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Economia e Gestão

Prof: Ailton Gomes Moreira


Curso:
Engenharia informática e computares – 4º Ano (1º Semestre)
Objectivos
Familiarizar os alunos com os princípios básicos da economia
da empresa, incluindo tópicos relacionados com o
comportamento do consumidor e com a estratégia das empresas
e dando especial atenção ao papel da tecnologia;
Introduzir os fundamentos da Micro e da Macroeconomia;
Compreender o desempenho das economias em termos
agregados
Explicar o crescimento económico moderno, em especial o
efeito do desenvolvimento tecnológico;
Dotar os alunos com um conjunto de competências base nos
domínios complexos da organização, e com um entendimento
sobre o convívio entre a organização e a tecnologia como mais
valia estratégica;
Bibliografias
Das Neves, João Luis Cesar; Introdução à
Economia, 7ª Edição, Editorial Verbo, 2004
Nordhaus Samuelson, Economia 16ª Edição,
Editorial McGraw-Hill, Julho de 1999
Murteira Mario, A Economia em 24 Lições,
Editorial Presença, Janeiro de 2002
De Sousa António, Introdução à Gestão – Uma
abordagem sistémica, Editorial Verbo, 1990
Claude Rochet, Management das Associações,
Lisboa 1992
Capítulo I - Economia

Economia está associada à vida de cada um:

Como nao conseguimos produzir tudo o que


precisamos ...
Troca
Encontra-se na base da economia

Troca Directa
Troca Indirecta
O que é a Economia?

Existem várias definições:


Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos
termos gregos oikós (casa, património, recursos) e
nomos (norma, administração, lei). Oikósnomos
O que é a economia?

É a ciência social que estuda como o indivíduo e a


sociedade decidem (escolhem) empregar os recursos
produtivos escassos na produção de bens e serviços, de
modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da
sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.
(Ailton Moreira)

A economia é considerada como uma ciência social porque o


seu objetivo e´ de atender às necessidades humanas.
O problema da escassez
O problema da escassez surge devido às
necessidades humanas ilimitadas e à restrição
física dos recursos

O crescimento populacional »»»»» novas


necessidades biológicas; »» contínuo desejo de
elevação do padrão de vida e a evolução tecnológica
»»» “novas” necessidades (computador, carros ,
vídeo, CD, etc.)
países ricos e pobres apresentam necessidades
ilimitadas em face de seus recursos limitados.

O Japão por exemplo, precisa importar a maior


parte das matérias-primas que utiliza.
Se não houvesse escassez de recursos, ou seja, se
todos os bens fossem abundantes (bens livres):

Se pudessem ser produzidas quantidades infinitas de


todos os bens,

Ou se os desejos humanos fossem completamente


satisfeitos, quais seriam as consequências?
As pessoas não se preocupariam em aplicar os seus
rendimentos limitados, porque teriam tudo o que
quisessem.

As empresas não necessitariam de se preocupar com o


custo do trabalho ou com os cuidados da saúde,

os governos não necessitariam de lutar por impostos


e despesas, porque ninguém se importaria,
não haveria necessidade de estudarmos questões como
inflação, crescimento econômico, déficit na balança de
pagamentos, desemprego. Esses problemas
simplesmente não existiriam;

Cado individuo poderia ter tanto quanto lhe


apetecesse, ninguém preocuparia com a repartição do
rendimento entre os diferentes indivíduos e classes.

e obviamente nem a necessidade de se estudar


Economia.
A QUESTÃO DA ESCASSEZ E OS PROBLEMAS
ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS

Todas as sociedades (sejam economias de mercado, sejam


planificadas) são obrigadas a fazer opções, escolhas entre
alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes.

Problemas Económicos Fundamentais: As sociedades


são obrigadas a fazer escolhas sobre O QUE, QUANTO,
COMO e PARA QUEM produzir:
O que produzir?
a sociedade deve decidir se produz mais bens de consumo
ou bens de capital? (Ex: produzir mais canhões ou mais
manteiga);

Em economias de mercado, o que produzir é sinalizado


pelos consumidores ( o que é chamado de “soberania do
consumidor”).

Em economias planificadas ou centralizadas, tipo chinesa,


cubana e, até recentemente, soviética, a decisão é tomada
por um Órgão Central de Planejamento.
Quanto produzir?

a sociedade tem que decidir qual a quantidade de


cada bem a ser produzida.

Em economias de mercado, seria decidido pela


oferta e pela demanda;

em economias centralizadas, pelo Órgão ou


Agência Central de Planejamento.
Como produzir?
trata-se de uma questão de eficiência produtiva:

serão utilizados métodos de produção capital intensivo?


Ou de mão-de-obra intensivos?
Ou terra intensivos?

Isso depende da disponibilidade de recursos de cada


país.
Para quem produzir?
a sociedade deve decidir quais os setores que serão
beneficiados na distribuição do produto:
trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra?
Agricultura ou industria?
Mercado interno ou mercado externo?
Região Sul ou Norte?

Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída o


rendimento gerado pela atividade econômica.
Necessidades ilimitadas»Recursos
escassos »escolha
Economias de Mercado, Dirigidas e
Mistas
Quais são as diferentes formas de uma
sociedade responder às questões de o quê,
como e para quem?

Economia estuda os diferentes mecanismos


que a sociedade pode usar para aplicar os seus
recursos escassos
Economia de Mercado
É aquela em que os indivíduos e as empresas
privadas tomas as decisões mais importantes
acerca da produção e do consumo.

Um sistema de preços, de mercados, de lucros e


prejuízos, de incentivos e recompensas determina
o quê, como e para quem.

Empresas produzem as mercadorias que geram


maior lucro (o quê)
Economia de Mercado

As empresas produzem com técnicas de produção


que são menos dispendiosas (como)

O consumidor é determinado pelas decisões sobre


como despender os salários e os rendimentos
(para quem)
Economia de Direcção Central
É aquela em que o governo toma todas as decisões
importantes acerca da produção e da repartição.

Governo possui a maior parte dos meios de produção


(terra e capital)

Governo possui e dirige as empresas na maior parte dos


ramos da atividade

Governo é o empregador da maioria dos trabalhadores


Economia de Direcção central

Governo dá resposta à maior parte das questões


económicas através da posse dos recursos e do seu
poder de impor as decisões
Economias Mistas

Nenhuma sociedade contemporânea se encaixa


completamente numa das categoria anteriormente
vistas.

As sociedades são economias mistas »»» com


elementos da economia de mercado e elementos
da economia de direção central
Divisão da teoria económica

A teoria econômica é dividida em duas


partes principais:
Microeconomia e
Macroeconomia.
Microeconomia

Microeconomia deriva da palavra grega


mikros, que significa “pequeno”. Analisa o
comportamento da economia em detalhes,
ou seja, o comportamento dos agentes
econômicos individuais (famílias, empresas
e governos) e mercados específicos.
Microeconomia:Exemplos

Como é que cada preço é estabelecido,


A determinação dos preços da terra, do capital e
do trabalho

Estudo dos pontos fortes e fracos do


funcionamento do mercado,

O emprego na indústria de fast food”


“A produção automobilística em cabo verde etc
Macroecomia
Macroeconomia: deriva da palavra grega makros,
que significa “grande”. Analisa o comportamento
geral da economia, ou seja, se concentra no
panorama geral e desconsidera os pequenos
detalhes. (tem a ver com o desempenho geral da
economia)
Macroecomia

estuda a determinação e o comportamento dos


grandes agregados econômicos como PIB (produto
interno bruto), consumo nacional, investimento
agregado, exportação, nível geral dos preços,
etc.,
Macroeconomia

Tem um enfoque conjuntural, isto é, preocupa-se


com a resolução de questões como inflação e
desemprego, o crescimento econômico etc.
Microeconomia/Macroeconomia

Dois ramos que convergem para formar a ciência


Económica moderna.
Factores de produção e produções

Os factores de produção são bens e serviços


utilizados para produzir outros bens e serviços.

As produções são os vários bens e serviços úteis


que resultam do processo de produção e que
podem ser consumidos como tambêm ser
utilizados numa produção posterior.
Exemplo: Produção de um microscopio
Factores de produção:
Produção:
Factores de produção (imputs)

Podem ser classificados em três grandes


categorias:
1 – A terra
2 – O trabalho
3 – O capital
A Terra
Mais genericamente, os recursos naturais. Representam
o que os nossos processos produtivos recebem da
natureza.

Terra utilizada na agricultura ou na implantação de


habitações, fábricas e estradas,

pelos recursos energéticos para os nossos automóveis,


pelos recursos não energéticos, tais como minérios,
cobre, de ferro ou arreia.
O ar puro e a água potável
O Trabalho

Consiste no tempo do trabalho humano


despendido na produção: a trabalhar nas fábricas,
a lavrar a terra, a ensinar nas escolas

É o factor de produção mais comum e o mais


crucial para uma economia industrial avançada
O Capital

É formado pelos bens duráveis de uma economia,


produzidos com vista a produzirem outros bens.

Incluem máquinas, estradas, computadores,


martelos, camiões, edifícios etc

A acumulação de bens de capital especializados


e´essencial para prosseguir o desenvolvimento
económico
A fronteira de possibilidades de
produção
As sociedades não produzem tudo o que desejam
Estão limitadas pelos recursos e tecnologias
disponíveis.
Exemplo: Despesas na defesa: Paises estão
sempre obrigados a decidir:
1- que parte de recursos limitados vai para o
exército
2 – que parte vai para outras actividades (como
educação, transportes, saúde etc)
A fronteira de possibilidades de
produção
Paises como Japão aplicam cerca de 1% do seu produto
nacional nos seus militares,

Os EUA gastam 5% do seu produto nacional na defesa.


A Coreia do Norte (que e´uma economia militarizada)
despende mais de 20% do seu produto nacional nas
forças armadas.

Quanto maior quantidade de produto for para a defesa,


menor será o que resta disponível para outros sectores
(consumo, investimento, educação etc)
A fronteira de possibilidades de
produção
Vamos considerar uma economia que produz
apenas dois bens económicos, espingardas e
manteiga.
As espingardas representam a despesa militar e a
manteiga representa a despesa civil.
A fronteira de possibilidades de
produção
Quadro 1: Lista de possibilidades de produção
alternativas (A limitação de recuros escassos
obriga à alternativa entre manteiga e espingardas
Possibilidades Manteiga Espingardas
(Milhões de Kg) (Milhares)
A 0 15
B 1 14
C 2 12
D 3 9
E 4 5
F 5 0
A fronteira de possibilidades de
produção
Recursos e tecnologias limitados obrigam a que a
produção de espingardas e manteigas seja
limitada,
À medida que nos deslocamos de A para B …
para F, estamos a trasferir trabalho, máquinas e
terra da indústria de armamentos para a produção
de manteigas e podemos aumentar a produção de
manteigas.
A fronteira de possibilidades de
produção
As possibilidades de produção em gráfico
A fronteira de possibilidades de
produção
A FPP (Fronteira de Possibilidades de Produção)
Uma curva contínua que une os pontos das
possibilidades de produção

A FPP mostra a função ao longo da qual a sociedade


pode substituir espingardas por manteigas.

Pressupõe-se um dado estado de tecnologia e uma dada


quantidade de factores de produção.
A fronteira de possibilidades de
produção
A fronteira de possibilidades de
produção
Os pontos exteriores à fronteira (tais como o ponto I)
são impraticáveis, ou inatingíveis
Qualquer ponto do interior da curva, como o ponto U,
indica que a economia não atingiu a eficiência
produtiva. (quando o desemprego é elevado, ou
devido a uma regulamentação não eficiente do
governo)
Eficiência produtiva: Verifica-se quando a economia
se encontra sobre a sua fronteira de possibilidades de
produção. (quando não se pode aumentar a produção
de um bem sem reduzir a de outro)
A fronteira de possibilidades de
produção
Quais são os efeitos do crescimento económico
ou do progresso dos conhecimentos
tecnológicos nas possibilidades de produção de
um país?
R: Permitem a um país produzir uma quantidade
superior de bens e serviços, deslocando assim a
FPP para fora.
Custo de oportunidades
A vida está repleta de escolhas.

Dado que os recursos são escassos, temos de pensar


constantemente que fazer com o tempo e rendimento
limitados que despomos (trade-off)

Quando decide se vai estudar economia, comprar um


automóvel ou ir para a universidade, em qualquer dos
casos uma pessoa deve ponderar qual o custo da decisão
em termos de oportunidades perdidas.
Custo de oportunidades
O custo da alternativa perdida é o custo de
oportunidade da decisão.

O custo de oportunidade é o valor do bem ou do


serviço de que se prescinde.

O custo de oportunidade corresponde a uma perda de


oportunidade de ganho ralacionada com uma
aplicação, investimento ou acontecimento.
Exemplos??
Mercado
Um mercado é o mecanismo pelo qual
compradores e vendedores se confrontam para
determinar o preço e a quantidade de um bem ou
de um serviço.
Numa economia de mercado, nenhum indivíduo
ou organização é isoladamente responsável pela
produção, pelo consumo, pela distribuição e pela
fixação de preços.
Como fazem os mercados para determinar os
preços, os salários e as produções? Exemplo de
mercado de carros usados
Mercado

No início o mercado era um lugar onde


compradores e vendedores podiam envolver-se
numa negociação “face to face”. (blocos de
manteigas, pilhas de legumes eram carregados a
lugares »»»» Mercados)

Actualmente nos EUA, ainda existem mercados


importantes onde os comerciantes se reúnem para
negociar
Mercado

Exemplo:
Trigo e milho são transaccionados no Chicago
Board of Trade

Petrólio e platina são transaccionados na New


York Mircantile Exchange

Diamantes são negociados no Diamond District,


também na cidade de Nova Iorque
Mercado

Os Preços coordenam as decisões dos produtores e


dos consumidores num mercado. Preços mais
elevados tendem a reduzir as compras dos
consumidores e a estimular a produção.

Preços mais baixos estemulam o consumo e


retraem a produção.

Os preços são os pêndulo do mecanismo de


mercado
O Papel económico do Governo

Numa economia de mercado, o Governo tem


três funções económicas principais:
1 – o aumento da eficiência
2 – a promoção da equidade
3 – o estímulo do crescimento e da estabilidade
macroeconómica
O Papel económico do Governo
1 – O aumento da eficiência
O governo aumenta a aficiência ao promover a
concorrência, ao combater externalidades, como
por exemplo a poluição, e ao fornecer bens
públicos.
Externalidades: Resultam quando empresas ou
indivíduos impõem custos ou benefícios a outros
que estão fora do mercado.
As externalidades podem ser positivas ou
negativas. (Exemplos de Ext. Positivas e
Negativas)
O Papel económico do Governo

2 – A promoção da equidade
Quando o governo usa os impostos e ao
empreender programas de despesas para
redistribuir o rendimento a grupos específicos.
Exemplos ???
O Papel económico do Governo

3 –Crescimento e estabilidade macroeconómica


Atravéz da redução do desemprego e da inflação e
da promoção do crescimento económico o
governo estará a contribuir para o crescimento e a
estabilidade macroeconómica.

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