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CONCEITOS E ANÁLISES SOBRE A


MACROECONOMIA
139 minutos

 Aula 1 - Introdução à macroeconomia


 Aula 2 - Agentes, estrutura e parâmetros da macroeconomia

 Aula 3 - Balança comercial

 Aula 4 - Fatores econômicos: produção e gestão

 Referências

Aula 1

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Olá, estudante! Nesta aula você compreenderá os princípios fundamentais a respeito do governo
e das políticas macroeconômicas.
35 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você compreenderá os princípios fundamentais a respeito do governo e das
políticas macroeconômicas. Assim, os conceitos de políticas públicas serão importantes ao longo de toda a
aula. Além disso, você aprenderá como os governos analisam os cenários e utilizam ferramentas
macroeconômicas para alcançarem o desenvolvimento econômico.

Ao final da aula você será capaz de identificar a importância dos mercados internos e externos e desenvolver
raciocínio crítico acerca da criação de blocos econômicos entre os países.

Complementando o conteúdo apresentando, consulte, sempre que possível, os materiais adicionais indicados
nas referências.

Vamos lá?

APRENDENDO CONCEITOS DA MACROECONOMIA

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Você já pensou em como a macroeconomia é importante para nosso cotidiano, tanto no ambiente profissional
quanto pessoal? A macroeconomia está presente nas decisões das empresas ao realizarem novos
investimentos, nas decisões dos consumidores ao ampliarem ou reduzirem seu padrão de consumo, nas
decisões dos trabalhadores ao buscarem novas oportunidades no mercado, ou mesmo nas decisões do
governo ao alterar a taxa de juros da economia.

Segundo Vasconcellos (2015), a macroeconomia é o ramo da teoria econômica que trata da evolução da
economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados, como renda
e produto nacionais, investimento, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e
desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio.

Na macroeconomia podemos estudar cada um dos agentes econômicos de maneira individual, ou nos
aprofundarmos na interação entre esses agentes. Neste primeiro momento, vamos nos atentar para o
governo, suas funções, aplicações em políticas públicas, atuação diante dos mercados interno e externo e a
análise para formação de blocos econômicos.

Acerca do conceito de governo e suas funções, Dias (2013) afirma que o governo é o sujeito principal da ação
política, podendo ser definido como o conjunto de órgãos estáveis com a função de atualizar, coordenar,
instrumentar e orientar a ação política que se expressa como fins do Estado e que se desenvolve no exercício
de suas funções básicas: executiva, legislativa e jurídica.

Os governos dos países se valem de diversas ferramentas para o atingimento de suas metas
macroeconômicas, como crescimento da produção e do emprego, estabilidade de preços, distribuição de
renda e equilíbrio externo. Dentre essas ferramentas, a principal é composta pelas políticas públicas.

Silva et al. (2018) sintetizam a política pública como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo,
colocar o governo em ação e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor
mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente). Ou seja, para os autores, as políticas
públicas são medidas e/ou ações formuladas pelo Estado – e executadas pelos governos – a fim de garantir o
bem-estar da população e/ou os direitos fundamentais, em geral, previstos nas Constituições Federais.

A política macroeconômica, por sua vez, é um tipo de política pública que envolve a atuação do governo
sobre a capacidade produtiva (produção agregada) e despesas planejadas (demanda agregada), com o objetivo
de permitir à economia operar a pleno emprego, com baixas taxas de inflação e distribuição justa de renda. Os
principais instrumentos da política macroeconômica são: política fiscal, política monetária, política cambial e
comercial, e política de rendas – controle de preços e salários (VASCONCELLOS, 2015).

Como você pode perceber, as políticas macroeconômicas influenciam tanto os mercados internos e externos
quanto, em alguns casos, conjuntos de países integrados em blocos econômicos. Podemos definir os
mercados interno e externo como compostos, respectivamente, pelos agentes de um determinado país e
pela interação entre agentes de países distintos. Já os blocos econômicos, segundo Fernandes (2013),
constituem-se como uma das formas possíveis de integração econômica entre os países, formando um
mercado regional comum fazendo uso de facilidades tarifárias entre os membros.

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Os conceitos de macroeconomia, mesmo sendo desconhecidos pela grande maioria dos cidadãos, estão
presentes no dia a dia dos indivíduos e na coletividade. Compreender o conceito de governo, suas funções e a
aplicação de políticas públicas é importante para entendermos, por exemplo, as principais fontes de
desenvolvimento socioeconômico de um país.

INTERPRETANDO OS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA


Conhecendo os principais conceitos associados ao governo e à política macroeconômica, vamos aprofundar
nossos conhecimentos nesses temas respondendo, primeiramente, à seguinte pergunta: como o governo
utiliza as políticas macroeconômicas para atingir seus objetivos de curto e de longo prazos?

Você já deve ter percebido pelos noticiários que o governo geralmente intervém (em maior ou menor
intensidade) nas variáveis macroeconômicas, visando objetivos para com a nação. O governo pode, por
exemplo, gastar mais com saúde e educação, reduzir tributos de uma linha específica de produtos, aumentar a
emissão de moeda na economia, reduzir a taxa de juros, comprar moedas estrangeiras para influenciar a taxa
de câmbio, aumentar as transferências de renda para as classes sociais mais desfavorecidas etc.

De maneira geral, é fundamental que entendamos que as políticas públicas devem ser utilizadas pelos
governos com objetivos claros e sob medidas responsáveis. Riani (2016) afirma que a atuação do governo só é
justificada a partir do momento que suas atividades melhoram a qualidade de vida da população por meio das
ofertas de serviços públicos básicos decentes, como saúde, educação, transporte, segurança, habitação etc., e
mesmo pela atuação do governo em atividades produtivas que propiciem melhores salários e oportunidades
de acesso ao consumo de produtos essenciais à população em quantidade e qualidade compatíveis com o
nível mínimo de sobrevivência da sociedade.

É por intermédio dos instrumentos de políticas macroeconômicas que resultados como esses são
possibilitados em uma nação. Vasconcellos (2015) aprofunda a interpretação acerca das políticas
macroeconômicas adequando-as a suas funcionalidades na economia da seguinte forma:

Política fiscal: instrumento de que o governo dispõe para a arrecadação de tributos (política tributária) e
controle de suas despesas (política de gastos). Pode ter como objetivo redução da inflação (com a diminuição
de gastos ou aumento dos tributos), elevação do crescimento e emprego (com o estímulo à demanda
agregada) ou melhor distribuição de renda.

Política monetária: instrumento que reflete a atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e
das taxas de juros. Pode ter como objetivo redução da inflação (com a redução do estoque de moeda) ou
elevação do crescimento econômico (com o aumento da base monetária).

Política cambial e comercial: instrumentos que atuam nas variáveis relacionadas ao setor externo da
economia. A política cambial refere-se ao controle do governo sobre a taxa de câmbio, enquanto a comercial
diz respeito aos instrumentos de incentivo às exportações e/ou estímulo/desestímulo às importações.

Política de rendas: reflete, principalmente, controles sobre preços e salários, fazendo com que os agentes
econômicos sejam limitados, em resposta a influências econômicas normais do mercado.

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Como é possível perceber, os instrumentos de política monetária exercem impacto tanto para o mercado
interno quanto para o setor externo da economia. Por intermédio das políticas cambiais e comerciais, por
exemplo, países distintos são capazes de adequar o nível de comércio internacional e, no longo prazo, podem
surgir vantagens em maiores integrações econômicas entre esses países.

Os blocos econômicos representam justamente esse tipo de integração. Em maior ou menor intensidade,
países podem se unir e ampliar seus mercados, alinhar suas políticas econômicas e contribuir para o
crescimento de forma mútua. Fernandes (2013) traz no Quadro 1 as principais fases de integração possível aos
blocos econômicos.

Quadro 1 | As fases/etapas de integração econômica

Pauta Liberdade de Harmonização de Políticas comuns


Eliminação de
Fase/Etapa aduaneira circulação de políticas e instituições
tarifas e cotas
comum fatores econômicas políticas

Zona de Livre
X
Comércio

União Aduaneira X X

Mercado Comum X X X

União Econômica X X X X

Integração
X X X X X
Econômica Total

Fonte: adaptado de Fernandes (2013, p. 54).

Assim, de acordo com o Quadro 1 e com o contexto apresentado, é possível concluir que quanto maior a
intensidade da integração econômica, maiores as possibilidades para interação e benefícios mútuos da
aplicação de políticas econômicas (fiscais, monetárias, cambiais e de rendas) entre os países.

AS APLICAÇÕES E RESULTADOS DA POLÍTICA E INTEGRAÇÃO ECONÔMICA


Uma vez que já entendemos os conceitos e interpretações a respeito da atuação governamental pela adoção
de políticas públicas e macroeconômicas para os setores interno e externo, vamos refletir de maneira aplicada
acerca desses conceitos, verificando como eles afetam nosso cotidiano pessoal e profissional.

É importante que você entenda que o ambiente macroeconômico afeta de maneira prática todos os agentes,
principalmente em suas tomadas de decisão. Perceba pelas notícias jornalísticas e pelo comportamento dos
agentes econômicos que um ambiente de inflação alta, câmbio elevado, baixo crescimento, alta tributação,

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altas taxas de juros e baixa efetividade nos gastos do governo, por exemplo, causam incertezas à grande parte
da sociedade e afetam a percepção da população acerca de um determinado governo. A necessidade de
políticas públicas eficientes fica bastante evidente em ambientes como esses.

Por sua vez, momentos em que o país apresenta crescimento sustentável, desenvolvimento econômico,
educação, saúde e distribuição de renda adequados, trazem consigo expectativas positivas por parte dos
consumidores, investidores, empresas, famílias e do próprio governo. Essas expectativas contribuem
positivamente para a manutenção desse ciclo de desenvolvimento por um tempo maior e refletem o sucesso
de aplicação de políticas macroeconômicas adequadas.

Esses tipos de oscilação cíclica são comuns a todos os países, mas a economia contemporânea do Brasil se
destaca nesse contexto, necessitando de políticas com mais efetividade para resolução dos problemas
estruturais. Segundo Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. (2016), a economia brasileira não tem uma trajetória
estável de crescimento econômico, e a inflação continua a ser um problema central a ser combatido pelos
governos.

Mas como o governo pode entender as necessidades da população e trabalhar políticas econômicas de
maneira a promover o crescimento e desenvolvimento econômico? A resposta para essa questão está
justamente no fato de que o governo precisa estar atento às relações entre todos os agentes econômicos,
mensurando os comportamentos da oferta e demanda agregadas e transmitindo sinais de incentivo para os
mercados interno e externo.

Com relação ao mercado externo, é possível identificar que diversos países, de forma aplicada, utilizam
ferramentas de integração econômica para se beneficiarem do dinamismo promovido pelo comércio
internacional. Com esse dinamismo, as políticas macroeconômicas podem ter seus resultados
potencializados, dependendo do nível de integração. Dentre os casos mais relevantes de integração em blocos
econômicos estão a Zona do Euro e o Mercosul.

Segundo Samuelson e Nordhaus (2009), o movimento para organização da Zona do Euro começou em 1957
com um acordo de comércio livre, no qual a Europa Ocidental eliminou gradualmente todas as barreiras ao
comércio de bens, serviços e finanças. O passo final na integração econômica foi a adoção de uma moeda
comum. Isso não só impulsionou o estreitamento dos laços econômicos como resolveu o problema de
moedas instáveis. Ainda segundo os autores, a criação do euro eliminou também os movimentos
intraeuropeus da taxa de câmbio e levou a uma convergência das taxas de juros e das taxas de inflação entre
os países europeus.

No caso da aplicação da estratégia de integração do Mercosul, também surgiram benefícios e dificuldades


para o Brasil. O Mercosul une, como membros efetivos, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, visando ser um
mercado comum, mas que enfrenta dificuldades em se tornar uma união aduaneira de fato. Segundo
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. (2016), a dinamização trazida pelo bloco econômico nos anos 1990 chegou
a representar cerca de 20% do total das exportações brasileiras, que se estabilizaram em torno de 10% a partir
de 2000.

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Dessa forma, é possível concluir que a aplicação de políticas públicas e macroeconômicas eficientes é
importante não apenas para os agentes econômicos de um país, mas, dependendo do nível de integração,
para diversos outros países do mundo.

VÍDEO RESUMO
Você verá neste vídeo a apresentação do conceito de macroeconomia, bem como de políticas públicas e
políticas macroeconômicas. Entenderemos como as políticas afetam a economia de um país, impactando
mercado interno, externo e eventuais relações de integração econômica existentes. Aproveite o vídeo para
consolidar o conhecimento adquirido ao longo da aula e não deixe de acessar o conteúdo adicional indicado
no box Saiba mais.

 Saiba mais
Você sabia que o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) é uma fundação pública federal
vinculada ao Ministério da Economia?

Ao acessar o portal do Ipeadata é possível identificar o comportamento das principais variáveis


macroeconômicas e entender mais a respeito das políticas econômicas do governo atual e dos governos
passados.

O Ipeadata reúne informações econômicas relevantes de diversos outros institutos e fundações, de forma
a manter um catálogo de dados organizados por temas – sociais, macroeconômico e regional – e facilitar
o trabalho do pesquisador brasileiro.

Acesse o site do Ipeadata e conheça mais a respeito desse tema.

Aula 2

AGENTES, ESTRUTURA E PARÂMETROS DA


MACROECONOMIA
Olá, estudante! Nesta aula você compreenderá os princípios fundamentais dos setores e agentes
da economia.
33 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você compreenderá os princípios fundamentais dos setores e agentes da economia.
Para isso, o conceito de fluxo circular da renda será importante durante toda a aula. Além disso, você
aprenderá como duas variáveis econômicas são analisadas dentro de um contexto de crescimento de qualquer
país: o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação.
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Ao final da aula você será capaz de identificar a importância dos agentes econômicos e refletir de maneira
crítica acerca da condução macroeconômica do país, principalmente a geração de riquezas e o controle
inflacionário.

Complementando o conteúdo apresentando, consulte, sempre que possível, os materiais adicionais indicados
nas referências.

Vamos lá?

APRENDENDO SOBRE OS SETORES MACROECONÔMICOS


Como consumidor, você já deve ter percebido que os produtos e serviços costumam ter seus preços
aumentados ao longo do tempo. Você também deve ter visto nos noticiários reportagens acerca da produção
do país. Independentemente do momento econômico que estamos vivendo, esses dois tipos de fenômenos
sempre afetam, de maneira explícita ou implícita, todos os agentes e setores da economia.

De uma maneira geral, dentro da economia existem diversos tipos de agentes e setores econômicos
participando de um fluxo, denominado fluxo circular da renda. A Figura 1 ilustra o fluxo circular de renda para
uma economia com quatro setores.

Figura 1 | Fluxo circular de renda para uma economia com quatro setores

Fonte: Vasconcellos (2015, p. 225).

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Como é possível perceber, na economia existe uma interdependência entre os agentes econômicos
pertencentes ao setor das famílias, das empresas, da formação de capital, do governo (setor público) e do
resto do mundo (setor externo ou estrangeiro). Assaf Neto (2020) e Vasconcellos (2015) nos auxiliam no
entendimento dessa interligação entre os setores, definindo-os da seguinte forma:

Setor de empresas ou agentes produtivos: desempenham a função de produzir e oferecer bens e serviços à
população por meio da transformação e intermediação dos fatores de produção.

Setor de famílias ou população: para quem são oferecidos os bens e serviços produzidos. São também
proprietários dos fatores de produção (trabalho, capital e terra).

Setor de formação de capital ou investidores: é composto por agentes que efetivam gastos em bens que
representam aumento da capacidade produtiva da economia, isto é, da capacidade de gerar rendas futuras.

Setor de governo: atua na regulação dos demais setores, com o objetivo de eliminar as chamadas distorções
alocativas (isto é, na alocação de recursos) e distributivas, e de promover a melhoria do padrão de vida da
coletividade.

Setor externo: é composto pelos demais países e agentes econômicos estrangeiros que podem efetivar
transações econômicas (exportação, importação, investimentos etc.) com o país analisado.

Entendido que os setores e agentes econômicos interagem entre si, é momento de pensarmos em dois dos
fenômenos econômicos mais relevantes na macroeconomia: o nível de produção e a inflação.

O nível de produção de um país geralmente é medido pelo indicador conhecido como Produto Interno Bruto
(PIB). De acordo com Krugman e Wells (2015), podemos definir o PIB como o valor total de todos os bens e
serviços finais produzidos na economia durante um determinado período, geralmente um ano. Uma maneira
de calcular o PIB é pela soma do valor total da produção das empresas no que se refere a bens e serviços
finais. Outra maneira é analisando o gasto total dos bens e serviços finais. Como o PIB é igual ao valor total
dos bens e serviços finais produzidos na economia, também deve ser igual ao fluxo de fundos recebidos por
empresas das vendas de bens e serviços no mercado. Países que têm maiores PIBs são países com economias
maiores e com significativa relevância dentro do cenário internacional.

Por outro lado, quando um país apresenta alto crescimento do PIB, pode existir também uma pressão
econômica para aumento do nível de preços, e é a partir daí que surge o conceito de inflação. A inflação é
definida como o aumento generalizado e persistente do nível de preços de uma economia. Segundo
Samuelson e Nordhaus (2009), calculamos a inflação recorrendo a índices de preços – médias ponderadas dos
preços de milhares de produtos individuais. A deflação, por sua vez, é definida como uma redução geral do
nível de preços da economia.

A importância do cálculo e da análise da inflação ou deflação se dá uma vez que elevadas taxas de inflação
geram instabilidade econômica, ou seja, acarretam distorções acerca da distribuição de renda, das
expectativas empresariais, do mercado de capitais e das contas externas. Portanto, é desejável que os países
apresentem taxas de inflação controladas para que cresçam com estabilidade econômica, gerando renda e
crescimento econômico de maneira consistente, com equilíbrio nos mais diversos mercados.

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INTERPRETANDO AS RELAÇÕES ENTRE OS AGENTES ECONÔMICOS


Como já entendemos de que maneira se dá a interligação dos agentes e setores econômicos, bem como o fato
de que essa interação pode proporcionar aumento ou redução dos indicadores de produção (como o PIB) e
dos indicadores de nível de preços (inflação), é momento de nos aprofundarmos mais em como se dão esses
impactos.

Primeiramente, é importante que entendamos mais a respeito do papel fundamental das famílias e das
empresas na geração do produto na economia e, portanto, na geração de renda. A renda é gerada na
economia justamente pelo fato de existir um fluxo monetário ocorrendo entre os setores econômicos. Ou seja,
as firmas recebem das famílias pela venda de bens e serviços produtivos; as firmas remuneram as famílias; as
famílias compram das firmas, fazendo com que o produto gere renda, que gera consumo, que gera produto,
que gera renda novamente, e assim sucessivamente.

Os investidores e o governo também são capazes de contribuir macroeconomicamente para a geração de


renda. Os investidores captam recursos e aplicam esses recursos no setor produtivo para que gerem mais
renda em períodos futuros. O governo também gera mais renda por meio de seus gastos ao criar empregos e
oportunidades pela oportunidade em obras, por exemplo, de infraestrutura.

A contribuição dos agentes do setor externo para a geração de renda também se dá pelos componentes do
comércio internacional e de investimentos externos. Ao comprar um produto produzido nacionalmente, os
habitantes de outros países estão injetando renda em nosso sistema macroeconômico, assim como o fazem
quando acreditam em nosso potencial de crescimento e aportam capital para investimentos produtivos.

Todo esse processo envolvendo os setores econômicos contribui para o indicador de PIB. De uma maneira
geral, o PIB pode ser justamente interpretado a partir da Demanda Agregada (DA) do país que, segundo
Vasconcellos (2015), é composta pelas variáveis que acabamos de analisar, conforme a equação a seguir.

DA = C + I + G + X – M

Onde:

C = Demanda de bens de consumo pelas famílias

I = Demanda de investimentos pelas empresas

G = Demanda do Governo

X = Exportações

M = Importações

Cabe ressaltar que o processo de geração de renda e produto na economia traz consigo um fluxo econômico
real (produtos e serviços) mas também um fluxo monetário, afinal, todas as mercadorias, serviços e fatores de
produção têm um preço a eles associados. Quando compramos algo no mercado, pagamos um preço por
isso. Quando a empresa contrata um funcionário, paga o preço pela mão de obra (salário e reflexos). Quando
o investidor faz uma captação de recursos produtivos, paga o preço por esses recursos (juros).

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A estabilidade econômica necessita que tanto o lado real quanto o lado monetário da economia estejam
interagindo de maneira harmônica, sem graves distorções. Caso haja algum impacto significativo nessa
relação, os setores econômicos serão pressionados a aumentar seus preços, seja por receio do futuro ou para
recompor perdas do passado. Isso, por sua vez, afeta o nível de preços e a inflação ou deflação.

A inflação e deflação, segundo Krugman e Wells (2015), são mensuradas pela evolução de indicadores de
preços como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), IPC (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor) e IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), os quais quantificam os custos de uma cesta de
bens e serviços de mercado em relação ao custo desse conjunto em determinado ano‐base.

IMPACTOS APLICADOS ENTRE OS SETORES, O PRODUTO E A INFLAÇÃO DA


ECONOMIA
Uma vez que nos aprofundamos na relação entre os setores econômicos e a geração de impactos no lado real
e monetário do fluxo circular da renda, vamos aplicar esses conhecimentos de maneira prática, desenvolvendo
um raciocínio crítico acerca da evolução dessas variáveis em um país.

Vamos começar observando a evolução do PIB ao redor do mundo. A Figura 2 ilustra o crescimento do PIB
comparado entre alguns países entre os anos de 1990 e 2020.

Figura 2 | Evolução acumulada do PIB per capita entre 1990 e 2020

Fonte: adaptada de Roser ([s. d., s. p.]).

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Como é possível perceber pela Figura 2, alguns países do mundo apresentam trajetórias de evolução distintas
de seus indicadores de PIB per capita, ou seja, PIB por habitante. Toda a trajetória de evolução depende dos
objetivos de cada país e da estrutura que estes apresentam para ter crescimentos acelerados ou estáveis do
PIB.

Repare, por exemplo, como a evolução do PIB per capita chinês, indiano e sul-coreano se deram de maneira
mais acelerada que os demais países analisados. A conjuntura econômica desses países, refletindo o nível de
interação entre os setores macroeconômicos, contribuiu para que os investimentos produtivos fossem
absorvidos pelo mercado, ampliando a produção e a eficiência das empresas, o poder de compra das famílias,
a viabilidade financeira de novos investimentos e a absorção de dinamismo econômico do setor externo para
criação de novos mercados.

De maneira aplicada, podemos entender que o crescimento econômico traz consigo, normalmente,
instabilidades que provocam variações nos preços da economia. Fazendo uma analogia, para que andemos é
natural que demos um passo de cada vez e isso, consequentemente, exige breves desequilíbrios para
podermos manter a trajetória planejada.

Na economia, esses breves desequilíbrios são sentidos na volatilidade dos preços. A Figura 3 ilustra a
volatilidade do índice de preços de alguns países do mundo, focando, principalmente, o preço dos alimentos.

Figura 3 | Indicadores de volatilidade dos preços domésticos de alimentos

Fonte: adaptada de Our World in Data ([s. d., s. p.]).

Como é possível perceber pela Figura 3, os preços nas economias pelo mundo não se mantêm perfeitamente
constantes ao longo do tempo. Em maior ou menor intensidade, existem variações de preço que refletem a
evolução da inflação nos países. Repare que a inflação de preços dos alimentos, por exemplo, na Coreia do
Sul e na China, são destaques nos indicadores de volatilidade. Ou seja, o processo de crescimento desses
países afetou diretamente os preços na economia.
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No entanto, ainda pela Figura 3 é possível notar que a evolução do índice de preços não se mantém acelerada
por muito tempo nas economias destacadas. Isso se dá pelo fato de que é função do governo identificar esse
problema macroeconômico e propor soluções. Dentre as possibilidades de solução para a inflação estão a
elevação das taxas de juros, a redução de tributos, a interferência direta no câmbio e em preços da economia.
Cada uma dessas medidas traz consigo consequências futuras para o país, por isso, é importante que os
governos estejam atentos para aplicar o melhor método de redução da inflação vigente.

Logo, concluímos que em todas as economias o crescimento do PIB é necessário e desejável, mas esse
crescimento é inviabilizado se não houver harmonia entre os setores macroeconômicos e correto
gerenciamento da evolução do nível de preços, ou seja, da inflação.

VÍDEO RESUMO
Você verá neste vídeo a apresentação dos setores e agentes macroeconômicos, bem como de PIB, inflação e
deflação.

Entenderemos como as interações entre os setores afetam a economia de um país, impactando o crescimento
econômico, a inflação e eventuais padrões de deflação existentes.

Aproveite o vídeo para consolidar o conhecimento adquirido ao longo da aula e não deixe de acessar o
conteúdo adicional indicado no box Saiba mais.

 Saiba mais
Você sabia que existem bancos de dados interessantes para analisarmos o crescimento econômico de
maneira comparativa entre os países?

O site Our World in Data (na tradução, “Nosso Mundo em Dados”) conta com dados relativos a diversas
áreas de estudo e, entre eles, um dado de crescimento econômico dos países. O Gross Domestic Product
(equivalente ao Produto Interno Bruto) é uma das medidas disponíveis para análise do crescimento
econômico.

(O site indicado está originalmente em língua inglesa, mas se preferir utilize a opção de tradução
automática do seu navegador.)

Aula 3

BALANÇA COMERCIAL
Olá, estudante! Nesta etapa de aprendizagem, você compreenderá os princípios fundamentais
sobre a balança comercial e a relação econômica entre um país e o setor externo.
33 minutos

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INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta etapa de aprendizagem, você compreenderá os princípios fundamentais sobre a balança
comercial e a relação econômica entre um país e o setor externo. Para tanto, o conceito de comércio
internacional será importante. Além disso, você aprenderá como as importações e exportações afetam as
contas nacionais e a geração de produto e renda de um país.

Ao final da aula, você também será capaz de identificar as características e a importância das taxas de câmbio
na balança comercial, assim como estará apto para refletir de maneira crítica sobre possibilidades de
regulação dessa variável no cenário macroeconômico.

Complementando o conteúdo apresentado, consulte, sempre que possível, os materiais adicionais indicados
nas Referências.

Vamos lá?

APRENDENDO SOBRE O SETOR EXTERNO


Você já deve ter observado, nos shoppings e supermercados, produtos que são originalmente fabricados em
outros países do mundo. Podemos encontrar um chocolate belga, um vinho chileno, um queijo suíço e até
celulares norte-americanos ou produtos eletrônicos chineses. Independentemente da origem, o que podemos
notar nesses produtos é que todos eles só estão sendo comercializados em nosso país pelo fato de existir uma
relação comercial entre o Brasil e as demais nações.

Vamos, primeiro, entender que a relação internacional entre nosso país e o restante do mundo é medida por
alterações na denominada conta de balanço de pagamentos. Essa conta, segundo Samuelson e Nordhaus
(2009), proporciona uma demonstração sistemática de todas as transações econômicas entre um país e o resto
do mundo. Os principais componentes são a conta corrente e a conta financeira, como mostra o Quadro 1, a
seguir.

Quadro 1 | Elementos básicos do balanço de pagamentos

Contas Componentes

Balança comercial

Balança de serviços
I. Conta corrente
Renda de investimento

Transferências unilaterais

Privada
II. Conta financeira
Governamental

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Fonte: adaptado de Samuelson e Nordhaus (2009, p. 482).

Como é possível perceber pelo Quadro 1, o primeiro dos componentes que medem as transações
internacionais de um país é chamado de balança comercial. Podemos entender a balança comercial como o
registro de todos os valores econômicos transacionados com os outros países por meio da exportação e a
importação de produtos.

Mas quais são as definições das variáveis macroeconômicas de exportação e importação?

De maneira geral, a exportação pode ser definida como o ato de venda, no mercado externo, de produtos,
bens e serviços produzidos nacionalmente. Por sua vez, a importação ocorre quando um país compra
produtos, bens e serviços de outros.

Quando há a exportação, o país exportador se beneficia com essa comercialização pelos ganhos de
produtividade (em função dos aumentos escalares de produção), de competitividade (dada a necessidade de
adequação dos produtos aos padrões internacionais) e de rentabilidade para as empresas nacionais.

Por sua vez, as importações costumam refletir a falta de condições para a produção nacional dos produtos e
serviços importados. Essa limitação é normal a todos os países, uma vez que é impossível que se consiga
produzir nacionalmente todos os tipos de produtos demandados pela população. No entanto, deve-se
considerar que se o país precisa importar produtos e serviços de maior valor agregado, isso pode representar
um fator de atenção a essa variável macroeconômica.

Para que as exportações e importações entre países aconteçam, é necessário que todas as transações sejam
feitas na mesma unidade monetária. A partir desse contexto, surge o conceito de taxa de câmbio. De acordo
com Krugman e Wells (2015), as transações internacionais requerem um mercado em que as moedas possam
ser trocadas umas pelas outras. Esse mercado é denominado mercado de câmbio e determina as taxas de
troca, ou seja, os preços pelos quais as moedas são comercializadas. Por exemplo, quando uma empresa
brasileira compra insumos tecnológicos dos Estados Unidos, ela precisa vender Reais e comprar Dólares para
efetivar a negociação. Já quando uma empresa estrangeira quer comprar produtos do Brasil, é ela quem
precisará comprar Reais e vender sua moeda corrente.

As transações cambiais de compra e venda de moeda são realizadas no Brasil apenas pela mediação de
agentes (empresas financeiras) autorizados pelo Banco Central para tais operações.

Portanto, podemos concluir que os conceitos de balança comercial, exportação, importação e taxa de câmbio
são fundamentais para aprendermos mais sobre como o comércio internacional impacta a macroeconomia de
um país.

INTERPRETANDO AS RELAÇÕES COM O SETOR EXTERNO


Agora que já estudamos os conceitos de balança comercial, exportação, importação e taxa de câmbio, vamos
interpretar essas variáveis, investigando as relações existentes entre elas.

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Você já deve ter percebido o quanto a balança comercial é afetada pelas variações das taxas de câmbio entre
os países. De acordo com Mankiw (2021), as exportações e importações de um país dependem (dentre outras
variáveis) dos preços externos em Dólares, dos preços internos em Reais e da taxa de câmbio nominal (Reais
por Dólar).

Na macroeconomia, podemos entender que quando a taxa de câmbio aumenta, existe a denominada
desvalorização cambial. Ou seja, são necessários mais Reais para a compra de um único Dólar. Isso quer dizer
que a desvalorização cambial incentiva as exportações e desincentiva as importações, contribuindo para a
existência de uma balança comercial com saldo positivo (superávit).

Por outro lado, quando a taxa de câmbio diminui, existe uma valorização cambial. Ou seja, são necessários
menos Reais para que se compre um Dólar no mercado de câmbio. O impacto disso é que a valorização
cambial incentiva as importações de um país e desincentiva as exportações, resultando num efeito negativo na
balança comercial (déficit).

Mas, afinal, como a taxa de câmbio é afetada a ponto de sofrer valorizações e desvalorizações ao longo do
tempo? Quem regula o mercado cambial?

De maneira geral, os países podem adotar diferentes posturas quanto ao modo como tratam o mercado
cambial, o que afeta a regulação desse mercado, o grau de interferência do Banco Central e a participação dos
agentes econômicos. A esse modo de definição do câmbio dá-se o nome de regime cambial. Segundo
Vasconcellos (2015), os regimes cambiais mais comuns são:

Regime de câmbio fixo: o Banco Central fixa antecipadamente a taxa de câmbio e se compromete a comprar
divisas à taxa fixada. Se a taxa for fixada num valor mais elevado, dizemos que houve uma desvalorização
cambial; caso contrário, teremos uma valorização cambial.

Regime de câmbio flutuante ou flexível: a taxa de câmbio varia de acordo com a demanda e a oferta de
divisas. Ou seja, o que se ajusta é a taxa de câmbio, e o Banco Central não tem o compromisso de comprar
divisas no mercado. Se a taxa de câmbio sobe, tem-se uma depreciação cambial, ocorrendo uma apreciação
cambial no caso inverso.

Regimes intermediários: é o caso da chamada flutuação suja (câmbio flutuante, mas passível de
intervenções do Banco Central) ou das bandas cambiais (câmbio flutuante em determinadas faixas
intervalares).

De acordo com o regime cambial adotado pelo país, portanto, a taxa de câmbio pode sofrer maior ou menor
influência advinda dos agentes do mercado ou do próprio Banco Central. Tais variações resultam em impactos
nos déficits ou superávits da balança comercial.

Outra variável importante para a análise da balança comercial é a própria pauta de exportações e importações.
Quando um país possui uma pauta de exportação baseada principalmente em bens primários (de baixo valor
agregado) e uma pauta de importação de produtos tecnológicos (de alto valor agregado), isso faz com que esse
país fique mais suscetível ao cenário de preços e taxas de câmbio internacionais, precisando manter um alto
patamar de exportações para garantir superávits na balança comercial.

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Por outro lado, países desenvolvidos que possuem uma pauta de exportação baseada em produtos
industrializados e tecnológicos conseguem absorver mais facilmente o dinamismo econômico gerado por esse
tipo de transação, o que, consequentemente, pode contribuir no saldo positivo da balança comercial.

Portanto, é possível concluir que na macroeconomia todos os conceitos trabalhados ao longo desta aula
constituem importantes interações entre si, apresentando-se como variáveis fundamentais dentro do processo
de desenvolvimento de um país.

A RELAÇÃO APLICADA DO BRASIL COM O SETOR EXTERNO


Uma vez que aprendemos como as variáveis estudadas possuem relações de impacto entre si, vamos aplicar
tais conhecimentos de maneira prática, aprendendo sobre o caso brasileiro dentro do cenário internacional.

Como você acha que é a pauta de exportação e importação brasileira? Será que o Brasil é mais intensivo na
produção de bens primários ou bens industrializados e tecnológicos? Que tipos de impacto podem ser
observados na balança comercial brasileira? E como é definida a taxa de câmbio brasileira ao longo dos anos?

Primeiro, é importante entender que o Brasil apresenta, ao longo de sua trajetória de crescimento, uma pauta
de exportações baseada principalmente em produtos primários, ou seja, produtos com um baixo nível de
industrialização e baixo valor agregado. A Figura 1, a seguir, ilustra a pauta de exportações brasileira no ano de
2021.

Figura 1 | Pauta de exportações brasileiras em 2021

Fonte: Comex Stat ([2022, s. p.]).

Como é possível identificar pela Figura 1, os produtos mais exportados no Brasil no período investigado foram
minério de ferro, soja, óleos brutos, açúcares e melaços. Embora trate de um período específico, a pauta de
exportações brasileiras tem perpetuado esse mesmo comportamento ao longo de várias décadas. Produtos

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mais intensivos em capital e tecnologia não possuem grande representatividade dentre os produtos
exportados pelo país.

Acerca da pauta de importações brasileiras, por sua vez, percebe-se um comportamento distinto em relação às
exportações. A Figura 2, a seguir, mostra a distribuição dos produtos dentre os importados pelo Brasil.

Figura 2 | Pauta de importações brasileiras em 2021

Fonte: Comex Stat ([2022, s. p.]).

Observando o comportamento da pauta de importações, é possível perceber que o Brasil importa


majoritariamente produtos associados à indústria de transformação. Dentre os produtos mais importados
estão adubos e fertilizantes, óleos já industrializados e outros produtos já transformados (principalmente para
abastecimento da agroindústria, da indústria farmacêutica e automobilística).

Dessa forma, é possível entender que o Brasil depende e importa bens de capital e tecnológicos que não
possuem produção nacional, ao passo que exporta matérias-primas para outros países, como China, Estados
Unidos e Argentina.

Quando olhamos para o saldo gerado na balança comercial brasileira, é possível inferir, de maneira aplicada,
que o país consegue atingir superávit nessa conta nacional, apesar de fatores de instabilidade econômica. A
Figura 3, a seguir, ilustra a evolução do saldo da balança comercial entre os anos de 1995 até 2021.

Figura 3 | Evolução do saldo em balança comercial (em milhões de Dólares)

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Fonte: Ipeadata ([2022, s. p.]).

Observe, pela Figura 3, que o Brasil gerou de modo frequente, no período investigado, saldos positivos na
balança comercial, indicando que os valores exportados foram superiores aos valores importados. Essa
informação pode ser interpretada de maneira vantajosa, apontando ganhos de renda pelo processo de
exportações líquidas, mas também de maneira crítica, pois evidencia que o Brasil ainda é muito dependente
de fatores externos, como o preço dos produtos primários.

Por fim, observemos o comportamento da taxa de câmbio no Brasil. No caso brasileiro, aplica-se um regime
de câmbio intermediário, para o qual o mercado regula independentemente sua taxa praticada. No entanto,
podem existir intervenções pontuais do Banco Central comprando ou vendendo câmbio para poder minimizar
efeitos adversos e especulativos de curto prazo.

A Figura 4, a seguir, ilustra a evolução da taxa de câmbio comercial entre os anos de 2000 e 2021.

Figura 4 | Taxa de câmbio comercial (R$ / US$)

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Fonte: Ipeadata ([2022, s. p.]).

A taxa de câmbio, dentro do período analisado, apresentou tendência de elevação, atingindo o seu maior valor
no ano de 2021. Isso significa que a moeda nacional tem sido depreciada em relação à moeda internacional, o
que favorece as exportações e desfavorece importações.

Assim, é possível concluir que todos os conceitos abordados ao longo desta aula interagem entre si e trazem
consigo resultados práticos, que podem ser evidenciados a cada um de nós por intermédio de dados, notícias
de revistas ou jornais, assim como podem impactar o setor produtivo brasileiro.

VÍDEO RESUMO
Você verá, no vídeo a seguir, a apresentação do conceito de balança comercial, bem como de taxa de câmbio.
Entenderemos como as interações entre um país e o setor externo afetam a economia, com impacto sobre as
exportações e importações. Aproveite o material para consolidar o conhecimento adquirido ao longo da aula e
não deixe de acessar o conteúdo adicional indicado no box Saiba mais.

 Saiba mais
Você sabia que é possível criar consultas detalhadas das exportações e importações brasileiras com as
diversas variáveis da base de dados estatísticos? Acessando o Comex Stat, você identifica todos os
componentes das pautas de importação e exportação brasileiras e consegue mensurar impactos no
balanço de pagamentos.

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Aula 4

FATORES ECONÔMICOS: PRODUÇÃO E GESTÃO


Olá, estudante! Seja bem-vindo a mais uma aula de Administração e Economia para Engenheiros.
Nesta etapa de aprendizagem.
35 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Seja bem-vindo a mais uma aula de Administração e Economia para Engenheiros. Nesta etapa
de aprendizagem, você compreenderá os princípios fundamentais sobre as políticas monetária e fiscal, bem
como sobre o processo inflacionário, com foco direcionado aos aumentos dos preços dos fatores de
produção. Além dos conceitos e características associados a esses temas, você aprenderá como as variáveis
econômicas em questão são analisadas dentro de um contexto de crescimento do país.

Ao final da aula, você será capaz de identificar os componentes das políticas e da produção nacional, além de
estar apto para refletir de maneira crítica sobre a influência desses fatores macroeconômicos nas
organizações.

Complementando o conteúdo apresentado, consulte, sempre que possível, os materiais adicionais indicados
nas Referências.

Vamos lá?

APRENDENDO SOBRE FATORES DE PRODUÇÃO E POLÍTICAS


MACROECONÔMICAS
Você já deve ter notado que um dos maiores problemas das economias contemporâneas é a inflação. A
inflação é definida como o aumento generalizado e persistente do nível de preços da economia. Quanto maior
a inflação, maiores são as volatilidades dos preços, fato que pode causar instabilidade econômica.

Mas, afinal, como surge o processo inflacionário e como ele interfere nos setores e agentes econômicos? Qual
o papel dos fatores de produção dentro dos processos inflacionários?

De acordo com o Sampaio (2022), diversas podem ser as fontes que desencadeiam o processo inflacionário,
o que faz com que existam vários tipos de processos inflacionários, dentre os quais podemos citar:

Inflação inercial: os preços são reajustados com base nas expectativas adaptativas do mercado.

Inflação de demanda: a pressão de aumento na demanda da economia eleva os preços.

Inflação de oferta: a pressão de redução na oferta da economia eleva os preços.

Inflação estrutural: problemas na estrutura produtiva elevam os preços.

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Dentre outras causas, podemos entender que o processo inflacionário está bastante associado a questões
produtivas da economia, derivadas do problema da escassez. A Figura 1, compartilhada por Vasconcellos
(2015), ilustra a escassez num caso genérico em que certo país deve fazer uma escolha acerca do que produzir,
gerando uma curva de possibilidades de produção.

Figura 1 | Curva de possibilidades de produção

Fonte: Vasconcellos (2015, p. 10).

De forma geral, hipoteticamente, no exemplo apresentado, um país poderia produzir apenas uma determinada
quantidade de manteiga, de canhões ou uma combinação entre esses dois produtos que fosse interessante
para atender às necessidades da maioria da população, dada a produtividade dos fatores de produção.

Segundo Krugman e Wells (2015) e Vasconcellos (2015), os fatores de produção são quaisquer coisas que
podem ser usadas para produzir outras coisas. As listas de fatores de produção da economia geralmente
abrangem:

• Terra (área).

• Trabalho ou mão de obra (o tempo dos trabalhadores).

• Insumos (matérias-primas).

• Capital (maquinaria, construção e outros ativos produtivos fabricados pelo homem).

• Capital humano (conquistas educacionais e habilidades dos trabalhadores).

Cada fator de produção possui um preço na economia, e cada preço deve ter estabilidade para que não
contribua com um processo inflacionário. Dentre os preços dos fatores estão os preços dos insumos, as taxas
de aluguel (remuneração da terra), os salários (remuneração do trabalho), os juros e lucros (remuneração do
capital).

Os preços dos fatores de produção geralmente estão associados à sua produtividade (capacidade de gerar
produto a partir de determinada quantidade de fatores). Por exemplo, imagine uma empresa que possui
insumos com produtividade de dez unidades monetárias, mas tem custo de 15 unidades. Logo, a empresa
pode precisar repassar essa deficiência produtiva nos preços de seus produtos, o que pode contribuir para o
processo inflacionário.
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E o que acontece se os agentes econômicos não receberam incentivos o suficiente para utilizar os fatores de
produção em prol do crescimento econômico do país? Nesse caso, torna-se necessária a aplicação de uma
política macroeconômica, dentre outras possibilidades, com aplicações fiscais ou monetárias.

De maneira geral, a política fiscal é o instrumento de que o governo dispõe para a arrecadação de tributos
(política tributária) e controle de suas despesas (política de gastos). Por sua vez, a política monetária é um
instrumento que reflete a atuação do governo sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros.
Ambos os tipos de política trazem consigo efeitos positivos e pontos de atenção para as economias nacionais.

Portanto, podemos concluir que as variações nos preços dos fatores de produção podem refletir questões
produtivas da economia e manifestar alto impacto no processo inflacionário de um país. A partir das políticas
fiscais e monetárias, o governo deve não somente tentar conciliar objetivos de crescimento, mas também
interferir em processos inflacionários danosos à estabilidade econômica.

INTERPRETANDO AS RELAÇÕES ENTRE A PRODUTIVIDADE E AS POLÍTICAS


MACROECONÔMICAS
Agora que já sabemos o que é processo inflacionário, conhecemos a importância dos fatores de produção e
assimilamos a definição de política fiscal e monetária, vamos investigar a relação entre essas variáveis
macroeconômicas e aprofundar nosso entendimento sobre cada uma delas.

Vamos começar pensando na seguinte questão: quais os possíveis impactos na economia gerados pelo fato de
os agentes econômicos usarem mais ou menos fatores de produção durante o processo produtivo?

O acréscimo de fatores de produção no processo produtivo foi ilustrado por Krugman e Wells (2015) a partir do
exemplo de uma fazenda que adicionava trabalhadores e mensurava seu impacto na produção de trigo, como
mostra a Figura 2.

Figura 2 | Exemplo de função de produção

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Fonte: Krugman e Wells (2015, p. 271).

O exemplo da Figura 2 representa um fenômeno associado a todos os fatores de produção existentes na


economia. Esse fenômeno é denominado Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes e postula que quando
há uma ampliação na quantidade de fatores de produção, mantendo a quantidade de todos os outros fatores
fixos, o produto tende a aumentar, mas sob taxas decrescentes.

É possível interpretar que a adição de fatores de produção faz com que a produção total se aproxime de um
limite e, por causa desse limite, ganhos de produtividade só podem existir a partir de maiores investimentos
em outros fatores de produção.

Em relação ao processo inflacionário, podemos entender, ainda, que quando a produtividade dos fatores de
produção começa a diminuir, a remuneração dos fatores também precisaria acompanhar esse indicador. Se
isso não acontece na economia, o custo incremental dos fatores de produção não acompanha sua capacidade
de geração de receita, o que pode contribuir para o processo inflacionário. A alternativa à redução da
remuneração dos fatores é o progresso tecnológico, que permitiria a expansão da capacidade de oferta das
empresas.

E como a política fiscal e a política monetária podem auxiliar no processo de crescimento da produção
nacional e na estabilização do processo inflacionário?

Ambas as políticas possuem duas formas de serem aplicadas no contexto macroeconômico: expansionista e
contracionista. As políticas expansionistas têm como objetivo o aumento do produto nacional, mas podem
trazer consigo consequências, como a elevação da inflação e/ou da taxa de juros. As políticas contracionistas
buscam controlar as consequências de uma economia aquecida, como a alta da inflação ou um baixo nível de
poupança.

Quando um país aplica uma política monetária expansionista, decide adicionar moeda na economia,
reduzindo as taxas de juros, comprando títulos, ou seja, incentivando o crescimento econômico por entender
que problemas como a inflação ou o descontrole orçamentário não representam uma ameaça à estabilidade
econômica.

Quando o governo de um país decide gastar mais, reduzir tributos ou incentivar o investimento, está
trabalhando com uma política fiscal expansionista. Nesse cenário, o país incentiva o crescimento econômico,
mas também pressiona o aumento das taxas de juros.

Dessa forma, podemos concluir que o uso dos fatores de produção é importante para elevar a produção total
de uma organização e de um país, porém existe um limite de produção que pode ser identificado pelo cálculo
da produtividade. Para auxiliar no incentivo à expansão desse limite e do crescimento econômico, o setor
público pode se utilizar de políticas fiscais e monetárias expansionistas, mas deve se atentar para os efeitos
adversos dessas ações. Já no caso de o processo inflacionário estar aquecido, políticas contracionistas podem
contribuir para a estabilidade econômica.

APLICAÇÕES DA PRODUTIVIDADE E DAS POLÍTICAS MACROECONÔMICAS


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Agora que já estudamos sobre os fatores de produção, seus impactos no processo inflacionário e sobre as
políticas fiscal e monetária, vamos entender mais detalhes sobre aspectos aplicados e associados a essas
variáveis.

Antes de tudo, vamos identificar o comportamento da produtividade dos fatores para alguns países
selecionados e entender o que pode ter ocorrido ao longo da história econômica dessas nações por meio da
Figura 3, a seguir.

Figura 3 | Produtividade total dos fatores

Fonte: adaptada de Our World in Data ([s. d., s. p]).

Perceba, pela imagem anterior, que no início da década de 1950 a produtividade total dos fatores apresentava
bastante discrepância entre cada um dos países analisados, mas que houve uma tendência de convergência
para o mesmo nível dos países que já possuíam uma produtividade alinhada com a média mundial.

Especificamente no caso brasileiro, um dos indicadores mais utilizados para o cálculo da produtividade do
fator trabalho é o indicador de produtividade por hora trabalhada, como aponta a Figura 4.

Figura 4 | Produtividade por horas trabalhadas em R$ de 2019

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Fonte: IBRE – FGV ([s. d.b, s. p.]).

De acordo com a Figura 4, o Brasil não teve, no período analisado, uma evolução significativa na produtividade
dos setores de serviços e indústria. O setor agropecuário, por sua vez, apresentou um ganho relevante de
produtividade no período.

O processo inflacionário e os impactos da produtividade nesse processo podem ser estudados a partir de
indicadores como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em suas diversas categorias, como
ilustra a Figura 5.

Figura 5 | Evolução do IPCA

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Fonte: adaptada de Banco Central do Brasil ([s. d], [s. p.]).

Perceba que entre os anos 2000 e 2021, a inflação exibe particularidades distintas em cada setor. Isso significa
que alguns setores (como alimentação e bebidas) têm maiores pressões de demanda, de oferta ou de
produtividade, que fazem com que seus preços oscilem mais do que os demais.

E como pode ser entendida a relação de políticas macroeconômicas fiscais e monetárias no Brasil?

Um dos meios mais utilizados para analisar os efeitos de políticas fiscais e monetárias é o modelo IS-LM-BP.
As funções IS-LM-BP moldam os equilíbrios no mercado real da economia (medidos pelo nível de investimento
(I) e poupança (S)), no mercado monetário (medidos pela demanda (L) e oferta (M) de moeda) e no Balanço de
Pagamentos (BP) (GUIMARÃES, 2020). A Figura 6, a seguir, ilustra uma aplicação do modelo IS-LM-BP para uma
política fiscal expansionista.

Figura 6 | Política fiscal expansionista no modelo IS-LM-BP

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Fonte: Froyen (2012, p. 370).

Na Figura 6, podemos verificar as variáveis de taxas de juros da economia (r), produto da economia (Y), gastos
do governo (G) e equilíbrios macroeconômicos (E). Observe que, nesse caso, uma política fiscal expansionista,
representada por um aumento dos gastos do governo (que passa de G0 para G1), não apenas faz com que a
curva IS e o produto da economia se elevem, mas também que as taxas de juros aumentem.
Macroeconomistas e analistas setoriais utilizam os indicadores de mercado aplicados a esse modelo para
entender os momentos vivenciados pela economia brasileira ao longo de cada um dos governos. Governos
que utilizam o instrumento de política fiscal expansionista com maior intensidade tendem a ter elevações em
seu produto, porém correm o risco de entrar em desequilíbrio com mais facilidade.

Por fim, na Figura 7, o mesmo modelo pode ser analisado para entender uma política monetária
expansionista.

Figura 7 | Política monetária expansionista no modelo IS-LM-BP

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Fonte: Froyen (2012, p. 369).

É possível perceber, pela imagem anterior, que uma elevação na emissão de moeda na economia (que passa
de M0 para M1) também faz com que o produto aumente de Y0 para Y1, mas traz consigo reduções nas taxas de
juros (r) e outros tipos de desequilíbrios, caso seja utilizada sem os critérios adequados.

Portanto, é possível concluir que as políticas macroeconômicas são capazes de incentivar o produto e a
produtividade nacionais. A elevação da produtividade é importante para o crescimento do país e, para que se
desenvolva, depende da utilização correta dos fatores de produção disponíveis.

VÍDEO RESUMO
Você terá acesso, no vídeo a seguir, a uma apresentação dos conceitos e aplicações de processo inflacionário
e fatores de produção, bem como das políticas fiscal e monetária. Entenderemos como as interações entre
essas variáveis podem ser medidas e analisadas. Aproveite o material para consolidar o conhecimento
adquirido ao longo desta aula e não deixe de acessar o conteúdo adicional indicado na seção Saiba mais.

 Saiba mais
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) foi criado em 1951 e tem por missão pesquisar, analisar, produzir
e disseminar estatísticas macroeconômicas e pesquisas econômicas aplicadas. No site do Ibre, você
encontra um amplo conjunto de indicadores em formato de séries temporais que pode ser utilizado em
suas análises.

REFERÊNCIAS
3 minutos

Aula 1
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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