Você está na página 1de 3

ECONOMIA DE ESCALA

As economias de escala são aquelas em que o aumento na produção resulta em uma


queda do custo médio do produto.
Para aumentar sua produção, é comum que a empresa tenha de aumentar também os
fatores produtivos utilizados no processo, como sua quantidade de máquinas e seu número de
trabalhadores. A economia de escala acontece quando o custo desse investimento cresce
menos do que a produção resultante dele.
Economias de escala são os factores que conduzem à redução do custo médio de
produção de um determinado bem à medida que a quantidade produzida aumenta.
Desta forma, pode custar €25.000 produzir 1.000 pares de sapatos mas apenas
€100.000 a produzir 10.000 pares. No primeiro caso, o custo unitário de produção é de €25
por par, enquanto no segundo caso apenas de €10 por par. Ora, se a empresa vender o par de
sapatos a €35, ela poderá estar numa situação de prejuízo no primeiro cenário e numa situação
confortável de lucro no segundo.
O conceito de economia de escala é, portanto, uma relação não proporcional entre os
custos médios dos produtos e o volume de produção.
Um outro exemplo de indústria que trabalha com economia de escala é a de
softwares. Nela, o maior custo é o de desenvolvimento do programa. Como o custo associado
à produção de cópias desse programa é ínfimo, o aumento na produção resultará na diluição
do custo de desenvolvimento, resultando em um custo médio menor por produto
comercializado.
1) Economia de escala interna e externa
O significado de economia de escala, em geral, está associado à economia interna das
empresas, que tem meios de reorganizar seu processo produtivo a fim de reduzir seus custos
por unidade.
No entanto, a economia de escala também pode ser externa. Isso acontece quando há,
por exemplo, alterações na economia local ou regional ou mudanças sociais que não são
controladas pela empresa, mas que podem ser aproveitadas por ela. Um exemplo é o
incremento na malha de transportes, que pode ampliar o escoamento dos produtos.
2) Deseconomia de escala

1
Adaptado por: Felisberto Francisco J. Senga
A deseconomia de escala é o processo inverso ao da economia de escala. Ela acontece
quando o custo com os fatores de produção cresce mais do que a produção resultante desse
investimento, resultando em um aumento no custo médio por unidade produzida.
Um exemplo é quando uma empresa que tinha apenas um funcionário executando um
serviço contrata outro pensando em aumentar a produção, mas o novo colaborador possui uma
produtividade menor do que o anterior. Nesse caso, a empresa dobrou seu custo com mão de
obra, mas não conseguiu dobrar a produção.
3) Diferença entre economia de escala e economia de escopo
A definição de economia de escala considera a relação do custo médio por unidade
com o volume produzido. Já a economia de escopo acontece quando a redução nesse custo
médio se dá pela produção conjunta de mais de um produto ou serviço.
Em outras palavras, na economia de escopo, se uma mesma empresa produzir
conjuntamente dois bens ela terá um custo menor do que se duas empresas produzirem esses
dois bens separadamente.
A existência de matérias-primas comuns entre esses dois ou mais produtos e a
complementaridade na sua produção são alguns dos fatores que podem gerar economias de
escopo.
4) Obtenção de economias de escala
É possível obter-se economias de escala se a empresa, ao aumentar a sua produção,
mantém inalterados (ou aumentando menos do que proporcionalmente) os seus custos fixos.
Se, no exemplo anterior, a empresa aumenta dez vezes a sua produção, passando de
1.000 pares de sapatos para 10.000 pares, sem necessitar de um aumento da mesma ordem de
grandeza dos seus custos com rendas e alugueres, patentes, investigação e desenvolvimento,
design, publicidade ou custos administrativos, ela é capaz de reduzir o custo médio de
produção. É capaz obter este efeito mesmo que os custos variáveis, como as matérias-primas e
consumíveis aumentem na mesma proporção do aumento da produção.
As economias de escala explicam por que razão algumas empresas, principalmente as
do setor industrial, crescem de forma tão expressiva. Os ganhos de competitividade ao nível
da redução de custos unitários podem ser tão importantes em setores muito concorrenciais ao
ponto de determinar que uma empresa tem forçosamente que possuir uma dimensão mínima
(que pode ser até bastante considerável) para simplesmente poder entrar num determinado
setor.

2
Adaptado por: Felisberto Francisco J. Senga
Os setores onde a obtenção de economias de escala é mais comum são:
 Automóvel
 Exploração petrolífera
 Petroquímica
 Grande distribuição
 Telecomunicações
 Banca
 Farmacêutica
Esta lista está longe de ser exaustiva. No limite, diríamos mesmo que todos os setores
podem beneficiar de economias de escala, desde que exista algum grau de padronização da
sua produção. Elas são a principal razão para as fusões e aquisições de empresas.
A procura de economias de escala tem um lado negativo: a complexidade. Algumas
empresas tornam-se tão grandes que são praticamente impossíveis de gerir de forma eficiente.
Os gestores de topo dessas organizações gigantes não têm outra opção se não a de criar
diversos níveis hierárquicos, mecanismos de controlo e todo o tipo de estruturas de apoio à
gestão. A complexidade anula, pelo menos parcialmente, o benefício das economias de escala.

3
Adaptado por: Felisberto Francisco J. Senga

Você também pode gostar