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ESTUDOS DE ECONOMIA E MERCADO

INTRODUÇÃO A TEORIA ECONÓMICA

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ECONOMIA

Andando pela cidade, se paramos para observar, veremos que no comercio,


centenas de pessoais, diariamente, buscam as lojas, supermercados, padarias,
restaurantes, pet shop e outros estabelecimentos comerciais em busca de
satisfazerem seus desejos. De olho nesse desejo do consumidor, o comercio procura
oferecer uma infinidade de produtos (alimentos, roupas, equipamentos eletrónicos,
lazer, beleza, saúde etc.
O objetivo é, munidos de uma grande variedade de bens, agradar aos diversos tipos
de consumidores, do mais exigente ao menos exigente, do mais rico ao com um
menor poder de compra.
É uma pratica tão comum, que pode ser visto em vários lugares do mundo. Mas, se
observarmos com mais profundidade, veremos que apesar de comum, trata-se de
um processo complexo e que envolve diversos fatores que afetam essas relações
entre o comercio e o consumidor.

Mas, afinal de contas, o que é Economia?

Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos oikós (casa) e


nomos (norma, lei). Numa tradução ao pé da letra pode ser compreendida como
“administração da casa”, assim podemos dizer que a Economia estuda a maneira de
administrar os recursos disponíveis, com o objetivo de produzir bens e serviços e
distribui-lo para que seja consumido pela sociedade.

Vamos falar de Administração


 Como você e sua família tomam decisões no dia a dia?
 Que tarefas cada membro deve desempenhar e o que cada um vai receber
em troca?
 Quem vai preparar o almoço e o jantar?
 Quem vai lavar e passar?
 Que aparelho de televisão vai ser comprado?
 Que carro vai ser adquirido?
 Onde passar as férias de final de ano?

Então podemos dizer que a Economia é uma ciência que estuda como a sociedade
administra seus recursos escassos.
Sabemos que na sociedade em que vivemos, os recursos são escassos e, portanto
não podemos produzir todos os bens e serviços que as pessoas desejam ter, uma vez
que os recursos são limitados.
Mas, onde entra a escassez no estudo da Economia e Mercado?

Diante dessa escassez de recursos é necessário conhecer e estudar as pessoas que


tomam as decisões (seu trabalho, o que consomem, o quanto gastam, o quanto
poupam, como investem as suas economias etc.). Com esses estudos poderemos
entender como podemos atender as necessidades da sociedade, mesmo com a
escassez de recursos.
Por isso precisamos responder a quatro questionamentos: O QUE E QUANTO, COMO
E PARA QUEM produzir:
 O que produzir: necessidade humana e dos Recursos Escassos
disponíveis.
 Quanto produzir: Análise do comportamento do Mercado (Tendência).
 Como produzir: Concorrência de Tecnologia: Tecnologia Avançada X
Tecnologia Precária.
 Para quem produzir: O preço como fator de Exclusão, Oferta X
Demanda.

Mas, afinal de contas, quem são essas pessoas que tomam as decisões, que precisam
ser conhecidas e estudados? Chamamos essas pessoas de agentes económicos.
São os agentes económicos que, atraves de suas ações (decisões), contribuem para
pleno funcionamento do sistema económico. Por meio de suas ações ele escolhe a
melhore forma de alocação dos recursos.
Os principais agentes económicos são:
 Famílias: são os indivíduos e unidades familiares da economia, que
adquirem os diversos tipos de bens e serviços, no intuito de atender as
suas necessidades a partir de rendimentos recebidos pelo trabalho.
 Empresas: são os agentes encarregados de produzir e comercializar
bens e serviços. Através da combinação dos fatores produtivos
adquiridos junto às famílias, as empresas produzem com objetivos de
conseguir o lucro.
 Estado: são todas as organizações, nas esferas federais, estaduais e
municipais, responsáveis por distribuir riqueza e zelar pelas
necessidades coletivas. Ele se relaciona com os demais agentes através
dos ajustes e definições de mercado realizadas por seus órgãos
relacionados à economia.
 Mercado: é o ambiente em que ocorre a relação entre as famílias e as
empresas, não se trata de uma pessoa ou entidade, mas sim do local
onde o processo de compra e venda de bens e serviços ocorrerá.
 Resto do Mundo: O mundo é um agente económico porque vivemos em
tempos de globalização. as relações entre os países estão cada vez mais
estreitas, o papel deste agente é possibilitar o intercâmbio de bens,
capitais e serviços. As medidas tomadas em um país acabam por
influenciar os agentes do outro.
SETORES DA ECONOMIA

A economia é dividida em setores que são encarregados de produzir os bens e


serviços e de colocá-los à disposição de consumidores no mercado. São considerados
setores económicos: primário (agropecuária), secundário (indústria) e terciário
(serviço). Tais setores podem ser exemplificados para melhor compreensão:
 Setor primário: lavoura, pecuária, caça, pesca, extração vegetal,
reflorestamento.
 Setor secundário: indústria extrativa mineral, mineral não metálico,
petróleo e gás; e indústria de transformação composta pelas indústrias
têxtil, vestuário, calçados, alimentos, metalurgia, eletrônica, mecânica,
química, material de transportes etc.
 Setor terciário: comércio atacadista, comércio varejista, administração
pública, instituições financeiras, transporte, comunicação, educação,
saúde, autônomos etc.
Vamos praticar:

No quadro abaixo, relacione cinco empresas que pertençam aos setor


primário, setor secundário e setor terciário.

A teoria econômica pode ser dividida em dois ramos básicos: a


macroeconomia e a macroeconomia (SILVA; LUIZ, 2001).

MICROECONOMIA E MACROECONOMIA

A Microeconomia é a vertente das ciências econômicas que estuda o


comportamento de agentes econômicos (consumidor, trabalhadores, investidores,
empresas) e de mercados específicos; em suma, analisa a economia em menor
escala.

A Macroeconomia é o ramo da economia responsável por analisá-la de forma


mais ampla, estudando fatores que afetam ou podem afetar a economia regional,
nacional e a nível internacional como um todo e não para empresas específicas.

Basicamente existem duas formas principais de organização econômica


(Sistema Econômico),
 Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista); e
 Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista).
Economia de Mercado:

A economia de mercado é o sistema econômico fundamentado na


propriedade privada, ou seja, com a menor participação possível das entidades
governamentais", ou seja, a existência do menor número possível de empresas
estatais.
Para regular a economia, segundo as orientações da Economia de Mercado,
não há necessidade de intervenção do Estado, pois o mercado se autorregula. Tal
regulação acontece com base nos princípios da livre concorrência e da lei da oferta e
da procura.
O Estado, nesse caso, passa a controlar o mínimo possível a economia,
operando apenas para conter os excessos do mercado e para garantir a não
ocorrência de crises que afetem, assim, a dinâmica econômica.

Economia Planificada

A economia planificada é um modelo econômico de plena ação do Estado na


economia. Consiste em um sistema econômico cujas atividades produtivas estão sob
controle do Estado.
Por meio de uma autoridade central, são estabelecidas as metas de produção e
distribuição dos bens. O Estado é quem define o planejamento e os objetivos da
economia nacional.
No modelos propostos pelo Socialismo, o poder público é o principal detentor
dos agentes econômicos, ou seja, controla todas as atividades produtivas de um país.
Nessa lógica econômica, a presença da iniciativa privada é inexistente ou limitada.

Grandes nomes da Economia

 Adam Smith: Defendia a propriedade privada e a não intervenção do


Estado na Economia e a liberdade contratual entre patrões e
empregados. (Liberalismo Econômico).
 Milton Friedman: Defendia que qualquer aumento no rendimento dos
indivíduos resultaria em uma alta imediata do consumo e, portanto, da
demanda como um todo(Teoria da Função do Consumo).
 John Maynard Keynes: Defendia uma plena ação do Estado nas
políticas Econômicas, sempre que necessário, buscando atingir o
emprego e o equilíbrio econômico (Revisão da Teoria Liberal - Doutrina
Keynesiana).
 Karl Marx: Filósofo e Economista, Jornalista Político e Revolucionário
Alemão, criou as bases da doutrina comunista, na qual criticou o
capitalismo. Defendia que pela revolução a classe operária deve tomar
os meios de produção dos burgueses.
 Friedrich Engels: Empresário e Filósofo alemão, propunha uma
revolução política de viés particularista e ambicionava uma revolução
social, de viés totalizante, abrangente, que lançasse as bases sociais
para uma sociedade sem divisão de classes, isto é, a luta de uma classe
explorada contra uma classe de exploradores.
MICROECONOMIA

Segundo Lacombe (2004), a Microeconomia preocupa-se com a eficiência na


alocação dos fatores de produção, as quantidades de bens e serviços ofertadas e
demandadas, os preços absolutos e relativos dos bens e serviços, e a otimização dos
recursos orçamentários de cada um dos agentes econômicos.
A Microeconomia é uma visão microscópica dos fenômenos econômicos
(produção, distribuição, repartição e consumo).
Podemos afirmar que a atividade econômica nada mais é que um pequena
parte na vida cotidiana dos Agentes Econômicos.
Vimos que Microeconomia estuda os Agentes Econômicos individualmente,
isto é, estuda a maneira como o consumidor gasta sua renda ou uma empresa
emprega seus recursos produtivos.
E quem são esses Agentes Econômicos?
São os personagens que interferem na economia e podem ser agrupados em
famílias (consumidores), empresas (produtores), governo (regulador), mercado
(ambiente) e o resto do mundo (setor externo).
 Famílias: são os indivíduos e unidades familiares da economia. São os
responsáveis pela procura (conhecida por demanda). Também
representam a oferta dos fatores de produção para as empresas, ou
seja, são os proprietários da força de trabalho, da terra, dos recursos
naturais, das máquinas, equipamentos, entre outros, que precisam ser
utilizados pelas empresas no seu processo de produção.
 Empresas: são os agentes encarregados de produzir e comercializar os
bens e serviços consumidos pelas famílias. Também remuneram as
famílias pela oferta dos fatores de produção para as empresas.
 Estado: são todas as organizações, nas esferas federais, estaduais e
municipais, responsáveis por distribuir riqueza e zelar pelas
necessidades coletivas.
 Mercado: é o ambiente em que ocorre a relação entre as famílias e as
empresas.
O mercado existe desde os primórdios da humanidade e evolui de
acordo com o desenvolvimento da sociedade, mas sem perder suas
características.
 Resto do Mundo: O mundo é um agente económico porque vivemos em
tempos de globalização. as relações entre os países estão cada vez mais
estreitas.
Paremos para pensar:
Seria possivel que as famílias produzissem seus alimentos, suas roupas,
seus veículos, sua habitação e todos os outros bens e serviços que
consome?
Pense nisto!
Entender de economia e compreender como funcionam os mercados, em
suas reais dimensões, problemas e implicações em termos de bem-estar social,
econômico e político, nos auxilia bastante nas tomadas de decisões.
Para que possamos compreendem o mercado e enxergar outras variáveis
(outras relações) precisamos aprofundar um pouco mais no campo da economia.
Por isso vamos conhecer algumas estudos importantes e sua evolução ao
longo do tempo:
 Teoria das empresas;
 Teoria do consumidor.

Teoria das Empresas:


A teoria da Empresa tem por objetivo identificar o empresário, a empresa e
atividade empresarial, de acordo com as normas específicas para cada um destes
atores jurídicos.
No Brasil, surgiu com Código Civil de 2002, fruto das contínuas
transformações comerciais.
Quando pensamos nas atividades empresariais, vem em nossas mentes
grandes conglomerados econômicos, marcas importantes e multinacionais que nos
remetem aos desejos de consumo. Porém, a definição de empresa e de empresário
nem sempre foi tão compreensível para a sociedade, e menos ainda para o direito.
Segundo Alberto Asquini, escritor italiano, em sua obra “Perfil da Empresa”,
1943, apresenta a empresa como um “fenómeno poliédrico”, para ele:
“O conceito de empresa é o conceito de um fenómeno poliédrico, o qual
tem sob o aspecto jurídico, não um, mas diversos perfis em relação aos diversos
elementos que ali integram” (ASQUINI, 1943).
No seu entendimento, a empresa apresenta 4 perfis jurídicos, sendo eles:
 Perfil Subjetivo: A EMPRESA como sinônimo de QUEM exerce
profissionalmente uma atividade econômica organizada para a
produção e/ou circulação de bens e serviços.
EMPRESA é vista como EMPRESÁRIO. Aqui a empresa é vista como o
sujeito da ação, vejam que os conceitos se confundem (sujeitos).
 Perfil Objetivo: A EMPRESA como sinônimo do complexo de bens
organizados pelos empresário para exercer profissionalmente uma
atividade econômica organizada para produção e/ou circulação de bens
e serviços.
EMPRESA é vista como ESTABELECIMENTO. Aqui a empresa é vista
como um objetos, conjuntos de bens necessários para a realização de
suas atividades. Apresenta uma visão patrimonial.
 Perfil Funcional: A EMPRESA como sinônimo de ATIVIDADE
ECONÔMICA para a produção e/ou circulação de bens ou serviços.
EMPRESA é vista como ATIVIDADE ECONÔMICA, ou seja a atividade que
ele exerce e não mais pelo pelo sujeito que a exerce ou complexo de
bem necessário para o exercício de suas atividades.
 Perfil Corporativo: Diferente dos demais perfis, este perfil trata a
EMPRESA como uma CORPORAÇÃO, ou seja, como uma organização de
pessoas para o exercício da atividade econômica, abrangendo o
empresário e todos os seus colaboradores.
EMPRESA é vista como CORPORAÇÃO. Aqui a empresa é vista como
ORGANIZAÇÃO, conjunto organizado de pessoas.
REFERENCIAS:

Asquini, Alberto. Profili dell´impresa. Rivista del Dirito Commerciale, 1943, vol. 41, I -
RDM104/109 - Tradução Fábio Konder Comparato.

Mendes, Carlos Magno; et al. Introdução à Economia. PNAP, UFSC; [Brasília] :


CAPES : UAB, 2015.

Rodrigues, Lásara Fabrícia. Fundamentos de Economia. UFMT, Cuiabá, MT. 2012.


Carrera-Fernandes, José. Curso Básico de Microeconomia. Salvador: EDUFBA, 2009.
Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ufba/189/1/Curso%20basico%
20de%20microeconomia.pdf. Acessado em: 08 de jun. 2023.

VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Introdução à Economia. [S.l.]: FRAS, s/d.

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