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CEA Livro 2
Assim sendo, é de suma importância ter acumulado reservas financeiras próprias durante
a vida para complementar a previdência pública ou até mesmo, ser a fonte de renda para
suprir os gastos na terceira idade. Essa acumulação pode ser feita na Previdência Privada,
que utilizada o Sistema de Contribuição.
Apostila 2022 3
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
As 3 fontes básicas para a aposentadoria
Conceito
As pessoas podem utilizar de três fontes básicas para arcar os custos de uma vida na
aposentadoria. São elas:
Ø Previdência Social: nesta fonte de renda, o governo estará repassando recursos
para a sobrevivência do cidadão. No entanto, há dois principais problemas. O
primeiro é a existência de um valor máximo de recebimento e o segundo é o risco de
mudanças nas regras da previdência social (as regras de hoje, podem ser diferentes
de quando a pessoa for se aposentar);
Ø Previdência Privada Complementar (aberta ou fechada): nesta estratégia, o
investidor contribui para um plano de previdência complementar e os recursos
aportados mais os seus devidos rendimentos, serão repassados através um
pagamento único ou em forma de renda;
Ø Acumulação própria de patrimônio: o investidor terá sua renda através dos
rendimentos das suas aplicações financeiras (Ativos de Mobiliários: CDBs, títulos
públicos, debêntures, ações, fundos multimercados; e Ativos Imobiliários: salas
comerciais, fundos imobiliários, renda por aluguel).
Apostila 2022 4
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Apostila 2022 5
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Juros Compostos e o Fator Tempo
Conceito
Quando tratamos de aplicações financeiras (como por exemplo, na previdência privada),
duas variáveis são de suma importância para facilitar a alcançar os objetivos da
aposentadoria: (1) os Juros Compostos e o (2) Fator Tempo.
Foi atribuído ao gênio da física Albert Einstein, “(1) os Juros Compostos são a oitava
maravilha do mundo, aquele o entende, ganha, quem não entende, paga”, apesar de não
saber se realmente foi dita por ele. Isto ocorre por que, no final de cada período de
aplicação, o valor é atualizado e a taxa de juros acaba sendo aplicada não somente sobre
o valor investido, mas também sobre o “lucro” gerado. Desta forma, surge a segunda
variável, o (2) Fator Tempo.
Quanto mais tempo o valor investidor ficar aplicado, maior será o benefício gerado pelos
Juros Compostos. Desta forma, quanto mais iniciarmos o projeto da aposentadoria, menor
será o “esforço” (valores a serem investidos) para atingir o objetivo da aposentadoria (ou
até mesmo, da independência financeira).
Apostila 2022 6
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
R$ 200.000,00
R$ 100.000,00
JS = R$ 100.000
Aplicação:
R$ 0,00 R$ 37.000
1 120 239 358
Apostila 2022 7
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Impacto do Imposto e da Inflação
Conceito
Quando a pessoa decide pelas estratégias da previdência complementar ou pela
acumulação própria de recursos, é muito importante analisar o impacto da inflação e do
imposto de renda nas devidas projeções.
A escolha por produtos financeiros atrelados a inflação, faz com que este risco – que é o
principal deles – seja minimizado no longo prazo. O mais importante não é o valor
nominal que se tem de patrimônio, mas sim o quanto esse valor pode adquirir de bens e
pagar por serviços. Portanto, o importante é o “valor real” dos recursos financeiros.
Apostila 2022 8
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Apostila 2022 9
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Necessidade do Fluxo de Caixa Real
Conceito
Um cliente deseja ter R$ 1 milhão de reais, a valores de hoje, em 20 anos. Qual o valor
aproximado que ele deverá depositar hoje, sabendo que a aplicação rende 10% ao ano e a
inflação projetada no Brasil para este período é de 4% ao ano?
(*) Qualquer dúvida na maneira calculada, Aportando R$ 325.698 ele terá o valor
rever o Módulo I - Fundamentos de Finanças. equivalente a R$ 1.000.000,00 de hoje.
Apostila 2022 10
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Desta forma, não cabe ao profissional financeiro dizer o que é o certo e o que é o errado,
mas sim, mensurar e demonstrar como o cliente poderá atingir os objetivos de vida
desejado. Dentro disso, alguns pontos são de extrema importância para o devido
planejamento, tais como:
Ø Idade do cliente;
Ø Rendas disponíveis;
Ø Atividades na aposentadoria;
Ø Custos da terceira idade;
Ø Expectativa de Sobrevida;
Ø Impacto dos Cenários Políticos e Econômicos.
Apostila 2022 11
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Objetivos de Estilo de Vida
Idade do Cliente
Quanto mais jovem for iniciada a acumulação de recursos destinada para a aposentadoria,
melhor será a distribuição do esforço de poupança ao longo do tempo, ou seja, quanto
mais tempo o cliente tiver para atingir o seu objetivo, mais fácil será.
Para compreensão, imagine que você necessite acumular R$ 480 mil para atingir o seu
objetivo da aposentadoria aos 60 anos. Sem considerar a remuneração das aplicações
financeiras, se você tem 20 anos (40 anos para o objetivo, ou seja, 480 meses), o valor
necessário para guardar por mês seria de R$ 1.000,00. Mas caso você tenha 50 anos, o
seu esforça deverá ser muito maior, pois necessitará poupar R$ 4.000,00 por mês.
Essa diferença fica ainda mais agravada quando incidimos uma remuneração sobre as
aplicações, pois, durante muito mais tempo, os juros compostos trabalharam para você.
Se a necessidade de poupança está muito elevada, o mais aconselhado não é tomar mais
risco em suas aplicações financeiras, mas sim, reajustar o seu objetivo (podendo ser a
postergação da aposentadoria ou até mesmo a diminuição da renda desejada).
Apostila 2022 12
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Apostila 2022 13
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Objetivos de Estilo de Vida
Custos na Terceira idade
Estima-se ser possível manter o padrão de consumo na fase de aposentadoria com 70%
da renda do período ativo. Isto porque, alguns custos diminuirão ou até mesmo deixarão
de existir (por exemplo, financiamento da moradia) e outros tendem a aumentar
consideravelmente (por exemplo, medicamentos). As principais variáveis que sofrerão
mudanças são:
Ø AUMENTO NO CUSTO:
o Gastos com plano saúde;
o Gastos com medicamentos;
o Gastos com viagens e passeios.
Ø DIMINUIÇÃO NO CUSTO:
o Gastos com consolidação do patrimônio (imóveis, carros);
o Gastos com transporte;
o Gastos com vestuário;
o Gastos com dependentes;
o Esforço de poupança.
Apostila 2022 14
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Apostila 2022 15
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Objetivos de Estilo de Vida
Impacto dos Cenários Políticos e Econômicos
As mudanças nos cenários políticos e econômicos podem impactar nos resultados das
aplicações financeiras no longo prazo. Se estimar e projetar essas mudanças no curto e
médio prazo já são de extrema complexidade, como fazer isso para o longo prazo?
No entanto, não podemos esquecer que, nada adianta somente planejar e implantar a
estratégia uma única vez. As estratégias devem ser acompanhadas e ajustadas com o
passar do tempo, minimizando os riscos de distorções agressivas nos cenários políticos e
econômicos da sociedade.
Apostila 2022 16
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Por se tratar de um projeto de longo prazo, este planejamento deve ser monitorado e
mensurado ao longo do tempo, para que se possa fazer ajustes necessários em quanto há
tempo.
Apostila 2022 18
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q PARA A PROVA: Em todos os casos, a taxa de juros utilizada poderá ser uma taxa
nominal, real ou até mesmo uma taxa real líquida. Além disso, algumas pessoas possuem
valores iniciais para atingir os seus objetivos, outras não. Assim sendo, o Valor Presente da
ETAPA 2 poderá ser zero ou ter algum valor a ser inserido.
Apostila 2022 19
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Cálculo do Capital Necessário
Tipos de Estratégias
Agora que vimos como se deve proceder os cálculos para a aposentadoria, devemos ficar
atentos na peculiaridades dos devidos cálculos. Essas peculiaridades envolvem
principalmente nas estratégias das rendas na aposentadoria. As principais são:
Ø Renda com esgotamento de capital acumulado: nesta renda, o indivíduo
consumirá todo o capital acumulado. Para o cálculo do PV da Etapa 1 (Período da
Aposentadoria), deve-se utilizar o valor zero no FV.
Ø Renda com estratégia para Herança: Aqui o cliente deseja manter um valor de
herança para os herdeiros e este valor deverá ser inserido no [FV] da Etapa 1
(Período da Aposentadoria)
Ø Renda Vitalícia: nesta estratégia, somente será utilizado os juros gerados pelo
patrimônio acumulado. Para o cálculo do PV da Etapa 1 (Período da Aposentadoria),
deve-se utilizar o conceito de PV perpétuo, seguindo os seguintes passos na HP-12C:
§ [Taxa de retorno] [ENTER]
§ [Renda Perpétua desejada]
§ [%T] → este será o PV Perpétuo
Apostila 2022 20
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Risco da Longevidade
Conceito
Quando projetamos o valor necessário a ser acumulado para poder viver na
aposentadoria, a estratégia de conversão do capital em geração de renda (esgotar o
capital), necessita ser estimado uma data na qual o indivíduo irá falecer. Desta forma,
surge o risco da longevidade.
Apostila 2022 21
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Renda com esgotamento de capital acumulado
Conceito
Neste tipo de renda, projetasse que o valor acumulado será todo consumido até certa
idade. Desta forma, o indivíduo possui risco de esgotamento de capital, ou seja, os
recursos podem acabar antes do seu falecimento.
Recurso Acumulado
Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria
Apostila 2022 22
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§ i=1
FV
§ FV = 0 PV
§ FV = +908.194,16
§ PV = 0 0,00
30 60 80 idade
§ PMT= ? = ‒ R$ 259,86
Apostila 2022 23
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Renda com estratégia para herança
Conceito
Nesta estratégia o indivíduo deseja utilizar mais que os juros incidentes da sua aplicação
financeira, porém, mantendo ainda algum patrimônio para os herdeiros. Assim sendo,
esta é uma estratégia que mescla as duas anteriores, sendo necessário um capital
acumulado menor que a renda vitalícia, porém maior que por esgotamento de capital.
Recurso Acumulado
$
Valor que se deseja
deixar para herança $
Período de Idade de Período da
Acumulação Aposentadoria Aposentadoria
Apostila 2022 24
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
§ i=1
FV
§ FV = + 500.000 PV
§ FV = + 954.097,08 $
§ PV = 0 0,00
30 60 80 idade
§ PMT= ? = ‒ R$ 272,99
Apostila 2022 25
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Renda Vitalícia
Conceito
A renda vitalícia consiste um utilizar somente os juros da aplicação financeira. Neste
conceito, o indivíduo não possui risco de esgotamento de capital, pois ele não utiliza o
valor acumulado, somente os juros da aplicação. Aqui, será necessário uma acumulação
de patrimônio maior, pois todo o recursos acumulado, ficará para os herdeiros.
Recurso Acumulado
Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria
JUROS
Apostila 2022 26
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Renda Vitalícia
Cálculo
Rafael, com 30 anos, deseja iniciar seu planejamento de aposentadoria para que, aos 60
anos, ele tenha uma renda perpétua de R$ 10 mil reais por mês. Estimando uma taxa de
retorno de 1% ao mês por todo o perídio, quanto ele deve aportar mês a mês?
§ 10.000
FV
§ [%T] PV
Apostila 2022 27
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Prioridades das Necessidades Financeiras
Conceito
Dentro das necessidades financeiras, é importante analisar e classificar os custos possíveis
na aposentadoria. Podemos classificar os custos em quatro tipos:
Ø Custos Fixos e Liquidáveis (hipoteca): estes são os custos fixos durante o período
de acumulação que tenderão a desaparecer na aposentadoria. Como exemplo, está o
custo da moradia, no qual o indivíduo contrai um empréstimo por 20-30 anos e
acaba liquidando aproximadamente na sua aposentadoria.
Ø Custos Fixos e Permanentes: já estes custos são aqueles que não terminarão no
período da aposentadoria, mesmo eles variando de um mês para o outro. Podemos
elencar o aluguel (caso o indivíduo não tenha adquirido um imóvel próprio),
condomínio, água, luz, alimentação.
Ø Custos Variáveis e Liquidáveis (suporte a familiares): aqui devemos analisar os
possíveis custos que familiares ainda necessitem do aposentado. Pode ser a
educação dos netos, ou até mesmo a moradia dos filhos.
Ø Custos Variáveis e Permanentes (custo de vida básico): nos custos variáveis e
permanentes deve-se analisar os gastos com viagens, novas atividades, serviços de
cuidadores, etc.
Apostila 2022 28
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 30
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Regime de Repartição
A previdência social tem como financiamento o regime financeiro de repartição simples,
onde os contribuintes efetuam pagamentos sem a formação de reservas individualizadas,
sendo adotado pelas previdências públicas em quase todos os países do mundo. Desta
forma, os contribuintes ativos (trabalhadores da geração atual) pagam os benefícios dos
inativos (geração passada), e futuramente, quando estes ativos se transformarem em
inativos, seus benefícios dependerão dos contribuintes da geração futura (novos
trabalhadores que ingressarem no sistema previdenciário).
q OBSERVAÇÕES:
Ø Processo de distribuição entre contribuições e benefícios dentro de gerações
diferentes, ou seja, as contribuições previdenciárias pagas pela população ativa
destinam-se a cobrir os gastos com os benefícios dos inativos;
Ø Envelhecimento da população é um grande risco no longo prazo;
Ø Nível de desemprego também é um grande risco, vide que haverá menos
contribuintes.
Apostila 2022 31
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Estrutura da Previdência Pública
A previdência pública é dividida entre dois principais tipos (regimes). São eles:
Ø RGPS – Regime Geral de Previdência Social (INSS): Este regime possui filiação
obrigatória e caráter contributivo, prevendo benefícios para o segurado e seus
dependentes. Todo trabalhador com carteira assinada de empresa privada (CLT) é
automaticamente filiado ao RGPS. Também é possível aderir a este regime por conta
própria, contribuindo mensalmente, e assim, ter direito aos benefícios
previdenciários. Assim sendo, dentre os contribuintes do RGPS, encontram-se os
empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos, trabalhadores e
contribuintes individuais (desde que tenham mais de 16 anos), mesmo não tendo
renda própria.
Ø RPPS – Regime Próprio de Previdência Social: Voltado para funcionários públicos
e militares, prevê um conjunto de benefícios ao segurado e seus dependentes. É
compulsório para o servidor público do ente federativo que o tenha instituído
(cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios). Ele
possui caráter contributivo e solidário, tendo contribuição dos devidos participantes,
tanto dos ativos e inativos, quanto dos pensionistas.
Apostila 2022 32
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
RGPS (INSS)
A sigla INSS significa Instituto Nacional do Seguro Social (órgão do Ministério da
Previdência Social, ligado diretamente ao Governo) e é responsável pelos pagamentos das
aposentadorias e demais benefícios dos trabalhadores brasileiros que contribuem com a
Previdência Social (seguro que garante uma aposentadoria ao contribuinte quando ele
deixa de trabalhar), com exceção dos servidores públicos (RPPS).
Apostila 2022 33
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Principais Benefícios
Os principais benefícios que o Seguro Social proporciona são:
Ø Salário-
Maternidade
Ø Desemprego
Apostila 2022 34
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
A Nova Previdência, promulgada pelo Congresso Nacional em novembro de 2019, trouxe
diversas modificações ao sistema de aposentadoria brasileira. As principais mudanças
ocorreram na idade de aposentadoria e no novo tempo mínimo de contribuição, não
existindo mais a aposentadoria somente por tempo de contribuição. Também houveram
mudanças nos percentuais cobrados para o seguro social e no cálculo do recebimento, já
que a regra da média dos 80% maiores salários de contribuição, NÃO EXISTE MAIS.
As novas regras valem, não somente para os segurados do RGPS (Regime Geral de
Previdência Social), mas também para os segurados do RPPS (Regime Próprio de
Previdência Social da União).
Nesta mudança, há novas regras para o período de transição para quem já está no
mercado de trabalho, podendo ser possível escolher a forma mais vantajosa para o
contribuinte. No RGPS, são cinco regras de transição possíveis a serem escolhidas: quatro
por tempo de contribuição e uma por idade. Já para o RPPS, são duas opções de
transição.
Apostila 2022 35
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
Os novos parâmetros para APOSENTADORIA PELA REGRA GERAL faz com que seja
necessário um tempo mínimo de idade E um tempo mínimo de contribuição,
diferentemente do que ocorria antigamente, no qual era um tempo mínimo de idade OU
um tempo mínimo de contribuição. Ou seja, não é mais possível se aposentar por tempo
de contribuição SEM atingir uma idade mínima.
Apostila 2022 36
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
q VALOR DOS BENEFÍCIOS: Ao atingir a idade e o tempo de contribuição mínimos, os
trabalhadores do RGPS poderão se aposentar com 60% da média de TODAS as
contribuições previdenciárias efetuadas desde julho de 1994. A cada ano a mais de
contribuição, além do mínimo exigido, serão acrescidos dois pontos percentuais aos
60%. Assim, para ter direito à aposentadoria no valor de 100% da média de contribuições,
as mulheres deverão contribuir por 35 anos e os homens, por 40 anos. Em resumo:
Ø NENHUM BENEFÍCIO terá valor mensal INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO;
Ø O pagamento da aposentadoria pelo RGPS não pode superar o teto do INSS;
Ø Todos os salários de contribuição serão atualizados na forma da lei;
Ø O valor será definido levando em consideração todas as contribuições feitas pelo
segurado desde julho de 1994;
Ø O percentual do benefício recebido poderá ultrapassar 100% para mulheres que
contribuírem por mais de 35 anos e para homens que contribuírem por mais de 40
anos – sempre limitado ao teto do RGPS.
Caso o contribuinte deseje ter uma renda maior na sua aposentadoria, ele deverá buscar
alternativas como a previdência privada ou acumulando recursos em ativos financeiros.
Apostila 2022 37
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
q REGRAS DE TRANSIÇÃO: A partir da sanção da reforma, o Brasil vai ficar até 2033 em
período de transição. Com isso, o contribuinte que já estava no mercado de trabalho pelo
Regime Geral (RGPS) terá cinco opções de regras de transição: quatro por tempo de
contribuição e uma por idade. Já para os contribuintes pelo Regimes Próprios (RPPS),
terão duas opções de transição. Vale ressaltar que estas opções não são obrigatórias,
somente se o contribuinte achar mais vantajoso.
A seguir, veremos cada um desses regras de transições, lembrando sempre que serão
apresentadas as regras gerais e não as exceções, como por exemplo, professores da
educação básica.
Apostila 2022 38
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
q SISTEMA DE PONTOS: Esta é a regra na qual já existia de soma de pontos, no qual se
soma o tempo de contribuição com a idade do contribuinte. As mulheres poderão se
aposentar a partir de 86 pontos, respeitando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.
Já os homens poderão se aposentar com 96 pontos, com tempo mínimo de contribuição
de 30 anos. A cada ano a partir de 2019, será exigido um ponto a mais, totalizando 100
pontos para as mulheres em 2033 e a 105 pontos para os homens, em 2028.
q APOSENTADORIA POR IDADE: Esta regra tem impacto somente para as mulheres, pois
para os homens mantém idade mínima de 65 anos. Para as elas, a idade mínima começa
em 60 anos, em 2019, e sobe seis meses a cada ano, até chegar a 62 anos em 2023. O
tempo de contribuição mínima, em ambos os casos, é de 15 anos.
Apostila 2022 39
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
q FATOR PREVIDENCIÁRIO − PEDÁGIO DE 50%: Aqui os homens com mais de 33 anos de
contribuição e as mulheres com mais de 28 anos de contribuição poderão escolher pela
aposentadoria sem idade mínima, desde que paguem um pedágio de 50% sobre o tempo
mínimo que faltava para se aposentar (35 anos para eles e 30 anos para elas). Por
exemplo, um homem com 33 anos de contribuição poderá se aposentar sem idade
mínima, desde que contribua por três anos (2 anos normais para os 35 anos e mais 1 ano
adicional, correspondente ao pagamento do pedágio de 50% que faltava para a
aposentadoria). O valor da aposentadoria aqui será diferente. Será calculado pela a média
de todas as contribuições desde julho/1994, aplicando-se o fator previdenciário.
q IDADE MÍNIMA E PEDÁGIO DE 100%: Nesta regra além de um pedágio de 100% sobre
o tempo mínimo que faltava para se aposentar, também possuo uma idade mínima. Para
os homens, a idade mínima será de 60 anos e, para as mulheres, de 57 anos. Por exemplo,
uma mulher de 57 anos de idade e 28 anos de contribuição necessitará trabalhar por mais
quatro anos (dois anos normais para os 30 anos, mais dois anos de pedágio), para solicitar
o benefício. O valor da aposentadoria aqui também será diferente. Corresponderá a 100%
da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.
Apostila 2022 40
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q APOSENTADORIA ESPECIAL: Benefício concedido ao cidadão que trabalha exposto a
agentes nocivos à saúde, como calor ou ruído, de forma contínua e ininterrupta, em níveis
de exposição acima dos limites estabelecidos em legislação própria. Com o novo decreto,
entende-se que todos os contribuintes possuem direito a aposentadoria especial, desde
que comprovem sua condição.
Apostila 2022 41
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q AUXÍLIO-DOENÇA: benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS acometido
por uma doença ou acidente que o torne temporariamente incapaz para o trabalho.
Carência de 12 contribuições, porém existem diversas doenças que o INSS isenta a
carência, tais como tuberculose ativa, doença de Parkinson, esclerose múltipla, cegueira,
entre outras.
Apostila 2022 42
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q SALÁRIO-FAMÍLIA: valor pago ao empregado (inclusive o doméstico) e ao trabalhador
avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores de
quatorze anos não têm direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não há limite de
idade). Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de renda
estipulado pelo governo federal. Este benefício NÃO POSSUI CARÊNCIA.
Apostila 2022 44
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Fator Previdenciário
O Favor Previdenciário foi criado com o objetivo evitar solicitações de aposentadoria
excessivamente prematuras e atualmente, será usado somente quando contribuinte
escolher a regra de transição por FATOR PREVIDENCIÁRIO − PEDÁGIO DE 50%. Sua
aplicação pode aumentar ou diminuir o valor do “salário de benefício”. Sua fórmula é:
Ø f = fator previdenciário
Ø Tc = tempo de contribuição do trabalhador
Ø a = alíquota de contribuição 0,31 (11% + 20%)
Ø Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria
Ø Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria
Apostila 2022 45
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Fator Previdenciário: Tabela
0,9806
Apostila 2022 46
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Já a previdência aberta é “aberta a qualquer pessoa”, ou seja, pode ser aderida por
qualquer participante pessoa física ou jurídica, disponibilizadas por seguradoras através
de bancos e corretoras.
Apostila 2022 48
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Normatização cabe ao CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados);
Ø São sociedades anônimas autorizadas e fiscalizadas pela SUSEP;
Ø Possui fins lucrativos;
Ø Acessível a qualquer pessoa física;
Ø Os planos podem ser individuais ou coletivos;
Ø Natureza contratual.
Apostila 2022 49
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Instituído e Averbado
Existem duas maneiras das empresas participarem do plano de aposentadoria dos seus
funcionários. A primeira é pela forma “Instituído”, no qual ela participa do custeio do
plano de previdência. A segunda é chamada de “Averbado”, na qual ela não contribui com
recursos financeiros, tendo somente poderes para representar seus funcionários perante
as seguradoras ou entidades abertas.
Apostila 2022 50
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Eventos Geradores de Benefícios
São três os tipos de eventos que podem gerar benefícios aos beneficiários dos planos de
previdência aberta (desde que o benefício esteja contemplado no plano. São eles:
Ø Sobrevivência: Permite ao participante que sobreviver ao período de acumulação
contratado, escolher o recebimento de benefício de aposentadoria (caráter vitalício
ou temporário);
Ø Morte: Garante pagamento ao(s) beneficiários(s) indicados na proposta, de um
benefício em decorrência da morte do participante no período de cobertura, desde
que cumprido o prazo de carência, se houver;
Ø Invalidez: Garante um benefício ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente no período de cobertura, desde que cumprido o prazo
de carência, se houver.
Apostila 2022 51
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Conceito
Segue abaixo, significados importantes da Previdência Complementar
Ø Plano: Conjunto de regras estabelecidas em regulamento e Nota Técnica Atuarial,
com objetivo de atender de forma geral ou particular, às necessidades
previdenciárias dos participantes. Junto ao plano aderido, o participante poderá
contratar espontaneamente seguros como de vida, doenças graves, invalidez caso
haja a opção disponível no plano;
Ø Benefício: Pagamento em dinheiro efetuado pela entidade ao participante ou
beneficiário em contrapartida às contribuições feitas para custeio do plano;
Ø Participante: Pessoa física que contrata um plano de Previdência;
Ø Ativo: Participante que não se encontra em gozo de benefício;
Ø Assistido: Participante, ou seus beneficiários, que se encontram em gozo de
benefício de aposentadoria ou pensão previsto no plano;
Ø Período de Diferimento: Período que estarão ocorrendo as contribuições;
Ø Período de Benefício: Período que o Assistido estará recebendo a renda
contratada do plano;
Ø Período de Cobertura: Período que engloba o Período de Diferimento, mais o
Período de Benefício, ou seja, do início ao fim do plano.
Apostila 2022 52
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Tipos de Planos
Os planos de previdência complementar, tanto na previdência aberta, quanto na fechada,
podem ser constituídos em até três tipos de planos que são:
Ø Benefício Definido (BD)
Ø Contribuição Definida (CD)
Ø Contribuição Variável (CV)
Comercialmente, o que ocorre hoje em dia, é que os planos de Benefício Definido (BD) e
Contribuição Definida (CD) são utilizados nos planos de Entidades Fechadas de
Previdência Complementar, os fundos de pensão. Já a Contribuição Variável (CV) é muito
utilizada dentro das Entidades Abertas (EAPCs) por ser a mescla do BD com o CD,
conforme iremos aprender a seguir.
Apostila 2022 53
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Benefício Definido (BD)
Os planos classificados como Benefício Definido (BD) tem como principal característica
que o participante tenha o valor da sua renda pré-determinada desde a adesão do plano,
contribuindo através de um fundo mútuo entre todos os participantes, com a sua
contribuição sendo calculada em função do seu benefício. Estes planos possuem portanto
o princípio do mutualismo contributivo, onde o custo (incluindo o risco de um déficit
atuarial) sendo distribuído entre todos: o patrocinador, os participantes e os assistidos.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação SEMPRE será TABELA PROGRESSIVA (compensável), ou seja, não é
possível escolher a tabela regressiva neste tipo de plano;
Ø Contribuição é calculada em função do benefício;
Ø Valor do Benefício Definido no início do plano;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 30%;
Ø Risco de Mutualismo (todos arcam com o déficit atuarial);
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas);
Ø Neste plano, o participante poderá resgatar os seus recursos ou converter em
qualquer tipo de renda;
Apostila 2022 54
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Contribuição Definida (CD)
Os planos classificados como Contribuição Definida (CD) tem como principal característica
serem aplicações financeiras em contas individualizadas desde a adesão do plano, ou seja,
é uma poupança individualizada em um plano previdenciário. Ao invés de se ter um
“Benefício Definido”, este plano será de um benefício Indefinido, pois dependerá dos
valores acumulados e do resultado financeiro do plano.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Valor da Contribuição Definida;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø NÃO possui risco de déficit atuarial;
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas).
Ø Neste plano, o participante SOMENTE PODERÁ RESGATAR os seus recursos ou
converter em RENDA PRAZO CERTO;
Ø NÃO é possível converter em renda vitalícia.
Apostila 2022 55
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Contribuição Variável (CV)
Os planos classificados como Contribuição Variável (CV) tem como principal característica
serem um plano misto que combina as modalidades Benefício Definido (BD) e
Contribuição Definida (CD). Durante o período de contribuição, o participante possui sua
conta individualizada (CD) e no momento da aposentadoria ele pode converter em
qualquer tipo de renda (BD – Benefícios Pré-Determinados). Os planos do tipo VGBL e
PGBL somente podem ser constituídos sob a forma de Contribuição Variável.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø Sua utilização ocorre em EAPCs.
Ø Neste plano o participante poderá converter em qualquer tipo de renda;
Apostila 2022 56
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 57
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
FIE: Fundos de Investimentos
Os planos de previdência investem através dos FIE que são “Fundos de Investimento
Especialmente constituído ou o fundo de investimento em quotas de fundos de
investimento especialmente constituídos, CUJOS ÚNICOS QUOTISTAS sejam, direta ou
indiretamente, sociedades seguradoras e EAPC (Entidades Abertas de Previdência
Complementar) ou, no caso de fundo com patrimônio segregado, segurados e
participantes de planos VGBL ou PGBL” (Circular SUSEP 338/07).
Desta forma, os ativos dos fundo em previdência pertencem a seguradora, fazendo com
que o cotista tenha, além do risco dos ativos que compõem a carteira de investimentos do
FIE, o risco da seguradora. Esta é a grande diferença entre um FIE (Fundos de
Investimentos na previdência) e os FI (Fundos de Investimentos comercializados no
mercado), pois, no restante, possuem similaridades: não garantem rentabilidade;
repassam 100% do retorno para o segurado, descontados os custos; possuem políticas de
investimentos; regras para a composição da carteira; etc.
Vale ressaltar dois pontos: (1) os recursos dos participantes nos FIE, em caso de sucessão,
não entrarão em inventário; e (2) o gestor do FIE deve ser registrado na CVM e seguir as
suas mesmas obrigações.
Apostila 2022 58
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Além disso, o investidor também deve se importar com o tipo de risco que ele deseja
assumir através da composição da carteira de investimentos do FIE. Esta adequação
deverá ser adequada ao seu perfil de risco. Importante ressaltar que, na fase de
diferimento dos Plano PGBL ou VGBL (antes de converter em renda), não há garantia de
rentabilidade, podendo até mesmo ser negativa. Dentro das classificações dos FIE,
podemos ter a classificação pelo CMN, pela SUSEP e pela ANBIMA.
Apostila 2022 59
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Contribuição
A contribuição nada mais é que o valor que o cliente está aportando no plano de
previdência. Este valor poderá através de aportes únicos (esporádicos) ou com
periodicidade previamente estabelecidos.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Para contribuições com periodicidade (por exemplo, aportes mensais), a
seguradora deverá atualizar o valor da contribuição anualmente pela variação de
índice pactuado no contrato (IGP-M ou IPCA). Caso não seja definido no plano, a
atualização será pelo IPCA;
Ø A Entidade de Previdência poderá estabelecer um valor mínimo de contribuição;
Ø Normalmente são permitidos aportes extraordinários.
Ø Planos Individuais: As contribuições efetuadas pelo participante poderão ser
débito bancário, boleto ou cartão de crédito, conforme pactuado no contrato.
Ø Planos Coletivos: Para a contribuição do empregado, a Entidade poderá recolher
diretamente dos participantes ou delegar à empresa (instituidora ou averbadora) o
recolhimento via folha de pagamento e posterior repasse à EAPC.
Apostila 2022 60
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Apostila 2022 61
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Taxa de Carregamento
A taxa de carregamento é uma porcentagem cobrada sobre o valor da contribuição e
nunca sobre a rentabilidade. Essa taxa serve para cobrir despesas administrativas, de
corretagem ou de colocação do plano, podendo ser cobrado na entrada (antecipada) ou
na saída (postecipada). O custo máximo permitido é de:
Ø 10% para Planos de Contribuição Variável (CV), mas apenas de 5% quando se
tratar de Carregamento Antecipado;
Ø 30% para Planos de Benefício Definido (BD)
Importante ressaltar que, mesmo que a taxa de carregamento seja do tipo postecipada,
ou seja, cobrada no momento do resgate ou na portabilidade, o valor financeiro cobrado
será sobre o valor da contribuição e não sobre o valor resgatado. É como se fosse uma
“dívida” adquirida do participante do plano com a seguradora no momento que ele fez a
contribuição, e como tal, poderá ser isentada quando ocorrer a “saída”.
Vale ressaltar também que os planos PGBL e VGBL são estruturados na modalidade de
Planos de Contribuição Variável, e como tal, o carregamento máximo será de 10%.
Apostila 2022 62
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 63
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
TAF X Carregamento
Um cliente deseja fazer um aporte único de R$ 100 mil em um plano de previdência e
resgatar em 30 anos. Estimando um retorno de 10% ao ano, qual dos dois planos é mais
vantajoso a ele?
Resposta: plano A, pois ele terá um valor final maior que no plano B!
Apostila 2022 64
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Apostila 2022 65
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Resgate
Resgate é a possibilidade dada aos participantes de planos de previdência, durante o
período de acumulação e conforme regulamentação, de retirar os recursos da provisão
matemática de benefícios a conceder, ou seja, do valor acumulado no fundo de
investimento.
Apostila 2022 66
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Não é possível a portabilidade entre planos distintos (PGBL e VGBL). VGBL faz
portabilidade com VGBL e PGBL com PGBL;
Ø Não é possível a portabilidade entre pessoas;
Ø O período de carência deverá ser de 60 dias, a contar da data de protocolo da
proposta de contratação, podendo ser inferior caso seja na mesma seguradora. O
prazo de 60 dias, será estendido para 180 dias para planos destinados
exclusivamente para investidores qualificados.
Ø MUDANÇA DE REGIME TRIBUTÁRIO: Somente é possível fazer a mudança de
Regime Tributário se o plano estiver no Regime Progressivo, alterando para o
Regressivo (do regressivo para o progressivo é proibido). Desta forma, iniciará uma
nova contagem do tempo a partir do momento da transferência.
Ø Não há incidência de IR na portabilidade (portabilidade não é resgate).
Apostila 2022 67
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tributação
A previdência complementar é a unidade modalidade que se pode escolher mais de um
tipo de tributação. Desta forma, quando aderido o plano de previdência complementar, o
participante deverá escolher entre o Regime Compensável (chamado também de
tributação progressiva, pois varia entre 0 a 27,5%), que irá compor a renda tributável do
contribuinte na declaração de ajuste anual do imposto de renda; ou entre o Regime
Definitivo ou Exclusivo na Fonte (também chamado de tabela regressiva, pois varia de
35% a 10%), sendo que esta não irá compor a renda tributável do contribuindo na
declaração de ajuste anual do imposto de renda.
Apostila 2022 68
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 69
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tábua Biométrica
Tabela de dados utilizada na administração de planos de previdência e seguros de vida
com a finalidade de calcular as probabilidades de vida e morte de uma população, em
função da idade. Quanto maior a expectativa de vida, menor o valor de recebimento.
Por exemplo, uma pessoa aos 65 anos pela AT49 tem expectativa de vida até os 80,01
anos. Já pela BR SEM, ele viverá em média até os 86 anos. Desta forma, se o participante
optar por converter seus recursos em renda, se o seu plano estiver na AT49, ele receberá
um valor mensal maior do que na AT49.
Apostila 2022 70
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Por exemplo, um participante com 60 anos que converta R$ 500 mil em renda pela tábua
AT 2000 com juros de 4% receberá R$ 2.794,32. Caso os juros sejam zero, o seu valor será
de apenas R$ 1.697,23.
AT 2000 + 0% R$ 1.697,23
Apostila 2022 71
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tipos de Renda
Os planos de previdências possuem o benefício de conversão do saldo acumulado em
renda. Estas rendas podem ser diversos tipos, sendo ela escolhida participante, sendo
verificado, quais delas a segurado oferece. Os tipos de renda podem ser de 6 tipos, sendo
elas:
Ø Renda Mensal Vitalícia: Renda paga vitalícia e exclusivamente ao participante a
partir da data de concessão do benefício. O benefício cessa com o falecimento do
participante.
Ø Renda Mensal Temporária: Renda paga temporária e exclusivamente ao
participante. O benefício cessa com o falecimento do participante ou o fim da
temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro.
Ø Renda Mensal por Prazo Certo: Renda paga por um prazo pré-estabelecido ao
participante. Em caso de falecimento do participante antes do término do prazo
contratado, os beneficiários darão continuidade ao recebimento da renda até se
completar o prazo. A renda prazo certo não leva em consideração a expectativa de
vida do participante, portanto, a tábua atuarial é INDIFERENTE em sua análise.
Apostila 2022 72
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 73
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Morte do Participante
Nas coberturas por morte ou invalidez, empresas de previdência privada podem negar
pagamento de benefício por doença pré-existente se o participante omitir esta
informação na contratação do plano (como nos contratos de seguros). Isto não envolve o
pagamento do saldo acumulado no fundo de previdência, somente sobre o seguro
contratado.
q OBSERVAÇÕES RELEVANTES:
Ø Com o falecimento do participante, os beneficiários ou herdeiros legais recebem o
saldo sem a necessidade de inventário;
Ø Quando os beneficiários do plano da previdência não forem Herdeiros
Necessários, ter cuidado para que estes não ultrapassem 50% do patrimônio do
participante (parte da Legítima, no qual ele pode destinar a quem quiser);
Ø Valores recebidos pelos beneficiários são tributáveis conforme Regime Tributário
escolhido pelo participante, respeitando base de cálculo determinada (PGBL ou
VGBL). Caso o plano do titular estiver no Regime Tributário Regressivo e existirem
recursos com prazo inferior a 6 anos, no pagamento do saldo dos beneficiários, a
alíquota a ser aplicada será de 25% sobre esta parte do recurso.
Apostila 2022 74
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Já na FASE DO BENEFÍCIO, o risco passa ser Instituição Financeira (seguradora nesse caso),
já que o participante "entrega" todo o seu recurso em troca de uma renda estabelecida,
não mais do resultado das aplicações financeiras.
Em resumo, podemos dizer que a previdência privada possui risco de mercado, risco de
crédito, risco de liquidez e risco da entidade de previdência!
Apostila 2022 75
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Planos Individuais x Planos Coletivos
Resumo
INDIVIDUAIS COLETIVOS
AVERBADOS INSTITUÍDOS
Empresa propõe a
Empresa propõe a
Acessíveis a qualquer contratação, ficando
contratação, ficando
Pessoa Física investida de poderes de
investida de poderes de
representação,
representação, SEM
participando, total ou
participar do custeio do
parcialmente, do
plano.
custeio.
Apostila 2022 76
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 78
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 79
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Qual Plano de Previdência Escolher?
Declaração de IR Anual
A cada ano, o contribuinte precisa escolher entre ser tributado utilizando as Deduções
Legais pela modelo de Declaração Completa ou ser tributado pelo modelo da
Simplificado. Veja a comparação:
Apostila 2022 80
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 81
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Qual Plano de Previdência Escolher?
Conclusão
Desta forma, devemos escolher o PGBL e/ou o VGBL nos seguintes casos:
Apostila 2022 82
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lembre-se que o conceito de Base Tributária é “sobre qual valor será tributado o
imposto”, e o de Alíquota é “qual o percentual que será cobrado sobre a Base Tributária”.
Apostila 2022 84
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
o Exemplo: o Exemplo:
Depósito → R$ 10.000,00 Depósito → R$ 10.000,00
+ Rendimento → R$ 2.000,00 + Rendimento → R$ 2.000,00
= Saldo Total → R$ 12.000,00 = Saldo Total → R$ 12.000,00
Base de Cálculo Base de Cálculo
Apostila 2022 85
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Alíquota
A Alíquota dependerá de qual regime tributário foi escolhido pelo participante, podendo
ser escolhido entre o regime PROGRESSIVO e o regime REGRESSIVO. No entanto, a forma
como será tributado dependerá se está ocorrendo um RESGATE ou em recebimento de
BENEFÍCIO DE RENDA, conforme demonstrado na tabela abaixo.
Apostila 2022 86
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 87
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Tabela Regressiva
A tabela regressiva é baseada no tempo em que os recursos estão aplicados no FIE,
partindo do princípio que quanto mais tempo ficar aplicado, menos se paga. Ela é
aconselhada para segurados que terão uma renda alta e que manterão por um longo
período. Diferentemente da Tabela Progressiva, esta tabela é definitiva e exclusiva na
fonte, ou seja, possui o mesmo princípio do recolhimento dos fundos de investimentos e
das rendas fixas (pagasse no ato do recolhimento e nada mais).
Apostila 2022 88
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
PGBL VGBL
q Contribuição: q Contribuição:
o As contribuições efetuadas no ano, devem o NÃO pode ser declarado como
ser declaradas no campo (36) Contribuições pagamento e doações efetuados,
a Entidades de Previdência Privada, na ficha desta forma, não configura despesa
“PAGAMENTOS EFETUADOS”, a reduzindo a dedutível da base de cálculo do IR.
base tributária em até 12% da renda bruta.
q Saldo do Plano:
q Saldo do Plano: o Deve ser declarado somente o
o Os valores não constituem patrimônio, principal depositado (soma das
mas sim, expectativa de direito da Reserva contribuições sem rendimentos)
Técnica Financeira, portanto, não há item na como “Bens e Direitos” no código
declaração de IR para sua declaração. 97-VGBL.
Apostila 2022 89
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Declaração no IR Anual
Quando o contribuinte for realizar a sua Declaração de Imposto de Renda Anual, os
VALORES RECEBIDOS dos planos de previdência PGBL e VGBL, devem seguir as seguintes
regras:
Regime Tributário Regime Tributário
Progressivo Regressivo
q Valores recebidos a título de resgates q Valores recebidos a título de resgates
ou renda: ou renda:
o Rendimentos tributáveis recebidos o Rendimentos Sujeitos à Tributação
de PJ pelo titular (fonte pagadora é a Exclusiva (Código 07 – Outros)
Entidade de Previdência)
o Considerar: o Considerar:
§ PGBL: O valor total recebido; § PGBL: O valor total recebido;
§ VGBL: Somente a parte que § VGBL: Somente a parte corresponde
corresponde ao lucro (rendimento) ao lucro (rendimento) do valor
do valor recebido. recebido.
Apostila 2022 90
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø SOLUÇÃO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR;
o R$ 10.000,00 × 15% = R$ 1.500,00;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 1.500,00 = R$ 8.500,00;
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.
Apostila 2022 91
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 2
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø SOLUÇÃO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ IR = R$ 10.000,00 × 27,5% = R$ 2.750,00;
§ R$ 2.750,00 − R$ 869,36 (parcela a deduzir);
o IR a ser pago = R$ 1.880,64
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.880,64 = R$ 8.119,36
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.
Apostila 2022 92
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø CÁLCULO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR (por ser resgate);
o Parte tributável = R$ 1.000,00:
o IR = R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 150,00 = R$ 9.850,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.
Apostila 2022 93
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 4
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ Parte tributável = R$ 1.000,00 e este valor é isento na tabela;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.
Apostila 2022 94
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Saldo com prazo de 1 ano = R$ 1.000,00
o Saldo com prazo de 3 ano = R$ 4.000,00
o Saldo com prazo de 5 ano = R$ 5.000,00
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 35% = R$ 350,00 de IR
§ R$ 4.000,00 × 30% = R$ 1.200,00 de IR
§ R$ 5.000,00 × 25% = R$ 1.250,00 de IR
o IR Total = R$ 2.800,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 2.800,00 = R$ 7.200,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
Apostila 2022 95
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 6
q RESGATE de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário REGRESSIVO, sendo
R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento (R) e com as seguintes informações
extras:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Saldo com prazo de 1 ano = R$ 1.000,00
o Saldo com prazo de 3 ano = R$ 4.000,00
o Saldo com prazo de 5 ano = R$ 5.000,00
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 100,00 × 35% = R$ 35,00 de IR
§ R$ 400,00 × 30% = R$ 120,00 de IR
§ R$ 500,00 × 25% = R$ 125,00 de IR
o IR Total = R$ 280,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 280,00 = R$ 9.720,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
Apostila 2022 96
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Ø INFORMAÇÕES:
o Prazo Médio Ponderado das aplicações de 18 anos.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva para 18 anos = 10%
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 10.000,00 × 10% = R$ 1.000,00 de IR
o IR = R$ 1.000 ,00
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.000,00 = R$ 9.000,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
Apostila 2022 97
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 8
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário REGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento e com as seguintes
informações extras:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
oPrazo Médio Ponderado de 9 anos.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva 9 anos = 15%.
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00 de IR
o IR TOTAL = R$ 150,00
o Renda líquida = R$ 10.000,00 − R$ 150 = R$ 9.850,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
q OBS: Neste caso, o Prazo Médio Ponderado poderá chegar a 10 anos, fazendo com que
a tributação reduza à 10%, pois na fase de recebimento de renda, o tempo de acumulação
continua sendo contado.
Apostila 2022 98
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2022 99
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Tabela para Escolha do Regime
Regime Tributário Progressivo Base de Cálculo Anual (R$) e Alíquotas de IR
x
Renda até De 22.847,77 De 33.919,81 De 45.012,61 Acima de
Regime Tributário Regressivo
22.847,76 até 33.919,80 até 45.012,60 até 55.979,76 55.979,76
Prazo de Alíquota IR
0% 7,5% 15% 22,50% 27,50%
Acumulação na fonte
Até 2 anos 35% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo
Acima de 2
30% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo
até 4 anos
Acima de 4
25% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO
até 6 anos
Acima de 6
20% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 8 anos
Acima de 8
15% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 10 anos
Acima de
10% Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO REGRESSIVO
10 anos
Exemplo de Cálculo
Problema 1
Um cliente fez um investimento em um aporte único em VGBL há 20 anos. O saldo atual
é de R$ 100.000,00 e deste valor, R$ 80.000,00 é referente a contribuição e R$ 20.000,00
são rendimentos. Desta forma, responda as seguintes questões:
Exemplo de Cálculo
Problema 2
Um cliente de 38 anos quer investir R$ 2.000,00 por mês em um plano de previdência.
Esse valor corresponde a 15% do seu salário bruto e o cliente declara pelo modelo
completo de IR.
(III) até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Títulos e valores mobiliários representativos de dívida corporativa de empresas
brasileiras de capital aberto, emitidos e negociáveis no exterior; e
Ø Cotas dos fundos de investimento aberto, que tenha no mínimo 80% de seu
patrimônio líquido representado por títulos e valores mobiliários de que trata o item
anterior ou cotas de FIC de investimento com tais características, conforme legislação
CVM.
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) em cotas de Fundos de Investimento em
Participações (FIP) e as cotas de FIC de fundos de investimento com tais características
(FICFIP), conforme legislação CVM.
Classificação ANBIMA
Definição
Já a ANBIM, definiu a classificação dos fundos de previdência aberta em 7 (sete) tipos,
sendo que também estão incluídos para esta classificação, os fundos exclusivos que têm
como objetivo receber recursos de reserva técnica dos planos de previdência aberta e os
FAPIs. Os fundos poderão ser enquadrados da seguinte forma:
I. Renda Fixa;
II. Balanceados (até 15% em ações) ;
III. Balanceados – de 15 a 30% (quinze a trinta por cento em ações);
IV. Balanceados – acima de 30% (acima de trinta por cento em ações);
V. Previdência Multimercados;
VI. Previdência Data-Alvo.
VII. Previdência Ações.
II. Balanceados – até 15% (quinze por cento): fundos que têm como objetivo buscar
retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda
fixa, ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento
diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo, devem ser classificados os fundos que
objetivam investir, no máximo, 15% do valor de sua carteira em ativos de renda variável.
Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas
uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem
alavancagem.
Classificação ANBIMA
Tipos
III. Balanceados – de 15 a 30% (quinze a trinta por cento): fundos que têm como objetivo
buscar retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos
(renda fixa, ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento
diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo devem ser classificados os Fundos que
objetivam investir entre 15% (no mínimo) e 30% (no máximo) do valor de sua carteira em
ativos de renda variável. Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de
desempenho que reflita apenas uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes
Fundos não admitem alavancagem.
V. Previdência Multimercados: fundos que têm como objetivo buscar retorno no longo
prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio
etc.). Estes fundos não têm explicitado o mix de ativos (percentual de cada classe de
ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark), podendo,
inclusive, ser comparados a parâmetro de desempenho que reflita apenas uma classe de
ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem alavancagem.
Apostila 2022 126
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Classificação ANBIMA
Tipos
VI. Previdência Data-Alvo: fundos que têm como objetivo buscar retorno num prazo
referencial, ou data-alvo, por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda
fixa, ações, câmbio etc.) e estratégia de rebalanceamento periódico. Estes fundos têm
compromisso de redução da exposição a risco em função do prazo a decorrer para a
respectiva data-alvo. Não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita
apenas uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes Fundos não admitem
alavancagem.
VII. Previdência Ações: fundos que devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações à
vista, bônus ou recibos de subscrição, certificados de depósito de ações, cotas de fundos
de ações, cotas dos fundos de índice de ações, Brazilian Depositary Receipts, classificados
como nível I, II e III. Neste tipo devem ser classificados os Fundos que se destinam a
somente receber aplicações de outros fundos de previdência aberta. Estes Fundos não
admitem alavancagem.
Estatística
Conceito
A Estatística é a ciência das probabilidades, que através de um conjunto de regras
matemáticas, nos permite fazer previsões sobre determinado grupo estudado, a partir de
uma amostra significativa. Ela tem por objetivo coletar, organizar, analisar e interpretar as
informações de um problema que está sendo estudado, para desta forma, auxiliar
na tomada de decisão.
Para as finanças, usamos a estatística para analisar o risco e o retorno dos investimentos,
com certo grau de confiança. Desta forma, precisaremos entender os seguintes conceitos:
Ø Diferença entre Amostra e População
Ø Medidas de Posição Central: Média, Moda e Mediana (As “Três Marias”)
Ø Medidas de Dispersão: Desvio Padrão e Variância
Ø Covariância
Ø Coeficiente de Correlação
Ø Intervalo de Confiança: Distribuição Normal
POPULAÇÃO
Amostra
MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%
Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.
Média !: [g][0]
" Média 3%
A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no
visor, quantos números esse grupo tem no momento.
q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.
Ø Considerando mais um mês de 1%, qual a mediana?: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%, 1%}
Repare agora que não existe mais um único número que divide o grupo em duas
partes iguais. Desta forma, devemos fazer a média dos dois números centras, mas
primeiramente devemos ordenar o grupo: {1%, 1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo
ordenado, fazemos a média dois centrais (em verde) que será a mediana: 3%.
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Exemplo Gráfico
Agora calcularemos a Variância e o Desvio Padrão dos retornos do Fundo de “A” no qual
teve retornos de (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%). Mas primeiro, vamos “enxergar” o risco de
cada retorno em não dar a média do retorno, que seria o “padrão” do grupo. Perceba que
os retornos nos meses 1, 3 e 4 foram exatamente a média, portanto “não há risco”.
6
Fundo A Média
5
Risco de Volatilidade
Retorno Mensal (%)
4 (Distância entre o
ponto e a média )
3
0
1 2 3 4 5
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão Amostral, ao invés de calcular a média da
ETAPA 3, dividindo por “N TERMOS”, devemos dividir por “N menos 1”, neste caso por 4.
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional: HP-12C
Para podermos calcular através da população, devemos “enganar” a HP-12, adicionando
um número extra que será a média do grupo.
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Resumo
Os principais pontos a serem destacados do Desvio Padrão e da Variância são :
Ø Medem o risco de mercado (volatilidade ou oscilação) de um ativo;
Ø Quanto maior o desvio padrão/variância, maior será o risco do investimento (mais
ele estará se “desviando do seu padrão”).
Ø A Variância sempre será um número positivo;
Ø O Desvio Padrão é tanto um número positivo, quanto negativo;
Ø O Símbolo do Desvio Padrão é o Sigma (σ)
Ø A Variância é representada pelo Sigma ao quadrado (σ2)
q FÓRMULAS:
A grosso modo podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.
Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1
- × /! ,/
+! ,+ - - × /! ,/
+! ,+ -
Ø (1) COV(X,Y) = ∑*()* ; OU ∑*()* ;
0 0,1
234(+,/)
Coef (X,Y)=
78(9)×78(:)
Para calcularmos Covariância entre dois ativos (A,B), devemos seguir este Passo-a-Passo:
Ø (1) Calcular a média do “Ativo A” e do “Ativo B”;
Ø (2) Em cada ativo, calcular a distância de cada ponto até a sua média (“RISCO”);
Ø (3) Multiplicar o “RISCO” ´de cada período do “Ativo A” com o respectivo RISCO do
mesmo período do “ativo B”;
Ø (4) Para calcular a Covariância Populacional, deve-se somar o resultado destas
multiplicações e dividir por “N”, ou seja, calcular a média destas multiplicações. Caso
seja uma amostra, a divisão deverá ser por “n – 1” .
A conclusão para nossos estudos é que a COV (Consumo, Selic) é negativa, portanto,
possuem relação inversa (quando um sobe, o outro diminui).
O R² irá variar entre 0 e 1, sendo indicado em porcentagem. Quanto maior o R², mais
explicativo é o modelo, ou seja, melhor ele se ajusta à amostra. Por exemplo, se o R² de
um modelo é 0,9312, isto significa que 93,12% da variável A é dependente da variável B. A
fórmula do R2 será:
! !
R = #(#,%)
Apostila 2022 158
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Importante destacar que a curva da distribuição normal simétrica tem forma de sino, e
desta forma, as suas “três Marias” – Média, Moda e a Mediana – são iguais!
1 DP(3) = 68,26%
2 DP(3) = 95,44%
3 DP(3) = 99,74%
1,96 DP(3) = 95%
q RESPOSTA: para cada desvio padrão utilizado, o fundo deverá se distanciar da sua
média 5%, tanto para mais, quanto para menos. Lembrando que:
Ø Para 68% de Intervalo de Confiança, se utiliza UM Desvio Padrão;
Ø Para 95% de Intervalo de Confiança, se utiliza DOIS Desvios Padrão;
Ø Para 99% de Intervalo de Confiança, se utiliza TRÊS Desvios Padrão;
Assim, devemos nos “desviar” 2 vezes da média, sendo que cada desvio equivale a 5%:
Ø Intervalo de Confiança = Média ± n x DP
o IC Mínimo = 40% ‒ 2 × 5% = 30%
o IC Máximo = 40% + 2 × 5% = 50%
Desta forma, podemos dizer que esperamos que o fundo de tenha uma variação entre
30% e 50%, com 95% de confiança.
Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada
Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo
Apostila 2022 163
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Risco & Retorno Esperado
Desvio Padrão do Retorno Esperado
Quando estamos tratando de Retornos Esperados, os dados utilizados serão as projeções
das rentabilidades, que englobam cenários com probabilidades, ou seja, possuem pesos
diferentes. Com isso, a HP-12C não terá tamanha valia e o cálculo deverá ser feito
manualmente.
A estratégia a ser utilizada para calcularmos o Desvio Padrão dos Retornos Esperados
continuará sendo a mesma: montar o “quadro” com o mesmo passo-a-passo. Porém,
devemos ficar atento nos seguintes itens:
Ø A média a ser utilizada não será mais a simples, mas sim, a média ponderada;
Ø Continuaremos elevando o risco de cada ponto ao quadrado;
Ø No entanto, ao invés de fazermos a média dos riscos ao quadrado, deveremos
multiplicar estes resultados pela sua probabilidade e somar.
Importante salientar nos cálculos que os processos são os mesmos de quando foi feito
com pesos iguais, com o único detalhe de que, ao invés de dividir por “N” ou “N ‒1”,
deverá ser multiplicado pela probabilidade e posteriormente somar os resultados.
ETAPA 2: ETAPA 2:
Empresa A Empresa B ETAPA3:
RISCO RISCO Multiplicar Riscos
(Retorno – Média) (Retorno – Média)
Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
No gráfico abaixo, percebemos que quanto mais ativos tivermos na carteira, menos será o
risco total da mesma, gerados pelo benefício da “Diversificação”.
Risco TOTAL
(Desvio Padrão) Risco Total =
Sistêmico + Não Sistêmico
Risco Não-Sistêmico
Risco Total
(DP = σ)
Beta
Conceito
O Beta é uma medida de risco sistêmico, calculando a volatilidade de determinado ativo
em relação ao risco de mercado. Desta forma, o Beta é uma medida de sensibilidade em
relação aos fatos sistêmicos que ocorrem no mercado financeiro (quanto maior o Beta,
maior o Risco Sistêmico do ativo).
#$%(",%) DP(')
β(") = OU β(&) = ×#+,-(",%)
%&'(%) DP(()
Mercado Eficiente
Conceito
Em finanças, a teoria do Mercado Eficiente se refere que todas as informações já estão
refletidas nos preços dos ativos, ou seja, não existe ativo barato ou caro. Desta forma, a
teoria diz que é impossível obter um rendimento acima do retorno esperado, nem
mesmo utilizando de análise técnica, análise fundamentalista ou de informação
privilegiada. No entanto, dentro desta hipótese, há três formas de eficiência do mercado.
São elas:
Ø Eficiência Fraca;
Ø Eficiência Semi-Forte;
Ø Eficiência Forte.
Analisando como um todo, a teoria do Mercado Eficiente entende que não há lacuna
entre os fatos e o conhecimento dos investidores para que os preços sejam reajustados.
Com isso, os adeptos a esta teoria acreditam que faz mais sentido fazer investimentos de
forma passiva (por exemplo, fundos atrelados a um benchmark), do que de forma ativa,
vide que a segunda sempre gera maiores custos.
Mercado Eficiente
Formas de Eficiência do Mercado
Conforme citado, as três formas de eficiência são:
Ø Forma Fraca: Os preços refletem somente as informações públicas disponíveis.
Desta forma, os retornos passados não ajudam a prever retornos futuros, fazendo
com que não seja possível ter retornos em excesso utilizando análise técnica;
somente é possível com análise fundamentalista e informação privilegiada.
Ø Forme Semi-forte: Engloba a Forma Fraca, mas sugere que as novas informações
públicas são absorvidas instantaneamente, mas as privadas não. Assim sendo, o
investidor não consegue ter retornos em excesso utilizando as estratégias de análise
fundamentalista ou técnica, apenas com informação privilegiada.
Ø Forma Forte: Engloba a Forma Semi-Forte e ainda afirma que as novas
informações privadas são absorvidas instantaneamente, ou seja, os preços refletem
automaticamente todos os tipos de informação. Com isso, o investidor não consegue
ter retornos em excesso, nem mesmo utilizando de informações privilegiadas.
O grau de aversão ao risco de cada investidor é representado pela sua função de utilidade,
implicando em uma relação positiva entre retorno e risco.
U1 Gráfico 1 Gráfico 2
U2
Maior Utilidade U3 Maior Utilidade U1
U2
Retorno (R)
Retorno (R)
10 10 U3
7 7
Menor Utilidade Menor Utilidade
5 5
Ø Fronteira Eficiente (Markowitz): Risco total sem a inclusão do ativo livre de risco.
Ø CML (Capital Market Line): Risco total com a adição do ativo livre de risco.
Ø SML (Security Market Line): Mudança do tipo de risco no qual será utilizado nas
análises. Agora, o não utilizaremos mais o risco total (desvio padrão), mas sim o risco
sistêmico do ativo (Beta). Este cálculo será realizado através do modelo CAPM.
Ø APT (Arbitrage Pricing Theory): Modelo que utiliza diversos fatores de risco,
utilizando o risco Beta de cada um destes fatores
Em meados da década de 50, Harry Markowitz provou que existe uma fronteira que é
formada por infinitas carteiras, onde se tem o maior retorno possível com o mesmo nível
de risco, ou no qual se atinge o menor risco com o mesmo nível de retorno (princípio da
Dominância). Esta fronteira é denominada de FRONTEIRA EFICIENTE de Markowitz e seu
entendimento é o mesmo da Teoria da Utilidade Esperada: pontos abaixo da fronteira
eficiente não são interessantes para o investidor e pontos acima da fronteira, ele não tem
acesso.
Retorno
(R) U1
FRONTEIRA
EFICIENTE
CARTEIRA ÓTIMA
Carteiras
Ineficientes
Markowitz chegou nesse resultado, através de uma fórmula matemática (que será dada
na prova!), no qual leva em consideração peso de cada ativo (W), o risco total de cada
ativo (mensurado pelo Desvio Padrão, que possui o símbolo 3) e o risco interligado dos
dois ativos (o coeficiente de correlação – ϑ).
q FÓRMULA:
§ DP(",$) = (0,001806
§ CD((,)) = E, E8FG ou 4,25%
Conforme gráfico a seguir, a adição deste ativo livre de risco faz com esta reta em algum
momento tangencie a “curva da fronteira eficiente” (ponto M), sendo este ponto uma
carteira com 100% dos recursos investidos em ativos COM risco.
Carteiras a esquerda do ponto M não estão alocando todos os recursos em ativos com
risco (emprestam dinheiro, já que estão investindo em renda fixa) e pontos a direita de M,
estão tomando recursos emprestados para comprar mais ativos com risco (alavancados),
vide que o somatório sempre deve ser 100%.
q OBS: A relação risco-retorno das carteiras na reta CML dominam aquelas na antiga
fronteira eficiente.
Retorno (R)
Desta forma, a equação do retorno requerido (exigido) do investidor neste modelo vem
através da equação do CAPM (Capital Asset Pricing Model), que pode ser expressa de
forma gráfica por meio de uma reta, onde definimos o retorno requerido por um ativo em
função do beta, denominada de Security Market Line (SML). A SML expressa o prêmio de
risco (o cálculo da taxa de retorno requerida dos ativos em um mercado em equilíbrio) e
enfatiza que o risco de um ativo é uma função do seu beta.
q FÓRMULA:
!(#$) = #4 + β5 #6 − #7
Prêmio de Risco
onde:
Ø E(Ri) = Retorno Requerido (exigido) pelo acionista
Ø Rf = taxa livre de risco;
Ø β = medida de risco sistêmico da empresa;
Ø Rm = retorno de mercado (no Brasil, retorno do Ibovespa).
Apostila 2022 192
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Retorno (R)
SML
M BETA = 1
RM
Carteira Mercado
PRÊMIO POR RISCO
Retorno (R)
Retorno SML
Requerido
12%
10% Ação
5%
Retorno
Esperado
Ø No gráfico, a ação está acima da SML. Ø No gráfico, a ação está abaixo da SML.
q FÓRMULA:
HI(*) = JKH + β+ ×F+ + β, ×F, +... + β- ×F-
SML CML
MEDIDA DE Risco Sistêmico Risco Total
RISCO (não diversificável, Beta) (Desvio Padrão)
CAPM x APT
Resumo
CAPM APT
MEDIDA DE Risco Sistêmico Múltiplos riscos
RISCO (Beta de mercado da Ação) (Beta de cada fator utilizado)
Medidas de Performance
Conceito
As Medidas de Performance são métodos para calcular a eficiência de uma aplicação
financeira em relação ao risco assumido e surgem do conceito chamado de PRINCÍPIO DA
DOMINÂNCIA, que veremos a seguir. Esta medidas fazem com que seja possível comparar
carteiras de investimentos que apresentam riscos diferentes, fazendo com que quanto
maior for a relação retorno x risco, mais eficiente foi o investimento perante o risco
assumido.
Como conceito, todo investimento é composto por uma Taxa Livre de Risco (no Brasil,
utilizamos a Taxa de Juros Selic como TLR) mais a sua parcela de risco. Desta forma, não
faz sentido analisar o resultado total do investimento pelo risco do ativo, mas sim analisar
somente esse retorno excedente pelo risco. A seguir, demonstraremos melhor este
conceito de Retorno Excedente a Taxa Livre de Risco (TLR).
O conceito de risco aqui poderá ser: liquidez do investimento (prazo nas renda fixa; por
exemplo, um CDB com carência de 12 meses, deverá render mais que um CDB com
carência de 1 mês, da mesma instituição); o risco de crédito (um devedor ruim, deve
pagar mais juros que um bom pagador de dívidas); ou até mesmo a volatilidade do
investimento (desvio padrão do ativo), já que é uma métrica de risco total.
Medidas de Performance
Princípio da Dominância: Gráfico
Analisando o gráfico abaixo, no qual possui três Ativos (A, B e C), temos a seguinte
situação: Ativo A e Ativo B com mesmo risco (igual a 3); e Ativo B e Ativo C com o mesmo
retorno (igual a 9). O importante de perceber aqui, é que não faz sentido investir no
Ativo A, tendo a possibilidade de investir no Ativo B, pois os dois apresentam o mesmo
risco, mas o Ativo B apresenta um retorno maior. Desta forma, dizemos que B
“preDOMINA” sobre o ativo A. Da mesma forma, o Ativo C predomina sobre o Ativo B, já
que os dois possuem o mesmo retorno, mas o Ativo C apresente um risco menor.
Mesmo retorno
3 A B Mesmo risco
RISCO
1 C
6 9 Retorno
Retorno
8 A Retorno Excedente à TLR, que
é o retorno que teve risco,
3 pois os primeiros 5% não
tiveram risco
Retorno
5
Total
TLR Retorno Mínimo de
qualquer Aplicação
2 Risco
Medidas de Performance
Índice de Sharpe
O economista William Sharpe (Nobel de Economia em 1990), foi o criador do Índice de
Sharpe, que mensura o retorno de uma carteira de investimentos (ou fundos de
investimentos) por sua volatilidade (sendo a volatilidade calculada pelo Desvio Padrão, ou
seja, o Risco Total). Desta forma, o seu indicador mede o retorno excedente ao ativo livre
de risco pelo risco TOTAL, independentemente das proporções dos riscos sistêmicos e não
sistêmicos.
Com a sua criação, podemos comparar duas carteiras de investimentos e analisar qual
delas é mais eficiente em relação a volatilidade gerada. Em outras palavras, se as duas
carteiras tivessem o mesmo risco total, qual delas teria maior retorno. A conclusão através
desta análise é que, entre duas opções, devemos escolher aquela que possui o maior
valor para o Índice de Sharpe (desde que o mesmo seja positivo).
q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Sharpe A =
ABCDEF GHIJãF (L)
q FÓRMULA:
Retorno A − Retorno do Benchmark
Índice de Sharpe A =
ABCDEF GHIJãF (L)
Medidas de Performance
Índice de Treynor
O índice de Treynor, de Jack L. Treynor (1965), é uma excelente ferramenta para analisar
fundos de investimentos. Os princípios desta ferramenta são as mesmas do Índice de
Sharpe: analisar o retorno excedente pelo risco. No entanto, como Treynor tinha como
premissa que uma carteira diversificada faria com que os riscos específicos de cada ativo
fossem anulados pelo conceito de diversificação (coeficientes de correlação negativos),
faria mais sentido analisar o risco de uma carteira pelo RISCO SISTÊMICO (BETA) e não
pelo RISCO TOTAL (Desvio Padrão).
Desta forma, o seu modelo leva em consideração o retorno excedente a TLR pelo risco
sistêmico da carteira, mensurado pelo Beta da carteira. Da mesma forma que o Índice de
Sharpe, quanto maior for o seu indicador, melhor será o desempenho da carteira, pois o
gestor terá gerador mais retomo para o risco incorrido.
q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Treynor A =
QRSL (L)
Por exemplo, em um cenário no qual a Taxa Livre de Risco está 5%, uma Carteira A teve
um retorno de 10%, com Desvio Padrão de 2% no período; e o seu benchmark (Ibovespa)
teve um retorno 7% e um Desvio Padrão de 1%. Aplicando a fórmula do M2, chegaremos
ao resultado de 7,5%. Desta forma, concluímos que se a Carteira A tivesse o mesmo risco
(desvio padrão) que o Ibovespa, a mesma teria tido um retorno de 7,5%, ou seja, para
uma mesma base risco, a Carteira A foi mais eficiente que o seu Benchmark.
q FÓRMULA:
56(<=>)
.'(;) = /01 + 1(;) − /01 ×
56(;)
Value-at-Risk (VaR)
Conceito
O VALUE-AT-RISK, ou simplesmente o VaR, é um indicador de risco para mensurar a perda
financeira máxima possível de uma carteira de investimentos em um período, com um
certo grau de confiança. Este é um cálculo estatístico, que diz qual o risco financeiro dos
ativos (ou do ativo) em um dia, uma semana, uma mês ou até mesmo em um ano.
Por exemplo, um fundo de investimentos informa que possui um VaR de R$ 1 milhão para
1 dia, com grau de confiança em 95%. Desta forma, compreendemos que este fundo
poderá ter uma perda máxima de R$ 1 milhão de um dia para o outro, sendo que o grau
de confiança desta informação é de 95%. Porém, como sua confiança é de 95%, quer dizer
também que a possibilidade de perder mais que este valor de um dia para o outro é de
5%.
A principal crítica ao este modelo é que o resultado do VaR NÃO consegue capturar os
prejuízos em períodos de stress do mercado, ou seja, o verdadeiro prejuízo de uma
carteira pode ser muito maior do que o apontado pelo VaR. Esta medida de risco tem
muita validade em períodos normais (cotidianos), já que é um modelo probabilístico,
baseado em estatísticas históricas através do risco total do ativo (desvio padrão)
Desta forma, quanto maior forem estas variáveis, maior será o VaR!
q FÓRMULA:
Var = V7 ×a×DP× t
Value-at-Risk (VaR)
Exemplo
Determine o VaR de uma carteira de investimentos de R$ 100.000,00, para um Intervalo
de Confiança de 95% (Alfa = 1,65), horizonte de 1 mês e desvio padrão dos retornos para
este período da carteira sendo de 5%.
Prejuízos
maiores que
R$ 8.250,00
95%
5%
Stress Test
Conceito
O STRESS TEST recalcula o valor da carteira para alguns cenários, ou combinação deles,
representativos de SITUAÇÕES DE CRISES ou choques nos mercados que afetam a
carteira, ou seja, ele é utilizado para compensar a deficiência do VaR e outras medidas de
dispersão (desvio-padrão e variância). Com isso, o VaR e o Stress Test são ferramentas
complementares para a avaliação de risco de mercado.
q RESUMO:
Ø VaR (Value at Risk): Calcula o prejuízo em dias normais, o “risco cotidiano”;
Ø Stress Test: Calcula o prejuízo “em uma situação de crise”.
Ø Stress Test NÃO SUBSTITUI O VaR, mas sim, o complementa.
Stop Loss
Conceito
Stop Loss é um tipo de estratégia utilizada para evitar (ou diminuir) prejuízos. Ela é muito
utiliza para quando for ultrapassado o valor do VaR, pois quando ultrapassado, o
investidor não saberá mais o máximo da sua perda. Operacionalmente, o investidor pode
deixar programado a venda automática de suas ações (ou outro tipo de ativo negociado
na B3), quando elas caírem a um determinado valor definido por ele. Caso o investidor
possua uma operação vendida, o Stop Loss será acionado quando o preço do seu ativo
suba, acionando uma compra.
Quanto maior for o seu valor, maiores são as oscilações perante o benchmark,
consequentemente, menor a correlação entre a “estratégia passiva” & “benchmark” e
quanto menor o índice, maior aderência do fundo em relação ao seu parâmetro de
performance.
q FÓRMULAS:
ÍNDICES FÓRMULA
Já o tipo PERCENTUAL DA CARTEIRA é uma forma de equilíbrio de risco, por não estar
mais exposto ao previsto inicialmente no IPS em algum tipo de mercado (ações, renda
fixa, imobiliário,...) ou em algum ativo específico. Por exemplo, a carteira de
investimentos de um cliente está posicionada em 5% na ação XYZ. Após alguns dias, a
empresa valoriza 100%. Com isso, este ativo passa a ter uma posição muito mais
expressiva do que o inicial (aproximadamente de 10% agora), fazendo com que a carteira
seja rebalanceada por motivo percentual.
Rebalanceamento de Carteiras
Exemplo
Rafael adota uma estratégia de rebalanceamento regular, sendo que possui um
patrimônio de R$ 500.000,00. Sua intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e o
restante num fundo indexado DI. Após 12 meses o Ibovespa teve valorização de 30% e o
fundo DI de 10%. Passados os 12 meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de
renda variável e de renda fixa?
q RESPOSTA: Como o cliente adota uma estratégia por rebalanceamento regular, após
calcular o valor da carteira depois de 12 meses, deve-se ajustar a mesma para os mesmos
percentuais iniciais:
Ø Carteira = R$ 200.00,00 (40% em BOVA11) + R$ 300.00,00 (60% em Fundo DI)
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 ( valorização de 30%) = R$ 200.00,00 × 30% = R$ 260.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 300.00,00 × 10% = R$ 330.000,00
Ø Total = R$ 590.000,00
Acordo de Basileia
Conceito
O Acordo da Basileia instituiu em 1930 o BIS (Bank for International Setlements) com o
objetivo de buscar a estabilidade monetária e financeira internacional por intermédio da
cooperação entre bancos centrais dos países. Este acordo tem como principal função
minimizar os riscos de falência das instituições financeiras em relação aos seus
empréstimos, estipulando um capital mínimo no qual os bancos devem possuir para o
seu nível de alavancagem (empréstimos que possuem).
O Acordo de Basileia possui uma metodologia de avaliação de risco de crédito (no qual
houve atualizações – Basileia I, II e III) na qual busca mesclar estabilidade financeira e
liquidez. Importante reforçar que ele é um acordo internacional e não uma lei. No
entanto, cada país pode estipular se deseja incluir suas regras nas suas leis, exatamente
como ocorreu com o Brasil em 2016.
q EM RESUMO:
Ø É uma autorregulação internacional.
Ø Possui também objetivo de evitar a Lavagem de dinheiro.
Ø Controlar a alavancagem bancária com intuito de proteger às economias mundiais
e, consequentemente, à proteção de capital da população.
Com o passar do tempo, percebeu-se que este modelo de acordo possuía uma deficiência
significativa: não separar uma carteira de crédito boa de uma ruim.
Acordo de Basileia
Basileia II
Este acordo, criado em 2004, tenta resolver o problema do acordo anterior, medindo os
contratos de crédito e a qualidade de suas carteiras. Ele é direcionado aos grandes bancos
tendo como base, além dos Princípios Essenciais para uma Supervisão Bancária Eficaz
(Princípios da Basileia), três pilares mutuamente complementares:
Ø Pilar 1: Requerimentos de Capital Mínimo - a partir de medidores de risco de
mercado , risco de crédito e risco operacional;
Ø Pilar 2: Revisão pela Supervisão do Processo de Avaliação da Adequação de
capital dos bancos - significa adoção de práticas no processo de avaliação de capital
dos bancos; e
Ø Pilar 3: disciplina de mercado - divulgação de informações sobre o riscos e gestão
por parte das instituições ao mercado.
Assim, no Brasil, quanto maior o índice de Basileia, mais sólida é a instituição financeira.
Acordo de Basileia
Basileia III: Objetivos
Os principais objetivos do Acordo de Basileia Nível III são:
Ø Capital exigido passa a ser mais rigoroso: só podem ser contabilizados como
recursos próprios ativos conversíveis imediatamente em dinheiro.
Ø Constituir Reservas denominadas de “Capital de Conservação” ou de “Contra
Cíclico”: destinados para absorver riscos de perdas em momento de estresse.
Ø Instituir índices de curto e longo prazos: o objetivo é que o banco possa contar
com recursos de alta liquidez.
Ø Criação de um índice de alavancagem: pela nova regra, os bancos não devem
emprestar mais de 33 vezes o seu capital. Portanto, o banco só pode emprestar, no
máximo, uma determinada quantidade de vezes o dinheiro aplicado pelos sócios.
Esta Teoria não nega que a maioria das decisões econômicas são tomadas de forma
racional e deliberada, mas consideram que, se não forem levadas em conta também as
decisões emocionais e automáticas, os modelos econômicos serão falhos para explicar o
funcionamento dos mercados. Assim sendo, Kahneman e Tversky (1979) criaram a
chamada Teoria da Perspectiva como alternativa à Teoria da Utilidade Esperada (Finanças
Tradicional, em que todos os investidores são racionais e avessos ao risco em todas suas
decisões), comprovando que as pessoas dão muito mais relevância a perdas do que aos
ganhos.
Por exemplo, um investidor que possui ações de uma petrolífera e de uma empresa aérea,
tende a ter minimizado o risco de petróleo. Isto ocorre porque as petrolífera possuem sua
receita atrelada diretamente ao petróleo, ou seja, se houver uma valorização nesta
commoditie a empresa lucrará mais. No entanto, quanto mais alto estiver o petróleo,
menor será o lucro das companhias aéreas, pois o seu custo está atrelado ao combustível
(que vem do petróleo). Desta forma, quando o investidor possui essa composição na sua
carteira de investimentos, há uma redução no risco da variação do petróleo nesta carteira
(pois se houver valorização da commoditie é bom para um lado e ruim para o outro, da
mesma forma que ocorrerá com uma desvalorização).
A utilização destas heurísticas pode levar a uma tomada de decisão equivocada e mesmo,
irracional, ao invés da tomada de decisão racional, na qual se calcula o risco x retorno dos
investimentos. O uso indiscriminado de heurísticas leva a comportamentos viesados, ou
seja, uma tendência sistemática de violar alguma forma a tomada de decisão racional.
q EXEMPLOS:
Ø Acreditar que as ações da empresa XYZ terão um ótimo desempenho no futuro,
pois ela teve um excelente retorno no passado;
Ø Escolher um fundo somente porque rendeu bem no passado.
Ø Imaginar a possível profissão de uma pessoa, utilizando o estereótipo de diversas
profissões;
Ø Não investir mais em imóveis, pois a 10 anos atrás, houve crise imobiliária nos
Estados Unidos;
Ø Antônio começou a investir na bolsa de valores, como todos os meus amigos que
investem na bolsa de valores são ricos, Antônio é Rico!
q EXEMPLOS:
Ø Rafael não deseja investir em imóveis no Brasil, pois recentemente houve uma
crise imobiliária nos Estados Unidos;
Ø Guilherme estava propenso a investir nas ações da Petrobrás, mas mudou de
decisão, pois lembrou que leu no jornal que o Presidente da companhia se demitiu;
Ø Monique calculou a probabilidade de um jovem ter problemas cardíacos, apenas
recordando quantos casos iguais já aconteceram com seus amigos.
Nos três casos, a tomada de decisão se baseou em informações que estão de fácil acesso
ao cérebro, ou seja, que estão disponíveis a eles, mesmo que possam estar equivocados.
q EXEMPLOS:
Ø Guilherme irá vender suas ações somente se o preço ultrapassar o valor do preço-
alvo informado por um analista;
Ø Rafael diz: “quando a bolsa vier a 50.000 pontos, eu irei comprar”;
Ø Antônio acredita que empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, porque as ações
de uma outra empresa do mesmo setor, estão sendo negociadas por R$ 20,00;
Ø Um Analista estrangeiro acredita que o valor justo do dólar no Brasil é de R$ 4,00.
Porém, antes de dar a sua opinião, ele lê o Relatório Focus no qual o consenso diz em
R$ 3,50. Com isso, ele ajusta sua opinião para R$ 3,50.
Na maioria dos casos, a escolha seria pelo programa A, mesmo eles tendo as mesmas
consequências. No mercado financeiro, ocorre da mesma forma: quando apresentado
somente a parte positiva, muitos investidores aceitam o investimento, já que lhe foi
omitido (suprimida) a parte do risco. Se lhe fossem apresentado todo o risco, talvez não
tivessem realizado tal investimento.
Em diversos experimentos sobre o tema, foi observado que os indivíduos são impactados
duas vezes mais pelas perdas do que pelos ganhos. Como foi feito isso? Aumentando o
valor do recebimento dos R$ 150,00 para R$ 200,00; R$ 250,00; R$ 300,00 e assim
sucessivamente.
Satisfação (Utilidade)
+2
Ganhos
-3% +3%
-5
Perdas
Por exemplo, Rafael investe nas ações da empresa “Rafael Toro, Academia de Finanças” e
recebe duas notícias: a primeira que o setor de educação está em franca expansão e as
empresas tendem a dobrar seus lucros nos próximos dois anos; a segunda notícia, que a
empresa na qual ele investe está envolvida em um caso de corrupção. Se Rafael agir
conforme este viés, ele ignorará a notícia da corrupção, focando sua atenção apenas na
que lhe convém (a da franca expansão), já que ele acredita que este investimento é um
ótimo negócio.
Um outro exemplo seria um analista, que acredita que o setor imobiliário é um ótimo
investimento, coletar dados apenas de imóveis que tiveram excelentes resultados,
ajudando-lhe a embasar o seu julgamento inicial. Desta forma, ele ignora aqueles que
tiveram resultados ruins, caindo em uma armadilha que ele mesmo criou: a armadilha da
confirmação.
Podemos notar com estes exemplos, que o Otimismo trata da subestimação de eventos
futuros com variáveis não controláveis.
Alguns exemplos são muito claros a presença desse viés, tais como:
Ø Pessoas que jogam na loteria seus “números da sorte”, mesmo que a
probabilidade seja a mesma para todos o números;
Ø Assoprar os dados em jogos de tabuleiro para sair os números desejados;
Ø Rafael, por ser um analista, especialista em mineração, acredita que por
“planilhar” as informações, consegue ter mais controle sobre os eventos futuros do
que os demais colegas. No entanto, desabamento de uma barragem no futuro ou
algum risco sistêmico, são um eventos incontroláveis a ele, podendo ser amenizados
somente por diversificação ou hedge.
Assim, o cliente tem como benefício um plano traçado, podendo visualizar as metas
traçadas, criando desta forma, a disciplina para poupar. Já o profissional (planejador CFP®)
terá um guia para estruturar os investimentos do cliente dentro dos parâmetros
estabelecidos e segurança para agir.
Desta forma, podemos decorar as 6 etapas como DIA-SIM, o dia perfeito em que o cliente
diz SIM, mas também memorizado como DCADIM.
Ø NECESSIDADES ESPECIAIS:
o Divórcio, segundo casamento ou relacionamento extraconjugal;
o Planejamento de caridade;
o Necessidade de dependentes adultos;
o Crianças com deficiências;
o Planejamento para casos de doenças terminais;
o Planejamento para empresas familiares (sucessão).
CICLO DE VIDA
Geração
de Renda
Acúmulo Manutenção
Fundação Distribuição
Idade
18 – 28 28 – 40 40 – 60 +60
OBJETIVOS DO
SITUAÇÃO FINANCEIRA CONHECIMENTO
INVESTIMENTO
A natureza, o volume e a
Preferências
Valor e ativos que frequência das operações já
declaradas do cliente
compõem o patrimônio realizadas pelo cliente, bem como o
quanto à assunção de
do cliente. período em que tais operações
riscos
foram realizadas.
Necessidade futura de
Finalidades dos Formação acadêmica e experiência
recursos declarada pelo
investimento. profissional.
cliente
É possível também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação
de uma poupança como reserva para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar
de Colchão de Segurança ou Reserva de Emergência.
Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles
sejam atingidos. Por exemplo, um investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas
gostaria de adquirir um novo imóvel em, no máximo, cinco anos. Tão importante quanto o
objetivo é o horizonte desse investimento.
Vale ressaltar que a definição destes prazos varia de instituição para instituição, portanto
não é preciso decorá-los, mas sim, ter a compreensão básica desses prazos.
Uma forma de se assegurar que o cliente possui tal conhecimento seria verificar qual a
experiência desse cliente com investimentos. Clientes que investem há mais tempo, ou
ainda que investem em produtos mais sofisticados, tendem a apresentar mais
conhecimento do mercado financeiro. Por sua vez, clientes que investem há pouco tempo
(ou mesmo que nunca investiram anteriormente), ou aqueles que concentram suas
aplicações em produtos mais simplificados e de baixo risco tendem a apresentar um
conhecimento menos profundo do mercado financeiro.
Após esta análise, deve-se avaliar e classificar o cliente em categorias de perfil de risco
previamente estabelecidas. Vale ressaltar que a Disposição e a Capacidade de assumir
riscos são independentes, devendo ser colocado como prioritário aquele que for o menor,
ou seja, se o cliente tem baixa DISPOSIÇÃO a risco, mas alta capacidade, devemos
respeitar a disposição do cliente; se a CAPACIDADE a risco for menor que a disposição,
devemos respeitar a capacidade.
Diante destes itens, que são os 3 pilares do API, é necessário analisar, no mínimo:
Ø O período em que o cliente deseja manter o investimento;
Ø As preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos; e
Ø As finalidades do investimento.
Outro ponto relevante é que, se o cliente solicitar uma aplicação em que não se enquadre
seu perfil (por exemplo, deseja fazer uma aplicação arrojada, mesmo seu perfil sendo
conservador), o profissional deverá orientar e explicar os riscos ao cliente e, caso realize a
aplicação, obter declaração expressa do Investidor.
Importante ressaltar que os tipos de rentabilidades poderão aparecer muitas vezes juntas,
como por exemplo uma rentabilidade observada com retorno relativo (um fundo rendeu
100% do CDI nos últimos 3 anos). Veremos a seguir, as devidas diferenças para cada um
desses tipos.
Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada
Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo
Como regra geral, títulos pós-fixados possuem rentabilidades relativas e títulos prefixados
possuem rentabilidades absolutas.
Salientamos que diversos investimentos não possuem imposto de renda para pessoas
físicas, tais como poupança, LCI e LCA. Assim, quando tratarmos produtos isentos de IR
com ativos não isentos, devemos fazer a comparação entre os mesmos TIPOS de
rentabilidade. Além disso, quando for feito um resgate de CDB ou Fundos de
Investimentos, o valor que entrar na conta já será o retorno líquido, e não bruto! Já que o
Imposto de Renda é retido na fonte pela instituição.
Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a
taxa que realmente terá gerado de riqueza para o investidor. Como o dinheiro somente é
um meio troca, uma forma de pagamento, o que importa de verdade é o quanto ele está
comprando de bens e de serviços e não o seu valor nominal, mas sim o seu valor real.
Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100, uma maçã custe R$ 1,00 e haja uma
aplicação financeira no banco que renda 15% por 1 ano. Hoje você poderia comprar 100
maçãs, mas caso você aplique no banco, no próximo ano terá R$ 115. Porém, se a fruta
estiver R$ 1,10 (aumentou seu preço em 10%), você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu
ganho REAL por ter investido no banco, será de 4,5 maçãs (4,5%). Perceba que por se
tratar de juros compostos, não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa nominal
(15% menos 10%), mas uma divisão de taxas que te ensinaremos a seguir.
Para resolvermos este problema, devemos simplesmente calcular o prazo no qual os 20%
dos R$ 25 milhões (R$ 5 milhões), que estão investidos no CDB com liquidez diária,
durará. Assim sendo:
Como sabemos que R$ 20 milhões deverão ficar investidos para gerar a renda perpétua, o
restante é que poderia ser investido no projeto inicial, ou seja, R$ 5.000.000,00.
CARTEIRAS
ATIVOS
I II III IV
Fundos de Curto Prazo 5% 5% 0% 20%
Títulos do Governo LFT 5% 10% 0% 30%
Fundos de Renda Fixa de Longo Prazo 10% 25% 40% 40%
Fundos Private Equity 25% 15% 25% 0%
Ações 55% 45% 30% 10%
Retorno Esperado Total das Carteiras,
30% 24% 23% 18%
após os impostos
Desta forma, nesta etapa ocorre o Feedback do cliente, criando-se um vínculo de longo
prazo entre o planejador financeiro e o cliente. Recomenda-se que seja feito pelo menos
uma vez por ano todo o processo do planejamento financeiro.
Somente após montar o Fluxo de Caixa da Família, com entradas (rendas) e saídas
(custos), que podemos traçar como serão atingidos os planos par ao futuro: uma troca de
uma casa, uma viagem ou a antecipação de uma aposentadoria.
Vale ressaltar que valores que acumulam ativos não devem ser considerados como
despesas (saídas), tais como aplicações mensais em CDB, VGBL e PGBL.
Vale salientar que é muito importa analisar a o impacto da inflação no custo de vida do
cliente. Muitas pessoa possuem salário fixo e não conseguem reajustar a sua renda com o
devido aumento dos gastos gerados pelo aumento dos preços (inflação), gerando uma
perda na qualidade de vida.
RECEITAS DESPESAS
Ø Salários;
Ø Custos fixos (aluguel, financiamentos, prêmios de
Ø Receitas de juros;
seguros, pensão alimentícia,...);
Ø Receitas de dividendos;
Ø Custos variáveis (transporte, alimentação, telefone,
Ø Receitas de aluguéis;
internet, lazer, férias, ...);
Ø Reembolso de impostos;
Ø Qualquer saída recorrente.
Ø Outras receitas.
q EXEMPLO: Rafael tem sua renda líquida de R$ 9.000,00 e consegue investir todos os
meses R$ 300,00. Seu índice de Poupança é:
300
Í789:; 8; <=>?@7ç@ = = 3,33%
9000
O objetivo desse recurso é para suprir imprevistos em nossas vidas (batida do carro,
problemas de saúde, e até mesmo desemprego) sem que seja necessário a tomada de
empréstimos com taxas extremamente altas ou a venda de patrimônio (ativos de longo
prazo). O aconselhável é que este valor seja de 3 a 12 meses das despesas correntes, ou
seja, se uma família tem renda de R$ 10 mil por mês e um custo de vida de R$ 5 mil,
iremos analisar de 3 a 12 meses sobre os R$ 5 mil (entre R$ 15 mil e R$ 60 mil para o
fundo de emergência).
Principais Indicadores
Índice de Endividamento
Como vimos, os ATIVOS são compostos por Capital Próprio (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) e por
Capital de Terceiros (PASSIVOS), também chamado de Passivo Exigível, que são as dívidas.
Assim, é normal as pessoas terem dívidas para aquisição de bens. No entanto, no
momento em que se começa a adquirir dívidas, é importante que a família passe a
acompanhar a evolução do seu índice de endividamento para garantir que suas contas
estejam sob controle no curto, médio e longo prazo. Sua fórmula é:
ÍNDICE DE
ENDIVIDAMENTO = PASSIVOS (Passivo Exigível)
ATIVOS (Ativo Total)
!$ #$$.$$$
Índice de Endividamento = = 45%
!$ &.$$$.$$$
ALAVANCAGEM
= PASSIVOS (Passivo Exigível)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Portanto, uma pessoa sem capital de terceiros, ou seja, sem nenhuma dívida, possui
alavancagem financeira igual a zero. Perceba que este indicador leva em consideração as
dívidas pelo patrimônio líquido, já o Índice de Endividamento, leva em consideração os
Ativos. Por isso dizemos: “A com A, não dá”, ou seja, Alavancagem não se compara com
Ativos!