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Curso : Administração

Unidade Curricular: Fundamentos de Economia


Professor: Orlando Ramos do Nascimento Júnior

AULA 01 – ENTENDENDO O QUE É ECONOMIA

SUMÀRIO – seguir a numeração do e-book

{{APRESENTAÇÃO
Caros alunos,
A Economia é um assunto vasto que abrange vários tópicos relacionados à produção,
consumo, poupança, investimento, inflação, emprego e desemprego, renda nacional, comércio
internacional, qualidade de vida, política orçamental, política monetária e assim por diante. A
lista é interminável. Do ponto de vista da melhor compreensão do assunto e para encontrar
uma solução para o problema, é imperativo conhecer a natureza da questão econômicas em
estudo e a área ou ramo em causa com que a questão é tratada.}}

{{Objetivos de aprendizagem
1. Apresentar os fundamentos das ciências econômicas.
2. Possibilitar ao aluno um conhecimento geral dos principais conceitos econômicos;
3. Identificar os problemas de natureza econômica e relacioná-los com situações do dia a
dia;}}

1.1 Introdução

Comecemos pela definição da disciplina de Economia. Definição de Economia


A economia tem sido definida de várias formas. Como resumido por Samuelson,
algumas das definições procuram explicar que a economia:
• analisa como as instituições e a tecnologia de uma sociedade afetam os preços e a alocação
de recursos entre diferentes usos.
• explora o comportamento dos mercados financeiros, incluindo as taxas de juro e os preços
das ações.
• examina a distribuição de renda e sugere maneiras pelas quais os pobres podem ser ajudados
sem prejudicar o desempenho da economia.
• estuda o ciclo econômico e examina a forma como a política monetária pode ser utilizada
para moderar as oscilações do desemprego e da inflação.
• estuda os padrões de comércio entre as nações e analisa o impacto das barreiras comerciais.
• analisa o crescimento nos países em desenvolvimento e propõe formas de incentivar a
utilização eficiente dos recursos.
• pergunta como as políticas governamentais podem ser usadas para perseguir objetivos
importantes, como o rápido crescimento econômico, o uso eficiente dos recursos, o pleno
emprego, a estabilidade de preços e uma distribuição justa da renda.
Um tema comum que atravessa todas essas definições é que a escassez é um fato da
vida cotidiana das pessoas e que um uso eficiente desses recursos escassos pode ser
encontrado. É assim que definimos a economia como uma ciência que lida com a escassez.
Explica o comportamento das diferentes unidades económicas, famílias, empresas,
governo e da economia no seu conjunto, quando se deparam com escassez.

1.2 Fundamentos Teóricos e Epistemológicos do termo economia

Na evolução do pensamento econômico ,que a partir da definição da economia como


ciência social nos meados do século XVIII até a atualidade , temos várias possibilidades de
como efetuar os estudos e análises sobre a ciência econômica, se por métodos indutivos , ou
por positivistas-empíricos, se existe um rigor científico como nas ciências naturais (Química,
Física) ou se devemos analisar os fenômenos com proposições justificadas por análises lógicas
com rigor , estabelecendo assim um axioma universal , a priori.

Metodologia em economia refere-se ao estudo dos métodos e princípios utilizados no


processo de realização de pesquisas econômicas. Envolve o desenvolvimento de ferramentas e
técnicas para coleta e análise de dados, bem como a formulação de teorias e modelos que
podem ser usados para explicar fenômenos econômicos.

Os economistas usam vários métodos para estudar o comportamento de indivíduos,


empresas e mercados. Estes incluem análise estatística, modelagem econométrica, teoria dos
jogos e economia experimental. Eles também usam várias fontes de dados, como dados de
pesquisa, dados administrativos e dados do mercado financeiro, para testar suas teorias e
modelos.
A metodologia econômica também envolve o desenvolvimento de critérios para avaliar
a validade e a utilidade de teorias e modelos econômicos. Esses critérios incluem relevância
empírica, consistência teórica e precisão preditiva. Os economistas também debatem o papel
das suposições e simplificações nos modelos econômicos, bem como o nível apropriado de
abstração na modelagem de fenômenos econômicos.

A economia como disciplina está preocupada com a produção, distribuição e consumo


de bens e serviços. Preocupa-se com a forma como indivíduos, empresas e governos tomam
decisões sobre como alocar recursos e como essas decisões afetam os resultados econômicos.

A economia é muitas vezes dividida em dois ramos principais: microeconomia e


macroeconomia. A microeconomia estuda o comportamento de indivíduos, empresas e
mercados, enquanto a macroeconomia estuda o comportamento da economia como um todo,
incluindo tópicos como inflação, desemprego e crescimento econômico.

Os economistas usam vários modelos e teorias para analisar fenômenos econômicos.


Estes incluem modelos de oferta e demanda, modelos de teoria dos jogos e modelos
keynesianos e neoclássicos de comportamento macroeconômico. Eles também usam técnicas
econométricas para testar suas teorias e modelos contra dados do mundo real.

A economia tem uma ampla gama de aplicações, incluindo políticas públicas, finanças,
negócios e comércio internacional. Os economistas trabalham no governo, na academia, em
instituições de pesquisa e no setor privado, usando seus conhecimentos de economia para
informar a tomada de decisões e entender as complexas interações entre indivíduos, empresas e
mercados.

Metodologia refere-se ao conjunto de princípios, procedimentos e práticas usadas para


conduzir pesquisas e investigações em um determinado campo de estudo. Em economia,
metodologia refere-se aos vários métodos e técnicas utilizados para analisar e compreender os
fenômenos econômicos.

A metodologia econômica pode ser dividida em duas abordagens principais: teórica e


empírica. A metodologia teórica envolve o desenvolvimento de modelos e teorias econômicas
que tentam explicar o comportamento e os resultados econômicos. Esses modelos geralmente
são baseados em um conjunto de suposições sobre o comportamento de indivíduos, empresas e
mercados. A metodologia teórica também envolve o uso de ferramentas matemáticas e
estatísticas para analisar e testar modelos econômicos.
A metodologia empírica, por outro lado, envolve a coleta e análise de dados para testar
teorias e modelos econômicos. Isso envolve o uso de vários métodos de pesquisa, como
pesquisas, experimentos e análises estatísticas, para coletar e analisar dados. A metodologia
empírica também envolve o uso de modelos econométricos, que são modelos estatísticos
usados para analisar dados econômicos e testar teorias econômicas.

Além da metodologia teórica e empírica, a economia também incorpora abordagens


interdisciplinares, como a economia comportamental, que se baseia na psicologia para entender
como o comportamento humano afeta os resultados econômicos, e na economia ambiental, que
examina a relação entre a atividade econômica e o ambiente natural.

No geral, a metodologia utilizada na economia visa compreender e explicar o


comportamento de indivíduos, empresas e mercados, bem como os resultados econômicos que
resultam desse comportamento. Usando uma combinação de métodos teóricos e empíricos, os
economistas procuram desenvolver uma compreensão mais profunda dos fenômenos
econômicos e fornecer insights que possam informar as decisões políticas e melhorar os
resultados econômicos.

Metodologia e economia são dois campos de estudo relacionados, mas distintos.

Metodologia refere-se aos princípios, procedimentos e técnicas utilizados na realização


de pesquisas científicas. Em economia, a metodologia refere-se aos métodos usados para
estudar fenômenos econômicos, como mercados, comportamento do consumidor e políticas
econômicas.

A economia, por outro lado, é o estudo de como as sociedades alocam recursos


escassos para satisfazer as necessidades e desejos humanos. Preocupa-se com a produção,
distribuição e consumo de bens e serviços.

Em economia, várias metodologias são usadas para analisar fenômenos econômicos.


Estes incluem modelos teóricos, análise estatística e pesquisa empírica. Modelos teóricos são
usados para explicar fenômenos econômicos usando suposições e raciocínio lógico. A análise
estatística envolve o uso de métodos estatísticos para analisar dados e testar hipóteses. A
pesquisa empírica envolve a coleta e análise de dados por meio de observações e experimentos.

A economia é dividida em vários subcampos, como microeconomia, macroeconomia,


economia internacional e economia do desenvolvimento. A microeconomia está preocupada
com o comportamento de consumidores, empresas e mercados individuais, enquanto a
macroeconomia se concentra no comportamento da economia como um todo, incluindo
inflação, desemprego e crescimento econômico. A economia internacional estuda a economia
global e a interação entre diferentes países, enquanto a economia do desenvolvimento está
preocupada com o desenvolvimento econômico dos países menos desenvolvidos.

Em resumo, a metodologia e a economia são ambos campos importantes de estudo por


direito próprio, e estão intimamente relacionados. A metodologia fornece as ferramentas e
técnicas para a realização de pesquisas econômicas, enquanto a economia está preocupada em
estudar como as sociedades alocam recursos escassos para satisfazer as necessidades e desejos
humanos.

{{Estudo complementar
Neste vídeo vocês vão encontrar uma breve introdução animada sobre economia, no canal
Nerdologia. Observem como existe uma interpelação entre filosofia, história e economia:
https://www.youtube.com/watch?v=ybD8oI_yPgM. Acesso em: 25 mar. 2023. }}

1.3 Teoria social Marxista

Karl Marx (1818-1883)1

A teoria social marxista é uma maneira de entender a sociedade que se baseia nas
ideias de Karl Marx, um filósofo e economista alemão que viveu no século 19. Marx
argumentou que a sociedade é fundamentalmente dividida em duas classes: os capitalistas que

1
possuem os meios de produção (como fábricas, máquinas e terras) e os trabalhadores que não
possuem.
Marx acreditava que o sistema capitalista é inerentemente explorador porque os
capitalistas pagam aos trabalhadores menos do que o valor dos bens e serviços que produzem.
A mais-valia criada pelos trabalhadores é então tomada pelos capitalistas como lucro, levando
a uma distribuição desigual de riqueza e poder.
A teoria social marxista também enfatiza a importância das condições históricas e
materiais na formação da sociedade. Marx argumentou que os sistemas econômicos (como o
feudalismo ou o capitalismo) determinam as relações sociais e a consciência dos indivíduos, e
que as mudanças nos sistemas econômicos levam a mudanças na sociedade.
Além disso, Marx acreditava que a mudança social viria através de uma luta de classes
entre a classe trabalhadora e a classe capitalista, levando finalmente a uma revolução
socialista na qual os meios de produção seriam de propriedade e controlados pelos próprios
trabalhadores.
No geral, a teoria social marxista fornece uma estrutura para a compreensão das
estruturas e dinâmicas subjacentes da sociedade e para analisar as desigualdades e conflitos
que surgem dentro dela.
As teorias sociológicas de Karl Marx ajudaram a delinear o campo da sociologia, na
medida em que ele investigou as relações entre o proletariado e a burguesia.
As transformações históricas realizadas no século XX, alteraram profundamente as
condições e os modos de vida da humanidade e as concepções de mundo. Este século
testemunhou o nascimento de uma “nova civilização - para usar a terminologia de Sidney e
Beatrice webb, trazida à vida pela Revolução de Outubro e pelas suas consequências. Com
todas as contradições dramáticas do sistema social recém-emergente, o socialismo abriu
possibilidades de alcançar um rápido desenvolvimento econômico e de transformar
radicalmente a estrutura social para um bilhão de pessoas da Europa, Ásia e América Latina.
Sua influência é indiretamente um dos fatores essenciais das mudanças sociais que tiveram
lugar nas sociedades ocidentais altamente desenvolvidas e no desenvolvimento, mundo pós-
colonial. O capitalismo contemporâneo passou por profundas transformações, em parte
resultante da rápida aquisição de uma tecnologia altamente eficiente, e em parte a partir da
mudança do equilíbrio das forças de classe e do novo papel do Estado como agente do
desenvolvimento socioeconômico.
O mundo pós-colonial confronta-nos a todos - independentemente da nacionalidade ou
sistema político sob o qual vivemos - com problemas dramáticos de luta subdesenvolvimento
e pobreza em condições de explosão populacional e da "revolução das expectativas". A
tecnologia moderna nos permitiu aterrissar na lua, mas também produziu a espada de
Dâmocles sob a qual,
hoje em dia, todos nós vivemos; além disso, o perigo já não pode ser identificado
exclusivamente com a existência de armas nucleares de destruição em massa, mas é cada vez
mais presente na poluição do ambiente humano. O século XX produziu fortes tendências para
a integração multinacional - em economia, política, cultura e defesa nacional. Também trouxe
para dentro o mundo uma nova onda de nacionalismo em muito superior à da era napoleônica.
A diferença de geração aumenta em muitos países do mundo e produz excessos que não
podem ser explicados reiterando a velha sabedoria de que a juventude sempre foi diferente da
geração dos pais. Tudo isso permite-nos dizer que vivemos num período verdadeiramente
revolucionário da história humana - talvez no tempo mais revolucionário em que o homem já
viveu. Em nosso tempo revolucionário "a questão suprema diante da humanidade", para citar
Walter Lippmann, " ... é como os homens serão capazes de se tornarem dispostos e capazes
para se salvarem". Um pessimista pode ser tentado a corrigir Walter Lippmann perguntando
se os homens serão capazes de fazer exatamente isso, mas a ênfase maior é em como efetuar
objetivamente com resultados concretos essa questão.
Sociólogos que entendem o caráter desafiador do nosso tempo pensam sobre os usos
que podemos fazer do nosso conhecimento profissional ao lidar com problemas que nos
confrontam. Alguns tendem a acreditar que a solução pode ser encontrada na construção de
uma ciência social eticamente neutra e na exploração de seus resultados na forma de
engenharia social sem valor. Mas isto não exclui a possibilidade de usar as ciências sociais
como fonte para especialistas em cima de evidências, mas enfatizam a relevância de sua teoria
teórica, moral e base ideológica
. O que precisamos hoje em dia não pode ser reduzido as técnicas de investigação
sociológica. Também não pode ser identificado descobrindo algumas regras universais, ou,
melhor dizendo, pseudo-universais, de manipulação de comportamento humano. O que
precisamos, em primeiro lugar, é de uma teoria que seja capaz de orientar os homens em sua
ação coletiva, definir metas, bem como controlar os meios de desenvolvimento social.
A teoria social marxista é um quadro teórico que examina a sociedade e as relações
sociais a partir de uma perspectiva marxista. Baseia-se nas ideias de Karl Marx, que
acreditava que as relações sociais e econômicas eram os principais impulsionadores da
mudança histórica e que a sociedade estava dividida em classes que estavam engajadas em
luta constante.
De acordo com a teoria social marxista, a sociedade é dividida em duas classes
principais: a burguesia (os proprietários dos meios de produção) e o proletariado (a classe
trabalhadora). A burguesia procura explorar o proletariado extraindo mais-valia de seu
trabalho, o que leva à desigualdade econômica e social. Esta exploração cria uma luta de
classes entre a burguesia e o proletariado, que é o motor da mudança histórica.
A teoria social marxista também enfatiza o papel das relações sociais e econômicas na
formação da cultura, da política e da ideologia. Para os marxistas, os fenômenos culturais e
políticos não são independentes das relações econômicas, mas são moldados por elas.
Portanto, as ideologias culturais e políticas dominantes de uma sociedade são determinadas
pelos interesses da classe dominante.
A teoria social marxista procura compreender e analisar os mecanismos pelos quais as
relações econômicas e sociais produzem desigualdade social e opressão. Também procura
identificar os meios pelos quais essas relações podem ser transformadas para criar uma
sociedade mais equitativa. Isso muitas vezes envolve a defesa de mudanças sociais e
econômicas radicais, como a abolição da propriedade privada e o estabelecimento de uma
sociedade socialista ou comunista.
Marx teorizou que o aspecto mais importante de uma sociedade é a sua economia.
Todas as outras instituições e estruturas são baseadas na economia. Quem está no comando da
economia está no comando da sociedade e de sua população. A filosofia original de Marx
também é referida como marxismo tradicional (ou clássico).
Marx destaca os períodos de tempos pelos quais as sociedades ocidentais se moveram.
Em resumo, a teoria social marxista fornece uma perspectiva crítica sobre a sociedade
e procura descobrir as estruturas e mecanismos subjacentes que produzem a desigualdade
social e a opressão. É uma estrutura importante para entender as relações sociais e econômicas
e defender mudanças radicais para criar uma sociedade mais equitativa.

{{Parada para reflexão


E se aplicássemos a teoria e os conceitos de Karl Marx em nossa sociedade moderna, ou seja,
para toda a humanidade? Poderíamos ter uma transformação efetiva nas relações de
produção? Conseguiríamos reestruturar a sociedade com novas bases econômicas? Assistam
este vídeo e reflitam sobre isso: https://www.youtube.com/watch?v=nJPx2S2LkfM. Acesso
em: 21 mar. 2023. }}
1.4 Teoria Social Marginalista

Willian Stanley Jevons ( 1835 -1882)


Fonte : https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Stanley_Jevons

O marginalismo é o princípio econômico de que as decisões econômicas são tomadas e


o comportamento econômico ocorre em termos de unidades incrementais, em vez de
categoricamente. O foco principal do marginalismo é que perguntar quanto, mais ou menos,
de uma atividade (produção, consumo, compra, venda, etc.) uma pessoa ou empresa se
envolverá é uma questão mais frutífera para aprofundar a investigação econômica do que
questões categóricas. O principal insight do marginalismo é que as pessoas tomam decisões
sobre unidades específicas de bens econômicos (os economistas dizem "à margem"), em vez
de uma modo do tipo de tudo ou nada.
O marginalismo formou um dos princípios fundamentais da teoria econômica e da
pesquisa desde sua adoção na década de 1870, conhecida como a Revolução Marginal.
Conceitos que se originam do princípio do marginalismo incluem utilidade marginal; custos e
benefícios marginais; taxas marginais de substituição e transformação; e propensões
marginais para consumir, poupar ou investir. Todas essas são ideias centrais da micro e
macroeconomia modernas, e o pensamento marginal, em geral, é amplamente considerado
pelos economistas como um componente importante do que significa ser um economista.
Entendendo o marginalismo

A ideia de marginalismo foi desenvolvida separadamente por três economistas


europeus, Carl Menger, William Stanely Jevons e Leon Walras, no século 19. Ele resolve o
Paradoxo Diamante-Água que foi descrito por Adam Smith. O Paradoxo Diamante-Água
afirma que, como os diamantes, que na época tinham pouco valor de uso prático, comandam
um preço de mercado muito maior do que a água, que tem muitos usos e é necessária para a
sobrevivência humana, então o valor de uso não deve ser o fator decisivo nos valores e preços
de mercado dos bens econômicos. Smith usou esse argumento para apoiar sua teoria do valor-
trabalho e se opor às ideias anteriores de que o valor de uso era mais importante.

Leon Walras (1834 – 1910 )


Fonte:https://commons.
wikimedia.org/w/index.php?
search=menger&title=Special:MediaSearc
h&go=Go&type=image.Acesso em 20 de
mar 2023
Carl Menger (1840 -1921)
Fonte : https://www.learnliberty.org/blog/legends-of-liberty-carl-menger/ . Acesso em 25 de
mar. 2023

Os marginalistas argumentaram que Smith havia errado de uma maneira fundamental.


Os valores que as pessoas colocam nos bens econômicos e os preços que estabelecem para
eles não são uma questão considerando amplas categorias de bens, como toda a água ou todos
os diamantes considerados juntos – em termos de seu valor de uso ou de seu custo de
trabalho. Em vez disso, eles são baseados nos usos específicos que as pessoas têm para cada
unidade individual de um bem. As pessoas naturalmente colocarão a primeira unidade de um
bem que são capazes de obter para seu uso mais altamente valorizado e usarão unidades
marginais subsequentes para fins cada vez menos valorizados. Isso é conhecido como o
conceito de utilidade marginal decrescente.
Como o valor de uso de cada unidade marginal adicional de bem diminui, os preços
dos bens que são mais abundantes em relação aos usos que as pessoas têm para eles serão
mais baixos, e os preços que as pessoas estão dispostas a pagar por bens que são mais
escassos serão maiores. Isso explica por que os diamantes (geralmente) comandam um preço
de mercado mais alto do que a água; as pessoas valorizam diamantes e água por seu valor de
uso marginal e os diamantes são raros em relação à sua utilidade, enquanto a água
literalmente cai do céu e brota da terra de graça.
Assim, um ser humano médio está disposto a pagar mais por um diamante adicional
do que por um copo adicional de água. Em lugares onde a água utilizável é escassa, como
desertos ou um navio à deriva no mar, o inverso pode ser verdadeiro, e as pessoas trocarão de
bom grado todos os diamantes que possam ter em troca de um único copo de água para beber
a fim de sobreviver.
Esse conceito de utilidade marginal foi então usado para derivar as leis da oferta e da
demanda como as conhecemos, e sua aplicação a todas as áreas da economia varreu a
profissão, substituindo a teoria do valor-trabalho e outras ideias mais antigas. Como a
economia é essencialmente a ciência de como as pessoas usam e valorizam os bens
econômicos para alcançar seus desejos e necessidades ilimitados com recursos limitados e
escassos à mão, o pensamento marginal é onipresente em todas as áreas da economia.

Marginalismo em Ação

O marginalismo não é apenas uma ideia teórica, mas pode ser visto em todos os tipos
de ação humana do mundo real. De fato, é por isso que a visão do marginalismo é tão
poderosa e se tornou tão importante para os economistas.
Por exemplo, se você se sentar para o café da manhã para comer um prato de ovos e
bacon, você está tomando uma decisão na margem. Em um dia normal, você pode comer dois
ovos e três tiras de bacon para atender às suas necessidades nutricionais básicas, ou você pode
comer um terceiro ovo se tiver alguma atividade física extenuante ou trabalho planejado para
o dia.
Em ambos os casos, você decide em termos de quantos ovos comer com base no valor
de uso que você coloca em cada ovo; em nenhum caso você decide entre comer todos os ovos
que existem no universo ou então zero ovos. Você está tomando uma decisão marginal em vez
de uma decisão categórica, de modo que a análise marginal pode ser aplicada para entender
como você decide e ajudá-lo a encontrar uma solução que melhor atenda às suas necessidades.

Importante: Tomar decisões à margem é natural e muitas vezes apoia melhores decisões.

PRINCIPAIS CONCLUSÕES

O marginalismo é a percepção de que as pessoas tomam decisões econômicas sobre


unidades específicas ou incrementos de unidades, em vez de tomar decisões categóricas de
tudo ou nada.
O marginalismo começou com a Revolução Marginal na economia na década de 1870
e rapidamente veio a formar um aspecto fundamental do pensamento econômico.
O marginalismo ganhou influência na economia por causa de seu vasto poder
explicativo nas decisões econômicas e no comportamento humano em geral.

1.5 Contabilidade e Ciência Econômica

Economia e contabilidade são duas áreas interrelacionadas que desempenham papéis


importantes na gestão de negócios e finanças. Embora ambas envolvam análise de dados e
tomada de decisão, elas têm focos diferentes.
A economia estuda como os indivíduos, empresas e governos tomam decisões sobre a
alocação de recursos limitados para satisfazer suas necessidades e desejos. Isso envolve a
análise de como os mercados funcionam, como as políticas governamentais afetam a
economia e como as empresas podem maximizar seus lucros. Os economistas usam dados e
modelos para prever tendências e avaliar políticas.
Por outro lado, a contabilidade é a prática de registrar, classificar e relatar transações
financeiras de uma empresa. Ela ajuda as empresas a entender suas finanças e a tomar
decisões informadas sobre investimentos, orçamentos e impostos. Os contadores também
podem auditar as finanças de uma empresa para garantir a precisão e conformidade com as
leis e regulamentações financeiras.
Embora a economia e a contabilidade tenham objetivos diferentes, elas são
interdependentes e se complementam. A contabilidade fornece dados financeiros que os
economistas podem usar para entender a saúde financeira de uma empresa e avaliar
tendências do setor, enquanto os economistas podem ajudar a orientar decisões de
investimento e estratégias de negócios com base em análises de mercado. Juntos, a economia
e a contabilidade são essenciais para uma gestão financeira bem-sucedida de empresas e
organizações.
A economia tem uma forte influência nas ciências contábeis, pois ambas as áreas estão
intimamente relacionadas. A contabilidade é uma disciplina que lida com o registro, análise e
interpretação de transações financeiras de uma organização, enquanto a economia é a ciência
que estuda a alocação de recursos escassos para atender às necessidades humanas.
Através do estudo da economia, as ciências contábeis podem entender a dinâmica do
mercado e como isso afeta as organizações e suas finanças. Através da análise de indicadores
econômicos, como a taxa de juros, inflação e PIB, a contabilidade pode prever as tendências
futuras do mercado e tomar decisões financeiras estratégicas.
Além disso, a economia pode fornecer insights valiosos sobre como as organizações
podem maximizar sua eficiência operacional, reduzir custos e aumentar a lucratividade. Por
exemplo, a análise dos princípios da teoria da demanda e da oferta pode ajudar as empresas a
definir preços, determinar a quantidade de produtos que devem produzir e estabelecer suas
estratégias de marketing.
Em resumo, a economia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das
ciências contábeis, fornecendo uma base teórica sólida para a compreensão das finanças
corporativas e permitindo a tomada de decisões estratégicas com base em indicadores
econômicos relevantes.
A economia tem uma influência significativa nas ciências contábeis, já que as duas
áreas estão interligadas e se relacionam de diversas maneiras. Algumas das principais formas
pelas quais a economia afeta as ciências contábeis incluem:
1.Tomada de decisão: A contabilidade fornece informações financeiras importantes para a
tomada de decisão, tanto em nível micro quanto macroeconômico. Os profissionais de
contabilidade devem entender os conceitos econômicos para interpretar e comunicar as
informações contábeis de forma eficaz.
2.Análise financeira: A análise financeira é uma parte importante da contabilidade que
envolve a avaliação do desempenho financeiro de uma organização. O conhecimento de
economia é essencial para identificar tendências econômicas que afetam o desempenho
financeiro de uma empresa.
3.Tributação: A tributação é um aspecto importante da contabilidade, e as leis tributárias são
frequentemente influenciadas por fatores econômicos. Os profissionais de contabilidade
precisam estar cientes de mudanças nas políticas fiscais para garantir que as empresas
cumpram as obrigações fiscais e minimizem a carga tributária.
4.Planejamento financeiro: O planejamento financeiro é uma função crítica da contabilidade
que envolve a elaboração de orçamentos e previsões financeiras. Os profissionais de
contabilidade precisam entender as tendências econômicas e o ambiente econômico para
desenvolver planos financeiros realistas.
5.Auditoria: A auditoria é uma função importante da contabilidade que envolve a verificação
das informações financeiras de uma organização. Os auditores precisam entender a economia
para avaliar o ambiente de negócios em que a empresa opera e determinar se as informações
financeiras são precisas e confiáveis.
Em resumo, a economia tem uma influência significativa nas ciências contábeis, e os
profissionais de contabilidade precisam ter uma compreensão sólida dos conceitos
econômicos para desempenhar suas funções com eficácia.

Contabilidade Social

A contabilidade social é um ramo da contabilidade que se dedica a medir e analisar as


atividades econômicas de uma sociedade como um todo. Seu principal objetivo é fornecer
informações sobre a produção, renda e despesas de um país ou região, a fim de ajudar os
formuladores de políticas públicas a tomar decisões informadas sobre questões econômicas e
sociais.
A contabilidade social, segundo Paulani, se baseia em conceitos e técnicas da
contabilidade financeira, mas seu escopo é muito mais amplo, pois inclui todas as transações
econômicas que ocorrem em uma determinada área geográfica, independentemente de serem
realizadas por empresas, governos ou indivíduos.
Entre as principais medidas utilizadas na contabilidade social estão o Produto Interno
Bruto (PIB), que mede o valor total dos bens e serviços produzidos em uma economia em um
determinado período de tempo, e a renda nacional, que mede o total de renda gerado pela
economia em um período determinado.
Além disso, a contabilidade social também analisa a distribuição de renda e riqueza
em uma sociedade, bem como as despesas governamentais em áreas como saúde, educação,
segurança social e infraestrutura.
A contabilidade social é importante para a compreensão da saúde econômica de um
país ou região, e para o planejamento e a implementação de políticas públicas que visem
melhorar o bem-estar econômico e social da população. Por isso, é uma área de estudo
essencial para economistas, gestores públicos e outros profissionais que trabalham com
políticas econômicas e sociais.

{{Para saber mais


Leiam este artigo:
Contabilidade Social
Por Equipe Mais Retorno │08, Outubro 2020
https://maisretorno.com/portal/termos/c/contabilidade-social. Acesso e: 23 mar. 2023
}}

1.7 {{Hora da revisão

A economia é a ciência que estuda como as sociedades utilizam recursos limitados


para produzir bens e serviços e como esses bens e serviços são distribuídos entre as pessoas.
Ela está preocupada com o estudo da produção, distribuição e consumo de bens e serviços,
bem como das forças que afetam esses processos, tais como a oferta e a demanda, a
concorrência, a inflação e o desemprego.
A economia pode ser dividida em duas áreas principais: a microeconomia e a
macroeconomia. A microeconomia estuda o comportamento das empresas e dos consumidores
em mercados específicos, enquanto a macroeconomia se concentra em questões econômicas
em nível nacional ou global, tais como o crescimento econômico, a inflação e o desemprego.
Entre as principais ferramentas e conceitos da economia estão a oferta e a demanda,
que descrevem como os preços são determinados em um mercado, a teoria da produção, que
explora como as empresas produzem bens e serviços, e a teoria da escolha do consumidor,
que analisa como os consumidores decidem o que comprar.
Além disso, a economia também se preocupa com questões sociais e políticas, como a
distribuição de renda e riqueza, a política fiscal e monetária, a globalização e o comércio
internacional, e a economia comportamental, que explora como os fatores psicológicos e
sociais afetam o comportamento econômico.
A economia é uma disciplina importante para entendermos a dinâmica da nossa
sociedade e as decisões que afetam a vida das pessoas. Ela é útil tanto para os indivíduos que
desejam tomar decisões financeiras informadas quanto para os formuladores de políticas
públicas que buscam promover o bem-estar econômico e social das comunidades.. }}

1.8 {{Verificando a aprendizagem


Questão 1 – Assinale a alternativa correta. Uma das preocupações da economia é:
a) Globalização.
b) Saneamento.
c) Planejamento Urbano.
d) Cidades sustentáveis.

Questão 2 – Leia a afirmação abaixo e assinale com (V) se for verdadeira e (F) se for falsa.
( ) Conceitos que se originam do princípio do marginalismo incluem utilidade marginal;
custos e benefícios marginais; taxas marginais de substituição e transformação; e propensões
marginais para consumir, poupar ou investir.

Questão 3 – As teorias sociológicas de Karl Marx ajudaram a delinear o campo da sociologia.


Nesse sentido, é correto afirmar que: Assinale a alternativa correta.
a) Na medida em que ele investigou as relações entre o proletariado e os fazendeiros.
b) Na medida em que ele investigou as relações entre o proletariado e a classe operária
c) Na medida em que ele investigou as relações entre o proletariado e a burguesia.
d) Na medida em que ele investigou as relações entre o industrial e a burguesia.
. }}

1.9 {{Referências

LIPPMANN, Walter. Opinião Pública. Petrópolis: Vozes, 2009.


PAULANI, Leda e BRAGA, Márcio Bobik. A nova contabilidade social: uma introdução à
macroeconomia. São Paulo: Saraiva,2007.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São
Paulo: Abril Cultural, 1983
SAMUELSON, Paul A. (Coleção Os Economistas). São Paulo: Abril. Cultural, 1983.
}}
1.10 {{Gabarito
Questão 1 – A alternativa “a” está correta. Ver item 1.7
Questão 2 – A questão é verdadeira. Ver item 1.4
Questão 3 – A alternativa “c” está correta. Ver item 1.3 }}

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