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Universidade Federal Fluminense

Análise Macroeconômica de
Reportagem (T1)

Docente: Adriana Ferreira Ponta

Discentes: Luís Gustavo Fernandes Fescina

João Luiz do Carmo Silva Mondego

Sumário:
1
i

L
Página i3- Intuito do trabalho. M

2
Página 3 à 17 - Explicações das Matérias Abordadas no Trabalho.

. Pág. 3 -Introdução à Macroeconomia;

. Pág. 4 -Agregados Macroeconômicos;


i
1 . Pág. 5 -Demanda Agregada;

. Pág. 6 -Modelo IS/LM;

DA
. Pág. 11 -Política DA
Fiscal Expansionista DA
e Contracionista;
1 2
. Pág. 13 -Política Monetária Expansionista e Contracionista;

. Pág. 13 -Financiamento dos Gastos do Governo.

Página 17 à 22 - Reportagem e análise.

.Pág. 17 - Reportagem: “Protestos no Irã: como a crise econômica


impulsionou manifestações contra o governo”.

.Pág. 21 - Análise.

Página 23 - Conclusão.

Página 24 - Referência Bibliográfica.

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i

i
Intuito do Trabalho:
M

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O trabalho, aqui disposto, possui o intuito de criar pontes entre a matéria, já citada em
sala de aula até o atual instante do semestre, e uma reportagem econômica de escolha dos
integrantes. A reportagem, por sua vez, será submetida a uma análise geral sob a ótica
macroeconômica, considerando a hipótese de uma economia fechada.

Foi iescolhida, para o presente estudo, uma reportagem – do portal de notícias “BBC”,
1
com o título “Protestos no Irã: como crise econômica impulsionou manifestações contra o
governo” – que provoca reflexões sobre políticas macroeconômicas acerca do Irã. O texto em
si apresenta discussões mais profundas sobre outros fatores (geopolíticos, questões sociais e
DA DA DA
de gênero, etc.). Desta forma, cabe destacar que será trabalhada em nosso estudo,
1 2
principalmente, a abordagem macroeconômica da questão.

Dito isso, antes de tudo, a próxima seção foi dedicada para a apresentação de um
resumo da matéria trabalhada até aqui, expondo conceitos macroeconômicos fundamentais.

Explicações das Matérias Abordadas no Trabalho:


. Introdução à Macroeconomia: É o ramo da economia que se dedica ao estudo das
variáveis econômicas de forma agregada (nível de produto [PIB], nível de preços, taxa de
salários, nível de emprego ou desemprego, taxa de juros, quantidade de moeda em circulação
e entre outros exemplos) que caracterizam a vida econômica de um país como um todo.

Tal matéria se preocupa em administrar 3 grandes problemas do país: O primeiro seria


o desemprego, através dele se pode constatar a renda, demanda e produção, ambos sendo
inversamente proporcional ao problema; em segundo se apresenta a Inflação, essa já é
inversamente proporcional ao poder de compra; em terceiro, não por isso menos importante, o
crescimento econômico, esse tópico pode-se resumir principalmente no PIB do país a ser
analisado. Visando alguns objetivos a serem alcançados ao levar as altas de taxas de
crescimento econômico, alto nível de emprego, estabilidade de preços (inflação controlada) e
equilíbrio nas transações externas. Claro que para todos os objetivos serem realizados, o
governo precisa ser bem comandado, mas enquanto isso não ocorre, ele fica entreposto em
dois dilemas.

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Primeiro Dilema: crescimento do produto versusMalto nível e emprego. As empresas
i
precisam aprimorar o processo de produção, cortar custos, desenvolver novas técnicas de
2
produções mais baratas, substituindo a força de trabalho por recursos tecnológicos de
produção, entretanto, tal desenvolvimento pode causar o aumento de desemprego.

Segundo Dilema: Estabilidade de preços versus alto nível de emprego. Aumentando os


níveis de empregos, rendas e de demanda agregada. O setor vai ter que aumentar a produção e
i
contratar novos fatores (máquinas, equipamentos, tecnologias, entre outros). Porém, alguma
1
hora esses fatores irão ficar escassos em determinado país. Conforme o país contrata mais
fatores de produção e se aproxima de sua máxima capacidade produtiva, haverá pressão de
alta nos preços dos fatores de produção. Dessa maneira,
DA aumentam-se os custos para produzir,
DA DA
claro que isso gerará a elevação
1 do preço final do2objeto e um menor poder de compra pelo
indivíduo.

A macroeconomia utiliza-se de duas políticas, a fiscal e a monetária. Para falar da


Política Fiscal, é válido ressaltar que o agente que a executa é o governo, com os objetivos de
um aumento econômico, aumento no nível de emprego e estabilidade dos preços, usando os
instrumentos da variação dos gastos do próprio governo (gastos públicos) e dos impostos.
Podendo ser uma política expansionista, a qual estimula a demanda agregada e a produção,
além de combater o desemprego, que para ocorrer precisa-se aumentar os gastos dos governos
e/ou a redução de impostos, por sua vez, a política restritiva desestimula a demanda agregada
e controla a estabilidade econômica, acarretando principalmente no desemprego, sendo o
oposto do expansionismo. Frisando na segunda política, a Monetária, o principal agente,
agora, é o Banco central, o qual possui o objetivo de aumentar o nível econômico e de
emprego, visando também controlar a estabilidade dos preços, utilizando os instrumentos de
controle da quantidade de moeda em circulação, da oferta de crédito e das taxas de juros.
Sendo ela também uma política expansionista, aumentando a quantidade de moeda em
circulação, baixando a taxa de juros e expansão na oferta de crédito, estimulando a demanda
agregada e a produção de emprego, já a restritiva é totalmente o inverso da expansionista.

. Agregados Macroeconômicos:

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2 setores: Essa economia é fechada e sem M
governo, possuindo como agentes
i
econômicos a família e as empresas, seu produto agregado é o valor monetário de tudo aquilo
2

que um país produziu em determinado período (Produto Agregado= ∑

P . Q ¿¿ . A Renda

Agregada representa o pagamento feito a todos os fatores de produção que foram utilizados
no país durante um período para gerar Produto Agregado (Renda Agregada= salários +
aluguéis +i juros + lucros) . A Despesa Agregada é representada pelo total de gastos de todos
os agentes1econômicos do país (nesse caso, consumidores e empresas) utilizando suas rendas
obtidas graças a geração do Produto Agregado (Despesas Agregadas= Despesas de Consumo
+ Despesas de Investimento). O Investimento Agregado é o total de investimentos do país. A
Depreciação consiste emDA DA Agregado é destinado
uma parte do Investimento DA para repor o
1 durante o processo. 2O Investimento Bruto consiste no total de
desgaste sofrido pelo capital
investimentos sem pensar na Depreciação, mas já o Investimento Líquido consiste no total de
investimentos já pensando na depreciação e por fim. A Poupança Agregada é a parcela da
Renda Agregada que não foi gasta no consumo.

3 setores: A economia permanece fechada, entretanto, o governo é ativado, possuindo


agora como agentes econômicos a família, empresas e o governo, contendo conceitos como
Receitas do Governo as quais arrecadam impostos (diretos e indiretos), multas, taxas, lucro
das empresas estatais e saldo das contribuições à previdência social. O Gasto do Governo se
dá pelos gastos públicos produtivos, folhas de pagamentos, subsídio às empresas e
transferência às famílias. O Produto Nacional a Preços de Mercado é o valor final cobrado
com os valores de impostos e subsídios atribuídos ao objeto. O Produto Nacional a Custo de
Fatores é o preço de fábrica dos objetos, antes de serem atribuídos impostos e subsídios. A
Renda Pessoal Disponível é a que equivale ao total da renda que sobra aos indivíduos depois
que pagam suas contas. A Despesa Agregada por sua vez é o total de gastos ( Despesa
Agregada [DA] = consumo [C] + investimentos [I] + gastos do governo [G] ).

Nesse esquema já se pode dar a introdução de Demanda agregada, isso é a mesma


coisa da Despesa agregada, então a fórmula por si só consiste em: DA = C + I + G.

Como a economia que estamos estudando ainda não foi aberta, não consiste nesse
trabalho analisar as importações e exportações entre os países.

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. Demanda agregada (DA): A DA expressa os efeitos dos
M preços sobre o produto, resultado
i
do comportamento do mercado de bens e do mercado financeiro, resumidamente é o PIB do
2
país. Possuindo a fórmula julgada como primordial para a macroeconomia (DA= C+I+G), a
qual também pode ser reescrita para fins de maior abrangência como:
D 1 D 1
Q = .[c . T −i(a+b)+G]ou simplesmente, Q = . Δ G, sendo Q Da própria DA, o
1−c 1−c
1 i
conhecido como Multiplicador keynesiano que regula a demanda agregada junto ao Δ G,
1−c
1
assim, quanto maior os Gastos do Governo, maior a Demanda agregada.

Entretanto a DA é influenciada pelo modelo IS/LM, os quais são modelos analíticos


do mercado. DA DA DA
1 2

.Modelo IS/LM: Para iniciar esse tópico, precisa-se ressaltar que tanto o modelo IS
(Investment=Savings), tanto o LM (Liquidity=Money) influenciam a DA, pois o IS está
relacionado diretamente com o equilíbrio no mercado de bens e serviços e o LM relaciona-se
com o equilíbrio no mercado monetário.

A) Modelo IS: Como já visto, o modelo IS é o próprio equilíbrio do mercado de bens e


serviços (I=S), tendo como sua variável o juros (i). Mas como o juros interfere no
modelo ? De certa forma, quando se tem um acúmulo na poupança (S), adota-se dois
caminhos a se seguir, o primeiro seria a aplicação financeira, e o segundo segue uma
linha de investimentos produtivos, ou seja, aumentar a produção de uma empresa ou
até mesmo abrir uma, entretanto, se o juros estiver alto os preços também estarão,
consequentemente seria prejudicial ao proprietário aumentar ou abrir um novo
estabelecimento.

A curva IS mostra a relação entre i e Q D-DA- no mercado de bens e serviços, sua


curva será negativa porque existe uma relação inversa entre juros (i) e taxa de investimento
(I), por outro lado a poupança (S), quanto maior a poupança, maior a demanda agregada.

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i

L
M
i i
2

i
2
i
1

i DA DA DA
1 1 2

DA DA DA
1 2

A curva IS pode ser deslocada pelas variáveis que compõem a DA, portanto,
D
Q = C+I+G, após o aumento de C ou I ou G a curva vai se mover para a direita em uma
mesma taxa de juro.

i
1

IS IS’

DA DA DA
i

L
No caso da redução de qualquer um deles, a curvaMvai se mover para o lado oposto, ou
i
seja, para a esquerda, mas sempre mantendo a mesma taxa de juros, pois ele não influencia no
2
deslocamento dela.

B) Modelo LM: O modelo LM (Liquidity=Money) está relacionado diretamente com o


mercado
i de ativos financeiros. Mas antes de falar da curva, ter em mente a ideia de
1
Demanda por moeda (L), possuindo como suas variáveis i e Q D, além também de
constituir dois tipos diferentes de destinos para as moedas, sendo um deles a L E
(especulativa) a qual é investida para render com o juros do mercado financeiro e o
DA
outro caminho seria DA
a LT (transacional), com DA da população.
essa se delimita o consumo
1 2
M
Junto a isso, surge o conceito de Oferta por moeda , M significando quanto de
P
dinheiro o banco imprime e P o nível de preço, portanto o poder de compra é
inversamente proporcional a oferta por moeda e diretamente proporcional a demanda
por moeda.

Visto que quanto maior a demanda por moeda, maior será a demanda agregada e
maior será o juros, para assim criar-se um equilíbrio, a curva é positivamente inclinada.
Então, alterando a Demanda por moeda, temos:

A parte superior da curva é chamada de EOM, ou seja. Excesso de Oferta por Moeda,
já a parte inferior da curva é a EDM, logo, Excesso de Demanda por Moeda.

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i

L
M
i
i
2

L
M
i
2
i
1 EO
M

i DA DA DA
1 1 ED
2
M

DA DA DA
1 2

Para a curva LM sofrer um deslocamento, precisa-se pensar na alteração da oferta por


moeda e na demanda por moeda. O crescimento da oferta por moeda desloca a reta para a
direita e para baixo, na mesma demanda e diminuindo a taxa de juros, sendo assim uma
política expansionista.

Já a política restritiva deslocaria a curva para a esquerda e para cima, visto que
ocorreria o inverso do que aconteceu com a política expansionista.

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i

L
M
ii
2

LM

i
1 LM’

i
1
DA DA DA
1 2

i
2

DA1 DA

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i

L
A curva IS-LM possuem um ponto em comum, dado
M como ponto de equilíbrio entre o
i
mercado de bens e serviços e o mercado monetário, cujo gráfico se apresenta desta maneira:
2

L
i M
1

DA DA DA
i 1 2
e

IS

DA DA
e

. Política Fiscal Expansionista e Contracionista: Tal política tem o intuito de analisar os


gastos do governo em relação à demanda agregada, mas como já foi constatado anteriormente,
com o aumento ou redução de G, varia a curva IS. Ao aumentar os gastos do governo,
aumenta o consumo e o investimento, aumentando consequentemente a DA, causando um
desequilíbrio na curva LM, logo, para que esse desequilíbrio seja resolvido, precisa-se então,
aumentar a taxa de juros, dessa forma diminuindo a LT e aumentando a L E. Esse processo de
esvaziamento dos gatos de governo é chamado de efeito “crowding out”.

Da mesma forma, a redução dos Tributos ou Impostos (T) gera o mesmo efeito nas
D 1
curvas, portanto, possuindo a mesma fórmula para ambos coeficientes. Q = . Δ G ou
1−c ❑

11
i

L
D 1 M
Q =−c .( i ). ΔT (para o caso de política fiscal contracionista, seria apenas o contrário da
1−c
2
política fiscal expansionista).

i
1

DA DA DA
1 2

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i

L
M
i
2
.Política Monetária Expansionista e Contracionista: Nesse exercício se tem o aumento na
oferta por moeda. Portanto, o aumento de M consiste em um aumento da Demanda por
Moeda, deixando-a menor do que a Oferta Real, causando um desequilíbrio, logo, precisa-se
então, diminuir a taxa de juros e assim aumentando a demanda por moeda pelo motivo
especulativo (no caso de política monetária contracionista, seria novamente o contrário).
i
1

DA DA DA
1 2

. Financiamento dos Gastos do Governo: Esse último tópico é dividido em 3 subtópicos.

A) Aumento dos impostos ( Δ G=ΔT ): Toda a política fiscal expansionista varia na


mesma proporção de i, aumentando então a demanda agregada, entretanto, para
equilibrar e diminuir a taxa de juros, o Governo aplica um aumento nos impostos,
D
sendo assim a sua curva sendo representada pela fórmula Q = ( 1−c
1
) . ΔG=Δ G.1 .
Mas como pode ser visto no gráfico, mesmo ao aplicar T na mesma taxa de G, a curva
vai para o ponto C e não volta ao A, isso ocorre porque T tem um efeito indireto a DA,
visto que eles alteram a renda e a renda altera o consumo, logo, o consumo vai alterar
a demanda agregada.

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i

L
M
i
2

i
1

DA DA DA
1 2

B) Endividamento- Venda de títulos: Todo o aumento dos gastos do governo é


financiado pelos gastos públicos ou venda de títulos. Essa política era para ser
contracionista, mas como o governo vende os títulos, então se financia, injeta
novamente a moeda arrecadada para a política monetária expansionista.

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C) Emissão de moeda: É simplesmente o ato doMpróprio governo se financiar pela
i
emissão de moeda, portanto possuindo uma política expansionista ficar e monetária ao
2
mesmo tempo.

i
1

DA DA DA
1 2

OBS.: Armadilha da liquidez (keynesiano): A curva LM é totalmente horizontal, fazendo com


que a política monetária se torne ineficaz, portanto, o custo da moeda encontra-se baixo,
15
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fazendo com que os agentes aceitem qualquer tipo, assim,
M com o aumento de G não ocorre o
i
efeito crowding out, com o juros quase zero, o único caminho a se seguir é a política fiscal
2
expansionista.

i
1

DA DA DA
1 2

Reportagem e análise:

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L
. Reportagem: M
i
2
Protestos no Irã: como a crise econômica
impulsionou manifestações contra o governo
Behrang Tajdin
Repórter de economia da BBC Persian
17 outubroi2022
1
Nas últimas três semanas, os gritos de "mulher, vida, liberdade" e "morte ao ditador"
foram ouvidos em dezenas de cidades em todo o Irã, enquanto manifestantes
demonstraram sua raiva contra as leis obrigatórias do hijab (véu muçulmano) e contra o
líder supremo, Aiatolá Ali Khamenei.
DA DA DA
1
Os protestos foram desencadeados pela morte no 2
mês passado de Mahsa Amini, uma mulher
de 22 anos que entrou em coma depois de ser detida pela polícia moral por supostamente não
cobrir suficientemente a cabeça.
Embora as pessoas tenham saído às ruas para expressar sua indignação com a repressão
política e social na República Islâmica, a situação da economia já havia criado uma sensação
de desespero.

Economia encolhendo:
De 1990 ao final dos anos 2000, a economia iraniana estava em uma trajetória
ascendente. Mas começou a declinar depois que as potências mundiais impuseram sanções
incapacitantes em um esforço para fazer os líderes iranianos concordarem em limitar suas
atividades nucleares.
O acordo nuclear de 2015 trouxe alívio dessas sanções. No entanto, os benefícios econômicos
foram de curta duração, pois menos de três anos depois, o então presidente dos EUA, Donald
Trump, abandonou o acordo e restabeleceu as sanções dos EUA que interromperam a maior
parte das exportações de petróleo do Irã.

Mulheres
fora do mercado
de trabalho:
Com uma economia
estagnada, não é surpresa que o
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L
número total de pessoas trabalhando pouco tenha mudado M na última década. Ele ficou em
torno de 23i milhões, apesar da população crescer de 75 milhões para 85 milhões.
2
E as mulheres foram mais atingidas que os homens, especialmente nos últimos anos. A busca
do governo por taxas de natalidade mais altas e por enfatizar o papel das mulheres como
donas de casa - sob as ordens do líder supremo - resultou em um declínio significativo no
número de mulheres no trabalho.

i
1

DA DA DA
1 2

Nos últimos
quatro anos, enquanto o número de homens empregados aumentou ligeiramente, o número de
mulheres empregadas diminuiu.
As perspectivas são particularmente sombrias para as mulheres graduadas na universidade. A
taxa de desemprego entre eles atualmente é de 22,3% - mais que o dobro da taxa entre os
homens graduados.

Preços em alta:
Enquanto muitos países estão repentinamente tendo que lidar com taxas de inflação de
dois dígitos, elas têm sido a norma no Irã há muitos anos.
Como resultado, o custo de bens e serviços aumentou 1.135% na última década.
O aumento dos preços dos alimentos é ainda mais impressionante. O frango é quase 20 vezes
mais caro do que há 10 anos, enquanto o preço do óleo de cozinha é 40 vezes maior.

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i

L
M
i
2
No início deste ano, a decisão do governo de parar de subsidiar importações de
alimentos como ração para gado, farinha de trigo e óleo vegetal fez com que os preços de
muitos alimentos, como massas, laticínios e carnes disparassem da noite para o dia.
Em apenas um mês, os preços dos alimentos aumentaram 26%, enquanto a taxa geral de
inflação deve atingir 47% em março de 2023.
No começo do ano, Maryam (nome fictício) disse à BBC Persian (serviço persa da BBC) que
i
havia desistido de comprar carne ou frutas.
"Você pode1 sobreviver sem comprar frutas. Mas já se passaram quatro meses desde que meu
arroz acabou e não posso comprar esse produto. Comprar carne tornou-se impossível", disse
ela.

DA DA DA
Moeda desvalorizada:
1 2
Nos últimos cinco anos, o valor da moeda iraniana, o rial, caiu quase 90%. Em 2017,
um dólar americano no mercado aberto valia pouco menos de 40 mil riais. Hoje, vale mais de
330 mil riais.
A maior parte da queda no valor do rial aconteceu no final de 2017 e início de 2018, quando
ficou claro que os Estados Unidos pretendiam se retirar do acordo nuclear com o Irã, impor
sanções pungentes à principal fonte de renda externa do Irã e restringir severamente seu
acesso ao sistema bancário mundial.

Padrão
de vida em
queda:
Todos esses fatores se combinaram para causar uma prolongada queda nos padrões de
vida.
Os números mostram que o consumo médio anual das famílias no Irã melhorou
significativamente entre o início dos anos 1990 e meados dos anos 2000. No entanto, desde
então, diminuiu 29% nas cidades e quase 50% nas áreas rurais.
19
i

L
Em outras palavras, as famílias iranianas são, em média,
M muito mais pobres do que há 15
anos. i
2

i
1

DA DA DA
1 2

Perspectivas sombrias:
Não é difícil entender a sensação de desespero que muitos jovens iranianos sentem em
relação às suas vidas.
Com os enfraquecimentos nos últimos meses da perspectiva de os EUA retornarem ao acordo
nuclear e suspenderem suas sanções, o Irã deve permanecer um país isolado, com o governo
contando com a venda de petróleo no chamado mercado cinza para sobreviver.
As autoridades iranianas, e especialmente o líder supremo, querem construir uma "economia
de resistência". Eles querem que o Irã seja ainda mais introspectivo e economicamente auto
suficiente, para que possam continuar suas políticas externas antiamericanas e anti-Israel.
Mas com pouca esperança de uma vida melhor e mais próspera no futuro, muitos iranianos
agora protestam contra o governo da República Islâmica.

Análise:

“De 1990 ao final dos anos 2000, a economia iraniana estava em uma trajetória
ascendente. Mas começou a declinar depois que as potências mundiais impuseram
sanções incapacitantes em um esforço para fazer os líderes iranianos concordarem em
limitar suas atividades nucleares.”

20
i

L
Por muito tempo essa técnica vem sendo utilizadaMpor potências para que os países de
i
certa forma obedeçam. Um bom exemplo disso é o domínio que os EUA ainda possuem sobre
2
Cuba, ao aplicar suas sanções sobre tal país. De certo, fazendo tal ato, alguns fatores de
produção irão ficar escassos em determinado momento, levando à uma quebra da economia
dentro do país que está sendo prejudicado com tais ações. Abalando assim os 3 grandes
problemas que a macroeconomia (desemprego, inflação e o crescimento econômico, ou seja, o
i só vez, desencadeando uma crise na política fiscal e monetária.
PIB) de uma
1
“Com uma economia estagnada, não é surpresa que o número total de pessoas
trabalhando pouco tenha mudado na última década.”

DA DA DA
Com a diminuição de mulheres dentro2 do mercado de trabalho, visto que a
1
composição familiar do Irã, em sua maioria, ainda é constituída por um homem e uma mulher,
a renda familiar tende a diminuir, influenciando diretamente no consumo dessa família. Logo,
a demanda agregada também tende à redução. Para que isso seja revertido, o governo poderia
investir em uma Política Fiscal Expansionista, acarretando então todas as abordagens já
citadas, desde o deslocamento da curva IS para direita, até o efeito Crowding Out para manter
o equilíbrio tanto no mercado de bens, quanto no monetário. Dessa maneira, mesmo que as
mulheres estejam restritas de trabalhar, ainda sim poderia vir a existir uma chance da
economia se reerguer.

“Enquanto muitos países estão repentinamente tendo que lidar com taxas de inflação de
dois dígitos, elas têm sido a norma no Irã há muitos anos. [...] o custo de bens e serviços
aumentou 1.135% na última década.”

Há de fato um aumento no custo de bens e serviços, o poder de compra dos habitantes


desse país está diminuindo ao longo do tempo, pois o produto final estará definitivamente
mais caro. Caso não haja investimentos em novas tecnologias para diminuir tais custos, a
renda das famílias não vai contribuir para o crescimento do PIB. Mas com a porcentagem
certa de investimentos dos gastos do governo e uma diminuição dos tributos contidos dentro
da área, o multiplicador keynesiano pode estabilizar e até mesmo agregar no crescimento
desta economia.

“Nos últimos cinco anos, o valor da moeda iraniana, o rial, caiu quase 90%.”

21
i

L
Este item tende a dialogar mais com a curvaM LM, posto que está diretamente
i
relacionada à oferta de moedas e sua demanda. Dito que seu valor vem caindo, ou seja, a
2
curva LM está indo para esquerda e para cima, precisam então aumentar a impressão de notas,
e assim, aumentar a demanda por moeda transacional, fazendo com que a curva vá para a
direita e para baixo, por sua vez aumentando o consumo. Mas isso ao longo do tempo
acarretará em um aumento dos juros, logo a moeda que antes estava sendo transacional,
novamentei se torna especulativa. O governo também tem a possibilidade de se autofinanciar
1
pela maior emissão de moeda, portanto, possuindo mais uma política monetária expansionista.
Observa-se, dessa maneira, o segundo dilema da macroeconomia. Cabe então ao governo
analisar e ver qual o melhor caminho a se seguir enquanto isso ocorre.
DA DA DA
1 2

Conclusão:

Diante do exposto no presente trabalho, é possível certificar que, no estudo


macroeconômico, há uma forte ligação entre as políticas/teorias adotadas e os países
estudados. Mesmo uma questão externa à nação pode influenciar em sua economia doméstica;
através das crises provocadas, tudo se relaciona: o consumo é afetado, impactando a demanda
agregada, o grau de valorização da moeda (nesse caso, o rial), etc.
22
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L
Deste modo, as crises, e a forma como a máquinaMpública lida com elas, influenciam o
i
desenvolvimento econômico de um país – destacando que, em momentos de instabilidade, a
2
parcela mais vulnerável economicamente da população é a que mais sente os seus efeitos.
Sanções externas e crises sociais dentro de uma nação como o Irã tornam-se fardos pesados
para sua população; fardos que vão além das contumazes mazelas da censura e do
autoritarismo, mas que atingem, também, o bolso das famílias e provocam a fome. Assim,
enuncia-sei um ciclo vicioso, onde a crise econômica e falta de direitos se relacionam.
1
Contudo, a grande gama de políticas macroeconômicas propostas e praticadas –
principalmente quando unidas aos Direitos Humanos – em torno do globo, podem conferir um
alívio (ou mesmo uma solução)
DA aos problemas DA enfrentados pelas diversas
DA populações do
1
mundo. A importância endereçada 2 por parte dos Governos, pode ser decisiva
a essas políticas,
na qualidade de vida dentro de seus respectivos territórios. Dessa forma, o estudo atento da
Macroeconomia pode determinar políticas públicas eficientes, políticas essas que levem em
consideração o ambiente onde serão adotadas (pensando suas questões culturais, sociais,
naturais, etc.).

Referências Bibliográficas:

→ https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63242456 (acesso no dia 24/10/2022, entre


as 14 e 15 horas)

→ Manual de Macroeconomia - USP (acesso no dia 17/10/2022 entre as 18 e 20 horas)

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