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CENÁRIOS ECONÔMICOS PARA

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ANÁLISE DE NEGÓCIOS

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MBA em Gestão de Negócios


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CENÁRIOS ECONÔMICOS PARA

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ANÁLISE DE NEGÓCIOS

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MBA em Gestão de Negócios


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1. INTRODUÇÃO

A nalisar o cenário econômico e o comportamento das políticas macroeconômicas é essencial para


se realizar o planejamento, controle, organização e direção de qualquer organização inserida na
economia brasileira. Por sua vez, cenários econômicos são previsões para o comportamento da economia
no período futuro, como nos próximos meses ou anos.
Os agentes econômicos (empresas, famílias, governos, entre outros) tomam decisões diárias sobre o
que e como produzir, processo que envolve a alocação de fatores de produção (capital físico, humano,
financeiro). Os economistas, além de analisar como os agentes tomam suas decisões, também estudam
como eles interagem entre si e sobre as forças que afetam a economia de maneira geral.

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A economia e seus componentes são afetados pelo ambiente externo, por fatores naturais (epidemias,

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terremotos, secas, inundações etc.), fatores políticos (eleições muito disputadas ou crises entre os

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poderes, por exemplo), além de fatores sociais (greves, nível educacional, entre outros) e políticas
macroeconômicas.

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É possível separar um setor da economia (por exemplo, o financeiro) e avaliar sua importância dentro
da área e seu comportamento em relação ao desempenho econômico (Bacha, 2017). Para mensurar

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o desempenho de uma economia, são considerados no mínimo cinco importantes indicadores
macroeconômicos:
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• O Produto Interno Bruto [PIB], que é uma medida de atividade econômica e crescimento da economia;
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• A taxa de inflação, que mede o crescimento dos preços médios da economia;
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• A taxa de desemprego, que avalia a percentagem da força de trabalho que está desempregada;
• O déficit público, ou seja, quanto o governo gasta a mais do que arrecada;
• O saldo do balanço de pagamentos (em especial a balança comercial e de transações correntes), que
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mostra se as reservas internacionais do país estão aumentando ou diminuindo.


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Um cenário macroeconômico deve apresentar projeções para esses indicadores. Além disso, se esse
cenário não for adequado aos propósitos da nação, podem-se alterar as políticas macroeconômicas
para que ele seja mudado. Essas políticas são: fiscal (que define gastos do governo e tributação);
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monetária (que afeta a taxa de juros); cambial (que afeta a taxa de câmbio); de rendas (que engloba
a legislação trabalhista, políticas ambientais, políticas de zoneamento de uso da terra e políticas de
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correções de preços); e comercial (que envolve instrumentos de estímulo às exportações e instrumentos


de restrições às importações).
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2. INDICADORES
MACROECONÔMICOS
PIB e seus determinantes
O Produto Interno Bruto é o valor monetário de todos os bens e serviços
finais produzidos na economia em um determinado período (Paulani e Braga,
2020). Há mais de uma maneira de mensurar o PIB, e uma delas é por meio
dos valores adicionados à economia. Valor adicionado é o montante de valor
agregado a um bem ou serviço intermediário para se gerar outro bem ou
serviço — intermediário ou final. O conceito pode ser expresso pela fórmula
descrita na Equação 1:

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VA = VBP – CI (1)

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onde, VA: é o valor adicionado; VBP: é o valor bruto da produção (receita de
vendas); e CI: é o consumo intermediário de bens e serviços.

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O valor adicionado equivale às despesas com salários, lucros, juros e

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aluguéis incorporadas ao preço da mercadoria. Essas despesas são os tipos
de rendas pagas aos fatores de produção. Portanto, o valor adicionado é igual
à renda que os fatores de produção recebem pelos serviços adicionados a
um bem ou serviço. .3
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Um exemplo de valor adicionado — no caso, à produção de pão — pode
ser observado na Tabela 1, que mostra os preços dos insumos utilizados
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na fabricação desse produto. O valor bruto da produção é a soma do preço


de todos os insumos utilizados (trigo e farinha), inclusive do produto final (o
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pão), que resulta em um total de R$ 45,00. O consumo de bens e serviços


intermediários soma R$ 25,00 e, portanto, o valor adicionado total à produção
de pão é de R$ 20,00 (PIB = R$ 20,00).
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Tabela 1. Valor adicionado à produção de pão


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Produtos
Trigo Farinha Pão Total
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Valor do produto R$ 10,00 R$ 15,00 R$ 20,00 R$ 45,00


Insumos R$ 2,00 R$ 10,00 R$ 13,00 R$ 25,00
Valor adicionado (Valor
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R$ 8,00 R$ 5,00 R$ 7,00 R$ 20,00


do produto - insumos)
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O PIB de um país é calculado por meio da soma dos valores adicionados


em cada atividade da economia, ou seja, em cada setor da economia. Esse
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conceito refere-se ao PIB a custo de fatores (PIBCF). Quando acrescentados


os tributos indiretos ao PIBCF, tem-se o PIB a preços de mercados (PIBPM), que
equivale à soma dos bens e serviços finais negociados no mercado. Dessa
forma, tem-se a Equação 2:
PIBPM = PIBCF + Tributos indiretos (2)
onde, PIBPM: é o PIB a preços de mercados; e PIBCF: é o PIB a custo de fatores.

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Há três óticas para se considerar os determinantes do PIB: produto, dispêndio e renda. Entre elas,
destaca-se a ótica do dispêndio, apesar de haver uma equivalência entre as três. Como já apresentada, a
ótica do produto considera o valor adicionado, enquanto pela ótica da renda o PIB é calculado através da
soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção no período (salários, juros, aluguéis e juros). Já
sob a ótica do dispêndio, o produto é mensurado por meio do valor total dos gastos finais realizados na
economia, ou seja, os gastos totais dos consumidores (famílias), empresas, governo e estrangeiros em
bens e serviços produzidos dentro do país, podendo ser expressa pela Equação 3:
PIBPM = C + I + G + (X – M) (3)

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onde, C: são as despesas das famílias com bens de consumo; I: são as despesas das empresas com

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investimentos; G: são as despesas do governo; (X – M): são as despesas líquidas do setor externo, sendo
X exportações, e M importações.

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O PIB (total e per capita) é uma importante medida de crescimento econômico. Por outro lado, uma

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desaceleração econômica ocorre quando o PIB (total e per capita) cresce a taxas decrescentes. Uma
economia estagnada apresenta um PIB per capita constante, enquanto na situação de recessão econômica

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o PIB (total e per capita) diminui. A Figura 1 apresenta a evolução do PIBPM e do PIB per capita brasileiro
no período de 1968 a 2019.

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Figura 1 – Evolução do PIB brasileiro entre 1968 e 2019
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8.000.000 40.000

7.000.000 35.000
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PIB total em milhões

PIB per capita em


de Reais de 2019

6.000.000 30.000

reais de 2019
5.000.000
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25.000

4.000.000 20.000

3.000.000 15.000
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2.000.000 10.000
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1.000.000 5.000

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1968

1971

1974

1977

1980

1983

1986

1989

1992

1995

1998

2001

2004

2007

2010

2013

2016

2019
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PIBPM (R$ milhões de 2019) PIB per capita (R$ de 2019)

Fonte: Elaborado pelo autor, com base em dados extraídos de IBGE (s.d.)
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2.2 Taxa de inflação


A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia
— situação que não necessariamente inclui um crescimento à mesma taxa. Na inflação, alguns preços
podem cair, enquanto outros podem subir ou até mesmo se manter constantes (Bacha, 2017).
A inflação atinge todos os bens e serviços, sejam eles finais ou intermediários. Ela pode ter causas
monetárias, reais (desalinhamento entre oferta e demanda) ou psicológicas (quando agentes ajustam o
preço porque acreditam que outros também ajustarão). A inflação pode ser prejudicial para a sociedade
em vários sentidos; ela diminui o poder de compra das famílias, gera queda nos investimentos das
empresas e cria um ambiente econômico de incertezas.

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O Brasil adota o regime de metas de inflação, no qual o Banco Central se compromete a atuar de forma
a garantir que a inflação fique dentro da meta previamente definida e divulgada pelo Conselho Monetário
Nacional [CMN]. A meta estipulada para a inflação em 2021, por exemplo, foi de 3,75%, com a possibilidade
de variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, o Banco Central se comprometeu
com a manutenção da inflação entre 2,25% e 5,25% naquele ano. Essa inflação é medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA]. No ano citado, o IPCA fechou pouco acima de 10%.
Para tentar manter a taxa de inflação dentro da meta estabelecida, o governo utiliza políticas monetárias.
Além do IPCA, há outros índices de inflação: Índice Geral de Preços do Mercado [IGP-M], Índice de
Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas [IPC-Fipe], Índice Geral de Preços

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[IGP], Índice Nacional de Preços da Construção Civil [INCC], Índice de Preços ao Produtor Amplo [IPA],

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Índice Nacional de Preços ao Consumidor [INPC] e Índice de Preço ao Consumidor [IPC].

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2.3 Taxa de desemprego

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A população em idade ativa [PIA] é o número de pessoas que estão em uma classificação etária

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teoricamente aptas a trabalhar, isto é, potencialmente disponíveis para empregos civis. A PIA representa
a força de trabalho; nela, há as pessoas ocupadas e as desocupadas (desempregadas). A taxa de
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desemprego é a percentagem da força de trabalho não ocupada, ou seja:
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“Taxa de desemprego = desempregados ÷ força de trabalho”
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É prevista a existência de desemprego na economia, uma vez que é esperada a ocorrência do


chamado desemprego natural — isto é, quando a pessoa procura emprego pela primeira vez ou está
mudando de ocupação. Considera-se que a taxa referente ao desemprego natural possa ser ao redor
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de 5% (Bacha, 2017).
Uma alta taxa de desemprego significa que a proporção de desempregados que encontram emprego é
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baixa e que mais trabalhadores perdem seu emprego. Nesse cenário, portanto, as pessoas empregadas
estão diante de uma probabilidade maior de perda de emprego, enquanto os desempregados experimentam
uma probabilidade mais baixa de conseguir um trabalho.
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A taxa de desemprego pode refletir as condições econômicas (crescimento, recessão ou estagnação) e


as condições de trabalho de um país (salários, condições do mercado de trabalho, poder de negociação
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dos trabalhadores, nível esperado de preços, gastos governamentais com benefícios aos trabalhadores
que perdem o emprego e questões previdenciárias).
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2.4 Déficit público


O déficit público primário é o excesso de gastos em relação às receitas do governo e indica a
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necessidade de ajustes fiscais. Em períodos de alta inflação, o déficit nominal — isto é, a soma do
déficit primário e das despesas públicas com correção monetária, juros e correção cambial da dívida
pública — sobre o PIB se eleva consideravelmente, diminuindo em anos de baixa inflação. Quando as
receitas do governo são superiores aos seus gastos, ocorre um déficit negativo, ou seja, um superávit.
Os conceitos de restrição orçamentária e necessidade de financiamento do setor público tornam o
déficit público mais facilmente estimável.

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2.5 Balanço de pagamentos
Balanço de pagamentos é o registro sistemático das transações econômicas realizadas durante
determinado período entre residentes e não residentes de um país (Paulani e Braga, 2020). As contas
do balanço de pagamentos se classificam em duas: transações correntes e movimentos de capitais.
Os movimentos de capitais são os deslocamentos de capital — envolvendo moeda, créditos e títulos
representativos de investimentos entre residentes e não residentes. As transações correntes se referem
à movimentação de mercadorias, serviços (que incluem fatores e não-fatores) e doações. Os serviços
de não-fatores incluem transportes, seguros, royalties etc.; os serviços de fatores, por sua vez, são
mensurados pela renda. Já as doações são denominadas de renda secundária.

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Em abril de 2015, o Banco Central do Brasil passou a adotar a sexta edição do Manual de Balanço
de Pagamentos e Posição Internacional de Investimento [BPM6]) elaborado pelo Fundo Monetário

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Internacional [FMI] em 2007. Essa nova versão do BPM6 é compatível com o Sistema de Contas Nacionais
adotado pela Organização das Nações Unidas [ONU] em 2008, que passou a ser seguido pelo Brasil em

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2010, e revisto em 2015. O Brasil integra, portanto, as contas nacionais com seu balanço de pagamentos.

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Segundo o BPM6 do FMI (2009), o balanço de pagamentos conta com quatro contas, a saber: transações
correntes, conta capital, conta financeira e erros e omissões. A conta de transações correntes e a conta
financeira são decompostas em várias subcontas.
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O balanço de pagamentos registra fluxos, ou seja, valores que foram transacionados em um dado
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período. A partir dos fluxos, pode-se alterar o estoque (valores acumulados ao final de um período). De
meados de 2006 até o final de 2015, havia uma preocupação com o saldo da balança comercial, que
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vinha apresentando tendência decrescente. Isso ocorreu pelo fato de o crescimento das importações
ser maior do que o crescimento das exportações; em alguns meses durante esse período, o Brasil
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registrou déficit da balança comercial. A situação melhorou a partir de 2016, em grande parte devido à
queda das importações.
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3. POLÍTICAS
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MACROECONÔMICAS
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3.1 Política monetária, fiscal e cambial


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A política monetária refere-se aos instrumentos de que o governo dispõe para controlar as condições
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de liquidez da economia. Em outras palavras, a política monetária é a forma como o governo utiliza
os instrumentos que estão à sua disposição para atuar sobre a quantidade de moeda da economia.
Para entender a política monetária, é preciso compreender os principais fatores de demanda e oferta
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(Mishkin, 2000).
A demanda por moeda em uma economia é decorrente de três demandas bases: demanda para transação,
demanda por precaução e demanda por especulação. A demanda para transação vem da necessidade
que os agentes têm de possuir moedas para as transações, utilizando-as para o pagamento da compra
de um bem ou serviço qualquer. A demanda por precaução pode ocorrer da necessidade de manter uma
reserva de moeda para o cumprimento de pagamentos não previstos. Já a demanda por especulação é
gerada quando o agente econômico mantém uma reserva de moeda enquanto aguarda uma oportunidade
interessante de aplicação.

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Em relação à oferta de moeda, três fatores conduzem sua expansão ou
retração. São eles: resultado das contas públicas, resultado líquido das
operações do setor externo e operações de crédito do setor público.
Quando o governo reduz a taxa básica de juros — referente ao Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia [Selic] —, em uma política monetária
expansiva, seu objetivo é injetar recursos na economia, incentivando o crédito
às empresas e famílias. Caso contrário, para conter os efeitos inflacionários, o
governo pode elevar a taxa de juros e, assim, aumentar o “custo” do dinheiro,
gerando empréstimos mais caros e, por consequência, a diminuição do
consumo e dos investimentos em bens de capital.

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Quando as despesas governamentais são maiores do que as receitas, há
um déficit nas contas públicas e, por consequência, uma necessidade de

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endividamento por parte do governo. Para fazer frente a esse déficit, o governo
pode, por exemplo, emitir moeda, ampliando assim sua base monetária — ou

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seja, aumentando a oferta de moeda. Na hipótese de superávit das contas
públicas, ocorre o contrário: o governo retira mais dinheiro da sociedade (por

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meio de tributos) do que injeta (por meio dos gastos), gerando redução da
base monetária. Portanto, a política fiscal (resultado das contas públicas)
impacta a oferta de moeda.
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No Brasil, quando ocorre entrada de moeda estrangeira, como o dólar, há uma
pressão para a emissão da moeda corrente (real), a fim de fazer a conversão
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para reais. O contrário também é verdadeiro: na hipótese de um saldo igual a


zero de entradas e saídas de moedas, não ocorre qualquer pressão sobre a
base monetária. Caso o resultado líquido das operações do setor externo seja
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de superávit, ocorrerá pressão para o aumento da base monetária; se o cenário


for de déficit nas contas externas, a pressão será para reduzi-la.
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Uma política fiscal expansionista faz o PIB crescer, pelo menos a curto prazo;
ela pode, no entanto, pressionar a inflação. Uma política fiscal expansionista
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irresponsável — a citar as incertezas recentes sobre a sustentação a longo


prazo do teto de gastos públicos — gera desconfiança de investidores e
empresas, rebatendo diretamente na percepção de risco, o que, por sua vez,
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reflete no aumento do custo do capital.


No Brasil, a política cambial é executada pelo Banco Central, que segue as
a

diretrizes do CMN, alterando as taxas de câmbio ou controlando as operações


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cambiais. O país adota o regime de câmbio flutuante, o que significa que não
há interferência no mercado para manter uma determinada taxa de câmbio.
O Banco Central pode, no entanto, eventualmente intervir para conter algum
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movimento abrupto na taxa de câmbio. Por isso, é comum dizer que o Brasil
utiliza um regime de câmbio flutuante “sujo”.
Os preços dos produtos importados e exportados são determinados
considerando a taxa de câmbio entre as moedas. Como a taxa de câmbio
afeta os preços dos produtos, ela impacta também as demandas e ofertas da
economia. Dessa forma, a política cambial afeta a vida de todos os cidadãos,
direta ou indiretamente.

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Quando há a valorização do real, o preço da moeda estrangeira cai, ou seja, a taxa de câmbio sofre
uma queda. Assim, precisa-se de menos reais para comprar uma unidade de moeda estrangeira;
consequentemente, os produtos importados ficam mais baratos, e os exportados ficam mais caros para o
país estrangeiro. Quando ocorre a desvalorização do real, o preço em reais da moeda estrangeira sobe —
sendo assim, são necessários mais reais para comprar uma unidade de moeda estrangeira. Nesse caso,
os produtos importados ficam mais caros, e os exportados mais baratos.
Por fim, as operações de crédito do setor público também apresentam pressões sobre a oferta de
moeda. Quando o saldo de tais operações é positivo, há uma pressão para encolher a quantidade de
moeda em circulação, enquanto o inverso ocorre na hipótese deficitária.

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3.2 Taxa de juros

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A taxa de juros reflete o valor do dinheiro no tempo, uma vez que postergar uma entrada de caixa por

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certo período envolve sacrifícios. Uma taxa de juros (nominal) deve recompensar o risco da operação, a
inflação e o custo de oportunidade.

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A principal taxa de juros do Brasil é a Selic, que serve como instrumento balizador para os bancos. Ela é

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usada, ainda, como instrumento de política monetária — nesse caso, o governo utiliza a taxa de juros para
conter a demanda por bens e serviços.
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Quando os juros estão elevados, os agentes têm incentivos para deixar o dinheiro rendendo no banco,
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evitando gastos e investimentos arriscados. Com o dinheiro “parado”, há menos circulação de moeda
e uma tendência de queda nos preços dos produtos e serviços. Por outro lado, quando os juros estão
baixos, os agentes não são incentivados a deixar o dinheiro rendendo no banco e, portanto, aumentam
im

seus gastos, o que gera maior circulação de moeda e pressão para o aumento dos preços (inflação).
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vi

E
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ste material apresenta e discute alguns dos principais indicadores econômicos considerados
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na elaboração de cenários econômicos para análise de negócios. No entanto, há vários


outros indicadores e diversas inter-relações entre o contexto externo e fatores internos (como
fenômenos naturais, político-partidários e sociais). Além disso, as políticas econômicas e o modo
Al

como elas afetam a economia de um país (e de seus componentes) também devem ser levados em
consideração. Para a avaliação de cenários econômicos, é necessário analisar a elaboração das
políticas macroeconômicas no Brasil (e no mundo) e sua influência sobre os indicadores citados ao
longo do texto.
O Banco Central divulga, às segundas-feiras, o “Relatório Focus”, que fornece a posição objetiva de
analistas de mercado e economistas quanto ao futuro econômico do Brasil, com projeções para os
indicadores de inflação, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros. Para ter acesso aos
relatórios divulgados pelo Banco Central, basta acessar o link www.bcb.gov.br/publicacoes/focus.

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5. REFERÊNCIAS

Bacha, C.J.C.B. 2017. Entendendo a Economia Brasileira. 4ed. Alínea, Campinas, SP, Brasil.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. s.d. Downloads. Disponível em: <https://www.ibge.
gov.br/estatisticas/downloads-estatisticas.html>.

International Monetary Fund [IMF]. 2009. Balance of payments and international investment position
manual. Disponível em: <https://www.imf.org/external/pubs/ft/bop/2007/pdf/bpm6.pdf>. Acesso em: 15
ago. 2022.

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Mankiw, N.G. 2019. Introdução à Economia. 4ed. Cengage Learning, São Paulo, SP, Brasil.

91
Mishkin, F.S. 2000. Moedas, bancos e mercados financeiros. 5ed. LTC, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Paulani, L.M.; Braga, M.B. 2020. A nova contabilidade social: uma introdução à macroeconomia. 5ed.
Saraiva, São Paulo, SP, Brasil.

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mbauspesalq.com
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