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Prof. Dr.

José Nazareno Araújo dos Santos


FACECON/ICSA/UFPA
Noções de Macroeconomia:
Ciências Contábeis – 2022/2
•Teoria Econômica:
Estrutura da análise Macroeconômica:

• A teoria econômica pode ser dividida em dois blocos:


Conceito de
Macroeconomia:
• A macroeconomia é convencionalmente
denominada a vertente da ciência
econômica responsável pelo estudo do
comportamento e da determinação dos
agregados macroeconômicos, tais como
o Produto Interno Bruto (PIB), o Produto
Nacional Bruto (PNB) etc.
• Em outras palavras, ela se preocupa em
explicar como a sociedade se organiza
para produzir e distribuir a riqueza.
Estrutura da análise Macroeconômica:
Conceitos fundamentais:
• Os principais agregados macroeconômicos são:
• O produto, a renda e a despesa.
• Produto agregado:
• É a soma de todos os bens e serviços finais produzidos na economia durante
um determinado período de tempo.
• Para que toda a riqueza produzida seja contabilizada, o produto agregado é
calculado em unidades monetárias.
Conceitos fundamentais:
• Regras para se evitar dupla contagem na obtenção do valor do produto
agregado:
• Apenas os bens finais entram na contabilidade do produto agregado;
• Produtos exportados, no entanto, devem entrar no cálculo, qualquer que seja a
finalidade de uso (final ou intermediário), da mesma forma que os produtos
importados devem ser excluídos do cálculo;
• Em razão de ser fluxo e não estoque, o produto deve ser medido em um
intervalo de tempo (trimestre, semestre, ano).
Conceitos fundamentais:
• Valor adicionado:
• É o valor que foi acrescido ao valor dos bens intermediários em cada etapa da
produção, isto é, da cadeia produtiva. Ou seja, o quanto cada etapa da
produção criou de valor novo.

• Exemplo:
Conceitos fundamentais:
• Valor adicionado:
• Se observarmos a coluna valor do produto na tabela anterior,
percebemos o valor de 45, que corresponde ao valor bruto da
produção.
• Haveria dupla contagem do trigo e da farinha. Excluindo os bens
intermediários teríamos a seguinte identidade:
Conceitos fundamentais:
• Renda e despesa:
• Renda agregada:
• É a soma da remuneração dos fatores de produção.
Conceitos fundamentais:
• Renda e despesa:
• Despesa agregada:
• São as possíveis destinações do produto. Supondo uma economia fechada
e sem governo, e que produz apenas bens de consumo, a despesa agregada
é composta apenas pela aquisição de bens de consumo por parte das
famílias.
Conceitos fundamentais:
• Identidade macroeconômica:
• Ao produzir os bens e serviços, as empresas utilizam os fatores de produção
fornecidos pelas famílias3 e as remuneram.
• Em cada etapa do processo produtivo, o valor adicionado, excluído o consumo
intermediário, remunera os fatores de produção.
Conceitos fundamentais:
• Identidade macroeconômica:
• O que explica a igualdade entre os três agregados?
• A viabilidade do processo produtivo depende da mobilização de fatores de
produção, para a geração do produto. Os fatores de produção, por sua vez,
devem ser remunerados. A remuneração dos fatores de produção gera uma
renda, que será despendida na aquisição do produto.
Fluxo circular de renda em uma economia hipotética:
Conceitos fundamentais:
• Assim, temos que nessa primeira aproximação simplificada, de um
lado, a Renda agregada das famílias (Y) terá como possível destino
apenas os bens de consumo (C).
• De outro lado, a Despesa agregada, utilizada para a aquisição do
Produto Agregado, constitui a Demanda Agregada (DA),
correspondente aos possíveis destinos dados ao produto, que, nesse
caso, corresponde apenas aos bens de consumo (C).
Conceitos fundamentais:
• Pela identidade macroeconômica, todo o Produto gerado na Economia
deve se igualar à Renda correspondente à remuneração dos fatores de
produção, de modo que:

• Note que, nessa primeira aproximação, ambos são iguais a C, ou seja,


as famílias destinam suas rendas aos bens de consumo, e a produção é
toda voltada aos bens de consumo.
Conceitos fundamentais:
• Investimento:

• O conceito de investimento está associado a outro conceito, igualmente importante,


relacionado a contas nacionais, que é o de poupança.
• Nem toda a renda é destinada ao consumo: parte é simplesmente poupada. Sendo Y a
renda agregada, DA a demanda agregada, C o consumo agregado, I o investimento
agregado e S a poupança agregada, temos as seguintes relações

• Ou seja, da renda auferida pelas famílias, parte se destinará a adquirir bens de


consumo, parte será poupada. No lado da demanda agregada, o produto gerado será
destinado ou a itens de consumo, isto é, despesas com consumo, ou a itens de
investimento, isto é, gastos em investimento.
Conceitos fundamentais:
• Investimento:
• Como, de acordo com a identidade macroeconômica básica, Y = DA , então:

• Se parte das famílias poupa sua renda na forma de títulos no mercado


financeiro, e se as empresas financiam seus investimentos, a partir da emissão
de títulos no mercado financeiro, isso significa que a poupança deve igualar os
investimentos.
Conceitos fundamentais:
• Investimento:
• Observação importante em relação ao investimento:
• Nem toda a produção de bens de capital corresponde a um novo investimento: parte dela
pode simplesmente repor o capital depreciado. A depreciação é a parte dos bens de
capital consumida em cada período. A partir desse conceito, podemos diferenciar o
investimento bruto do investimento líquido e, portanto, o produto bruto do produto
líquido:
Economia fechada e com governo:
• Introduzindo o agente Governo em nossa economia hipotética para
aproximá-la um pouco da realidade.
• O governo realiza gastos, ao prover serviços à população, e os
financia, essencialmente, a partir da arrecadação de impostos.
• Devemos, portanto, introduzir um novo componente, os gastos do
governo (G) na equação da demanda agregada:

• Além disso, devemos introduzir um novo componente ao qual se


destina a renda das famílias: os tributos (T).
Economia fechada e com governo:
• Como já sabemos, a renda Y é igual à despesa agregada DA, de modo
que:

• Rearranjando os termos, temos:

• De acordo com a equação acima, sempre que G > T, isto é, sempre que
o governo gastar mais do que arrecada, é porque S > I, ou seja, deve
haver um excesso de poupança do setor privado para financiar o
excesso de gastos do governo.
Economia fechada e com governo:
• Com a introdução do Governo, dois novos conceitos nos são
permitidos identificar:

• Produto a custo de fatores: é o produto cujo cálculo exclui os


impostos indiretos e os subsídios.

• Produto a preços de mercado: é o produto cujo cálculo inclui os


impostos indiretos e os subsídios.
Economia fechada e com governo:
• Produto a preços de mercado: corresponde ao preço pago pelo
consumidor, enquanto o conceito de Produto a custo de fatores refere-
se apenas à soma dos fatores de produção, sem considerar impostos e
subsídios.
Economia fechada e com governo:
• Impacto nos fluxos do Produto, renda e Dispêndio

(-) Depreciação

(-) Tributos (Acumulação)


Indiretos
líquidos
Tributos
(-) Diretos
líquidos
PRODUTO PRODUTO
NACIONAL = NACIONAL = PRODUTO = =
BRUTO LÍQUIDO NACIONAL
DISPÊNDIO
(Preços de LÍQUIDO RENDA
NACIONAL
Mercado) (Preços de NACIONAL RENDA
(Consumo)
Fatores) PESSOAL
Mas a função do
Produto é medir e,
também, comparar ...
Medida do Produto Nacional e da Renda Nacional

Comparação com índices e preços de um ano base

Exemplo:

Índice de preços do ano base 1970 = 100,00

1970 – 1973 → preços cresceram 65,90%

PNB nominal 1973 = 493,84

PNB de 1973 medido a preços de 1970 = 493,84 x 100 = 297,67


165,90
E como medir o
crescimento dos
preços?
Medida do Produto Nacional e da Renda Nacional

Bens e serviços são ponderados de acordo com


sua importância no produto total

Exemplo:
Preço do período-base Preço no Peso Preço X Peso
(fixado em 100) período 2
Carros 100 100 10 1.000
Barcos 100 200 1 200
Total........................................................................ 11 1.200

O índice de preços para o período 2 é igual à soma da coluna 4 dividida pela


soma da coluna 3, isto é, 1200/11 = 109.
Qual a importância dos principais índices de preços?
O IPCA é o índice mais relevante do ponto de vista da política monetária, já que foi escolhido
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) como referência para o sistema de metas para a
inflação implantado em junho de 1999;
O INPC é um índice muito utilizado em dissídios salariais, pois mede a variação de preços para
quem está na faixa salarial de até 6 salários mínimos;
O IGP-DI é um índice bastante tradicional (sua história remonta a 1944). Atualmente, é
utilizado contratualmente para a correção de determinados preços administrados. Até 2005, por
exemplo, esse índice servia como referência para o reajuste das tarifas de telefonia fixa, que em
janeiro de 2006 passaram a ser corrigidas pelo IST (Índice de Serviços de Telecomunicação), que
é composto por uma combinação de outros índices, dentre eles: IPCA, INPC, IGP-DI e IGP-M;
O IGP-M é o índice mais utilizado como indexador financeiro, inclusive para títulos da dívida
pública federal (NTN-C). Também é usado na correção de alguns preços administrados, como, por
exemplo, o de energia elétrica;
O IPC-Fipe, apesar de restrito ao município de São Paulo, tem peculiaridades metodológicas e
de divulgação (os resultados quadrissemanais) que reforçam sua importância.
Medida do Produto Nacional e da Renda Nacional

Como comparar?

PNB nominal Índice de PNB real


(bi Cr$ correntes) preços (bi Cr$ de 1970)
1970 206,46 100,00 206,46/100 X 100 = 206,46
1973 493,84 165,90 493,84/165,9 X 100 = 297,67
1976 l.536,44 411,16 1536,44/411,16 X 100 = 373,68

Fonte: Conjuntura Econômica, 33(12), dez. 1979.


Medida do Produto Nacional e da Renda Nacional

Produto Nacional Produto Nacional


X
Nominal Real

medido em preços da medido em preços do


época da realização ano-base específico
Revelando os
componentes do
PRODUTO...
Categorias dos produtos finais

Gastos pessoais em consumo

Gastos do governo em bens e serviços

Investimento privado e nacional

Exportações líquidas
Gastos pessoais em consumo (C)

É o maior componente do Produto Nacional

Três componentes principais:


* bens duráveis
* bens não-duráveis
* serviços
Gastos do governo em bens e serviços (G)

Todos os gastos governamentais em bens e serviços


são considerados como gastos em bens finais

Gastos em todos os níveis para o bem público


* Federal
* Estadual
* Municipal
Exportações de bens e serviços (X)

Importação de bens e serviços (M)

Exportações líquidas
Investimento privado e nacional (I)

Edificações, fábricas e outras estruturas físicas

Equipamentos
Variações nos estoques
(positivas ou negativas)
Produto Nacional

PN = C + I + G + X – M = Despesa Nacional

Gastos
Exportações
Investimento
Gastos
do
Exportações
governo
pessoais
de
privado
em
bens
de
embens
bens
consumo
e
e serviços
nacional
e eserviços
serviços
Um olhar sobre o
Investimento...
Investimento privado e nacional (I)

Investimento privado bruto (Ib) Investimento privado líquido (lI)

Edificações, fábricas e outras estruturas físicas

Edificações + Equipamentos Investimento privado bruto


+ Variações nos estoques - Depreciação
Equipamentos
Variações nos estoques
Produto Nacional Bruto (PNB) Produto Nacional Líquido (PNL)
C + Ib + G + X - M
(positivasCou negativas)
+ Il + G + X - M
Estoque Mais Menos Estoque de
inicial de Investimento Depreciação capital no
capital final do ano

01/01 31/12
Produto Nacional Produto Interno
X
Bruto (PNB) Bruto (PIB)

PNB = PNL + depreciação


PIB = PIL + depreciação
PNB = PIB +/- renda líquida exterior
PNL = PIL +/- renda líquida exterior
PNB = PIB + "total de rendas recebidas do
exterior" - "total de rendas enviadas ao exterior"
Medida do Produto Nacional e da Renda Nacional

Produto Nacional Renda


X
Líquido Nacional

quantidade total de bens custo dos fatores: salário,


e serviços produzidos a aluguéis, arrendamentos,
preços de mercado juros e lucros
PNB e a medida do bem estar econômico

Ênfase nos indicadores sociais


(expectativa de vida, taxa de mortalidade infantil,
serviços de saúde, qualidade do ar e água, etc)

Medida globalizante do bem-estar econômico


(contribuição do valor do lazer e da poluição, etc)

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