dos demais ingredientes é mantida
estável (Ceteris paribus), ao passo que o acréscimo de mais açúcar não significa o
aumento da quantidade de suco.
O mesmo insinua uma expressão popular que rendeu até música de Chico Buarque:
“pôr mais água no feijão”. Significa literalmente o que está escrito. Segundo consta, por
se tratar de um prato de cozimento demorado, a maioria das famílias costuma preparar
feijão para vários dias, o qual é servido até que seja necessário providenciar mais.
Em caso de “emergência”, aparecendo uma visita inesperada durante a refeição, para
não correr o risco de que a quantidade disponível seja insuficiente para todos, é costume
resolver o problema simplesmente adicionando mais água à iguaria. Assim, da mesma
forma que ocorreu com a limonada, somente uma substância é manipulada e embora o
volume seja alterado neste exemplo, os ingredientes fundamentais permanecem
exatamente como antes.
Retomando o tema central, a lei dos rendimentos decrescentes, basicamente a
construção de uma lógica empírica, oriunda de observações acerca da realidade,
discorre sobre o efeito diminutivo a curto prazo do rendimento, à medida que são
introduzidos novos elementos produtivos além do limite razoável suportado pelos
fatores fixos contidos nos processos de produção.
Sendo assim, fica subentendida a necessidade de estabelecer o equilíbrio por meio de
um ajuste quantitativo no emprego dos itens variáveis em combinação com os
invariáveis, ou seja, não convém nem exceder nem reprimir o uso desse recurso, pois o
ideal é que o esquema produtivo se mantenha íntegro conforme as mudanças são
introduzidas.
Em outros termos, a referida lei se manifesta quando, mantendo-se constantes as
tecnologias, métodos e demais fatores de produção quando ao menos um fator é
flexibilizado, a taxa resultante de aumento no produto ou serviço se mostrará elevada
inicialmente, mas passará a diminuir depois de certo tempo.
Adam Smith, célebre economista britânico, certa vez observou que um operário de uma
fábrica de alfinetes não dava conta do trabalho, ou melhor, não produzia o suficiente.
Assim, foram contratados novos trabalhadores e as tarefas que implicavam a criação de
um alfinete foram divididas entre todos, que por sua vez levaram certo tempo para
dominar cada qual seu ofício. O problema é que a medida não resultou em mais nem
melhores alfinetes. Pela existência de tantos empregados e pela fragmentação das
atividades, a produção caiu consideravelmente.
Outro exemplo: quanto mais agricultores cultivarem uma determinada porção de terra,
menos serão necessários para finalizar a tarefa.
Texto originalmente publicado em 
Lei dos rendimentos decrescentes
 Eduardo Montes
 
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 Atualizado em: 31 Agosto 2020
 
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Segundo Pindick e Rubinfeld (2002), de acordo com a Lei dos rendimentos
decrescentes (do inglês, Law of diminishing returns), à medida que aumenta o uso de
um determinado insumo (mantendo-se fixos os demais insumos), acaba-se chegando a
um ponto em que a produção adicional decresce.
Quando houver funcionários em demasia, alguns se tornarão ineficientes e o produto
marginal do insumo "trabalho" apresentará uma queda. Em outras palavras, quanto mais
recursos você coloca em uma atividade, menor a produtividade individual dos recursos.
Vamos explicar usando uma solução adotada frequentemente para recuperar prazos em
projetos.
"Incluir estagiários ou profissionais pouco qualificados" (insumos) para produzir algo
mantendo os outros insumos constantes, implicará em uma redução da produtividade
dos profissionais envolvidos e não implicará necessariamente em um aumento de
produção.
Em algumas situações, isso pode até implicar em maior atraso, já que o profissional
mais qualificado deverá usar seu tempo para explicar para os profissionais menos
qualificados.
Deve-se considerar também os demais fatores necessários para a produção das
atividades necessárias, como as ferramentas usadas, equipamentos que talvez não
possam ser compartilhadas, deixando essas pessoas ociosas. Fatores que são muitas
vezes esquecidos.
Referência: PINDICK, R. S., RUBINFELD, D. L. Microeconomia, Quinta Edição,
Prentice Hall, 2002, p. 183.

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