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BREVE INTRODUÇÃO A

ECONOMIA

CARLOS HONORATO

Um resumo básico de introdução a economia com conceitos iniciais, aspectos


teóricos e como entender o que acontece no macro ambiente e nos negócios.
BREVE INTRODUÇÃO A ECONOMIA
A ECONOMIA

Economia é uma ciência humana. Essa informação logo de início pode levar um leitor
desavisado a imaginar que há algum erro na definição, ou engano na análise, mas economia
é sim uma ciência humana, repleta de números e definições matemáticas. Muito da confusão
de se achar a economia como uma ciência exata é derivado do intenso uso de dados
numéricos, análises quantitativas e definições teóricas que se utilizam de elementos exatos
para fazer uma boa análise econômica. Por outro lado, o estudo da História, especialmente
da História Econômica, de como a humanidade vem tratando as trocas comerciais,
crescimento da riqueza e sua distribuição tem um componente humano muito forte.

A economia, portanto, trata de entender as relações humanas econômicas, e, pode ser


definida como a ciência da escassez. Ela estuda como o ser humano pretende maximizar
suas escolhas de modo a conseguir o maior bem-estar possível. A definição clássica rege
que a economia estuda como pessoas, empresas e a sociedade decidem alocar seus
recursos escassos a fim de satisfazer as ilimitadas necessidades humanas, como os
indivíduos e instituições alocam recursos para fins específicos i. No campo das decisões,
portanto, a economia busca entender como pessoas, entidades públicas ou privadas
procuram fazer escolhas para conseguir seu maior benefício. Os economistas chamam essas
escolhas de trade-off, traduzindo do inglês, algo como “fazer uma escolha em detrimento de
outra”. Toda a ciência econômica, quer em nível micro, quer em nível macro, trata das
decisões de escolhaii.

É fundamental perceber que a economia também tem se transformado nos últimos tempos e
se adaptado a tendências e oportunidades que surgiram no mundo com as transformações
tecnológicas, políticas e sócias. Alguns ramos da economia são inovadores e muito
relevantes de se acompanhar: a economia compartilhada, de uso e compartilhamento de
produtos serviços, minimizando o excesso de consumo; a economia colaborativa, que
facilita a troca de produtos e serviços, sem o uso monetário, nem focando o lucro; a
economia sustentável, produzir produtos e serviços duráveis e renováveis, a economia
circular, apostando na maximização do uso dos produtos nos ciclo econômico, entre outras
formas de organização que tem movimentado o modo como as sociedades e empresas se
organizam em torno da produção e do crescimento econômico.
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Entendendo a análise econômica

Assim como em outras áreas de conhecimento, a economia também se caracteriza por um


jargão próprio, uma forma particular de explanar e entender seus conceitos. Assim como na
Medicina e no Direito, a Economia também tem suas formas peculiares de comunicação e
organização do pensamento e, é partir desse contexto, que este capítulo se propõem a ser
objetivo nas conceituações e definições básicas.

Como divisão mais clássica e fundamental, pode-se distinguir a economia em dois ramos
básicos de estudo: a microeconomia e a macroeconomia. Em geral boa parte dos estudos
econômicos preocupa-se com esses dois grandes segmentos e suas interações via teoria
econômica, políticas econômicas, impactos das regulações nos mercados.

A microeconomia trata das unidades, do indivíduo e de seu comportamento de consumo e


emprego, das empresas e suas definições de preços, custos e decisões de investimento. Já
a macroeconomia tenta entender como o conjunto de decisões micro – pessoas, empresas
e sociedade - impactam na evolução econômica, crescimento e no desenvolvimento
agregado da economia.

Na microeconomia os grandes segmentos clássicos de estudos estão na Teoria da Utilidade,


Análise da Oferta e Demanda, Teoria do Consumidor, Teoria dos Custos e da Produção e as
Estruturas de Mercadoiii.

A Teoria da Utilidade é basilar no entendimento de teoria econômica e está baseada na


análise da utilidade das decisões dos agentes e tem como um pressuposto relevante a
máxima de que “os agentes econômicos tomam decisões racionais, para o seu bem-estar
próprio e para o bem-estar de todos”iv. Essa premissa de que as decisões são racionais vem
sendo muito discutida e repensada nos últimos anos, especialmente pela forma que os
indivíduos fazem suas escolhas, muitas delas não necessariamente de uma forma “racional”.

A Análise de Oferta e Demanda avalia como é a interação entre a disponibilidade de produtos


e serviços e a procura por esses bens e serviços, avaliando o equilíbrio de preços e relações
que variações nesses fatores impactam no equilíbrio entre oferta e demandav.

A Teoria do Consumidor analisa como os consumidores fazem suas escolhas e definem seus
padrões de consumo a partir da sua rendavi.

A Teoria de Custos avalia a composição de custos dos produtos, formação de preços, receita
e lucro econômico.
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As análises das Estruturas de Mercado avaliam como os mercados se equilibram em
diferentes níveis de concorrência e como se formam os preços dependendo do nível de
competição existente.

Mais recentemente a microeconomia tem se debruçado no estudo das regulações de


mercado, formação de equilíbrio de contratos, incentivos e estruturas de governança para
que os mercados funcionem bem. Uma outra expansão interessante da microeconomia cria
uma linha de estudos da formação de preços e decisões em mercados concentrados,
oligopolizados que deu origem a chamada Teoria dos Jogos.

Na Macroeconomia, ou economia dos agregados, estuda-se como o conjunto das decisões


individuais afetam de forma agregada a economia e o comportamento de suas principais
variáveis: o nível de preços, nível de investimento, nível de produção, taxa de juros, renda,
poupança, investimento e como esses elementos interagem com os mercados internacionais,
por meio de exportações e importações.

Em especial, o estudo da macroeconomia tem um papel fundamental nas decisões


estratégicas de uma organização. Entender o ambiente econômico, as variações de
produção, demanda, crescimento e juros são fundamentais para entender que oportunidades
um gestor de negócios ou um empreendedor poderão aproveitar e que riscos e ameaças
virão de um ambiente econômico recessivo ou hostil. No esquema a seguir pode-se ver, de
forma esquemática, os setores e segmentos de estudo da economia:

FONTE: Rosseti (2016)vii

A conexão entre a micro e macroeconomia se faz didaticamente por dois pontos:


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 A teoria econômica: a forma pela qual os economistas e estudiosos definiram
teoricamente os mecanismos econômicos, as leis e definições estruturantes da
Economia;
 Pela política econômica: como os governos gerenciam o funcionamento da economia
buscando basicamente três grandes alvos, crescimento econômico, estabilidade
de preços e distribuição de renda.

Há ainda de se ressaltar a Economia Descritiva, área da economia que objetiva mensurar


todos esses eventos econômicos dando melhores parâmetros na tomada de decisão
econômica, gerenciamento da economia e alocação de recursos. O uso de estatística e
estatística econômica aplicada, e econometria é muito relevante neste segmento de estudos
e a base de cálculo de todos os grandes agregados econômicos – o PIB, taxas de inflação,
taxas de crescimento, renda e produto.

Em geral os economistas acabam por escolher alguns desses ramos de atuação,


especializando-se em alguma dessas áreas e dedicando-se a desenvolver assuntos
específicos dentro dessa definição didática. Com certeza fica claro papel da economia como
uma ciência de estudo da aplicação de recursos, logo, de tomada de decisões e que pode
ser essencial na gestão empresarial, pois consegue, como ciência humana aplicada, dar
alguns parâmetros numéricos para a tomada de decisão.

ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA

A lei da oferta e demanda

A unidade basilar do estudo da Economia, mais do que um princípio, uma a lei, que rege
todas as decisões econômicas é a lei da oferta e demanda. De uma forma objetiva, todos
os estudos econômicos, no limite, podem ser reduzidos em algum grau a uma análise de
oferta e demanda. As curvas de oferta e demanda representam, de modo esquemático, o
ponto em que um indivíduo ou uma organização pretender comprar (demanda ou
procura) um determinado bem e se encontra com alguém que queira vender (oferta)
esse mesmo bem.viii O que faz esse encontro entre quem procura e quem oferece ser bem-
sucedido, e permitir que essa troca se realize é o elemento preço. O preço viabiliza o valor
que o vendedor quer como contrapartida de sua venda e o valor que o comprador está
disposto a pagar. Com preços menores, mais indivíduos irão comprar o produto, já com
preços maiores mais indivíduos vão oferecer aquele produto, e, da mesma forma, com preços
maiores mais produtores ofereceram seus produtos.
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Na análise da oferta e procura, estamos muito habituados a pensar pelo lado da demanda:
quando o preço baixa, aumenta a procura por esse bem. Pense que pelo lado da oferta, um
aumento do preço fará com que mais indivíduos queiram oferecem aquele bem, pois terão
um acréscimo dos valores recebidos por unidade, em função de um aumento de preços.

Ceteris paribus

Um princípio fundamental da economia, que permite o entendimento de como as variáveis


se relacionam é o ceteris paribus. Ceteris paribus1 é uma expressão latina que significa –
tudo o mais constante. Assim como as outras ciências, a economia também tem infinitas
variáveis que interagem continuamente e o impacto de suas interações entre si não podem
ser medidos simultaneamente e, caso não consigamos isola-las uma a uma, não se chega a
conclusão alguma. Se analisarmos qualquer variável em economia, sem isolarmos esta das
outras corremos o risco de não explicarmos nada, já que tudo interfere em tudo, como seria
natural se supor. Logo a forma de isolamento encontrada pela economia é manter tudo
mais constante, o ceteris paribus. Por exemplo, se baixarmos o preço de um produto, a
sua quantidade demanda aumentará, ceteris paribus seus concorrentes, isto é, sem ação
dos concorrentes, mantendo-os constantes. Imagine que baixamos o preço, mas o nosso
concorrente abaixa ainda mais o preço, provavelmente a nossa quantidade demandada não
aumentará.

Uma das grandes dificuldades que as pessoas que desconhecem economia têm, é entender
como as variáveis se afetam e é só possível entende-las se as mantemos isoladas em uma
condição, ceteris paribus. Assim como uma reação química, ou um fenômeno da física
requerem condições específicas para que esses eventos ocorram, nas ciências naturais e
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1 ou cɶteris paribus
biológicas chama-se condições normais de temperatura e pressão (C.N.T.P.), na economia
as tais “C.N.T.P.” seriam a manutenção das variáveis não envolvidas na análise constantes.
A água só ferve a 100°C porque partimos do pressuposto que a pressão será constante de
1 atm. Se colocarmos muita pressão, a temperatura de ebulição da água será menor, por
isso precisamos das ditas CNTP.

Outro exemplo, em Macroeconomia, para se explicar o efeito da taxa de juros sobre a


inflação, é fundamental que consideremos todas as outras variáveis constantes. Se um
governo quer controlar a inflação, ele precisará aumentar os juros e com isso conseguirá
controlar a inflação, ceteris paribus as outras variáveis. De nada vale um governo aumentar
os juros, se continuar a gastar mais do que arrecada, pois, o processo inflacionário se dará
da mesma forma e o impacto do fator juros será anulado por uma quantidade de moeda maior
disponível.

Entender esse conceito é fundamental. Muitas vezes a economia se torna uma ciência de
difícil compreensão porque as pessoas tendem a tentar analisar tudo simultaneamente, com
todas as variáveis “variando” simultaneamente.

Custo de oportunidade

A partir do entendimento de que economia é uma ciência que estuda as escolhas dos
indivíduos e da sociedade, e que esses indivíduos têm que fazer essas escolhas levando em
consideração um benefício versus uma opção deixada de lado, define-se um dos mais
importantes conceitos econômicos, o conceito de custo de oportunidade.

O custo de oportunidade é o custo da opção deixada de lado. Um exemplo simples, mas


que ilustra isso muito bem, é a própria leitura deste texto: Se você leitor está dedicando parte
do seu tempo na leitura deste livro, está certamente deixando de fazer alguma outra coisa –
sair com amigos, dormir, ir a uma academia, passear, ler outro livro, logo o custo de
oportunidade de ler este trabalho é deixar de fazer alguma outra coisa. Espera-se nas
escolhas econômicas que a opção feita, gere mais benefício que a opção deixada de lado.
Talvez uma observação crítica sobre o custo de oportunidade diz respeito especificamente a
palavra “custo”: a palavra custo carrega um componente econômico e mesmo financeiro que
não necessariamente é relevante na escolha. Quando usamos o exemplo da leitura deste
livro, não há dinheiro envolvido, mas há o custo da dedicação de horas de seu tempo
investido na escolha de se ler o livro em detrimento de se fazer outra coisa. Podemos ampliar
a definição do custo de oportunidade como tudo que é deixado de lado em função de uma
escolha.
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Indo para o ambiente econômico, os investidores têm necessidades de rentabilidade e de
maximização de seus recursos, logo, por exemplo, um fundo de investimento no mercado
financeiro, que dispõe de alguns bilhões de dólares para aplicar, fará uma escolha entre o
investimento em um negócio A, com uma rentabilidade prevista, versus a rentabilidade de se
investir em um negócio B. Podemos criar o exemplo de um fundo de investimento que tem
duas opções: colocar alguns bilhões de dólares em uma indústria química, ou, colocar o
mesmo montante de recursos em uma companhia aérea. Qual seria a melhor opção de
investimento: uma companhia aérea ou uma indústria química? É sabido no mercado, mesmo
com diversas variáveis envolvidas, que apesar do prazo de maturação maior, complexidade
e aprendizado na operação, uma indústria química “tende” a ter maior rentabilidade do que
uma companhia aérea. Apesar de ser um mercado com uma complexidade diferente, o setor
aéreo sempre se mostrou muito complexo e arriscado na sua administração, pela infinidade
de variáveis operacionais (gestão da frota, pessoas, aeroportos, etc.) e externas (preço do
petróleo, atentados terroristas, alterações climáticas, etc.) que interferem no setor,
impactando invariavelmente a questão dos custos operacionais. Há uma brincadeira comum
entre os investidores do setor aéreo que diz: “a melhor forma de se tornar um milionário é
abrir uma companhia aérea, sendo antes um bilionário, porque você sempre perderá
dinheiro”. Ora, se o setor aéreo é tão volátil e propenso a levar o investidor a perder seus
recursos, porque alguém se interessaria em, em sã consciência, a investir em uma
companhia aérea? A explicação talvez esteja no fato que o custo de oportunidade dessa
decisão não se resume a questão financeira do retorno do investimento, mas sim de outros
benefícios ou premissas que o investidor considera importante: o volume de recursos que
um companhia aérea movimenta, um conhecimento prévio do setor, a paixão por aviação, a
necessidade de alguém fazer isso no mercado são componentes que podem levar um
investidor a entrar em um mercado tão duro como o aéreo, mesmo tendo melhores opções
de investimento. Logo, o custo de oportunidade não está apenas no retorno econômico e
financeiro, mas no custo de oportunidade total.

As pessoas, os indivíduos e as empresas tem que fazer decisões, e incorporar a lógica do


custo de oportunidade é um dos elementos mais agregadores para a melhora da qualidade
das decisões. Leve em consideração não somente os ganhos que vai ter em uma escolha,
mas também as perdas ou “escolhas não feitas”, o que se deixou de lado, isto é, o custo de
oportunidade, e a qualidade das decisões melhorará muito, quando o que se pode perder é
também levado em consideração.
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Racionalidade do consumidor

A racionalidade do consumidor sempre foi uma das premissas fundamentais da economia


clássica, e mesmo hoje se coloca com importante premissa no estudo da Microeconomia e
da Macroeconomia. Porém, nos últimos anos algumas correntes de economistas têm se
debruçado a estudar as decisões racionais dos agentes, discutindo e questionando-se: as
decisões dos agentes econômicos são realmente racionais?

Nas primeiras discussões econômicas e na formulação dos primeiros economistas liberais,


Adam Smith e David Ricardo, e mais adiante, no início do século XX com os economistas da
chamada de escola neoclássica, o princípio da decisão econômica estava baseado na
questão da racionalidade do consumidor ix . Sobre essa premissa, considerava-se que o
consumidor, os produtores, empresas e industrias tomam decisões racionais, decidindo pelo
que é melhor para eles e para o todo. Não havia na economia clássica uma discussão sobre
a possibilidade de alguma decisão não fosse eminentemente racional. As pessoas fazem o
que é melhor para si e com isso converge-se para o que melhor para o todo. Na realidade,
porém, é que não necessariamente as decisões são tomadas seguindo essa racionalidade.
Os indivíduos têm interesses distintos, emoções, vontades e, portanto, o que é uma decisão
“racional” para um indivíduo, não é para outro. Observar, por exemplo, o processo de compra
do consumidor comum, especialmente a compra impulsiva, mostra que as pessoas não
reagem racionalmente a um processo de compra, mas sim, “racionalizam” justificando a
compra de algo que, teoricamente, elas não teriam necessidade nenhuma. Quantas vezes
não nos deparamos com consumidores que compram mais um par de sapatos, sendo que já
possuem uma quantidade imensa de pares em casa? Quase todas as pessoas que tem esse
comportamento, provavelmente justificarão essa compra por uma necessidade emergencial,
um encantamento imediato pelo modelo ou pela cor do produto, ou mesmo, justificarão a
compra por que “precisavam” comprar, e pronto.

Não só no consumo se observa essa dificuldade de justificação racional das decisões. Nos
processos de gestão das empresas, as decisões não são tomadas exclusivamente por
critérios técnicos, objetivos e racionais. Elementos relacionados a poder, empatia,
capacidade de liderar são elementos adicionais e muitas vezes preponderantes a influenciar
uma decisão, muito mais fortes do que processos racionais e exatos, mesmo aqueles
baseados em cumprimento de metas e objetivos racionais.

A partir do século 20 uma corrente de economistas começou a questionar fortemente os


princípios dessa decisão racional entre os autores sentido grande influência neste campo
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podemos citar Daniel Kahneman x prêmio Nobel de Economia e psicólogo por formação.
Deste desafio de estudo surgiu o campo da Economia Comportamental, como a área de
economia que estuda as influências cognitivas, sociais e emocionais observadas sobre o
comportamento econômico das pessoas e sua tomada de decisão. Os estudos da economia
comportamental tentam a partir da experimentação entender como as pessoas decidem e
qual lógica por trás desse processo decisório.

Com o estudo do comportamento humano e sua lógica de decisão econômica, por meio da
experimentação, entende-se que nem sempre as pessoas são egoístas, elas calculam o
custo-benefício de suas ações e tendem a ter preferências estáveis. Além disso, muitas das
escolhas econômicas não resultam de uma deliberação ou cálculo meticuloso, ou
extremamente cuidadoso, mas sim de uma série de informações aparentemente
desconectadas, lembranças pessoais, memória afetiva, estados psicológicos e sentimentos
gerados “automaticamente” por experiências passadas. Somos muitas vezes influenciados
por informações lembradas, sentimentos gerados de modo automático e estímulos salientes
no ambiente. Somos animais sociais, com preferências sociais como aquelas expressas na
confiança, altruísmo, reciprocidade e justiça, e temos o desejo de ser coerentes conosco e
de valorizar as normas sociais.

O campo de estudo da Economia Comportamental e suas implicações são bastante


abrangentes e suas ideias vêm sendo aplicadas em várias esferas no setor privado e em
políticas públicas, incluindo finanças, saúde, energia, desenvolvimento, educação e
marketing de consumo. Entre os expoentes desse ramo tem-se Daniel Kahneman, Vernon
Smith, Richard Thaler vencedores do Prêmio Nobel de Economia.

A popularidade da Economia Comportamental, e das ciências comportamentais de modo


geral, ampliou as ferramentas conceituais e vem incentivando pesquisas que investigam o
comportamento real e favorecendo uma cultura de “testar e aprender” entre os governos e
as empresas. Para se lidar com questões práticas, é indispensável fazer experimentos antes
de intervenções efetivas.

Na sua essência, os economistas comportamentais, usam a Psicologia para estudar


problemas econômicos e sua abordagem geralmente se alicerça no casamento da
experimentação com o pensamento econômico tradicional, por exemplo, no conceito de
utilidade.

Vamos ilustrar esse conceito com um exemplo simples do mercado financeiro: um investidor
comum decide aplicar parte dos seus recursos na compra de ações de uma grande empresa.
Para a tomada dessa decisão econômica, pressupõem-se que racionalidade: o investidor
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coloca seu dinheiro em ações de uma boa empresa que ele espera que tenha seu preço
aumentado, ou valorizado em um futuro. Seria natural supor, que quando essa ação começa
a ter uma grande valorização o investidor financeiro deva vender essa ação auferindo o lucro
resultante dessa subida da cotação. Muitas vezes, porém, o investidor é tomado por um
sentimento de que poderia ganhar mais e continua aguardando que essa ação suba
indefinidamente, mesmo sabendo que ações não sobem eternamente (elas terão uma
queda). Essa espera pelo lucro máximo deixou de ser puramente racional, mas o investidor
“criou uma racionalidade” considerando que ele pode esperar mais um pouquinho e
conseguir a máxima rentabilidade. De forma mais dramática e as vezes mais perceptível,
quando uma ação começa a ter uma desvalorização expressiva no mercado, ao invés do
investidor decidir encerrar sua aplicação, assumindo o prejuízo, ele passa “a criar uma
racionalidade” que ele conseguirá recuperar o investimento, deixando de ser uma atitude
racional, para se tornar quase uma atitude de fé.

Custos de transação

O custo de transação é outro conceito econômico que se tornou centro de uma área de
estudos na economia questionando algumas premissas fundamentais da Economia Clássica
e Neoclássica. Custos de transação são os custos relacionados às formas de organização e
coordenação da atividade econômica que resultariam em diferentes meios de alocação dos
recursos produtivos, não necessariamente relacionados à produção em si.

A primeira noção da análise dos custos de transação remonta às contribuições seminais de


Ronald Coase xi integrando elementos institucionais da economia capitalista à teoria
econômica tradicional. Coase discutia as razões pelas quais a empresa internaliza atividades
que poderia obter com um custo inferior no mercado, supondo que haveriam de ganhos de
eficiência provenientes da divisão do trabalho. Ele definiu que havia uma percepção de que
as relações entre os agentes econômicos dadas no mercado envolveriam custos concretos,
referidos, basicamente, como custos de coleta de informação, negociação e confecção de
contratos, custos estes, não diretamente relacionados à atividade de produção per si.

Em um mercado, o sistema de preços é o fator de coordenação da alocação dos recursos,


enquanto, na empresa tal função é desempenhada por um gestor, em torno do qual as
negociações internas na empresa e com o mercado se dão. Criam-se, portanto, custos em
se negociar com o mercado que poderiam ser evitados ou reduzidos ao se organizar a
produção através da relação da liderança. Por outro lado, uma internalização excessiva de
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transações sob a organização da empresa prejudica a alocação dos recursos e a produção,
acarretando maiores custos.

Em suma, os esforços da análise dos custos de se internalizar ou não transação e como essa
escolha é definida, abriram caminho para o desenvolvimento da Teoria dos Custos de
Transação (TCT) desenvolvida por Oliver Williamson a partir dos anos 1970, que deu origem
à Nova Economia Institucional (NEI).

A Teoria dos Custos de Transação (TCT) representa a principal contribuição desta área da
economia, cujas hipóteses podem ser resumidas em três pontos fundamentais:
Primeiramente, as transações e os custos a ela associados definem diferentes modos
institucionais de organização das atividades econômicas; Segundo, a tecnologia, embora
importante aspecto da organização das empresas, não é determinante da mesma; Terceiro:
as falhas de mercado são fundamentais à análise, o que confere importância às formas
institucionais de organização das empresas e suas escolhas para diminuir os custos de
transaçãoxii.

Incentivos

Impactada pela Teoria de Custos de Transação uma das vertentes de muito estudo e impacto
é a análise de incentivos para a consecução dos objetivos de uma empresa. Os economistas
contemporâneos avaliam que uma correta ponderação dos incentivos cria condições
adequadas de concorrência, oferta e demanda, melhoria de possibilidades de produção e
aumento de produtividade. Calibrar incentivos é hoje uma das práticas mais eficiente se
alcançar o objetivo econômico ou estratégico de uma determinada decisão. Existem
incentivos positivos e negativos. Um incentivo positivo, por exemplo, é um desconto ou um
bônus recebido por algum pagamento, atividade ou meta realizada. Neste caso, com um
incentivo (que pode ser financeiro ou não) aumentará o esforço para o aumento de
produtividade. Por outro lado, uma multa, uma punição, uma penalidade de tempo são
incentivos negativos que tendem também a influenciar o comportamento dos indivíduos. Por
exemplo: as multas de trânsito tendem a influenciar os indivíduos a dirigirem melhor e
respeitar as regras de trânsito.

O que é muito interessante na lógica dos incentivos econômicos é que, a partir do momento
que uma empresa ou um negócio calibrar os incentivos adequadamente, muito
provavelmente os resultados estarão alinhados com os objetivos estratégicos. Se uma
empresa define estrategicamente que seu objetivo comercial é a venda de volume produtos
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e liderar o mercado com a maior participação de mercado, logo, os incentivos devem estar
direcionados ao pagamento de bônus por volume de vendas. Se, por outro lado, o objetivo
da empresa é vender produtos que tenham maior margem de lucro unitárias, logo o incentivo
deve ser direcionado a venda desse produto. Não necessariamente os produtos com maior
margem são aqueles que representam maior volume. E, não necessariamente maior volume
garante maior lucratividade.

ECONOMIA DE EMPRESAS, MICROECONOMIA E ESTRATÉGIA

Entender economia, mais do que desenvolver uma capacidade de entendimento das grandes
questões nacionais, é colocar em prática na gestão, conceitos clássicos que cabem que
balizam as decisões empresariais e individuais. Correlacionando estratégia e economia,
podemos construir um fluxo sintético do pensamento estratégico e como os conceitos
econômicos apoiam a tomada de decisão empresarial.

Podemos resumir o pensamento estratégico em um grande fluxo de análise e síntese,


pressupondo um alinhamento entre a missão visão, filosofia do negócio e a formulação da
estratégia e sua implementação, com o objetivo de gerar valor, seja ao cliente, seja ao
acionista, garantindo a margem financeira.

A economia auxilia na gestão estratégica desde a análise do ambiente externo, nos desafios
macroeconômicos nacionais e globais, as características da concorrência, até a formulação
da estratégia, posicionamento e formulação de preços.
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Em linhas gerais todos os negócios nascem para crescer e serem lucrativos, o desafio é
posiciona-los e os conduzir nessa trajetória. Entender a dinâmica do setor em que um
negócio está inserido é uma premissa fundamental – ambientes mais concorridos tendem a
ser difíceis de se obter resultados, por outro lado, ambientes concentrados também limitam
o crescimento de empresas e negócios. O segredo está em um posicionamento que consiga
propiciar um crescimento de modo a gerar um fluxo de caixa contínuo, mas remunerando o
capital investido dando suporte ao investimento e crescimento.

O conceito de lucro econômico ilustra o objetivo que um investidor deve ter ao colocar
recursos em um negócio. O Lucro Econômico é o resultado final de uma operação após
pagos todos os custos, inclusive os custos de oportunidade de capital. Um negócio que
tem lucro econômico paga o custo de oportunidade da melhor alternativa de investimento
possível. Por exemplo: um indivíduo que aplicar seus recursos no mercado financeiro tem
várias opções: bolsa de valores, poupança, renda fixa, entre outras. Supondo que as
rentabilidades sejam respectivamente, 10%, 0,5% e 2% ao mês. A escolha da aplicação em
bolsa de valores lhe propiciará 10% de rentabilidade, acima das opções alternativas
propostas, logo há um lucro econômico em relação as outras duas opções, pagando o custo
de oportunidade.

Um negócio ao ser aberto, precisa ao menos no curto prazo pagar custo de oportunidade,
caso contrário é melhor investir em outra coisa.

Concentração de mercado e concorrência

Os fatores concentração e concorrência são determinantes na busca de lucro econômico. A


microeconomia definiu quatro grandes estruturas de mercado na economia, onde o grau de
concorrência de um mercado depende de vários fatores, entre eles: o número de vendedores
de um produto, a facilidade de entrada e saída do mercado, o nível de informação partilhada
pelos ofertantes, os custos de transação, o controle na formação de preço. Quanto mais livre
o mercado e menos controle concentrado se tiver, maior será a competição.

O espectro da concorrência varia entre a Concorrência Perfeita em um extremo e o


monopólio no outro, onde apenas uma empresa controla o mercado. Entre esses extremos,
têm-se a Concorrência Monopolística e o Oligopólio, cujo grau de concorrência é variável.

No monopólio existe um elevado poder de determinação do preço, desde que este monopólio
não seja regulado pelo Estado. No outro extremo têm-se a concorrência perfeita onde existe
um grande número de empresas produzindo um produto padronizado, homogêneo, algo
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pouco comum, já que qualquer diferenciação leva a uma Concorrência Monopolista com
diversos concorrentes com produtos diferenciados, mas sem condições de determinar preço.
Por fim o Oligopólio é a estrutura onde se tem poucos concorrentes, barreiras de entrada e
forte possibilidade de determinação de preços. Abaixo estão listadas as estruturas, da menos
concentrada (Concorrência Perfeita) para a mais concentrada (Monopólio).

Concorrência Concorrência
Oligopólio Monopólio
Perfeita Monopolista

Firmas (empresas) Infinitas Diversas Poucas Única

Preço Determinados pelo Determinados pelo Preços Determinados pelo


mercado empresa determinados empresa
pelas empresas

Informação Pública e Pública e Restrita Restrita


disseminada disseminada

Barreiras de Não há barreiras Não há barreiras Barreiras de Barreiras de


entrada e Saída de entrada, nem de de entrada, nem de entrada e saída entrada e saída
saída saída fortes fortes

Produto Homogêneo Diferenciado Diferenciado Único

Publicidade e Não afeta a Afeta quase Afeta quase Afeta algumas


Propaganda demanda do sempre sempre vezes
produto

Lucro Econômico Positivo, Zero ou Positivo, Zero ou Positivo, Zero ou Positivo, Zero ou
no Curto Prazo Negativo Negativo Negativo Negativo

Lucro Econômico Zero Zero Zero ou Positivo Positivo ou Zero


no Longo Prazo

Fontes da Completa ausência Completa ausência Concentração do Economia de


Estrutura de barreiras de de barreiras de Mercado Escala
entrada e saída e entrada e saída e
produto produto Controle de algum
homogêneo Heterogêneo Insumo Escasso

Domínio de uma
patente

Franquia do
Governo
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O entendimento de qual segmento a empresa atua é fundamental para ajustar suas
expectativas, estratégias de preço e tamanho ou escala. Em geral novos negócios querem
(e precisam) crescer para se tornarem suficientemente grandes tendo escala para
desenvolver um poder de barganha e definir preços.

Preço e Elasticidade

Por meio das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção de uma resposta em
relação à mudança de preços – demanda cai quando o preço sobe, oferta aumenta quando
o preço sobe, etc.. – mais não informa o quanto mais os consumidores demandarão ou os
produtores oferecerãoxiii.

O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente a mudanças em
variáveis econômicas. Por exemplo, para alguns bens os consumidores reagem bastante
quando o preço sobe ou desce e para outros a demanda fica quase inalterada quando o
preço sobe ou desce. No primeiro caso se diz que a demanda é elástica e no segundo que
ela é inelástica. Do mesmo modo os produtores também têm suas reações e a oferta pode
ser elástica ou inelásticaxiv.

Observe que uma curva de demanda é apenas uma previsão do que acontecerá em vários
pontos de preço e é mais frequentemente informada por como a demanda variou em relação
ao preço no passado. Como tal, um gestor de uma unidade ou rede de varejo pode estar
muito mais disposto a confiar em suas previsões para faixas de preço que são normalmente
observadas no mercado do que para faixas de preço que raramente ou nunca são vistas no
mercado. Se o preço dos desodorantes de outras marcas varia de R$ 5,00 a R$ 12,50, por
exemplo, a curva de demanda tem maior probabilidade de prever a demanda com precisão
de R$ 10,00 R$ 20,00. Além disso, enquanto uma curva de demanda linear teoricamente
captura o que acontecerá com a demanda, à medida que cobramos preços extremamente
altos (por exemplo, R$ 25,00 ou preços extremamente baixos (por exemplo, R$ 1,00), essas
porções da curva podem não ser significativas para uma análise, porque é improvável que
uma empresa se desvie do mercado ou ofereça seu produto a preços tão extremados e
altamente não lucrativos. Novamente, é a parte intermediária da curva de demanda que
geralmente é mais relevante para os gestores.

Um dos grandes valores em capturar a provável demanda agregada por um produto, em


vários níveis de preço, é a compreensão resultante de como a demanda dos consumidores
por um produto é sensível, ou elástica, por uma mudança de preço. Os economistas se
15
referem a isso como a elasticidade de preço da demanda, escrita como E pd, e é capturada
matematicamente da seguinte forma:

Onde a elasticidade-preço da demanda mede a variação percentual na quantidade


demandada pelos consumidores como resultado de uma variação percentual no preço.
Retornando ao nosso exemplo de desodorante, a curva de demanda sugere que venderemos
1.000 desodorantes quando os preços forem de R$ 20,00, mas a quantidade demandada
aumentará para 1.250 desodorantes se reduzirmos o preço para R$ 17,50. Para esta parte
da curva de demanda, a elasticidade resultante é -2,0 (ou 2,0, se ignorarmos o sinal
negativo). Essencialmente, a elasticidade nos diz que, dentro dessa faixa de preço particular,
de R$ 17,50 a R$ 20,00, uma pequena alteração percentual no preço levará a uma mudança
percentual relativamente grande na quantidade demandada. Especificamente, uma redução
de 12,5% no preço levará a um aumento de 25% na quantidade. Isso é tipicamente chamado
de demanda elástica.

Observe que essa fórmula geralmente resulta em um número negativo, mas que o sinal
negativo é tradicionalmente ignorado porque é a magnitude do número que é de interesse.
O número ser negativo demonstra uma curva negativamente inclinada, decrescente típica da
curva de demanda de bens normais, como é o caso de produtos do nosso dia a dia como um
sabonete, um alimento ou uma caneta.

A elasticidade-preço da demanda deve ser de grande interesse para os gerentes de produto.


Sob condições de demanda relativamente elástica, a sensibilidade do preço é alta e a
quantidade demandada deve ser muito sensível a pequenas mudanças no preço. Por
exemplo, quando a elasticidade-preço da demanda é de 2,0, uma redução de 10% no preço
leva a um aumento de 20% na quantidade demandada. Em contraste, sob uma demanda
relativamente inelástica, o oposto é verdadeiro - a sensibilidade ao preço é baixa e a
quantidade demandada não varia muito com o preço. Considere duas cidades pequenas e
16
relativamente isoladas: a cidade A tem quatro supermercados muito próximos um do outro,
enquanto a cidade B tem apenas uma loja. Cada supermercado na cidade A deve ter uma
demanda altamente elástica, com vendas significativamente maiores no na loja com o menor
preço (mesmo que por apenas alguns centavos) e significativamente menor na loja que
coloca os preços mais altos (mais uma vez, mesmo que por apenas alguns centavos). Em
contraste, o único supermercado na cidade B deve ter uma demanda altamente inelástica
(porque não há outras alternativas disponíveis), com pouca mudança na demanda geral,
mesmo com aumentos ou reduções de preço relativamente grandes. Em última análise,
uma empresa precisa entender a sensibilidade relativa ao preço de seus clientes-alvo
para definir os preços efetivamente. Esse entendimento pode vir através do julgamento
gerencial ou através de pesquisas de mercado quantitativas. Também pode vir na forma
de uma avaliação categórica de sensibilidade ao preço (baixa versus alta) ou como um
número (-4,0 versus -0,5) que reflete a elasticidade-preço da demanda do mercado- alvo.
Independentemente da fonte e forma, no entanto, a compreensão da sensibilidade relativa
ao preço é crítica.

Feita a introdução ao conceito, elasticidade é uma medida de sensibilidade, indicando


quantas unidades eu vendo a mais ou a menos com mudanças percentuais de preço (para
cima ou para baixo). Por se tratar de uma medida de sensibilidade, pode-se se calcular várias
elasticidades: elasticidade renda e elasticidade renda

A elasticidade renda mede a sensibilidade das quantidades demandadas de um


produto em função da renda, isto é, como um aumento/ diminuição de renda impacta
determinado produto. Um exemplo comum é a sensibilidade da renda em relação ao
consumo de sabão em barra, sabão em pó e sabão líquido. A medida que a renda aumenta,
o consumidor passa do sabão em barra, para o em pó e para o líquido.
17
A elasticidade cruzada mede a sensibilidade das quantidades demandadas de um
produto em função do preço de um outro produto, complementar ou substituto. , isto
é, como um aumento/ diminuição de preço de um bem A impacta de que forma a
quantidade demandada de um bem B. Em lanchonetes de baixo custo, fast food é comum
a atribuição de preços baixos para os produtos com maior volume (“vacas leiteiras”, com
margens baixas, porém que aumentam a demanda por sucos e refrigerantes com margens
mais altas. Por isso o amendoim salgado em alguns bares é dado de graça, pois ele
estimula o consumo de cerveja com margens realmente boas.

Há diversas aplicações para os conceitos de elasticidade de preços, especialmente em um


mundo de fronteiras tecnológicas que vivemos. Big Data e uso de quantidades gigantescas
de informação dão margem a correlações de sensibilidade de vários fatores, identificando
comportamentos econômicos e de influência, por meio do cruzamento das variáveis, que
análises com menos volume de dados, provavelmente não viabilizariam.

MACROECONOMIA

A macroeconomia é a área da economia que estuda ou agregados econômicos. Os agentes


individuais, consumidores, empresas tomam decisões individuais e o conjunto dessas
decisões micro agregadas impactam a economia como um todo em nível macro, ou o
comportamento geral da economia.

Em termos teóricos podemos sugerir que cada produto, cada mercado tem uma oferta e
demanda para seus produtos e serviços. A “soma” de todas as demandas de todas as
pessoas querendo comprar algum produto é o que chamamos de demanda agregada Por
outro lado “soma” de todas os agentes econômicos produzir, ofertando produtos e serviços
é o que chamamos de oferta agregada. O encontro dessas duas curvas de oferta e demanda
agregada é o que chamamos de equilíbrio geral da economia, onde, teoricamente todos que
18

querem comprar algum produto (demanda agregada) se “encontram” com todos que querem
vender algum produto (oferta agregada). Esse nível geral de preços da economia é onde as
trocas econômicas ocorreu em nível agregado. Em geral quando temos um excesso de
demanda ou uma escassez de oferta, temos uma situação que chamamos de inflação, onde
o nível de preços de equilíbrio tem um aumento.

Portanto, a inflação é o aumento persistente e generalizado no valor dos preços


agregados da economia. Quando a inflação chega a zero dizemos que houve uma
estabilidade nos preços. A inflação tem duas causas básicas e pode ser dividida em:

Inflação de Demanda: É quando há excesso de demanda agregada em relação à produção


(oferta) disponível. As chances de a inflação da demanda acontecer aumentam quando a
economia produz próximo do pleno emprego de recursos. Para a inflação de demanda ser
combatida, é necessário que a política econômica se baseie em instrumentos que provoquem
a redução da procura agregada. Um exemplo de inflação de demanda pode ser um aumento
irrestrito no salário das pessoas, levando que esse aumento de renda leve esses indivíduos
ao consumo. Como a oferta de produtos é a mesma, a opção dos vendedores para fazer
frente a uma demanda alta é aumentar os preços.

Inflação de Custos: É associada à inflação de oferta. O nível da demanda agregada


permanece e a oferta agregada diminui, aumentando portando os custos por falta de
disponibilidade de produtos e serviços. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da
produção fazendo com que os preços de mercado também sofram aumento. Um exemplo de
inflação de custos é quando o preço da energia elétrica sobe, ou por falta de disponibilidade,
ou por regra do governo e esse aumento provoca uma majoração nos custos de produção
da empresa, que cedo ou tarde, ela terá que repassar ao consumidor final.

As causas mais comuns da inflação de custos são: aumento do custo de matéria-prima que
provoca um aumento nos custos da produção, os aumentos salariais firmados pelas
categorias de trabalho, que fazem com que o custo unitário de um bem ou serviço aumente;
e até uma empresa que concorre em um segmento com poucos competidores e aumentam
seus lucros impactando os custos da cadeia de produção.

Em termos de produção, a oferta e demanda agregadas também representam um nível de


equilíbrio de quantidades de produto disponível. Do lado da demanda os fatores que
impactam esse nível de produto são renda e disponibilidade de moeda. Com maior renda e
maior quantidade de dinheiro disponível, a demanda agregada aumentará, isto é, existem
mais pessoas interessadas em comprar produtos e serviços.
19
Do lado da oferta têm-se a disponibilidade de recursos, infraestrutura e produtos disponíveis
para serem adquiridos pelos compradores.

Um ponto interessante na análise da oferta e demanda agregada é que elas não crescem
em mesma intensidade. Matematicamente, os movimentos da curva como se diz em
economia não obedecem uma mesma intensidade, nem velocidade e em geral o impacto das
decisões dos agentes sobre elas é diferente.

Política Econômica

Em um livre mercado, sem interferência governamental os mercados se equilibrarão


sozinhos, isto é, se falta oferta os preços subirão; se falta demanda os preços caíram. O
problema de um mercado absolutamente livre é que as variações de preços e
disponibilidades de produtos e serviços estarão a mercê de diversos fatores, desde impactos
de desastres naturais eliminando oferta, até condutas oportunistas de empresários que
aumentam o preço de um produto escasso. Por conta disso é que os governos tentam
gerenciar a economia por meio de políticas econômicas.

Política econômica é o conjunto de ações tomadas pelos governos como objetivo de


promover o equilíbrio da oferta e demanda agregada, nível geral de preços e promover
o crescimento econômico e desenvolvimento social. As políticas econômicas podem ser
divididas em: política fiscal, política monetária e política cambial.

A política fiscal versa sobre as ações do governo em torno do ajuste das contas públicas de
um estado, como o governo gasta seus recursos e como ele arrecada por meio de tributação.

A política monetária é a forma como o governo gerencia a oferta monetária, isto é, a


quantidade de dinheiro na economia de modo a permitir que as trocas sejam feitas.

Os grandes desafios das políticas econômicas

As metas da política econômica podem ser resumidas em grandes objetivos centrais:


crescimento econômico, estabilidade monetária (controle da inflação) e distribuição
(equitativa) de renda. O crescimento econômico é o efeito originário da expansão da oferta
e demanda agregadas, aumentando o nível de emprego e da disponibilidade de recursos
produtos e serviços A estabilidade de preços pressupõe que o crescimento da oferta e da
demanda não causem oscilações demasiadas, tanto para cima, a Inflação, ou queda de
preços, deflação. A distribuição equitativa de renda é um terceiro objetivo, que tem como
meta levar, por meio da equitativa distribuição de riqueza, as pessoas a terem um nível mais
20
igualitário de bem-estar social. Nitidamente esses 3 objetivos são extremamente complexos
de se gerenciar e por ventura algumas vezes contraditórios. É por conta dessa complexidade
que os formuladores de política econômica tentam em determinados momentos da história
optar por definir uma prioridade entre essas opções.

ECONOMIA BRASILEIRA

Breve história das políticas econômicas do brasil

Não é trivial resumir as políticas econômicas do Brasil em sua história. Em poucas palavras,
desde sua emancipação como nação independente (talvez desde seu descobrimento), o
Brasil sempre sofreu com dificuldades comuns a nações que surgiram de um processo de
colonização exploratório e predatório que contaminou, desde sua independência, a economia
com doses de ineficiência e fragilidades, sempre muito exposta aos interesses internacionais
e de grupos dominantes internos. Essas fragilidades, em geral, derivadas da baixa
poupança interna – mecanismo pelo qual um país não adquire condições de investimento
e crescimento – e concentração da atividade econômica em monoculturas de
exportação em ciclos de expansão. Desde meados do século XVI até a década de 1930
do século passado, o país sempre concentrou suas atividades econômicas em um pequeno
leque de produtos (cana-de-açúcar, ouro e café) fechado em ciclo de desenvolvimento
baseados em alguns produtos. Após a revolução de 1930 – e talvez possamos aqui chamar
de única revolução digna de nome no Brasil – o modo de produção migrou de uma
monocultura agrícola (o café à época) para uma economia mais industrial, e deu-se início, a
um processo de substituição das exportações e, posteriormente, uma economia industrial
mais robusta e competitiva no mercado globalxv.

Para um entendimento mais prático dos desafios econômicos, entender, de forma geral, os
últimos 40 anos da economia brasileira parece mais factível e aplicável, já que parte dos
nossos desafios vem da década de 1980, especialmente depois da II Crise do Petróleo, em
1979, que jogou o Brasil e outras economias subdesenvolvidas 2 em uma grave crise
econômica.

Entre os problemas crônicos brasileiros mais evidentes nos últimos 40 podemos evidenciar
quatro grandes questões estruturais macroeconômicas para se discutir:
21

2
Questão 1: o baixo nível de poupança do país: a grande questão da economia nacional,
entrave no desenvolvimento e investimento é a diminuta poupança interna disponível, o que
significa que o país não tem recursos próprios poupados, na dimensão necessária para
promover o investimento, mola mestra do seu crescimento econômico. Um país cresce por
dois mecanismos básicos e que se complementam no ciclo seguinte; ou pelo aumento oferta
agregada ou pelo aumento da demanda agregada. Como desde os primórdios da economia
brasileira, o país teve déficits externos em seus balanços de pagamentos, isto é, mais
dinheiro saia do país do que entrava; já que durante os períodos de monocultura, quase todos
os produtos precisavam ser impostados ao país; sempre conduzimos o nosso
desenvolvimento através de poupança externa, isto é endividamento.

Questão 2: o endividamento externo: Se não temos o recurso, temos que tomar


emprestado de quem tenha, pagando uma taxa de juros. Desde sempre, quer seja por
problemas culturais, quer seja por questões estruturais, o país sempre dependeu de
empréstimos estrangeiros para suprir os investimentos dos grandes períodos de
crescimento, como nos anos 50, sob governo JK, ou nos governos desenvolvimentistas
militares dos anos 70. O endividamento brasileiro se tornou uma constante em nossa
sociedade, sendo só equacionado em meados dos anos 2000, mas prontamente substituído
por um endividamento interno.

Questão 3: a inflação: O problema econômico derivado dessa vulnerabilidade externa e da


ausência de poupança nacional significativa, levou o país, em vários momentos, quase de
modo crônico, a ter um nível de investimento inferior ao crescimento médio de sua demanda.
Uma demanda maior que a oferta certamente cria um processo inflacionário e nestes últimos
40 anos, por várias vezes o foco central de nossos problemas estava em políticas de controle
da inflação. Apenas mais recentemente, a partir de 1994, o Brasil conseguiu gerenciar de
forma mais efetiva a questão inflacionária.

Questão 4: O custo do estado brasileiro e seus desiquilíbrios fiscais: O terceiro ponto a


se levar em consideração é o desproporcional custo do estado brasileiro em relação à renda
nacional.

Desde a constituição de 1988 o custo do estado brasileiro tem crescido de forma constante
e, independente dos grupos políticos que o ocupam, as despesas públicas do país tem
crescido sem nenhuma pausa. Após o plano real e durante a primeira década do século XXI,
parte dessa ineficiência e aumento dos gastos foi compensada com aumentos da carga
tributária, que saiu de algo próximo a 20% do PIB em 1994 e chegou a faixa de 33% em
2014xvi, chegando o estado brasileiro a um déficit nominal de 4% do PIB em 2018, que
22
significa que quase 40% de toda a renda nacional passa pelo governo. Ainda pior que o
aumento do custo é a destinação dos gastos. No início da década de 2010, o governo investia
cerca de 4% do PIB, hoje apenas 1,5%. A maior parte dos gastos vai para a manutenção da
máquina pública, seu (mau) funcionamento e pagamento de salários e aposentadorias.

Política Econômica – como governos gerem a economia

Diversas linhas de pensamento interferem na formulação e gestão das políticas econômicas.


Provavelmente, mais do que seguir uma linha ideológica teórica pura é se manter um
pragmatismo na gestão da política monetária para alcançar seus objetivos maiores:
crescimento, estabilidade e distribuição de renda.

Seguindo essa dinâmica e a partir de uma forte influência da escola monetarista de Chicago,
os governos que tem conseguido êxito na condução da política monetária o tem feito com a
aplicação da lógica do ajuste da taxa de juros como elemento central de promoção do
equilíbrio das três políticas econômicas: a política monetária, fiscal e cambial. A taxa de juros
é a remuneração do capital devida a quem empresta recursos (emprestador). Na
macroeconomia, a taxa básica de juros diz respeito à taxa que os governos pretendem pagar
sobre as suas dívidas, sendo a menor taxa de todo o mercado. A taxa de juros interfere nas
três políticas econômicas:

Na política monetária, quando a taxa básica de juros aumenta, o custo do dinheiro fica maior,
logo há menos incentivo ao investimento na economia real e mais incentivo a aplicação
financeira.

Na política fiscal, um aumento dos juros também aumenta o custo da dívida do governo,
levando a um maior endividamento e necessidade de financiamento, com maior emissão de
títulos;

E na política cambial, um aumento de juros, faz com que a nossa taxa interna de juros seja
maior relativamente a outras taxas no exterior. Portanto investidores externos tendem trazer
dinheiro ao país para ganhar um diferencial de juros.
23
Percebe-se que esse ajuste fino da taxa de juros básica não é exato, no sentido de que os
impactos dos juros são diferentes nas três pontas e sofrem interferências de fatores
conjunturais nacionais e estrangeiros. Além disso, as mexidas em taxa de juros interferem
nas expectativas dos agentes, por exemplo, uma sinalização do Banco Central com um
aumento da taxa de juros básica, levará os investidores a se precaverem ou até adiarem
seus investimentos em função de um cenário menos propício ao retorno do capital.

Decisões estratégicas de governo – a (necessária) escolha pelo


pragmatismo

Desde os anos 1980, especialmente na América Latina, gerenciar a política econômica tem
sido um desafio, especialmente pelas condições semelhantes que esse conjunto de países
tem, quase todos com problemas similares aos apontados no Brasil.

Nas décadas de 1980 e 1990 diversos planos econômicos foram elaborados, alguns mais
ortodoxos (que seguem as regras naturais da economia), outros mais heterodoxos (que
interferem de forma aguda nessas regras) e boa parte dos resultados positivos alcançados
só surgiram quando algumas regras foram obedecidas. A composição mais interessante que
deu, em especial ao Brasil, uma capacidade de estabilização e desenvolvimento, foi o que
chamamos de tripé da política econômica que se caracteriza por 3 pontas fundamentais:

1) Controle dos gastos públicos – superávit primário: com superávits primários, a


economia que o governo faz antes de pagar os juros, a dívida do governo cai, com
isso o seu risco diminui, o que impacta a taxa de juros e o nível de investimento;
2) Taxa de Câmbio Flutuante com reservas internacionais: com a taxa de câmbio
flutuante a cotação da moeda estrangeira oscila de acordo com oscilações
internacionais, mas as reservas em dólar impedem um desequilíbrio do lado externo,
com uma possível falta de dólares para cumprir com os compromissos assumidos;
24
3) Metas de Inflação: com as metas de inflação o governo sinaliza que utilizará a política
monetária, leia-se oferta de moeda e títulos, e taxa de juros de acordo com as
pressões de aumento de preços.

Esse “tripé” deu ao Brasil uma condição de certa estabilidade desde 1998, quando houve
uma desvalorização do real até fins de 2013, quando já era perceptível que o governo de
então não conjugava mais com essas práticas. A partir de meados do primeiro governo da
presidente Dilma Rousseff a lógica do “tripé da política econômica” deu lugar ao que se
convencionou como “nova matriz econômica” caracterizada por expansão fiscal, com
aumento dos gastos públicos; crédito abundante, desonerações e estímulos a setores
e grupos específicos (os ditos campeões nacionais, grupos empresariais escolhidos pelo
governo para liderar seus segmentos); e taxa de câmbio artificialmente controlada, por
meio de uma taxa de juros mais alta que no exterior, o que indiretamente controlava a
inflação.

Essas políticas mostraram-se rapidamente equivocadas, já que aumentaram as distorções


nos setores escolhidos, foram concentradoras de renda e não proporcionaram nem o
aumento do investimento, nem o crescimento econômico, dando margem a um aumento da
corrupção, todos esses elementos que desaguaram na crise que se iniciou em 2014.

CENÁRIOS ECONÔMICOS FUTUROS

Entender cenários futuros é fundamental para a gestão estratégica e uma visão gerencial,
acomodando decisões em função do que o futuro nos reserva. A metodologia de cenários
tem se consolidado como uma ferramenta de investigação de tendências, suas
possibilidades e a partir dessa visão, definir ações para enfrentar esses futuros possíveis. O
grande segredo de entender a lógica de cenários é pensar que sua construção não tem como
objetivo acertar o futuro de forma “mística e esotérica”, mas sim, identificar futuros
alternativos e dar insights de como enfrentar essas situações possíveis.

O processo de estudo dos cenários possíveis é comumente chamado de prospecção do


futuro, olhando adiante. Há uma sutil diferença entre prospecção e previsão. A previsão está
muito relacionada a uma análise tendencial ou concatenada do que vai acontecer.

Um cenário é o conjunto formado pela descrição coerente de uma situação futura e pelo
encaminhamento dos acontecimentos que permitem passar da situação de origem à situação
futuraxvii. Cenários têm como foco assuntos e informações de grande importância para os
25
tomadores de decisão, assim como elementos previsíveis e imprevisíveis do ambiente que
afetam o sistema em que uma empresa ou um setor está inseridoxviii.

Os estudos prospectivos não têm como objetivo prever o futuro e, sim, estudar diversas
possibilidades de futuros viáveis existentes e preparar as organizações para enfrentar
qualquer uma delas, ou até mesmo criar condições para que modifiquem suas probabilidades
de ocorrência, ou minimizar seus efeitos, além de uma das ferramentas de análise mais
importantes para a definição de estratégias em ambientes cada vez mais turbulentos e
incertosxix.

CENÁRIOS ECONÔMICOS BRASIL

Criar cenários econômicos é algo absolutamente desafiador, especialmente em um país tão


complexo e instável com é e tem sido o
Brasil. Porém, se avaliando em linhas
gerais, a partir da metodologia de
cenários, observa-se que há dois
grandes eixos que há décadas tem
norteado os desafios econômicos
brasileiros: o eixo do
desenvolvimento e inclusão social e o
eixo da liberdade econômica e
competitividade. Não cabe aqui
neste livro detalharmos os passos para a composição desses cenários, mas entender os
possíveis caminhos que o Brasil pode trilhar nos próximos anos e, principalmente, pela lógica
26

de cenários estarmos preparados.


A lógica destes cenários foi justapor em dois eixos com as duas macrotendências, o
desenvolvimento econômico e social no eixo X e a liberdade econômica e
competitividade no eixo Y. A partir da intensidade de atuação desses dois eixos tem-se os
cenários futuros construídos, formando 4 quadrantes de possibilidades de futuro ao Brasil:

Cenário Livre Mercado: no cenário livre mercado, o enfoque do governo e da sociedade é


privilegiar grupos econômicos para aumento da competição, diminuição do estado e
fortalecimento das empresas e negócios, certamente com alguma concentração de renda e
possível aumento da desigualdade social;

Cenário “Coreizização do Sul” do Brasil: o Brasil toma o rumo do desenvolvimento


econômico e social com intenso investimento em educação e inclusão social (com eficiência
e eficácia), mas com enfoque também no aumento da competitividade e capacidade de
concorrer em mercados globais, aumentando o crescimento econômico, a renda da
população, o nível de qualidade de vida, enfim o cenário positivo;

Cenário Inclusão Lenta e Gradual: o Brasil mantém uma trajetória de resgate da população
dos baixos níveis de desenvolvimento social, com programas de distribuição de renda e
inclusão, porém mantendo a economia pouco competitiva e agressiva em termos de
crescimento econômico e competição global;

Cenário “Venezuelização” do Brasil: é um cenário de retrocesso, com agravamento das


crises econômica e social e retrocessos em todos os seguimentos, caindo em uma ruptura
institucional nos levando a um regime ditatorial, de esquerda ou direita.

Esses cenários podem ser construídos, detalhados e aprofundados e principalmente não são
resultado de torcida ou desejo, mas de cenários alternativos possíveis em que o
administrador e gestor empresarial deve se preparar. A questão estratégica fundamental
não é acertar o que vai acontecer, mas estar preparado, inclusive para o melhor.
27
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vi PINDYCK, R. S. & RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

vii ROSSETTI, José Paschoal. Introdução a Economia, 21ª edição. Ed. Atlas, 2016
viii
29
ix F. ÁVILA; M. BIANCHI, Guia de Economia Comportamental e Experimental. 1ª ed., São Paulo,
EconomiaComportamental. org, p. 25-36, 2015.
x Kahneman, D. (2011). Thinking, fast and slow. London: Allen Lane.

xi Artigo “The Nature of the Firm”, de 1937,

xii (WILLIAMSON, 1991).

xiii SIMONSEN, M.H. Teoria Microeconômica. Volume 1. Rio de Janeiro: FGV, 1969
xiv VARIAN, H. Microeconomia - princípios básicos: uma abordagem moderna. Rio de Janeiro:
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xv CARDOSO, Eliana A. Economia Brasileira ao Alcance de Todos. São Paulo: Brasiliense, 1997

xvi BCB www.bcb.gov.br

xvii Godet (1996)

xviii (SCHOEMAKER; HEIJDEN, 1992); (SCHWARTZ, 2000).

xix (SCHOEMAKER 1995).

30

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