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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA

(Criado pelo decreto presidencial nº 168/12 de 24 de Julho)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA ACTIVIDADE


ECONÓMICA

Grupo n: 11

Ano: 1º

Curso: G.A.E

Sala: 22

Docente: Mariza de Oliveira

Viana, Dezembro de 2021


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA

(Criado pelo decreto presidencial nº 168/12 de 24 de Julho)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA ACTIVIDADE


ECONÓMICA

INTEGRANTES DO GRUPO
Nome do Integrantes Nota do Trabalho Nota individual
Ana Odília Francisco Catiamba
Belton Esteves
Claúdia Nilza Rosa
Conceição Bento
Domingos Félix Diniz
Felisberto Francisco J. Senga
Garcia Ekuikui
Isabel Quiteque
Leonel Ugiza Sebastião
Nicolau António Junior
Nila Estefânia Tati
Shelcy Maira
Simão Domingos José
EPIGRAFE

«A coisa principal da vida não é o conhecimento mas o uso que dele se faz».

(Talmude)

III
AGRADECIMENTOS
Temos a agradecer a Senhora Professora pela oportunidade que nos deu de poder fazer
esse trabalho, de todos os membros desse grupo: MUITO OBRIGADO!

IV
RESUMO
A Economia insere-se no campo das Ciências Sociais, pois estuda como a sociedade emprega
os recursos na produção de riqueza e como ocorre a distribuição dessa riqueza entre seus
participantes, assim o presente trabalho apresentamos de forma esmiuçada no entanto
focalizada sobre esses e outros aspectos da actividade económica. Objectivo Geral:
Conhecer os aspectos fundamentais da actividade económica. Fundamentação: a
expressão actividade económica designa o conjunto de relacionamentos e de tarefas realizadas
pelos diferentes agentes económicos com vista à obtenção dos bens necessários à satisfação
das suas necessidades através da utilização racional e eficiente dos recursos produtivos que
tem disponíveis. Neste conceito de actividades económica estão incluídas actividades como
a produção de bens e de serviços, o consumo, a repartição do rendimento, preços e mercados.
Os bens são os meios através dos quais os indivíduos podem satisfazer as suas necessidades.
Produção consiste do ponto de vista técnico transformar um bem. É através do consumo que o
homem satisfaz as suas necessidades. Na acepção primitiva a palavra mercado dizia respeito a
um lugar determinado onde os agentes económicos realizassem as suas transacções.
Concernentes as necessidades vimos que o objectivo da actividade económica é satisfazer as
necessidades através da produção. Conclusão: findo o trabalho concluímos que a
expressão actividade económica designa o conjunto de relacionamentos e de tarefas realizadas
pelos diferentes agentes económicos com vista à obtenção dos bens necessários à satisfação
das suas necessidades.

Palavras-chave: actividade económica e necessidades

V
ABSTRACT
Economics is part of the field of Social Sciences, as it studies how society uses resources in
the production of wealth and how this wealth is distributed among its participants. Of
economic activity. General Objective: Know the fundamental aspects of economic activity.
Rationale: the expression economic activity refers to the set of relationships and tasks
performed by different economic agents with a view to obtaining the goods necessary to
satisfy their needs through the rational and efficient use of the productive resources they have
available. This concept of economic activities includes activities such as the production of
goods and services, consumption, income sharing, prices and markets. Goods are the means
by which individuals can satisfy their needs. Production consists from a technical point of
view to transform na asset. It is through consumption that man satisfies his needs. In its
original sense, the word market referred to a specific place where economic agents carried out
their transactions. Concerning needs, we have seen that the objective of economic activity is
to satisfy needs through production. Conclusion: after this work, we conclude that the
expression economic activity designates the set of relationships and tasks performed by
different economic agents with a view to obtaining the goods necessary to satisfy their needs.

Keywords: economic activity and needs

VI
ÍNDICE GERAL
EPIGRAFE .......................................................................................................................... III
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... IV
RESUMO ............................................................................................................................. V
ABSTRACT ........................................................................................................................ VI
ÍNDICE GERAL ................................................................................................................ VII
ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................ IX
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
OBJECTIVOS DO ESTUDO................................................................................................. 1
Objectivo Geral...................................................................................................................... 1
Objectivos específicos............................................................................................................ 1
CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................. 2
1.1 CONCEITO DE ACTIVIDADE ECONÓMICA .............................................................. 2
1.2 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA ACTIVIDADE ECONÓMICA............................... 2
1.2.1 PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS ................................................................... 2
1.2.1.1 Bens – Noção E Classificação .................................................................................... 2
1.2.1.2 Produção e processo produtivo. Sectores de actividade económica ............................. 4
1.2.1.4 Sectores Da Actividade Económica ............................................................................ 5
1.2.1.5 Factores De Produção – Noção E Classificação .......................................................... 5
1.2.2 CONSUMO – NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO............................................................... 6
1.2.2.1 Padrões De Consumo ................................................................................................. 6
1.2.2.2 Factores Económicos .................................................................................................. 7
1.2.2.3 Factores sociais e culturais: ........................................................................................ 8
1.2.3 RENDIMENTOS E REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS ........................................ 9
1.2.3.1 Repartição funcional de rendimento............................................................................ 9
1.2.3.2 Repartição Pessoal do Rendimento ............................................................................. 9
1.2.3.3 Redistribuição dos rendimentos ................................................................................ 10
1.2.4 PREÇOS E MERCADOS ........................................................................................... 11
1.2.4.1. Mercado – noção ..................................................................................................... 11
1.2.4.2 Mecanismos de mercado – lei da oferta e da procura ................................................ 11
1.2.4.3 Estrutura dos mercados ............................................................................................. 12
1.3 NECESSIDADES .......................................................................................................... 14
1.3.1 Necessidade – noção e classificação ............................................................................ 14
VII
1.3.2 Critério da natureza das necessidades .......................................................................... 14
1.3.3 Critério do modo de satisfação das necessidades: ........................................................ 15
1.3.4 Critério do custo das necessidades: .............................................................................. 15
CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 16
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 17

VIII
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplificação do uso dos bens quanto ao seu custo ............................................. 3


Figura 2: Bens de consumo e bens de produção ...................................................................... 4
Figura 3: Classificação dos mercados ................................................................................... 13

IX
INTRODUÇÃO
A gênese do termo Economia deriva do termo grego oikosnomos (oikos, casa e
nomos, lei), que pode ser entendido como administração da casa, ou do Estado. Porém,
atualmente, a Economia se dedica ao estudo do modo como o indivíduo e a sociedade
decidem empregar os recursos produtivos escassos, visando a obtenção de bens e serviços,
com a finalidade de distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade a fim de
satisfazer, desse modo, as necessidades humanas.
A Economia insere-se no campo das Ciências Sociais, pois estuda como a sociedade
emprega os recursos na produção de riqueza e como ocorre a distribuição dessa riqueza entre
seus participantes, assim o presente trabalho apresentamos de forma esmiuçada no entanto
focalizada sobre esses e outros aspectos da actividade económica.
OBJECTIVOS DO ESTUDO
Objectivo Geral
Conhecer os aspectos fundamentais da actividade económica
Objectivos específicos
 Compreender o conceito de actividade económica
 Apresentar a classificação das necessidades
 Descrever os restantes aspectos da actividade económica

1
CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 CONCEITO DE ACTIVIDADE ECONÓMICA
A expressão actividade económica designa o conjunto de relacionamentos e de tarefas
realizadas pelos diferentes agentes económicos com vista à obtenção dos bens necessários à
satisfação das suas necessidades através da utilização racional e eficiente dos recursos
produtivos que tem disponíveis. (Nunes, 2017)
Atividade econômica é a soma de transações de bens e serviços realizados em uma
determinada comunidade através de dinheiro. A atividade econômica pode ser afetada
devido aos ciclos econômicos, situação que leva a conflitos sociais de diversas índoles. É
por isso que a ciência econômica tem sido vista frequentemente inclinada em buscar
soluções para amenizar as consequências dos ciclos econômicos agudos. (Nunes, 2017,
p. 5).

Tais transacções ocorrem graças a existência de agentes económicos. Que Segundo


Paulo um agente económico é toda a entidade com autonomia, capaz de realizar operações
económicas e de deter valor económico. O agente económico pode ser uma família, uma
empresa, uma instituição financeira ou até uma administração pública, tendo cada tipo de
agente uma oumais funções diferentes dos restantes agentes. No exercício das funções,
estabelecem-se interacções e relações entre os agentes, criando-se um circuito económico
Segundo Nunes (2017), a expressão atividade económica designa o conjunto de
relacionamentos e de tarefas realizadas pelos diferentes agentes económicos com vista à
obtenção dos bens necessários à satisfação das suas necessidades através da utilização
racional e eficiente dos recursos produtivos que tem disponíveis. Neste conceito
de actividades económica estão incluídas atividades como a produção de bens e de serviços
(incluindo a transformação, a distribuição e a prestação de serviços), o consumo, a repartição
do rendimento, preços e mercados
1.2 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA ACTIVIDADE ECONÓMICA
1.2.1 PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS
1.2.1.1 Bens – Noção E Classificação
Raquel (2010, p. 11) apresenta seguinte definição“os bens são os meios através dos
quais os indivíduos podem satisfazer as suas necessidades”.
Quanto ao custo estes podem classificar-se em: bens livres e bens económicos.
“Os bens livres existem na Natureza para além das quantidades necessárias e em
condições de satisfazerem as necessidades. – Exemplos: oxigénio que respiramos; luz solar;
areia da praia”. (Raquel, 2010, p. 11)

2
Em Economia, o conjunto de bens que estão disponíveis a preço nulo (gratuitamente)
dizem-se bens livres. Estes bens não são estudados, porque não colocam o problema da
escassez: podes sempre beber mais água no mar, apanhar mais Sol na praia, passear pela
floresta, conversar com os amigos, respirar sem sequer pagar impostos. (Nunes, 2017)
“Os bens escassos ou económicos são aqueles cuja obtenção exige actividade
produtiva. – Atividade produtiva: extração da Natureza, transformação, transporte,
armazenagem, etc. – Exemplos de bens escassos: casa de habitação; automóvel; pão”.
(Raquel, 2010, p. 12)
Figura 1 – Exemplificação do uso dos bens quanto ao seu custo

Fonte: (Raquel, 2010, p. 12)


Quanto à forma como as necessidades são satisfeitas distinguem-se os bens materiais
e serviços ou bens imateriais.
Os bens materiais têm existência física, por isso, podem ser armazenados. Exemplos:
refrigerante; casaco; aparelho de televisão.
Os serviços ou bens imateriais são atos que satisfazem necessidades. Não podem ser
armazenados. – Exemplos: consulta médica; corte de cabelo; atuação de um grupo musical.
Quanto à sua duração distinguem-se os bens duradouros e bens não
duradouros. Os primeiros serão utilizados múltiplas vezes, enquanto os segundos serão
consumidos numa única vez.
Os bens duradouros são aqueles cuja utilização não implica a sua destruição, apenas
sofrem um desgaste quando são utilizados. – Exemplos: tear; trator; frigorífico.
Os bens não duradouros são destruídos física ou economicamente quando são
consumidos. – Exemplos: fruta; fio de algodão; gasolina.
Quando se utiliza fio para produzir tecido, o fio não é destruído fisicamente, pois passa a
estar incorporado no tecido. No entanto, deixa de poder ser utilizado para produzir mais
tecido, isto é, não pode voltar a ser utilizado na produção – é destruído economicamente.
Por isso, considera-se o fio utilizado na produção de tecido um bem não duradouro.
(Raquel, 2010, p. 12)
Quanto à sua função os bens classificam-se em bens de consumo e bens de
produção.

3
“Bens de produção ou indirectos são bens utilizados na produção de outros bens. –
Exemplos: trator agrícola; tear; fio de algodão. (Raquel, 2010, p. 13)
Bens de consumo ou directos são bens que satisfazem directamente as necessidades
dos consumidores. – Exemplos: electricidade consumida pelas famílias; pasta dentífrica;
tábuas para uso doméstico.
Os bens que os consumidores utilizam para satisfazer as suas necessidades dizem-
se bens de consumo.
Figura 2: Bens de consumo e bens de produção

Fonte: (Raquel, 2010, p. 12)


Quanto às suas relações recíprocas distinguem-se os bens sucedâneos – ou
substituíveis – dos bens complementares.
Dois ou mais bens são substituíveis ou sucedâneos se puderem ser utilizados
alternativamente para satisfazer a mesma necessidade. – Exemplos: água para beber e sumo;
pão e bolacha; aquecedor a gás e aquecedor eléctrico.
Dois ou mais bens são complementares se for necessário utilizá-los conjuntamente
para satisfazerem uma necessidade. – Exemplos: papel e lápis; pasta dentífrica e escova; tear e
fio.
1.2.1.2 Produção e processo produtivo
Em economia produção é um processo que consiste na combinação dos factores de
produção com a finalidade de satisfazer necessidades humanas, em termos de bens ou
serviços. (Varian, 2012)
Produção consiste do ponto de vista técnico transformar um bem, ou seja, compreende
uma série de operações físicas que modificam certas características de um determinado
objecto. Porém, a noção económica de produção, implica a utilidade dos bens produzidos.

4
«Assim, do ponto de vista económico, constituirá uma acção de produção toda aquela
que torne um objecto útil e portanto faça aumentar a sua utilidade ou ainda é a criação
de bens e serviços para suprimir as necessidades do ser humano. » (Rocha, A. et. al., 2011,
s/p)
Os produtos são assim os vários bens e serviços úteis que resultam do processo de
produção e que ou são consumidos, ou são utilizados num produto posterior.Considere a
produção de um bolo de chocolate, a farinha, os ovos, o chocolate, o sal, o calor, o forno e a
mão de obra do boleiro são os fatores de produção.
1.2.1.4 Sectores Da Actividade Económica
O conceito de setores da atividade económica corresponde a uma divisão artificial das
atividades económicas de cada país, de acordo com a essência da tarefa em questão. Estarão
no mesmo setor instituições que produzam bens ou prestem serviços de uma mesma classe,
isto é, que apresentem entre si um certo número de similitudes. (Varian, 2012)
Tradicionalmente (o critério deve-se originalmente a Colin Clark), divide-se a
economia de cada país em três setores(Varian, 2012):
- o primário, que compreende as atividades ligadas à natureza, como sejam a
agricultura, a silvicultura, as pescas, a pecuária, a caça ou as indústrias extrativas;
- o secundário, no qual são englobadas as atividades industriais transformadoras, a
construção, a produção de energia;
- o terciário (ou dos serviços), que engloba o comércio, o turismo, os transportes e as
atividades financeiras.
Existe uma relação entre o nível de desenvolvimento de um país e a distribuição da
sua população ativa pelos três setores. De facto, quanto maior for a população ativa a
trabalhar no setor primário, mais atrasado economicamente deverá ser o país. À medida que
ele se vai desenvolvendo, a sua população vai sendo transferida para os setores industrial e de
serviços. Em Portugal, essa tem sido a tendência já desde há vários anos.
1.2.1.5 Factores De Produção – Noção E Classificação
Os fatores de produção são os bens necessários à realização de um dado produto final.
São os elementos que tornam possível a existência de produção.
Classicamente, a teoria económica considera três fatores de produção: o capital
(usualmente representado por K), o trabalho (L) e os recursos naturais ou terra (T).
Modernamente, somaram-se-lhes outros, como a tecnologia, o conhecimento e a organização
empresarial.

5
Existem fatores de produção fixos e variáveis. Os primeiros são aqueles cuja quantidade
utilizada não se pode alterar. Já no caso dos últimos, a sua utilização pode ser livremente
alterada. É esta distinção que define o importante conceito económico de período de
reação das empresas. De facto, uma empresa pode reagir a alterações da procura do seu
produto de duas formas: adotando um comportamento de período curto (alterando as
quantidades utilizadas de alguns fatores, mas mantendo as de outros) ou de período longo
(se alterar as quantidades de todos os fatores). (Rocha, A. et. al., 2011, s/p)
Logo, e por definição, a longo prazo, todos os fatores são variáveis (a empresa tem
tempo para alterar as suas quantidades, se assim o entender), enquanto que a curto prazo
coexistem fixos e variáveis (não existe a possibilidade anterior, já que o lapso de tempo é
demasiado pequeno para que tal seja conseguido).
1.2.2 CONSUMO – NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
«A actividade económica tem como objectivo a produção de bens e serviços que se
destinam à satisfação das necessidades. É através do consumo que o homem satisfaz as suas
necessidades.» (Rocha, A. et. al., 2011, s/p)
Podemos dizer que o consumo consiste na utilização de um bem ou de um serviço para
a satisfação de uma necessidade. O consumo não se restringe, unicamente, às famílias, pois
também as empresas e outros agentes económicos efectuam consumos que são necessários à
sua actividade. (Varian, 2012)

Podemos distinguir o consumo final e o consumo intermédio.

Consumo Final, quando um produto permite a satisfação directa e imediata das


necessidades. Constitui consumo final a aquisição de umas calças, o refrigerante que
bebemos, o espectáculo a que assistimos. (Varian, 2012)

Consumo Intermédio, quando os bens são utilizados no decorrer do processo de produção


de outros bens. Isto pode ocorrer quer pela incorporação desses bens (matérias-primas)
nos produtos acabados (por exemplo, a farinha no fabrico do pão), quer pela destruição
desses bens (matérias-subsidiárias) no processo de produção (por exemplo, a energia
eléctrica na produção do pão). (Rocha, A. et. al., 2011, s/p)

Podemos dizer, então, que o consumo intermédio está mais directamente relacionado
com o processo produtivo, enquanto que o consumo final está mais relacionado com o
consumo das famílias.

1.2.2.1 Padrões De Consumo


As famílias, enquanto agentes económicos, utilizam o rendimento que obtêm na
actividade produtiva, na compra dos bens e serviços de que precisam para satisfazer as suas
necessidades (alimentação, vestuário, etc.). (Varian, 2012)

6
É pois, no consumo que se despende a maior parte do rendimento das famílias. Este
consumo, que constitui a quase totalidade do consumo privado, apresenta valores muito
elevados, comparativamente ao consumo do Estado, o consumo público ou colectivo.
Outro tipo de consumo é o auto-consumo, as famílias satisfazem necessidades com
produtos produzidos por si. (Raquel, 2010, p. 21)

O consumo é fundamental para o desenvolvimento da actividade económica de


qualquer sociedade. O consumidor é o motor de qualquer economia. O consumo não é apenas
um acto económico, é, também, um acto social que reflecte hábitos, costumes, sistemas de
valores, etc. São muitos os factores que influenciam o consumo. Estes factores podem ser
económicos e sociais.

1.2.2.2 Factores Económicos


Rendimento: o Rendimento de que se dispõe influencia o consumo. Engel
demonstrou que o coeficiente orçamental das despesas alimentares, isto é, o peso das despesas
da alimentação nas despesas totais de consumo, decresce quando o rendimento se eleva – é a
chamada Lei de Engel1. Este coeficiente orçamental exprime-se pela seguinte razão (Nunes,
2017)
Nível Dos Preços: a quantidade de um bem que o consumidor está disposto a
comprar, e que tem possibilidade de pagar, depende, fundamentalmente do preço desse bem.
Assim, se o preço de determinado bem aumenta, o seu consumo diminui e, pelo contrário, se
diminuir o preço, o seu consumo aumentará. O consumo de determinado bem também poderá
depender dos preços dos outros bens. Se os bens forem substituíveis (ou sucedâneos), o
aumento do preço de um deles vai levar ao aumento do consumo do outro, bem como a
diminuição do preço de um deles vai provocar uma diminuição do consumo do outro. Se os
bens forem complementares, a subida do preço de um deles leva, normalmente, à diminuição
do consumo do outro. Igualmente, se diminuir o preço de um dos bens, verificar-se-á um
aumento no consumo do outro bem. Por exemplo, o aumento do preço dos automóveis pode
originar uma diminuição do consumo da gasolina. Assim, o automóvel e a gasolina são bens
complementares. (Nunes, 2017)

Inovação Tecnológica E Cientifica: a inovação científica e tecnológica concretizou-


se no aparecimento de novos bens e serviços. Estes passam a fazer parte dos hábitos de
consumo de uma percentagem cada vez maior da população. No entanto, estes novos
consumos traduziram-se, muitas vezes, no decréscimo ou desaparecimento do consumo de
outros bens e serviços. Por exemplo, a generalização da televisão a cores levou quase ao
desaparecimento do consumo da televisão a preto e branco. (Nunes, 2017)
7
1.2.2.3 Factores sociais e culturais:
- Modos De Vida: o modo de vida pode ser entendido como o quadro no qual cada um
organiza a sua vida e este irá determinar as suas preferências de consumo (estrutura de
consumo). Por isso, na análise dos modos de vida verificamos que, por exemplo, os Japoneses
preferem peixe cru e os muçulmanos não comam carne de porco. De facto, os indivíduos não
podem ser isolados do seu contexto social e cultural, pois são estes que determinam as normas
e os comportamentos que irão reger a sua vida. (Raquel, 2010)
- Grupos Sociais E Profissionais: os modos de vida também variam consoante os
grupos sociais ou grupos profissionais em que o individuo se insere. Ser assalariado ou ser
profissional independente, ter um nível de instrução mais ou menos elevado, etc., tudo isto
enforma os gostos e os comportamentos dos consumidores e por conseguinte a sua estrutura
de consumo. O consumo poderá, então, ser considerado um indicador do status social do
indivíduo. De facto, usar roupas de um costureiro de renome e gravatas de seda, residir numa
vivenda de luxo, são consumos que denotam um determinado estatuto social. Mas, tem-se
assistido a uma homogeneização do consumo. Esta surge, nomeadamente, com a tendência
para a redução das desigualdades dos rendimentos, com a baixa do preço de muitos produtos
em consequência da produção em série, com o crédito ao consumo, com o impacto da
publicidade, etc. Há uma tentativa de imitação dos grupos sociais de rendimentos mais
elevados por parte dos grupos sociais de rendimentos mais baixos. Este fenómeno denomina-
se efeito de demonstração ou imitação. (Raquel, 2010)

- Moda: existem valores dominantes num determinado período que levam as pessoas a
consumir, como a moda. Através da moda, as empresas suscitam novas necessidades nas
categorias sociais superiores, que depois se generalizam a toda a população (pelo efeito de
imitação), quando os preços baixam. (Raquel, 2010)

- Publicidade: a publicidade consiste em pôr em pratica diversos processos que têm


por objectivo fazer com que os consumidores conheçam e desejem determinado produto. Os
meios audiovisuais são os meios que a publicidade privilegia: imprensa, rádio, televisão. A
publicidade procura associar determinado bem de consumo a representações que atraiam o
consumidor e que sejam do seu agrado. A publicidade utiliza técnicas que condicionam
psicologicamente o consumidor, levando-o à aquisição do produto. (Raquel, 2010)

8
1.2.3 RENDIMENTOS E REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS
A actividade produtiva e a formação de rendimentos A actividade produtiva e a
formação de rendimentos andam de mão dadas. A uma família, os seus rendimentos provêm
da actividade produtiva, que seja exercida por eles ou por outros. (Nunes, 2017)
O simples aluguer de uma casa e o seu valor de renda que é paga ao proprietário por
parte de quem o está a ocupar depende do factor produtivo, pois essa pessoa aufere de algum
tipo de rendimento. (Nunes, 2017)
O facto de vivermos em sociedade exige uma repartição dos rendimentos, que não é nada
mais do que dar a cada pessoa o resultado do seu trabalho em uma qualquer unidade
monetária ou qualquer outra forma de pagamento. Existem várias formas de repartir o
rendimento e existem também a redistribuição dos rendimentos em que existe uma
espécie de “robin dos bosques” para ajudar os mais desfavorecidos das sociedades, e esse
papel cabe, geralmente, ao Estado. (Raquel, 2010, p. 21)

1.2.3.1 Repartição funcional de rendimento


Chama-se repartiçao funcional de rendimento a forma como o remdimento nacional se
reparte tendo em atençao as funçoes que os factores produtivos(trabalho e capital)
desempenheram no processo produtivo
A repartição funcional do rendimento mostra-nos como são remunerados os diferentes
intervenientes no processo produtivo, tendo em atenção as funções por eles
desempenhadas. Com efeito, os salários são a contrapartida da função desempenhada
pelos trabalhadores no processo produtivo, enquanto que a contrapartida para os
detentores do capital se traduz em juros, rendas e lucros. (Raquel, 2010, p. 21)

A repartição pessoal do rendimento permite-nos analisar como é que os rendimentos


se distribuem pelos agregados familiares de uma dada comunidade. Através da análise
podemos apreciar o grau de desigualdade dessa distribuição, as desigualdades salariais. O
rendimento pessoal disponível é um indicador do rendimento pessoal. Como sabemos, as
famílias têm por principal função consumir. Os seus recursos são constituídos,
fundamentalmente, pelas remunerações pagas pelos outros sectores institucionais. (Varian,
2012)
1.2.3.2 Repartição Pessoal do Rendimento
A repartição pessoal do rendimento permite-nos analisar como é que os rendimentos
se distribuem pelos agregados familiares de uma dada comunidade. Através da análise
podemos apreciar o grau de desigualdade dessa distribuição, as desigualdades salariais.
(Varian, 2012)
O rendimento pessoal disponível é um indicador do rendimento pessoal. Como
sabemos, as famílias têm por principal função consumir. Os seus recursos são constituídos,
fundamentalmente, pelas remunerações pagas pelos outros sectores institucionais.
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1.2.3.3 Redistribuição dos rendimentos
A repartição do rendimento pode ser analisada, quer segundo a óptica da repartição
funcional, quer ainda através da repartição pessoal. Na repartição pessoal verificamos a
existência de desigualdades de rendimentos. Para reduzir as desigualdades existentes na
repartição dos rendimentos, torna-se necessário garantir a toda a comunidade,
independentemente dos rendimentos provenientes da actividade exercida por cada um, um
conjunto de prestações sociais consideradas fundamentais. (Varian, 2012)
Este objectivo é atingido através da redistribuição dos rendimentos segundo um
processo de transferência de rendimentos, principalmente do Estado para a população mais
carenciada (idosos, doentes, famílias pobres, desempregados, etc.). Este processo tem como
finalidades a protecção individual e a correcção das desigualdades sociais.
O sistema de redistribuição pode intervir na economia quer através das transferências
sociais (prestações sociais e serviços gratuitos), quer também pela desigual incidência da
carga fiscal, por exemplo, ao isentar dos impostos os detentores de rendimentos mais baixos.
A redistribuição realiza-se através de diferentes instituições, como por exemplo, a
Administração Pública Central e Local, a Segurança Social e o Fundo de Desemprego e outras
organizações. Estas instituições canalizam as transferências quer para as empresas quer para
as famílias, sob diversas formas, nomeadamente: (Varian, 2012)
Para as famílias:
 Fornecimento de bens e serviços colectivos, gratuitamente ou através de pagamento
parcial;
 Pensões e subsídios vários;
Para as empresas:
 Subsídios à produção em determinados sectores;
 Isenção de impostos;
O essencial da redistribuição é feito através da Segurança Social.
1.2.3.4 Politicas De Actuação
- Politicas de Preços para combater as desigualdades;
- Politica Fiscal para adequar o consumo ao rendimento, actuando sobre os impostos
(directos ou indirectos), agir sobre a procura através da regulação fiscal; criação de impostos
cuja matéria colectável é os rendimentos dos cidadãos, com taxas progressivas, ou seja,
dependendo dos rendimentos, estão sujeitos a maiores ou menores taxas (IRS). Com as
receitas que arrecada em termos de impostos, o Estado intervém na actividade económica na
perspectiva de minimizar as desigualdades existentes entre os cidadãos. (Varian, 2012)

10
1.2.4 PREÇOS E MERCADOS
1.2.4.1. Mercado – noção
Em todas as cidades existe frequentemente um mercado, por vezes realizado na praça
do mercado, no qual se compram (se se for cliente) e se vendem (se se for comerciante)
produtos de consumo.
«Na acepção primitiva a palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado onde
os agentes económicos realizavem as suas transacções. Mas, o conceito de mercado, na sua
acepção económica está distante dessa tradição. Já não existe a conotação geográfica.»
(Raquel, 2010, p. 23)
Podemos então dizer que o mercado represanta qualquer situação de encontro entre
vendedores, os que oferecem, e os consumidores, os que procuram. Deste encontro resultará a
definição do preço e da quantidade a transaccionar do bem ou do serviço. (Raquel, 2010)
O papel do mercado não se limita à determinação do preço de equilibrio. A activade
económica nunca se interrompe, e os preços modificam-se sem cessar.
Assim, a procura de um produto superior á sua oferta não apenas provoca uma alta dos
preços, mas também um conjunto de fenómenos económicos interligados. O “sinal” foi
dado, os produtores irão produzir mais, talvez contratar mais trabalhadores e
eventualmente adquirir novas máquinas (na esperança de gastos mais elevados), isto é,
investindo. Este fen´meno tem repurcussoes noutro mercados (de capitais se a empresa
pede emprestado para financiar o investiemnto, e o mercado do emprego), e é todo o
sistema económico que se encontra alterado. (Raquel, 2010, p. 23)

A exclusiva regulação da actividade ecnómica pelo mercado constitui uma certa forma
de conceber o funcionamento da economia. Esta é então considerada como um conjunto de
mercados que asseguram o correcto funcionamento da economia, sem a presença do Estado.
1.2.4.2 Mecanismos de mercado – lei da oferta e da procura
«A procura designa a quantidade de bens, serviços ou capitais que os compradores
estão dispostos a adquirir a um determinado preço, num dado período, tendo em conta os
seus rendimentos e as suas preferências.» (Nunes, 2017, p. 16)
A procura e o consumo são duas realidades distintas que não devem confundir-se.
Com efeito, enquanto a procura reflecte a intenção de compra face a determinado preço, o
consumo traduz-se numa despesa que já foi efectuada pelo comprador.
Para cada bem existe uma procura individual e uma procura agregada. A procura
individual é a quantidade desse bem que um consumidor está disposto a adquirir a um
determinado preço. A procura agregada (ou global) é a soma de todas as procuras
individuais. A procura é uma função decrescente em relação ao preço, quer isto dizer que
quando o preço de um bem se eleva, a quantidade procurada desse bem diminui. (Rocha,
A. et. al., 2011, s/p)
11
Pelo contrário, quando desce o preço aumenta a quantidade procurada. São duas as
razões normalmente apontadas para este facto: (Varian, 2012)
 O aumento de preço de um bem A torna mais atraente a compra de um outro bem que
satisfaça a mesma necessidade a um preço mais baixo. É o “efeito substituição”.
 Por outro lado, se tudo o resto se mantiver constante, baixando o preço do bem A, o
consumidor fica com maior poder de compra, ou seja, é como se o seu rendimento
tivesse aumentado. É o chamado “efeito rendimento”.
A oferta consiste na quantidade de bens e serviços que os vendedores estão dispostos a
vender por um determinado preço, num dado período de tempo.
Assim, o conjunto da produção de fruta de um país pode não constituir a oferta real
dos produtores, porque estes podem muito bem decidir destruir uma parte dessa produção, se
considerarem que não vão ser remunerados convenientemente.
Logo, só a quantidade de bens que os vendedores estão na disposição de vender é que
constitui a oferta. Tal como a procura, a oferta é função do preço de mercado. Significa
isto que as quantidades oferecidas dependem dos níveis de preços. Com efeito, a oferta
aumenta sempre que sobem os preços e diminui sempre que os preços descem. Assim, a
oferta é uma função crescente em relação ao preço. Mas, não é apenas o preço do bem
que influencia o nível da oferta desse bem. (Rocha, A. et. al., 2011, s/p)

Com efeito, outros factores podem ter influência, nomeadamente os custos dos
factores de produção, a tecnologia, os preços dos bens complementares e dos bens
substituíveis, etc.
Todo o produto objecto de troca no mercado é sujeito a uma oferta e a uma procura,
variável segundo o nível de preços. Se traçarmos sobre um mesmo gráfico cartesiano a curva
da oferta e a curva da procura, podemos determinar graficamente o preço de equilíbrio.
Este preço é aquele em que a oferta iguala a procura, ou seja, aquele preço em que as
intenções dos produtores (oferta) e as intenções dos compradores (procura) são iguais.
1.2.4.3 Estrutura dos mercados
Uma possível classificação dos mercados consiste em partir do número de vendedores.
É então possível dar nomes particulares a certas situações que se podem observar facilmente
na vida económica.
Concorrência: A noção de concorrência possui um sentido corrente e um significado
económico. Em sentido corrente, a concorrência corresponde a uma competição, uma
confrontação entre vários vendedores (ou compradores) de um mesmo produto. Por extensão,
a concorrência designa também as outras empresas que estão no mesmo mercado que ela
própria.
12
Figura 3: Classificação dos mercados

Em sentido económico, a concorrência designa uma estrutura de mercado em que os


vendedores e os compradores são suficientemente numerosos para que nenhum deles possa
exercer uma influência significativa sobre os preços; só os mecanismos de mercado
determinam o preço de equilíbrio que se impõem portento a todos.
A teoria neoclássica define uma concorrência pura e perfeita. A concorrência é pura
quando existe atomicidade (os compradores e os vendedores são numerosos, ao ponto de
não poderem por si só influenciar os preços), homogeneidade (os produtos
transaccionados são idênticos e substituíveis entre si – eles permitem satisfazer as
mesmas necessidades) e verifica-se o princípio da livre entrada no mercado (não existe
nenhum entrave ou barreira à entrada de novas empresas no mercado).

A concorrência é perfeita se estiverem reunidas as hipóteses da transparência (a


informação dos agentes económicos – em particular acerca da qualidade dos produtos – é
total) e da mobilidade dos factores de produção (o trabalho e o capital devem podem orientar-
se para os empregos mais remunerados.
Quando pelo menos uma dentre elas não se verificar, a concorrência é considerada
imperfeita. O monopólio e o oligopólio são as duas principais formas de concorrência
imperfeita
Quando um só vendedor propõe um certo produto, trata-se de um monopólio (o
monopólio é bilateral se houver também um único comprador). Uma empresa que é única no
mercado pode fixar ela própria o seu preço. Este preço é superior àquele que resultaria da
livre concorrência no seu próprio mercado, mas não pode subir sem limite. Com efeito, existe
um limite para o poder de monopólio: a procura do consumidor, esta baixará se o preço
aumentar. Existe ainda o monopólio descriminaste (clientes que estão dispostos a pagar mais,
por exemplo as viagens em classe executiva). (Nunes, 2017)
A existência de monopólios explica-se sobretudo pela presença de custos fixos
elevados, tendo em conta a dimensão do mercado. Com efeito, estes custos (infra-estruturas

13
dispendiosas, despesas de investigação exorbitantes) são muito elevados para poderem ser
amortizados se existir mais do que uma empresa.
Quando alguns vendedores partilham um mercado, achamo-nos perante um oligopólio.
Cada vendedor pode influenciar o preço e cada um deles decide tendo em conta o que farão os
outros. Para evitar conflitos, as empresas em situação oligopolística procuram entender-se
(cartel). Estes acordos contudo são ilícitos e interditos pela política da concorrência.
1.3 NECESSIDADES
1.3.1 Necessidade – noção e classificação
O objectivo da actividade económica é satisfazer as necessidades através da produção.
O termo necessidade é utilizado muito frequentemente no nosso quotidiano e designa,
geralmente, um estado de carência ou de mal-estar que se sente pela falta de qualquer coisa ou
pela não realização de qualquer acto, por exemplo, a necessidade de comer ou de ir ao
cinema. (Nunes, 2017)
Contudo, na terminologia económica, a noção de necessidade engloba tudo aquilo que se
deseja, desde uma refeição num restaurante até uma jóia mais cara. As necessidades
renovam-se e diversificam-se constantemente, podendo ser consideradas ilimitadas.
Apresentam ainda outras características tais como a multiplicidade, pois os indivíduos
desejam cada vez mais coisas, para além daquelas que são indispensáveis à sua
sobrevivência; a saciabilidade, ou seja, a intensidade de uma necessidade diminui à
medida que é satisfeita; a interdependência, isto é, as necessidades ou são substituíveis
umas pelas outras, por exemplo, o cinema pela discoteca, ou (Rocha, A. et. al., 2011,
s/p)

A classificação das necessidades pode ser feita de acordo com os seguintes critérios: a
natureza das necessidades, o modo de satisfação das necessidades e o custo das necessidades.
Assim, de acordo com estes critérios, teremos a seguinte classificação das necessidades:

1.3.2 Critério da natureza das necessidades


 Necessidades primárias: são aquelas cuja satisfação é indispensável para assegurar a
sobrevivência do indivíduo (alimentação, vestuário, etc.)
 Necessidades secundárias: dizem respeito a tudo aquilo que é necessário, mas não é
indispensável à sobrevivência do ser humano (leitura, divertimentos, etc.)
 Necessidades terciárias: compreendem o supérfluo (por exemplo, as jóias, os
perfumes, etc.)

As necessidades variam de país para país, de modo de vida para modo de vida e,
dentro da mesma sociedade, variam consoante os grupos sociais. Assim, enquanto na
Alemanha possuir um frigorifico é considerada uma necessidade primária, nos países
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subdesenvolvidos tal necessidade pode ser considerada um “luxo”. Igualmente as
necessidades variam no tempo. Com efeito, muitas das necessidades primárias dos nossos
dias, eram há décadas atrás consideradas supérfluas. (Nunes, 2017)

1.3.3 Critério do modo de satisfação das necessidades:


- Necessidades individuais: são aquelas cuja satisfação é pessoal. No entanto, a sua
não satisfação individual não impede que os outros membros da colectividade satisfaçam essa
mesma necessidade (o facto de um individuo ter fome não significa que tal aconteça a todos
os membros da colectividade).
- Necessidades colectivas: são aquelas que resultam da vida em sociedade e dizem
respeito a todos os seus membros. Estas necessidades são satisfeitas por bens necessários a
toda a colectividade (necessidade de segurança, de justiça, etc.) (Nunes, 2017)

Estas duas categorias de necessidades são interdependentes, pois para a colectividade


se interessar por exemplo por comprar carro (uma necessidade individual), é necessário que as
infra-estruturas como as estradas (necessidade colectiva) estejam ao nível dessa satisfação.

1.3.4 Critério do custo das necessidades:


- Necessidades não económicas: são aquelas cuja satisfação não implica o dispêndio
de moeda (por exemplo, a necessidade de respiração, pois nada pagamos pelo ar)
- Necessidades económicas: as necessidades não económicas são uma excepção
porque geralmente somos obrigados a despender moeda para satisfazer as nossas
necessidades. (Nunes, 2017)

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CONCLUSÃO
Findo o trabalho concluímos que A expressão actividade económica designa o
conjunto de relacionamentos e de tarefas realizadas pelos diferentes agentes económicos com
vista à obtenção dos bens necessários à satisfação das suas necessidades através da utilização
racional e eficiente dos recursos produtivos que tem disponíveis.
Neste conceito de actividades económica estão incluídas actividades como a produção
de bens e de serviços, o consumo, a repartição do rendimento, preços e mercados
Os bens são os meios através dos quais os indivíduos podem satisfazer as suas
necessidades. Produção consiste do ponto de vista técnico transformar um bem.
A actividade económica tem como objectivo a produção de bens e serviços que se
destinam à satisfação das necessidades. É através do consumo que o homem satisfaz as suas
necessidades.
A actividade produtiva e a formação de rendimentos andam de mão dadas. A uma
família, os seus rendimentos provêm da actividade produtiva, que seja exercida por eles ou
por outros. Na acepção primitiva a palavra mercado dizia respeito a um lugar determinado
onde os agentes económicos realizassem as suas transacções. Mas, o conceito de mercado, na
sua acepção económica está distante dessa tradição. Já não existe a conotação geográfica.
Concernentes as necessidades vimos que o objectivo da actividade económica é
satisfazer as necessidades através da produção. O termo necessidade é utilizado muito
frequentemente no nosso quotidiano e designa, geralmente, um estado de carência ou de mal-
estar que se sente pela falta de qualquer coisa ou pela não realização de qualquer acto, por
exemplo, a necessidade de comer ou de ir ao cinema.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Nunes, Paulo. (2017). Actividade económica. Disponível em: https://knoow.net/cience
conempr/economia/atividade-economica/Acessado em: 29/11/2021
Raquel, S. actividades económicas: actividade empresária e mercados. São Paulo: Atlas,
2010.
Rocha, A. et. al. Aspectos da Actividade económica . Brasília: Senado Federal, Consultoria
Legislativa, 2011.

Varian, Hal. Microeconomia: uma abordagem moderna. Tradução de Elfio Ricardo Daninelli.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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