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Microeconomia I

2022/23

Caderno para acompanhamento das aulas práticas

i
Preâmbulo

O conteúdo deste caderno resulta da reformulação realizada em 2020 pela equipa


docente de Microeconomia I (Rita Martins, Micaela Antunes e Nuno Silva, com revisão
ortográfica de Carla Teotónio) de materiais cedidos pelo Professor Catedrático João Sousa
Andrade. O professor Sousa Andrade foi responsável, desde a reforma de Bolonha, pela criação
da unidade curricular Microeconomia I na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
e pela Introdução à Economia, que antecedeu a Microeconomia I. Por isso, e por tudo o que nos
transmitiu, um sentido agradecimento.

«Não esqueça que se a “economia” que aqui vai aprender a


utilizar não puder explicar a realidade “ela” não servirá para nada,
ou talvez, apenas para “enfeitar alguma pomposa ignorância”.»

João de Sousa Andrade

ii
Índice
Preâmbulo ................................................................................................................................ ii
Nota introdutória ...................................................................................................................... 1
1. A economia como ciência – “Economic Issues and concepts” ................................................ 2
2. Procura e oferta – “Demand and supply”........................................................................ 10
3. Elasticidades da procura e da oferta – “Elasticity of demand and supply” ........................... 22
4. Escolhas do consumidor: da teoria da utilidade à teoria da indiferença – “Consumer choice:
indifference theory”............................................................................................................... 29
5. A estrutura de custos das unidades de produção – “The cost structure of firms” .............. 41
6. Mercados com concorrência perfeita – “Perfect competition” ............................................ 49
7. Monopólio – “Monopoly” ................................................................................................... 55
8. Concorrência Imperfeita – “Imperfect competition” ............................................................ 59

iii
Nota introdutória

Este caderno destina-se a dar apoio ao estudo da disciplina de Microeconomia I e, em


particular, ao funcionamento das aulas práticas. Ele é composto por um conjunto de
questões e exercícios que procuram abarcar os capítulos do programa, constituindo, assim,
um instrumento de trabalho cuja finalidade é permitir uma melhor compreensão das
matérias lecionadas.

Seria verdadeiramente impraticável a resolução de todas as questões e exercícios que


constam deste caderno nas aulas práticas. Compete aos estudantes a resolução dos
exercícios que aí são propostos, bem como os que aí não forem objeto de reflexão ou de
resolução. Os horários de atendimento dos docentes também podem ser utilizados para
esclarecimento de dúvidas surgidas na resolução dos exercícios e questões.

1
1. A economia como ciência – “Economic Issues and concepts”

1. Como explica que, ao querer comprar um telemóvel, tenha várias opções de marcas, de
modelos com características tão diferentes e de vários locais onde o pode comprar, sem
esquecer que pode comprar através da internet?

2. Os consumidores que se deslocam ao mercado de legumes para comprar espinafres fazem-


no porque os produtores de espinafres precisam de dinheiro para a manutenção dos
tratores e demais equipamentos. Comente.

3. Esclareça o significado de “individualismo metodológico” à luz do seu comportamento


quando vai às compras e do que terá sido o comportamento dos que vendem os produtos
para abastecer as lojas.

4. Na sua opinião, as leis em economia têm um carácter determinista ou devem ser


encaradas como tendências, como propensões?

5. “Numa economia de decisões centralizadas deixa de haver problemas de 'falhas de


coordenação', de 'controlo de qualidade', de 'incentivos incorretos' e problemas de
'degradação do meio ambiente'”. Dê a sua opinião.

6. A designação de economia de mercado parece-lhe adequada para designar as práticas


sociais em que o Sr. Silva ajuda na vindima do Sr. José que, por sua vez, “dá uma mãozinha”
na apanha da batata do Sr. Silva?

7. Na ex-União Soviética, e em alguns outros países, a propriedade do capital e, em parte, dos


recursos naturais cabia ao Estado que, através de órgãos próprios, determinava o que
deveria ser produzido. Como se designa este tipo de economia?

8. Por que motivo se diz que a natureza das nossas economias é “mista”. Contraponha-as a
outras formas de organização?

2
9. Como caracteriza, em traços gerais, o sistema económico capitalista? A sua caracterização
aplica-se a Portugal?

10. Distinga as formas de circulação da informação nas economias de sistema capitalista e


socialista.

11. Como se faz a circulação de informação nas economias capitalistas atuais? Acha
possível concentrar a informação económica num organismo central que seria
responsável pela sua divulgação?

12. O que é uma falácia?

13. A 15 de junho de 2014 a imprensa fez eco desta afirmação do presidente da Mirtilusa (José
Carlos Sousa): “Para consumirmos tanto mirtilo e tanta plantação que está a ser feita, as
pessoas têm de abdicar de todo o género alimentar e comer só mirtilos. Acho que é uma
loucura incentivar tanta gente a fazer plantações”. Que fenómeno estranho pode levar os
portugueses a produzir mirtilos em excesso?

14. A 7 de novembro de 1557, ao fim da tarde foi avistado em Lisboa um cometa que voltaria
a ser avistado no dia 9 em Vila Franca-de-Xira por D. Sebastião. Parecia então que o cometa
caminhava para sul. Melhor informação de Deus sobre a iniciativa guerreira do Rei em
Marrocos não poderia existir. Diz-se que repetia “diz o cometa que acometa”. Não vale a
pena contar o resto da história. Estamos perante uma falácia conhecida. Qual?

15. O filósofo António José Saraiva (1917-1993) designou a falácia post hoc ergo propter hoc
por “falácia da ignorância de causa”. Reconhece a falácia na observação “o maior consumo
de medicamentos leva as pessoas a envelhecerem, se não se consumissem tantos
medicamentos a população seria mais jovem!”.

16. O que significa a hipótese ceteris paribus?

17. Na sua opinião, a hipótese ceteris paribus deve ser usada sempre que necessário para
adaptar os dados às nossas teorias?

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18. Já ouviu falar de “There is no such thing as a free lunch”. Sabe o que significa? Estará
relacionada com o conceito de “custo de oportunidade”?

19. Apresente uma classificação dos fatores de produção. Que critérios usou para a sua
classificação?

20. Considera que a capacidade de organização do fator trabalho, recursos naturais e capital
deve ser incluída nos fatores de produção?

21. A propriedade privada dos fatores de produção impede que estes sejam usados da forma
mais eficiente porque a sua utilização depende dos interesses do seu proprietário.
Comente.

22. Os valores da produção e do capital físico de uma dada empresa são variáveis stock ou
fluxo? Justifique.

23. Classifique as seguintes variáveis como fluxo ou stock:


a) o salário de um funcionário público;
b) o número de funcionários da Faculdade de Economia;
c) os direitos de autor dos “Beatles”.

24. Comente a seguinte observação: “Um bem económico é algo de material enquanto um
serviço não”. Pense na expressão tão usada de “bens e serviços”.

25. Como define o conceito de escassez? Aplica-se este conceito mesmo quando as lojas
estão repletas de produtos que não conseguem vender?

26. A escassez gera escolhas ou conduz a estados de ansiedade e de pânico dos consumidores?

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27. Por que motivo se apresentam aos economistas as escolhas alternativas como
importantes?

28. O que representa a curva da fronteira das possibilidades de produção?

29. Suponha que numa economia se produzem dois tipos de bens: “Roupa” e “Comida”. A
utilização de todos os recursos disponíveis durante uma semana, conduz, entre outras,
às seguintes alternativas de produção:

Alternativas Roupa Comida


A 0 9
B 3 7
C 5 4
D 6 2
E 7 0

a) Represente num gráfico aquelas possibilidades de produção (X: “Roupa”, Y: “Comida”).


Como designa a curva que obteve?
b) Dê exemplos de como é possível aumentar a produção de “Roupa” e “Comida” sem
alterar a dotação de fatores.
c) Como se reflete na curva que acabou de representar o problema da escassez?
d) Comente o facto de a produção efetiva ser de 3 unidades de “Roupa” e de 5 unidades
de “Comida”.
e) A curva da FPP representa combinações máximas ou médias de produção?
f) De quanto decresce a produção de “Roupa” quando a produção de “Comida” passa de:
(i) 2 unidades para 7;
(ii) 2 unidades para 9?
g) Suponha que em dado período a curva FPP se desloca para a direita. Imagine três
possíveis e diferentes deslocamentos. Quais as explicações possíveis para cada um
destes casos?
h) Suponha agora que o deslocamento não foi para a direita mas sim para a esquerda. Quais
as explicações possíveis para cada um destes casos?
i) Indique qual o custo de oportunidade de uma unidade de “Roupa” nas situações B e C.

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30. Considere uma economia onde se produzem apenas dois bens, Laranjas e Computadores,
de acordo com o seguinte quadro:

Combinação Computadores Laranjas


A 0 64
B 1 63
C 2 60
D 3 55
E 4 48
F 5 39
G 6 28
H 7 15
I 8 0

a) Faz sentido a consideração de uma combinação J, onde se produzam, por hipótese, 9


Computadores? Justifique.
b) Represente graficamente as combinações anteriores (com Computadores no eixo das
abcissas). Como se designa a curva que obteve?
c) Admita que a economia se encontra a produzir na combinação A. Admitindo que se
pretende produzir mais um computador, de quantas laranjas é necessário abdicar?
d) Considere agora que a economia decide aumentar a produção de Computadores de 7
para 8. Neste caso, quantifique o decréscimo verificado na produção de laranjas.
Explique as diferenças encontradas do ponto de vista económico.
e) Admita que ocorre uma inovação tecnológica que afecta a produção de Computadores
e represente graficamente a nova curva.
f) Assuma agora a hipótese alternativa de que a inovação tecnológica ocorre no sector
agrícola, de forma a tornar a produção e colocação de laranjas no mercado mais
eficiente. Nestas condições, o novo conjunto de combinações é apresentado no quadro
seguinte:
Combinação Computadores Laranjas
A 0 128
B 1 126
C 2 120
D 3 110
E 4 96
F 5 78
G 6 56
H 7 30
I 8 0

i) Represente graficamente a nova curva.

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ii) Nesta situação, calcule o custo de oportunidade associado à produção adicional de um
computador, para as combinações B e I. Compare os resultados com os da alínea c) e
comente.

31. Vamos supor que numa economia se produzem dois bens: “Roupa” e “Comida”, que
medimos em unidades adequadas. A utilização de todos os recursos disponíveis durante
uma semana, conduz, entre outras, às alternativas de produção representadas pela
função:
Comida = 100 + 0.2Roupa – Roupa2

Cuja representação se encontra na figura seguinte.

a) Classifique os três pontos representados na figura acima.

Considere agora a seguinte figura:

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b) Esclareça o que poderá ter estado na origem da evolução da curva vermelha para a
verde e da vermelha para a azul.
c) Represente os pontos correspondentes a Roupa = 6. Considere as curvas a vermelho e
verde. Investigue o que se passa em termos de custos de oportunidade de produção
de Roupa quando se aumenta de 0.5 unidades a produção de Roupa partindo da
produção de 0 e de 5.5 unidades (0 para 0.5 e 5.5 para 6).

32. Suponha que numa dada economia e em dado momento os custos de oportunidade de
uma unidade de “Roupa” são constantes em termos de “Comida”.
a) Represente graficamente a FPP nesta economia.
b) Comente a hipótese aqui considerada de custos de oportunidade constantes.
c) Escolha dois pontos e mostre, no gráfico que fez, que se tratam de custos de
oportunidade constantes.

33. Considere agora que, em dado momento e numa dada economia, aqueles custos de
oportunidade são decrescentes. Responda às alíneas a) e b) do exercício anterior.

34. Suponha a produção de dois bens “A” e “B”. Admita que estamos numa situação de
esgotamento de alguns recursos naturais e que a produção de “A”, ao contrário do
que acontece com “B”, é dependente de recursos naturais.
a) Represente a curva da FPP em momentos diferentes do tempo onde aquele
esgotamento seja notório.

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b) Em cada uma daquelas curvas analise o que aconteceu aos custos de oportunidade de
produção do bem “B”. Diga se estava à espera deste resultado e se ele é óbvio.

35. Aplique o conceito de custo de oportunidade às seguintes situações:


a) uma ida ao cinema em período de férias;
b) uma ida ao cinema em vésperas de um teste (admita que o preço do bilhete de cinema
não se alterou).

9
2. Procura e oferta – “Demand and supply”

1. Por que razão é a curva da procura decrescente?

2. Considere uma economia com três consumidores, X, Y e Z, do bem A durante um mês. A


relação entre preço e quantidade procurada do bem A nessa economia encontra-se na
seguinte tabela.

Preço X Y Z
10 10 0 0
9 25 0 2
7 40 0 4
6 50 5 6
5 60 6 9
4 80 7 12
3 100 9 16

a) Represente graficamente as curvas de procura individuais e a curva da procura total.


b) Como designa o tipo de agregação que acabou de fazer?
c) Que outras designações podem utilizar-se para a curva da procura total?

3. Suponha uma dada relação entre o preço de um bem A e a quantidade procurada desse
bem. Aponte alguns fatores que levem a uma alteração daquela relação entre o preço e a
quantidade. Nesta altura a hipótese ceteris paribus diz-lhe alguma coisa?

4. Retome o exercício 3 e represente graficamente as consequências das seguintes alterações


sobre a procura do bem B:
a) o rendimento do agente X diminui 50%;
b) o rendimento do agente Y aumentou 50%;
c) aumento do índice de preços no consumidor.

5. Considere as seguintes informações relativas ao comportamento de procura de bife de vaca


por parte de 2 consumidores, A e B.

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Preço A (Y=2000) A (Y=1000) B (Y=2000) B (Y=1000)
0.75 25 19 13 10
1 19 14 11 8
1.25 14 10 9 5
1.5 10 8 7 1
1.75 8 6 5 0
2 6 5 3 0
2.25 5 4 1 0

a) Represente as 4 curvas de procura num mesmo gráfico. Faça o mesmo para a curva
agregada quando o rendimento de A é de 1000€ e o de B é de 2000€.
b) Dê um exemplo de como uma variação positiva do preço é acompanhada pelo aumento
da procura devido ao não respeito da hipótese ceteris paribus.

6. Suponha dois bens A e B. Considere as seguintes relações entre quantidades procuradas e


preços.

PA PA PA

QB QB QB
(a) (b) (c)

Classifique os bens A e B em cada um dos casos (a), (b) e (c) como independentes,
complementares ou substitutos.

7. Dê exemplos de bens substitutos e bens complementares.

8. Distinga bem inferior de bem normal. Dê exemplos de um e de outro tipo de bens.

9. Suponha que o bem B é complementar de A e que C é um bem substituto de A. Quais as


consequências sobre as quantidades procuradas de A quando ocorre uma:
a) subida do preço do bem B?
b) descida do preço do bem C?

11
10. Considere as seguintes curvas de procura.

a) Explique como é deduzida a curva de procura de mercado a partir das curvas de procura
individuais.
b) Como se designa o processo de agregação necessário para a obtenção da procura de
mercado?
c) Considere duas funções de procura: Q = 15 - 1.5P e Q = 26 - 2.5P e os preços no intervalo
0 a 10. Represente estas duas funções procura e a função agregada (do mercado).

11. Considere a procura por bife de alcatra de um indivíduo. Essa procura dependerá do preço
do bife (P) e também do seu rendimento (Y). No quadro seguinte resumimos o seu
comportamento para o rendimento líquido de 100€ e de 300€ por mês.

Quantidade (100 gr) Preço (Y=100€ /mês) Preço (Y=300€ /mês)


10 1.75 4.23
9 1.99 4.80
8 2.29 5.53
7 2.69 6.49
6 3.24 7.81
5 4.03 9.72
4 5.27 12.71
3 7.45 17.95
2 12.13 29.21
1 27.86 67.11

Estes valores da procura podem ser obtidos através da função P = 0.7Y0.8 Q-1.2

a) Represente a curva respetiva quando o rendimento for 200€.


b) Determine as quantidades procuradas quando o preço for de 15€ por 100grs. para os
rendimentos de 100, 200 e 300€. Faça a adequada representação gráfica com os pontos
que representam esses valores que obteve.

12
c) Que fatores, para além do rendimento, podem provocar deslocações para a esquerda
da procura deste bem?

12. Considere a representação da procura de um bem por parte de um indivíduo. O que sucede
à procura na sequência do:
a) aumento do rendimento do indivíduo;
b) aumento do preço de mercado de todos os outros bens que consome;
c) aumento da sua preferência por um bem substituto de A;
d) aumento do preço de um bem substituto de A.

13. Por que razão dizem os economistas que a motivação das unidades de produção quanto à
oferta é semelhante à dos consumidores quanto ao consumo?

14. Defina curva de oferta de um dado bem. Compare essa definição com a da curva da procura.

15. Quais são as determinantes da oferta de um produto, para além do seu preço?

16. Por que razão a curva da oferta é crescente? Não poderá ser horizontal ou mesmo
decrescente? Justifique a sua resposta.

17. A curva da oferta individual do bem X é definida pelos valores apresentados na seguinte
tabela:

Preço de X Quantidade oferecida Preço de Y


4 26 1
5 53 1
6 81 1
7 98 1
8 110 1
9 121 1

a) Represente graficamente a curva da oferta do bem X.


b) Considere que Y é o principal fator de produção do bem X. Quando duplica o preço de
Y, as quantidades oferecidas do bem X diminuem para metade. Tendo em conta
esta nova situação, refaça a tabela anterior e represente a curva da oferta
correspondente.
c) Suponha que neste mercado existem 100 produtores com idênticas funções de custo.
Construa uma tabela semelhante à inicial com os pares de valores da função oferta
de mercado do bem X.

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18. Considere um mercado de carne de vaca. Indique qual o impacto na oferta dos seguintes
factos:
a) o reaparecimento da doença das vacas loucas;
b) o aumento do número de estabelecimentos de venda de hambúrgueres;
c) a diminuição da população dedicada à atividade pecuária;
d) o aumento dos preços dos seguros agrários e pecuários;
e) o surgimento de medicamentos que reduzem a mortalidade do gado;
f) chuvas torrenciais que destroem o pasto na Argentina (1.º produtor mundial de carne
de vaca).

19. Admita que os produtores agrícolas recebem incentivos para produzir milho para ser usado
na produção de combustíveis (biocombustíveis). Quais as consequências que tal política
poderá ter no uso alimentar do milho? E no preço da carne?

20. Suponha que os seguintes preços e quantidades representam o comportamento de um


dado agente quanto a um bem:

Preço 10 12 14 16 18 20 22
Quantidade 100 100 100 100 100 100 120

Trata-se da procura ou da oferta? Justifique.

21. Considere o seguinte comportamento para a oferta de alperces no mercado D. Pedro em


Coimbra, P = 5 + 1.2Q, numa sexta-feira do mês de junho. Q representa o peso em Kg e P o
preço em dezenas de cêntimos.

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a) O que acontece quando um vendedor tem o comportamento representado pelo ponto
vermelho situado mais à esquerda (Q=2, P=11) e pelo ponto vermelho posicionado mais
à direita (Q=8, P=6)?
b) Quando a quantidade oferecida passa de 6 para 4 Kg, o que acontece ao preço? Trata-
se de preços mínimos ou máximos?

22. Imagine agora que a partir do meio-dia o comportamento dos vendedores de alperces se
altera e passa ter a seguinte função de oferta: P = 1 + 1.2Q.
a) Esclareça o que se passou ao meio-dia.
b) Para a oferta de 6 Kg, qual a redução de preço admitida pelos vendedores?
c) Seria necessário fazer uma nova curva de oferta após o meio-dia? A anterior não era
suficiente?

23. Suponha que a curva da oferta semanal de ovos de galinha se deslocou para a esquerda.
Indique acontecimentos que podem ter estado na sua origem.

24. Considere que o elevado preço de carne de carneiro fez com que o número de produtores
aumentasse. Considere que a oferta anual de carne de carneiro, em toneladas, era
inicialmente dada por

Q = -5 + 0.2P

onde P representa o preço por quilograma de carne. Imagine que o preço praticado levou
a um aumento de 60% do número de produtores, produzindo em condições em tudo
semelhantes à dos proprietários instalados.

Suponha agora que 30% do total inicial dos produtores saíram da produção de carne de
carneiro.

a) Represente as três curvas de oferta.


b) Descreva o deslocamento das curvas em termos de uma história construída com base
na falácia da composição.

25. Apresente uma definição de mercado.

26. Comente: “o mercado deve sempre referir-se a bens ou locais concretos”. Por exemplo, o
“mercado do trigo”, ou o “mercado da América Latina”. Pense em termos de “objeto” do
conceito.

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27. Deverá o o governo deve antecipar-se e fixar preços e quantidades quando o ajustamento
ao equilíbrio é lento?

28. Caracterize um equilíbrio de mercado estável e instável.

29. O economista Leon Walras imaginou o preço de equilíbrio como sendo o preço obtido em
leilão do bem. Imagine uma embalagem de 4 iogurtes naturais de uma dada marca.
Compare o preço determinado em leilão com o preço fixado pelo supermercado. O preço
do supermercado (ceteris paribus) nunca será igual ao do leilão?
Para conhecer Walras: http://www.newworldencyclopedia.org/entry/L%C3%A9on_Walras

30. Suponha que podemos classificar os comportamentos da procura e da oferta em dois


grupos de agentes, A e B, com as seguintes características:

Quantidades
Preço Oferta Procura
A B A B
1 5 6 25 10
1.5 6 7 20 10
2 7 9 15 10
2.5 8 12 10 10
3 9 16 5 10
3.5 10 21 0 10

a) Construa as curvas da procura e da oferta globais.


b) Qual o preço de equilíbrio?
c) Compare o comportamento de oferta B, relativamente a A e classifique-os.

31. Suponha a seguinte representação do mercado para o bem A:

PA
SA

10

DA

QA
100

16
a) Comente as seguintes observações:

(i) para preços inferiores a 10 u.m. a oferta excede a procura e o preço aumenta;
(ii) para preços superiores a 10 u.m. a oferta vai satisfazer a procura;
(iii) ao preço de 15 u.m. não se venderá qualquer unidade de bem A porque a oferta é
superior à procura.
b) Se em dada altura o preço do bem A for de 5 u.m., acha possível que venham a
transacionar-se 100 unidades ao preço de 10 u.m.?

32. Considere que o mercado de um dado bem está em equilíbrio. Quais as consequências
nesse mercado de:
a) um deslocamento da curva da oferta para a direita;
b) um deslocamento da curva da procura para a direita;
c) um deslocamento da curva da oferta para a esquerda;
d) um deslocamento da curva da procura para a esquerda;
e) em cada um dos casos acima proponha acontecimentos que possam explicar os
referidos deslocamentos.

33. Suponha que podemos representar a procura e a oferta de um dado bem através das duas
seguintes funções:

Q = -13P + 520
Q = 13P - 130
a) Qual o preço de equilíbrio e a quantidade transacionada no mercado desse bem?
b) Considere agora que, devido a algumas alterações de ordem económica que afetaram
o comportamento dos consumidores (aproveite para sugerir quais), a nova função da
procura do bem vem dada por:
Q = -13P + 600

Qual o novo preço e quantidade de equilíbrio?

34. Suponha que o mercado de um produto agrícola pode ser representado pelas duas
seguintes funções:

Q = -50 + 19P
Q = 150 - P
a) Qual o preço e a quantidade de equilíbrio?
b) Considere que o Governo fixou o preço mínimo daquele bem em 15 u.m.. Que razões
poderão ter levado o Governo a adotar tal atitude? Quais as consequências da fixação

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do preço a esse nível?
c) Suponha que depois de fixação desse preço, devido à redução do preço relativo dos
outros produtos agrícolas, a função que traduz o novo comportamento da oferta é a
seguinte:
Q = 25P − 50

Comente a nova situação no mercado do referido produto agrícola. Encontra algumas


semelhanças com as realidades portuguesa e europeia? Quais?

35. Na sua opinião, o facto de os preços dos produtos de venda a retalho serem, em geral,
preços administrados significa que a procura e a oferta não desempenham nenhum papel
nos preços desses bens? Comente a seguinte observação: “o bem-estar dos consumidores
aumentaria se todos os preços fossem determinados em leilão”.

36. Suponha que a Figura em baixo traduz a situação de um dado mercado.

O Governo, procurando baixar o preço de mercado que era de 14 u.m., fixa um preço
máximo de 10 u.m..

a) Quais as consequências de tal medida, no imediato e no longo prazo?


b) Acha possível que se negoceie em “mercado negro” aquele bem ao preço de 18 u.m.?
E de 30 u.m.?
c) Dê exemplos de mercados em que por vezes esta atuação dos Governos existe.

37. Considere o mercado de dado bem e a situação de equilíbrio. Admita que o governo fixa
um preço máxmo para este bem. Represente graficamente a situação e explique-a.
Esclareça as consequências de tal decisão no curto e no longo prazos.

18
38. Considere o mercado de dado bem e a situação de equilíbrio. Admita que o governo fixa
um preço mínimo para este bem. Represente graficamente a situação inicial e a nova
situação explicando o que se passou. Esclareça as consequências de tal decisão no curto e
no longo prazos.

39. Considere o mercado do bem A, constituído por 10 consumidores idênticos, cada um com
procura individual dada por P = 20 - 4Q.
a) Sabendo que a curva da oferta é dada por P = 11 + Q/5, determine o preço e a
quantidade de equilíbrio neste mercado. Represente-o graficamente.
b) Calcule o valor dos excedentes do consumidor e produtor e identifique no gráfico as
respectivas áreas calculadas.
c) Que nome se dá ao somatório dos dois excedentes calculados e o que representa, em
termos económicos?

40. Considere uma determinada localidade onde a procura de apartamentos para arrendar é
dada por P = 100 - Q/2 e a oferta é fixa, com 30 apartamentos existentes no mercado.
a) Calcule os valores de equilíbrio para este mercado de arrendamento.
b) Admita que o decisor de política económica decidiu fixar um tecto máximo para as
rendas no valor de 70 u.m. Discuta o sucesso desta medida no ano em que foi
implementada, supondo que a oferta de apartamentos é fixa no curto prazo (30).
c) Represente graficamente as alíneas anteriores.
d) Ao fim de vários períodos, a oferta de apartamentos ajusta-se e passa a ser dada por P
= 30 + 2Q. Considerando a curva de procura dada inicialmente e que o valor máximo
fixado para as rendas se mantém em 70 u.m., calcule os valores de equilíbrio e
represente graficamente.

41. Considere o mercado de uma bebida alcoólica, com curvas de procura e oferta dadas
respectivamente por QD = 100 - P e QS = 2P - 8.
a) Calcule o equilíbrio deste mercado e represente-o graficamente.
b) Calcule os excedentes do produtor e do consumidor.
c) Atendendo aos efeitos nefastos que as bebidas alcoólicas têm para a saúde, as
autoridades decidem impor um preço mínimo de venda de 56 u.m. Quais são, nestas
condições, as quantidades procuradas e oferecidas, e qual a quantidade transacionada
neste mercado?
d) Qual o impacto que esta política tem sobre os consumidores e os produtores, no curto
e no longo prazos? Justifique.

42. Em março de 2018 a imprensa escrita fazia eco do estado do mercado de arrendamento em
Lisboa. O preço por m2 era de 9.6€ nesta cidade enquanto a mediana no país era de 4.39€.
A cidade do Porto não andava longe dos valores de Lisboa. Imaginemos que a procura
depende do preço do arrendamento e do nível de rendimento e que a oferta depende do

19
mesmo preço e de um fator “risco” que resume o contexto tributário e legal do
arrendamento. A quantidade é medida em 106 metros quadrados. De notar que este
mercado no muito curto prazo tem uma oferta rígida, constituída pelo stock de casas
disponíveis para arrendamento. Iremos aqui imaginar o mercado num contexto temporal
em que a oferta pode variar.
O equilíbrio deste mercado encontra-se representado na seguinte figura.

a) O que deverá suceder se imposições administrativas tornarem mais onerosa a oferta,


por exemplo, dificultando a transferência de propriedade ou criando obstáculos a livre
iniciativa nos contratos de arrendamento?

Regressemos à situação inicial e admitamos que os poderes públicos entendem, por


qualquer motivo admissível, que o preço é demasiado elevado e que por isso vão impor um
preço máximo (PM), P=8.0, como representado na figura abaixo.

b) Assinale o excesso de procura resultante da fixação do preço máximo. Que


consequência pode daqui resultar?
c) Como o rendimento, entretanto, aumentou, o que terá deverá ter acontecido neste
mercado?

20
43. Imaginemos o mercado do leite. Pode consultar alguns dados deste mercado em
https://www.milkpoint.pt/estatisticas/ . O mercado funciona em termos de Kg de leite, cujo
preço máximo em 2017 foi de 0.33 por kg. Vamos tomar como unidades para este mercado
o preço por 10Kg e a quantidade por 106Kg de leite. A figura abaixo representa o equilíbrio
no mercado do leite.

a) Admitamos que o governo entende que o preço de equilíbrio é baixo para o que se
entende serem os rendimentos adequados dos produtores de leite. O governo fixa assim
um preço mínimo para o leite de 3.8. Quais as consequências desta medida no curto e
no longo prazos?
b) Depois destes exercícios sobre preços máximos e mínimos não acha que os políticos que
representam os eleitores deveriam conhecer um pouco mais de economia? Esclareça o
seu ponto de vista.

21
3. Elasticidades da procura e da oferta – “Elasticity of demand and
supply”

1. Defina elasticidade preço da procura. Explique em que medida este conceito pode ser útil
para a tomada de decisão relativa ao preço de venda dos produtos. Pense nas seguintes
situações: (i) “se aumentar o preço do produto que vendo aumentarei, sem dúvida as
minhas receitas”; (ii) “o Governo aumenta sempre as suas receitas ao aumentar o imposto
sobre o álcool”.

2. Por que motivo nos referimos à elasticidade preço da procura sempre como o módulo do
seu valor algébrico?

3. Comente as seguintes frases:


a) O governo não deve aumentar o imposto sobre o tabaco com o objetivo de aumentar
as suas receitas fiscais porque isso fará aumentar o preço do tabaco e assim a procura
irá reduzir-se.
b) Os vendedores nunca devem aceitar preços mais elevados porque assim a procura vai
reduzir-se e venderão menos, o que vai afetar os seus rendimentos.

4.
a) Defina elasticidade preço da procura aplicado à função Qd=F(P). Dê uma interpretação
em termos de variações relativas ao conceito da elasticidade.
b) Faça o mesmo que em (a) mas aplicado a um ponto da função, ou seja, em termos de
derivada da função.

5.
a) Interprete os seguintes casos aplicados à procura de um bem:
(i) Elasticidade nula.
(ii) Elasticidade igual a 1.
(iii) Elasticidade divergindo para infinito.
b) Esclareça o significado de:
(i) “Procura inelástica”.
(ii) “Procura elástica”.
(iii) “Procura infinitamente elástica”.
c) Distinga bem inferior de bem normal em termos de elasticidade rendimento da procura.

22
6. Defina elasticidade cruzada. Defina “bens substitutos” e “bens complementares” em
termos de elasticidade cruzada.

7. Considere dois comportamentos da procura de um mesmo bem assim representados:

Q1 = 10 − 0.3P

Q2 = 100P-1.2

a) Qual o valor da elasticidade em cada uma das funções para P = 0.2; 1.2 e 3.
b) Sabe como calcular o valor da elasticidade em termos da transformação logarítmica?

8. Suponha que a procura de um bem é dada por:


=

Onde P é o preço do bem, a e b são constantes positivas.

a) Qual é a quantidade procurada quando o preço é: P = a; P = a/2; P = 0?


b) Represente graficamente esta função procura.
c) Qual é a elasticidade preço da procura quando P = a; P = a/2; P = 0?
d) Mostre que quando < < a a elasticidade preço da procura é superior a um em
valor absoluto.
e) Mostre que quando 0 < < a elasticidade preço da procura é inferior a um em valor
absoluto.
f) Com base nos resultados obtidos, comente a seguinte afirmação: “Se uma função é
representada por uma curva com declive constante (isto é, uma reta), então essa função
tem elasticidade constante.”

9. Em que casos será maior a elasticidade preço da procura para os seguintes bens e serviços:
a) um livro de texto obrigatório ou um livro de texto recomendado;
b) a eletricidade para uso doméstico ou eletricidade para uso industrial;
c) viagens de comboio durante os dias úteis ou no fim-de-semana;
d) vinho de mesa sem marca ou vinho de marca;
e) jornais diários ou revistas “cor-de-rosa”;
f) batata natural ou batata pré-cozinhada.

23
10. Defina e deduza o valor da elasticidade preço das receitas para a função procura Q=F(P).

11. De entre as duas curvas de procura seguintes, qual escolheria para representar a procura
(em geral) de produtos agrícolas?

12. Explique o conceito de elasticidade rendimento da procura. Porque tende a elasticidade


rendimento da procura de alimentos a ser baixa nos países ricos? Dê exemplos de bens e
serviços para os quais a procura apresenta uma elevada elasticidade rendimento nestes
países. Daria os mesmos exemplos no caso dos países mais pobres?

13. Responda às seguintes questões, procurando ter em conta na sua argumentação o


significado de bens substitutos.
a) A procura de televisores tem uma elasticidade inferior à procura de televisores Sony?
b) A procura de bens alimentares é inelástica? E a procura de farinha de trigo não o é?
c) A procura de giz é menos elástica do que a procura de esferográficas?
d) A procura de café da marca “Bocage” tem elasticidade inferior à procura de açúcar?

14. Considere a elasticidade no curto e no longo prazos.


a) Esclareça por que motivo a elasticidade no longo prazo de bens associados a bens
duráveis é superior à de curto prazo.
b) Esclareça ainda por que motivo a elasticidade no longo prazo de bens duráveis é
superior à de curto prazo.

24
15. Considere as seguintes curva de procura e curto e de longo prazo.

a) Construa “uma história” associada ao aumento dos preços que leva a deslocar a
primeira curva (azul).
b) Na sua construção histórica a hipótese ceteris paribus foi respeitada?
c) Compare a elasticidade associada às curvas de curto prazo com a da curva de longo
prazo.
d) Construa agora a sua “história” com base na evolução inversa, da redução do preço de
mercado.

16. Relativamente à relevância do conceito de elasticidade.


a) Imagine que as deduções para o sistema ADSE aumentam 20% para reduzir o seu défice
de financiamento. Ao fim do ano o défice aumentou. Que terá acontecido?
b) Imagine (mera suposição) que um governo calcula que vai receber vários milhões de
euros ao impor uma taxa por saco de plástico. Ao fim de algum tempo descobre que as
receitas são muito inferiores ao que esperava. O que terá acontecido?
c) Imagine (mera suposição) que uma empresa de transportes aumenta em 10% o preço
dos seus bilhetes para reduzir o seu défice e descobre que bastaria uma subida à volta
de 5% para conseguir o seu objetivo. O que terá acontecido?

17. Comente:
a) “A melhor forma de resolver o problema da escassez de água potável é aumentar o seu
preço”.

25
b) O facto de a elasticidade preço do leite ser inferior à dos legumes frescos significa que
os consumidores têm hábitos mais enraizados de consumo de leite.

18. Atendendo ao conceito de elasticidade cruzada:


a) Defina elasticidade cruzada do café relativamente ao preço do açúcar.
b) Caracterize “bens claramente substitutos” em termos do valor da elasticidade cruzada.
c) Caracterize “bens com baixo grau de complementaridade” em termos do valor da
elasticidade cruzada.
d) Dê alguns exemplos do que pensa serem bens claramente substitutos e bens muito
pouco complementares.

19. Considere a elasticidade preço da oferta.


a) Defina o conceito.
b) Que fatores determinam o valor da elasticidade preço da oferta?
c) Represente em gráficos adequados a oferta quando (i) a elasticidade é nula; (ii) a
elasticidade é igual a 1; e (iii) a elasticidade é infinita.

20. Calcule a elasticidade da oferta considerando a seguinte curva da oferta:

P = 10 + 3Q

para cada um dos seguintes casos:


a) P = 25 e Q = 5;
b) P = 40 e Q = 10;
c) P = 70 e Q = 20.

21. Diga, justificando, se a elasticidade da oferta de mercado é maior ou menor do que 1 para
as seguintes situações:
a) As empresas não encontram trabalhadores para aumentar a sua produção;
b) A produção utiliza matéria-prima muito escassa;
c) Existem milhares de empresas que oferecem o mesmo produto.

22. Discuta se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas:


a) “Se a quantidade procurada de um bem não se altera quando o preço de outro bem
varia, a elasticidade cruzada da procura entre esses dois bens é igual a 1.”;
b) “Se a procura de determinado bem é inelástica, então se o preço desse bem aumentar
a despesa do consumidor com o mesmo diminui.”;

26
c) “O óleo e o azeite, a manteiga e a margarina, o chá e o café, são considerados bens
substitutos. Isto significa que a elasticidade (preço da procura) cruzada deve ser
positiva.”;
d) “Os bens de primeira necessidade têm procura mais rígida do que os bens supérfluos.
Isso significa que quando o rendimento aumenta, sobe o consumo de bens supérfluos,
e desce o peso na despesa dos bens de primeira necessidade.”;
e) “Se um bem é inferior, isto significa que a sua elasticidade preço da procura é negativa”.

23. Discuta se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas, em relação à elasticidade


rendimento, justificando a sua resposta:
a) “Se alguém gasta sempre a mesma proporção de rendimento num determinado bem,
então a elasticidade rendimento da procura desse bem é nula.”;
b) “Quando há uma recessão económica os bens onde mais se sente o seu impacto são os
que apresentam uma elasticidade rendimento maior.”;
c) “Um bem é normal se a sua elasticidade rendimento da procura é negativa.”;
d) “O leite é um bem necessário, logo a sua elasticidade rendimento é menor do que um.”.

24. Represente um mercado caraterizado por uma função da procura e uma função da oferta
com elasticidades constantes. Identifique possíveis bens com aquelas características.

25. Considere a curva da procura P = 100 - QD, relativa ao mercado de um determinado bem.
a) Para três níveis diferentes de preços – P=20, P=50 e P=80, calcule a elasticidade procura-
preço directa e classifique-a, em cada um dos pontos.
b) Para os pontos da alínea anterior, calcule a receita total associada.
c) A partir dos resultados obtidos nas duas alíneas anteriores, o que pode concluir sobre a
relação entre a receita total e a elasticidade procura-preço directa?
d) Apresente a expressão que permite o cálculo da elasticidade procura-preço directa, em
termos genéricos. Classifique a elasticidade, para os diferentes intervalos de preços.

26. Suponha que a elasticidade rendimento da procura de um bem é -1.5. Como classifica este
bem? O que aconteceria à quantidade procurada desse bem caso o rendimento da
população aumentasse em 10%?

27. Suponha que a elasticidade rendimento da procura de um bem é 0.5. Como classifica este
bem? O que aconteceria à quantidade procurada desse bem caso o rendimento da
população diminuísse em 10%?

27
28. Suponha que a elasticidade rendimento da procura de um bem é 1.2. Como classifica este
bem? O que aconteceria à quantidade procurada desse bem caso o rendimento da
população aumentasse em 5%?

29. Admita que numa dada economia existem apenas três bens: A, B e C. A partir dos valores
que se apresentam para as elasticidades, justifique a relação existente entre esses bens:
a) ηA,Y=0.4
b) ηB,Y =1.6
c) ηC,Y = -0.3
d) ηQA,PB= -0.5
e) ηQA,PC = 0.2
f) ηQC,PB = 1

30. Admita que numa determinada economia é esperada uma diminuição do rendimento real
dos cidadãos. Indique, justificando, para qual dos seguintes sectores se prevê um pior
cenário em termos de crescimento:
a) Automóveis usados, η=-1.1
b) Alimentação, η=0.5
c) Vestuário, η=1.5
d) Automóveis novos, η=3

28
4. Escolhas do consumidor: da teoria da utilidade à teoria da
indiferença – “Consumer choice: indifference theory”

1. Os economistas gostam de falar de “utilidade cardinal” e “utilidade ordinal”.


a) Sabe do que se trata e porque o fazem?
b) O conceito de utilidade marginal não tem ele próprio “utilidade”, porque não nos
limitamos a consumir uma quantidade marginal de um bem, mas uma quantidade
normal. Comente.

2. Defina “curva de indiferença”. Esclareça o significado de transitividade aplicado a curvas de


indiferença.

3. Admita que um consumidor tem a seguinte função utilidade de chocolate, U=3Q-0.15Q2.


Na figura em baixo temos a representação da utilidade total e marginal deste consumidor,
assim como os valores correspondentes ao máximo de utilidade. Para além da
representação que se encontra na figura em baixo, temos alguns valores da utilidade total
e marginal. Vamos imaginar que uma unidade de chocolate é uma quadrícula de chocolate.

a) Por que motivo a utilidade marginal associada a três quadrículas de chocolate difere
quando o cálculo é aplicado a uma unidade e aplicado no sentido marginal?
b) Fará algum sentido admitir que a utilidade marginal de consumo de chocolate pode ser
negativa? Não acha que isso é mais apropriado para quem não gosta de chocolate?
c) Admita que um problema de saúde – excesso de consumo de açúcar – levou o nosso
consumidor a alterar os seus hábitos de consumo. Represente essa nova curva de

29
utilidade total (e ainda a anterior) e represente a curva da utilidade marginal. Comente
os resultados obtidos.

4. Suponha que as utilidades totais associadas ao consumo de 1, 2, 3 e 4 unidades do bem A


são respetivamente 10, 14.5, 18 e 21. Quais os valores atribuídos às correspondentes
utilidades marginais?

5. A utilidade total atribuída ao consumo de 5 unidades de um bem A é de 21 e a utilidade


atribuída a cada nova unidade que consome é sucessivamente de 2.4, 2.3, 2.1, 1.9, 1.7 e -
2.4. Faça o gráfico com a curva da utilidade total e comente-o. A partir da curva da utilidade
total esclareça o significado de utilidade marginal.

6. Suponha que o quadro seguinte caracteriza o comportamento de um dado agente quanto


ao consumo de dois bens, A e B.

Utilidade total Utilidade marginal


N (unidades) A B A B
1 70 70 100
2 135 95
3 195 90
4 250 82
5 300 442 75
6 507 45
7 562 40
8 607 35
9 639 30
10 659 20
11 664 10
12 ----- 2

a) Preencha as restantes casas do quadro apresentado.

b) Suponha que o preço de A é de 1 u.m. e o de B de 2 u.m.. (i) o agente em questão seria


racional ao escolher:
(i.1) 3 unidades de A e 4 unidades de B?
(i.2) 4 unidades de A e 5 unidades de B?
(i.3) 3 unidades de A e 3 unidades de B?
(i.4) 5 unidades de A e 5 unidades de B?
(i.5) 9 unidades de A e 8 unidades de B?
(ii) Nos casos afirmativos, indique também o montante da despesa respetiva.

c) Suponha agora que o preço de A era de 2 u.m. e o de B de 3 u.m..


(i) Quais as quantidades de A e de B que deixariam satisfeito o agente se apenas se
tratasse de consumir estes dois bens? Diga também qual o valor da utilidade total

30
associado a esse(s) montante(s).
(ii) Se o seu orçamento fosse de 50 u.m., qual a situação de ótimo do consumidor?

7. O consumidor adquire bens para consumir de forma que a relação entre as utilidades
marginais iguala a relação entre os preços. Na figura em baixo partimos de duas funções de
utilidade total para o bem A e para o bem B, onde Qa e Qb representam as respetivas
quantidades, UTA=5Qa-0.15Qa2 e UTB=4Qb-0.1Qb2. Imaginamos que os preços de A e B são de
6 e 2 u.m., respetivamente. Ao acaso tomamos quantidades consumidas de A e de B, 6 e 7,
respetivamente. Verificamos que a relação das utilidades marginais não iguala a relação dos
preços relativos.

a) Verifique que a relação das utilidades marginais não iguala a relação dos preços
relativos.
b) Considere agora a quantidade de B consumida igual a 8 e que os preços de A e de B
passaram a ser de 4 e 2 u.m, respetivamente. Calcule a quantidade de A que satisfaz o
consumidor.

8. Na figura em baixo temos 3 curvas de indiferença que pretendem representar as escolhas


entre dois tipos de consumo: “Roupa” e “Comida”.

31
a) Esclareça a ordem de preferência entre as três curvas acima, ciano, azul e vermelho. A
sua resposta pode ser associada ao volume de “Roupa” correspondente a 4 unidades de
“Comida”?
b) Que leitura faz dos resultados encontrados para a passagem de 1 para 2 unidades e de
8 para 9 unidades de “Comida”?
c) Que leitura propõe para os valores das derivadas do consumo de “Roupa” em termos
de “Comida”?

9. Um agente económico ordenou da seguinte maneira as suas preferências e indiferença


quanto ao consumo de dois bens A e B.

Preferência 1 Preferência 2
A B A B
50 10 60 20
30 20 50 30
25 30 30 45
10 50 20 55
5 70 15 60

a) Como designa as curvas que traduzem aquele comportamento?


b) Suponha que o preço de A é de 10 u.m. e o de B de 20 u.m.. Suponha ainda que o
rendimento do agente é de 1100 u.m.. A escolha de 10 unidades de A e de 50 de B é
racional? Porquê?
c) Exponha graficamente as consequências das seguintes alterações sobre a procura de A
e de B:
i) Aumento do rendimento em 20%;
ii) Duplicação do preço de A;
iii) Redução para metade do preço de A e de B.

10. Considere a seguinte figura na qual estão representadas 3 curvas de indiferença para um
dado consumidor. Admita que a reta de restrição orçamental inicial deste consumidor está
representada pela reta a preto.

32
a) Defina “reta da restrição orçamental”.
b) Qual daqueles pontos a dourado escolheria para o consumidor ali representado?
c) Qual daqueles pontos a verde escolheria para o consumidor ali representado?
d) Entre os pontos a verde e a dourado quais escolheria?
e) Admita que a restrição orçamental deste consumidor passou a ser delimitada pela reta
a vermelho. Indique que alterações de preços e/ou rendimento poderiam ser
responsáveis pela passagem para a nova reta orçamental.
f) Os pontos a turquesa são agora mais interessantes para o consumidor do que os
anteriores, não é verdade? E qual deles ele escolheria?

11. Já imaginou como ficaria com uma indigestão se comesse algum diamante? Por mais água
que bebesse passaria um mau bocado. Mas a água que bebe da torneira é tão barata e o
diamante tão caro por mais minúsculo que seja. Relacione o preço de um e outro com a
procura e o tipo de oferta para explicar o fenómeno acima.

12. Suponha que o seu gosto pelo desporto o leva a alugar o espaço de um ginásio para jogar
futebol (andebol, basquetebol, ou outro desporto). Admita que a sua procura em termos
de horas mensais pode ser representada por duas funções que se referem ao Pavilhão dos
Olivais e ao Pavilhão Universitário e que mora próximo da Praça da República.

a) Diga a que Pavilhão se referem as seguintes hipóteses:


i. P = 20 - 0.5Q
ii. P = 15 - 0.5Q
b) Qual o excedente do consumidor se o preço por hora de aluguer mensal for de 10€?
c) Ao ser introduzida uma mensalidade para uso do ginásio, qual o seu valor máximo no
caso do uso de 16 horas mensais?

13. Imagine uma família numerosa (6 pessoas) e que todos adoram fisális (physalis) e mirtilos.
Os preços referem-se a caixas de 500 grs. e a procura mensal é dada pelas duas funções, P
= 15 - 0.8Q e P = 15 - 0.2Q1.5, para os fisális e mirtilos, respetivamente. Na figura em baixo
representamos as duas curvas da procura e admitimos como preços de mercado, 13 € e 24
€ por kg de fisális e mirtilos.

33
a) Defina “excedente do consumidor”. Qual a utilidade deste conceito?
b) Identifique, no gráfico, os excedentes do consumidor correspondentes aos consumos de
mirtilos e fisális.
c) Considere um aumento do preço dos mirtilos de 12.5%. Identifique o excedente do
consumidor na nova situação. Comente o resultado obtido.
d) Voltemos às curvas de procura. Imagine que por razões de saúde as curvas de se
deslocam para a direita. Que impacto terá esta alteração sobre os excedentes do
consumidor?

14. Considere as 5 figuras seguintes com curvas de indiferença.

a) Nas duas primeiras preencha o resto do cabeçalho.


b) Nas restantes o eixo das abcissas ou das ordenadas. Justifique as suas respostas.

34
35
36
15. Na figura seguinte está representada a reta orçamental inicial de um consumidor. Estão
também representadas 3 outras retas orçamentais que resultaram de alterações de preços
dos bens e/ou do rendimento do consumidor.

Indique quais as modificações dos preços e/ou rendimento que poderão ter sido
responsáveis pelos deslocamentos apresentados.

16. Tendo em conta o comportamento de um consumidor representado através de curvas de


indiferença e de uma reta traduzindo a restrição orçamental, como identifica a situação de
máxima satisfação do consumidor?

17. Suponha a seguinte situação para a Rita: a ratio UmA/PA (utilidade marginal do bem A a
dividir pelo preço de A) é superior a UmB/PB. Que irá fazer a Rita em termos de consumo e
de preços?

37
18. Considere a seguinte representação do equilíbrio do consumidor.

a) Identifique, na figura, as quantidades consumidas dos bens A e B em equilíbrio.


b) Considere que o preço de B duplicou. Represente, graficamente, o novo equilíbrio do
consumidor.
c) Admita que o rendimento deste consumidor aumentou 50%. Represente o novo
equilíbrio.

19. Represente o equilíbrio de um consumidor em termos de 2 bens (A e B). Admita que o preço
do bem A se vai reduzindo. Obtenha os correspondentes valores de equilíbrio. Com base
neste primeiro gráfico use um segundo onde representa a evolução das quantidades de A
e do respetivo preço. Como designa esta relação que obteve?

20. Faça um gráfico com a curva de preferência de um dado indivíduo pelos bens “laranja” e
“bife”. Trace uma reta da restrição orçamental. Admita que o preço das “laranjas” passou
para metade. Represente, no mesmo gráfico, o novo equilíbrio e mostre a dimensão do
efeito rendimento e do efeito substituição associado à variação do preço das laranjas.

21. Suponha uma situação de equilíbrio de um consumidor face a 2 bens, A e B. Represente as


adequadas curvas de indiferença e de restrição orçamental. Represente a nova situação
que resulta de o preço de A ter duplicado. Identifique a presença do efeito rendimento no
gráfico que acabou de fazer. Qual o seu significado? Não esqueça a correta identificação
dos eixos dos gráficos que fizer.

38
22. Através de um gráfico com uma situação de equilíbrio do consumidor procure provar que
um bem cujo preço diminua pode ser classificado como “bem de Giffen”. Não usando o
gráfico descreva o que distingue esse bem de um bem inferior.

23. Represente num gráfico o ponto de equilíbrio do consumidor. Admita que há uma subida
do do preço do bem representado nas abcissas. Face a esta alteração, ilustre no gráfico o
efeito rendimento e o efeito substituição.

24. Representámos, na Figura em baixo, os efeitos rendimento e substituição que resultam da


alteração do preço do bem B.

a) Identifique, de forma conveniente, o efeito rendimento.


b) Que efeito é atribuído à alteração do poder de compra decorrente da redução do preço?
c) Que efeito está associado à alteração dos preços relativos?
d) Identifique os pontos E_0, E_1 e E_2. Está perante bens, A e B, de que tipo?

25. Represente num gráfico uma situação de equilíbrio do consumidor quanto a dois bens, A e
B, em que A representa todos os outros bens que não B.

a) Admita que o preço de B se reduz para metade. Represente a nova situação de


equilíbrio, tendo em conta que o bem B é um bem inferior, mas
(i) não é um bem Giffen,

(ii) é um bem Giffen.

b) Caracterize adequadamente o que distingue um bem normal de um bem inferior e um


bem não-Giffen de um bem Giffen.
c) Comente: os bens de Giffen tendem a aparecer com mais intensidade quando o
rendimento das famílias aumenta.

39
26. Num gráfico com dois bens A e B represente o equilíbrio do consumidor. Admita que o
preço de B passou para metade. Represente o novo equilíbrio. Represente a nova restrição
orçamental que através da variação do rendimento, sem variação de preços, levaria ao
mesmo grau de satisfação do consumidor.

40
5. A estrutura de custos das unidades de produção – “The cost
structure of firms”

1. Descreva o significado atribuído pelos economistas a “unidade de produção” (UP). As


empresas serão unidades de produção? E o produtor independente, que não tem
trabalhadores por sua conta?

2. Discuta a racionalidade de tomarmos a maximização dos lucros como o motivo central das
decisões das unidades de produção.

3. Faça uma breve descrição dos inputs necessários à produção de um iogurte que consome
normalmente. E também de uma bicicleta.

4. Sabe o que os economistas costumam designar por “função de produção”?

5. O Senhor Pinto está orgulhoso da sua mercearia em Ardazubre. Nunca teve problemas com
porcas e parafusos como aconteceram com o Boeing 787 Dreamliner, nem problemas de
software como o do Airbus A400M que caiu em Sevilha. Comente o orgulho do Senhor
Pinto.

6. Comente: o objetivo da minha empresa é o bem-estar dos meus clientes e a satisfação dos
trabalhadores e não os lucros!

7. Tendo em conta as decisões de uma UP distinga “curto”, “longo” e “muito longo” prazos.

8. No curto prazo distinga entre fatores (e custos) fixos e variáveis.

41
9. Suponha as seguintes combinações de fatores X e Y para a produção de um dado bem Z.

A (Qz=10) B (Qz=15) C (Qz=20)


X Y X Y X Y
I 10 150 10 200 10 250
II 20 77 20 90 20 120
III 30 40 30 50 30 75
IV 40 15 40 20 40 30
V 50 5 50 10 50 15
VI 60 1 60 5 60 10

Suponha também que o preço de X é de 2 u.m. e o de Y de 3 u.m..

a) Supondo que essa unidade de produção deseja produzir 15 unidades (u.) de Z. Produzir
Z com a utilização de 40 u. de X e 20 u. de Y é racional? Porquê? (Compare com BV e
BVI);
b) Suponha agora que a unidade de produção tem um orçamento de 145 u.m.. De entre as
seguintes combinações (BIV), (AIV) ou (CV), qual escolheria?
c) Considere agora uma redução do preço do bem Y de 3 u.m. para 1 u.m.. Qual a
combinação mais favorável para produzir 15 u. de Z? Que alterações se registaram na
produção como resultado daquela mudança de preço?
d) Situe-se na combinação B (30 de X e 50 de Y). Calcule a taxa marginal de substituição.
Interprete os resultados que obteve.

10. Numa dada unidade de produção, se mantivermos constante o consumo de todos os


fatores de produção à exceção do fator V, obtemos os seguintes valores (coluna Hip. A)
para a produção do bem Z:

Produção
Consumo de V
Hip A Hip. B
1 10 8
2 30 27
3 60 60
4 100 110
5 150 170
6 170 260
7 180 360
8 185 410
9 190 440
10 192.5 460
11 193 470
12 193.1 475
13 193 470
14 185 450

a) Represente a função de produção em causa (produto total) (Hip. A);


b) Calcule o produto médio do fator V e o seu produto marginal (Hip. A);
c) Suponha que o consumo de outros fatores aumentou e em seguida manteve-se
constante, e que a coluna Hip. B resume agora os novos valores da produção. Faça o
mesmo que em b) para esta nova situação;

42
11. Vamos considerar a seguinte função de produção Q=10L+5L²-0.2L³. A figura, em baixo,
representa os produtos total, médio e marginal correspondentes.

a) Comente os valores do produto médio e marginal que foram obtidos para o conjunto de
valores de L=1, 5, 8.33, 10, 12.5 e 20.
b) Descreva o movimento ao longo da curva do produto total.
c) Identifique a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes.
d) Explique onde (e porquê) a curva do produto marginal corta a do produto médio?

12. Represente num só gráfico a produtividade média e a produtividade marginal do fator


trabalho. Explique o signficado económico da trajetória das curvas e justifique o ponto onde
se intersetam.

43
13. Num contexto de curto prazo, defina “custos totais”, “custos fixos”, “custos variáveis”,
“custos fixos médios”, “custos variáveis médios”, “custo marginal total” e “custo marginal
fixo”.

14. Por que motivo se designa o produto correspondente ao custo total médio mínimo por
“capacidade produtiva”?

15. Tenha em conta o seguinte quadro:


Quantidade 0 1 2 3 4 5 6
Custo Fixo (CF) 55 55 55 55 55 55 55
Custo Variável (CV) 0 30 55 75 105 155 225

a) Determine o custo total.


b) Faça a representação gráfica do custo fixo e do custo total.
c) Determine o custo fixo médio, o custo variável médio e o custo médio.
d) Faça a representação gráfica das curvas do CFM, CVM e do CM.
e) Determine o custo marginal (Cmg) e faça a representação gráfica.
f) Relacione as curvas em U do Cmg com os rendimentos decrescentes.
g) Explique a relação entre o CM e o Cmg.

16. Suponha as seguintes informações sobre os custos da produção do bem A:

Produto Custo Total Custo Médio ΔCT Custo Marginal


0 1000
2 1200 600 200 100
4 1400 350 200 100
6 1600 200 100
8 1800
10 2010
12 2230 220
14 2490
16 2810 175.625
18 3250
20 4050

a) Preencha o quadro acima.


b) Qual o montante dos custos fixos ali considerados?
c) Compare o comportamento dos custos fixos médios com o comportamento dos custos
variáveis médios.
d) A curva dos custos médios é sempre crescente ou sempre decrescente? Justifique a sua
resposta.
e) Para o produto até 10 unidades o custo variável médio é o mesmo que o custo marginal?
Em seu entender isso deve-se ao facto de o custo variável médio ser constante até esse
nível de produção?
f) Faça a representação gráfica do custo marginal, do custo médio e do custo variável
médio. Comente o gráfico obtido.

44
17. A Figura abaixo representa os custos totais, médios e marginais de uma unidade produtiva

a) Identifique na parte esquerda da Figura acima as curvas a vermelho, verde e púrpura.


b) Identifique os pontos a azul e faça a sua interpretação geométrica. Identifique, à direita,
as curvas a vermelho, verde, ciano e azul. Identifique, e interprete, os pontos a azul.
c) Indique, na figura, para que quantidades a função de produção subjacente apresenta
rendimentos marginais crescentes e decrescentes.

18. Represente num mesmo gráfico a curva de custo médio de longo prazo e várias curvas de
custo médio de curto prazo. Relacione a configuração da curva de custo médio de longo
prazo com o tipo de rendimentos à escala da função de produção subjacente.

19. Represente a curva de custos de longo prazo. Esclareça como a obteve. Identifique áreas
de economias/deseconomias de escala.

20. Que significado atribui à expressão que uma dada unidade de produção é ineficiente?

21. As decisões de produção de longo prazo acarretam um risco mais elevado do que as de
curto prazo? Porquê?

45
22. Considere a seguinte representação relativa a uma empresa.

a) O que representa a curva desenhada?


b) Assinale no gráfico os custos fixos.
c) Identifique na curva o ponto em que o custo marginal atinge o seu valor mínimo (CMgm)
e o ponto em que o custo médio atinge o seu valor mínimo (CMEm). O que sucede neste
último ponto em termos de comparação entre o custo médio e o custo marginal?
Justifique adequadamente as suas respostas.

23. Sabe por que motivo o comportamento de maximização dos lucros implica a minimização
dos custos?

24. Tome a produção dada por Q=F(K,L), onde K e L representam “capital” e “trabalho”.

a) Esclareça por que motivo sempre que não se verifique a igualdade entre o membro
esquerdo e o direito da seguinte igualdade, FK/PK = FL/PL, não estaremos numa situação
de ótimo da produção.
b) Faça a leitura acima em termos da igualdade FK/FL=PK/PL.
c) A ratio entre “capital” e “trabalho”, K/L, dependerá dos preços destes inputs? De que
forma?
d) Que consequências advêm para a unidade de produção, após a escolha do método de
produção, de variações dos preços relativos do “capital” e do “trabalho”?

25. Considere uma unidade de produção de sapatos. Na Figura abaixo estão representados os
seus custos médios de longo prazo.

46
a) Tome a curva a azul (P_2). Descreva: (i) o que representa cada um dos seus pontos; (ii)
o seu comportamento em “U”; (iii) o ponto a dourado e a reta vertical no valor de 100.
b) Imagine uma história para a evolução de P_1 até P_3. Considere (i) variações de preços
e (ii) inovação tecnológica.
c) Suponha uma unidade de produção criada em P_1 e uma nova unidade, concorrente,
criada em P_3. Em que se situação se encontra a primeira unidade?
d) Regressemos de novo à curva a azul (P_2). Suponha que a unidade de produção produz
por semana 80 dezenas de pares de sapatos. Em que situação se encontra esta unidade
em termos dos seus custos?

26. Comente: “Neste mundo de incerteza e de permanente inovação o risco associado à


decisão de investir é demasiado elevado para que possa haver investimento (ou alguém
interessado em investir)”.

27. Distinga economias de escala de economias de gama.

28. Quais dos seguintes fatores podem favorecer a inovação tecnológica?

- oportunidade de lucros para inventores inovadores;


- influência política sobre governantes sensíveis;
- descobertas relacionadas com a totalidade/partes de um produto;
- pressão para a não aprovação de leis ambientais já aprovadas noutros países;
- melhorias no processo produtivo;
- limitações ao direito da greve;
- melhorias na organização da produção.

29. Quais dos seguintes fatores identifica como sinais que conduzem à inovação?

- variações nos preços dos inputs;


- variações na composição etária da população;
- variações na comportamento dos consumidores;
- formação técnica de jovens;
- antecipações de comportamentos dos consumidores.

30.

a) Diga o que designam: lucro puro, lucro económico e sobre-lucro.


b) Distinga lucro no sentido económico de lucro no sentido contabilístico. Dê um exemplo.

31. Diga o que entende por custo de oportunidade do capital.

32. Dê alguns exemplos da revolução dos materiais e de como pode influenciar a nossa vida.
Será que o lucro tem alguma influência nessa evolução? Não será antes a clarividência dos

47
políticos que sabem distinguir entre “boa” e “má” inovação, a que interessa ou não ao
“povo”?

48
6. Mercados com concorrência perfeita – “Perfect competition”

1. Caracterize o que se entende por estrutura de mercado.

2. Diga quais as hipóteses que definem um mercado de concorrência perfeita. Considera que
o estudo dos mercados de concorrência perfeita é importante porque a realidade dos
mercados corresponde a essa situação? Justifique.

3. Por que motivo os economistas apreciam tomar a concorrência perfeita como a


representação ideal da economia capitalista?

4. “A capacidade de um qualquer produtor influenciar o preço do seu bem estará dependente


do número de concorrentes e do tipo de bem produzido.” Explique o significado da
afirmação anterior.

5. Explique o significado de “price taker” usado para caracterizar as unidades de produção em


mercados de concorrência perfeita. Que tipo de procura encontra estas unidades?

6. No que respeita ao café e ao chocolate, o mercado da matéria-prima (cacau e café em grão)


tem estrutura idêntica à do produto final?

7. No mercado do milho o senhor José Costa e o senhor Adrião estão num mercado de
concorrência em que nenhum tem poder para influenciar o preço do mercado. No mercado
das telecomunicações a NOS compete com a MEO num mercado em que o poder delas para
controlar os preços existe e é praticado. Posso então concluir que o senhor Adrião concorre
com o senhor José Costa enquanto a NOS não concorre com a MEO?

8. Considere um mercado de concorrência perfeita.


a) Defina e represente a procura que um produtor defronta num mercado deste tipo.
b) Defina o rendimento médio e o rendimento marginal desse produtor.
c) Será possível imaginar que o preço da procura, o rendimento médio e o rendimento
marginal coincidam na mesma curva?

49
9. Comente a seguinte frase: “a venda do bem A não é feita em mercado de concorrência
perfeita porque a elasticidade procura do vendedor X desse bem é de 1.2!”.

10. Como é que uma unidade de produção num mercado de concorrência perfeita define a
produção, quando:
a) os custos variáveis médios excedem o preço de mercado?
b) os custos variáveis médios são inferiores ao preço de mercado?

11. Como é que em concorrência perfeita se determina a oferta da unidade de produção? A


unidade de produção produz as quantidades para as quais os custos variáveis (marginais)
são iguais ao preço de mercado?

12. Represente em diagrama adequado a curva de oferta para uma empresa a operar num
mercado em concorrência perfeita. Essa curva é válida para qualquer nível de preços?
Justifique.

13. Selecione a resposta mais correta e justifique: Num mercado de concorrência perfeita o
produtor maximiza o seu lucro quando:
a) o custo marginal é igual ao custo fixo médio mais o preço dos concorrentes;
b) o custo marginal é igual à receita marginal;
c) se verificam em conjunto, o custo marginal igual ao preço de mercado e à receita
marginal”

14. Imagine que os custos de produção de cada unidade de um dado bem vêm dados por CM=5
- 0.5Q + 0.04Q². Considere também que o preço de mercado é de 4.5 u.m. A representação
do equilíbrio de curto prazo é apresentada na figura seguinte:

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a) Verifique se no ponto de custos médios mínimos o custo marginal tem o mesmo valor.
b) Calcule o custo médio da produção no ponto de ótimo do produtor. Caracterize esta
situação.
c) Faça o mesmo para o custo marginal. Caracterize esta situação.
d) Calcule o lucro associado ao equilíbrio de curto prazo representado naquela figura
acima.
e) Em face do lucro registado, o que irá acontecer no mercado do bem aqui representado?
Descreva o que se seguirá até ao equilíbrio de longo prazo.

15. A figura seguinte ilustra a uma situação de equilíbrio no curto e longo prazos:

51
a) Por que motivo designamos esta situação de equilíbrio de longo prazo?
b) Qual a dinâmica que é admitida no processo de concorrência entre unidades de
produção para tal situação ser atingida?

16. “A existência de lucros num mercado incita à entrada de novos concorrentes.” Esclareça a
racionalidade desta decisão e explique o que acontece aos lucros com a entrada desses
novos produtores.

17. Exponha a importância da livre entrada e livre saída para o mercado de concorrência
perfeita.

18. Represente graficamente a situação de equilíbrio de curto prazo de uma empresa a operar
num mercado em concorrência perfeita, com lucros negativos. Que acontecimentos
deverão suceder-se devido aos lucros negativos registados?

19. Dê um exemplo de um mercado a funcionar próximo da situação de concorrência perfeita.


Justifique o exemplo escolhido à luz das caraterísticas dessa estrutura de mercado e indique
qual deverá a situação quanto a lucros no curto prazo.

20. Com base nos conceitos de lucro do ponto de vista económico e contabilístico, justifique
que em equilíbrio de mercado de concorrência perfeita os lucros devem ser nulos.

21. “Uma unidade de produção que produza na parte decrescente dos seus custos médios tem
lucros negativos e produzindo na parte crescente tem lucros positivos.” Comente a
afirmação e mostre através de um gráfico que assim é.

22. Esclareça a razão pela qual uma unidade de produção só estará em equilíbrio de longo prazo
se estiver a produzir no ponto mínimo dos custos médios de longo prazo. Ilustre
graficamente.

23. Represente em diagrama adequado o equilíbrio de longo prazo de uma empresa


representativa a operar num mercado em concorrência perfeita. O que explica a situação
relativa aos lucros?

24. Atendendo à definição de curva de oferta de longo prazo (COLP), represente as três
diferentes configurações possíveis da COLP (em termos de sinal do declive). Refira-se às

52
condições de custos e de dinâmica de inovação subjacentes a cada tipo de configuração.
Dê um exemplo de um bem associado a cada uma das COLP.

25. Esclareça por que motivo o mercado de concorrência perfeita é considerado eficiente na
afetação de recursos. Ilustre graficamente.

26. Imagine um dado mercado de concorrência perfeita e que o preço a ser praticado está à
direita (esquerda) do preço de equilíbrio. Mostre que o princípio da eficiência da afetação
de recursos está a ser violado nessa situação. Ilustre graficamente.

27. Preencha as casas em branco no Quadro em baixo:

Quantidade CFT CVT CT CM Cmg


10 100 161
15 212.5
20 260
25 312.5
30 420
35 595
40 960
CFT: custos fixos totais; CVT: custos variáveis totais; CT: custos totais; CM: custos médios;
Cmg: custos marginais.

a) Suponha que o preço do bem é de 10.5 u.m.. Construa mais duas colunas com as receitas
totais e com os lucros. Faça o mesmo para o preço de 35 u.m..
b) Represente num gráfico os lucros associados às diferentes quantidades para cada um
daqueles preços. Comente os resultados obtidos.
c) Suponha que o preço passa de 12.5 u.m. para 21.5 u.m.. Comente a atuação do produtor
face a esta variação de preço.
d) Suponha agora que o preço é de 9 u.m.. Qual a atuação do produtor?
e) Em face do resultado obtido na questão anterior, comente a seguinte afirmação: “O
objetivo do produtor é a obtenção do lucro máximo.”

28. Considere os seguintes dados relativos à atividade de uma unidade de produção num
mercado de concorrência perfeita, em que Q é a quantidade produzida do bem X e V é a
quantidade do fator de produção V necessária à produção dessa quantidade:

Q 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
V 0 10 18 25 30 33 38 45 55 70 90

Suponha que os custos fixos são 22 u.m. e que o preço do fator V é 10 u.m..

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a) Calcule o produto marginal do fator V, o custo variável, o custo total, o custo marginal,
o custo variável médio e o custo médio.
b) Faça dois gráficos, um com o produto marginal e o outro com o custo marginal. Qual é
a relação entre os valores do produto marginal e do custo marginal? (Sugestão:
multiplique o produto marginal pelo custo marginal)
c) Construa um gráfico com as curvas do custo marginal, do custo médio e do custo variável
médio desta unidade de produção.
d) A que preço está esta unidade de produção no seu limiar de encerramento? Justifique.
e) A que preço está esta unidade de produção no seu limiar de rentabilidade? Justifique.
f) Determine a quantidade do bem X oferecida por esta unidade de produção aos
seguintes preços: 30; 50; 65; 71; 101; 151; 201.
g) Represente graficamente a curva da oferta desta unidade de produção. Qual é a relação
entre esta curva e a curva de custo marginal?

29. Considere a seguinte situação de custos:

Qual a situação correspondente ao equilíbrio de longo prazo (co,Qo) ou (c1,Q1)?


Alguma daquelas situações corresponde ao equilíbrio de curto prazo? Justifique as suas
respostas.

30. Suponha um mercado de concorrência perfeita e uma dada unidade de produção. Para esta
unidade de produção considere a seguinte função de custos variáveis:

CV = 0.05Q2 + 0.2Q
e suponha ainda que os custos fixos são de montante igual a 8 u.m..
a) Deduza a função de custos médios e procure representar graficamente tal função.
b) Faça o mesmo que em a) para os custos marginais.
c) Determine o valor da produção correspondente ao equilíbrio de longo prazo.
d) Suponha que o preço de mercado é de 5 u.m. Qual a oferta da unidade de produção?
Qual o lucro por unidade produzida?

54
7. Monopólio – “Monopoly”

1. Defina monopólio. Apresente casos concretos de passagem de uma situação de monopólio


para outra, onde vários produtores disputam o mercado do bem.

2. Caraterize a procura do bem do monopólio. Compare-a com a do mercado.

3. Quais as diferenças entre mercado de concorrência perfeita e a situação de monopólio:


a) do ponto de vista dos compradores?
b) do ponto de vista dos produtores?

4. Aponte algumas das razões para a existência de monopólios mesmo sem iniciativa Estatal.

5. Que significado atribui à expressão monopólio natural?

6. Admita uma função linear da procura e represente-a. Explique por que motivo a receita
total máxima ocorre quando a elasticidade da procura é igual à unidade. Ilustre
graficamente.

7. Na figura seguinte encontra-se a representação habitual do comportamento do monopólio.


A função procura é dada por P = 10 - 0,6Q. O custo total corresponde a CT = 5Q – 0,5Q2 +
0,04Q3. O retângulo representa os lucros positivos do monopólio.

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a) Deduza a curva da receita marginal partindo de uma curva de procura P=a-bQ.
b) Qual a produção obtida e o preço praticado?
c) Qual a produção obtida se a estrutura de mercado considerada fosse a de concorrência
perfeita? E qual o preço praticado em mercado?
d) Assinale no gráfico, de forma clara, as duas situações anteriores.

8. Admita agora que a função de custo médio e a função procura vêm dadas por:
CM = 5 - 0.5Q + 0.04Q² e Pd = 7 - Q1/1.9. Obtenha a condição de equilíbrio do monopólio e
identifique os lucros que obtém. Compare essa situação com a que resultaria se
estivéssemos em concorrência perfeita.

9. Comente a seguinte observação: “o monopólio escolhe ao mesmo tempo o preço que


pratica e a quantidade que vende!”.

10. Na sua opinião um monopólio pode ter lucros negativos? E nulos? Justifique através de
adequadas representações gráficas.

11. Identifique e classifique os tipos de barreiras à entrada que podem existir em contexto de
monopólio. Explique o impacto dessas barreiras sobre o equilíbrio (preços, quantidades e
lucros) de longo prazo.

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12. Com a ajuda de um gráfico mostre que não é possível deduzir a curva de oferta de um
monopólio.

13. Explique, com recurso a representação diagramática adequada, porque se diz que não
existe curva de oferta em monopólio.

14. Através da representação gráfica seguinte é possível demonstrar a ineficiência associada


ao comportamento de monopólio:

a) Descreva o significado de “excedente” aplicado a consumidores e a produtores no


exemplo aqui considerado. Identifique graficamente os dois conceitos.
b) Compare os excedentes do consumidor e do produtor nas situações de concorrência
perfeita e monopólio.
c) Justifique as perdas ou ganhos em termos de eficiência de afetação de recursos.

15. Comparativamente à situação de concorrência perfeita, o monopólio representa uma


menor eficiência na afetação dos recursos da sociedade e, por conseguinte, uma perda de
bem-estar. Represente graficamente esta situação identificando convenientemente o
excedente do consumidor e o excedente do produtor, assim como as transferências entre
estes agentes e a perda líquida de bem-estar que resultam da situação de monopólio.

16. Represente e identifique adequadamente o triângulo de ineficiência inerente a uma


situação de monopólio. Justifique a sua resposta identificando as componentes desse
triângulo.

17. Uma prática habitual do monopolista é a discriminação de preços. Considere essa prática
num dado mercado para diferentes consumidores. Em que consiste? Represente
graficamente a situação, analisando em que medida esta prática implica maiores ou

57
menores perdas de bem-estar para a sociedade comparativamente à situação de
monopólio sem discriminação de preços.

18. Dê exemplos de práticas que podemos considerar como “discriminação de preços” por
parte de um monopólio. Conhece algumas em Portugal? Diga quais. Diga por que razão um
monopólio discriminará preços. Tenha em conta os conceitos de excedente do
consumidor/produtor.

19. Que resultados advêm em termos de excedente do consumidor quando o monopólio


discrimina preços? Que acontece às perdas de bem-estar geradas pelo monopólio nessa
situação?

20. Prove que as duas proposições em baixo estão corretas, recorrendo igualmente à análise
gráfica:
a) Para um dado nível de produção, um correto sistema de discriminação de preços
aumenta as receitas globais relativamente ao comportamento simples de maximização
dos lucros.
b) A produção com discriminação de preços é, em geral, mais elevada do que no caso de
um único preço.

21. Considere que uma dada unidade de produção apresenta os seus custos (totais) definidos
pela seguinte função:

C = 6 + 0.06Q2 + 0.3Q
e que a curva da procura do seu bem vem dada por: P = 10 – 0.2Q
a) Caracterize a situação de mercado onde atua esta unidade de produção.
b) Obtenha a função de custos marginais e a função de receitas marginais.
c) Determine a quantidade a produzir.
d) Determine o preço de mercado e o lucro por unidade produzida.
e) Calcule o preço correspondente aos custos marginais da produção.
f) Determine o volume de produção, o preço de venda e o sobrelucro unitário
correspondentes às seguintes estratégias de produção:

(i) Gestão ao custo marginal;


(ii) Maximização das vendas;
(iii) Gestão equilibrada do monopólio.

58
8. Concorrência Imperfeita – “Imperfect competition”

1. Faz ideia das razões por que apareceu o conceito de concorrência imperfeita?

2. De que forma a diferenciação de produtos limita a concorrência tornando-a imperfeita?

3. As unidades de produção que administram os seus preços não os alteram com frequência.
Qual a racionalidade para tal comportamento?

4. Faz ideia da razão por que algumas unidades de produção, em mercados de concorrência
imperfeita, produzem no ramo descendente dos seus custos (totais) médios?

5. Descreva as hipóteses caracterizadoras do mercado de concorrência monopolística. Dê


exemplos de produtos que sejam vendidos em mercados de concorrência monopolística.

6. Esclareça a principal distinção entre concorrência monopolística e monopólio em termos


de equilíbrio de curto prazo.

7. Existem algumas caraterísticas em comum entre o monopólio e a concorrência


monopolística? Identifique-as e justifique a sua resposta. Apresente um exemplo de um
mercado para cada uma das estruturas de mercado indicadas.

8. Compare as caraterísticas dos mercados em concorrência perfeita e em concorrência


monopolística, referindo-se ao curto e ao longo prazo.

9. Suponha que duas unidades de produção (de bens quase substitutos) apresentam o mesmo
comportamento de custos:

CA/B = 15 + 0.025Q2 + 0.4Q

e que defrontam os seguintes comportamentos dos seus consumidores:


PA = 15 − 0.15Q

PB = 15 − 0.1Q

59
a) Em que tipo de mercado atuam?
b) Qual a produção de uma e outra unidade de produção e os preços que praticam?
c) Por diversos motivos (quais?) o comportamento dos consumidores do bem produzido
pela segunda unidade de produção passou a ser o seguinte:

P ' B = 10 − 0.1Q
(i) Qual a nova produção desta unidade de produção?
(ii) Que preço passou a praticar?
(iii)Os seus lucros unitários aumentaram ou diminuíram?

10. Na figura seguinte encontra-se representado o equilíbrio de uma unidade de produção, em


concorrência monopolística, no curto e no longo prazos:

O retângulo a verde representa os lucros no equilíbrio de curto prazo e o segmento a azul


claro o excesso de capacidade produtiva no equilíbrio de longo prazo.
A função procura é dada por P = 35 - 4.5Q e a função de custos médios por CM = 2.5Q2 - 15Q
+ 32.5.
Atendendo às informações fornecidas, responda às seguintes questões:
a) Calcule os lucros da unidade de produção no seu equilíbrio de curto prazo.
b) Calcule a percentagem dos lucros no total das vendas. Acha que este valor justifica a
prática de concorrência por outros meios que não os preços? Relacione a sua resposta
com as hipóteses caracterizadoras do mercado de concorrência monopolística.
c) Explique de forma cuidada como se define o equilíbrio de longo prazo. Calcule a
quantidade produzida associada a esse equilíbrio.
d) Que fenómeno gera o excesso de capacidade produtiva em mercados de concorrência
monopolística?

60
e) Tendo em conta o equilíbrio de longo prazo calculado em (c) e o conceito de excesso de
capacidade produtiva analisado em (d), quantifique o excesso de capacidade produtiva.

11. Represente a situação de equilíbrio de longo prazo de uma empresa a operar em


concorrência monopolística. Identifique o segmento correspondente ao excesso de
capacidade produtiva instalada, explicando seu significado.

12. Represente graficamente a situação de equilíbrio de curto prazo de uma empresa num
mercado de concorrência monopolística, identificando os pontos mais importantes. Para
que a sua representação atenda às características deste tipo de estrutura de mercado, qual
o comportamento da elasticidade da procura?

13. O que têm em comum o oligopólio e a concorrência monopolística? E em que se


distinguem? Justifique. Apresente um exemplo de um mercado para cada uma das
estruturas de mercado indicadas.

14. Apresente as principais razões para a existência de oligopólios, indicando quais as


consequências da verificação dessas causas no equilíbrio desse tipo de mercado (preços,
quantidades e lucros).

15. Descreva duas formas usadas pelos oligopólios para manterem e reforçarem o seu poder
de mercado.

16. Na sua opinião as unidades de produção desenvolvem práticas que dificultam a entrada de
concorrentes? Se tal for a sua opinião, porque o farão?

17. Na sua opinião, a grande dimensão de unidades de produção em oligopólio pode ser criada
pelas próprias unidades e não devida a razões naturais? Dê alguns exemplos.

18. Na sua opinião estaremos perante um oligopólio no que respeita à banca em Portugal? E
quanto a hipermercados? Refira quais as maiores unidades de produção num e noutro caso.

19. A proliferação de marcas é uma forma de proteger a entrada num oligopólio a concorrentes
externos a este mercado? Dê exemplos.

61
20. De que forma a publicidade pode prevenir a entrada de produtores num oligopólio? Dê
exemplos.

21. O aparecimento de novos produtos pode afetar um oligopólio? Como prevenir a entrada
através da inovação? Dê exemplos.

22. Sabe por que motivo a característica de “mercado contestável” é tão importante em
oligopólio?

23. Sabe porque se diz que o comportamento dos vendedores em oligopólio é estratégico, ao
contrário do que acontece em concorrência perfeita e em concorrência monopolística?

24. Comente a seguinte afirmação: “os oligopólios não deveriam existir devido ao facto de a
afetação de recursos ser completamente desvirtuada”.

25. Os lucros do oligopólio são permanentes e não caracterizam apenas o curto prazo?

26. Comente a seguinte frase: “os oligopólios são responsáveis pela inovação em muitos dos
ramos da atividade económica, logo, deveriam ser incentivados”.

27. É dito que o dilema básico de uma unidade de produção em oligopólio consiste na decisão
da cooperação ou não. Sabe explicar esse dilema?

28. Esclareça o significado de (i) estratégia dominante/dominada num oligopólio; (ii) equilíbrio
de Nash na presença de dois produtores.

29. Em oligopólio algum dos produtores terá interesse em quebrar a cooperação quando esta
existe?

30. Em situação de cartel o preço de mercado é único. Como distingue esta situação da situação
de concorrência perfeita?

31. Na sua opinião as empresas distribuidoras de combustíveis formam um cartel? Como pensa
que se poderá atuar se elas se comportam em cartel?

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32. Caracterize um cartel. O fato de as empresas do cartel se comportarem como em
concorrência perfeita afeta o equilíbrio do mercado? Represente num só gráfico as duas
situações, a de cartel e aquela em que as empresas se comportam como em concorrência
perfeita.

33. Atendendo às forças em conflito em contexto de cartel, represente o comportamento


esperado por parte de uma das suas empresas, na busca da maximização individual do seu
lucro. Explique as consequências dessa atuação para a referida empresa e para as restantes
empresas do cartel. A situação representada é estável no médio/longo prazos?

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