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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Felipe Garcia, Luiz Felipe Pereira Dos Santos

ECONOMIA
Microeconomia e Macroeconomia
Economia é uma ciência que estuda os processos de produção,
distribuição, acumulação e consumo de bens materiais. É a contenção ou
moderação nos gastos, é uma poupança.

No sentido figurado, economia significa o controle para evitar desperdícios


em qualquer serviço ou atividade.

A palavra “economia” deriva da junção dos termos gregos “oikos” (casa) e


“nomos” (costume, lei) resultando em “regras ou administração da casa, do lar”.

O conceito de economia engloba a noção de como as sociedades utilizam


os recursos para produção de bens com valor e a forma como é feita a distribuição
desses bens entre os indivíduos.

Escassez de recursos sugere a ideia de que os recursos materiais são


limitados e que não é possível produzir uma quantidade infinita de bens, tendo em
conta que os desejos e as necessidades humanas são ilimitados e insaciáveis.

Partindo desse princípio, a economia observa o comportamento humano


em decorrência da relação entre as necessidades dos homens e os recursos
disponíveis para satisfazer essas necessidades.

A ciência econômica tenta explicar o funcionamento dos sistemas


econômicos e as relações com os agentes econômicos (empresas ou pessoas
físicas), refletindo sobre os problemas existentes e propondo soluções.
Pode-se dizer que o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da
escassez, ou seja, como “economizar” recursos.
A escassez se deve às infinitas necessidades humanas e
Restrições de recursos físicos. Afinal, o crescimento populacional renova as
necessidades básicas; o desejo de melhorar continuamente os padrões de vida
(que podemos classificar como uma necessidade "social" de melhoria de status) e
o desenvolvimento tecnológico criam "novas" necessidades (computadores,
geladeiras,
celular, DVD, etc.). Nenhum país, nem mesmo rico, é autossuficiente,
em termos de disponibilidade de recursos de produção para satisfazer
todos os
necessidades da população.
Se nenhum recurso for escasso, isto é, se todos os bens forem
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Abundância (bens gratuitos), não há necessidade de pesquisar coisas
como
Inflação, crescimento econômico, déficit no balanço de pagamentos,
desemprego, concentração de renda, etc. Esses problemas podem não existir
(obviamente não há necessidade de estudar economia).
Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização
econômica ou regime político, são obrigadas a fazer opções, escolhas entre
alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes. Elas são obrigadas a
fazer escolhas sobre O QUE E QUANTO, COMO e PARA QUEM produzir:
necessidades A humanas ilimitadas 1 - o que e quanto produzir X escassez
—» escolha —» / — como produzir recursos produtivos - para quem produzir
escassos
Como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais: o
que e quanto, como e para quem produzir? A resposta depende da forma de
organização econômica.
Existem duas formas principais de organização econômica:
• economia de mercado (ou descentralizada);
Economia de mercado é um sistema econômico em que as organizações
(bancos, empresas etc.) podem atuar com pouca interferência do estado. É o
sistema próprio do capitalismo.
• economia planificada (ou centralizada).
economia planificada é um modelo no qual as autoridades
governamentais controlam todo o processo econômico do país. O governo
planeja um programa de estratégias voltadas para o crescimento controlado da
economia interna. Toda renda obtida com a comercialização de bens é dividida
igualmente entre a população.

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO


As economias de mercado podem ser analisadas por dois sistemas:
• sistema de concorrência pura (sem interferência do governo); A
concorrência perfeita ou pura, também conhecida como concorrência pura, é um
conceito teórico utilizado para denominar quando um mercado possui uma
grande quantidade de concorrentes e vendedores. No entanto, a concorrência
perfeita é um conceito teórico, porque isso dificilmente acontece na prática.
• sistema de economia mista (com interferência governamental):
Regime de economia mista é um tipo de sociedade que reúne capital
privado e público. As ações da empresa são compartilhadas entre o estado e
entes privados, sendo que o estado detém a maior parte das ações com direito a
voto na empresa.
Em um sistema competitivo puro ou perfeitamente competitivo, prevalece o
laissez-faire: milhares de produtores e milhões de consumidores capazes de
resolver problemas econômicos fundamentais (o que e quanto, quanto
e para quem foi produzido), como que guiado por uma "mão invisível". isso
não
A necessidade de intervenção do Estado na atividade econômica.
Isto é conseguido através do chamado mecanismo de preços, que
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Abordar problemas econômicos fundamentais e promover o equilíbrio em
vários mercados, como segue:
• Se houver excesso de oferta (ou demanda insuficiente), as empresas
acumularão estoques, o que será forçado a reduzir estoques.
O preço pelo qual o produto é vendido até que um determinado preço seja
alcançado
O estoque é satisfatório. Concorrência entre empresas para vender bens a
um pequeno número de consumidores; se houver excesso de demanda (ou
escassez de oferta), formar-se-ão filas, com concorrência entre consumidores
pelos escassos
bens disponíveis. O preço tende a aumentar, até que se atinja um
nível de equilíbrio em que as filas não mais existirão.

IMPERFEIÇÕES DO SISTEMA DE CONCORRÊNCIA PURA


- Trata-se de uma grande simplificação da realidade;

- O mercado sozinho não promove alocação de recursos;

- O mercado sozinho não promove perfeita distribuição de renda.

Companhias de economia mista são consideradas como empresas estatais


ou governamentais. Mas não são chamadas de empresas públicas, porque o
capital não é exclusivo da União. Assim, geralmente, esse tipo de organização tem
capital aberto, com ações negociadas na Bolsa de Valores

Sistema de mercado misto: o papel econômico do governo

Os sistemas econômicos ao longo da história são como uma sociedade


se organiza em termos de modelo de produção, de distribuição e de consumo dos
bens e serviços.
Assim sendo, o sistema de produção é formado por todos os agentes –
pessoas, instituições, meios de produção, etc. – e pela forma como eles se
organizam e se relacionam.
Ao longo da História, vários sistemas econômicos existiram, cada um com
características próprias. Houve desde o comunismo primitivo até modelos de
mercantilismo.
Na Idade Média, prevaleceu o sistema feudal, baseado na agricultura de
subsistência e de posse de terras. Houve ainda modelos amparados na
escravidão, entre outros.

Em uma economia centralizada ou planejada, a solução as questões


econômicas fundamentais (ou seja, a escolha da melhor alternativa) são
determinadas por agências ou órgãos de planejamento central, não por mercado.
A propriedade dos recursos (referidos como meios de produção nesses sistemas)
pertence ao estado (ou seja, os recursos são de propriedade pública). Método A
produção inclui máquinas, edifícios, habitações, terrenos, instituições financeiras,
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matérias-primas. Os meios de sobrevivência pertencem ao indivíduo (vestuário,
carro, TV, etc.). Como vimos, em uma economia de mercado, prevalece a
propriedade privada dos fatores de produção.

SISTEMAS ECONÔMICOS: SÍNTESE


As diferenças entre os sistemas de economia de mercado e economia
centralizada podem ser resumidas em dois aspectos:
A economia de mercado tem como base os princípios do liberalismo
econômico, que defende a liberdade de produção e comércio, a propriedade
privada, o estado mínimo e a livre concorrência. O oposto da economia de
mercado é a economia planificada.

O custo de oportunidade é o valor do que você renuncia ao tomar uma


decisão.
Por exemplo, se você tem R$ 10.000 e decide comprar ações de risco, o
seu custo de oportunidade é abrir mão de uma renda fixa segura no longo prazo
para arriscar o capital a curto prazo e tentar uma rentabilidade maior.
O custo de oportunidade é a relação direta entre escolha e escassez.
Isso se aplica a qualquer situação onde há tomada de decisão. Com
certeza, você se depara com situações assim todos os dias, certo?
Por exemplo, o que é mais vantajoso para você em um dia de sol: estudar
ou ir à praia? E quais sãos os benefícios e malefícios envolvidos em cada uma
dessas opções?
Em muitos casos, as decisões são difíceis de serem tomadas, pois podem
envolver altos riscos e muito planejamento. E isso se torna ainda mais complicado
quando o assunto é tempo e dinheiro.
É como diz o ditado: para cada escolha, uma renúncia. E essa é a base do
conceito de custo de oportunidade.
O custo de oportunidade também é chamado de custo alternativo ou, ainda,
custo implícito (pois não implica dispêndio monetário). Mediante esse conceito,
com ampla aplicação na teoria econômica, procura-se mostrar que, dada
a escassez de recursos, tudo tem um custo em economia, mesmo não
envolvendo dispêndio financeiro. Como coloca o Prêmio Nobel norte-americano
Milton
Friedman, da Universidade de Chicago, “não existe almoço grátis
Como todas as teorias, a teoria econômica deve respeitar certos padrões
Torná-lo aceitável para a comunidade científica e consistir em variáveis e
suposições que ajudam a explicar e prever certos fenômenos. teoria econômica
Ele mostrou um desenvolvimento único ao longo dos últimos dois séculos.
As ferramentas de análise percorreram um longo caminho e muitos de seus
conceitos são
usado em outros campos. Seu escopo aumentou significativamente e agora
conta com recursos para lidar com grandes quantidades de informações e
situações inimagináveis décadas atrás. Apesar de alguns
O autor acredita que toda análise econômica é permeada de problemas
subjetivos, pois seu objeto de pesquisa é o sujeito de sua pesquisa, ou seja, as
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pessoas, e a teoria econômica apresenta um alto grau de objetividade.
A teoria econômica usa argumentos positivos (economia positiva) e
argumentos normativos (economia normativa). economia normativa
Argumentos Positivos, não envolvem juízo de valor, e referem-se a
proposições objetivas, tipo se A, então B. Exemplo: A inflação diminuiu o poder de
compras do salário mínimo. Argumentos Normativos, são relativos a uma análise
que contém, explicita ou implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida
econômica.
A principal ferramenta que a economia usa para analisar a realidade
é o modelo. Esses modelos são simplificações da realidade projetadas para
capturar
sua essência. Os modelos devem ser logicamente consistentes e podem
ser apresentados de várias maneiras: representações linguísticas, algébricas,
gráficas, etc. vocês
Os modelos capturam algum aspecto relevante da realidade. Um exemplo é
o modelo
Este livro apresenta análise macroeconômica. É representado por várias
equações. Essas equações resumem alguns aspectos fundamentais do
comportamento
Todos os agentes da sociedade, abstraídos em detalhes infinitos.
Como em qualquer ciência, esses modelos podem ser testados. ramo de
A economia que visa quantificar modelos é chamada de
Econometria, que combina teoria econômica, matemática e estatística.
A RELAÇÃO DA ECONOMIA COM AS DEMAIS CIÊNCIAS
A Ciência Econômica estuda o funcionamento e a organização da
sociedade em sua busca pela satisfação das necessidades dos indivíduos.
Estuda, portanto, o comportamento dos indivíduos sob o ponto de vista
econômico.

A sociedade, no entanto, é objeto de estudo de outras ciências. Embora


cada ramo das Ciências Sociais analise a realidade sob óticas diferentes, essas
visões acabam por se inter-relacionar. Além do aspecto econômico, a realidade é
observada sob os aspectos político, social, histórico, demográfico, jurídico e
geográfico. O conhecimento dos demais aspectos ajuda a entender a evolução
dos fatos econômicos
A economia como já disse anteriormente tem dois sentidos que é de ciência
e de atividades económicas, gestão, lucros e outros.
Ela está inteiramente ligada com outras ciências que o auxiliam na sua
execução que são:
Matemática =A matemática junta-se a economia para efetuar cálculos
naquilo que são exercício económicos.
Geografia = A geografia desempenha um papel fundamental na economia,
na averiguação do terreno que nós queremos implementar o nosso capital, as
condições climáticas.
História = Para buscar os conhecimentos passados da economia.
Contabilidade = para lidar com números e gráficos.
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Informática= Para estudar o tratamento das informações de forma
automática.
A macroeconomia está preocupada com o estudo de problemas
econômicos com uma abordagem integrada. Em outras palavras, a formulação da
teoria econômica e da política econômica é concebida em termos de variáveis que
são tratadas de forma agregada. De um modo geral, tomamos dois métodos ou
duas dimensões para lidar com fenômenos econômicos: observação e análise, de
acordo com o método de agregação, como se quiséssemos observar a
sobrevivência global de um sistema florestal, relaxar as características individuais
dessa floresta; e uma análise baseada no crescimento e sobrevivência de cada
espécie naquela floresta. Chamamos essa última abordagem de microeconomia,
em oposição à macroeconomia, que, como dizemos, trata do comportamento de
variáveis agregadas, como produto interno bruto (PIB), inflação, desemprego,
taxas de câmbio, comportamento das taxas de câmbio ao longo do tempo. Juros,
Balança de Pagamentos (BP) e Inflação.
"A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no
mercado, isto é, como a empresa e o consumidor se interagem e decidem o preço
e a quantidade de um produto ou serviço. Estuda o funcionamento da oferta e da
demanda (procura) na formação do preço.
A microeconomia se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus
fatores de produção. Divide-se em:

• Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando


seu comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda
de mercado."
• Teoria de Empresa: Estuda a reunião do capital e do trabalho de uma
empresa a fim de produzir produtos conforme a demanda do mercado e a oferta
dos consumidores dispostos a consumi-los.

• Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação da matéria-


prima adquirida pela empresa em produtos específicos para a venda no mercado.
A teoria da produção se refere os serviços como transportes, atividades
financeiras, comércio e outros."
A análise macroeconômica e a microeconômica
A macroeconomia encara as coisas de uma forma mais ampla, olha para o
grande cenário. Se você estudar macroeconomia, perceberá que as maiores
preocupações dessa área estão relacionadas aos Estados, às economias
nacionais e a relações econômicas internacionais. É a partir dessa análise
macroeconômica que surgem indicadores muito conhecidos, que você
provavelmente já deve ter ouvido falar: PIB (Produto Interno Bruto), inflação, juros,
câmbio, balança comercial, entre tantos outros. Esses números são desenvolvidos
a partir de análises amplas, que envolvem a produção econômica de um país
inteiro, suas trocas com outros países e assim por diante.
1 FUNDAMENTOS DE MICROECONOMIA
A Microeconomia ou Teoria de preços, é a parte da teoria econômica
responsável pelo estudo do comportamento familiar, dos mercados e empresas ais
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quais operam. A Microeconomia preocupa-se mais com a análise parcial com as
unidades, consumidores, firmas etc. Diferente da Macroeconomia que estuda os
grandes agregados, como Produto Nacional, Nível geral de preços etc.
A Microeconomia tem como base dois a formação de preços pelo mercado
1 – Mercado de bens e serviços
2 – Mercado dos serviços dos fatores de produção (salários, juros,
aluguéis)]

O que é MICROECONOMIA?
A microeconomia é um ramo das ciências econômicas que estuda o
comportamento econômico individual, focando somente em mercados específicos
e nos movimentos de produtores e consumidores, sem levar em conta o conjunto
geral da economia. na microeconomia que se estuda, por exemplo, a formação
dos preços dos produtos e serviços. Além disso, essa área de estudo procura
entender os fatores de produção, analisando mercados específicos e o
comportamento de consumo de indivíduos, famílias e outras unidades de
consumo.
Lei da oferta e da procura
Para entender como são definidos os preços dos produtos, um princípio
bastante usado é a Lei da oferta e da procura, segundo o qual quanto maior a
demanda por um produto, por exemplo, maior será o seu preço. Por outro lado, se
houver mais oferta que procura, o valor do item tende a diminuir.
Para estudar essas variações entre oferta e procura, a microeconomia se
apoia em três teorias principais:
• Teoria do consumidor: busca entender como os consumidores
tomam decisões de compra. Segundo essa teoria, as pessoas podem escolher um
produto em detrimento do outro conforme a utilidade proporcionada por ele.
• Teoria da empresa ou da firma: estuda a estrutura econômica dos
negócios que desejam produzir para atender o interesse dos consumidores,
considerando a demanda do mercado.
• Teoria da produção: é o estudo da transformação de matérias-primas
em produtos, assim como dos custos desse processo, que irão se refletir no preço
do produto.

A condição Coeteris Paribus


Coeteris paribus é uma expressão em latim que significa tudo o mais
constante. A análise microeconômica básica, para poder analisar um mercado
isoladamente, supõe todos os demais mercados constantes. Ou seja, supõe que o
mercado em estudo não afeta nem é afetado pelos demais. Essa condição serve
também para verificarmos o efeito de variáveis isoladas, independentemente dos
efeitos de outras variáveis; ou seja, quando queremos, por exemplo, saber o efeito
isolado de uma variação de preço sobre a procura de determinado bem,
independentemente do efeito de outras variáveis que afetam a procura, como a
renda do consumidor, gastos e preferências etc.
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ANÁLISE DA DEMANDA DE MERCADO
. Definição de Demanda
É a procura por quantidade de determinado bem ou serviço que os
consumidores desejam assumir, representando um desejo, um plano e o máximo
que o consumidor possa almejar, de acordo com sua renda e o preço do produto
no mercado.
FUNDAMENTOS DA TEORIA DA DEMANDA
. Valor Utilidade e Valor Trabalho
– Valor Utilidade
A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por
sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor.
Ela é, portanto, subjetiva, e representa a chamada visão utilitarista, em que
prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo.

- Valor Trabalho
A Teoria do Valor Trabalho considera que o valor de um bem se forma do
lado da oferta, mediante os custos do trabalho incorporado ao bem. Os custos de
produção eram representados, basicamente, pela mão-de-obra, em que a terra
era abundante e o capital, pouco significativo. Pela Teoria do Valor Trabalho, o
valor do bem depende do tempo produtivo que é incorporado ao bem. Nesse
sentido, a Teoria do Valor Trabalho depende de custos.

Pode-se dizer que a Teoria do Valor Utilidade veio complementar a Teoria


do Valor Trabalho, pois já não era possível predizer o comportamento dos preços
dos bens apenas com base nos custos, sem considerar o lado da demanda dos
produtos.
A Teoria da Demanda, baseia-se na Teoria do Valor Utilidade. Supõe-se
que, dada a renda e dados os preços de mercado, o consumidor, ao demandar um
bem ou serviço, está maximizando a utilidade ou satisfação que ele atribui ao bem
ou serviço. É também chamada de Teoria do Consumidor.

Conceitos de utilidade total e utilidade marginal


No final do séc. 19, alguns economistas elaboraram o conceito de utilidade
marginal, dele derivaram a curva da demanda e das suas propriedades. Tem-se
que a Utilidade Total tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida do
bem ou serviço. Entretanto, a Utilidade Marginal, que é a satisfação adicional
obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente, porque o
consumidor vai saturando-se desse bem, quanto mais o consome. É a chamada
Lei da Utilidade Marginal Decrescente.

Noções sobre equilíbrio do consumidor: os conceitos de curva de


indiferença e reta orçamentária
. Curva de Indiferença
A curva de indiferença (C l) é um instrumental gráfico que serve para ilustrar
as preferências do consumidor. E o lugar geométrico de pontos que representam
diferentes combinações de bens que dão ao consumidor o mesmo nível de
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utilidade. Dessa forma, estamos analisando diferentes cestas de bens que o
consumidor está disposto a adquirir, dado determinado nível de utilidade ou bem-
estar.
A curva de indiferença apresenta duas características básicas:
1) Inclinação negativa: devido à necessidade de manter o nível de bem-
estar, ao aumentar o consumo de um bem determinado, necessitamos reduzir o
consumo de outro, que assim é substituído. Por isso, a inclinação da curva de
indiferença recebe o nome de Taxa Marginal de Substituição (TMS) e representa a
taxa de intercâmbio de um bem por outro que mantém o nível de bem-estar;

2) Convexidade em relação à origem: a taxa marginal de substituição


vai diminuindo à medida que aumenta a quantidade de carne e reduzimos a
quantidade de batatas. Isso é consequência da menor capacidade de substituir
batatas por carne, quando diminuímos as primeiras e aumentamos a segunda.
Isso é devido à lei da utilidade marginal decrescente.

Restrição orçamentária
A restrição orçamentária é o montante de renda disponível do consumidor,
em dado período. Ela limita as possibilidades de consumo, condicionando quanto
ele pode gastar. Ou seja, enquanto a curva de indiferença refere-se ao conjunto
de bens e serviços que o consumidor deseja adquirir, considerando apenas as
preferências subjetivas do consumidor, a restrição orçamentária condicionará o
conjunto possível de bens e serviços que o consumidor pode adquirir. Nesse
sentido, define-se linha de preços ou reta orçamentária como as combinações
máximas possíveis de bens, dados a renda do consumidor e os preços dos bens.
Assim, a linha orçamentária também representa um menu de opções que o
consumidor poderá comprar, de acordo com sua renda e dados os preços dos
bens considerados.

VARIÁVEIS QUE AFETAM A DEMANDA


A demanda de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos fatores, que
são:
• riqueza (e sua distribuição); • renda (e sua distribuição); • preço dos outros
bens; • fatores climáticos e sazonais; • propaganda; • hábitos, gostos, preferências
dos consumidores; • expectativas sobre o futuro; • facilidades de crédito
(disponibilidade, taxa de juros, prazos).
Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem
É a chamada Lei Geral da Demanda: a quantidade demandada de um bem
ou serviço variante na relação inversa de seu preço. Por que ocorre essa relação
inversa entre o preço e a quantidade demandada de um bem ou serviço? Porque
na ocorrência dos chamados efeitos substituição e renda, que agem juntas.
Suponhamos uma queda do preço do bem, podemos dividir o efeito dessa queda
de preço sobre a quantidade demandada, assim:
• efeito substituição: o bem fica mais barato relativamente aos concorrentes,
com o que a quantidade demandada aumenta;
• efeito renda: com a queda de preço, o poder aquisitivo do consumidor
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aumenta, e a quantidade demandada do bem tende, normalmente, a aumentar.
Isto é, ao cair o preço de um bem, mesmo com sua renda não variando, o
consumidor pode comprar mais mercadorias.

Relação entre quantidade demandada e preços de outros bens e serviços


A relação da quantidade demandada de um bem ou serviço com os preços
de outros bens ou serviços dá origem a dois importantes conceitos: bens
substitutos e bens complementares.
a) Bens substitutos ou concorrentes: o consumo de um bem substitui o
consumo do outro, ou seja, há uma relação direta entre, por exemplo, uma
variação no consumo de Coca-Cola e uma variação no preço do guaraná. O
deslocamento da curva de demanda, supondo aumento no preço do bem
substituto. Baseando-se no exemplo de como a demanda de Coca-Cola é
influenciada pelo preço do guaraná. Ou seja, aos mesmos preços de Coca-Cola ($
1,00), serão consumidas mais Coca-Cola (2.000), porque o guaraná ficou mais
caro.

b) Bens complementares: são bens consumidos em conjunto. Por


exemplo, um aumento no preço dos automóveis deverá diminuir a procura de
gasolina.

Outros exemplos de bens complementares: • camisa social e gravata;


• pneu e câmara;
• pão e manteiga;
• sapato e meia.

Relação entre demanda de um bem e renda do consumidor

Em relação à renda dos consumidores, podemos ter três situações


distintas:
. bem normal: aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem;

. bem inferior: aumentos da renda levam à queda de demanda do bem:


carne de segunda, roupas rústicas etc.;

. bem de consumo saciado ou neutro: se aumentar a renda do consumidor,


não aumentará a demanda do bem. Basicamente, são os casos da demanda de
alimentos básicos, como açúcar, sal, arroz, que tendem a ter uma participação
cada vez menor no orçamento do consumidor, à medida que sua renda aumenta.

CURVA DE DEMANDA DE MERCADO DE UM BEM OU SERVIÇO

Até esta parte, não distinguimos a demanda do consumidor individual da


demanda de mercado, englobando todos os consumidores de determinado bem
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ou serviço. A demanda de mercado é igual ao somatório horizontal das demandas
individuais.

Variações da demanda e variações na quantidade demandada

As variações da demanda dizem respeito ao deslocamento da curva da


demanda, em virtude de alterações nos gráficos. Por exemplo, supondo um
aumento da renda do consumidor, sendo um bem normal, ocorrerá um aumento
da demanda aos preços anteriores, o consumidor poderá comprar mais do que
antes.
Variação na quantidade demandada refere-se ao movimento ao longo da
própria curva de demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem,
mantendo as demais variáveis constantes.

O conceito de excedente do consumidor


É o benefício líquido que o consumidor ganha por ser capaz de comprar um
bem ou serviço. É a diferença entre a disposição máxima a pagar por parte do
consumidor e o que ele efetivamente paga. Por exemplo, dado um preço de
mercado de R$ 120, o consumidor estaria disposto a pagar até R$ 200, pela
primeira unidade, até R$ 180 pela segunda unidade etc.
No entanto, ele tem que pagar apenas o preço fixado pelo mercado. Em
outras palavras, está sendo beneficiado, acima do custo efetivo do produto.

ANÁLISE DA OFERTA DE MERCADO


DEFINIÇÃO DE OFERTA
É a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores e
vendedores desejam vender em determinado período. Como na demanda, a oferta
representa um plano ou intenção, neste caso apresentam aos produtores ou
vendedores, e não a venda efetiva.

VARIÁVEIS QUE AFETAM A OFERTA DE UM BEM OU SERVIÇO

Tal como a demanda, a curva de oferta pode ser interpretada sob duas
perspectivas: dado o preço, a quantidade máxima que o produtor estará disposto a
ofertar, ou, alternativamente, dada a quantidade, o preço mínimo que o produtor
estará disposto a receber por essa quantidade.

CURVA DE OFERTA DE MERCADO DE UM BEM OU SERVIÇO


É a soma horizontal (de quantidades) das curvas de oferta das firmas
individuais, que produzem um dado bem ou serviço.
OBSERVAÇÕES SOBRE A OFERTA DE UM BEM OU SERVIÇO
Variação da oferta x variação da quantidade ofertada

Como já tínhamos assinalado na função demanda, também há uma


diferença entre uma variação da oferta e uma variação da quantidade ofertada:
• Variação da oferta: deslocamento da curva;
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• Variação da quantidade ofertada: movimento ao longo da curva.

O EQUILÍBRIO DE MERCADO DE UM BEM OU SERVIÇO

O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta


como pela procura. Este ponto é único: a quantidade que os consumidores
desejam comprar é exatamente igual à quantidade que os produtores desejam
vender. Ou seja, não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Existe
coincidência de desejos.

Tendência ao nível de equilíbrio: lei da oferta e da procura


Entretanto, supondo um mercado concorrencial, o mecanismo de preços
leva automaticamente ao equilíbrio. Quando ocorre excesso de oferta, os
vendedores acumularão estoques não planejados e terão que diminuir seus
preços, concorrendo pelos escassos consumidores: no caso de excesso de
demanda, os consumidores estarão dispostos a pagar mais pelos produtos
escassos. No primeiro caso, a diminuição dos preços aumenta a quantidade
demandada e reduz a quantidade ofertada, eliminado o excesso de oferta. No
segundo caso, o aumento do preço diminui a quantidade demandada e eleva a
quantidade ofertada, eliminando o excesso de demanda.

MUDANÇAS NO PONTO DE EQUILÍBRIO, EM VIRTUDE DE


DESLOCAMENTOS DA OFERTA E DA DEMANDA

Existem vários fatores que podem provocar deslocamento das curvas de


oferta e demanda, que evidentemente provocarão mudanças do ponto de
equilíbrio. Suponhamos, por exemplo, que o mercado do bem x esteja em
equilíbrio, e o bem x seja um bem normal. Suponhamos agora que os
consumidores tenham um aumento de renda real (aumento do poder aquisitivo).
Consequentemente, a demanda do bem x, a um mesmo preço, será maior.

ELASTICIDADES

Elasticidade, em sentido genérico, é a alteração percentual em uma


variável, dada uma variação percentual em outra. Assim, elasticidade é sinônimo
de sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de mudanças em
outras variáveis. Trata-se de um conceito de ampla aplicação em Economia.
Vejamos alguns exemplos:
Exemplos da Microeconomia: • elasticidade-preço da demanda: é a
variação percentual na quantidade demandada, dada a variação percentual no
preço do bem;
• elasticidade-renda da demanda: é a variação percentual na quantidade
demandada, dada uma variação percentual na renda.

ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA
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E a variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação


percentual no preço do bem. Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores,
quando ocorre uma variação no preço de um bem ou serviço.
-
CLASSIFICAÇÃO DA DEMANDA, DE ACORDO COM A ELASTICIDADE-
PREÇO

De acordo com a elasticidade-preço, a demanda pode ser classificada


como elástica, inelástica ou de elasticidade-preço unitária.

- Demanda elástica: Significa que, dada uma variação percentual, por


exemplo, de 10% no preço, a quantidade demandada varia, em sentido contrário,
em 15%. Isso revela que a quantidade é bastante sensível à variação de seu
preço.

- Demanda inelástica: Nesse caso, os consumidores são pouco sensíveis a


variações de preço: uma variação de, por exemplo, 10% no preço leva a uma
variação na demanda desse bem de apenas 4%.

REFERÊNCIA:ECONOMIA MICRO e MACRO Marco Antônio Sandoval de


Vasconcellos

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