Huambo / Angola 2019 TEMA 1 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA
1.2 - A dimensão social da economia
A economia é uma ciência social,
debruça-se sobre muitos aspectos da sociedade. Muito dos actos que praticamos no dia-a - dia, tem a ver com actividades económicas. Muito dos graves problemas sócias, tem origem no funcionamento da economia e provocam repercussões na vida dos cidadãos. Ex. O desemprego, a inflação, a desvalorização/depreciação da moeda nacional, dolarização da economia nacional, o fraco investimento privado, a fome, etc. As vezes na nossa vida quotidiana, deparamo-nos com situações que precisamos tomar decisões económicas. Que profissão escolher? Como investir as poupanças? Qual o comportamento dos consumidores quando aumenta o rendimento disponível? Quais os reflexos do aumento dos preços dos factores produtivos e na estrutura dos custos da empresa? Quais os factores que afectam a procura de curto prazo da empresa? Estas e outras questões económicas, exigem uma resposta. Porém a economia nos ajudara a tomar as decisões, para além de nos dar uma visão do funcionamento da actividade económica e de nos possibilitar a termos bases micro e macroeconómicas. Assim, é preciso que as decisões politicas fundamentais que tem de ser tomadas pelos governos, não podem ignorar a dimensão económica. 1.3 A Economia no contexto das ciências sociais. Conforme visto, a economia é uma ciência que estuda a realidade social. Objecto de estudo de outras ciências. No qual algumas são estudadas pelas ciências sócias exactas (Matemática, Física, Biologia…) e outras são estudadas pelas ciências sociais e humanas (Demografia, Sociologia, Direito, Historia, Antropologia, Economia…). Assim como outras ciências sociais, a economia, preocupa-se com a identificação e explicação dos fenómenos sociais, permitindo apresentar explicações mais completa e profunda da realidade social. Podemos também falar em diversos tipos de análise: Económica, histórica, sociológica, etc. Trata-se de uma atitude metodológica que procura integrar o contributo de várias ciências sociais na compreensão da realidade social. Significando que os fenómenos sociais são totais, susceptíveis de serem estudados pelas diversas ciências sócias. Assim, para analise de determinado facto, a economia pode recorrer a Sociologia (fornecimento de dados da procura de certos produtos.) Geografia (Localização, extensão de recursos) Psicologia (fornecimento de dados dos consumidores), Historia, Matemática, Estatística, Contabilidade, etc. 1.4 A ciência económica A palavra economia é de origem grega (Oikos, que significa casa e Nomos que significa; Lei, norma, ordem ou Regra) e foi utilizada pela primeira vez por Xenofonte (435-354 a.C.) e por Aristóteles (348-322 a.C.), significando sabedoria prática do governo da casa. • Para os clássicos como Adam Smith, David Ricardo ou John Stuart Mill, a economia é o estudo do processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços (riqueza). • Para os neoclássicos, a economia pode ser definida como a ciência das trocas ou das escolhas. Lionel Robbins (1918-1984), na sua obra Essay on the Nature and significance of economic sciencie, a Economia é definida enquanto ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos que possuam usos alternativos. Para Alfredo Marshall (1842-1924), a economia é a ciência que estuda as acções dos indivíduos e da sociedade que se relacionam com os aspectos matérias do bem-estar (principles of economics). Para Artur Pigou (1877-1959) é a ciência que estuda a componente do bem-estar, que pode ser medida, directa e indirectamente, em termos monetários (Economics of • Segundo Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus, Economia (ou Ciência Económica) pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor e de como distribuem esses mesmos bens entre os vários indivíduos. Nesta definição estão implícitas duas questões fundamentais para a compreensão da Economia enquanto ciência: por um lado a ideia de que os bens são escassos. Por outro lado a ideia de que a sociedade deve utilizar os recursos de que dispõe de uma forma eficiente, de forma a maximizar a satisfação das suas necessidades. Apesar das varias contribuições dadas em relação a definição da economia, importa dizer que todas elas referem a economia como a Gestão eficaz dos recursos escassos disponíveis com vista o maior bem-estar das pessoas. Sendo que ela esta muito relacionada com a administração de recursos, estuda as formas do comportamento do consumidor, inventaria os seus desejos ilimitados, possibilita o bom funcionamento das empresas e fornece as bases para a formulação de uma politica económica, por parte do estado, visando um fim ultimo: a produção de bens e serviços necessários à satisfação das necessidades das populações, através da utilização racional dos recursos disponíveis e escassos. A economia é uma ciência de escolha entre várias alternativas. Cujo o objecto de estudo são os fenómenos económicos (escassez e a escolha) e actua perante os problemas sócias. Na ciência económica. Encontramos um conjunto de técnicas de análise que nos permitem a efectivação dos vários passos do processo científico. Técnicas de análise económica há a considerar dois grupos; Técnicas de observação e medida (Estatística económica, Historia económica e a sociologia económica) e a Teoria económica. As técnicas de observação e medida fornecem os dados indispensáveis para a explicação e compreensão das realidades económicas que se pretendem analisar. É a fase da obtenção de dados. Estas técnicas permitem, ainda, conhecer o que há, para explicar. A teoria económica, constrói modelos económicos em forma de gráficos, equações, quadros ou programas informáticos para a compreensão, explicação dos fenómenos económicos. Também prever o seu comportamento e fornecer informações. A economia como ciência utiliza o método científico, que normalmente se divide em cinco etapas; 1.Observação da realidade; 2.Formulação de hipóteses (e previsões subsequentes); 3.Experimentação e verificação das hipóteses (e das previsões); 4.Divulgação dos resultados, e 5.Validação pela comunidade científica.
Lei explicativa do comportamento económico.
Princípios básicos que sustentam as escolhas do consumidor: Os recursos são escassos No processo de escolha devemos considerar o custo de oportunidade. O custo real de um bem considera o custo de oportunidade, este reflecte o que o consumidor tem de deixar de consumir quando tiver que fazer escolhas. O custo de oportunidade é de grande importância no processo de escolha. ´´Se`` e ´´Quanto`` são questões a considerar na análise marginal. As decisões sobre se é preciso empregar mais um trabalhador ou não, ou sobre consumir mais uma unidade de um bem são decisões marginais. O estudo de tais decisões é conhecido como análise marginal e tem um papel importante na economia. O consumidor escolhe as alternativas que lhes dão maior satisfação. O estudo de como o consumidor toma as suas decisões é um meio que permite compreender o seu comportamento, o consumidor tenta escolher sempre a melhor alternativa e responde a incentivos. Princípios que facilitam a interacção no mercado. O comércio exige especialização de modo a aumentar a competitividade. Os mercados movem-se em direcção ao equilíbrio. Os recursos devem ser usados de forma tão eficiente enquanto possível para aumentar o nível de bem-estar da sociedade. Quando há falhas no mercado o estado intervém na vida económica.
Os mercados levam normalmente à
eficiência. 1.5 Ramos da economia A economia deve ser considerada segundo dois ramos: A Microeconomia e a Macroeconomia. Cada uma delas observa e utiliza o circuito económico e a actividade económica segundo perspectivas diferentes. Microeconómica: Estuda o comportamento das famílias, das empresas e do estado, as suas decisões e escolhas e a maneira como interagem no mercado de bens e serviços, no mercado de capitais e no mercado de trabalho. Ex. Um desempregado vai escolher ter emprego ou curso? Macroeconomia: Estuda a economia como um todo, ou seja a realidade económica dos países. Examina o comportamento agregado da economia ou seja como as acções de todas as famílias e empresas se inserem no todo. Ex. Qual é a taxa de desemprego? Por outro lado a economia observa a realidade segundo dois objectivos: Na perspectiva positiva e na perspectiva normativa. Na perspectiva positiva, a economia não questiona se a realidade é boa ou má. Mas, refere factos. É aquela em que a economia estuda o que é e como funciona a economia. Ex. A taxa de desemprego atingiu 1,5%. Na perspectiva normativa: refere-se ao que devia ser, e é utilizada para fazer julgamentos, identificar problemas e prescrever soluções. Ex. O estado deve reduzir os escalões do INSS e aumentar o abono de família.