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AULA 3

Iª PARTE SOBRE A INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ECONOMIA


POLÍTICA

CAPITULO I – NOÇÕES GERAIS (CONTINUAÇÃO)

I. 5 – Definições
II. 6. Divisão da Economia Política
III. 7. Domínio da especialização da Economia Política
IV. 8. Metodologia Científica

I. 5 – Definições

O que é então a economia?

Ao longo de muitos anos, o estudo da economia expandiu-se de modo a incluir um


vasto leque de tópicos: quais são as principais definições desta matéria em
crescimento?

I. 5.1 – Os Diferentes tipos de Definições

A definição da economia foi durante muito tempo objecto de grandes discussões.


Certos autores como SCHUMPTER existem a ideia de uma definição. Acha ele que os
limites da nossa ciência são eminentemente variáveis, sendo arriscada, portanto, sua
definição.

MYRDAL afirma que o campo de uma ciência é determinado por uma série de
contingências, históricas e necessidades práticas. A definição é assim artificial,
arriscando-se a esterilizar a disciplina a que se refere.

O estudo bibliográfico mostra que as definições se multiplicam e variam conforme o


autor. Da nossa parte, acreditamos que, não se deve conceder importância excessiva
à definição, seu estatuto tem pelo menos a vantagem didáctica de nos ajudar a
compreender o campo abrangido pela economia. A melhor maneira de considerar a
questão não é, todavia, o exame de definições individuais. Elas podem, de facto,
serem reunidas em três (3) grandes grupos, a saber:

 Definição pela Materialidade: economia é a ciência das riquezas;


 Definição pelo Intercâmbio: economia é a ciência das trocas;
 Definição pela Raridade: economia é a ciência da escolha racional.

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Essas três (3) definições nos elucidam alguns aspectos fundamentais da economia
como ciência. A economia estuda, sem dúvida alguma, a formação e distribuição de
riquezas, as trocas constituem um dos aspectos fundamentais da actividade
económica e, finalmente, toda a acção económica se caracteriza essencialmente
como uma luta contra a raridade. Os dois (2) primeiros tipos são, no entanto,
susceptíveis de objecções.

I. 5.1.2 – Definições pela Raridade

Chegada a esse ponto, podemos oferecer aos estudantes duas (2) definições da
Economia Política baseadas na raridade que, para todos os efeitos práticos podem ser
considerados equivalentes:

a) A definição de Leonel ROBBINS: "A economia política é a ciência social que tem
por objecto o estudo dos comportamentos humanos confrontados à raridade dos bens
(recursos naturais) existentes em quantidades insuficientes, que o homem solicita em
permanência para satisfação das suas necessidades”.

b) Raymond BARRE: “A economia política é a ciência da administração dos recursos


raros em uma sociedade humana: ela estuda as formas que assumem o
comportamento humano na organização onerosa do mundo exterior em relação a
tensão que existe entre os desejos ilimitados e os meios limitados dos agentes
económicos".

Economia política: é a ciência que estuda o comportamento humano perante os


meios escassos em relação às necessidades ilimitados.

I.6. Divisão da Economia Política

A economia tem por objecto o estudo das relações económicas estabelecidas entre os
homens, visando a criação de riquezas aptas à satisfação de suas necessidades
económicas. O objectivo da ciência económica será naturalmente o homem, tendo
como predicado a sociedade. Daí muitos autores consideram a economia como
ciência do útil, sabido ser a utilidade a característica principal da riqueza económica.
Quanto maior a procura de utilidades e de serviços aptos à satisfação das
necessidades de maior número de indivíduos, tanto mais visível será o progresso ou o
desenvolvimento económico de uma sociedade.

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A economia então indaga sobre os melhores e mais técnicos processos para produzir
coisas úteis ou riquezas, de modo a propiciar a satisfação de número crescente de
pessoas a participarem de mercado de procura.

Daí o dizer-se que a economia como ciência formuladora das leis decorrentes de
ralações presentes entre fenómenos e factos económicos passa a indagar sobre os
modos de melhor produzir coisas úteis ou riquezas, adquiri-las, conservá-las, transmiti-
las ou permutá-las por outras, ao mesmo tempo que dita as regras e normas para sua
óptima utilização.

Não basta, pois apenas estudar os processos ou técnicas de produção de coisa úteis,
mas indagar sobre o conteúdo de seu valor económico, apto a satisfazer desejos
humanos. A partir de então ressalta-se a importância das trocas, facto económico dos
mais relevantes, embora a troca não represente o factor originário das riquezas e
serviços, representado pelo trabalho humano, factor activo da produção.

Os bens ou riquezas devem ser originariamente produzidos; em fase subsequente,


passam a circular no mercado de oferta e procura, quanto são colocados à disposição
do consumidor; em seguida, as riquezas e os serviços são encaminhados ao
consumo, e em etapa final do processo económico vem a fase de repartição ou
distribuição do valor social dos produtos entre os agentes que contribuíram para o
processo produtivo. Nasce dessa etapa constatação a divisão das actividades
económicas nas quatro partes da economia: produção, circulação, consumo e
repartição das riquezas.

Modernamente, é muito usual a análise económica sob três aspectos: teoria


económica, estatística económica e economia aplicada. Didacticamente, essa análise
apresenta resultados eficazes, principalmente por apoiar-se em métodos
microeconómicos, voltados ao homem e à empresa, macroeconómicos, voltados à
actividade global de todos os indivíduos e empresas.

I. 7. Domínio da especialização da Economia Política.

a). Macroeconomia: Do grego MAKPOS, (grande), diz respeito às medidas


adoptadas no âmbito da política económica de uma nação, com abordagem sobre a
taxa de desemprego, deficit no balanço de pagamentos, origens da inflação,
consequências da deflação, como e quanto baixar as taxas de juros e outras questões
a afectarem directa e indirectamente a vida das empresas e dos cidadãos questões
macroeconómicas, como a da elevação dos depósitos compulsórios dos bancos ou da

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sua diminuição, podem influir sobre renda, o nível de emprego e de vendas, com
reflexos imediatos positivos ou negativos sobre a normalidade dos agentes
económicos. Neste contexto, a cadeira de economia política constitui uma introdução a
Macroeconomia.

b). Microeconomia, do grego MIKPOS (pequeno) ao contrário da macro, preocupa-se


com o particular ou individual e não com o todo ou o geral. Estuda o comportamento
do agente económico individual; o consumidor (família) e a empresa. Neste contexto, a
cadeira de economia política constitui uma introdução a Microeconomia.

I. 8. Metodologia Científica

O objecto científico de uma ciência é constituído pelo conjunto conceptual, construído


como fim de se dar conta de uma multiplicidade de objectos reais por hipótese que
esta ciência tem em vista a analisar.

a). Análise Científica: consiste em interpretar a realidade; interpretar é procurar


maneiras de traduzir uma abstracção em realidade. Para se atingir este objectivo é
necessário analisar as relações existentes entre os fenómenos.

b). Teorias Económicas: são utilizadas para se tentar explicar certos fenómenos que
se observa na sociedade.

A predição científica toma forma de uma preposição condicional. Isto significa, se


tomarmos a decisão de fazer algo, então neste caso seguir-se-áoutro algo resultante
da decisão tomada.

Uma teoria científica se decompõe em quatro (4) elementos:

1. Um conjunto de definições.

2. Os axiomas: verdade admitida por todos sem demonstração.

3. Hipótese: preposição que resulta de uma observação e que se submete ao controlo


da prática experimental ou que se verifica por dedução.

4. Resultados ou predições.

A teoria é uma abstracção da realidade. Os axiomas simplificam a realidade na óptica


de facilitar a compreensão dos fenómenos naturais ou económicos.

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c). Funções da teoria económica.

 Para um indivíduo: permite compreender melhor a nossa sociedade, porque


que existe pobreza e porque que existe subdesenvolvimento;
 Para governo: permite decidir sobre varias matérias como, por exemplo:
Deve-se aumentar os impostos para reduzir o défice orçamental? Deve o
salário máximo ser aumentado? Como actuar para tornar as cidades mais ricas
e felizes?

A teoria procura eliminar as relações secundárias em função dos fenómenos


estudados.

I.8.1. Objectivo Científico da Economia Política

Na base da definição, duas ideais são fundamentos em economia; a de que os bens


são escassos e a de que a sociedade deve usar os seus recursos de forma eficiente.
Efectivamente, a economia é uma matéria importante devido à escassez e ao desejo
de eficiência.

A escassez é o elemento fundamental para o aparecimento de um problema


económico. Escassez consiste na impossibilidade de os bens disponíveis satisfazerem
todas as necessidades presentes.

Escassez e a escolha estão intimamente ligadas. É escassez que gera alternativa


porque se não houvesse escassez seria possível ter todas as alternativas, e se
pudesse ter todas as alternativas não teria de haver uma escolha. Daí, há escolha por
existir escassez, ou seja, o facto de não produzir tudo o que deseja.

Se for preciso escolher, isto significa que para satisfazer uma necessidade é preciso
sacrificar outra, existe um custo de oportunidade.

I. 8.2 – Instrumento e Método Científico

Os economistas usam a abordagem científica para compreenderem a vida económica.


Isso envolve a observação dos acontecimentos económicos e a elaboração de
estatística e de registos históricos. Para fenómenos complexos como os impactes dos
défices orçamentais ou as causas de inflação, a investigação histórica tem
proporcionado um vasto conjunto de esclarecimento.

Tradicionalmente, divide-se o método científico em três (3) fases:


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 Experimentação: a ciência económica apoia-se noutras ciências, tal como
história, matemática, estatística, probabilidade, etc;
 Observação: a observação directa dos fenómenos é a grande fonte de
informação para a economia. Ao longo dos tempos os economistas têm
multiplicando numerosos esforços para a recolha de factos e dados;
 Análise científica: realiza-se a formulação e teste de teorias económicas, que
a intuição e imaginação dos cientistas dominam a investigação. Na verdade, é
preciso alvitrar uma explicação, um mecanismo para a compreensão do
fenómeno observado, o que chamamos teoria.

Esta consiste numa invenção abstracta do analista do seu entendimento profundo do


fenómeno.

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