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ECONOMIA DE

EMPRESAS
Fernanda Cristina Vianna
TRILHA DE APRENDIZAGEM 1

Introdução à economia
Objetivos de aprendizagem

• Aprender as ideias centrais do estudo da economia.

• Compreender as questões econômicas fundamentais.

• Entender as divisões do estudo econômico.

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Tópicos da trilha
1.1 Economia e seus princípios.......................................................................... 3

1.2 Questões econômicas fundamentais ........................................................... 6

1.2.1 O quê e quanto produzir? ...................................................................... 6

1.2.2 Como produzir?...................................................................................... 6

1.2.3 Para quem produzir? .............................................................................. 6

A Curva de Possibilidade de Produção (CPP) ............................................. 6

Custo de oportunidade................................................................................. 8

1.3 Divisão do estudo econômico..................................................................... 10

Palavras-chave................................................................................................. 11

Referências ...................................................................................................... 12

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Trilha 1: Introdução à economia

1.1 Economia e seus princípios


A palavra “economia” é de origem grega e significa oikos (casa) e nomos
(norma, lei), ou seja, administração da casa. Nesse sentido, “economia” significa
a administração da sociedade e de seus recursos produtivos (trabalho, capital,
recursos naturais, tecnológicos, entre outros), segundo Vasconcellos e Garcia
(2012).

A economia, segundo Rossetti (2002), é o estudo da forma como os


homens agem, vivem e pensam na sociedade. Para o autor, a economia é uma
ciência da humanidade, e o caráter do homem é moldado pela sociedade em
que ele vive. A economia é o resultado da condução do homem nas transações
comerciais, ou seja, os motivos que os levam a ações que geram consequências
econômicas. E tais consequências não estão associadas somente a benefícios
materiais, elas envolvem também os custos e sacrifícios de desenvolver uma
atividade econômica (ROSSETTI, 2002).

Vasconcellos (2011, p. 3) define economia como “a ciência social que


estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos
escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as
várias pessoas e grupos da sociedade com a finalidade de satisfazer às
necessidades humanas”.

Segundo Vasconcellos e Garcia (2012), os objetos de estudo da


economia são as maneiras possíveis de se economizar recursos. Isso porque,
se todos os bens fossem abundantes, não seria preciso economizá-los. O estudo
da escassez dos recursos produtivos é que dá sentido ao estudo da economia,
pois, sem ela, não seria possível pensar economicamente.

Para refletir
Agora, reflita: você acha que a escassez no mundo pode
ser resolvida?

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Trilha 1: Introdução à economia

“A escassez significa que a sociedade tem recursos limitados e, portanto,


não pode produzir todos os bens e serviços que as pessoas desejam” (MANKIW,
2001, p. 4). Nesse sentido, podemos compreender que as necessidades
humanas são ilimitadas, pois as pessoas desejam adquirir um bem e pagam por
esse bem, satisfazendo às suas necessidades. No entanto, quando satisfeitas,
passam a sentir outros desejos e necessidades.

Os recursos produtivos, os quais são escassos, contrapõem-se às


necessidades humanas ilimitadas e originam os problemas econômicos
fundamentais. As pessoas são obrigadas a escolher o que produzir, pois não é
possível atender a todas as necessidades humanas.

Nesse contexto, a economia se preocupa em compreender como a


sociedade toma as decisões sobre o que fazer com seus recursos escassos e,
embora o estudo da economia apresente muitas particularidades, o campo é
unificado por diversas ideias centrais, as quais são conhecidas como os dez
princípios da economia, conforme ilustrado pelo Quadro 1.

Quadro 1 – Dez princípios da economia

COMO AS PESSOAS TOMAM DECISÕES?

Princípio 1: As pessoas enfrentam trade-offs


A tomada de decisões exige escolher um objetivo em detrimento de outro.

Princípio 2: O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la
Como enfrentamos trade-offs, a tomada de decisão exige que se compare os
custos e benefícios de possibilidades alternativas de ação.

Princípio 3: As pessoas racionais pensam na margem


Nos pequenos ajustes a um plano de ação existente, a pessoa racional
compara os benefícios marginais com os custos marginais para tomar uma
decisão.

Princípio 4: As pessoas reagem a incentivos


Como as pessoas tomam decisões comparando custo e benefício, elas
respondem a incentivos. Um incentivo é algo que induz uma pessoa a agir.

COMO AS PESSOAS INTERAGEM?

Princípio 5: O comércio pode ser bom para todos

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Trilha 1: Introdução à economia

O comércio permite que as pessoas se especializem nas atividades em que são


melhores, permitindo que desfrutem de uma maior variedade de bens e serviços.

Princípio 6: Os mercados são, geralmente, uma boa maneira de organizar a


atividade econômica
Adam Smith já dizia em sua obra A Riqueza das Nações datada de 1776: “As
famílias e empresas, ao interagirem em mercados, atuam como se fossem
guiadas por uma ‘mão invisível’ que as leva a resultados de mercado
desejáveis” (SMITH, 2017).

Princípio 7: Às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados


A mão invisível, às vezes, não funciona (falhas de mercado). As razões podem
ser: externalidades (poluição, por exemplo) ou poder de mercado (formação de
monopólios ou oligopólios).

COMO A ECONOMIA FUNCIONA?

Princípio 8: O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de


produzir bens e serviços
Para melhorar os padrões de vida, os formuladores de políticas públicas devem
aumentar a produtividade, assegurando que os trabalhadores tenham bom
ensino, além das ferramentas necessárias para produzir bens e serviços e o
acesso à melhor tecnologia disponível.

Princípio 9: Os preços sobem quando o governo emite moeda demais


Trata-se da inflação, a elevação de preços que ocorre na sociedade de forma
geral.

Princípio 10: A sociedade enfrenta um trade-off de curto prazo entre inflação e


desemprego
Segundo essa teoria, desenvolvida pelo economista neozelandês Willian Phillips,
quanto mais alta a taxa de desemprego, menor a de inflação, ou seja, menos
desemprego pode ser alcançado obtendo-se mais inflação e vice-versa.

Adaptado de: MANKIW (2013).

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Trilha 1: Introdução à economia

1.2 Questões econômicas


fundamentais
Por conta da escassez de recursos, todas as sociedades são obrigadas a
responder a algumas questões fundamentais.

1.2.1 O quê e quanto produzir?


Escolher, entre as várias alternativas, quais bens e serviços serão
produzidos e em qual quantidade. Devemos produzir mais automóveis do que
roupas? Mais roupas e menos alimentos? Quanto de roupa e quanto de
alimentos?

1.2.2 Como produzir?


Qual é a maneira pela qual o conjunto de bens escolhido será produzido?
Os bens podem ser obtidos mediante diferentes combinações de recursos e
técnicas, e deve-se optar pela técnica que resulte no menor custo por unidade
de produto a ser obtido.

1.2.3 Para quem produzir?


Quem receberá esses bens e serviços? Todas as pessoas receberão a
mesma quantidade de bens e serviços? Ou a distribuição será feita segundo a
contribuição de cada um à produção? Ou segundo sua necessidade?

A teoria econômica apresenta dois conceitos importantes para


exemplificar como a sociedade procura responder às questões fundamentais: as
curvas de possibilidade de produção e os custos de oportunidade.

A Curva de Possibilidade de Produção (CPP)


É um modelo que exprime a fronteira máxima que a economia pode
produzir, partindo de três hipóteses básicas:

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Trilha 1: Introdução à economia

• Existência de uma quantidade fixa de recursos.

• Existência de pleno emprego dos recursos.

• Permanência de uma tecnologia constante.

Considere o seguinte exemplo, extraído de Nogami; Passos (2016): uma


fazenda com uma determinada extensão de terra, um conjunto de instalações,
máquinas e equipamentos, e um número fixo de trabalhadores produz apenas
dois tipos de alimentos: milho e soja. Se o fazendeiro utilizar toda a terra para
cultivar milho, não haverá área disponível para o plantio de soja e vice-versa.
Algumas alternativas de plantio dessa fazenda estão disponíveis no Quadro 2.

Quadro 2 – Possibilidades de produção na fazenda

ALTERNATIVA SOJA (EM QUILOS) MILHO (EM QUILOS)

A 0 8.000

B 1.000 7.500

C 2.000 6.500

D 3.000 5.000

E 4.000 3.000

F 5.000 0

Fonte: NOGAMI; PASSOS (2016).

Por meio de um sistema de eixos cartesianos (eixo das ordenadas = a


quantidade de milho que a fazenda pode produzir e eixo das abscissas = a
quantidade de soja que pode ser obtida), é possível representar graficamente a
escala de possiblidades de produção entre milho e soja, conforme ilustrado pela
Figura 1.

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Trilha 1: Introdução à economia

Figura 1 – Curva de possibilidades de produção na fazenda

Fonte: NOGAMI; PASSOS (2016, p. 50).

A CPP é o limite máximo de produção, com os recursos de que a fazenda


dispõe, em um dado momento. Dada a escassez de recursos, o fazendeiro deve
decidir qual ponto da curva escolherá: A, B, C, D, E ou F. No ponto A, decidiu-se
alocar todos os recursos na produção de milho; no ponto F, aloca-se tudo para
produzir soja.

Os pontos além da fronteira (H) não poderão ser atingidos com os


recursos disponíveis. Os pontos internos (G) representam situações nas quais a
fazenda não está empregando todos os recursos que dispõe.

Qualquer um dos pontos em cima da curva (A, B, C, D, E, F) representa


um uso igualmente eficiente de todos os recursos, dada a tecnologia disponível.

Custo de oportunidade
É a expressão utilizada para exprimir os custos no que se refere às
alternativas sacrificadas. Dada a escassez de recursos, tudo tem um custo em
economia, mesmo que não envolva dispêndio financeiro.

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Trilha 1: Introdução à economia

Retornando ao exemplo da fazenda...

Se a fazenda estiver usando eficientemente seus recursos, o custo de um


produto poderá ser expresso em termos da quantidade sacrificada do outro.

Ou seja, se estivermos no ponto C da curva e quisermos passar para o


ponto D, aumentando a produção de soja para 3.000 quilos, esse aumento só
será conseguido mediante o sacrifício de 1.500 quilos de milho.

O custo de oportunidade desses mil quilos adicionais de soja será dado


pelos 1.500 quilos de milho a serem sacrificados.

A CPP é um conceito estático (refere-se aos recursos disponíveis em


dado momento de tempo). Caso haja aumento na disponibilidade de recursos
produtivos, ou desenvolvimento tecnológico (métodos que levem à melhoria na
eficiência da utilização dos recursos já existentes), a curva desloca-se para
direita.

As fronteiras de possibilidades de produção (CPP) são úteis para


demonstrar os trade-offs que se precisa enfrentar, porém, elas não nos dizem o
que efetivamente será feito.

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Trilha 1: Introdução à economia

1.3 Divisão do estudo econômico


Como os objetivos e métodos de abordagem podem diferir, de acordo com
a área de interesse do estudo, o campo da economia divide-se tradicionalmente
em dois amplos subcampos.

Microeconomia: estuda o comportamento das unidades econômicas


básicas, como consumidores e produtores, e o mercado no qual interagem.
Preocupa-se com a determinação dos preços e das quantidades em mercados
específicos.

Os economistas supõem que as pessoas trabalham para maximizar sua


utilidade, ou felicidade, enquanto as empresas agem para maximizar seus lucros.

Macroeconomia: estuda a determinação e o comportamento dos


grandes agregados, como PIB, consumo nacional, investimento agregado,
exportação, nível geral de preços etc., com o objetivo de delinear uma política
econômica.

Foca na economia nacional, concentrando-se no crescimento econômico


e em como prevenir e amenizar recessões.

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Trilha 1: Introdução à economia

Palavras-chave
Curvas de possibilidade de produção; microeconomia; macroeconomia; custo
de oportunidade; escassez.

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Trilha 1: Introdução à economia

Referências
MANKIW, G. Introdução à economia. São Paulo: Elsevier, 2001.

MANKIW, G. Princípios de microeconomia. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

NOGAMI, O.; PASSOS, C. R. M. Princípios de economia. 7. ed. São Paulo:


Cengage Learning, 2016.

ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SMITH, A. A riqueza das nações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.

VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 5. ed. São Paulo: Atlas,


2011.

VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed.


São Paulo: Saraiva, 2012.

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