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CRIMES AMBIENTAIS
Grupo nº 12
Período: Diurno
Ano: 2º
Docente
CRIMES AMBIENTAIS
INTEGRANTES DO GRUPO Nº 12
Este trabalho tem como objetivo explorar a natureza, as causas e as consequências dos
crimes ambientais, bem como analisar as medidas de prevenção e combate a esse tipo de crime.
Serão abordados casos emblemáticos de crimes ambientais ao redor do mundo, destacando os
desafios enfrentados na aplicação da legislação ambiental.
Por meio desta análise, busca-se contribuir para a compreensão da complexidade dos
crimes ambientais e para a busca de soluções eficazes e sustentáveis para a preservação do meio
ambiente e da qualidade de vida das futuras gerações.
Objectivo Geral
Objectivos específicos
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CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os crimes ambientais são atos que causam danos significativos ao meio ambiente,
violando leis e regulamentos destinados à proteção ambiental. Esses crimes podem assumir
várias formas, incluindo a poluição da água, do ar e do solo, o desmatamento ilegal, a caça
ilegal de animais silvestres, o tráfico de espécies protegidas, entre outros. Cada um desses tipos
de crime ambiental tem impactos específicos sobre o meio ambiente e a vida selvagem,
contribuindo para a degradação dos ecossistemas e a perda de biodiversidade. (Gomes &
Maciel, 2015).
A poluição da água, por exemplo, ocorre quando substâncias nocivas são despejadas em
rios, lagos e oceanos, prejudicando a qualidade da água e afetando a vida aquática. Já o
desmatamento ilegal é a prática de remover árvores de forma ilegal, muitas vezes para a
criação de áreas agrícolas ou pastagens, resultando na destruição de habitats naturais e na
perda de biodiversidade.
O tráfico de animais silvestres, por sua vez, envolve a captura e o comércio ilegal de
espécies protegidas, causando danos irreparáveis à fauna e à flora. Esses crimes ambientais não
apenas afetam diretamente o meio ambiente, mas também têm impactos sociais e econômicos,
prejudicando comunidades locais que dependem dos recursos naturais para sua subsistência.
(Gomes & Maciel, 2015).
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Outro exemplo é a poluição industrial, que ocorre em muitos países devido à falta de
regulamentação e fiscalização. O despejo de resíduos químicos em rios e oceanos contamina a
água e afeta a vida aquática, além de representar um risco para a saúde humana. Além disso, a
pesca ilegal de espécies ameaçadas de extinção e a caça ilegal de animais selvagens são
exemplos de crimes ambientais que afetam diretamente a biodiversidade e os ecossistemas.
(Machado, 2011).
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1.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL A NÍVEL
INTERNACIONAL
(…) a causa do ambiente no Leste da Europa chegou mesmo a ser estritamente identificada
com a luta dos movimentos pela redução dos poderes e da esfera de actuação do Estado,
sendo de se realçar, a título identificativo, o caso do “Ecoglasnot”, grupo de protesto
ambientalista da Bulgária. A “causa verde” ganha uma dimensão tal nos países ocidentais
desenvolvidos que, neste momento, não há políticos, industriais ou agências de publicidade
que não abordem a questão do ambiente como uma das suas prioridades de acção. Alguns
movimentos ecologistas transformaram-se mesmo em partidos políticos – os Partidos
Verdes – que passaram a ganhar espaço na vida política de alguns países europeus e mesmo
em alguns países do terceiro mundo.
A preocupação da humanidade para com as questões do ambiente é, no entanto, recente
e tem a sua origem nos finais dos anos 60 nos países ocidentais mais desenvolvidos. A partir
dessa altura, como consequência do movimento da opinião pública e dos alertas feitos pelos
cientistas face à degradação do meio ambiente, os governos começaram a preocupar-se com o
estado geral do ambiente e a aprovar os primeiros textos legislativos destinados a lutar contra a
poluição das águas e do ar, sendo criados, paralelamente, os primeiros órgãos administrativos
especializados dedicados ao ambiente. (Cysne & Amador, 2000)
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Aos 15 de Setembro de 1968, os Chefes de Estado e de Governo africanos assinam a
Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Esta
Convenção abarca a conservação e utilização dos solos, das águas, da floresta e dos recursos da
fauna. Aponta alguns princípios que terão uma grande importância para a evolução do Direito
do Ambiente, nomeadamente: a protecção não deve ser somente das espécies ameaçadas mas
também do seu habitat e a proclamação da responsabilidade especial do Estado na protecção
das espécies raras que se encontram sob sua jurisdição. (Cysne & Amador, 2000)
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internacional, de um conjunto de normas que visam regulamentar e proteger o ambiente que
vão desde a Declaração de Estocolmo de 1972 até à aprovação de outros instrumentos jurídicos
adoptados nesta área pela comunidade internacional. (Cysne & Amador, 2000)
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1.6 QUADRO LEGAL DAS CONSIDERAÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS -
LEIS AMBIENTAIS DE ANGOLA
Angola apresenta uma grande diversidade ecológica, devido à sua extensão territorial,
variação fisiográfica, diversificação climática e geológica e posição central entre as duas
maiores divisões faunísticas e florestais da região etiópica e uma rica rede hidrográfica servida
por numerosos rios. Apesar de não haver ainda um grave problema no desequilíbrio do
ecossistema, Angola apresenta já situações que merecem preocupação no domínio ambiental.
São os casos, a título exemplificativo, da exploração mineira e particularmente dos diamantes,
da poluição marítima, da exploração pesqueira ou ainda da acção da guerra.
As principais leis ambientais vigentes em Angola são: (1) a Lei de Base do Ambiente; (2)
a Lei de Avaliação de Impacto Ambiental e (3) a Lei de Águas. A Lei de Avaliação de
Impacto Ambiental (Julho de 2004) e a de Águas (Fevereiro de 2002) foram publicadas
através da aprovação do Conselho de Ministros, com base na Lei de Base do Ambiente
aprovada em Junho de 1999. Tendo em vista que estas leis foram aprovadas recentemente,
logo após o findar da guerra civil, os detalhes sobre os procedimentos de implementação,
directrizes e normas não estão ainda estabelecidos. (MINTRANS, 2006, p. 71)
Iremos no presente trabalho destacar a Lei de Base do Ambiente.
A Lei de Base do Ambiente (nº 5/98 de 19 de Junho, p. 1), no seu prologo considera
que:
A experiência acumulada nos últimos anos tanto a nível internacional como nacional, tem
produzido uma nova consciência global acerca das implicações ambientais do
desenvolvimento humano, traduzida por uma cada vez maior responsabilização da
sociedade como um todo, diante das referidas implicações. Entretanto, cabe aos Estados,
em primeiro lugar, definir políticas ambientais que correspondam a essa nova consciência
global, com o objectivo não só de renovar ou utilizar correctamente os recursos naturais
disponíveis, garantindo assim o desenvolvimento sustentado de toda a humanidade, como
também de assegurar, permanentemente, a melhoria dá qualidade de vida dos cidadãos. No
caso de Angola, tal imperativo, está expressamente consagrado na Lei Constitucional no nº
2 do artigo 12,° e nos nºs 1, 2 e 3 do artigo 24.º.
A LBA (Lei de Base do Ambiente ), consagra quatro tipos de instrumentos de protecção
do ambiente: formativos (educação ambiental); preventivos (áreas de protecção ambiental;
avaliação de impacto ambiental; licença ambiental), repressivos (auditorias; contravenções e
crimes ambientais); e reparatórios (responsabilidade civil e seguro ambiental). (Gomes, 2012).
A LBA deixa bem vincada uma das regras de ouro do Direito do Ambiente: autorização
prévia de qualquer actividade que possa causar impactos ambientais significativos.
A conjugação das duas vias afigura-se o melhor modelo. Por um lado, a via contravencional
apresenta as vantagens da celeridade (por ser aplicada pela Administração), da
possibilidade de cumulação de sanção pecuniária com sanção acessória, do alcance de
situações negativas mas não tão graves que justifiquem a privação da liberdade, revelando,
em contrapartida, as desvantagens da ineficácia (quando as multas são tão baixas que
compensem aos infractores pagar para infringir), da maior proximidade com o infractor e
da tentação da tolerância. A via penal, por seu lado, confere maior dignidade ao bem
jurídico ambiente, na medida em que veicula a aplicação de sanções que envolvem uma
censura social agravada, com privação da liberdade ─ mas tem a desvantagem da
morosidade (pois a condenação só pode ser emanada pelo poder jurisdicional) e, em
sistemas que não contemplem extensões de incriminação de pessoas colectivas, deixa
escapar os maiores poluidores, que são empresas. (Gomes, 2012, p. 14)
De acordo com Gomes (2012), o ordenamento jusambiental angolano segue uma
abordagem fragmentária da repressão, na medida em que não consagra um regime unitário dos
crimes e das contravenções, pulverizando os tipos pelos diplomas sectoriais. Se, no plano
contravencional, as complexidades inerentes aos regimes de autorização administrativa podem
justificar soluções segmentadas, já no plano penal, desde logo pela sensibilidade do valor
máximo da liberdade que se encontra em jogo, faria porventura mais sentido desenhar tipos
mais padronizados, como por exemplo, crime de dano à biodiversidade, crime de dano à água,
crime de dano ao solo.
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1.7 ABORDAGEM CRÍTICA AO QUADRO LEGAL DAS
CONSIDERAÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS - LEIS AMBIENTAIS DE
ANGOLA
Mau grado existirem algumas associações ambientalistas em Angola elas funcionam fora
de um quadro legal pré-definido, porque inexistente e, por esta razão, pouco podem fazer
para intervir na definição das políticas ambientais e na prevenção dos danos ambientais e
ecológicos por não possuírem legitimação processual para o fazerem. Se, por um lado, não
existe dificuldade no enquadramento da defesa do ambiente no regime da tutela dos
interesses difusos interessa, por outro lado, ver como se fará a legitimação processual das
associações ambientalistas em Angola. Seguir-se-á o exemplo de alguns países que
estendem este direito apenas a essas associações ou consagrar-se-á a acção popular e a sua
legitimação no domínio processual, seja ela no processo civil ou no contencioso
administrativo? Interessa aqui referir o papel que estas associações desempenham na defesa
do meio ambiente pelo trabalho que desenvolvem de protecção, prevenção, sensibilização
e educação da opinião pública, sendo, por conseguinte, preciosos auxiliares da
administração pública.
No que respeita à tutela penal do ambiente, muito terá de ser feito uma vez que a
legislação angolana remonta aos finais do século passado e, por conseguinte, não tipifica
nenhum crime de natureza ambiental, o que contribui, em grande medida, para que não existam,
em Angola, processos sobre danos ambientais nem, consequentemente, jurisprudência sobre a
matéria. Apesar desta debilidade legislativa é possível assegurar-se uma melhor protecção do
ambiente fazendo-se a aplicação de normas constitucionais e das actuais normas de Direito
Civil e Direito Criminal. (Cysne & Amador, 2000).
Pode-se inferir, pela exposição feita, que muito tem de ser feito no domínio da defesa
do ambiente em Angola. Apesar da situação de guerra existente, alguns passos estão a ser dados
pelos órgãos competentes do Estado no sentido de se criarem as condições para a recuperação
dos parques e reservas naturais e se prevenirem danos ambientais.
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CONCLUSÃO
Concluímos assim, ressaltando que os crimes ambientais representam uma séria ameaça
ao meio ambiente e à qualidade de vida das populações em todo o mundo. Ao longo deste
trabalho, pudemos observar que esses crimes são motivados principalmente pela busca pelo
lucro fácil, sem consideração pelos impactos negativos sobre os ecossistemas e as comunidades
locais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cysne, M. & Amador, T. (2000). Direito do Ambiente e Redacção Normativa: teoria e prática
nos países lusófonos. Suíça, Cambridge, Reino Unido e Bona, Alemanha: UICN - União
Mundial para a Natureza.
Gomes, L. & Maciel, S. (2015). Lei de Crimes Ambientais: comentários à Lei 9.605/1998. São
Paulo: Método, 2015. MILARÉ, Édis;
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