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Curso Preparatório para o Exame

CEA Livro 2

Apostila 2022 - Toro Educação


CEA - Certificação de Especialista em Investimento ANBIMA
Atualizado 21/01/2022
Sumário Livro 2 CEA
CAPITULO 5 - PRODUTOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
5.1 - Princípios da Aposentadoria ............................................................................................................................................................................................................ 02
5.2 – Cálculo do Capital Necessário para a Aposentadoria .............................................................................................................................. 17
5.3 – Previdência Social .......................................................................................................................................................................................................................................... 29
5.4 – Previdência Complementar (Aberta ou Fechada) .......................................................................................................................................... 47
5.5 – Conceito dos Produtos ........................................................................................................................................................................................................................... 77
5.6 – Tributação dos Planos de Previdência PGBL e VGBL................................................................................................................................. 83
5.7 – Tipos de Fundos de Investimentos .................................................................................................................................................................................. 105
CAPÍTULO 6 –GESTÃO DE CARTEIRAS E RISCOS
6.1 – Estatística Aplicada................................................................................................................. 130
6.2 – Risco & Retorno Esperado ...................................................................................................... 162
6.3 – Teoria Moderna de Carteiras ................................................................................................. 172
6.4 – Gestão e Mensuração de Riscos e Retornos dos Investimentos ............................................ 200
6.5 – Alocação de Ativos e Rebalanceamento de Carteiras ............................................................ 219
6.6 – Acordo de Basileia: Conceito Internacional e suas aplicações no Brasil ................................ 226
CAPÍTULO 7 – PLANEJAMENTO DE INVESTIMENTOS
7.1 – Finanças Comportamentais .................................................................................................... 233
7.2 – Processo de Planejamento Financeiro ................................................................................... 251
7.3 – Gestão Financeira Pessoa Física ............................................................................................. 302
Capítulo 5:
Produtos de Previdência
Complementar
1
5.1 Princípios da Aposentadoria
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Necessidade do Planejamento da Aposentadoria


Introdução
Com o passar do tempo, o ser humano não consegue ter mais a mesma “energia” para
poder trabalhar e produzir renda. No entanto, os custos para se manter continuando
existindo, podendo até mesmo aumentar. Desta forma, fica a pergunta: da onde virá os
recursos para nos mantermos na terceira idade?

O seguro social (previdência pública) surge para minimizar os impactos da falta de


planejamento individual nos momentos em a pessoa não poderá produzir renda, sendo
um desses casos, a aposentadoria. Porém, este valor possui um teto, o que pode causar
falta de recursos se suas despesas forem maior que o valor do recebimento da
previdência pública (no qual utiliza o Sistema de Distribuição). No Brasil, em 2018, este
valor era de R$ 5.645,80.

Assim sendo, é de suma importância ter acumulado reservas financeiras próprias durante
a vida para complementar a previdência pública ou até mesmo, ser a fonte de renda para
suprir os gastos na terceira idade. Essa acumulação pode ser feita na Previdência Privada,
que utilizada o Sistema de Contribuição.

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As 3 fontes básicas para a aposentadoria
Conceito
As pessoas podem utilizar de três fontes básicas para arcar os custos de uma vida na
aposentadoria. São elas:
Ø Previdência Social: nesta fonte de renda, o governo estará repassando recursos
para a sobrevivência do cidadão. No entanto, há dois principais problemas. O
primeiro é a existência de um valor máximo de recebimento e o segundo é o risco de
mudanças nas regras da previdência social (as regras de hoje, podem ser diferentes
de quando a pessoa for se aposentar);
Ø Previdência Privada Complementar (aberta ou fechada): nesta estratégia, o
investidor contribui para um plano de previdência complementar e os recursos
aportados mais os seus devidos rendimentos, serão repassados através um
pagamento único ou em forma de renda;
Ø Acumulação própria de patrimônio: o investidor terá sua renda através dos
rendimentos das suas aplicações financeiras (Ativos de Mobiliários: CDBs, títulos
públicos, debêntures, ações, fundos multimercados; e Ativos Imobiliários: salas
comerciais, fundos imobiliários, renda por aluguel).

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Acumulação Própria de Patrimônio


Conceito
As pessoas podem, além da Previdência Pública e da acumulação através da Previdência
Privada, optar por acumular recursos próprios através de aplicações financeiros como:
Ø Ativos de Renda fixa: principalmente os que são atrelados a inflação como as
Debentures e NTN-Bs (para manter o poder de compra no longo prazo);
Ø Ativos de Renda Variável: investir empresas para longo prazo é um boa
alternativa, pois um dos principais riscos é o de mercado (volatilidade). Sendo de
longo prazo, este risco é diluído com o tempo e na aposentadoria, viver de renda
com os dividendos ou até mesmo com o benefício fiscal da isenção de IR para vendas
mensais abaixo de R$ 20 mil;
Ø Ativos Imobiliários: os imóveis tendem a proteger o investidor do risco de
inflação, podendo gerar uma renda mensal através do aluguel. São diversas as
estratégias atuais para se adquirir imóveis: comercial, residencial, fundos
imobiliários, aquisição na planta... Importante ressaltar que, através do aluguel, a
renda do investidor estará protegida pela inflação, pois os contratos são corrigidos
pela inflação. Em contrapartida, há o risco de vacância (não conseguir um locatário) e
alto risco de liquidez, caso seja necessário vende-lo

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Juros Compostos e o Fator Tempo
Conceito
Quando tratamos de aplicações financeiras (como por exemplo, na previdência privada),
duas variáveis são de suma importância para facilitar a alcançar os objetivos da
aposentadoria: (1) os Juros Compostos e o (2) Fator Tempo.

Foi atribuído ao gênio da física Albert Einstein, “(1) os Juros Compostos são a oitava
maravilha do mundo, aquele o entende, ganha, quem não entende, paga”, apesar de não
saber se realmente foi dita por ele. Isto ocorre por que, no final de cada período de
aplicação, o valor é atualizado e a taxa de juros acaba sendo aplicada não somente sobre
o valor investido, mas também sobre o “lucro” gerado. Desta forma, surge a segunda
variável, o (2) Fator Tempo.

Quanto mais tempo o valor investidor ficar aplicado, maior será o benefício gerado pelos
Juros Compostos. Desta forma, quanto mais iniciarmos o projeto da aposentadoria, menor
será o “esforço” (valores a serem investidos) para atingir o objetivo da aposentadoria (ou
até mesmo, da independência financeira).

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Juros Compostos e o Fator Tempo


Conceito
Para ficar mais claro o “poder” dos juros compostos, uma pessoa que faça uma aplicação
inicial de mil reais e invista todos os meses R$ 100,00, por 30 anos em um investimento
que renda 1% ao mês, ao final deste período teria contribuído para a sua aposentadoria
R$ 37 mil. No entanto, teria acumulado R$ 385 mil reais. Ou seja, o seu esforço financeiro
foi de R$ 37 mil e aproximadamente R$ 350 mil foram gerados pelos Juros Compostos.
Caso a aplicação fosse em Juros Simples, o valor seria aproximadamente de R$ 100 mil.

R$ 400.000,00 Juros Compostos


R$ 385.000
R$ 300.000,00

R$ 200.000,00

R$ 100.000,00
JS = R$ 100.000
Aplicação:
R$ 0,00 R$ 37.000
1 120 239 358

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Impacto do Imposto e da Inflação
Conceito
Quando a pessoa decide pelas estratégias da previdência complementar ou pela
acumulação própria de recursos, é muito importante analisar o impacto da inflação e do
imposto de renda nas devidas projeções.

A escolha por produtos financeiros atrelados a inflação, faz com que este risco – que é o
principal deles – seja minimizado no longo prazo. O mais importante não é o valor
nominal que se tem de patrimônio, mas sim o quanto esse valor pode adquirir de bens e
pagar por serviços. Portanto, o importante é o “valor real” dos recursos financeiros.

O segundo ponto, e não menos importante, é o impacto dos impostos. Em períodos de


inflação alta, o ganho real líquido (o valor financeiro real após o pagamento dos impostos)
pode ser negativo, mesmo sendo aplicado em ativos cuja remuneração esteja atreladas as
inflação. Isso ocorre pois a tributação incide sobre o ganho financeiro total e não somente
sobre a rentabilidade real. Desta forma, ativos isentos de imposto de renda acabam sendo
muito interessantes nos objetivos de longo prazo.

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Necessidade do Fluxo de Caixa Real


Conceito
O planejamento de aposentadoria considera que o cliente deva acumular recursos
periodicamente em aplicações financeiras para que os rendimentos possam ajudar neste
trabalho de acumulação. No entanto, é importante saber que no Brasil a inflação tem
efeito relevante neste planejamento. Historicamente o Brasil possui índices de inflação na
casa de 4% ao ano, o que quer dizer que os preços sobem, diminuindo o valor do dinheiro
no tempo.

Desta forma, nos cálculos de planejamento de aposentadoria, é aconselhado que seja


utilizado a taxa de juros real, que nada mais é que a taxa de juros nominal, descontada da
inflação (lembrando que por se tratar de juros compostos, o desconto é através de divisão
e não por subtração). Assim sendo, utilização a seguinte fórmula para o cálculo:

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Necessidade do Fluxo de Caixa Real
Conceito
Um cliente deseja ter R$ 1 milhão de reais, a valores de hoje, em 20 anos. Qual o valor
aproximado que ele deverá depositar hoje, sabendo que a aplicação rende 10% ao ano e a
inflação projetada no Brasil para este período é de 4% ao ano?

q RESPOSTA: Primeiramente devemos descobrir a taxa de real da aplicação para depois


calcularmos na HP-12C:

q Cálculo da Taxa Real (*): q Cálculo da aplicação Necessária:

Ø FV = 110 → Motivo: “100 + 10” Ø n = 20


Ø PV = 104 [CHS] → Motivo: “100 + 4” Ø i = 5,7692
Ø n=1 Ø PMT= 0
Ø i = ? = 5,7692 Ø FV = 1.000.000
Ø PV = ? = R$ 325.698,00

(*) Qualquer dúvida na maneira calculada, Aportando R$ 325.698 ele terá o valor
rever o Módulo I - Fundamentos de Finanças. equivalente a R$ 1.000.000,00 de hoje.

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Objetivos de Estilo de Vida


Introdução
Cada indivíduo possui objetivos de vida diferentes e isso também vale para os objetivos da
aposentadoria. Algumas pessoas desejam ter uma aposentadoria que supra as suas
necessidade básicas, outros desejam manter seu alto padrão de estilo de vida.

Desta forma, não cabe ao profissional financeiro dizer o que é o certo e o que é o errado,
mas sim, mensurar e demonstrar como o cliente poderá atingir os objetivos de vida
desejado. Dentro disso, alguns pontos são de extrema importância para o devido
planejamento, tais como:
Ø Idade do cliente;
Ø Rendas disponíveis;
Ø Atividades na aposentadoria;
Ø Custos da terceira idade;
Ø Expectativa de Sobrevida;
Ø Impacto dos Cenários Políticos e Econômicos.

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Objetivos de Estilo de Vida
Idade do Cliente
Quanto mais jovem for iniciada a acumulação de recursos destinada para a aposentadoria,
melhor será a distribuição do esforço de poupança ao longo do tempo, ou seja, quanto
mais tempo o cliente tiver para atingir o seu objetivo, mais fácil será.

Para compreensão, imagine que você necessite acumular R$ 480 mil para atingir o seu
objetivo da aposentadoria aos 60 anos. Sem considerar a remuneração das aplicações
financeiras, se você tem 20 anos (40 anos para o objetivo, ou seja, 480 meses), o valor
necessário para guardar por mês seria de R$ 1.000,00. Mas caso você tenha 50 anos, o
seu esforça deverá ser muito maior, pois necessitará poupar R$ 4.000,00 por mês.

Essa diferença fica ainda mais agravada quando incidimos uma remuneração sobre as
aplicações, pois, durante muito mais tempo, os juros compostos trabalharam para você.
Se a necessidade de poupança está muito elevada, o mais aconselhado não é tomar mais
risco em suas aplicações financeiras, mas sim, reajustar o seu objetivo (podendo ser a
postergação da aposentadoria ou até mesmo a diminuição da renda desejada).

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Objetivos de Estilo de Vida


Rendas Disponíveis
Para atingir os objetivos da aposentadoria, o cliente poderá dispor de diversas rendas, tais
como:
Ø Benefícios da Previdência Social (Ex: INSS);
Ø Planos de Previdência Fechada;
Ø Planos de Previdência Aberta;
Ø Ativos Imobiliários (Ex: Aluguel);
Ø Ativos Mobiliários (Ex: títulos públicos);
Ø Herança;
Ø Atividades na aposentadoria (consultorias, aulas, trabalhos eventuais);

Em relação as Atividades na Aposentadoria, o centro de estudos Institute of Economics


Affairs (IEA), publicou em 2013 que, no período da aposentadoria, o indivíduo pode
aumentar em 60% a probabilidade de aparecer um problema físico, além de elevar em
40% as chances de desenvolver depressão. Desta forma, mais da metade da população
planeja continuar com alguma atividade remunerada, auxiliando mentalmente e
financeiramente. Com isso, será necessário uma acumulação menor durante o período de
acumulação, postergando a utilização dos recursos acumulados para a aposentadoria

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Objetivos de Estilo de Vida
Custos na Terceira idade
Estima-se ser possível manter o padrão de consumo na fase de aposentadoria com 70%
da renda do período ativo. Isto porque, alguns custos diminuirão ou até mesmo deixarão
de existir (por exemplo, financiamento da moradia) e outros tendem a aumentar
consideravelmente (por exemplo, medicamentos). As principais variáveis que sofrerão
mudanças são:
Ø AUMENTO NO CUSTO:
o Gastos com plano saúde;
o Gastos com medicamentos;
o Gastos com viagens e passeios.

Ø DIMINUIÇÃO NO CUSTO:
o Gastos com consolidação do patrimônio (imóveis, carros);
o Gastos com transporte;
o Gastos com vestuário;
o Gastos com dependentes;
o Esforço de poupança.

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Objetivos de Estilo de Vida


Expectativa de Sobrevida
Para analisar o valor necessário que um indivíduo necessitará na aposentadoria, devemos
estimar por quanto tempo deverá ser utilizado os devidos recursos, ou seja, qual a
expectativa de vida da pessoa. Desta forma, três são os principais modelos para isto:
Ø IBGE: O governo monitora a evolução da expectativa de vida da população, através
de estudo pelo IBGE;
Ø Tábuas Atuariais: Este é o modelo utilizado pelas Entidades de Previdência;
Ø Histórico Familiar: Para o indivíduo, é importante observar histórico familiar e a
própria saúde, pois é uma análise mais individual do que as generalizadas acima
(IBGE e Tábuas Atuariais).

Também a possibilidade de calcular como os recursos acumulados perdurassem


eternamente, ao invés de estimar que será todo utilizado na aposentadoria. Esse conceito
chamamos de Renda Perpétua.

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Objetivos de Estilo de Vida
Impacto dos Cenários Políticos e Econômicos
As mudanças nos cenários políticos e econômicos podem impactar nos resultados das
aplicações financeiras no longo prazo. Se estimar e projetar essas mudanças no curto e
médio prazo já são de extrema complexidade, como fazer isso para o longo prazo?

A solução para o nosso planejamento é, ao invés de fazermos os cálculos com a taxa


nominal, utilizarmos nas nossas projeções, a taxa de juros real. Com isso, estamos
eliminando o risco inflacionário que é um dos principais fatores que causam erros nas
conquistas dos objetivos de estilo de vida.

No entanto, não podemos esquecer que, nada adianta somente planejar e implantar a
estratégia uma única vez. As estratégias devem ser acompanhadas e ajustadas com o
passar do tempo, minimizando os riscos de distorções agressivas nos cenários políticos e
econômicos da sociedade.

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5.2 Cálculo do Capital Necessário


para a Aposentadoria
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Cálculo do Capital Necessário
Definição de Metas Acessíveis
Há uma grande diferença entre a Renda Desejada pelo cliente e a Renda Necessária para
manter o seu padrão de vida. Isto porque, a maioria dos indivíduos não conseguem
estimar qual o verdadeira valor que ele necessitará na sua aposentadoria, desejando
muitas vezes rendas que serão inatingíveis para a sua capacidade de poupança.

Desta forma, o profissional financeiro possui extrema responsabilidade nesse projeto,


devendo demonstrar ao cliente, quais são os itens relevantes, para que o Planejamento
de Aposentadoria, seja viável com prazos condizentes com o objetivo do indivíduo.

Por se tratar de um projeto de longo prazo, este planejamento deve ser monitorado e
mensurado ao longo do tempo, para que se possa fazer ajustes necessários em quanto há
tempo.

Apostila 2022 18
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Cálculo do Capital Necessário


Passo a Passo
Para calcularmos o valor necessário para atingir os objetivos de vida de cada pessoa,
devemos separar o problema em duas etapas, nesta respectiva ordem:
Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria): Nesta etapa, precisamos descobrir qual o
valor necessário a ser acumulado na aposentadoria. Como estamos analisando
somente o período da aposentadoria, o valor necessário a ser acumulado, será o
valor inicial dessa etapa, ou seja, será o VALOR PRESENTE (PV) desse período.
Ø Etapa 2 (Período de Acumulação): Este é o período no qual o indivíduo estará
contribuindo para atingir seus objetivos. Normalmente, calculamos como se o cliente
fizesse aplicações mensais. Mas, o mais importante neste processo é que, como
calculamos na ETAPA 1 o valor necessário a ser acumulado para atingir o devido
objetivo, este valor que foi o PV da ETAPA 1, agora será o VALOR FUTURO (FV) da
ETAPA 2

q PARA A PROVA: Em todos os casos, a taxa de juros utilizada poderá ser uma taxa
nominal, real ou até mesmo uma taxa real líquida. Além disso, algumas pessoas possuem
valores iniciais para atingir os seus objetivos, outras não. Assim sendo, o Valor Presente da
ETAPA 2 poderá ser zero ou ter algum valor a ser inserido.

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Cálculo do Capital Necessário
Tipos de Estratégias
Agora que vimos como se deve proceder os cálculos para a aposentadoria, devemos ficar
atentos na peculiaridades dos devidos cálculos. Essas peculiaridades envolvem
principalmente nas estratégias das rendas na aposentadoria. As principais são:
Ø Renda com esgotamento de capital acumulado: nesta renda, o indivíduo
consumirá todo o capital acumulado. Para o cálculo do PV da Etapa 1 (Período da
Aposentadoria), deve-se utilizar o valor zero no FV.
Ø Renda com estratégia para Herança: Aqui o cliente deseja manter um valor de
herança para os herdeiros e este valor deverá ser inserido no [FV] da Etapa 1
(Período da Aposentadoria)
Ø Renda Vitalícia: nesta estratégia, somente será utilizado os juros gerados pelo
patrimônio acumulado. Para o cálculo do PV da Etapa 1 (Período da Aposentadoria),
deve-se utilizar o conceito de PV perpétuo, seguindo os seguintes passos na HP-12C:
§ [Taxa de retorno] [ENTER]
§ [Renda Perpétua desejada]
§ [%T] → este será o PV Perpétuo

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Risco da Longevidade
Conceito
Quando projetamos o valor necessário a ser acumulado para poder viver na
aposentadoria, a estratégia de conversão do capital em geração de renda (esgotar o
capital), necessita ser estimado uma data na qual o indivíduo irá falecer. Desta forma,
surge o risco da longevidade.

O risco da longevidade consiste em o indivíduo viver mais do que o estimado, pois o


mesmo acumulou menos recursos do que o necessário para o uso dos recursos na
aposentadoria. Para minimizar essa situação, partimos para a estratégia de renda
perpétua, na qual o cliente consumirá somente os juros gerados pelo capital acumulado

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Renda com esgotamento de capital acumulado
Conceito
Neste tipo de renda, projetasse que o valor acumulado será todo consumido até certa
idade. Desta forma, o indivíduo possui risco de esgotamento de capital, ou seja, os
recursos podem acabar antes do seu falecimento.

Recurso Acumulado

Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria

Período de Idade de Período da


Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

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Renda com esgotamento de capital acumulado


Cálculo
Rafael, com 30 anos, deseja ter dos 60 anos até os 80 anos uma renda de R$ 10 mil por
mês. Estimando uma taxa de retorno de 1% ao mês por todo o perídio, quanto ele deve
aportar mês a mês?

q CÁLCULO: GRÁFICO COMPLETO


Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria):
§ n = 240 (20 anos x 12 meses) R$

§ i=1
FV
§ FV = 0 PV

§ PMT = + 10.000 908.194


§ PV = ?= ‒ 908.194,16
Ø Etapa 2 (Período de Acumulação):
§ n = 360 (30 anos x 12 meses) $
§ i=1 Acumulação Aposentadoria

§ FV = +908.194,16
§ PV = 0 0,00
30 60 80 idade
§ PMT= ? = ‒ R$ 259,86

Apostila 2022 23
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Renda com estratégia para herança
Conceito
Nesta estratégia o indivíduo deseja utilizar mais que os juros incidentes da sua aplicação
financeira, porém, mantendo ainda algum patrimônio para os herdeiros. Assim sendo,
esta é uma estratégia que mescla as duas anteriores, sendo necessário um capital
acumulado menor que a renda vitalícia, porém maior que por esgotamento de capital.

Recurso Acumulado

$
Valor que se deseja
deixar para herança $
Período de Idade de Período da
Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

Apostila 2022 24
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Renda com estratégia para herança


Cálculo
Rafael, com 30 anos, deseja ter dos 60 anos até os 80 anos uma renda de R$ 10 mil por
mês, deixando um valor de R$ 500 mil de herança para os netos. Estimando uma taxa de
retorno de 1% ao mês por todo o perídio, quanto ele deve aportar mês a mês?

q CÁLCULO: GRÁFICO COMPLETO


Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria):
§ n = 240 (20 anos x 12 meses) R$

§ i=1
FV
§ FV = + 500.000 PV

§ PMT = + 10.000 954.097


§ PV = ?= ‒ 954.097,08
Ø Etapa 2 (Período de Acumulação):
§ n = 360 (30 anos x 12 meses) $
§ i=1 500 mil
Acumulação Aposentadoria

§ FV = + 954.097,08 $
§ PV = 0 0,00
30 60 80 idade
§ PMT= ? = ‒ R$ 272,99

Apostila 2022 25
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Renda Vitalícia
Conceito
A renda vitalícia consiste um utilizar somente os juros da aplicação financeira. Neste
conceito, o indivíduo não possui risco de esgotamento de capital, pois ele não utiliza o
valor acumulado, somente os juros da aplicação. Aqui, será necessário uma acumulação
de patrimônio maior, pois todo o recursos acumulado, ficará para os herdeiros.

Recurso Acumulado

Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria

JUROS

Período de Idade de Período da


Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

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Renda Vitalícia
Cálculo
Rafael, com 30 anos, deseja iniciar seu planejamento de aposentadoria para que, aos 60
anos, ele tenha uma renda perpétua de R$ 10 mil reais por mês. Estimando uma taxa de
retorno de 1% ao mês por todo o perídio, quanto ele deve aportar mês a mês?

q CÁLCULO: Gráfico Completo


Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria):
§ 1 [ENTER] R$

§ 10.000
FV
§ [%T] PV

§ PV Perpétuo = R$ 1.000.000,00 1.000.000

Ø Etapa 2 (Período de Acumulação):


§ n = 360 (30 anos x 12 meses) Acumulação $ Aposentadoria
§ i=1
§ FV = +1.000.000
JUROS
§ PV = 0
0,00
§ PMT= ? = ‒ R$ 286,13 30 60 ∞ idade

Apostila 2022 27
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Prioridades das Necessidades Financeiras
Conceito
Dentro das necessidades financeiras, é importante analisar e classificar os custos possíveis
na aposentadoria. Podemos classificar os custos em quatro tipos:
Ø Custos Fixos e Liquidáveis (hipoteca): estes são os custos fixos durante o período
de acumulação que tenderão a desaparecer na aposentadoria. Como exemplo, está o
custo da moradia, no qual o indivíduo contrai um empréstimo por 20-30 anos e
acaba liquidando aproximadamente na sua aposentadoria.
Ø Custos Fixos e Permanentes: já estes custos são aqueles que não terminarão no
período da aposentadoria, mesmo eles variando de um mês para o outro. Podemos
elencar o aluguel (caso o indivíduo não tenha adquirido um imóvel próprio),
condomínio, água, luz, alimentação.
Ø Custos Variáveis e Liquidáveis (suporte a familiares): aqui devemos analisar os
possíveis custos que familiares ainda necessitem do aposentado. Pode ser a
educação dos netos, ou até mesmo a moradia dos filhos.
Ø Custos Variáveis e Permanentes (custo de vida básico): nos custos variáveis e
permanentes deve-se analisar os gastos com viagens, novas atividades, serviços de
cuidadores, etc.

Apostila 2022 28
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5.3 Previdência Social


Apostila 2022 29
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CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Conceito
As contribuições dos trabalhadores ativos servem para custear os benefícios dos
trabalhadores inativos, sendo desta forma, um SEGURO SOCIAL. O valor pago por cada
pessoa através de impostos (por exemplo, CSLL e INSS), fica em uma “conta comum”
administrada pelo governo, gerando a incerteza do valor a ser recebido no futuro (Risco
de leis mudarem; População ativa não conseguir arcar os custos dos aposentados; etc).
Vale ressaltar também, que nenhum segurado poderá receber menos que um salário
mínimo através dos benefícios, e também que há um valor máximo que uma pessoa
aposentada pelo INSS pode receber (em 2019 o valor é de R$ 5.839,45).

População Ativa Aposentados

Apostila 2022 30
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Regime de Repartição
A previdência social tem como financiamento o regime financeiro de repartição simples,
onde os contribuintes efetuam pagamentos sem a formação de reservas individualizadas,
sendo adotado pelas previdências públicas em quase todos os países do mundo. Desta
forma, os contribuintes ativos (trabalhadores da geração atual) pagam os benefícios dos
inativos (geração passada), e futuramente, quando estes ativos se transformarem em
inativos, seus benefícios dependerão dos contribuintes da geração futura (novos
trabalhadores que ingressarem no sistema previdenciário).

q OBSERVAÇÕES:
Ø Processo de distribuição entre contribuições e benefícios dentro de gerações
diferentes, ou seja, as contribuições previdenciárias pagas pela população ativa
destinam-se a cobrir os gastos com os benefícios dos inativos;
Ø Envelhecimento da população é um grande risco no longo prazo;
Ø Nível de desemprego também é um grande risco, vide que haverá menos
contribuintes.

Apostila 2022 31
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Previdência Social
Estrutura da Previdência Pública
A previdência pública é dividida entre dois principais tipos (regimes). São eles:
Ø RGPS – Regime Geral de Previdência Social (INSS): Este regime possui filiação
obrigatória e caráter contributivo, prevendo benefícios para o segurado e seus
dependentes. Todo trabalhador com carteira assinada de empresa privada (CLT) é
automaticamente filiado ao RGPS. Também é possível aderir a este regime por conta
própria, contribuindo mensalmente, e assim, ter direito aos benefícios
previdenciários. Assim sendo, dentre os contribuintes do RGPS, encontram-se os
empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos, trabalhadores e
contribuintes individuais (desde que tenham mais de 16 anos), mesmo não tendo
renda própria.
Ø RPPS – Regime Próprio de Previdência Social: Voltado para funcionários públicos
e militares, prevê um conjunto de benefícios ao segurado e seus dependentes. É
compulsório para o servidor público do ente federativo que o tenha instituído
(cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios). Ele
possui caráter contributivo e solidário, tendo contribuição dos devidos participantes,
tanto dos ativos e inativos, quanto dos pensionistas.

Apostila 2022 32
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
RGPS (INSS)
A sigla INSS significa Instituto Nacional do Seguro Social (órgão do Ministério da
Previdência Social, ligado diretamente ao Governo) e é responsável pelos pagamentos das
aposentadorias e demais benefícios dos trabalhadores brasileiros que contribuem com a
Previdência Social (seguro que garante uma aposentadoria ao contribuinte quando ele
deixa de trabalhar), com exceção dos servidores públicos (RPPS).

A principal vantagem da contribuição para o INSS é garantir o recebimento de um


benefício mensal durante a aposentadoria. Outra vantagem é que o trabalhador que
contribui para a Previdência tem direito de receber auxílio-doença em caso de
afastamento do serviço por motivo de saúde. A seguir serão descritos os benefícios
advindos do recolhimento do INSS.

Apostila 2022 33
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Principais Benefícios
Os principais benefícios que o Seguro Social proporciona são:

Para os SEGURADOS Para os DEPENDENTES


APOSENTADORIA AUXÍLIOS PENSÃO AUXÍLIO

Ø Regra Geral Ø Doença Ø Por morte do Ø Reclusão


segurado
Ø Especial Ø Acidente

Ø Por invalidez Ø Salário-Família

Ø Salário-
Maternidade

Ø Desemprego

Apostila 2022 34
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Nova Previdência
A Nova Previdência, promulgada pelo Congresso Nacional em novembro de 2019, trouxe
diversas modificações ao sistema de aposentadoria brasileira. As principais mudanças
ocorreram na idade de aposentadoria e no novo tempo mínimo de contribuição, não
existindo mais a aposentadoria somente por tempo de contribuição. Também houveram
mudanças nos percentuais cobrados para o seguro social e no cálculo do recebimento, já
que a regra da média dos 80% maiores salários de contribuição, NÃO EXISTE MAIS.

As novas regras valem, não somente para os segurados do RGPS (Regime Geral de
Previdência Social), mas também para os segurados do RPPS (Regime Próprio de
Previdência Social da União).

Nesta mudança, há novas regras para o período de transição para quem já está no
mercado de trabalho, podendo ser possível escolher a forma mais vantajosa para o
contribuinte. No RGPS, são cinco regras de transição possíveis a serem escolhidas: quatro
por tempo de contribuição e uma por idade. Já para o RPPS, são duas opções de
transição.

Apostila 2022 35
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
Os novos parâmetros para APOSENTADORIA PELA REGRA GERAL faz com que seja
necessário um tempo mínimo de idade E um tempo mínimo de contribuição,
diferentemente do que ocorria antigamente, no qual era um tempo mínimo de idade OU
um tempo mínimo de contribuição. Ou seja, não é mais possível se aposentar por tempo
de contribuição SEM atingir uma idade mínima.

No RGPS (Regime Geral de Previdência Social), para trabalhadores da iniciativa privada e


de municípios (área urbana) sem sistema previdenciário próprio, entre outros, a regra
geral de aposentadoria passa a exigir:
Ø Mulheres: pelo menos 62 anos de idade E 15 anos de contribuição.
Ø Homens: 65 anos de idade E 20 anos de contribuição. No entanto, os homens que
estiverem filiados ao RGPS antes de a emenda constitucional entrar em vigor, o
tempo de contribuição mínimo permanecerá em 15 anos.

Categorias como professores, policiais, agente penitenciário, agente socioeducativo,


policial legislativo, policial federal, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal e
policial civil do Distrito Federal possuem prazos distintos.

Apostila 2022 36
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Nova Previdência
q VALOR DOS BENEFÍCIOS: Ao atingir a idade e o tempo de contribuição mínimos, os
trabalhadores do RGPS poderão se aposentar com 60% da média de TODAS as
contribuições previdenciárias efetuadas desde julho de 1994. A cada ano a mais de
contribuição, além do mínimo exigido, serão acrescidos dois pontos percentuais aos
60%. Assim, para ter direito à aposentadoria no valor de 100% da média de contribuições,
as mulheres deverão contribuir por 35 anos e os homens, por 40 anos. Em resumo:
Ø NENHUM BENEFÍCIO terá valor mensal INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO;
Ø O pagamento da aposentadoria pelo RGPS não pode superar o teto do INSS;
Ø Todos os salários de contribuição serão atualizados na forma da lei;
Ø O valor será definido levando em consideração todas as contribuições feitas pelo
segurado desde julho de 1994;
Ø O percentual do benefício recebido poderá ultrapassar 100% para mulheres que
contribuírem por mais de 35 anos e para homens que contribuírem por mais de 40
anos – sempre limitado ao teto do RGPS.

Caso o contribuinte deseje ter uma renda maior na sua aposentadoria, ele deverá buscar
alternativas como a previdência privada ou acumulando recursos em ativos financeiros.

Apostila 2022 37
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
q REGRAS DE TRANSIÇÃO: A partir da sanção da reforma, o Brasil vai ficar até 2033 em
período de transição. Com isso, o contribuinte que já estava no mercado de trabalho pelo
Regime Geral (RGPS) terá cinco opções de regras de transição: quatro por tempo de
contribuição e uma por idade. Já para os contribuintes pelo Regimes Próprios (RPPS),
terão duas opções de transição. Vale ressaltar que estas opções não são obrigatórias,
somente se o contribuinte achar mais vantajoso.

Em relação ao RGPS (que é o edital da prova), as opções de transição são:


Ø Sistema de pontos;
Ø Tempo de contribuição e idade mínima;
Ø Fator previdenciário − pedágio de 50%;
Ø Idade mínima e pedágio de 100%;
Ø Aposentadoria por idade (RGPS).

A seguir, veremos cada um desses regras de transições, lembrando sempre que serão
apresentadas as regras gerais e não as exceções, como por exemplo, professores da
educação básica.

Apostila 2022 38
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Nova Previdência
q SISTEMA DE PONTOS: Esta é a regra na qual já existia de soma de pontos, no qual se
soma o tempo de contribuição com a idade do contribuinte. As mulheres poderão se
aposentar a partir de 86 pontos, respeitando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.
Já os homens poderão se aposentar com 96 pontos, com tempo mínimo de contribuição
de 30 anos. A cada ano a partir de 2019, será exigido um ponto a mais, totalizando 100
pontos para as mulheres em 2033 e a 105 pontos para os homens, em 2028.

q TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE MÍNIMA: Com esta escolha, os homens poderão


se aposentar aos 61 anos, desde que tenham pelo menos 35 anos de contribuição. Já as
mulheres, a idade mínima será de 56 anos e 30 anos de contribuição. A idade mínima
exigida subirá seis meses a cada ano, até chegar aos 65 anos de idade para eles, em 2027,
e 62 anos de idade para elas, em 2031.

q APOSENTADORIA POR IDADE: Esta regra tem impacto somente para as mulheres, pois
para os homens mantém idade mínima de 65 anos. Para as elas, a idade mínima começa
em 60 anos, em 2019, e sobe seis meses a cada ano, até chegar a 62 anos em 2023. O
tempo de contribuição mínima, em ambos os casos, é de 15 anos.

Apostila 2022 39
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Nova Previdência
q FATOR PREVIDENCIÁRIO − PEDÁGIO DE 50%: Aqui os homens com mais de 33 anos de
contribuição e as mulheres com mais de 28 anos de contribuição poderão escolher pela
aposentadoria sem idade mínima, desde que paguem um pedágio de 50% sobre o tempo
mínimo que faltava para se aposentar (35 anos para eles e 30 anos para elas). Por
exemplo, um homem com 33 anos de contribuição poderá se aposentar sem idade
mínima, desde que contribua por três anos (2 anos normais para os 35 anos e mais 1 ano
adicional, correspondente ao pagamento do pedágio de 50% que faltava para a
aposentadoria). O valor da aposentadoria aqui será diferente. Será calculado pela a média
de todas as contribuições desde julho/1994, aplicando-se o fator previdenciário.

q IDADE MÍNIMA E PEDÁGIO DE 100%: Nesta regra além de um pedágio de 100% sobre
o tempo mínimo que faltava para se aposentar, também possuo uma idade mínima. Para
os homens, a idade mínima será de 60 anos e, para as mulheres, de 57 anos. Por exemplo,
uma mulher de 57 anos de idade e 28 anos de contribuição necessitará trabalhar por mais
quatro anos (dois anos normais para os 30 anos, mais dois anos de pedágio), para solicitar
o benefício. O valor da aposentadoria aqui também será diferente. Corresponderá a 100%
da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.

Apostila 2022 40
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q APOSENTADORIA ESPECIAL: Benefício concedido ao cidadão que trabalha exposto a
agentes nocivos à saúde, como calor ou ruído, de forma contínua e ininterrupta, em níveis
de exposição acima dos limites estabelecidos em legislação própria. Com o novo decreto,
entende-se que todos os contribuintes possuem direito a aposentadoria especial, desde
que comprovem sua condição.

q APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: Benefício devido ao trabalhador permanentemente


incapaz de exercer qualquer atividade laborativa e que também não possa ser reabilitado
em outra profissão, de acordo com a avaliação da perícia médica do INSS. O benefício é
pago enquanto persistir a incapacidade e pode ser reavaliado pelo INSS a cada dois anos.

Apostila 2022 41
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q AUXÍLIO-DOENÇA: benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS acometido
por uma doença ou acidente que o torne temporariamente incapaz para o trabalho.
Carência de 12 contribuições, porém existem diversas doenças que o INSS isenta a
carência, tais como tuberculose ativa, doença de Parkinson, esclerose múltipla, cegueira,
entre outras.

q AUXÍLIO-ACIDENTE: benefício a que o segurado do INSS pode ter direito quando


desenvolver sequela permanente que reduza sua capacidade laborativa. Este direito
é analisado pela perícia médica do INSS, no momento da avaliação pericial. O benefício é
pago como uma forma de indenização em função do acidente e, portanto, não impede o
cidadão de continuar trabalhando. Importante ressaltar que desde 1997, este benefício
perdeu a sua natureza vitalícia e atualmente não é mais possível receber juntamente com
a aposentadoria, mas com os demais benefícios sim (auxílio-doença, pensão por morte,
salário maternidade, etc). Outro ponto importante é que não se pode receber mais de um
auxílio-acidente. Este benefício não tem carência e estão excluídos do direito ao
benefício os segurados na condição de contribuinte individual (autônomo).

Apostila 2022 42
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Principais Benefícios para os Segurados
q SALÁRIO-FAMÍLIA: valor pago ao empregado (inclusive o doméstico) e ao trabalhador
avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores de
quatorze anos não têm direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não há limite de
idade). Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de renda
estipulado pelo governo federal. Este benefício NÃO POSSUI CARÊNCIA.

q SALÁRIO-MATERNIDADE: Benefício devido a pessoa que se afasta de sua atividade, por


motivo de nascimento de filho, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins
de adoção. Em relação a carência, ela é de: 10 meses para ara o trabalhador Contribuinte
Individual, Facultativo e Segurado Especial (rural); Isento para segurados Empregado,
Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso. Caso haja a perda da qualidade de segurado,
o mesmo deverá cumprir metade do período da carência, ou seja, cinco meses

q SEGURO DESEMPREGO: este é um direito do trabalhador ou do empregado doméstico


demitido SEM justa causa, mas também dos trabalhadores resgatados de trabalho similar
à escravidão e do pescador em períodos de defeso (período na qual a pesca é proibida
motivada pela necessidade de desova dos peixes). benefício. Estão excluídos do direito ao
benefício os segurados na condição de contribuinte individual (autônomo).
Apostila 2022 43
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Principais Benefícios para os Dependentes
q PENSÃO POR MORTE: este benefício, que NÃO POSSUI CARÊNCIA, é pago aos
dependentes do segurado do INSS que vier a falecer ou, em caso de desaparecimento,
tiver sua morte presumida declarada judicialmente. A Lei considerada possíveis
beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, as seguintes pessoas:
(I) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim
declarado judicialmente;
(II) os pais; e
(III) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.
q AUXÍLIO-RECLUSÃO: benefício devido apenas aos dependentes (até 21 anos, salvo se
for inválido ou com deficiência) do segurado do INSS preso em regime fechado ou
semiaberto, durante o período de reclusão ou detenção. O segurado não pode estar
recebendo salário de empresa nem benefício do INSS. Em 2019, este limite era de
R$ 1.364,43.

Apostila 2022 44
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Fator Previdenciário
O Favor Previdenciário foi criado com o objetivo evitar solicitações de aposentadoria
excessivamente prematuras e atualmente, será usado somente quando contribuinte
escolher a regra de transição por FATOR PREVIDENCIÁRIO − PEDÁGIO DE 50%. Sua
aplicação pode aumentar ou diminuir o valor do “salário de benefício”. Sua fórmula é:

Ø f = fator previdenciário
Ø Tc = tempo de contribuição do trabalhador
Ø a = alíquota de contribuição 0,31 (11% + 20%)
Ø Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria
Ø Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria

Apostila 2022 45
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Fator Previdenciário: Tabela

0,8503 0,8879 0,9239 0,9624

0,8762 0,9149 0,9520 0,9916

0,9022 0,9420 0,9801

0,9282 0,9692 1,0084


0,9544 0,9965

0,9806

Apostila 2022 46
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.4 Previdência Complementar


(Aberta ou Fechada)
Apostila 2022 47
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Conceito
Existem duas formas institucionalizadas de ser realizada a previdência complementar no
Brasil e, mesmo sendo muito parecidas, elas são bem diferentes. São elas:
Ø EFPC: Entidade FECHADA de Previdência Complementar, fiscalizadas pela PREVIC;
Ø EAPC: Entidade ABERTA de Previdência Complementas, fiscalizadas pela SUSEP.

A previdência fechada, também conhecida como “Fundos de Pensão”, é realizada por ou


para empresas (Plano Patrocinado por Empregador) ou para associações (Plano Instituído
por Entidade Associativa), sendo exclusiva aos funcionários da empresa ou aos associados
destes grupos (Conselhos Profissionais, Sindicatos, Cooperativas ou Associações).

Já a previdência aberta é “aberta a qualquer pessoa”, ou seja, pode ser aderida por
qualquer participante pessoa física ou jurídica, disponibilizadas por seguradoras através
de bancos e corretoras.

Apostila 2022 48
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Entidades Abertas (EAPC)


Conceito
Diferentemente das EFPCs, que não possuem fins lucrativos, as EAPCs são sociedades
anônimas com Fins Lucrativos acessíveis a quaisquer pessoas físicas e têm por objetivo
instituir e operar planos de previdência com benefícios concedidos em forma de renda
continuada ou pagamento único. A SUSEP define as EAPC como “Entidade Abertas de
Previdência Complementar ou Sociedades Seguradoras autorizada a instituir planos de
Previdência Complementar Aberta” (SUSEP, Glossário).

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Normatização cabe ao CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados);
Ø São sociedades anônimas autorizadas e fiscalizadas pela SUSEP;
Ø Possui fins lucrativos;
Ø Acessível a qualquer pessoa física;
Ø Os planos podem ser individuais ou coletivos;
Ø Natureza contratual.

Apostila 2022 49
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Instituído e Averbado
Existem duas maneiras das empresas participarem do plano de aposentadoria dos seus
funcionários. A primeira é pela forma “Instituído”, no qual ela participa do custeio do
plano de previdência. A segunda é chamada de “Averbado”, na qual ela não contribui com
recursos financeiros, tendo somente poderes para representar seus funcionários perante
as seguradoras ou entidades abertas.

Em relação ao plano coletivo Instituído, suas principais características são:


Ø A instituidora é a pessoa jurídica que propõe a contratação de plano coletivo,
ficando investida de poderes de representação exclusivamente para contratá-lo com
a seguradora ou com a Entidade Aberta (EAPC);
Ø Participa do custeio do plano (total ou parcialmente);
Ø As contribuições feitas pela empresa Instituidora pela forma de PGBL, podem ser
utilizadas como despesa operacional (até o limite de 20% da folha salarial total dos
participantes do plano) para abatimento da base de cálculo do IRPJ e da CSLL;
Ø Sobre estas contribuições, não incidem encargos trabalhistas.

Apostila 2022 50
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Complementar
Eventos Geradores de Benefícios
São três os tipos de eventos que podem gerar benefícios aos beneficiários dos planos de
previdência aberta (desde que o benefício esteja contemplado no plano. São eles:
Ø Sobrevivência: Permite ao participante que sobreviver ao período de acumulação
contratado, escolher o recebimento de benefício de aposentadoria (caráter vitalício
ou temporário);
Ø Morte: Garante pagamento ao(s) beneficiários(s) indicados na proposta, de um
benefício em decorrência da morte do participante no período de cobertura, desde
que cumprido o prazo de carência, se houver;
Ø Invalidez: Garante um benefício ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente no período de cobertura, desde que cumprido o prazo
de carência, se houver.

Apostila 2022 51
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Conceito
Segue abaixo, significados importantes da Previdência Complementar
Ø Plano: Conjunto de regras estabelecidas em regulamento e Nota Técnica Atuarial,
com objetivo de atender de forma geral ou particular, às necessidades
previdenciárias dos participantes. Junto ao plano aderido, o participante poderá
contratar espontaneamente seguros como de vida, doenças graves, invalidez caso
haja a opção disponível no plano;
Ø Benefício: Pagamento em dinheiro efetuado pela entidade ao participante ou
beneficiário em contrapartida às contribuições feitas para custeio do plano;
Ø Participante: Pessoa física que contrata um plano de Previdência;
Ø Ativo: Participante que não se encontra em gozo de benefício;
Ø Assistido: Participante, ou seus beneficiários, que se encontram em gozo de
benefício de aposentadoria ou pensão previsto no plano;
Ø Período de Diferimento: Período que estarão ocorrendo as contribuições;
Ø Período de Benefício: Período que o Assistido estará recebendo a renda
contratada do plano;
Ø Período de Cobertura: Período que engloba o Período de Diferimento, mais o
Período de Benefício, ou seja, do início ao fim do plano.

Apostila 2022 52
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Complementar
Tipos de Planos
Os planos de previdência complementar, tanto na previdência aberta, quanto na fechada,
podem ser constituídos em até três tipos de planos que são:
Ø Benefício Definido (BD)
Ø Contribuição Definida (CD)
Ø Contribuição Variável (CV)

Comercialmente, o que ocorre hoje em dia, é que os planos de Benefício Definido (BD) e
Contribuição Definida (CD) são utilizados nos planos de Entidades Fechadas de
Previdência Complementar, os fundos de pensão. Já a Contribuição Variável (CV) é muito
utilizada dentro das Entidades Abertas (EAPCs) por ser a mescla do BD com o CD,
conforme iremos aprender a seguir.

Apostila 2022 53
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Benefício Definido (BD)
Os planos classificados como Benefício Definido (BD) tem como principal característica
que o participante tenha o valor da sua renda pré-determinada desde a adesão do plano,
contribuindo através de um fundo mútuo entre todos os participantes, com a sua
contribuição sendo calculada em função do seu benefício. Estes planos possuem portanto
o princípio do mutualismo contributivo, onde o custo (incluindo o risco de um déficit
atuarial) sendo distribuído entre todos: o patrocinador, os participantes e os assistidos.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação SEMPRE será TABELA PROGRESSIVA (compensável), ou seja, não é
possível escolher a tabela regressiva neste tipo de plano;
Ø Contribuição é calculada em função do benefício;
Ø Valor do Benefício Definido no início do plano;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 30%;
Ø Risco de Mutualismo (todos arcam com o déficit atuarial);
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas);
Ø Neste plano, o participante poderá resgatar os seus recursos ou converter em
qualquer tipo de renda;

Apostila 2022 54
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Complementar
Contribuição Definida (CD)
Os planos classificados como Contribuição Definida (CD) tem como principal característica
serem aplicações financeiras em contas individualizadas desde a adesão do plano, ou seja,
é uma poupança individualizada em um plano previdenciário. Ao invés de se ter um
“Benefício Definido”, este plano será de um benefício Indefinido, pois dependerá dos
valores acumulados e do resultado financeiro do plano.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Valor da Contribuição Definida;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø NÃO possui risco de déficit atuarial;
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas).
Ø Neste plano, o participante SOMENTE PODERÁ RESGATAR os seus recursos ou
converter em RENDA PRAZO CERTO;
Ø NÃO é possível converter em renda vitalícia.

Apostila 2022 55
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Contribuição Variável (CV)
Os planos classificados como Contribuição Variável (CV) tem como principal característica
serem um plano misto que combina as modalidades Benefício Definido (BD) e
Contribuição Definida (CD). Durante o período de contribuição, o participante possui sua
conta individualizada (CD) e no momento da aposentadoria ele pode converter em
qualquer tipo de renda (BD – Benefícios Pré-Determinados). Os planos do tipo VGBL e
PGBL somente podem ser constituídos sob a forma de Contribuição Variável.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø Sua utilização ocorre em EAPCs.
Ø Neste plano o participante poderá converter em qualquer tipo de renda;

Apostila 2022 56
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Tipos
FASE DE PAGAMENTO FASE DE PAGAMENTO
DAS CONTRIBUIÇÕES DOS BENEFÍCIOS
Ø FIE: Fundos de Investimentos Ø Benefícios
Ø Contribuições
Ø Carregamento Ø Parâmetros Técnicos:
Ø Taxa de Adm. Financeira o Tábua biométrica;
Ø Taxa performance o Taxa de juros;
Ø Resgates o Excedente financeiro.
Ø Portabilidade
Ø Carências
Ø Risco do produto
Ø Incentivo Fiscal
Ø Tributação

Apostila 2022 57
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
FIE: Fundos de Investimentos
Os planos de previdência investem através dos FIE que são “Fundos de Investimento
Especialmente constituído ou o fundo de investimento em quotas de fundos de
investimento especialmente constituídos, CUJOS ÚNICOS QUOTISTAS sejam, direta ou
indiretamente, sociedades seguradoras e EAPC (Entidades Abertas de Previdência
Complementar) ou, no caso de fundo com patrimônio segregado, segurados e
participantes de planos VGBL ou PGBL” (Circular SUSEP 338/07).
Desta forma, os ativos dos fundo em previdência pertencem a seguradora, fazendo com
que o cotista tenha, além do risco dos ativos que compõem a carteira de investimentos do
FIE, o risco da seguradora. Esta é a grande diferença entre um FIE (Fundos de
Investimentos na previdência) e os FI (Fundos de Investimentos comercializados no
mercado), pois, no restante, possuem similaridades: não garantem rentabilidade;
repassam 100% do retorno para o segurado, descontados os custos; possuem políticas de
investimentos; regras para a composição da carteira; etc.
Vale ressaltar dois pontos: (1) os recursos dos participantes nos FIE, em caso de sucessão,
não entrarão em inventário; e (2) o gestor do FIE deve ser registrado na CVM e seguir as
suas mesmas obrigações.

Apostila 2022 58
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


FIE: Fundos de Investimentos
Cada Entidade de Previdência pode definir qual o valor a ser cobrado de taxa de
administração e de carregamento dos seus fundos de previdência no seu período de
diferimento (período de acumulação), além dos benefícios que o plano ter quando houver
conversão de renda (taxa de juros e excedente financeiro). Desta forma, o investidor de
deve escolher o plano que possui:
Ø Menor de taxa de administração (CUSTO);
Ø Menor taxa de carregamento (CUSTO);
Ø Maior taxa de Juros (BENEFÍCIO);
Ø Maior Excedente Financeiro (BENEFÍCIO);
Ø Tábuas Atuarias mais Antigas (BENEFÍCIO).

Além disso, o investidor também deve se importar com o tipo de risco que ele deseja
assumir através da composição da carteira de investimentos do FIE. Esta adequação
deverá ser adequada ao seu perfil de risco. Importante ressaltar que, na fase de
diferimento dos Plano PGBL ou VGBL (antes de converter em renda), não há garantia de
rentabilidade, podendo até mesmo ser negativa. Dentro das classificações dos FIE,
podemos ter a classificação pelo CMN, pela SUSEP e pela ANBIMA.

Apostila 2022 59
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Contribuição
A contribuição nada mais é que o valor que o cliente está aportando no plano de
previdência. Este valor poderá através de aportes únicos (esporádicos) ou com
periodicidade previamente estabelecidos.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Para contribuições com periodicidade (por exemplo, aportes mensais), a
seguradora deverá atualizar o valor da contribuição anualmente pela variação de
índice pactuado no contrato (IGP-M ou IPCA). Caso não seja definido no plano, a
atualização será pelo IPCA;
Ø A Entidade de Previdência poderá estabelecer um valor mínimo de contribuição;
Ø Normalmente são permitidos aportes extraordinários.
Ø Planos Individuais: As contribuições efetuadas pelo participante poderão ser
débito bancário, boleto ou cartão de crédito, conforme pactuado no contrato.
Ø Planos Coletivos: Para a contribuição do empregado, a Entidade poderá recolher
diretamente dos participantes ou delegar à empresa (instituidora ou averbadora) o
recolhimento via folha de pagamento e posterior repasse à EAPC.

Apostila 2022 60
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Taxa de Administração (TAF)
É o percentual que incide sobre o patrimônio líquido do Fundo, de acordo com os saldos
médios diários. Representa a remuneração da Entidade de Previdência e do
administrador do fundo e é descontada da rentabilidade bruta. Vale ressaltar que a
rentabilidade divulgada é sempre líquida, ou seja, já descontada a taxa de administração.
Normalmente é fixada em um percentual anual.

Conforme dito, a taxa de administração financeira (TAF) é provisionada diariamente.


Assim sendo, para calcularmos a rentabilidade do fundo descontada da TAF, devemos
dividir a rentabilidade pela TAF e não somente fazer a subtração (vide que é juros
compostos). Por exemplo:

Ø Valor Investido = R$ 100.000,00


Ø Rendimento Bruto = 10% ao ano
Ø Taxa Adm. Financeira = 2% ao ano
o Rentabilidade = (1,10 ÷ 1,02) = 1,078431 = 7,84%
o Valor Final = R$ 100.000,00 + 7,843% = R$ 107.843,00

Apostila 2022 61
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Taxa de Carregamento
A taxa de carregamento é uma porcentagem cobrada sobre o valor da contribuição e
nunca sobre a rentabilidade. Essa taxa serve para cobrir despesas administrativas, de
corretagem ou de colocação do plano, podendo ser cobrado na entrada (antecipada) ou
na saída (postecipada). O custo máximo permitido é de:
Ø 10% para Planos de Contribuição Variável (CV), mas apenas de 5% quando se
tratar de Carregamento Antecipado;
Ø 30% para Planos de Benefício Definido (BD)

Importante ressaltar que, mesmo que a taxa de carregamento seja do tipo postecipada,
ou seja, cobrada no momento do resgate ou na portabilidade, o valor financeiro cobrado
será sobre o valor da contribuição e não sobre o valor resgatado. É como se fosse uma
“dívida” adquirida do participante do plano com a seguradora no momento que ele fez a
contribuição, e como tal, poderá ser isentada quando ocorrer a “saída”.

Vale ressaltar também que os planos PGBL e VGBL são estruturados na modalidade de
Planos de Contribuição Variável, e como tal, o carregamento máximo será de 10%.

Apostila 2022 62
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Características Técnicas dos Planos


Carregamento: Entrada x Saída

CARREGAMENTO ANTECIPADO CARREGAMENTO POSTECIPADO


(NA ENTRADA) (NA SAÍDA)
q Exemplo: q Exemplo:
Ø Contribuição Bruta = R$ 1.000,00 Ø Contribuição Bruta = R$ 1.000,00
Ø Carregamento = 2% (R$ 20,00) Ø Rentabilidade = 10%
Ø Contribuição líquida = R$ 980,00 Ø Valor do Resgate = R$ 1.100,00
Ø Rentabilidade = 10% Ø Base de cobrança = R$ 1.000,00
Resgate líquido = R$ 1.078,00 Ø Carregamento = 2% (R$ 20,00)
Resgate líquido = R$ 1.080,00

A rentabilidade incidirá sobre o valor da A rentabilidade incidirá sobre o valor da


contribuição descontada da taxa de contribuição. Quando houver o resgate,
carregamento. será cobrado o valor da taxa de
carregamento que ficou em aberto..

Apostila 2022 63
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Características Técnicas dos Planos
TAF X Carregamento
Um cliente deseja fazer um aporte único de R$ 100 mil em um plano de previdência e
resgatar em 30 anos. Estimando um retorno de 10% ao ano, qual dos dois planos é mais
vantajoso a ele?

Taxa Plano A Plano B


Taxa de Carregamento na Entrada 10% 5%
Taxa de Administração Financeira (TAF) 1% a.a. 2% a.a.
PLANO A: PLANO B:
Ø PV = 90.000 [CHS] → (Contribuição de Ø PV = 95.000 [CHS] → (Contribuição de
R$ 100 mil – 10% de carregamento) R$ 100 mil – 5% de carregamento)
Ø i = (1,10 ÷ 1,01) = 1,08911 = 8,911% Ø i = (1,10 ÷ 1,02) = 1,078431 = 7,843%
Ø n = 30 (anos) Ø n = 30 (anos)
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0
Ø FV = 1.165.150,00 (R$) Ø FV = 915.129,23 (R$)

Resposta: plano A, pois ele terá um valor final maior que no plano B!

Apostila 2022 64
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Taxa Performance
Da mesma forma que os fundos de investimentos, os planos de previdência privada
classificados com VGBL ou PGBL, por terem seus investimentos através de FIE (Fundos de
Investimentos Especialmente constituído) também podem ter taxa performance.

A taxa performance é cobrada sobre uma parcela da rentabilidade do fundo de


previdência na qual supere a variação de um índice de desempenho previamente
determinado. Esse índice de desempenho é conhecido no mercado financeiro como
“benchmark”. Ressaltamos que as regras para o gestor do FIE poder cobrar a taxa
performance, seguem as mesmas regras definidas pela CVM, que são:
Ø Conceito Linha d’Água: a cobrança não é permitida caso o valor da cota do fundo
seja inferior ao valor da cota da última cobrança.
Ø Cobrada no mínimo semestralmente e provisionada diariamente.
Ø Realizada após a dedução de todas as despesas (inclusive taxa de administração).
Ø Somente pode ser cobrada em caso de retorno positivo.

Apostila 2022 65
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Resgate
Resgate é a possibilidade dada aos participantes de planos de previdência, durante o
período de acumulação e conforme regulamentação, de retirar os recursos da provisão
matemática de benefícios a conceder, ou seja, do valor acumulado no fundo de
investimento.

PLANOS INDIVIDUAIS PLANOS COLETIVOS


Ø Resgate livre.
Ø Planos averbados: mesmas regras dos
Ø Carência inicial para resgates parciais planos individuais.
ou totais, entre 60 dias e 60 meses. Já
Ø Contribuições dos participantes em planos
os planos destinados exclusivamente a
instituídos: mesmas regras dos planos
investidores qualificados, o prazo
individuais, podendo ocorrer punição com a
mínimo será estendido para 180 dias.
perda das contribuições efetuadas pela
Ø Intervalo mínimo entre resgates será instituidora;
entre 60 dias e 6 meses (24 meses
Ø Contribuições das empresas estão sujeitas
quando for planos para exclusivamente
às regras de “vesting” criadas pela instituidora.
para Investidores Qualificados).

Apostila 2022 66
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Portabilidade
É a possibilidade dada aos participantes de planos de previdência, durante o período de
ACUMULAÇÃO e na forma regulamentada, de transferir os recursos da provisão
matemática de benefícios a conceder para outros planos, ou seja, do valor acumulado no
fundo de investimento SEM COBRANÇA de imposto de renda.

q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Não é possível a portabilidade entre planos distintos (PGBL e VGBL). VGBL faz
portabilidade com VGBL e PGBL com PGBL;
Ø Não é possível a portabilidade entre pessoas;
Ø O período de carência deverá ser de 60 dias, a contar da data de protocolo da
proposta de contratação, podendo ser inferior caso seja na mesma seguradora. O
prazo de 60 dias, será estendido para 180 dias para planos destinados
exclusivamente para investidores qualificados.
Ø MUDANÇA DE REGIME TRIBUTÁRIO: Somente é possível fazer a mudança de
Regime Tributário se o plano estiver no Regime Progressivo, alterando para o
Regressivo (do regressivo para o progressivo é proibido). Desta forma, iniciará uma
nova contagem do tempo a partir do momento da transferência.
Ø Não há incidência de IR na portabilidade (portabilidade não é resgate).
Apostila 2022 67
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tributação
A previdência complementar é a unidade modalidade que se pode escolher mais de um
tipo de tributação. Desta forma, quando aderido o plano de previdência complementar, o
participante deverá escolher entre o Regime Compensável (chamado também de
tributação progressiva, pois varia entre 0 a 27,5%), que irá compor a renda tributável do
contribuinte na declaração de ajuste anual do imposto de renda; ou entre o Regime
Definitivo ou Exclusivo na Fonte (também chamado de tabela regressiva, pois varia de
35% a 10%), sendo que esta não irá compor a renda tributável do contribuindo na
declaração de ajuste anual do imposto de renda.

Já a base de cálculo para a tributação dependerá de alguns fatores, dentre eles:


Ø Entre o plano ser PGBL (sobre o valor total) ou VGBL (sobre o lucro);
Ø Se resgate ou conversão para benefício.

Iremos tratar mais sobre a tributação no capítulo 5 – Produtos de Previdência


Complementar.

Apostila 2022 68
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Excedente Financeiro
É o resultado superior à garantia mínima prevista em contrato, obtida pelo administrador
do plano, no mercado financeiro. No caso dos planos tradicionais, a maioria dos planos de
previdência repassa aos seus participantes uma parte deste excedente financeiro (de 50 a
80%). Os percentuais de excedentes financeiros dependem do tempo de permanência do
participante no plano. No caso de resgates ou cancelamento do plano, poderão ser
aplicados redutores sobre a reserva de excedente financeiro disponível.
q Exemplo 1: quando há a conversão dos recursos do FIE por renda, o dinheiro do
participante continuará aplicado, rendendo frutos. Este fruto é o excedente financeiro, o
qual a instituição poderá passar parte dele ao participante.
q Exemplo 2: Alguns Planos de Previdência possuem garantia de rentabilidade. No
entanto, em muitos casos o rendimento do FIE é superior ao retorno garantido. Com isso,
a instituição poderá passar parte aos participantes.

Apostila 2022 69
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tábua Biométrica
Tabela de dados utilizada na administração de planos de previdência e seguros de vida
com a finalidade de calcular as probabilidades de vida e morte de uma população, em
função da idade. Quanto maior a expectativa de vida, menor o valor de recebimento.
Por exemplo, uma pessoa aos 65 anos pela AT49 tem expectativa de vida até os 80,01
anos. Já pela BR SEM, ele viverá em média até os 86 anos. Desta forma, se o participante
optar por converter seus recursos em renda, se o seu plano estiver na AT49, ele receberá
um valor mensal maior do que na AT49.

TÁBUAS 45 ANOS 55 ANOS 65 ANOS

Expectativa de AT 49 75,57 77,20 80,01


vida de algumas
AT 83 80,57 81,78 83,64
tábua biométricas
utilizadas no Brasil: AT 2000 82,94 83,89 85,45

BR EMS 83,7 84,50 86,00

Apostila 2022 70
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Taxa de Juros
A taxa de juros é um percentual de juros pactuado para o plano de previdência que,
juntamente com a tábua biométrica, irá compor o fator de cálculo do benefício.

Por exemplo, um participante com 60 anos que converta R$ 500 mil em renda pela tábua
AT 2000 com juros de 4% receberá R$ 2.794,32. Caso os juros sejam zero, o seu valor será
de apenas R$ 1.697,23.

Benefício para o saldo de


TÁBUA + JUROS
R$ 500mil aos 60 anos
Renda vitalícia sem AT 2000 + 4% R$ 2.794,32
continuidade
(AT + Juros anuais) AT 2000 + 3% R$ 2.500,65

AT 2000 + 0% R$ 1.697,23

Apostila 2022 71
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tipos de Renda
Os planos de previdências possuem o benefício de conversão do saldo acumulado em
renda. Estas rendas podem ser diversos tipos, sendo ela escolhida participante, sendo
verificado, quais delas a segurado oferece. Os tipos de renda podem ser de 6 tipos, sendo
elas:
Ø Renda Mensal Vitalícia: Renda paga vitalícia e exclusivamente ao participante a
partir da data de concessão do benefício. O benefício cessa com o falecimento do
participante.
Ø Renda Mensal Temporária: Renda paga temporária e exclusivamente ao
participante. O benefício cessa com o falecimento do participante ou o fim da
temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro.
Ø Renda Mensal por Prazo Certo: Renda paga por um prazo pré-estabelecido ao
participante. Em caso de falecimento do participante antes do término do prazo
contratado, os beneficiários darão continuidade ao recebimento da renda até se
completar o prazo. A renda prazo certo não leva em consideração a expectativa de
vida do participante, portanto, a tábua atuarial é INDIFERENTE em sua análise.

Apostila 2022 72
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Tipos de Renda
q Continuação:
Ø Renda Mensal Vitalícia com prazo Mínimo Garantido: Renda paga vitaliciamente
ao participante a partir da data da concessão do benefício. Em caso de falecimento
do participante antes do término do prazo contratado, os beneficiários darão
continuidade ao recebimento da renda até se completar o prazo.
Ø Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado: Renda paga
vitaliciamente ao participante a partir da data da concessão. Ocorrendo o
falecimento do participante, um percentual desta renda será revertido vitaliciamente
ao beneficiário indicado.
Ø Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com Continuidade aos Menores:
Renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data da concessão. Ocorrendo
o falecimento do participante, um percentual desta renda será revertido
vitaliciamente ao cônjuge e na falta deste, reversível temporariamente ao(s)
menor(es) até que completem a maioridade (18, 21 ou 24) estabelecida no
regulamento e conforme o percentual de reversão estabelecido.

Apostila 2022 73
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Morte do Participante
Nas coberturas por morte ou invalidez, empresas de previdência privada podem negar
pagamento de benefício por doença pré-existente se o participante omitir esta
informação na contratação do plano (como nos contratos de seguros). Isto não envolve o
pagamento do saldo acumulado no fundo de previdência, somente sobre o seguro
contratado.

q OBSERVAÇÕES RELEVANTES:
Ø Com o falecimento do participante, os beneficiários ou herdeiros legais recebem o
saldo sem a necessidade de inventário;
Ø Quando os beneficiários do plano da previdência não forem Herdeiros
Necessários, ter cuidado para que estes não ultrapassem 50% do patrimônio do
participante (parte da Legítima, no qual ele pode destinar a quem quiser);
Ø Valores recebidos pelos beneficiários são tributáveis conforme Regime Tributário
escolhido pelo participante, respeitando base de cálculo determinada (PGBL ou
VGBL). Caso o plano do titular estiver no Regime Tributário Regressivo e existirem
recursos com prazo inferior a 6 anos, no pagamento do saldo dos beneficiários, a
alíquota a ser aplicada será de 25% sobre esta parte do recurso.

Apostila 2022 74
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Riscos do Produto
Como qualquer outra aplicação financeira, a previdência privada atual possui seus riscos,
porém, serão divididos entra FASE DE DIFERIMENTO e FASE DE BENEFÍCIO!

Na FASE DE DIFERIMENTO (contribuição), o risco da previdência privada aberta é o risco


do fundo no qual está aplicado. Assim sendo, os principais riscos possíveis são o de
mercado, crédito e o de liquidez. Nesta fase, o risco da instituição financeira é
praticamente nula, já que a Lei 11.196/05, art. 78, diz que os ativos aplicados são
segregados, ou seja, o dinheiro do cliente não faz parte do patrimônio da seguradora em
caso de falência. Caso isso ocorra, a SUSEP pode transferir esses ativos para outra
seguradora.

Já na FASE DO BENEFÍCIO, o risco passa ser Instituição Financeira (seguradora nesse caso),
já que o participante "entrega" todo o seu recurso em troca de uma renda estabelecida,
não mais do resultado das aplicações financeiras.

Em resumo, podemos dizer que a previdência privada possui risco de mercado, risco de
crédito, risco de liquidez e risco da entidade de previdência!

Apostila 2022 75
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Planos Individuais x Planos Coletivos
Resumo

INDIVIDUAIS COLETIVOS
AVERBADOS INSTITUÍDOS

Empresa propõe a
Empresa propõe a
Acessíveis a qualquer contratação, ficando
contratação, ficando
Pessoa Física investida de poderes de
investida de poderes de
representação,
representação, SEM
participando, total ou
participar do custeio do
parcialmente, do
plano.
custeio.

Apostila 2022 76
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.5 Conceito dos Produtos


Apostila 2022 77
77
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Conceito dos Produtos
Definição
Os dois principais produtos de previdência complementar aberta são o VGBL (Vida
Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e a única
diferença entre eles se dá em função do benefício fiscal (veremos a seguir). No restante,
as principais características são:
Ø Não possuem garantia de rentabilidade;
Ø O participante terá a sua rentabilidade baseada no retorno da composição da
carteira de investimentos do FIE escolhido (Fundo de Investimentos Especialmente
constituídos);
Ø No final do período de diferimento (acumulação), o investidor terá como opção
um pagamento único (resgate) ou na transformação de uma renda mensal (essa
renda poderá ser vitalícia, temporária, por prazo certo ...);
Ø Não possuem antecipação do imposto de renda (come-cotas);
Ø Produtos com característica de longo prazo;
Ø Tributação escolhida pelo segurado através da tabela progressiva ou regressiva;
Ø Produtos para planejamento sucessório: Não entram em inventário e em alguns
Estados, estão isentos da cobrança do imposto ITCMD.

Apostila 2022 78
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Conceito dos Produtos


PGBL x VGBL
A diferença entre os planos PGBL e VGBL são:
Ø PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre):
o Permite abatimento das contribuições da base de cálculo de IR, até o limite de
12% da renda bruta tributável anual;
o No momento do resgate ou do recebimento de renda, a tributação ocorrerá
sobre o valor total recebido;
o Necessário ser contribuinte pelo RGPS ou RPPS para poder utilizar os aportes
anuais para abatimento da base de cálculo do IR;
o Sempre constituído como Contribuição Variável.

Ø VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre):


o Os valores aportados anualmente NÃO podem ser utilizados para abatimento
da base de cálculo do IR;.
o No momento do resgate ou do recebimento de renda, a tributação ocorrerá
sobre os rendimentos do plano e não sobre o valor total;
o Sempre constituído como Contribuição Variável.

Apostila 2022 79
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Qual Plano de Previdência Escolher?
Declaração de IR Anual
A cada ano, o contribuinte precisa escolher entre ser tributado utilizando as Deduções
Legais pela modelo de Declaração Completa ou ser tributado pelo modelo da
Simplificado. Veja a comparação:

Declaração Completa Desconto Simplificado


Para apuração da base de cálculo do imposto de renda é
permitido deduzir da Renda Bruta Tributável os
seguintes valores:
Ø Dependentes (R$ 2.275,08); Corresponde a 20% do valor
Ø Despesas com instrução (R$ 3.561,50); da Renda Bruta Tributável
Ø Despesas médicas (sem limite); limitado a R$ 16.754,34
Ø Previdência Pública (RGPS ou RPPS);
Ø Previdência Privada (PGBL) até 12% da Renda Bruta (*) Valores de 2019

Apostila 2022 80
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Qual Plano de Previdência Escolher?


Exemplo de Declaração de IR Anual
ANUAL Sem PGBL Com PGBL
(+) Renda Bruta Anual R$ 100.000,00 R$ 100.000,00
DEDUÇÕES PERMITIDAS DEDUÇÕES PERMITIDAS DEDUÇÕES PERMITIDAS
(-) INSS (5.795,12) (5.795,12)
(-) Dependentes (1) (2.275,08) (2.275,08)
(-) Despesas com Educação (3.561,50) (3.561,50)
(-) Despesas Médicas (6.000,00) (6.000,00
(-) Previdência PGBL - (12.000,00)
TOTAL DAS DEDUÇÕES (17.631,19) (29.631,19)
(=) Base de Cálculo para IR R$ 82.368,30 R$ 70.368,30
Alíquota IR (27,5%) R$ 22.651,28 R$ 19.351,28
(-) Parcela a Deduzir (TABELA) ̶ R$ 10.432,32 ̶ R$ 10.432,32
(-) IR Anual Devido R$ 12.218,96 R$ 8.918,96
Diferença IR Anual Postergação do Imposto: R$ 3.300,00

Apostila 2022 81
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Qual Plano de Previdência Escolher?
Conclusão
Desta forma, devemos escolher o PGBL e/ou o VGBL nos seguintes casos:

Quando escolher o PGBL Quando escolher o VGBL

Ø Contribuintes pelo MODELO COMPLETO Ø Contribuintes pelo Modelo simplificado


do IR (o aporte no PGBL deve ser no do IR (Desconto fixo de 20% da renda
máximo de 12% da renda bruta). Isto por bruta, limitado a R$ 16.754,34); ou
que as Despesas dedutíveis são:
Ø Contribuintes pelo modelo completo do
ü Despesas Médicas;
IR, mas que desejam fazer aportes
ü Despesas com Educação;
SUPERIORES a 12% da renda bruta em
ü Despesas com Dependentes;
previdência (contribuição será o
ü Previdência Pública;
excedente).
ü PGBL (até 12% da renda bruta)
Ø Contribuinte isentos ou não declarante;

Apostila 2022 82
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.6 Tributação dos Planos de


Previdência PGBL e VGBL
Apostila 2022 83
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Definição
Como a previdência possui características próprias de tributação, o segurado poderá
escolher a sua alíquota entre a tabela progressiva (de 0 a 27,5%) e a tabela regressiva (de
35% a 10%). Já a base tributária da previdência são os Planos PGBL (a tributação ocorrerá
sobre o valor total recebido) e VGBL (a tributação ocorrerá sobre os rendimentos do plano
e não sobre o valor total), reforçando que a tributação de qualquer produto financeiro
parte do seguinte princípio:

!"#$%&$ '( )(*'+ = -+%( ./012&á/0+ 4 (67í92$&+)

VGBL ou PGBL Progressiva ou Regressiva


(lucro) (total) (compensável) (definitivo)

Lembre-se que o conceito de Base Tributária é “sobre qual valor será tributado o
imposto”, e o de Alíquota é “qual o percentual que será cobrado sobre a Base Tributária”.

Apostila 2022 84
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Base Tributária
Por exemplo, Rafael aplicou R$ 10.000,00 em dois planos de previdência: um PGBL e
outro VGBL. Após certo período, ele possui R$ 12.000,00 em cada plano de previdência e
deseja saber como funcionará a base tributária se ele resgatar seus recursos. Com sua
ajuda, você poderá demonstrar que sobre o PGBL será sobre o Saldo Total e no VGBL
sobre o Rendimento!
PGBL VGBL
q RESGATE: q RESGATE:
o IR sobre o saldo total resgatado ou o IR sobre o rendimento proporcional no
renda resgate ou na renda (não há come-cotas),

o Exemplo: o Exemplo:
Depósito → R$ 10.000,00 Depósito → R$ 10.000,00
+ Rendimento → R$ 2.000,00 + Rendimento → R$ 2.000,00
= Saldo Total → R$ 12.000,00 = Saldo Total → R$ 12.000,00
Base de Cálculo Base de Cálculo

Apostila 2022 85
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Alíquota
A Alíquota dependerá de qual regime tributário foi escolhido pelo participante, podendo
ser escolhido entre o regime PROGRESSIVO e o regime REGRESSIVO. No entanto, a forma
como será tributado dependerá se está ocorrendo um RESGATE ou em recebimento de
BENEFÍCIO DE RENDA, conforme demonstrado na tabela abaixo.

REGIME TRIBUTÁRIO REGIME TRIBUTÁRIO


PROGRESSIVO REGRESSIVO
q RESGATE:
q RESGATE:
o É utiliza-se a regra PEPS: Primeiro
o 15% de IR na fonte, sem deduções
recurso que Entra, é o Primeiro recurso
para qualquer valor
que Sai.
+
o Ajuste na declaração anual (Tabela
q BENEFÍCIO:
Progressiva)
o Calcula-se o prazo médio ponderado do
período de acumulação para determinar a
q BENEFÍCIO:
alíquota inicial de IR. Haverá redução até
o Tabela Progressiva Mensal do IR
chegar a 10%

Apostila 2022 86
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Tabela Progressiva
A tabela progressiva parte do princípio que quanto mais se ganha, mais se paga. Ela é
aconselhada para segurados que terão um valor baixo para resgatar ou transformar em
renda. Ela também é chamada de compensável, pois a renda obtida desta forma deverá
ser somada com as demais rendas anuais compensáveis (salário, alugueis,...) para a
Declaração de Ajuste de IR. Assim sendo, o IR pago na fonte não é definitivo!

TABELA PROGRESSIVA DE IR: EXERCÍCIO 2019, ANO-CALENDÁRIO 2018


BASE DE CÁLCULO (R$) DEDUÇÃO (R$)
Alíquota
Mês Ano Mês Ano
Até 1.903,98 Até 22.847,76 0,00% 0,00 0,00
De 1.903,99 até 2.826,65 De 22.847,77 até 33.919,80 7,50% 142,80 1.713,58
De 2.826,66 até 3.751,05 De 33.919,81 até 45.012,60 15,0% 354,80 4.257,57
De 3.751,06 até 4.664,68 De 45.012,61 até 55.979,76 22,5% 636,13 7.633,51
Acima de 4.664,69 Acima de 55.979,76 27,5% 869,36 10.432,32

Apostila 2022 87
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Tabela Regressiva
A tabela regressiva é baseada no tempo em que os recursos estão aplicados no FIE,
partindo do princípio que quanto mais tempo ficar aplicado, menos se paga. Ela é
aconselhada para segurados que terão uma renda alta e que manterão por um longo
período. Diferentemente da Tabela Progressiva, esta tabela é definitiva e exclusiva na
fonte, ou seja, possui o mesmo princípio do recolhimento dos fundos de investimentos e
das rendas fixas (pagasse no ato do recolhimento e nada mais).

PRAZO DE ACUMULAÇÃO ALÍQUOTA EXCLUSIVA E NA MORTE DO


DOS RECURSOS DEFINITIVA NA FONTE PARTICIPANTE O IR SERÁ:
Até 2 anos 35% 25%
Acima de 2 anos até 4 anos 30% 25%
Acima de 4 anos até 6 anos 25% 25%
Acima de 6 anos até 8 anos 20% 20%
Acima de 8 anos até 10 anos 15% 15%
Acima de 10 anos 10% 10%

Apostila 2022 88
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Declaração no IR Anual
Quando o contribuinte for realizar a sua Declaração de Imposto de Renda Anual, as
CONTRIBUIÇÕES REALIZADAS nos planos de previdência PGBL e VGBL, devem seguir as
seguintes regras:

PGBL VGBL
q Contribuição: q Contribuição:
o As contribuições efetuadas no ano, devem o NÃO pode ser declarado como
ser declaradas no campo (36) Contribuições pagamento e doações efetuados,
a Entidades de Previdência Privada, na ficha desta forma, não configura despesa
“PAGAMENTOS EFETUADOS”, a reduzindo a dedutível da base de cálculo do IR.
base tributária em até 12% da renda bruta.
q Saldo do Plano:
q Saldo do Plano: o Deve ser declarado somente o
o Os valores não constituem patrimônio, principal depositado (soma das
mas sim, expectativa de direito da Reserva contribuições sem rendimentos)
Técnica Financeira, portanto, não há item na como “Bens e Direitos” no código
declaração de IR para sua declaração. 97-VGBL.

Apostila 2022 89
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Declaração no IR Anual
Quando o contribuinte for realizar a sua Declaração de Imposto de Renda Anual, os
VALORES RECEBIDOS dos planos de previdência PGBL e VGBL, devem seguir as seguintes
regras:
Regime Tributário Regime Tributário
Progressivo Regressivo
q Valores recebidos a título de resgates q Valores recebidos a título de resgates
ou renda: ou renda:
o Rendimentos tributáveis recebidos o Rendimentos Sujeitos à Tributação
de PJ pelo titular (fonte pagadora é a Exclusiva (Código 07 – Outros)
Entidade de Previdência)
o Considerar: o Considerar:
§ PGBL: O valor total recebido; § PGBL: O valor total recebido;
§ VGBL: Somente a parte que § VGBL: Somente a parte corresponde
corresponde ao lucro (rendimento) ao lucro (rendimento) do valor
do valor recebido. recebido.

Apostila 2022 90
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Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 1
q RESGATE de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO:

Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.

Ø SOLUÇÃO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR;
o R$ 10.000,00 × 15% = R$ 1.500,00;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 1.500,00 = R$ 8.500,00;
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.

Apostila 2022 91
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 2
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento

Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.

Ø SOLUÇÃO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ IR = R$ 10.000,00 × 27,5% = R$ 2.750,00;
§ R$ 2.750,00 − R$ 869,36 (parcela a deduzir);
o IR a ser pago = R$ 1.880,64
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.880,64 = R$ 8.119,36
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.

Apostila 2022 92
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Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 3
q RESGATE de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO, sendo
R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento:

Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.

Ø CÁLCULO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR (por ser resgate);
o Parte tributável = R$ 1.000,00:
o IR = R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 150,00 = R$ 9.850,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.

Apostila 2022 93
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Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 4
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento

Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.

Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ Parte tributável = R$ 1.000,00 e este valor é isento na tabela;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.

Apostila 2022 94
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Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 5
q RESGATE de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário REGRESSIVO e com as
seguintes informações extras:

Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Saldo com prazo de 1 ano = R$ 1.000,00
o Saldo com prazo de 3 ano = R$ 4.000,00
o Saldo com prazo de 5 ano = R$ 5.000,00

Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 35% = R$ 350,00 de IR
§ R$ 4.000,00 × 30% = R$ 1.200,00 de IR
§ R$ 5.000,00 × 25% = R$ 1.250,00 de IR
o IR Total = R$ 2.800,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 2.800,00 = R$ 7.200,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR

Apostila 2022 95
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Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 6
q RESGATE de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário REGRESSIVO, sendo
R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento (R) e com as seguintes informações
extras:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Saldo com prazo de 1 ano = R$ 1.000,00
o Saldo com prazo de 3 ano = R$ 4.000,00
o Saldo com prazo de 5 ano = R$ 5.000,00

Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 100,00 × 35% = R$ 35,00 de IR
§ R$ 400,00 × 30% = R$ 120,00 de IR
§ R$ 500,00 × 25% = R$ 125,00 de IR
o IR Total = R$ 280,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 280,00 = R$ 9.720,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR

Apostila 2022 96
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Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 7
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário REGRESSIVO e com
as seguintes informações extras:

Ø INFORMAÇÕES:
o Prazo Médio Ponderado das aplicações de 18 anos.

Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva para 18 anos = 10%
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 10.000,00 × 10% = R$ 1.000,00 de IR
o IR = R$ 1.000 ,00
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.000,00 = R$ 9.000,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR

Apostila 2022 97
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 8
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário REGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento e com as seguintes
informações extras:

Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
oPrazo Médio Ponderado de 9 anos.

Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva 9 anos = 15%.
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00 de IR
o IR TOTAL = R$ 150,00
o Renda líquida = R$ 10.000,00 − R$ 150 = R$ 9.850,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR

q OBS: Neste caso, o Prazo Médio Ponderado poderá chegar a 10 anos, fazendo com que
a tributação reduza à 10%, pois na fase de recebimento de renda, o tempo de acumulação
continua sendo contado.
Apostila 2022 98
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Escolhendo Regime de Tributação
A decisão pelo melhor Regime de Tributação depende de variáveis que não são fáceis de
determinar ou prever com precisão:
Ø Necessidade de liquidez;
Ø Prazo para utilização dos recursos;
Ø Forma de utilização dos recursos: resgate ou renda;
Ø Composição com outras fontes de renda (tributáveis, exclusiva na fonte, isentas).

Mas podemos deixar como um padrão o seguinte raciocínio:


Ø Regime Progressivo: Deve-se escolher este regime quando a renda do segurado
for baixa ou quando o resgate ocorrer num curto espaço de tempo;
Ø Regime Regressivo: Deve-se escolher este regime quando a renda do segurado for
alta E quando o resgate ocorrer num prazo longo (mínimo de 4 anos).

Apostila 2022 99
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Tabela para Escolha do Regime
Regime Tributário Progressivo Base de Cálculo Anual (R$) e Alíquotas de IR
x
Renda até De 22.847,77 De 33.919,81 De 45.012,61 Acima de
Regime Tributário Regressivo
22.847,76 até 33.919,80 até 45.012,60 até 55.979,76 55.979,76
Prazo de Alíquota IR
0% 7,5% 15% 22,50% 27,50%
Acumulação na fonte
Até 2 anos 35% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo

Acima de 2
30% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo
até 4 anos

Acima de 4
25% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO
até 6 anos
Acima de 6
20% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 8 anos
Acima de 8
15% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 10 anos
Acima de
10% Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO REGRESSIVO
10 anos

Apostila 2022 100


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Exemplo de Cálculo
Problema 1
Um cliente fez um investimento em um aporte único em VGBL há 20 anos. O saldo atual
é de R$ 100.000,00 e deste valor, R$ 80.000,00 é referente a contribuição e R$ 20.000,00
são rendimentos. Desta forma, responda as seguintes questões:

Ø PERGUNTA 1: Dado que o cliente quer fazer um resgate parcial de R$ 50.000,00,


qual será o imposto a ser retido na fonte, considerando tratar-se de Regime
Tributário Regressivo?

Ø PERGUNTA 2: Caso fosse um PGBL e o cliente desejasse resgatar R$ 50.000,00,


qual seria o IR a ser recolhido na fonte, considerando tratar-se de Regime Tributário
Regressivo?

Apostila 2022 101


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Exemplo de Cálculo
Solução 1
q REPOSTA DA PERGUNTA 1: Como a aplicação é em VGBL, o imposto de renda será
somente sobre o rendimento e proporcional (lucro total de R$ 20.000,00). Portanto, a
parte correspondente aos R$ 50.000,00 (50% do valor total), corresponde a
R$ 10.000,00.
Ø IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ Base tributável (Lucro) = R$ 10.000,00
§ Alíquota = 10% (prazo maior que 10 anos)
Ø IR = R$ 10.000,00 × 10 %
Ø IR = R$ 1.000,00

q RESPOSTA DA PERGUNTA 2: Como a aplicação é em PGBL, o imposto será sobre o valor


total retirado e não somente sobre o lucro. Desta forma:
Ø IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ Base tributável (valor total) = R$ 50.000,00
§ Alíquota = 10% (prazo maior que 10 anos)
Ø IR = R$ 50.000,00 × 10 %
Ø IR = R$ 5.000,00

Apostila 2022 102


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Exemplo de Cálculo
Problema 2
Um cliente de 38 anos quer investir R$ 2.000,00 por mês em um plano de previdência.
Esse valor corresponde a 15% do seu salário bruto e o cliente declara pelo modelo
completo de IR.

Ø Pergunta 1: Qual o valor acumulado aos 60 anos? Considerar taxa de


carregamento na entrada de 3% e que o fundo renderá 0,5% a.m.

Ø Pergunta 2: Qual o melhor produto a ser escolhido: PGBL ou VGBL? No caso da


resposta contemplar os dois, em que proporção?

Apostila 2022 103


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Exemplo de Cálculo
Solução 2
q REPOSTA DA PERGUNTA 1: Primeiramente devemos retirar das contribuições 3% do
valor, pois o carregamento será na entrada. Desta forma, o nosso cálculo será:
Ø PMT = -1.940,00 (HP-12C: 2.000 [ENTER] 3 [%] [‒])
Ø PV = 0
Ø n = (60 – 38) x 12 = 264 meses
Ø i = 0,5% a.m
Ø FV = ? = R$ 1.059.678,18

q RESPOSTA DA PERGUNTA 2: Como o PGBL permite abatimento das contribuições da


base de cálculo de IR, até o limite de 12% da renda bruta tributável anual, recomenda-se
que o cliente coloque até este limite em PGBL o restante (3%) em VGBL. Desta forma:
Ø Valor em PGBL: 12% de 15%, ou seja, 80% da contribuição.
§ 2000 [ENTER]
§ 80 [%]
§ R = 1.600,00
Ø Valor em VGBL: R$ 400,00, ou seja, o valor restante para os R$ 2.000,00 (20% da
contribuição).

Apostila 2022 104


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.7 Tipos de Fundos de


Investimentos
Apostila 2022 105
105
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Classificação SUSEP
A SUSEP classifica a composição dos fundos de previdência em três tipos. São elas:
Ø Tipo Soberano (Renda Fixa): Os fundos classificados como Soberano devem
investir somente em Títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do BACEN, e
créditos securitizados do Tesouro Nacional. Portanto, podemos dizer que investem
somente em títulos públicos, possuindo somente risco soberano.
Ø Tipo Renda Fixa Crédito Privado: Nesta classificação, o fundo pode investir nos
mesmo ativos do plano soberano, porém, podendo aplicar também em
investimentos de renda fixa com risco de crédito privado (CDB, Debêntures, ...).
Ø Tipo Composto (Multimercado incluindo Renda Variável): Pela classificação
SUSEP, este é o único tipo que poderia investir em renda variável (por exemplo,
ações ou commodities), desde que não ultrapasse 49% do patrimônio do fundo
neste tipo de investimento.

Apostila 2022 106


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Resolução CMN 4.444/15
Em 2015, o CMN (Conselho Monetário Nacional), através da Resolução do BACEN 4.444,
definiu novas regras para a composição dos recursos das reservas técnicas dos planos de
previdência complementar. Esta resolução foi um marco na Previdência Privada, pois
autorizou e aumentou os limites em diversas modalidades, mas mantendo que os FIE não
podem ter alavancagem. Os novos limites são:

MODALIDADE INVESTIDOR COMUM INVESTIDOR QUALIFICADO


Renda Fixa Até 100% Até 100%
Renda Variável Até 70% Até 100%
Imóveis Até 20% Até 40%
Investimentos sujeitos a
Até 10% Até 10%
variação cambial
Outros (tais como
Até 20% Até 40%
Multimercados, COE)

Apostila 2022 107


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Fixa (I e II)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Fixa, devem ser observados os seguintes
limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal interna;
Ø Créditos securitizados pela Secretaria do Tesouro Nacional;
Ø Cotas de FIE, constituídos sob a forma de condomínio aberto, cujas carteiras
estejam representadas exclusivamente pelos títulos da Dívida Pública Mobiliária
Federal interna ou créditos securitizados pela Secretaria do Tesouro Nacional;
Ø Cotas de FIE admitidas à negociação no mercado secundário por intermédio de
bolsa de valores cujas carteiras de ativos financeiros visem refletir as variações e
rentabilidade de índice de renda fixa composto exclusivamente pelos títulos da
Dívida Pública Mobiliária Federal interna ou créditos securitizados pela Secretaria do
Tesouro Nacional.
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) em valores mobiliários ou outros ativos
financeiros de renda fixa emitidos por companhia aberta cuja oferta pública tenha sido
registrada na Comissão de Valores Mobiliários, ou que tenha sido objeto de dispensa.

Apostila 2022 108


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Renda Fixa (III)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Fixa, devem ser observados os seguintes
limites e ativos admitidos:
(III) até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Obrigações ou coobrigações de instituições financeiras autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil;
Ø Cotas de fundos de investimento aberto, cuja carteira tenha como principal fator
de risco a variação da taxa de juros doméstica, ou de índice de preços ou ambos, ou
cotas de FIC (Fundos de Investimento em Cotas) de fundos de investimento com tais
características (Fundos Renda Fixa), conforme legislação da CVM; e
Ø Cotas de fundos de investimento fechado negociados em bolsa de valores, na
forma regulamentada pela CVM, cujas carteiras sejam compostas por ativos
financeiros que busquem refletir as variações e rentabilidade de índices de
referência de renda fixa e que apresentem prazo médio de repactuação igual ou
superior a 180 (cento e oitenta) dias (Fundo de Índice de Renda Fixa).

Apostila 2022 109


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Fixa (IV)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Fixa, devem ser observados os seguintes
limites e ativos admitidos:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Valores mobiliários ou outros ativos financeiros de renda fixa cuja oferta pública
tenha sido registrada na CVM, ou que tenha sido objeto de dispensa, emitidos por
sociedade de propósito específico (SPE), constituída sob a forma de sociedades por
ações;
Ø Certificados de recebíveis de emissão de companhias securitizadoras, conforme
legislação CVM;
Ø Obrigações admitidas à negociação no Brasil de organizações financeiras
internacionais das quais o Estado brasileiro faça parte;
Ø Cotas de classe sênior de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC)
e as cotas FIC de fundos de investimento em direitos creditórios (FICFIDC); e
Ø Títulos ou valores mobiliários de renda fixa não relacionados neste artigo, desde
que com cobertura integral de seguro de crédito, observada a regulamentação
específica do CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) e da SUSEP.

Apostila 2022 110


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Renda Variável (I)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações de emissão de companhias abertas, correspondentes bônus de subscrição,
recibos de subscrição e certificados de depósito, admitidas à negociação em
segmento especial, instituído por bolsa de valores no Brasil, que assegurem, por
meio de vínculo contratual entre a bolsa e o emissor, práticas diferenciadas de
governança corporativa, que contemplem, pelo menos, a obrigatoriedade de no
mínimo 25% de ações permanentemente em circulação (free float) e previsão
expressa no estatuto social da companhia de que seu capital social seja dividido
exclusivamente em ações ordinárias; e
Ø Cotas de fundos de investimento aberto, cuja carteira tenha como principal fator
de risco a variação de preços de ações admitidas no item anterior, correspondentes
bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de tais ações, e as
cotas de FIC de fundos de investimento com tais características, conforme legislação
CVM.

Apostila 2022 111


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Variável (II)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações de emissão de companhias abertas que permitam a existência de ações ON
e PN (com direitos adicionais), correspondentes bônus de subscrição, recibos de
subscrição e certificados de depósito, admitidas à negociação em segmento especial,
instituído por bolsa de valores no Brasil, que contemplem previsão expressa no
estatuto social da companhia de que o conselho de administração deve ser
composto por no mínimo cinco membros, dos quais pelo menos 20% devem ser
independentes com mandato unificado de até dois anos, conforme critério
estabelecido pela bolsa de valores; e
Ø Cotas de fundos de investimento abertos, cuja carteira tenha como principal fator
de risco a variação de preços de ações admitidas no item anterior, correspondentes
bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de tais ações, e as
cotas de FIC de fundos de investimento com tais características, conforme legislação
CVM.

Apostila 2022 112


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Renda Variável (III)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(III) até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações de emissão de companhias abertas cuja composição do Conselho de
Administração possua um mínimo de três membros (conforme legislação), com
mandato unificado de até dois anos, admitidas à negociação em segmento especial,
instituído por bolsa de valores no Brasil e correspondentes bônus de subscrição,
recibos de subscrição e certificados de depósito;
Ø Cotas de fundos de investimento abertos, cuja carteira tenha como principal fator
de risco a variação de preços de ações admitidas no item anterior, correspondentes
bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de tais ações, e as
cotas de FIC de fundos de investimento com tais características, conforme legislação
CVM;
Ø Cotas de fundos de investimento fechados negociados em bolsa de valores cujas
carteiras sejam compostas por ativos financeiros que busquem refletir as variações e
rentabilidade de índices de referência de renda variável (Fundo de Índice de Renda
Variável), conforme legislação CVM.

Apostila 2022 113


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Variável (IV)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações sem percentual mínimo em circulação (free float), correspondentes bônus
de subscrição, recibos de subscrição e certificados de depósito, admitidas à
negociação em bolsa de valores no Brasil;
Ø Cotas de fundos de investimento, constituídos sob a forma de condomínio aberto,
cuja carteira tenha como principal fator de risco a variação de preços de ações
admitidas à negociação em mercados organizados, bônus ou recibos de subscrição e
de certificados de depósitos de tais ações, e as cotas de fundos de investimento em
cotas de fundos de investimento com tais características (Fundo de Ações), conforme
legislação CVM; e
Ø Debêntures com participação nos lucros, ou conversíveis em ações ou permutáveis
em ações, cuja oferta de distribuição tenha sido previamente registrada na CVM, ou
cujo registro tenha sido, por esta, dispensado.

Apostila 2022 114


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Imóveis
Serão admitidas aplicações de até 100% (cem por cento) em cotas de fundos de
investimento imobiliário ou cotas de fundos de investimento em participações cujo
investimento seja preponderantemente realizado em ações e debêntures conversíveis,
desde que se trate de emissores cujas atividades preponderantes sejam permitidas aos
fundos de investimento imobiliário, na forma regulamentada pela Comissão de Valores
Mobiliários, e em cotas FIC de fundos de investimento com tais características

Apostila 2022 115


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Variação Cambial (I)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial,
devem ser observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal cuja remuneração seja associada à
variação da cotação de moeda estrangeira;
Ø Cotas de fundos de investimento abertos classificados com Fundo Cambial
(carteira seja composta por pelo menos 80% de ativos relacionados à variação de
preços de moeda estrangeira ou à variação do cupom cambial) ou cotas de FIC de
Fundos de Investimento Cambial, conforme legislação CVM;
Ø Cotas de fundos de investimento aberto classificado como Fundo de Renda Fixa
Dívida Externa (carteira seja composta por pelo menos 80% de seu patrimônio
líquido, por títulos da dívida externa de responsabilidade da União) ou cotas de FIC
de Fundo de Renda Fixa Dívida Externa, conforme legislação CVM;
Ø Cotas de fundos de investimento aberto, das classes Renda Fixa, Ações,
Multimercado e Cambiais que incluam em sua denominação o sufixo “Investimento
no Exterior”, ou cotas de FIC de fundos de investimento com tais características,
conforme legislação CVM;

Apostila 2022 116


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Variação Cambial (I)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial,
devem ser observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Cotas de fundos de investimento fechados negociados em de bolsa de valores no
Brasil, cujas carteiras sejam compostas por ativos financeiros que busquem refletir as
variações de índices de referência em renda fixa ou renda variável no exterior (Fundo
de Índice em Investimento no Exterior), desde que registrados na Comissão de
Valores Mobiliários (CVM);
Ø Cotas de fundos de investimento aberto classificados como Multimercado cuja
política de investimento permita a compra de ativos ou derivativos com risco
cambial, ou cotas de FIC de fundos de investimento com tais características (Fundos
Multimercado), conforme legislação CVM;
Ø Certificados de Operações Estruturadas (COE) com Valor Nominal Protegido que
possuam ativos ou derivativos com risco cambial.

Apostila 2022 117


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Variação Cambial (II e III)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial,
devem ser observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Certificados de depósito de valores mobiliários com lastro em ações de emissão de
companhia aberta ou assemelhada com sede no exterior - Brazilian Depositary
Receipts (BDR) Nível I Não Patrocinados, negociados em bolsa de valores no País; e
Ø Cotas dos fundos de investimento aberto que possuam em seu nome a designação
“Ações - BDR Nível I”, conforme legislação CVM.

(III) até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Títulos e valores mobiliários representativos de dívida corporativa de empresas
brasileiras de capital aberto, emitidos e negociáveis no exterior; e
Ø Cotas dos fundos de investimento aberto, que tenha no mínimo 80% de seu
patrimônio líquido representado por títulos e valores mobiliários de que trata o item
anterior ou cotas de FIC de investimento com tais características, conforme legislação
CVM.

Apostila 2022 118


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Variação Cambial (IV)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial,
devem ser observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes títulos emitidos
ou incondicionalmente garantidos por instituições financeiras no exterior em moeda
estrangeira:
Ø Depósitos a prazo fixo por até seis meses, renováveis; e
Ø Certificados de depósitos.

Apostila 2022 119


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Outros (I e II)
Na aplicação dos recursos na qual não se enquadre nas modalidade anteriores, devem ser
observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Cotas de fundos de investimento classificados como Multimercado, constituídos
sob a forma de condomínio aberto, ou cotas de fundos de investimento em cotas de
fundos de investimento com tais características (Fundos Multimercado), nas formas
regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários; e
Ø COE com Valor Nominal Protegido.

(II) até 75% (setenta e cinco por cento) em cotas de Fundos de Investimento em
Participações (FIP) e as cotas de FIC de fundos de investimento com tais características
(FICFIP), conforme legislação CVM.

Apostila 2022 120


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Outros (III)
Na aplicação dos recursos na qual não se enquadre nas modalidade anteriores, devem ser
observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(III) até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø COE com Valor Nominal em Risco;
Ø Certificados de Reduções Certificadas de Emissão (RCE) ou de créditos de carbono
do mercado voluntário, admitidos à negociação em bolsa de valores, mercadorias e
futuros ou mercado de balcão organizado, registrados ou depositados,
respectivamente, em entidade registradora ou depositário central, autorizados pelo
Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários nas suas respectivas
áreas de competência, para desempenhar as referidas atividades; e
Ø Cotas de Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE),
constituídos sob a forma de condomínio fechado, ou cotas de fundos de
investimento em cotas de fundos de investimento com tais características, nas
formas regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Apostila 2022 121


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Derivativos
A atuação do FIE em mercados de derivativos:
Ø Deverá ser realizada exclusivamente para proteção da carteira, podendo, inclusive,
realizar operações de síntese de posição do mercado à vista;
Ø Não pode gerar, a qualquer tempo, exposição superior a uma vez o respectivo
patrimônio líquido;
Ø Não pode gerar, a qualquer tempo e cumulativamente com as posições detidas à
vista, exposição superior a uma vez o respectivo patrimônio líquido, por cada fator
de risco;
Ø Não pode realizar operações de venda de opção a descoberto; e
Ø Não pode ser realizada na modalidade “sem garantia”.

Apostila 2022 122


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Classificação ANBIMA
Definição
Já a ANBIM, definiu a classificação dos fundos de previdência aberta em 7 (sete) tipos,
sendo que também estão incluídos para esta classificação, os fundos exclusivos que têm
como objetivo receber recursos de reserva técnica dos planos de previdência aberta e os
FAPIs. Os fundos poderão ser enquadrados da seguinte forma:
I. Renda Fixa;
II. Balanceados (até 15% em ações) ;
III. Balanceados – de 15 a 30% (quinze a trinta por cento em ações);
IV. Balanceados – acima de 30% (acima de trinta por cento em ações);
V. Previdência Multimercados;
VI. Previdência Data-Alvo.
VII. Previdência Ações.

Apostila 2022 123


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Classificação ANBIMA
Tipos
I. Renda Fixa: Fundos que têm como objetivo buscar retorno por meio de investimentos
em ativos de renda fixa (sendo aceitos títulos sintetizados por meio do uso de
derivativos), admitindo-se estratégias que impliquem em risco de juros e de índice de
preços do mercado doméstico. Excluem-se estratégias que impliquem em risco de moeda
estrangeira ou de renda variável (ações etc.), não admitindo alavancagem.

II. Balanceados – até 15% (quinze por cento): fundos que têm como objetivo buscar
retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda
fixa, ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento
diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo, devem ser classificados os fundos que
objetivam investir, no máximo, 15% do valor de sua carteira em ativos de renda variável.
Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas
uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem
alavancagem.

Apostila 2022 124


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Classificação ANBIMA
Tipos
III. Balanceados – de 15 a 30% (quinze a trinta por cento): fundos que têm como objetivo
buscar retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos
(renda fixa, ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento
diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo devem ser classificados os Fundos que
objetivam investir entre 15% (no mínimo) e 30% (no máximo) do valor de sua carteira em
ativos de renda variável. Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de
desempenho que reflita apenas uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes
Fundos não admitem alavancagem.

Apostila 2022 125


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Classificação ANBIMA
Tipos
IV. Balanceados – acima de 30% (trinta por cento): fundos que têm como objetivo buscar
retorno no longo prazo através de investimento em diversas classes de ativos (renda fixa,
ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento diversificada e
deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo devem ser classificados os fundos que
objetivam investir, no mínimo, 30% do valor de sua carteira em ativos de renda variável.
Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas
uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem
alavancagem.

V. Previdência Multimercados: fundos que têm como objetivo buscar retorno no longo
prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio
etc.). Estes fundos não têm explicitado o mix de ativos (percentual de cada classe de
ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark), podendo,
inclusive, ser comparados a parâmetro de desempenho que reflita apenas uma classe de
ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem alavancagem.
Apostila 2022 126
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Classificação ANBIMA
Tipos
VI. Previdência Data-Alvo: fundos que têm como objetivo buscar retorno num prazo
referencial, ou data-alvo, por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda
fixa, ações, câmbio etc.) e estratégia de rebalanceamento periódico. Estes fundos têm
compromisso de redução da exposição a risco em função do prazo a decorrer para a
respectiva data-alvo. Não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita
apenas uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes Fundos não admitem
alavancagem.

VII. Previdência Ações: fundos que devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações à
vista, bônus ou recibos de subscrição, certificados de depósito de ações, cotas de fundos
de ações, cotas dos fundos de índice de ações, Brazilian Depositary Receipts, classificados
como nível I, II e III. Neste tipo devem ser classificados os Fundos que se destinam a
somente receber aplicações de outros fundos de previdência aberta. Estes Fundos não
admitem alavancagem.

Apostila 2022 127


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Classificação ANBIMA
Resumo
Renda Fixa Balanceados Multimercados Data-alvo Ações
Ø Retorno através de
Ø Retorno no Ø Retorno num Ø Devem possuir
investimento em
longo prazo através prazo referencial no mínimo 67%
Ø Retorno por meio diversas classes de
de investimento ou data-alvo, da carteira em
ativos (renda fixa,
de ativos de renda em diversas classes através de ações à vista,
ações, câmbio, etc).
fixa com estratégias (renda fixa, ações, investimento em bônus ou recibos
câmbio, etc). diversas classes de subscrição
que impliquem em Ø Devem ter
de ativos (ações (etc). Somente
explicitado o mix de
risco de juros e de Ø Estes fundos não renda fixa, pode receber
ativos (percentuais de
índice de preços do têm explicitado o câmbio, etc) e aplicações de
cada classe de ativo:
mix de ativos (% de estratégia de outros fundos
mercado doméstico Ø Até 15%
cada classe de rebalanceament de previdência
Ø De 15% a 30%
ativo) o periódico aberta
Ø Acima de 30%

NÃO ADMITEM ALAVANCAGEM

Apostila 2022 128


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Capítulo 6:
Gestão de Carteiras e Riscos
129
6.1 Estatística Aplicada
Apostila 2022 130
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Estatística
Conceito
A Estatística é a ciência das probabilidades, que através de um conjunto de regras
matemáticas, nos permite fazer previsões sobre determinado grupo estudado, a partir de
uma amostra significativa. Ela tem por objetivo coletar, organizar, analisar e interpretar as
informações de um problema que está sendo estudado, para desta forma, auxiliar
na tomada de decisão.

Para as finanças, usamos a estatística para analisar o risco e o retorno dos investimentos,
com certo grau de confiança. Desta forma, precisaremos entender os seguintes conceitos:
Ø Diferença entre Amostra e População
Ø Medidas de Posição Central: Média, Moda e Mediana (As “Três Marias”)
Ø Medidas de Dispersão: Desvio Padrão e Variância
Ø Covariância
Ø Coeficiente de Correlação
Ø Intervalo de Confiança: Distribuição Normal

Apostila 2022 131


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Estatística
População e Amostra
Para iniciarmos os estudos de estatística, precisamos primeiramente entender a diferença
de População e Amostra. Assim sendo:
Ø População: O Conceito de População é “a totalidade dos números do grupo a ser
estudado”. Por exemplo, um fundo de investimentos possui 10 anos de criação e
vamos analisar estes 10 anos.
Ø Amostra: Já a Amostra é “uma parte da totalidade do grupo que deseja ser
estudado, ou seja, um pedaço da População”. Por exemplo, desejamos saber em
quem a população brasileira pretende votar. Como é muito difícil perguntar para
todos os brasileiros, fazemos uma pesquisa somente com uma “parte” da população,
que será considerada como se fosse o todo.

POPULAÇÃO
Amostra

Apostila 2022 132


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Média
A MÉDIA nada mais é que um valor que aponta para onde mais se concentram os dados
de uma distribuição, ou seja, “o ponto de equilíbrio” do grupo de dados analisados. É
como se todos os números desse grupo, fossem iguais neste ponto de equilíbrio. Para
fazermos o cálculo da média, primeiro precisamos compreender que a média poderá ser
de dois tipos:
Ø Média Aritmética Simples: quando todos os dados possuem a mesma relevância,
ou seja, o mesmo peso. Exemplo: aplicar em quatro ativos diferentes, mas com o
mesmo valor financeiro. Desta forma, para fazer o seu cálculo devemos somar todos
valores do grupo de dados e dividir pela quantidade total de números.

Ø Média Aritmética Ponderada: quando os dados do grupo analisada possuam


relevâncias diferentes, ou seja, pesos diferenças. Por exemplo, um cliente aplicar
valores diferentes em diversos investimentos. Desta forma, para fazer o seu cálculo
devemos levar em consideração o peso de cada um dos dados. Este cálculo será
apresentado adiante.

Apostila 2022 133


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Posição Central
Média Simples: Exemplo
Rafael é seu cliente no banco e deseja saber qual foi o retorno médio da sua aplicação
financeira no Fundo de investimentos “A”. Analisando os dados abaixo, o que você diria?

MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%

Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.

Apostila 2022 134


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Média Simples: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%) na HP 12C, devemos seguir
os seguintes passos:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Média !: [g][0]
" Média 3%

A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no
visor, quantos números esse grupo tem no momento.

Apostila 2022 135


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Posição Central
Média Ponderada: Exemplo
Rafael investiu R$ 100 mil em 4 ações, investindo valores diferentes em cada uma delas.
No último mês, ele viu que estas empresas tiveram retornos diferentes, sendo eles 1%,
2%, 3% e 4%. Desta forma, quando ele fez a média do retorno (1 + 2 + 3 + 4, totalizando
10%, divididos por 4), percebeu que o retorno calculado foi de 2,5%, mas o lucro gerado
pelas empresas foi de apenas R$ 2.000,00, ou seja, de 2%. Por quê?

Ativo Retorno Valor Investido Lucro


Banco do Brasil +4,00% R$ 10.000,00 R$ 400,00
+
Itaú +3,00% R$ 20.000,00 R$ 600,00 Lucro:
+ R$ 2.000,00
Bradesco +2,00% R$ 30.000,00 R$ 600,00
+
Santander +1,00% R$ 40.000,00 R$ 400,00

q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.

Apostila 2022 136


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Média Ponderada: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior na HP 12C, devemos lançar “quem desejamos” clicar em
[ENTER] e depois lançar “quem é o peso”. Neste caso, “quem desejamos” é o retorno [%]
e “quem é o peso” é o valor financeiro investido.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


4 ENTER 10.000 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 ENTER 20.000 [∑+] 2º número do grupo Número 2

2 ENTER 30.000 [∑+] 3º número do grupo Número 3

1 ENTER 40.000 [∑+] 4º número do grupo Número 4

Média Ponderada !w: [g][6]


" Média Ponderada 2,00%

Apostila 2022 137


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Posição Central
Moda
A moda é o valor que ocorre com maior frequência em uma amostra (série de valores), ou
seja, o número que “mais enxergamos” no grupo. Um conjunto de resultado pode
apresentar uma moda ou mais, sendo classificado como:
Ø 1 moda = unimodal;
Ø 2 modas = bimodal;
Ø 3 ou mais = multimodal.
Como exemplo, temos dois fundos (A e B) apresentando os seguintes retornos:

Mês Retorno do Fundo A Retorno do Fundo B


Janeiro 1,00% 1,00%
Fevereiro 3,00% 5,00%
Março 3,00% 2,00%
Abril 5,00% 2,00%
Maio 3,00% 5,00%
MODA UNIMODAL: 3,00% BIMODAL: 2% e 5%,

Apostila 2022 138


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Mediana
A mediana de um grupo de dados é o número do meio, ou seja, o valor numérico que
divide o grupo em duas partes iguais. No entanto, antes de fazermos esta divisão,
devemos ordenar o grupo de forma crescente ou decrescente. Se a quantidade de
números do grupo for ímpar, consideramos o divisor dos dois grupos. Se for par, pegamos
os dois “mais próximos do centro” e fazemos sua média. Por exemplo:
Ø Um fundo teve os seguintes retornos de Janeiro a Maio: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%}
Se não ordenarmos o grupo, entenderíamos que a Mediana do Fundo A seria 2%
(número que está dividindo o grupo em duas partes iguais). No entanto,
primeiramente devemos ORDENAR: {1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo ordenado,
percebemos agora que o número do meio, a mediana, é o 4% e não mais o 2%.

Ø Considerando mais um mês de 1%, qual a mediana?: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%, 1%}
Repare agora que não existe mais um único número que divide o grupo em duas
partes iguais. Desta forma, devemos fazer a média dos dois números centras, mas
primeiramente devemos ordenar o grupo: {1%, 1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo
ordenado, fazemos a média dois centrais (em verde) que será a mediana: 3%.

Apostila 2022 139


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão
A Variância e o Desvio Padrão são medidas estatísticas que medem o grau de dispersão
de um conjunto de dados em relação a sua média, ou seja, o risco dos dados não darem a
média do grupo. Quanto maior a Variância ou Desvio Padrão, maior será o risco, já que a
distância entre cada ponto até a média será maior.

A Variância é calculada através da MÉDIA DO QUADRADO DA DISTÂNCIA DE CADA


PONTO ATÉ A MÉDIA DO GRUPO, e o Desvio Padrão será a raiz quadrada deste número.
Este passo-a-passo deixará um pouco mais claro:
Ø (1) Calcular a média do grupo;
Ø (2) Calcular a distância de cada ponto até a média;
Ø (3) Elevar cada uma destas distâncias ao quadrado (Motivo: deixar todos os
números positivos);
Ø (4) Calcular a média desses números que foram elevados ao quadrado.
Este número será a Variância Populacional.
Ø (5) Desvio Padrão = Raiz quadrada da Variância.
Ou seja, da Variância chegamos no Desvio Padrão, consequentemente, do Desvio Padrão
chegamos na Variância.

Apostila 2022 140


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Exemplo Gráfico
Agora calcularemos a Variância e o Desvio Padrão dos retornos do Fundo de “A” no qual
teve retornos de (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%). Mas primeiro, vamos “enxergar” o risco de
cada retorno em não dar a média do retorno, que seria o “padrão” do grupo. Perceba que
os retornos nos meses 1, 3 e 4 foram exatamente a média, portanto “não há risco”.

6
Fundo A Média

5
Risco de Volatilidade
Retorno Mensal (%)

4 (Distância entre o
ponto e a média )
3

0
1 2 3 4 5

Apostila 2022 141


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão do grupo (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%),
iremos seguir o passo-a-posso através da construção de uma tabela:

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média = (8 ÷ 5) = 1,6
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 1,6
Média = 3% (ETAPA 5)
!" = $, & = ±1,26

Apostila 2022 142


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão Amostral, ao invés de calcular a média da
ETAPA 3, dividindo por “N TERMOS”, devemos dividir por “N menos 1”, neste caso por 4.

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média N-1 = (8 ÷ 4) = 2
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 2
Média = 3% (ETAPA 5)
!" = ' = ±1,41

Apostila 2022 143


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral: HP-12C
A Hp-12 calcula diretamente apenas o Desvio Padrão, sendo ele o Amostral. Mas com o
Desvio Padrão, podemos chegar na Variância elevando-o ao quadrado. Primeiro, vamos
“limpar” a HP-12C com “[F] [CLx]”.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Desvio Padrão !: [g][.] Desvio Padrão 1,41

2 [YX] Variância 2,00

Apostila 2022 144


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional: HP-12C
Para podermos calcular através da população, devemos “enganar” a HP-12, adicionando
um número extra que será a média do grupo.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1
3 [∑+] 2º número do grupo Número 2
3 [∑+] 3º número do grupo Número 3
5 [∑+] 4º número do grupo Número 4
3 [∑+] 5º número do grupo Número 5
3 [∑+] Média adicionado ao grupo Número 6

Desvio Padrão !: [g][.] Desvio Padrão – População 1,26

2 [YX] Variância – População 1,60

Apostila 2022 145


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Analisando duas Aplicações
Para as finanças, o Desvio Padrão e a Variância nos indicam o Risco de Mercado do ativo.
Este risco é conhecido também por Volatilidade, que nada mais é que a sua oscilação
perante a média de retornos. No entanto, quanto maior o risco, maior o retorno exigido
por aquele investimento e caso dois investimento possuam o mesmo retorno, devemos
escolher o que possui o menor risco. Por exemplo, dois fundos que possuam um retorno
médio de 3% e que apresentem os retornos abaixo, deve-se escolher o Fundo A, pois
possui menor oscilação e, consequentemente, menor Desvio Padrão que o Fundo B.

7 Fundo B Fundo A Média


6

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Apostila 2022 146


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Resumo
Os principais pontos a serem destacados do Desvio Padrão e da Variância são :
Ø Medem o risco de mercado (volatilidade ou oscilação) de um ativo;
Ø Quanto maior o desvio padrão/variância, maior será o risco do investimento (mais
ele estará se “desviando do seu padrão”).
Ø A Variância sempre será um número positivo;
Ø O Desvio Padrão é tanto um número positivo, quanto negativo;
Ø O Símbolo do Desvio Padrão é o Sigma (σ)
Ø A Variância é representada pelo Sigma ao quadrado (σ2)

q FÓRMULAS:

VARIÂNCIA POPULACIONAL VARIÂNCIA AMOSTRAL

Apostila 2022 147


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância
A Covariância é uma medida estatística para entendermos como uma variável (ATIVO A)
se comporta em relação a outra variável (ATIVO B). Quando a covariância é positiva, duas
variáveis tendem a variar na mesma direção. Já quando a covariância é negativa, as
devidas variáveis tendem a variar em direção oposta. Variáveis independentes (que não
possuem nenhuma correlação) têm covariância igual a zero.

Por exemplo, o aumento do preço do petróleo é benéfico para as Petrolíferas (vendem


petróleo), mas prejudicial ao lucro das empresas aéreas (custo do combustível). Desta
forma, quando o preço do petróleo aumenta, as ações da Petrobrás tendem a valorizar e
as ações da companhia aéreas tendem a desvalorizar. Caso o petróleo diminua de valor, as
ações da Petrobrás tendem a desvalorizar e as ações das companhias aéreas tendem a
valorizar. Podemos demonstrar isto pelo cálculo da Covariância:
Ø A Covariância entre Petróleo-Petrobras é POSITIVA (andam na mesma direção)
Ø A Covariância entre Petróleo-CIA Aéreas é NEGATIVA (andam em direção opostas)

A grosso modo podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.

Apostila 2022 148


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de associação entre 2 variáveis


Coeficiente de Correlação (ρ)
No entanto, a covariância possui dois problemas:
Ø (1) Seus valores não são padronizados, variando de menos infinito a mais infinito;
Ø (2) Não é possível comparar a relação linear de dois grupos com unidades
distintas.

Assim, Karl Pearson (ρ) corrigiu o problema da Covariância, conseguindo transformar


estes números em uma nova variável que SEMPRE irá variar de -1 até +1, chamada de
“Coeficiente de Correlação”. O sinal indicará se há uma relação direta ou inversa entre as
variáveis e o número a intensidade (quanto mais próximo de “1”, maior a correlação
linear). Por exemplo, duas variáveis X e Y que possuam os seguintes Coeficientes de
Correlação:
Ø X e Y possuem (ρ) = +1: Se X aumentar 10%, Y AUMENTARÁ 10%;
Ø X e Y possuem (ρ) = -1: Se X aumentar 10%, Y DIMINUIRÁ 10% (lados opostos).
Ø X e Y possuem (ρ) = 0: Se X aumentar 10%, Y não terá NENHUMA relação, irá se
movimentar independentemente uma da outra.
Ø X e Y possuem (ρ) = +0,3: Se X diminuir 10%, Y DIMINUIRÁ 3%.

Apostila 2022 149


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância e Coef (ρ)
Quando estamos tratando de gestão de risco nas carteiras de investimentos, desejamos
adquirir ativos que se comportem o mais inverso possível e estas variáveis servem para
isso. Voltando ao nosso exemplo com Petrolíferas, mesmo que as empresas sejam muito
bem administradas, gerando bons lucros, o valor das suas ações sempre estão
diretamente relacionadas a cotação do petróleo. Se o mesmo, se desvalorizar, as ações
irão se desvalorizar. Desta forma, é muito interessante para diminuir o “risco de petróleo”,
adquirir ativos que sejam beneficiados com a queda do valor desta commodities, como
por exemplo, companhias aéreas. Para isso, analisamos o Coeficiente de Corre

Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1

Ativo Valor Inicial Prejuízo/ Lucro Resultado Final


CARTEIRA (A) 100% Petrobrás R$ 100.000 - R$ 10.000 (-10%) R$ 90.000
50% Petrobrás R$ 50.000 - R$ 5.000 (-10%)
CARTEIRA (B) R$ 100.000
50% LATAM R$ 50.000 +R$ 5.000 (+10%)

Apostila 2022 150


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Medidas de associação entre 2 variáveis


Fórmulas
Agora que sabemos os conceitos de Covariância e de Coeficiente de Correlação,
entraremos nas fórmulas, lembrando sempre que quando tratarmos de População deve
ser dividido por “N termos” e quando tratarmos de Amostra, deve-se dividir por “N – 1”.

q Covariância: A covariância poderá ser calculada através de duas maneiras:

- × /! ,/
+! ,+ - - × /! ,/
+! ,+ -
Ø (1) COV(X,Y) = ∑*()* ; OU ∑*()* ;
0 0,1

Ø (2) COV(X,Y) = DP(X)×DP(Y) × Coef (X,Y); quando se tem o Coeficiente.

q Coeficiente de Correlação: O coeficiente de correlação é calculado através:

234(+,/)
Coef (X,Y)=
78(9)×78(:)

Apostila 2022 151


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Medidas de associação entre 2 variáveis
Cálculo Covariância
Sabemos empiricamente que quanto mais alto estão os juros (SELIC), menos as pessoas
tendem a comprar (o crédito fica mais caro). No entanto, podemos provar essa relação
inversa com o cálculo da Covariância entre a Taxa de Juros versus Consumo. Por exemplo,
calcule a Covariância entre “Consumo & Taxa de Juros”, sabendo que nos últimos quatro
anos, foram coletados os seguintes dados:
Ø Consumo por pessoa: {R$ 800; R$ 700; R$ 600; R$ 500}
Ø Taxa SELIC: {10%; 11%; 13%; 14%}

Para calcularmos Covariância entre dois ativos (A,B), devemos seguir este Passo-a-Passo:
Ø (1) Calcular a média do “Ativo A” e do “Ativo B”;
Ø (2) Em cada ativo, calcular a distância de cada ponto até a sua média (“RISCO”);
Ø (3) Multiplicar o “RISCO” ´de cada período do “Ativo A” com o respectivo RISCO do
mesmo período do “ativo B”;
Ø (4) Para calcular a Covariância Populacional, deve-se somar o resultado destas
multiplicações e dividir por “N”, ou seja, calcular a média destas multiplicações. Caso
seja uma amostra, a divisão deverá ser por “n – 1” .

Apostila 2022 152


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Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo Covariância: Passo a Passo
Primeiramente, devemos notar que o exemplo nos passa a informação dos “últimos
quatro anos”, portanto, uma amostra. Para termos a população entre “Consumo & Taxa de
Juros” deveríamos ter todos os dados desde a primeira vez que alguém consumiu no
Brasil (uma coleta de dados impossível). Assim, nossa soma final será divida por 3 (n – 1).
Seguindo o passo-a-passo, chegamos na seguinte tabela:

Consumo (A) ETAPA 2: SELIC (B) ETAPA 2: ETAPA3:


Retorno – Média Retorno – Média Multiplicar Riscos
800 +150 10 ‒2 (150×-2)= ‒300
+
700 +50 11 ‒1 (50×-1)= ‒50
+ (-700 ÷ 3)
600 ‒50 13 +1 (-50×1)= ‒50
+
500 ‒150 14 +2 (-150×2)= ‒300
ETAPA 1: (ETAPA 1) ETAPA 4:
Média: 650 Média: 12 Cov (A,B) = ‒233

A conclusão para nossos estudos é que a COV (Consumo, Selic) é negativa, portanto,
possuem relação inversa (quando um sobe, o outro diminui).

Apostila 2022 153


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Medidas de associação entre 2 variáveis
Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
A HP-12C não calcula diretamente a Covariância, somente o Coeficiente de Correlação. No
entanto, sabemos que ela também calcula o desvio padrão dos ativo. Desta forma,
podemos aplicar a seguinte fórmula, lembrando que nossos resultados são sempre
Amostrais:

COV (a,b) = DP(a) × DP(b) × Coeficiente de Correlação(a,b)


Risco A Risco B Risco relacionado entre A,B
q HP-12C - Passo-a-Passo:
Ø (1) Zerar a Hp-12C com [f][CLx]
Ø (2) Inserir um por um, os pares do grupo: Ativo A “ENTER” + Ativo B “[∑+]”,
Com os grupos criados, podemos solicitar o cálculo do Coef (a,b), DP(a) e DP(b).
Ø (3) Calcular Coef(A,B): [g][2] e posteriormente “inverter variáveis” [x><y]
Ø (4) Calcular DP(B): [g][.]; a Hp-12 sempre nos mostra primeiro o “segundo ativo”.
Ø (5) Calcular DP(A): [x><y]; inverter variáveis (você já pediu o DP(b), agora esta
pedindo para a HP somente inverter a variável)
Ø (6) Calcular COV(A,B): multiplicar os itens anteriores (3)×(4)×(5).

Apostila 2022 154


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Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
q Aplicando o Passo-a-Passo:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


800 ENTER 10 [∑+] 1º número do grupo 1
700 ENTER 11 [∑+] 2º número do grupo 2
600 ENTER 13 [∑+] 3º número do grupo 3
500 ENTER 14 [∑+] 4º número do grupo 4
1,r: [g][2]
2 Correlação (r) 1.210
COEF (A,B) [x><y] Inverter resultado ‒0,99
DESVIO PADRÃO (B) S: [g][.] A HP calcula 1º segundo ativo 1,83
DESVIO PADRÃO (A) [x><y] Inverter o Ativo 129,10
Multiplicar duas vezes, pois os
COV(A,B) [×] [×] valores do COEF, DP(a) e DP(b) -233,33
já estão na memória da HP

Apostila 2022 155


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Medidas de associação entre 2 variáveis
Coeficiente de Correlação: Gráfico
Para enxergarmos essa relação, vejamos os gráficos abaixo com suas devidas explicações:
Ø Coef (a,b) = +1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “+1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
na mesma direção e na mesma intensidade. Ou seja, quando
um cai, a outra também cai. Quando uma sobe, a outra
também sobe.
Ø Coef (a,b) = 0: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “0”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
sem nenhuma correlação, independente uma da outra (como
se elas tivessem vidas próprias). Importante ressaltar que
mesmo o coeficiente sendo zero, há diversificação da carteira
de investimentos.
Ø Coef (a,b) = - 1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “‒1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
em direções opostos, porém, na mesma intensidade. Ou seja,
quando um cai, a outra sobe. Quando uma sobe, a outra cai.

Apostila 2022 156


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Medidas de associação entre 2 variáveis


Covariância e Coef(ρ): Resumo
Os principais pontos da Covariância e do Coeficiente de Correlação são:
Ø São variáveis para demonstrar o risco entre ativos e não o risco de cada ativo. Por
tanto, eles diminuem o Risco Não-Sistêmico, também chamado de Risco
Diversificável;
Ø A Covariância nos dirá “somente” se os ativos se movimentam para a mesma
direção ou para direções contrárias.
Ø O Coeficiente de Correlação no dirá a direção e a intensidade de como os ativos se
relacionam.
Ø Todo ativo que possuir Coeficiente de Correlação MENOR que +1, diversificará a
carteira de investimentos.
Ø Quanto menor for o Coeficiente de Correlação, maior o benefício da
diversificação que este ativo estará gerando a carteira de investimentos.
Ø Ativos com Coeficiente igual a ZERO, diversificam a carteira. No entanto, não se
sabe o que irá ocorrer entre eles.

Apostila 2022 157


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Medidas de associação entre 2 variáveis
Coeficiente de Determinação (R2)
O Coeficiente de Determinação (R2), nada mais é que o valor do coeficiente de correlação
entre dois ativos (A,B) elevado ao quadrado, portanto, nunca será um número negativo.
Ele serve para mostrar quanto da variação de A é explicada pela variação de B e quanto
da variação de A é devida a fatores aleatórios.

O R² irá variar entre 0 e 1, sendo indicado em porcentagem. Quanto maior o R², mais
explicativo é o modelo, ou seja, melhor ele se ajusta à amostra. Por exemplo, se o R² de
um modelo é 0,9312, isto significa que 93,12% da variável A é dependente da variável B. A
fórmula do R2 será:

! !
R = #(#,%)
Apostila 2022 158
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Distribuição Normal e Intervalo de Confiança


Conceito
A importância de se saber a média e o desvio-padrão da amostra coleta nos
investimentos, está em conhecer a probabilidade de eventos futuros de se afastarem da
média do grupo. Esta probabilidade é chamada de “Intervalo de Confiança” e pode ser
demonstrada através da “Curva da Distribuição Normal”, formada pela distribuição dos
dados coletados em uma curva. Estas probabilidades já foram calculadas pelos estatísticos
e são padronizadas da seguinte forma:
Ø Aproximadamente 68% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de UM desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 95% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de DOIS desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 99% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de TRÊS desvio padrão, para mais ou para menos da média.

Importante destacar que a curva da distribuição normal simétrica tem forma de sino, e
desta forma, as suas “três Marias” – Média, Moda e a Mediana – são iguais!

Apostila 2022 159


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Intervalo de Confiança
Gráfico
A partir da média (µ), quanto mais nos afastamos dela, maior a probabilidade de um
evento ocorrer. Este afastamento é baseado pela quantidade de desvios padrões (σ).
Importante ressaltar que não importa a quantidade de desvios padrões utilizarmos, jamais
teremos 100% de certeza.

A curva de distribuição normal é apresentada desta forma:

1 DP(3) = 68,26%
2 DP(3) = 95,44%
3 DP(3) = 99,74%
1,96 DP(3) = 95%

Apostila 2022 160


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Distribuição Normal e Intervalo de Confiança


Exemplo
Um fundo de ações possui retorno médio anual de 40% e um desvio padrão de 5%. Para
um intervalo de confiança de 95%, qual a variação esperada aproximada?

q RESPOSTA: para cada desvio padrão utilizado, o fundo deverá se distanciar da sua
média 5%, tanto para mais, quanto para menos. Lembrando que:
Ø Para 68% de Intervalo de Confiança, se utiliza UM Desvio Padrão;
Ø Para 95% de Intervalo de Confiança, se utiliza DOIS Desvios Padrão;
Ø Para 99% de Intervalo de Confiança, se utiliza TRÊS Desvios Padrão;

Assim, devemos nos “desviar” 2 vezes da média, sendo que cada desvio equivale a 5%:
Ø Intervalo de Confiança = Média ± n x DP
o IC Mínimo = 40% ‒ 2 × 5% = 30%
o IC Máximo = 40% + 2 × 5% = 50%

Desta forma, podemos dizer que esperamos que o fundo de tenha uma variação entre
30% e 50%, com 95% de confiança.

Apostila 2022 161


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6.2 Risco & Retorno Esperado
Apostila 2022 162
162
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Risco & Retorno Esperado


Rentabilidade Observada x Esperada
A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de
passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer
demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de
investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a
um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído
a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.

Já a RENTABILIDADE ESPERADA condiz com a expectativa futura de um retorno. Seu


cálculo leva em consideração as possibilidades de cenários futuros ocorreram e os pesos
dos ativos. Mas não se preocupa, cálculos não caem na prova, somente o conceito!

Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada

Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo
Apostila 2022 163
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Risco & Retorno Esperado
Desvio Padrão do Retorno Esperado
Quando estamos tratando de Retornos Esperados, os dados utilizados serão as projeções
das rentabilidades, que englobam cenários com probabilidades, ou seja, possuem pesos
diferentes. Com isso, a HP-12C não terá tamanha valia e o cálculo deverá ser feito
manualmente.

A estratégia a ser utilizada para calcularmos o Desvio Padrão dos Retornos Esperados
continuará sendo a mesma: montar o “quadro” com o mesmo passo-a-passo. Porém,
devemos ficar atento nos seguintes itens:
Ø A média a ser utilizada não será mais a simples, mas sim, a média ponderada;
Ø Continuaremos elevando o risco de cada ponto ao quadrado;
Ø No entanto, ao invés de fazermos a média dos riscos ao quadrado, deveremos
multiplicar estes resultados pela sua probabilidade e somar.

A fórmula acaba sendo:

Apostila 2022 164


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Risco & Retorno Esperado


Desvio Padrão: Exemplo
As empresas de educação financeira “Toro Cursos” e a “Casa dos Bancários” possuem as
seguintes expectativas de retorno para os quatros estados da economia. Desta forma,
calcule o retorno esperado e o desvio padrão de cada uma delas.

Estado da Retorno Esperado Retorno Esperado


Probabilidade
Economia Toro Cursos Casa dos Bancários

Ótimo 20% -5% 35%


Bom 30% 25% 20%
Normal 40% 30% 15%
Fraco 10% 35% 0%

Apostila 2022 165


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Risco & Retorno Esperado
Exemplo: Toro Cursos
Conforme o passo-a-passo, primeiramente devemos calcular a média ponderada do
retorno esperado, lembrando que podemos fazer na HP-12C inserindo todo os dados
através de “Retorno [Enter] probabilidade [∑+]” e por último clicando em “[g][6]”.

Probabilidade Retorno (ETAPA 2) (ETAPA 3) (ETAPA 4)


Elevar ao Multiplicar pela
dos Cenários Esperado Retorno – Média
quadrado Probabilidade
Ótimo 20% ‒5 (‒5 ‒ 22) = ‒27 (-27)2 = 729 (20%)×(729) = 145,8
+
Bom 30% 25 (25 ‒ 22) = +3 (+3)2 = 9 (30%)×(9) = 2,7
+
Normal 40% 30 (30 ‒ 22) = +8 (+8)2 = 64 (40%)×(64) = 25,6
+
Fraco 10% 35 (35 ‒ 22) = +13 (+13)2 = 169 (10%)×(169) = 16,9
(ETAPA 1) (ETAPA 5) Somar:
Média Ponderada = 22% Variância = 191
(ETAPA 6): Desvio Padrão = 676 = ±13,82

Apostila 2022 166


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Risco & Retorno Esperado


Exemplo: Casa dos Bancários
Devemos seguir o mesmo passo-a-passo para calcularmos o risco do retorno esperado da
Casa dos Bancários.

Probabilidade Retorno (ETAPA 2) (ETAPA 3) (ETAPA 4)


Multiplicar pela
dos Cenários Esperado Retorno – Média Elevar ao quadrado
Probabilidade
Ótimo 20% 35 (35 ‒ 19) = +16 (+16)2 = 256 (20%)×(256) = 51,2
+
Bom 30% 20 (20 ‒ 19) = +1 (+1)2 = 1 (30%)×(1) = 0,3
+
Normal 40% 15 (15 ‒ 19) = ‒4 (‒4)2 = 16 (40%)×(16) = 6,4
+
Fraco 10% 0 (0 ‒ 19) = ‒19 (‒19)2 = 361 (10%)×(361) = 36,1
(ETAPA 1) (ETAPA 5) Somar:
Média Ponderada = 19% Variância = 94
(ETAPA 6): Desvio Padrão = 78 = ±9,6964

Apostila 2022 167


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Risco & Retorno Esperado
Exemplo: Conclusão
Com os dados calculados, percebemos que a Casa dos Bancários possui um risco menor,
mas um retorno esperado também menor. Consequentemente a Toro Cursos teve um
retorno esperado maior, mas um risco de mercado maior.

TORO CURSOS CASA DOS BANCÁRIOS

Retorno Esperado 22% a.a. 19% a.a.

Risco (Desvio Padrão) 13,82% 9,6964%

Importante salientar nos cálculos que os processos são os mesmos de quando foi feito
com pesos iguais, com o único detalhe de que, ao invés de dividir por “N” ou “N ‒1”,
deverá ser multiplicado pela probabilidade e posteriormente somar os resultados.

Apostila 2022 168


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Risco & Retorno Esperado


Covariância do Retorno Esperado
Da mesma forma que podemos calcular o Desvio Padrão dos Retornos Esperados,
também podemos calcular a Covariância de duas empresas baseado nas projeções das
rentabilidades. Nosso passo-a-passo será:
Ø ETAPA 1: Calcular a média ponderada de cada uma das empresas;
Ø ETAPA 2: Calcular o “risco” do grupo X de cada retorno de não dar a média e fazer
o mesmo para o grupo Y;
Ø ETAPA 3: Multiplicar as “ETAPA 2” de cada empresa entre elas, multiplicando
também o peso de cada cenário corresponder;
Ø ETAPA 4: Somar todos os valores da ETAPA 3. Este será nossa Covariância.

A fórmula acaba sendo:

%&' ", $ = ! × $" − $


"" − " ! ×," + ! × $# − $
"# − " ! ×,#

§ !": Média da variável x


§ !$: Média da variável y
§ 9: probabilidade (peso)

Apostila 2022 169


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Risco & Retorno Esperado
Covariância: Exemplo
Levando em consideração dois tipos de cenários (Expansão e Recessão), conforme dados
abaixo, qual a Covariância dos retornos das empresas A e B?

ESTADO DA PROBABILIDADE RETORNO ESPERADO RETORNO ESPERADO


ECONOMIA DO CENÁRIO Empresa A Empresa B

Expansão 80% +25% +20%

Recessão 20% +5% +10%

Apostila 2022 170


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Risco & Retorno Esperado


Covariância: Resposta
q RESPOSTA: Fazendo nossa tabela, concluímos que a Covariância das Empresas A & B
será de +32%. Perceba novamente que primeiros calculamos o retorno esperado de cada
empresa (Empresa A = + 21%; e Empresa B = + 18%), para posteriormente calcularmos o
risco de “não dar esse retorno”. Com esses valores, multiplicamos os riscos pelas
probabilidades dos cenários, somando-os no final. Assim chegamos no resultado de COV
(A,B) = + 32%.

ETAPA 2: ETAPA 2:
Empresa A Empresa B ETAPA3:
RISCO RISCO Multiplicar Riscos
(Retorno – Média) (Retorno – Média)

80% 25% (25 ‒ 21) = +4 80% 20% (20 ‒ 18) = +2 (+4)×(+2)×(80%)=6,4


+
20% 5% (5 ‒ 21) = ‒16 20% 10% (10 ‒ 18) = ‒8 (‒16)×(‒8)×(20%)= 25,6

ETAPA 1: (ETAPA 1) ETAPA 4:


Média: 21% Média: 18% Cov (A,B) = +32%

Apostila 2022 171


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6.3 Teoria Moderna de Carteiras
Apostila 2022 172
172
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Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
No gráfico abaixo, percebemos que quanto mais ativos tivermos na carteira, menos será o
risco total da mesma, gerados pelo benefício da “Diversificação”.

Risco TOTAL
(Desvio Padrão) Risco Total =
Sistêmico + Não Sistêmico

Risco Não-Sistêmico

Risco Total
(DP = σ)

Beta Risco Sistêmico

Número de Ações na Carteira

Apostila 2022 173


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Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
Podemos destrinchar o risco total de um investimento, dois grandes grupos, que são
chamados de:
Ø Risco sistêmico (risco NÃO DIVERSIFICÁVEL): Ele é o risco gerado pelos sistemas
econômico, político e social, no qual impacta a economia como um todo. Suas
principais características são:
§ Medido pelo Beta;
§ Não pode ser evitado pela diversificação dos ativos;
§ Exemplos: impeachment, grandes mudanças na taxa de juros ou câmbio.
Ø Risco não-sistêmico (risco DIVERSIFICÁVEL ou próprio): Este é o risco individual do
ativo ou do seu setor. Suas principais características são:
§ Pode ser diminuído com a elaboração de uma carteira com diversos ativos com
Coeficiente de Correlação menores que +1;
§ Exemplos: risco de crédito ou de liquidez de uma companhia.
Ø RISCO TOTAL (Risco Sistêmico + Risco Não Sistêmico): O risco total de uma
carteira (ou de um ativo) é medido pelo desvio-padrão. Ele pode ser considerado
também como a soma do “Risco Sistêmico” com o “Risco não-sistêmico”.

Apostila 2022 174


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Beta
Conceito
O Beta é uma medida de risco sistêmico, calculando a volatilidade de determinado ativo
em relação ao risco de mercado. Desta forma, o Beta é uma medida de sensibilidade em
relação aos fatos sistêmicos que ocorrem no mercado financeiro (quanto maior o Beta,
maior o Risco Sistêmico do ativo).

Podemos interpretar o resultado do Beta da seguinte forma:


Ø Beta IGUAL a 1: oscilará com a mesma intensidade que o mercado.
Ø Beta MAIOR que 1: oscilará com mais intensidade que o mercado.
Ø Beta MENOR que 1: oscilará com menos intensidade que o mercado.

q Fórmula: O Beta do ativo A é o “Risco do ativo A com o Mercado – COVariância(a,m)”


dividido pelo “Risco do Mercado – VARiância(m)”:

#$%(",%) DP(')
β(") = OU β(&) = ×#+,-(",%)
%&'(%) DP(()

Apostila 2022 175


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Teoria de Finanças Tradicional
Introdução
A Teoria de Finanças Tradicional, também conhecida como Teoria Moderna de Portfólio,
leva em consideração que os mercados financeiros são eficientes e os investidores tomam
decisões racionais (se o investidor tiver que escolher entre 2 portfólios com o mesmo
nível de retorno esperado, ele escolherá o portfólio que possui o menor risco). Desta
forma, os investidores possuem 3 características:
Ø Aversão ao risco: minimizar risco e maximizar retornos.
Ø Expectativas racionais: as avaliações e projeções do investidor refletem toda a
informação relevante disponível. Assim, o investidor sempre analisará o risco x
retorno de cada investimento.
Ø Integração dos seus investimentos: o investidor avalia os seus investimentos como
um todo (contexto da carteira) e não ativo por ativo. Desta forma, o investidor busca
pela diversificação da carteira de investimentos (reduzindo o risco não sistêmico).

Portanto, a Teoria de Finanças Tradicional de Markowitz, tem como base o postulado da


racionalidade, assumindo que os indivíduos processam corretamente as informações
quando tomam decisões, sem envolvimento emocional.

Apostila 2022 176


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Mercado Eficiente
Conceito
Em finanças, a teoria do Mercado Eficiente se refere que todas as informações já estão
refletidas nos preços dos ativos, ou seja, não existe ativo barato ou caro. Desta forma, a
teoria diz que é impossível obter um rendimento acima do retorno esperado, nem
mesmo utilizando de análise técnica, análise fundamentalista ou de informação
privilegiada. No entanto, dentro desta hipótese, há três formas de eficiência do mercado.
São elas:
Ø Eficiência Fraca;
Ø Eficiência Semi-Forte;
Ø Eficiência Forte.

Analisando como um todo, a teoria do Mercado Eficiente entende que não há lacuna
entre os fatos e o conhecimento dos investidores para que os preços sejam reajustados.
Com isso, os adeptos a esta teoria acreditam que faz mais sentido fazer investimentos de
forma passiva (por exemplo, fundos atrelados a um benchmark), do que de forma ativa,
vide que a segunda sempre gera maiores custos.

Apostila 2022 177


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Mercado Eficiente
Premissas
Como todo princípio, devemos levar em consideração algumas premissas para estes
estudos. As premissas para o Mercado ser Eficiente são:
Ø A informação surge de forma independente e torna-se rapidamente disponível
para todos os participantes, a baixo ou nenhum custo;
Ø As informações são homogêneas e entram no mercado de maneira aleatória;
Ø O mercado funcionará em concorrência perfeita;
Ø Os custos de transação, tais como comissões, corretagens e impostos, são
considerados como inexistentes;
Ø Investidores são racionais: maximizam a utilidade de suas riquezas.
Ø Preços ajustam rapidamente a novas informações.
Ø O mercado possui plena liquidez, continuidade de preço e profundidade.

Apostila 2022 178


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Mercado Eficiente
Formas de Eficiência do Mercado
Conforme citado, as três formas de eficiência são:
Ø Forma Fraca: Os preços refletem somente as informações públicas disponíveis.
Desta forma, os retornos passados não ajudam a prever retornos futuros, fazendo
com que não seja possível ter retornos em excesso utilizando análise técnica;
somente é possível com análise fundamentalista e informação privilegiada.
Ø Forme Semi-forte: Engloba a Forma Fraca, mas sugere que as novas informações
públicas são absorvidas instantaneamente, mas as privadas não. Assim sendo, o
investidor não consegue ter retornos em excesso utilizando as estratégias de análise
fundamentalista ou técnica, apenas com informação privilegiada.
Ø Forma Forte: Engloba a Forma Semi-Forte e ainda afirma que as novas
informações privadas são absorvidas instantaneamente, ou seja, os preços refletem
automaticamente todos os tipos de informação. Com isso, o investidor não consegue
ter retornos em excesso, nem mesmo utilizando de informações privilegiadas.

Apostila 2022 179


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Teoria da Utilidade Esperada
Aplicação no Mercado de Capitais
O conceito de Teoria da Utilidade Esperada, que diz que o consumidor deseja ter a maior
quantidade de consumo de Produtos & Serviços disponíveis para a sua renda, também
pode ser aplicada no mercado de capitais (nas combinações de risco e retorno do
investidor). No entanto, ao invés de maximizar todas as variáveis da cesta de combinações
de Produtos & Serviços, como diz a Teoria da Utilidade Esperada, nos investimentos o
investidor racional procura AUMENTAR O RETORNO e DIMINUIR O RISCO. Desta forma,
as curvas serão côncavas no plano retorno em função do risco, podendo ser sintetizados
os três perfis do API:
Ø Conservador (Avesso ao risco): conforma-se com retornos mais limitados, em
troca do conforto da segurança;
Ø Arrojado (Propenso ao risco): aceita ter mais risco em troca de melhores
resultados financeiros;
Ø Moderado (Neutro ao risco): uma mescla entre os dois anteriores.

O grau de aversão ao risco de cada investidor é representado pela sua função de utilidade,
implicando em uma relação positiva entre retorno e risco.

Apostila 2022 180


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria da Utilidade Esperada


Aplicação no Mercado de Capitais
Aplicando a teoria no mercado de capitais, temos os produtos financeiros disponíveis dos
segmentos dos bancos (U1 = private; U2 = alta renda; e U3 = varejo). Desta forma, as
curvas mais acima, possuem uma relação risco x retorno melhor que as curvas mais
abaixo. Já em relação ao perfil de risco de um investidor, esta é uma análise baseada na
inclinação das curvas do gráfico. Assim, podemos perceber que investidores que possuem
um comportando do gráfico 1, são muito mais avessos ao risco, que investidores do
gráfico 1, pois o Gráfico 1 é mais inclinado que o Gráfico 2. Desta forma, percebemos
que o perfil do cliente é baseado na inclinação do gráfico e a utilidade está na sua devida
altura (acesso a produtos de investimentos).

U1 Gráfico 1 Gráfico 2
U2
Maior Utilidade U3 Maior Utilidade U1
U2
Retorno (R)

Retorno (R)

10 10 U3

7 7
Menor Utilidade Menor Utilidade
5 5

Risco Total ($) Risco Total ($)


1 2 1 5

Apostila 2022 181


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Modelos de Precificação de Ativos
Conceitos
Dentro dos modelos de precificação de ativos, estudaremos os seguintes:

Ø Fronteira Eficiente (Markowitz): Risco total sem a inclusão do ativo livre de risco.

Ø CML (Capital Market Line): Risco total com a adição do ativo livre de risco.

Ø SML (Security Market Line): Mudança do tipo de risco no qual será utilizado nas
análises. Agora, o não utilizaremos mais o risco total (desvio padrão), mas sim o risco
sistêmico do ativo (Beta). Este cálculo será realizado através do modelo CAPM.

Ø APT (Arbitrage Pricing Theory): Modelo que utiliza diversos fatores de risco,
utilizando o risco Beta de cada um destes fatores

Apostila 2022 182


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Fronteira Eficiente de Markowitz


Conceito
Para atender à exigência do investidor avesso a riscos, uma opção é diversificar a carteira
de investimentos, conforme velho ditado: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Porém, para termos uma diversificação mais eficiente, deve-se construir uma carteira de
investimos no qual os ativos tenham comportamentos inversos com as notícias
financeiras, ou seja, sejam inversamente correlacionados. Desta forma, devesse analisar o
coeficiente de correlação entre os ativos (valor que varia entre -1 e 1, e quanto menor for
o número, mais diversificada será), vide exemplo dado de petrolíferas & empresas aéreas
no capítulo de estatística.

Em meados da década de 50, Harry Markowitz provou que existe uma fronteira que é
formada por infinitas carteiras, onde se tem o maior retorno possível com o mesmo nível
de risco, ou no qual se atinge o menor risco com o mesmo nível de retorno (princípio da
Dominância). Esta fronteira é denominada de FRONTEIRA EFICIENTE de Markowitz e seu
entendimento é o mesmo da Teoria da Utilidade Esperada: pontos abaixo da fronteira
eficiente não são interessantes para o investidor e pontos acima da fronteira, ele não tem
acesso.

Apostila 2022 183


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Fronteira Eficiente de Markowitz
Carteira Ótima
A escolha da Carteira Ótima é determinada pelo ponto em que a curva de investimento
tangencia sua mais alta curva de indiferença, combinando assim, as carteiras otimizadas
possíveis com o perfil do investidor. Portanto, será a com melhor risco x retorno dentro do
perfil de risco do investidor e das suas possibilidades de escolha.

Retorno
(R) U1

FRONTEIRA
EFICIENTE

CARTEIRA ÓTIMA

Risco Total ())

Apostila 2022 184


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Fronteira Eficiente de Markowitz


Gráfico
Podemos notar que pontos abaixo da linha verde são carteiras consideradas ineficientes,
pois o investidor terá na Fronteira Eficiente, opções melhores. Já acima, são opções
inatingíveis.

Retorno (R) Carteiras Inatingíveis


Fronteira
Eficiente
Mesmo RISCO mas
Carteira de com MENOR retorno
Variância Mesmo retorno
Mínima mas com maior risco
Carteira não eficiente

Carteiras
Ineficientes

Risco Total ())

Apostila 2022 185


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Fronteira Eficiente de Markowitz
Cálculo do Risco de 2 Ativos
Conforme demonstrado no gráfico anterior, toda carteira de investimentos possui um
ponto na fronteira eficiente com o menor risco possível (menor desvio padrão com um
dado retorno, chamado de Carteira de Variância Mínima). Pontos abaixo da fronteira
eficiente, são chamados de Carteiras Ineficientes, já que não fazem sentido tendo outra
alternativa com o mesmo risco e com maior retorno.

Markowitz chegou nesse resultado, através de uma fórmula matemática (que será dada
na prova!), no qual leva em consideração peso de cada ativo (W), o risco total de cada
ativo (mensurado pelo Desvio Padrão, que possui o símbolo 3) e o risco interligado dos
dois ativos (o coeficiente de correlação – ϑ).

q FÓRMULA:

σ(*,+) = /,* ×σ,* 0(-) + /,+ ×σ,+ (-) + 2/* /+ ×σ* σ+ ϑ

Apostila 2022 186


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Fronteira Eficiente de Markowitz


Exemplo: Cálculo do Risco de 2 Ativos
Suponha que duas ações possuem um coeficiente de correlação igual a -1. A ação A tem
um desvio padrão de 10% e a ação de B de 13%. Se o peso de A na carteira for 75% e de
B 25%, o desvio-padrão da carteira será:

q RESPOSTA: Para calcularmos o desvio padrão da carteira, devemos aplicar a seguinte


fórmula (que será dada na prova):

§ DP(",$) = Wa2×σa2 + Wb2×σb2 + 2WaWb×σaσb×ϑ&'

§ DP(",$) = (0,75)2×(0,10)2+(0,25)2×(0,13)2+ 2(0,75)(0,25)×(0,10)(0,13)×(−1)

§ DP(",$) = (0,005625) +(0,001056) − (0,00488)

§ DP(",$) = (0,001806
§ CD((,)) = E, E8FG ou 4,25%

Apostila 2022 187


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Fronteira Eficiente de Markowitz
Retorno Esperado de 2 Ativos
Já para o retorno, Markowitz utilizou o cálculo do Retorno Esperado através da média
ponderada. Desta forma, no exemplo anterior, no qual “a ação A tem um desvio padrão
de 10% e um retorno esperado de 11%. Já a ação de B possui um Desvio Padrão de 13%
e um retorno esperado de 12%. Se o peso de A na carteira for 75% e de B 25%...”,
devemos utilizar somente os retornos, ignorando a informação do risco (desvio padrão).

q RESPOSTA: Para calcularmos o desvio padrão da carteira, devemos aplicar a seguinte


fórmula (que será dada na prova) e que não leva em consideração o retorno dos ativos:

RETORNO RETORNO PARA


ATIVO PESO
ESPERADO A CARTEIRA
Empresa A +11,00% 75% + 8,25%
+
Empresa B +12,00% 25% + 3,00%
RETORNO ESPERADO DA CARTEIRA → + 11,25%

Apostila 2022 188


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

CML – Capital Market Line


Adição do Ativo Livre de Risco
A introdução de um ativo livre de risco, cujo retorno chamaremos de TLR e que não tem
correlação alguma com os outros títulos (covariância e correlação = 0), faz com que a
antiga “fronteira eficiente” (uma curva) mude para uma RETA chamada Capital Market
Line (CML), sendo desta forma, uma evolução da fronteira eficiente!

Conforme gráfico a seguir, a adição deste ativo livre de risco faz com esta reta em algum
momento tangencie a “curva da fronteira eficiente” (ponto M), sendo este ponto uma
carteira com 100% dos recursos investidos em ativos COM risco.

Carteiras a esquerda do ponto M não estão alocando todos os recursos em ativos com
risco (emprestam dinheiro, já que estão investindo em renda fixa) e pontos a direita de M,
estão tomando recursos emprestados para comprar mais ativos com risco (alavancados),
vide que o somatório sempre deve ser 100%.

q OBS: A relação risco-retorno das carteiras na reta CML dominam aquelas na antiga
fronteira eficiente.

Apostila 2022 189


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
CML – Capital Market Line
Gráfico

Retorno (R)

CML - Carteira D é preferível à A;


Z
- D está emprestando parte
Fronteira dos seus recursos (menor
Eficiente risco que a carteira do
M
mercado M);
D
TLR - Z está alavancado.

Risco Total ())

Apostila 2022 190


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

SML – Security Market Line


Conceito
A SML (Security Market Line) é a evolução da CML, já que compreendemos que quando
uma carteira é muito bem diversificada, o risco total da carteira de investimentos, acaba
sendo somente o risco sistêmico (o risco não-sistêmico acaba diluindo a zero). Com isso,
não faz sentido calcularmos risco através de desvio padrão (risco total), mas sim, através
do Beta (risco sistêmico). Portanto, a principal evolução do modelo CML para o SML é a
medida de risco utilizada, já que:
Ø CML: usa RISCO TOTAL como medida de risco (medido pelo desvio padrão)
Ø SML: usa RISCO SISTÊMICO ou de mercado (medido pelo Beta – β).

Desta forma, a equação do retorno requerido (exigido) do investidor neste modelo vem
através da equação do CAPM (Capital Asset Pricing Model), que pode ser expressa de
forma gráfica por meio de uma reta, onde definimos o retorno requerido por um ativo em
função do beta, denominada de Security Market Line (SML). A SML expressa o prêmio de
risco (o cálculo da taxa de retorno requerida dos ativos em um mercado em equilíbrio) e
enfatiza que o risco de um ativo é uma função do seu beta.

Apostila 2022 191


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SML – Security Market Line
CAPM: Fórmula
O CAPM (Capital Asset Pricing Model) é um modelo que mostra o retorno mínimo que um
investidor aceitaria por investir em uma empresa levando em consideração risco
sistemático (Beta) daquele ativo. A fórmula leva em consideração o mínimo que se deve
ganhar no mercado financeiro, ou seja, Taxa Livre de Risco (Rf), acrescentado pelo retorno
exigido pelo risco sistêmico da ação. Este modelo segue a premissa de aversão ao risco
(quanto maior o risco, maior o retorno exigido)

q FÓRMULA:
!(#$) = #4 + β5 #6 − #7
Prêmio de Risco

onde:
Ø E(Ri) = Retorno Requerido (exigido) pelo acionista
Ø Rf = taxa livre de risco;
Ø β = medida de risco sistêmico da empresa;
Ø Rm = retorno de mercado (no Brasil, retorno do Ibovespa).
Apostila 2022 192
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

SML – Security Market Line


Gráfico

Retorno (R)

SML

M BETA = 1
RM
Carteira Mercado
PRÊMIO POR RISCO

RETORNO QUE NÃO


TLR
POSSUI RISCO

1 Risco Sistemático (β)

Apostila 2022 193


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SML – Security Market Line
Exemplo
O preço esperado pelos analistas para as ações da Toro Educação S/A é de R$ 66,00. Esta
ação está sendo negociada hoje no mercado pelo valor de R$ 60,00. Sabendo que a taxa
livre de risco é 5%, o retorno do mercado (ibovespa) é 15% e o Beta da ação é 0,7, qual o
retorno requerido segundo a SML? Esta ação está super ou subvalorizada?

q RESPOSTA: devemos realizar dois cálculos, o do Retorno Esperado e o do Retorno


Requerido do ativo. Após isso, iremos comparar os retornos:
Ø RETORNO ESPERADO:
§ 60 [ENTER]
§ 66 [Δ%]
§ Resposta: 10% é o retorno esperado para o ativo.
Ø RETORNO REQUERIDO (CAPM)
§ RR = 5% + 0,7×(15% - 5%)
§ RR = 5% + 0,7×(10%)
§ RR = 12%
Como o retorno requerido é superior ao retorno esperado do mercado, o investidor não
deve adquirir as ações e com isso, podemos afirmar que ela está supervalorizada.

Apostila 2022 194


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

SML – Security Market Line


Exemplo: Gráfico

Retorno (R)

Retorno SML
Requerido

12%
10% Ação

5%
Retorno
Esperado

0,7 Risco Sistemático (β)

Apostila 2022 195


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SML – Security Market Line
Escolhendo Ativos
Títulos Subvalorizados Títulos Supervalorizados
(Ativos Baratos) (Ativos Caros)

Ø Retorno esperado é MAIOR que Ø Retorno esperado é MENOR que


retorno exigido do ativo. retorno exigido do ativo.

Ø No gráfico, a ação está acima da SML. Ø No gráfico, a ação está abaixo da SML.

Ø Deve ser comprado. Ø Deve ser vendido.

Não confunda RETORNO ESPERADO com RETORNO REQUERIDO (RETORNO EXIGIDO)


de um ativo. O primeiro é a expectativa de retorno do mercado financeiro para aquela
ação (podendo ser calculado por média pondera), já o Retorno Requerido é quanto um
investidor está exigindo de retorno mínimo baseado no risco sistêmico do ativo.

Apostila 2022 196


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

APT – Arbritrage Pricing Theory


Conceito
O APT, ou teoria de precificação por arbitragem, é um modelo que considera a existência
de várias fontes causadoras de risco de mercado. Como paralelo, podemos notar que o
modelo CAPM utiliza somente uma variável como medida de risco: o Beta (risco
sistêmico).

O modelo APT considera a taxa de juros, a taxa de câmbio, a inflação, o PIB, o


desemprego, entre outros, também são fontes geradoras de risco sistêmico. Assim,
segundo o APT, podemos prever o comportamento de uma ação utilizando a relação entre
aquele ativo e diversos fatores (F) de risco relacionados. São utilizados os beta específicos
de cada fator utilizado na equação.

q FÓRMULA:
HI(*) = JKH + β+ ×F+ + β, ×F, +... + β- ×F-

Apostila 2022 197


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SML x CML
Resumo

SML CML
MEDIDA DE Risco Sistêmico Risco Total
RISCO (não diversificável, Beta) (Desvio Padrão)

Usado para determinar a alocação


Usado para determinar o de ativos apropriada (ativo livre de
APLICAÇÃO
retorno requerido para ativos risco vs. Carteira do Mercado) para
o investidor

Gráfico da Fronteira Eficiente +


DEFINIÇÃO Gráfico CAPM
Adição do Ativo Livre de Risco

GRAU DE Prêmio de risco Índice de Sharpe da


INCLINAÇÃO de mercado Carteira do Mercado

Apostila 2022 198


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

CAPM x APT
Resumo

CAPM APT
MEDIDA DE Risco Sistêmico Múltiplos riscos
RISCO (Beta de mercado da Ação) (Beta de cada fator utilizado)

Modelo simples, facilita o Modelo amplo, não possui


VANTAGEM
cálculo de retorno do ativo premissas restritivas

É restrito ao considerar apenas Aberto demais, não determina


DESVANTAGEM
uma medida de risco quais fatores devem ser utilizados

OS DOIS SÃO MODELOS DE AVERSÃO AO RISCO! OU SEJA, QUANTO


EM COMUM
MAIOR O RISCO DE UM ATIVO, MAIOR SERÁ O RETORNO EXIGIDO!

Apostila 2022 199


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
6.4 Gestão e Mensuração de Riscos e
Retornos dos Investimentos
Apostila 2022 200
200
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Performance
Conceito
As Medidas de Performance são métodos para calcular a eficiência de uma aplicação
financeira em relação ao risco assumido e surgem do conceito chamado de PRINCÍPIO DA
DOMINÂNCIA, que veremos a seguir. Esta medidas fazem com que seja possível comparar
carteiras de investimentos que apresentam riscos diferentes, fazendo com que quanto
maior for a relação retorno x risco, mais eficiente foi o investimento perante o risco
assumido.

Como conceito, todo investimento é composto por uma Taxa Livre de Risco (no Brasil,
utilizamos a Taxa de Juros Selic como TLR) mais a sua parcela de risco. Desta forma, não
faz sentido analisar o resultado total do investimento pelo risco do ativo, mas sim analisar
somente esse retorno excedente pelo risco. A seguir, demonstraremos melhor este
conceito de Retorno Excedente a Taxa Livre de Risco (TLR).

Dentre estas analises, estudaremos os seguintes tipos:


Ø Índice de Sharpe (utilizará como risco, o Risco Total – Desvio Padrão);
Ø Índice de Sharpe Modificado (utilizará um benchmark, ao invés da TLR);
Ø Índice de Treynor (utilizará como risco, o Risco Sistêmico – Beta);
Ø Índice de Modigliani (utilizará como risco, o Risco Total – Desvio Padrão).
Apostila 2022 201
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Princípio da Dominância: Conceito
Quando analisamos investimentos, basicamente consideramos apenas RISCO e RETORNO,
e desta forma, você já deve ter escutado alguma vez que “quanto maior o risco, maior o
retorno”. No entanto, nem sempre os investimentos encontrados no dia apresentam esta
relação de maior o risco, maior o rendimento que o investidor terá. Com isso, surge o
conceito do “PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA”.

O PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA, em resumo, diz que quando temos a nossa disposição


DOIS investimentos com o MESMO RISCO, escolheremos aquele que tem o MAIOR
RETORNO. Já quando os investimentos disponíveis apresentam o MESMO RETORNO,
optaremos pelo que apresentam o MENOR RISCO.

O conceito de risco aqui poderá ser: liquidez do investimento (prazo nas renda fixa; por
exemplo, um CDB com carência de 12 meses, deverá render mais que um CDB com
carência de 1 mês, da mesma instituição); o risco de crédito (um devedor ruim, deve
pagar mais juros que um bom pagador de dívidas); ou até mesmo a volatilidade do
investimento (desvio padrão do ativo), já que é uma métrica de risco total.

Apostila 2022 202


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Performance
Princípio da Dominância: Gráfico
Analisando o gráfico abaixo, no qual possui três Ativos (A, B e C), temos a seguinte
situação: Ativo A e Ativo B com mesmo risco (igual a 3); e Ativo B e Ativo C com o mesmo
retorno (igual a 9). O importante de perceber aqui, é que não faz sentido investir no
Ativo A, tendo a possibilidade de investir no Ativo B, pois os dois apresentam o mesmo
risco, mas o Ativo B apresenta um retorno maior. Desta forma, dizemos que B
“preDOMINA” sobre o ativo A. Da mesma forma, o Ativo C predomina sobre o Ativo B, já
que os dois possuem o mesmo retorno, mas o Ativo C apresente um risco menor.
Mesmo retorno

3 A B Mesmo risco
RISCO

1 C

6 9 Retorno

Apostila 2022 203


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Conceito: Retorno Excedente
O RETORNO EXCEDENTE à taxa livre de risco do país (TLR), é a parte do rendimento do
ativo que foi gerado por causa do risco do ativo, sendo esta parte a ser utilizada nas
nossas Medidas de Performance. Por exemplo, um ativo teve retorno total de 8%. No
entanto, a TLR estava em 5%. Assim, o RETORNO EXCEDENTE foi de 3%. São estes 3% que
serão analisados com o risco que a carteira teve no período (risco 2, conforme gráfico
abaixo), pois os primeiros 5% o investidor teria aplicando em um ativo sem risco (TLR).

Retorno
8 A Retorno Excedente à TLR, que
é o retorno que teve risco,
3 pois os primeiros 5% não
tiveram risco
Retorno
5
Total
TLR Retorno Mínimo de
qualquer Aplicação

2 Risco

Apostila 2022 204


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Performance
Índice de Sharpe
O economista William Sharpe (Nobel de Economia em 1990), foi o criador do Índice de
Sharpe, que mensura o retorno de uma carteira de investimentos (ou fundos de
investimentos) por sua volatilidade (sendo a volatilidade calculada pelo Desvio Padrão, ou
seja, o Risco Total). Desta forma, o seu indicador mede o retorno excedente ao ativo livre
de risco pelo risco TOTAL, independentemente das proporções dos riscos sistêmicos e não
sistêmicos.

Com a sua criação, podemos comparar duas carteiras de investimentos e analisar qual
delas é mais eficiente em relação a volatilidade gerada. Em outras palavras, se as duas
carteiras tivessem o mesmo risco total, qual delas teria maior retorno. A conclusão através
desta análise é que, entre duas opções, devemos escolher aquela que possui o maior
valor para o Índice de Sharpe (desde que o mesmo seja positivo).

q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Sharpe A =
ABCDEF GHIJãF (L)

Apostila 2022 205


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Índice de Sharpe Modificado
A partir do Índice de Sharpe, surgiu o segundo indicador: o Índice de Sharpe Modificado.
A única mudança no seu conceito foi que, ao invés de ser descontado o retorno da TLR,
será descontado o retorno do benchmark do fundo de investimentos.

Por exemplo, ao analisarmos o Índice de Sharpe de um fundo de ações, teoricamente,


deveríamos descontar do seu devido retorno, a Taxa Livre de Risco e comparar pelo seu
Desvio Padrão. No entanto, os fundos de ações no Brasil possuem como benchmark o
retorno do IBOVESPA, ou seja, é o retorno passivo para quem investe em ações. Desta
forma, faz mais sentido analisar o retorno excedente ao retorno do Ibovespa, do que em
relação ao Ativo Livre de Risco (Selic). Desta forma, o Índice de Sharpe Modificado
utilizará o retorno do Benchmark ao invés da TLR.

q FÓRMULA:
Retorno A − Retorno do Benchmark
Índice de Sharpe A =
ABCDEF GHIJãF (L)

Apostila 2022 206


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Performance
Índice de Treynor
O índice de Treynor, de Jack L. Treynor (1965), é uma excelente ferramenta para analisar
fundos de investimentos. Os princípios desta ferramenta são as mesmas do Índice de
Sharpe: analisar o retorno excedente pelo risco. No entanto, como Treynor tinha como
premissa que uma carteira diversificada faria com que os riscos específicos de cada ativo
fossem anulados pelo conceito de diversificação (coeficientes de correlação negativos),
faria mais sentido analisar o risco de uma carteira pelo RISCO SISTÊMICO (BETA) e não
pelo RISCO TOTAL (Desvio Padrão).

Desta forma, o seu modelo leva em consideração o retorno excedente a TLR pelo risco
sistêmico da carteira, mensurado pelo Beta da carteira. Da mesma forma que o Índice de
Sharpe, quanto maior for o seu indicador, melhor será o desempenho da carteira, pois o
gestor terá gerador mais retomo para o risco incorrido.

q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Treynor A =
QRSL (L)

Apostila 2022 207


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Índice de Modigliani (M2)
O índice Modigliani (M²) é utilizado para saber qual o retorno que a carteira de
investimentos analisada teria, se ela tivesse o mesmo risco do benchmark utilizado. Ou
seja, se o Índice de Modigliani (M²) da carteira for maior que o retorno do benchmark,
indica que ela teve uma performance melhor (ficando acima da CML), caso contrário, a
carteira teve um resultado pior (ficando abaixo da CML), em relação a esta base de risco.

Por exemplo, em um cenário no qual a Taxa Livre de Risco está 5%, uma Carteira A teve
um retorno de 10%, com Desvio Padrão de 2% no período; e o seu benchmark (Ibovespa)
teve um retorno 7% e um Desvio Padrão de 1%. Aplicando a fórmula do M2, chegaremos
ao resultado de 7,5%. Desta forma, concluímos que se a Carteira A tivesse o mesmo risco
(desvio padrão) que o Ibovespa, a mesma teria tido um retorno de 7,5%, ou seja, para
uma mesma base risco, a Carteira A foi mais eficiente que o seu Benchmark.

q FÓRMULA:
56(<=>)
.'(;) = /01 + 1(;) − /01 ×
56(;)

Apostila 2022 208


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Value-at-Risk (VaR)
Conceito
O VALUE-AT-RISK, ou simplesmente o VaR, é um indicador de risco para mensurar a perda
financeira máxima possível de uma carteira de investimentos em um período, com um
certo grau de confiança. Este é um cálculo estatístico, que diz qual o risco financeiro dos
ativos (ou do ativo) em um dia, uma semana, uma mês ou até mesmo em um ano.

Por exemplo, um fundo de investimentos informa que possui um VaR de R$ 1 milhão para
1 dia, com grau de confiança em 95%. Desta forma, compreendemos que este fundo
poderá ter uma perda máxima de R$ 1 milhão de um dia para o outro, sendo que o grau
de confiança desta informação é de 95%. Porém, como sua confiança é de 95%, quer dizer
também que a possibilidade de perder mais que este valor de um dia para o outro é de
5%.

A principal crítica ao este modelo é que o resultado do VaR NÃO consegue capturar os
prejuízos em períodos de stress do mercado, ou seja, o verdadeiro prejuízo de uma
carteira pode ser muito maior do que o apontado pelo VaR. Esta medida de risco tem
muita validade em períodos normais (cotidianos), já que é um modelo probabilístico,
baseado em estatísticas históricas através do risco total do ativo (desvio padrão)

Apostila 2022 209


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Value-at-Risk (VaR)
Fórmula
O Cálculo do VaR nada mais é que a multiplicação de quatro variáveis, que são:
Ø Valor Financeiro da carteira (V0 )
Ø Intervalo de confiança (a)
Ø Desvio padrão da Carteira (DP = σ)
Ø Horizonte de Retorno (t)

Desta forma, quanto maior forem estas variáveis, maior será o VaR!

q FÓRMULA:

Var = V7 ×a×DP× t

Apostila 2022 210


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Value-at-Risk (VaR)
Exemplo
Determine o VaR de uma carteira de investimentos de R$ 100.000,00, para um Intervalo
de Confiança de 95% (Alfa = 1,65), horizonte de 1 mês e desvio padrão dos retornos para
este período da carteira sendo de 5%.

q RESPOSTA: VaR = (R$ 100.000,00)x(1,65)x(0,05)x√1= R$ 8.250,00,


Desta forma, a carteira terá um prejuízo máximo em um mês de R$ 8.250,00, com 95% de
confiança. Ou seja, possui 5% de possibilidade de perder mais de R$ 8.250,00.

Prejuízos
maiores que
R$ 8.250,00

95%
5%

Apostila 2022 211


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Value-at-Risk (VaR)
Resumo
Em resumo, a medida de VaR é:
Ø Uma medida dada em valor financeiro e quanto maior for a carteira, maior o VaR;
Ø Diretamente proporcional ao horizonte de tempo (o VaR de uma semana será
maior do que o de um dia);
Ø Diretamente proporcional ao intervalo de confiança (um VaR com um intervalo de
confiança de 99% será maior que um de 95%);
Ø Sua desvantagem é que o VaR é deficiente em períodos de modificação do padrão
de comportamento dos dados, vide que, um modelo probabilístico baseado em
estatísticas históricas não será capaz de capturar as dimensões possíveis de
movimentos bruscos ainda não observados.;
Ø O VaR é um teste UNICAUDAL, portanto, os intervalos de confiança são diferentes
da distribuição normal (será fornecido o alfa na questão).

Apostila 2022 212


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Stress Test
Conceito
O STRESS TEST recalcula o valor da carteira para alguns cenários, ou combinação deles,
representativos de SITUAÇÕES DE CRISES ou choques nos mercados que afetam a
carteira, ou seja, ele é utilizado para compensar a deficiência do VaR e outras medidas de
dispersão (desvio-padrão e variância). Com isso, o VaR e o Stress Test são ferramentas
complementares para a avaliação de risco de mercado.

O VaR utiliza a distribuição normal como parâmetro descritivo da distribuição de


probabilidades no mercado financeiro (deficiente na previsão de movimentos bruscos ou
distribuições não normais). O Stress Test testa a “cauda” da curva de sino (Distribuição
Normal), ou seja, os prejuízos possíveis em caso seja atingido as suas extremidades.

q RESUMO:
Ø VaR (Value at Risk): Calcula o prejuízo em dias normais, o “risco cotidiano”;
Ø Stress Test: Calcula o prejuízo “em uma situação de crise”.
Ø Stress Test NÃO SUBSTITUI O VaR, mas sim, o complementa.

Apostila 2022 213


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Back Testing
Conceito
O Back Test consiste em utilizar uma série histórica de cotações, que cobre determinado
período, para verificar a rentabilidade que seria produzida por determinada estratégia se
fosse usada naquele período. Se a base de dados históricos for de boa qualidade e o teste
for conduzido com rigor, a realização de back tests representa um poderoso meio de
avaliar estratégias e selecionar as melhores. Simplificadamente, um exemplo do que se faz
é testar diferentes valores para os parâmetros de uma estratégia entre um período (Ex.
2000 a 2010), até encontrar o conjunto de parâmetros que produz resultados atraentes,
para após isso, aplicar no mercado financeiro.

Portanto, VERIFICA A PRECISÃO DE UM MODELO DE MENSURAÇÃO DE RISCOS OU DE


RETORNOS.

Apostila 2022 214


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Stop Loss
Conceito
Stop Loss é um tipo de estratégia utilizada para evitar (ou diminuir) prejuízos. Ela é muito
utiliza para quando for ultrapassado o valor do VaR, pois quando ultrapassado, o
investidor não saberá mais o máximo da sua perda. Operacionalmente, o investidor pode
deixar programado a venda automática de suas ações (ou outro tipo de ativo negociado
na B3), quando elas caírem a um determinado valor definido por ele. Caso o investidor
possua uma operação vendida, o Stop Loss será acionado quando o preço do seu ativo
suba, acionando uma compra.

Desta forma, o STOP LOSS limita as perdas do investidor.

Apostila 2022 215


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tracking Error e EQM
Conceitos
Os indicadores TE (Trackig Error) e EQM (Erro Quadrático Médio) servem para mensurar
o risco de ativo em não entregar o seu devido benchmark. São indicadores utilizados
principalmente para fundos de investimentos com estratégia passiva, já que o intuito é
“seguir” o benchmark. Estes indicadores não servem para mensurar o risco de mercado
(oscilação) do fundo, mas, podemos dizer, que serve para analisar a qualidade do gestor
em seguir uma estratégia.

Quanto maior for o seu valor, maiores são as oscilações perante o benchmark,
consequentemente, menor a correlação entre a “estratégia passiva” & “benchmark” e
quanto menor o índice, maior aderência do fundo em relação ao seu parâmetro de
performance.

q FÓRMULAS:

∑1./0 T 23456 − T )78 9


TU = V (W %&'() − W *+, ) PQR =
U

Apostila 2022 216


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tracking Error e EQM


Análise
Comparando os gráficos (1) e (2), percebemos que o FUNDO PASSIVO (1) descola muito
mais da linha vermelha (que é o seu benchmark) que o FUNDO PASSIVO (2), mas com o
tamanho das oscilações sendo menores. Desta forma, concluímos que o (1) possui um
desvio padrão menor (risco de mercado), mas um EQM maior (qualidade do gestor) que o
FUNDO PASSIVO (2).

GRÁFICO (1) GRÁFICO (2)


Referência Curva DI Referência IBOVESPA
Retorno Fundo Passivo (1)
Retorno Fundo Passivo (2)

Apostila 2022 217


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Resumos

ÍNDICES FÓRMULA

ÍNDICE DE SHARPE TVWXYZX [X \]Z[X − ^_T


`VabcX de[YãX [X \]Z[X

ÍNDICE DE TVWXYZX [X \]Z[X − gVZhijeYk [X \]Z[X


SHARPE MODIFICADO `VabcX de[YãX [X \]Z[X

ÍNDICE TVWXYZX [X \]Z[X − ^_T


DE TREYNOR gVWe [e leYWVcYe

Apostila 2022 218


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

6.5 Alocação de Ativos e


Rebalanceamento de Carteiras
Apostila 2022 219
219
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Alocação de Ativos (Asset Location)
Asset Location
O objetivo de construir um modelo eficiente de alocação é determinar quais serão as
classes de ativos com os seus devidos percentuais. Essa construção chamamos de
ALOCAÇÃO DE ATIVOS, ou em inglês de Asset Location. Esta parte, chamamos também de
MACRO-ALOCAÇÃO, pois ela define o percentual que deverá ser alocado nas categorias
de investimentos, como, 80% em renda fixa e 20% renda variável.

Após a Alocação de Ativos, temos o que chamamos de Seleção de Ativos, que é a


atividade de seleção específica dos produtos financeiros (10% em Petrobrás e 10% em
Vale do Rio Doce, totalizando os 20% que foram definidos no Asset Location). Esta etapa
também é conhecida com MICRO-ALOCAÇÃO.

A ALOCAÇÃO DE ATIVOS pode ser dividida em Estratégica x Tática e Dinâmica x Estática,


que veremos a seguir as suas diferenças de forma, pois o investidor definirá se deseja
buscar oportunidades de curto prazo ou apenas de longo prazo e também se ele deseja
que a carteira de investimentos possua muita movimentação financeira ou não.

Apostila 2022 220


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Alocação de Ativos (Asset Location)


Estratégica x Tática
Quando se trata de Classe de Ativos, o ASSET LOCATION pode ser dividido entre:
Ø ALOCAÇÃO ESTRATÉGICA (Fixa): Conceitualmente, os objetivos de rentabilidade,
tolerância ao risco e restrições do investidor são integradas aos cenários econômicos
de longo prazo, para que seja definido quais serão as classes de ativos aceitas no IPS
(Política de Investimentos). Desta forma, entende-se que os retornos futuros serão
semelhantes ao retornos passados e a volatilidade tende a ser baixa. Desta forma, se
um investidor necessita de 15% ao ano de retorno para seus objetivos, e sabendo
que o retorno da Renda Fixa foi de 10% ao ano e o do Ibovespa foi de 20% ao ano, a
alocação do estratégica diria que deveríamos investir 50% em cada classe.
Ø ALOCAÇÃO TÁTICA (Flexível): Aqui já falamos de uma questão de “momentum”,
de “timming”, ou seja, é uma alocação que utiliza os princípios da ESTRATÉGICA, mas
que permite ajustes de curto prazo aos pesos das classes de ativos baseados nas
expectativas de curto prazo relativas às performances destas classes de ativos. Desta
forma, se o gestor acredita que o cenário para os próximos meses não seja favorável
para o Ibovespa (Carteira de Ações), ele pode diminuir a exposição a ações e
aumentando em renda fixa, ficando por exemplo, em 80% em renda fixa e 20% em
ações, ao invés de 50% de renda fixa e 50% de Ibovespa.
Apostila 2022 221
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Alocação de Ativos (Asset Location)
Dinâmica x Estática
Também podemos dividir o ASSET LOCATION em:
Ø ALOCAÇÃO DINÂMICA (ATIVA): Este tipo de Alocação tem por objetivo ajustar
dinamicamente (ativamente) a seleção de ativos da carteira cliente, baseado na
expectativa de alta ou baixa de determinados setores da economia, vendendo e
comprando ativos. Por exemplo, se o gestor acredita que algum setor se desvalorizou
rapidamente na bolsa de valores, ele pode comprar essas ações para quando se
recuperar, já vender com lucro suas posições.
Ø ALOCAÇÃO ESTÁTICA (PASSIVA): A Alocação Estática se caracteriza pela
manutenção das posições ao longo do tempo, mesmo que possa haver um
desequilíbrio em percentuais da carteira. Poderíamos resumir como um “não fazer
nada”, que também é uma tomada de decisão

Apostila 2022 222


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Alocação de Ativos x Seleção de Ativos


Macro e Micro-Alocação
Como vimos, a ALOCAÇÃO DE ATIVOS (Macro-alocação) é a parte que se escolhe as
classes e as porcentagens que farão parte da carteira de investimentos, ou seja, é a
estratégia que define como o dinheiro deverá ser distribuído na carteira de investimentos.
Essas classes podem ser classificadas, de forma resumida, como:
§ Renda Fixa;
§ Renda Variável;
§ Ativos Imobiliários;
§ Investimentos Internacionais;
§ Investimentos alternativos.

Já a SELEÇÃO DE ATIVOS (Micro-alocação) é a escolha dos produtos de investimentos,


ocorrendo a diversificação da carteira. Ela está associada com a alocação do dinheiro do
cliente dentro das diferentes classes dos ativos, como por exemplo:
§ Escolher entra LFT ou LTN;
§ Investir no setor elétrico;
§ Comprar o imóvel A ou o B.

Apostila 2022 223


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Rebalanceamento de Carteiras
Regular e Percentual
Estas são duas maneiras de modificar os ativos nas carteiras de investimentos. Conforme
o próprio nome diz, o REBALANCEAMENTO REGULAR ocorre periodicamente
(mensalmente, trimestralmente, ...). Ela é muito comum de ser vista em carteira de ações
de corretoras (exemplo: Carteira Recomendada Mensal de Ações).

Já o tipo PERCENTUAL DA CARTEIRA é uma forma de equilíbrio de risco, por não estar
mais exposto ao previsto inicialmente no IPS em algum tipo de mercado (ações, renda
fixa, imobiliário,...) ou em algum ativo específico. Por exemplo, a carteira de
investimentos de um cliente está posicionada em 5% na ação XYZ. Após alguns dias, a
empresa valoriza 100%. Com isso, este ativo passa a ter uma posição muito mais
expressiva do que o inicial (aproximadamente de 10% agora), fazendo com que a carteira
seja rebalanceada por motivo percentual.

A estratégia de rebalanceamento cobrado no exame será o de MANTER O MESMO


PERCENTUAL EM CADA CLASSE DE ATIVOS INICAL (conhecido por Constant Mix).

Apostila 2022 224


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Rebalanceamento de Carteiras
Exemplo
Rafael adota uma estratégia de rebalanceamento regular, sendo que possui um
patrimônio de R$ 500.000,00. Sua intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e o
restante num fundo indexado DI. Após 12 meses o Ibovespa teve valorização de 30% e o
fundo DI de 10%. Passados os 12 meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de
renda variável e de renda fixa?

q RESPOSTA: Como o cliente adota uma estratégia por rebalanceamento regular, após
calcular o valor da carteira depois de 12 meses, deve-se ajustar a mesma para os mesmos
percentuais iniciais:
Ø Carteira = R$ 200.00,00 (40% em BOVA11) + R$ 300.00,00 (60% em Fundo DI)
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 ( valorização de 30%) = R$ 200.00,00 × 30% = R$ 260.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 300.00,00 × 10% = R$ 330.000,00
Ø Total = R$ 590.000,00

Neste momento, devemos ajustar a carteira para os mesmo percentuais do início:


Ø BOVA11 (40%) = R$ 590.000,00 x 40% = R$ 236.000,00 (vendeu ações)
Ø Fundo DI (60%) = R$ 590.000,00 x 60% = R$ 354.000,00 (investiu mais no fundo DI)
Apostila 2022 225
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
6.6 Acordo de Basileia: Conceito
Internacional e suas aplicações no Brasil
Apostila 2022 226
226
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Acordo de Basileia
Conceito
O Acordo da Basileia instituiu em 1930 o BIS (Bank for International Setlements) com o
objetivo de buscar a estabilidade monetária e financeira internacional por intermédio da
cooperação entre bancos centrais dos países. Este acordo tem como principal função
minimizar os riscos de falência das instituições financeiras em relação aos seus
empréstimos, estipulando um capital mínimo no qual os bancos devem possuir para o
seu nível de alavancagem (empréstimos que possuem).

O Acordo de Basileia possui uma metodologia de avaliação de risco de crédito (no qual
houve atualizações – Basileia I, II e III) na qual busca mesclar estabilidade financeira e
liquidez. Importante reforçar que ele é um acordo internacional e não uma lei. No
entanto, cada país pode estipular se deseja incluir suas regras nas suas leis, exatamente
como ocorreu com o Brasil em 2016.

q EM RESUMO:
Ø É uma autorregulação internacional.
Ø Possui também objetivo de evitar a Lavagem de dinheiro.
Ø Controlar a alavancagem bancária com intuito de proteger às economias mundiais
e, consequentemente, à proteção de capital da população.

Apostila 2022 227


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Acordo de Basileia
Basileia I
Criado em 1988, o primeiro acordo teve como prioridade fortalecer a solidez e a
estabilidade do sistema bancário. A principal característica foi criar exigências mínimas de
capital, que devem ser respeitadas por bancos comerciais como precaução contra o risco
de crédito. Desta forma, os bancos foram obrigados a ter em caixa 8% do valor do capital
que emprestam.

Com o passar do tempo, percebeu-se que este modelo de acordo possuía uma deficiência
significativa: não separar uma carteira de crédito boa de uma ruim.

Apostila 2022 228


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Acordo de Basileia
Basileia II
Este acordo, criado em 2004, tenta resolver o problema do acordo anterior, medindo os
contratos de crédito e a qualidade de suas carteiras. Ele é direcionado aos grandes bancos
tendo como base, além dos Princípios Essenciais para uma Supervisão Bancária Eficaz
(Princípios da Basileia), três pilares mutuamente complementares:
Ø Pilar 1: Requerimentos de Capital Mínimo - a partir de medidores de risco de
mercado , risco de crédito e risco operacional;
Ø Pilar 2: Revisão pela Supervisão do Processo de Avaliação da Adequação de
capital dos bancos - significa adoção de práticas no processo de avaliação de capital
dos bancos; e
Ø Pilar 3: disciplina de mercado - divulgação de informações sobre o riscos e gestão
por parte das instituições ao mercado.

Apostila 2022 229


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Acordo de Basileia
Basileia III
A crise financeira mundial iniciada em 2007 assinalou que Basileia I e II mostraram-se
insuficientes para impedir a alavancagem excessiva dos bancos, a qual aliada à baixa
qualidade do capital e à baixa margem de liquidez compunham o cenário de fragilidade
do sistema bancário. Assim, como parte de um movimento contínuo de aprimoramento
da estrutura prudencial aplicável às instituições financeiras, o Comitê de Basileia divulgou
em dezembro de 2010, o terceiro acordo de Basileia.

Nesse sentido, Basileia III visa ao aperfeiçoamento da capacidade de as instituições


financeiras absorverem choques provenientes do próprio sistema financeiro ou dos
demais setores da economia, reduzindo o risco de transferência de crises financeiras para
a economia real.

Assim, no Brasil, quanto maior o índice de Basileia, mais sólida é a instituição financeira.

Apostila 2022 230


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Acordo de Basileia
Basileia III: Objetivos
Os principais objetivos do Acordo de Basileia Nível III são:
Ø Capital exigido passa a ser mais rigoroso: só podem ser contabilizados como
recursos próprios ativos conversíveis imediatamente em dinheiro.
Ø Constituir Reservas denominadas de “Capital de Conservação” ou de “Contra
Cíclico”: destinados para absorver riscos de perdas em momento de estresse.
Ø Instituir índices de curto e longo prazos: o objetivo é que o banco possa contar
com recursos de alta liquidez.
Ø Criação de um índice de alavancagem: pela nova regra, os bancos não devem
emprestar mais de 33 vezes o seu capital. Portanto, o banco só pode emprestar, no
máximo, uma determinada quantidade de vezes o dinheiro aplicado pelos sócios.

Apostila 2022 231


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Capítulo 7:
Planejamento de Investimentos
232
7.1 Finanças Comportamentais
Apostila 2022 233
233
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Conceito
As Finanças Comportamentais tem como princípios que os investidores são irracionais e
cometem erros sistemáticos, se valendo de Heurísticas de Julgamento para facilitar a
tomada de decisão, gerando Vieses Comportamentais. Ou seja, é a aplicabilidade da
psicologia no campo das finanças. Assim, as Finanças Comportamentais partem de três
pilares fundamentais, que são:
Ø Segregação de ativos
Ø Vieses Comportamentais
Ø Aversão à perda

Esta Teoria não nega que a maioria das decisões econômicas são tomadas de forma
racional e deliberada, mas consideram que, se não forem levadas em conta também as
decisões emocionais e automáticas, os modelos econômicos serão falhos para explicar o
funcionamento dos mercados. Assim sendo, Kahneman e Tversky (1979) criaram a
chamada Teoria da Perspectiva como alternativa à Teoria da Utilidade Esperada (Finanças
Tradicional, em que todos os investidores são racionais e avessos ao risco em todas suas
decisões), comprovando que as pessoas dão muito mais relevância a perdas do que aos
ganhos.

Apostila 2022 234


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Teoria de Finanças Comportamentais
Segregação de Ativos
A Segregação de Ativos significa que, ao invés de avaliar o risco x retorno global da
carteira de forma geral, o investidor avalia os investimentos de forma individualizada,
podendo adicionar riscos indevidos por vender um dos seus investimentos.

Por exemplo, um investidor que possui ações de uma petrolífera e de uma empresa aérea,
tende a ter minimizado o risco de petróleo. Isto ocorre porque as petrolífera possuem sua
receita atrelada diretamente ao petróleo, ou seja, se houver uma valorização nesta
commoditie a empresa lucrará mais. No entanto, quanto mais alto estiver o petróleo,
menor será o lucro das companhias aéreas, pois o seu custo está atrelado ao combustível
(que vem do petróleo). Desta forma, quando o investidor possui essa composição na sua
carteira de investimentos, há uma redução no risco da variação do petróleo nesta carteira
(pois se houver valorização da commoditie é bom para um lado e ruim para o outro, da
mesma forma que ocorrerá com uma desvalorização).

Se o investidor analisar individualmente o resultado de cada ativo e acabar se desfazendo


somente de um dos dois investimentos, ele estará adicionando o risco da variação do
petróleo, que pode ser causado por guerras no oriente médio.

Apostila 2022 235


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Heurísticas de Julgamento
Kahneman definiu as Heurísticas de Julgamento como “procedimento simples que ajuda
a encontrar respostas adequadas, ainda que geralmente imperfeitas, para perguntas
difíceis. A palavra vem da mesma raiz que heureca" (Kahneman, 2012), ou seja, são
“regras de bolso” para simplificar processos decisórios, frente a dificuldade de se analisar
todas as informações possíveis e suas probabilidades.

A utilização destas heurísticas pode levar a uma tomada de decisão equivocada e mesmo,
irracional, ao invés da tomada de decisão racional, na qual se calcula o risco x retorno dos
investimentos. O uso indiscriminado de heurísticas leva a comportamentos viesados, ou
seja, uma tendência sistemática de violar alguma forma a tomada de decisão racional.

As Heurísticas de Julgamento cobrados na prova são:


Ø Heurística da Representatividade
Ø Heurística da Disponibilidade
Ø Heurística da Ancoragem

Apostila 2022 236


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Teoria de Finanças Comportamentais
Heurística da Representatividade
A HEURÍSTICA DA REPRESENTATIVIDADE nada mais é que a tendência em utilizar
estereótipos para realizar julgamentos, desprezando informações relevantes para a
tomada de decisão. Em resumo, seria uma pessoa pegar uma característica isolada e
representar para um todo, ou seja, é a generalização dos fatos.

q EXEMPLOS:
Ø Acreditar que as ações da empresa XYZ terão um ótimo desempenho no futuro,
pois ela teve um excelente retorno no passado;
Ø Escolher um fundo somente porque rendeu bem no passado.
Ø Imaginar a possível profissão de uma pessoa, utilizando o estereótipo de diversas
profissões;
Ø Não investir mais em imóveis, pois a 10 anos atrás, houve crise imobiliária nos
Estados Unidos;
Ø Antônio começou a investir na bolsa de valores, como todos os meus amigos que
investem na bolsa de valores são ricos, Antônio é Rico!

Apostila 2022 237


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Heurística da Disponibilidade
A HEURÍSTICA DA DISPONIBILIDADE foi definida por Kahneman como sendo “um
processo decisório baseado na facilidade com que as ocorrências vêm à mente”. Desta
forma, as pessoas tomam decisões influenciadas por ocorrências e eventos RECENTES NA
MEMÓRIA do investidor, mas também pode ser causado por eventos de grandes
emoções ou de maior frequência.

q EXEMPLOS:
Ø Rafael não deseja investir em imóveis no Brasil, pois recentemente houve uma
crise imobiliária nos Estados Unidos;
Ø Guilherme estava propenso a investir nas ações da Petrobrás, mas mudou de
decisão, pois lembrou que leu no jornal que o Presidente da companhia se demitiu;
Ø Monique calculou a probabilidade de um jovem ter problemas cardíacos, apenas
recordando quantos casos iguais já aconteceram com seus amigos.
Nos três casos, a tomada de decisão se baseou em informações que estão de fácil acesso
ao cérebro, ou seja, que estão disponíveis a eles, mesmo que possam estar equivocados.

Apostila 2022 238


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Teoria de Finanças Comportamentais
Heurística da Ancoragem
A HEURÍSTICA DA ANCORAGEM ocorre quando a decisão é baseada em conhecimentos
prévios ou pré-concebidos, GERALMENTE UM NÚMERO, sendo este número a “âncora”
para o processo decisório. Estes indivíduos fazem estimativas a partir de um valor inicial,
que é ajustado para produzir a resposta final, gerando uma incapacidade para incorporar
novas informações ao risco e em previsões de retorno. Também podemos ver a
Ancoragem como sendo a tendência de uma pessoa em aceitar e confiar na primeira
parte de uma informação recebida antes de tomar sua decisão.

q EXEMPLOS:
Ø Guilherme irá vender suas ações somente se o preço ultrapassar o valor do preço-
alvo informado por um analista;
Ø Rafael diz: “quando a bolsa vier a 50.000 pontos, eu irei comprar”;
Ø Antônio acredita que empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, porque as ações
de uma outra empresa do mesmo setor, estão sendo negociadas por R$ 20,00;
Ø Um Analista estrangeiro acredita que o valor justo do dólar no Brasil é de R$ 4,00.
Porém, antes de dar a sua opinião, ele lê o Relatório Focus no qual o consenso diz em
R$ 3,50. Com isso, ele ajusta sua opinião para R$ 3,50.

Apostila 2022 239


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Vieses Comportamentais
Conforme mencionado anteriormente, os Vieses Comportamentais são tomadas de
decisões sistemáticas, que acabam violando de alguma forma, a tomada de decisão
racional, causadas pela utilização das heurísticas. Sternberg, em seu livro Psicologia
Cognitiva (2008), diz que os vieses acabam distorcendo a capacidade de tomada de
decisões racionais, ou no mínimo, nos limitando, já que não nos permite tomar uma
decisão ótima.

Há diversas controvérsias sobre como devemos classificar ou explicar os Vieses


Comportamentais. Isto ocorre pois, alguns deles são consequências da utilização do
processamento de informações utilizado por nosso cérebro para a tomada de decisão, no
qual chamamos de “atalhos mentais” ou “heurísticas de julgamento”.

Para a prova, os Vieses Comportamentais cobrados serão:


Ø Efeito Framing Ø Otimismo
Ø Aversão a perdas Ø Armadilha da Confirmação
Ø Excesso de Confiança Ø Ilusão de Controle

Apostila 2022 240


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Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Efeito Framing
O EFEITO FRAMING, também chamado por Efeito de Estruturação, é a possibilidade de
influenciar a decisão de um indivíduo sem distorcer a informação ou suprimi-la por meio
de mudanças sutis na estruturação do problema. Ou seja, será que se apresentarmos o
mesmo problema de formas diferentes, na forma (1) focando somente nos pontos
positivos e na forma (2) focando somente nos pontos negativos, teremos a mesma
resposta? A conclusão aparenta ser óbvia e foi comprovada com o seguinte experimento:
“Sua cidade foi contaminada por uma doença, infectando 600 pessoas. Assim, deve ser
escolhido um dos programas abaixo”:
§ Programa A: 200 pessoas são salvas;
§ Programa B: Existe a possibilidade de um terço de salvar 600 pessoas e a chance de
dois terços de todas morrerem.

Na maioria dos casos, a escolha seria pelo programa A, mesmo eles tendo as mesmas
consequências. No mercado financeiro, ocorre da mesma forma: quando apresentado
somente a parte positiva, muitos investidores aceitam o investimento, já que lhe foi
omitido (suprimida) a parte do risco. Se lhe fossem apresentado todo o risco, talvez não
tivessem realizado tal investimento.

Apostila 2022 241


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Aversão à Perda
A AVERSÃO À PERDA significa que os indivíduos dão muito mais relevância a perda do que
ao ganho, sendo que ela está muito mais relacionada ao medo de assumir de ter que
assumir que errou, do que necessariamente ao medo da perda em si. Com isso, os
investidores tendem a vender rapidamente as ações que estão no lucro e manter as
ações que se desvalorizaram em suas carteiras (não utilizam o Stop Loss).

Kahneman e Tversky propuseram um experimento: um jogo de cara e coroa no qual o


ganho seria maior que o prejuízo. Por exemplo: vamos lançar uma moeda, se der cara,
você perderá R$ 100,00, caso dê coroa, você ganhará R$ 150,00. Mesmo sendo as
mesmas probabilidades de ganhar e de perder e o retorno sendo o dobro na vitória,
muitas pessoas não aceitarão a proposta. Isto ocorre, pois elas dão muito mais relevância
a perda do que ao resultado positivo, provando assim a existência da Aversão a Perda.

Em diversos experimentos sobre o tema, foi observado que os indivíduos são impactados
duas vezes mais pelas perdas do que pelos ganhos. Como foi feito isso? Aumentando o
valor do recebimento dos R$ 150,00 para R$ 200,00; R$ 250,00; R$ 300,00 e assim
sucessivamente.

Apostila 2022 242


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Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Aversão a Perda - Gráfico
A Teoria da Perspectiva provou que os investidores dão muito mais relevância às perdas
do que aos ganhos, gerando a Aversão a Perda. O gráfico abaixo nos mostra que, mesmo o
percentual de lucro e de prejuízo sendo idênticos, a insatisfação é muito maior (-5) do que
a satisfação (+2), ou seja, mais de 2x a relação (5 para 2).

Satisfação (Utilidade)

+2

Ganhos
-3% +3%

-5
Perdas

Apostila 2022 243


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Armadilha da Confirmação
O VIÉS DA ARMADILHA DA CONFIRMAÇÃO ocorre quando o investidor o da valor
somente a opiniões e notícias que confirmem as suas ideias prévias, desprezando
informações que sejam contrárias ao seu posicionamento inicial.

Por exemplo, Rafael investe nas ações da empresa “Rafael Toro, Academia de Finanças” e
recebe duas notícias: a primeira que o setor de educação está em franca expansão e as
empresas tendem a dobrar seus lucros nos próximos dois anos; a segunda notícia, que a
empresa na qual ele investe está envolvida em um caso de corrupção. Se Rafael agir
conforme este viés, ele ignorará a notícia da corrupção, focando sua atenção apenas na
que lhe convém (a da franca expansão), já que ele acredita que este investimento é um
ótimo negócio.

Um outro exemplo seria um analista, que acredita que o setor imobiliário é um ótimo
investimento, coletar dados apenas de imóveis que tiveram excelentes resultados,
ajudando-lhe a embasar o seu julgamento inicial. Desta forma, ele ignora aqueles que
tiveram resultados ruins, caindo em uma armadilha que ele mesmo criou: a armadilha da
confirmação.

Apostila 2022 244


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Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Excesso de Confiança
O VIÉS DO EXCESSO DE CONFIANÇA acontece quando as pessoas colocam muita
confiança em suas habilidade, acreditando que suas escolhas são melhores que da grande
maioria, ou seja, elas são acima da média. Mesmo que o indivíduo seja acima da média, o
problema de agir desta forma, é que estes pessoas acabam assumindo riscos
desnecessários, já que acreditam em demasia em suas habilidades. Por exemplo, um
motorista por acreditar em sua habilidade, pode acabar fazendo ultrapassagens perigosas
ou até mesmo, dirigir falando no celular.

No mercado financeiro, o exemplo típico deste comportamento enviesado, refere-se a um


investidor que gira excessivamente sua carteira de investimentos, procurando antecipar
constantemente aos movimentos do mercado. O resultado é que esse investidor nem
sempre consegue superar o benchmark apropriado e, quando o faz, muitas vezes incorre
em elevados custos de transação (pelo giro excessivo da carteira), fazendo com que o
ganho líquido fica aquém da variação do benchmark.

Apostila 2022 245


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Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Otimismo
O Viés do Otimismo ocorre quando o investidor acredita que a chance de acontecer
situações positivas é muito maior do que de acontecer eventos negativos. Com isso, ele
subestima os riscos que podem ocorrer nas operações. É claro que todos queremos que
ocorram somente situações boas em nossas vidas. No entanto, estar enviesado com
Excesso de Otimismo, faz com que se acredite que “coisas ruins” só acontecem com os
outros, que “sou melhor” que a média, causando assim, uma menor precaução com
eventos negativos (não contratar seguro do carro “pois nunca serei assaltado”).

O Otimismo exacerbado pode nos trazer diversos problemas, tais como:


Ø Baixa diversificação, já que os poucos ativos investidos “virão dar certo”;
Ø Poupar menos que o necessário para a aposentadoria, pois “não terei tantos
gastos com saúde como as demais pessoas”;
Ø Não ter constituída a reserva de emergência, já que “jamais serei demitido”.

Podemos notar com estes exemplos, que o Otimismo trata da subestimação de eventos
futuros com variáveis não controláveis.

Apostila 2022 246


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Teoria de Finanças Comportamentais
Otimismo x Excesso de Confiança
Os vieses Otimismo e Excesso de Confiança são tratados muitas vezes como sendo iguais,
no entanto, mesmo possuindo algumas semelhanças, eles são vieses diferentes. Este
equívoco ocorre, pois quando os investidores tomam decisões extremamente confiantes,
os mesmos possuem um otimismo exagerado em relação ao que ocorrerá no futuro.

A grande diferença entre os dois vieses é que o Excesso de Confiança trata da


superestimação das próprias habilidade, baseadas nos resultados do passado (por
exemplo, ganhos em operações na bolsa de valores) e o Viés do Otimismo fala de uma
superestimação a eventos futuros (variáveis não controláveis), tais como crescimento do
PIB, desemprego, inflação, taxa de juros, entre outros.

Retrospectivamente, eles manterão o otimismo, mesmo quando os resultados


desapontadores de seus investimentos estiverem facilmente disponíveis. O excesso de
confiança ocorre antes do eventos estudado e o otimismo permanece mesmo depois de
resultados negativos.

Apostila 2022 247


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Viés: Ilusão de Controle
O viés da Ilusão do Controle ocorre quando as pessoas acreditam, equivocadamente, que
seus atos podem interferir em eventos futuros incontroláveis. Este viés faz com os
investidores superestimem o grau até onde suas decisões possam garantir o sucesso dos
seus resultados, fazendo com que tomem menos precauções (seguros) do que se deveria,
além de se arriscar demasiadamente com alavancagens. Este viés está relacionado
diretamente com outros três: Otimismo, Excesso de Confiança e Armadilha da
Confirmação.

Alguns exemplos são muito claros a presença desse viés, tais como:
Ø Pessoas que jogam na loteria seus “números da sorte”, mesmo que a
probabilidade seja a mesma para todos o números;
Ø Assoprar os dados em jogos de tabuleiro para sair os números desejados;
Ø Rafael, por ser um analista, especialista em mineração, acredita que por
“planilhar” as informações, consegue ter mais controle sobre os eventos futuros do
que os demais colegas. No entanto, desabamento de uma barragem no futuro ou
algum risco sistêmico, são um eventos incontroláveis a ele, podendo ser amenizados
somente por diversificação ou hedge.

Apostila 2022 248


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Teoria de Finanças Comportamentais
Heurísticas: Resumo
HEURÍSTICAS DE
RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
JULGAMENTO

Acreditar que eventos passados ou estereótipos, terão sempre o


REPRESENTATIVIDADE mesmo padrão para o futuro. Exemplos: não investir hoje em
imóveis, por causa de crises imobiliárias do passado.

A tomada de decisão se baseia em informações recentes e que


DISPONIBILIDADE estão de fácil acesso a nossa mente, como por exemplo,
recentes crises financeiras ou informações de grande impacto.

Ficar preso e ancorado em um número específico. Exemplo: A


ANCORAGEM empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, pois as ações de uma
outra empresa do mesmo setor, são negociadas por R$ 20,00.

Apostila 2022 249


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Teoria de Finanças Comportamentais


Vieses Comportamentais: Resumo
VIESES
RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
COMPORTAMENTAIS
O Investidor não aceita perder e com isso, vende as ações que
AVERSÃO A PERDAS
estão com lucro e mantém em carteira as que estão no prejuízo.
Conforme seja estruturada uma pergunta (pelo lado positivo ou
EFEITO FRAMING
negativo), o entrevistado muda a sua opinião
EXCESSO DE O investidor acredita em demasia nas suas habilidades, com
CONFIANÇA isso, acaba comprando e vendendo ações em excesso.
Acredita que os eventos futuros tenderão a ser muito mais
OTIMISMO
positivos que negativos com seus investimentos.
ARMADILHA DA Toma como verdade somente as notícias positivas, ignorando as
CONFIRMAÇÃO informações negativas para seus investimentos.
O investidor toma de decisões acreditando que isto poderá
ILUSÃO DE CONTROLE
modificar o futuro, por exemplo, escolhendo números da loteria.

Apostila 2022 250


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7.2 Processo de Planejamento
Financeiro
Apostila 2022 251
251
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Propósito e Benefícios do Planejamento


Conceito
O Planejamento Financeiro ajuda a alcançar os objetivos de curto, médio ou longo prazo e
aborda:
Ø A Construção do orçamento;
Ø Racionalização dos gastos;
Ø Otimização dos investimentos.

Desta forma, ele é um processo ativo e racional para a administração de investimentos,


renda, despesas, construção de patrimônio e solucionamento de dívidas, procurando
tornar realidade os desejos e objetivos pessoal ou familiar (casa própria, educação dos
filhos, viagens, etc).

Assim, o cliente tem como benefício um plano traçado, podendo visualizar as metas
traçadas, criando desta forma, a disciplina para poupar. Já o profissional (planejador CFP®)
terá um guia para estruturar os investimentos do cliente dentro dos parâmetros
estabelecidos e segurança para agir.

Apostila 2022 252


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Etapas do Processo de Planejamento Financeiro
Ordem Cronológica
As seis etapas do Planejamento Financeiro são:
Ø (1) Definir e estabelecer o relacionamento com o cliente.
Ø (2) Identificar necessidades ou Coletar informações necessárias para elaborar um
plano financeiro e que permitam uma visão completa do cliente: gestão financeira,
ativos e investimentos, seguros, aposentadoria, fiscal e sucessória.
Ø (3) Analisar e avaliar a situação financeira do cliente.
Ø (4) Sintetizar ou Desenvolver as recomendações de planejamento financeiro e
apresentá-las ao cliente.
Ø (5) Implementar as recomendações de planejamento financeiro.
Ø (6) Monitorar a situação do cliente.

Desta forma, podemos decorar as 6 etapas como DIA-SIM, o dia perfeito em que o cliente
diz SIM, mas também memorizado como DCADIM.

Apostila 2022 253


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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente


Conceito
Esta é a etapa inicial de todo o planejamento financeiro, no qual o profissional deverá:
Ø Informar adequadamente ao cliente como irá funcionar a relação profissional;
Ø Explicar claramente e documentar os serviços que irá fornecer ao cliente;
Ø Delimitar o seu escopo de atuação em razão de suas competências;
Ø Explicar como será remunerado pelo serviço, deixando claro eventuais acordos de
compensação com terceiros, já que o profissional poderá ser remunerado
exclusivamente pelo cliente ou receber uma remuneração híbrida, advinda parte por
comissionamento de próprios financeiros, por exemplo;

O documento de Escopo de Relacionamento deverá ser assinado por ambas as partes e


será a base do contrato a ser elaborado. Neste escopo já deverá constar:
Ø O prazo estimado de duração da prestação de serviço pelo planejador;
Ø A responsabilidades do cliente e do planejador;
Ø Possíveis conflitos de interesses.

Apostila 2022 254


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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente
Comunicação inicial com o cliente
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO envolve a análise de todos os aspectos
relevantes da situação do cliente em uma ampla gama de atividades de planejamento
financeiro, incluindo inter-relações entre objetivos, que podem ser inclusive conflitantes,
como por exemplo, recomendar um certo investimento no qual o cônjuge pudesse ser
beneficiado (Abertura de Capital de uma Companhia na Bolsa de Valores em que a esposa
será remunerada pelo sucesso da captação de recursos)

q Competências do planejador financeiro (Capítulo 3 – Perfil de Competências):


Ø Capacidade (Código de Ética)
Ø Habilidade Profissional
Ø Conhecimento

Apostila 2022 255


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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente


Remuneração do Planejador
O planejador financeiro pode ter diversos tipos de remunerações. Essas remunerações
podem ser de um único tipo ou uma combinação delas. Os tipos são:
Ø Tarifas ou Mensalidades: valor fixo pago ao planejador financeiro;
Ø Taxa de administração: cobrada de cada cliente pelo serviço de gestão e
administração da carteira, ou seja, do valor total administrado;
Ø Taxa de performance: cobrada quando a rentabilidade superar um número
previamente definido (recai apenas sobre o rendimento excedente).
Ø Comissões ou Rebates: São os custos gerados pela intermediação da venda de
algum produto, como por exemplo, Prêmios de Seguros ou Taxa de Administração
em Planos de Previdência;
Ø Despesas: algumas despesas podem ser cobradas do investidor, penalizando o
rendimento da carteira (correspondência, custódia, cartório, honorários de
auditores, escritórios de advocacia e contabilidade).

Importante reforçar que o Agente Autônomo de Investimento é proibido pela CVM de


receber valores financeiros motivados por outra forma que não seja o comissionamento
(corretagem ou rebato de fundos).

Apostila 2022 256


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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente
Responsabilidades do Planejador
As responsabilidades do Planejador são:
Ø Colocar os interesses do cliente sempre à frente dos seus (dever fiduciário);
Ø Ser independente e objetivo;
Ø Ser um bom ouvinte e fazer uma investigação profunda para conhecer o cliente;
Ø Fazer análises e estudos minuciosos antes de qualquer representação,
recomendação ou ação de investimento;
Ø Verificar se as aplicações são recomendáveis e apropriadas ao perfil do cliente;
Ø Explicitar fatores relevantes em relação à carteira de investimentos, incluindo a
distinção do que é opinião e o que é fato;
Ø Educar, explicar e explicitar formalmente as características básicas das aplicações,
incluindo riscos (disclousures);
Ø Respeitar a confidencialidade do cliente;
Ø Ser claro e informar a real capacidade da empresa e de si próprio em prestar
serviços e outras qualificações (“não prometer o que não pode entregar”);
Ø Informar qualquer conflito de interesse que possa ter com o cliente.

Apostila 2022 257


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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente


Responsabilidades do Cliente
Já as responsabilidades do cliente são:
Ø Ser claro e honesto em relação à sua situação econômica e patrimonial, incluindo
origens de recursos, experiência financeira e conhecimento dos produtos;
Ø Cumprir todas as demandas tributárias;
Ø Ser honesto na relação com a instituição financeira e consultor;
Ø Explicitar dúvidas ao consultor;
Ø Tentar seguir e respeitar o plano traçado (ajustes de gastos e despesas) e os
objetivos de investimentos;
Ø Entender limitações de investimentos e sua situação financeira e econômica.

Apostila 2022 258


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ETAPA 2: Coletar informações
Conceito
Esta etapa visa COLETAR as informações necessárias para elaborar um plano financeiro e
que permitam uma visão completa do cliente: gestão financeira, gestão de investimentos,
gestão de risco e seguros, planejamento da aposentadoria, planejamento fiscal e
sucessório. Desta forma, o profissional deverá ser capaz:
Ø Identificar os objetivos pessoais e financeiros do cliente, suas necessidades e
prioridades (objetivos de acumulação de capital, tais como geração de renda,
aposentadoria, entre outros);
Ø Coletar dados e processar informações qualitativas (perfil psicológico, disposição a
assumir riscos e propensões) e restrições específicas, visando à análise adequada do
perfil do investidor (suitability), e sua capacidade de suportar perdas;
Ø Coletar dados e processar informações quantitativas e documentos, visando à
análise adequada;
Ø Coletar dados e processar informações de situações específicas, tais como:
divórcio, invalidez, doença terminal, filhos com necessidades especiais, entre outras,
visando à análise adequada.

Apostila 2022 259


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ETAPA 2: Coletar informações


Coletando Informações
A coleta de informações quantitativas e psicológicas pode ser realizada através de:
Ø QUESTIONÁRIOS: que são perguntas fechadas em geral, com o objetivo de
localizar e situar o cliente numa faixa ou classificação específica, através da
conferência de dados; ou
Ø ENTREVISTAS: que são perguntas mais abertas, com a obtenção de opiniões,
reações e pontos de vista do cliente, fazendo assim uma avaliação global da situação.

Em relação aos tipos de informações, as informações quantitativas são aquelas que


apresentam números, tais como: Declaração de Ajuste de Imposto de Renda; Orçamento
doméstico; Contracheques; Apólices de seguros; Planos de previdência. Já as informações
psicológicas são coletadas principalmente através do API e servem para entender a
disposição do cliente em de assumir risco.

Apostila 2022 260


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ETAPA 2: Coletar informações
Identificação de Aspectos Relevantes
Quando o profissional estiver coletando e identificando as necessidades do cliente, ele
deve se ater não somente nas Informações Genéricas, mas também nas Necessidades
Especiais. Podemos destrinchar estes dados da seguinte forma:
Ø INFORMAÇÕES GENÉRICAS:
o Situação financeira atual;
o Capacidade de poupança;
o Atitude e expectativas;
o Tolerância ao risco;
o Gestão e Exposição ao risco.

Ø NECESSIDADES ESPECIAIS:
o Divórcio, segundo casamento ou relacionamento extraconjugal;
o Planejamento de caridade;
o Necessidade de dependentes adultos;
o Crianças com deficiências;
o Planejamento para casos de doenças terminais;
o Planejamento para empresas familiares (sucessão).

Apostila 2022 261


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ETAPA 2: Coletar informações


Perfil do Cliente
Também chamada de Situational Profiling, este processo envolve a classificação do
cliente de acordo com o ciclo de vida e circunstâncias econômicas, levando em
consideração as características de cada indivíduo. Os pontos iniciais para definição de
perfil do cliente são:
Ø ORIGEM DE RECURSOS: Significa como e quando os recursos foram obtidos.
Normalmente, recursos advindos de herança ou fato único podem indicar pessoas
menos propensas a riscos do que advindo de empreendedorismo.
Ø PATRIMÔNIO (REAL VS. PERCEPÇÃO): Cada indivíduo tem sua percepção sobre
riqueza, interferindo no nível de tolerância de risco, porém, uma carteira de
investimentos que provém mais rendimentos que o estilo de vida do dono, é uma
carteira passível a aumentar o risco.
Ø CICLO DE VIDA: Em geral, há uma relação inversa entre idade e tolerância de risco,
ou seja, quanto mais próximo da aposentadoria, menor o risco que o investidor
deseja correr.

Apostila 2022 262


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ETAPA 2: Coletar informações
Definições das Fases da Vida
O ciclo de vida de um indivíduo é dividido em quatro fases. São elas:
Ø Fundação da Riqueza (entre 18 e 28 anos): as pessoas buscam acumular riquezas
através de trabalho e poupança com foco na aposentadoria e não na proteção. O
longo prazo permite que possam correr maiores riscos, mas normalmente não
possuem muitos recursos, pois recém entraram no mercado de trabalho.
Ø Acumulação de Capital (entre 28 e 40 anos): o investidor está no início de carreira
profissional e no início da constituição da sua família. A contratação de seguros de
vida deve ser condizente com a sua real necessidade. Porém, seguros de vida vitalício
são baratos para planejamento de longo prazo nesta faixa.
Ø Conservação ou Proteção de Capital (entre 40 a 60 anos): são pessoas de meia-
idade que ainda dispõem de um horizonte de tempo relativamente longo. Por terem
família constituída (filhos ainda estudando) e no auge da carreira profissional, os
seguros de vida e saúde são de extrema relevância.
Ø Distribuição ou Transferência de Capital (60 anos ou mais): o cliente está próximo
da aposentadoria (ou já está aposentado) e deve diminuir a sua exposição ao risco
nos investimentos. Seguros de Vida e Seguro Saúde são caros, mas necessários para
inventário e gastos inesperados com hospitais.

Apostila 2022 263


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ETAPA 2: Coletar informações


Gráfico

CICLO DE VIDA

Geração
de Renda

Acúmulo Manutenção
Fundação Distribuição

Idade
18 – 28 28 – 40 40 – 60 +60

Apostila 2022 264


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Conceito
Esta etapa visa ANALISAR os objetivos, necessidades, valores e informações do cliente
através dos dados coletados na etapa 2. Desta forma, deve-se:
Ø Analisar as informações do cliente e determinar sua capacidade de correr riscos;
Ø Avaliar os objetivos, necessidades e prioridades do cliente.
Ø Avaliar compatibilidade entre objetivos x riscos x situação patrimonial;
Ø Analisar o perfil do cliente (suitability): identificar o perfil de risco do cliente e, em
função de seus objetivos, horizonte de investimento e expectativas de retorno,
avaliar todas essas informações para formular uma estratégia adequada de
investimentos;
Ø Analisar e avaliar os tipos de risco aos quais o cliente está exposto (vida,
patrimônio, renda, acidentes pessoais, saúde, aposentadoria, responsabilidade civil
etc.).

Apostila 2022 265


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Análise do Perfil do Investidor (API)
O API é uma metodologia que orienta o investidor a identificar seu perfil (disponibilidade
e capacidade ao risco) e a verificar a adequação dos produtos de investimentos,
desenvolvida a partir de um questionário ao investidor pessoa física, antes da decisão
sobre em quais produtos ele irá aplicar seus recursos. Desta forma, o API auxilia o cliente
na tomada de decisão na aplicação dos recursos e proporciona maior transparência no
momento do investimento.

A ICVM 539/2013 regulamenta o dever de verificação da adequação dos produtos,


serviços e operações ao perfil do cliente. Estas regras são aplicáveis às recomendações de
produtos ou serviços, direcionadas a clientes específicos, realizadas mediante contato
pessoal (oral, escrita ou eletrônica). Outro ponto importante é que a CVM proíbe aos
profissionais recomendar produtos ou serviços ao cliente quando:
Ø o produto ou serviço não se enquadra ao perfil do cliente;
Ø não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do
cliente;
Ø as informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizada.

Apostila 2022 266


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
API: Os 3 Pilares
Os pilares relevantes para a construção do API do cliente são:

OBJETIVOS DO
SITUAÇÃO FINANCEIRA CONHECIMENTO
INVESTIMENTO

Período em que o Valor das receitas Tipos de produtos, serviços


cliente deseja manter regulares declaradas e operações com os quais o
os investimentos pelo cliente cliente tem familiaridade.

A natureza, o volume e a
Preferências
Valor e ativos que frequência das operações já
declaradas do cliente
compõem o patrimônio realizadas pelo cliente, bem como o
quanto à assunção de
do cliente. período em que tais operações
riscos
foram realizadas.
Necessidade futura de
Finalidades dos Formação acadêmica e experiência
recursos declarada pelo
investimento. profissional.
cliente

Apostila 2022 267


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


API: Fatores Determinantes
O PERFIL PODE MUDAR COM O TEMPO, assim, devesse atualizar os seus dados e
rebalancear a carteira de investimentos quando houver algum tipo de mudança
significativa, sendo que os fatores determinantes para essa mudança são:
Ø Horizonte ou prazo de investimento;
Ø Nível de risco que aceita em suas aplicações;
Ø Nível e horizonte de rendas desejado;
Ø Nível de despesas familiar;
Ø Nível de segurança a garantir;
Ø Conhecimento sobre o mercado financeiro e experiência profissional.

Apostila 2022 268


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
API: Objetivos do Investidor
O processo de análise do perfil do investidor envolve também compreender os objetivos
do cliente. Em linhas gerais, um investimento pode ter como objetivo custear:
Ø Educação;
Ø Aquisição de bens móveis e imóveis;
Ø Aposentadoria.

É possível também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação
de uma poupança como reserva para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar
de Colchão de Segurança ou Reserva de Emergência.

Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles
sejam atingidos. Por exemplo, um investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas
gostaria de adquirir um novo imóvel em, no máximo, cinco anos. Tão importante quanto o
objetivo é o horizonte desse investimento.

Apostila 2022 269


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


API: Horizonte de Tempo
Os horizontes de tempo são períodos nos quais uma carteira é dividida e exige-se certa
geração de recursos para atender a importantes objetivos do investidor, como por
exemplo:
Ø Curto prazo: menos de 3 anos.
Ø Médio prazo: entre 3 e 10 anos.
Ø Longo prazo: mais de 10 anos.

Uma mudança de horizonte de tempo acontece quando as circunstâncias e padrões de


gasto ou receitas do investidor mudam significativamente. Por exemplo, um indivíduo que
está atualmente empregado terá pelo menos dois períodos de tempo: os anos restantes
de trabalho (com renda) e os anos de aposentadoria.

Vale ressaltar que a definição destes prazos varia de instituição para instituição, portanto
não é preciso decorá-los, mas sim, ter a compreensão básica desses prazos.

Apostila 2022 270


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
API: Grau de Conhecimento Financeiro
A ICVM 539 destaca, no inciso III do Artigo 2º, que um dos pontos a ser avaliado no API do
cliente é se ele possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados
a aquilo que está sendo oferecido, ou seja, o seu nível de conhecimento.

Uma forma de se assegurar que o cliente possui tal conhecimento seria verificar qual a
experiência desse cliente com investimentos. Clientes que investem há mais tempo, ou
ainda que investem em produtos mais sofisticados, tendem a apresentar mais
conhecimento do mercado financeiro. Por sua vez, clientes que investem há pouco tempo
(ou mesmo que nunca investiram anteriormente), ou aqueles que concentram suas
aplicações em produtos mais simplificados e de baixo risco tendem a apresentar um
conhecimento menos profundo do mercado financeiro.

Ao identificar o grau de conhecimento do mercado financeiro de seu cliente, o


profissional de investimentos saberá como se comunicar melhor com ele e também quais
produtos (mais ou menos arriscados) lhe oferecer.

Apostila 2022 271


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


API: Tolerância aos Riscos
A tolerância ao risco é determinada pela:
Ø Disposição de assumir risco (fatores psicológicos):
o Sensação em relação à possibilidade de perder dinheiro;
o Tomar decisões de investimento baseado em medo ou euforia.

Ø Capacidade de assumir riscos (fatores econômicos):


o Valor das receitas regulares declaradas;
o Valor e os ativos que compõem o patrimônio;
o Prazo (curto / longo) e importância (necessidade / desejos) de objetivos;
o Necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.

Após esta análise, deve-se avaliar e classificar o cliente em categorias de perfil de risco
previamente estabelecidas. Vale ressaltar que a Disposição e a Capacidade de assumir
riscos são independentes, devendo ser colocado como prioritário aquele que for o menor,
ou seja, se o cliente tem baixa DISPOSIÇÃO a risco, mas alta capacidade, devemos
respeitar a disposição do cliente; se a CAPACIDADE a risco for menor que a disposição,
devemos respeitar a capacidade.

Apostila 2022 272


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
API: Tolerância aos Riscos

BAIXA TOLERÂNCIA A RISCO ALTA TOLERÂNCIA A RISCO

Metas de curto prazo Metas de longo prazo


Necessidade de liquidez Reserva suficiente para caso
de curto prazo de emergência
Carreira em crescimento /
Proximidade de Aposentadoria
início de carreira
Grande parte da renda destinada a
pagamentos de despesas e compromissos Menor comprometimento da renda
financeiros

Alterações no mercado Tranquilidade frente às mudanças no


causam ansiedade mercado

Apostila 2022 273


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


API: Tipos de Perfis
Após a realização do API, poderemos ter 3 tipos de Perfis:
Ø Perfil Conservador (RISCO BAIXO): Objetivo principal é a segurança, com a
preservação do capital e baixa tolerância a riscos. Desta forma, suas aplicações
tendem a ter uma rentabilidade menor e, normalmente, ter posições a longo prazo.
Exemplos: Renda Fixa de bancos AAA, fundo de investimentos Referenciados ou
Curto Prazo e Títulos Público.
Ø Perfil Moderado (RISCO MÉDIO): Objetivo principal é ter retornos acima das
aplicações normais de renda fixa, podendo se expor levemente em riscos de renda
variável ou de crédito. Exemplos: fundos de renda fixa de médio e longo prazo;
multimercados; podendo aplicar uma pequena parte em fundos de ações.
Ø Perfil Arrojado (RISCO ALTO): Tem como objetivo correr maior risco buscando
máxima rentabilidade para os seus investimentos Desta forma, o investidor possui
parcela mínima do seu patrimônio para as aplicações mais seguras, investindo em
aplicações mais arriscadas, se valendo também de investimentos especulativos de
curto prazo. Exemplos: day-trades; fundos de ações; exposição em derivativos.

Apostila 2022 274


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ETAPA 3: Analisar Informações
API: Produto é adequado ao investidor?
Para identificar se o produto é adequado ao investidor, devemos checar se:
Ø O produto, serviço ou operação que será realizada ao cliente é adequada aos
OBJETIVOS DO INVESTIMENTO;
Ø A SITUAÇÃO FINANCEIRA do investidor é compatível com o produto, serviço ou
operação que será realizada; e
Ø O investidor possui CONHECIMENTO necessário para compreender os riscos
relacionados ao produto, serviço ou operação.

Diante destes itens, que são os 3 pilares do API, é necessário analisar, no mínimo:
Ø O período em que o cliente deseja manter o investimento;
Ø As preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos; e
Ø As finalidades do investimento.

Outro ponto relevante é que, se o cliente solicitar uma aplicação em que não se enquadre
seu perfil (por exemplo, deseja fazer uma aplicação arrojada, mesmo seu perfil sendo
conservador), o profissional deverá orientar e explicar os riscos ao cliente e, caso realize a
aplicação, obter declaração expressa do Investidor.

Apostila 2022 275


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


API: Prazos de Atualização & Dispensa
O API deverá ser atualizado no MÁXIMO 24 MESES APÓS A SUA REALIZAÇÃO OU
ATUALIZAÇÃO. Isso se refere tanto as informações relativas ao perfil de clientes, como
análise e a classificação das categorias de valores mobiliários que compõem as carteiras
de clientes. Além disso. os profissionais devem MANTER, PELO PRAZO MÍNIMO DE 5
ANOS contados da última recomendação prestada ao cliente, ou da última operação
realizada pelo cliente, conforme o caso, ou pro prazo superior por determinação expressa
da CVM (em caso de processo administrativo).

Ficarão dispensados da obrigatoriedade quando:


Ø for investidor qualificado, EXCETO quando forem pessoas naturais aprovadas em
certificações (mas que não são consideradas investidoras profissionais) ou quando
for pessoa natural ou jurídica que necessitou atestar por escrito sua condição de
investidor qualificado/profissional;
Ø for pessoa jurídica de direito público; ou
Ø o cliente tiver sua carteira de valores mobiliários administrada discricionariamente
por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM.

Apostila 2022 276


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Tipos de Rentabilidade
Existem diversos tipos de rentabilidades, que são formas de apresentar os retornos dos
investimentos. É importante ter a concepção desses conceitos para não se misturar “alhos
com bagulhos”, ou seja, devemos sempre comparar com os mesmos tipos de
rentabilidade, que são:
Ø Rentabilidade Observada;
Ø Rentabilidade Esperada;
Ø Rentabilidade Absoluta;
Ø Rentabilidade Relativa;
Ø Rentabilidade Bruta;
Ø Rentabilidade Líquida;
Ø Rentabilidade Real;
Ø Rentabilidade Nominal.

Importante ressaltar que os tipos de rentabilidades poderão aparecer muitas vezes juntas,
como por exemplo uma rentabilidade observada com retorno relativo (um fundo rendeu
100% do CDI nos últimos 3 anos). Veremos a seguir, as devidas diferenças para cada um
desses tipos.

Apostila 2022 277


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Rentabilidade Observada x Esperada
A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de
passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer
demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de
investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a
um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído
a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.

Já a RENTABILIDADE ESPERADA condiz com a expectativa futura de um retorno. Seu


cálculo leva em consideração as possibilidades de cenários futuros ocorreram e os pesos
dos ativos. Mas não se preocupa, cálculos não caem na prova, somente o conceito!

Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada

Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo

Apostila 2022 278


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Rentabilidade Absoluta x Relativa
A RENTABILIDADE ABSOLUTA de um investimento é o retorno total em percentuais que
um investidor irá receber. Por exemplo, um CDB rendeu 18% no período de 2 anos e uma
LTN foi contratada com retorno de 12% ao ano. Nos dois casos, o retorno está sendo
apresentada em retornos absolutos, ou seja, em taxas na qual o investidor sabe quanto
ganhou ou quanto irá ganhar.

Já a RENTABILIDADE RELATIVA de uma aplicação financeira, é quando a demonstração é


baseada com referência em outro retorno, sendo o caso mais comum, quando
demonstrada ou contratada através do CDI. Por exemplo, um CDB foi contrato com taxa
de 100% do CDI. Ou seja, o retorno do investidor dependerá do retorno que o CDI terá no
período. Esta é uma forma muito boa de se analisar se o retorno de um investimento foi
melhor ou pior que a sua referência (CDI, Selic, IPCA, Ibovespa, ...).

Como regra geral, títulos pós-fixados possuem rentabilidades relativas e títulos prefixados
possuem rentabilidades absolutas.

Apostila 2022 279


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Rentabilidade Bruta x Líquida
Imagine que um cliente investiu R$ 100 mil em um CDB que está rendendo 10% em dois
anos. Assim sendo, o valor atual aplicado no banco é de R$ 110.000,00, um rentabilidade
10% no período. No entanto, se ele decidir resgatar o valor do CDB, o que ele terá na sua
conta corrente não serão os R$ 110.000,00, mas sim o valor descontado do Imposto de
Renda (no caso 15%), que será de R$ 108.500,00, ou seja, 8,5%.

Assim, a RENTABILIDADE BRUTA são os 10% de retorno, já que o seu significado é “o


retorno antes de descontar o imposto de renda”. Já a o conceito de RENTABILIDADE
LÍQUIDA é “o retorno descontado do imposto de renda”, o que no nosso exemplo são os
8,5%. Esses retornos podem ser expressos em valores financeiros ou em taxas.

Salientamos que diversos investimentos não possuem imposto de renda para pessoas
físicas, tais como poupança, LCI e LCA. Assim, quando tratarmos produtos isentos de IR
com ativos não isentos, devemos fazer a comparação entre os mesmos TIPOS de
rentabilidade. Além disso, quando for feito um resgate de CDB ou Fundos de
Investimentos, o valor que entrar na conta já será o retorno líquido, e não bruto! Já que o
Imposto de Renda é retido na fonte pela instituição.

Apostila 2022 280


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Rentabilidade Real x Nominal
De modo geral, a TAXA NOMINAL é aquela divulgada pelas instituições financeiras, ou
seja, a taxa contratada ou declarada em uma operação financeira. Exemplo: a
rentabilidade do fundo de investimentos nos últimos 12 meses foi de 12%; ou o CDB
contratado irá render 8% por ano.

Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a
taxa que realmente terá gerado de riqueza para o investidor. Como o dinheiro somente é
um meio troca, uma forma de pagamento, o que importa de verdade é o quanto ele está
comprando de bens e de serviços e não o seu valor nominal, mas sim o seu valor real.

Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100, uma maçã custe R$ 1,00 e haja uma
aplicação financeira no banco que renda 15% por 1 ano. Hoje você poderia comprar 100
maçãs, mas caso você aplique no banco, no próximo ano terá R$ 115. Porém, se a fruta
estiver R$ 1,10 (aumentou seu preço em 10%), você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu
ganho REAL por ter investido no banco, será de 4,5 maçãs (4,5%). Perceba que por se
tratar de juros compostos, não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa nominal
(15% menos 10%), mas uma divisão de taxas que te ensinaremos a seguir.

Apostila 2022 281


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Objetivos de Retorno da Carteira
As carteiras de investimentos devem ser criadas a partir das necessidades reais dos
clientes. Dessa forma, os tipos mais comuns de carteiras são:
Ø PRESERVAÇÃO DE CAPITAL: Estratégia utilizada para quando o investidor necessita
que os seus investimentos consigam remunerar a inflação ou que se tenha grande
necessidade de liquidez. Este investidor tem um perfil e deve aplicar em ativo com
alta liquidez, baixo risco de crédito e caso sejam de longo prazo, ativos atrelados a
inflação, como por exemplo, NTN-B.
Ø GERAÇÃO DE RENDA: É uma carteira formada para arcar os gastos do investidor.
Desta forma, terão ativos com remuneração constante, como por exemplo, títulos de
dívida que pagam cupons periódicos; ações com dividendos constantes; imóveis para
locação.
Ø CRESCIMENTO: São investidores que necessitam que seu capital remunere bem
acima da inflação, em um período longo. Com isso, é recomendado dentre suas
aplicações, a carteira de investimentos tenha uma boa parcela em ativos com maior
volatilidade, como por exemplo ações.
Ø ESPECULAÇÃO: Objetivo de crescimento acelerado com altíssimo risco. Raramente
é recomendada ao investidor.

Apostila 2022 282


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Cálculo do Objetivo de Retorno
q PERGUNTA: Rafael, possui atualmente R$ 100.000,00 e deseja ter em conta corrente
daqui 10 anos o valor de R$ 1 milhão a valores atuais. Se a inflação esperada é de 4% ao
ano e ele consegue investir anualmente R$ 70.000,00, qual deverá ser a rentabilidade
anual bruta que ele deverá buscar para seus investimentos?

Para resolvermos este problema, precisamos encontrar a rentabilidade anual bruta, ou


seja, o Retorno Nominal (Retorno Real + Inflação ) da aplicação. Como o problema já nos
forneceu a inflação, nos falta somente calcular o devido Retorno Real e após isso, somar
com a inflação, lembrando que em juros compostos, “Soma” significa multiplicação.

Ø Retorno Real: Ø Rentabilidade Nominal:


§ PV = 100.000 [CHS] o 100 [ENTER]
§ PMT = 70.000 [CHS] o 4,22 [%] [+]
§ FV = 1.000.000 o 4,00 [%] [+]
§ n = 10 anos o 100 [-]
§ i = ? = 4,22% a.a. R: 8,39% ao ano

Apostila 2022 283


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Exemplo (Mini-Case)
Rafael era proprietário da empresa ABC e a vendeu por R$ 25 milhões, sendo este agora,
todo o seu capital. Após a venda, ele investiu 80% deste valor em um projeto com
projeção de 5 anos, no qual acreditava que após este período, o investimento renderia
R$ 300 mil por mês a sua família. Desta forma, deixou os restantes 20% em um CDB com
liquidez diária sem se preocupar com a rentabilidade. No entanto, o mercado entrou em
crise e ele lhe foi comunicado que a expectativa de retorno do capital modificou para 10
anos.

Desta forma, responda as próximas 3 questões.

Apostila 2022 284


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Exemplo (Mini-Case)
q QUESTÃO 1: Caso o custo de vida da família seja de R$ 200.000,00, por quanto tempo
eles terão renda garantida, sendo o custo do capital do CDB é de 1% a.m?

Para resolvermos este problema, devemos simplesmente calcular o prazo no qual os 20%
dos R$ 25 milhões (R$ 5 milhões), que estão investidos no CDB com liquidez diária,
durará. Assim sendo:

Ø PV = - 5.000.000 (20% de R$ 25MM)


Ø FV = 0
Ø PMT = +200.000 / mês
Ø i = 1% a.m.
Ø n = ? = 29 meses

Apostila 2022 285


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Exemplo (Mini-Case)
q QUESTÃO 2: Caso Rafael não tivesse feito nenhum saque nos investimentos durante
os 10 anos, considerando que em ambos o retorno bruto foi de 1% ao mês, qual seria a
taxa de retorno líquido ao final deste período caso houvesse resgate nos investimentos?
Considere a alíquota do Imposto de Renda em 15%.

Ø 1º: Cálculo do Resultado Financeiro Líquido: Ø Cálculo da Taxa Líquida:


§ PV = - 25.000.000 § PV = - R$ 25.000.000
§ PMT = 0 § FV = R$ 73.883.221,51
§ I = 1% am. § PMT = 0
§ n = 120 § n = 10
§ FV = ? = R$ 82.509.672,36 § i = ? = 11,44% aa.

o Imposto (15%) =(FV – PV) × 15%


o Imposto (15%) = R$ 8.626.450,85
o Resultado Líquido = FV – IR
o Resultado Líquido = R$ 73.883.221,51

Apostila 2022 286


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Exemplo (Mini-Case)
q QUESTÃO 3: Considerando que Rafael deseja garantir uma renda perpétua de
R$ 200.000,00 por mês a sua família, qual o valor máximo que ele poderia alocar no
investimento inicial, sabendo que a taxa de retorno será de 1% ao mês?

q CÁLCULO DA RENDA PERPÉTUA NA HP-12C:


Ø 1 [ENTER] → taxa desejada
Ø 200.000 → renda desejada
Ø [%T] → calcular renda perpétua
Ø R: R$ 20.000.000,00

Como sabemos que R$ 20 milhões deverão ficar investidos para gerar a renda perpétua, o
restante é que poderia ser investido no projeto inicial, ou seja, R$ 5.000.000,00.

Apostila 2022 287


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Definição
Esta etapa visa DESENVOLVER (SINTETIZAR) as recomendações de planejamento
financeiro e APRESENTÁ-LAS AO CLIENTE. Estas recomendações devem estar sempre
baseadas nos objetivos, necessidades e prioridades estabelecidas pelo cliente. Desta
forma, o profissional deverá:
Ø Determinar e propor uma política de investimentos (Investment Portfolio
Statement-IPS) em função de sua situação financeira, estágio de vida, perfil
psicológico (suitability), objetivos e restrições;
Ø Identificar e avaliar as estratégias de planejamento financeiro;
Ø Apresentar as recomendações de planejamento financeiro ao cliente.

Apostila 2022 288


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Política de Investimentos
O IPS (Investment Portfolio Statement) é o documento elaborado entre o profissional e o
cliente que define todas as regras gerais que norteiam a alocação de ativos. Este
documento deverá demonstrar de forma clara os seguintes itens:
Ø OBJETIVOS DE RETORNO do cliente de curto, médio e longo prazo;
Ø RESTRIÇÕES DO INVESTIDOR que devem ser cuidadas;
Ø TOLERÂNCIA AO RISCO do investidor;
Ø RESTRIÇÕES aplicáveis, como necessidade de liquidez, considerações sobre
impostos, requisitos regulatórios e circunstâncias únicas;
Ø Periodicidade de revisão do plano financeiro (quando ocorrerá a Etapa 6).
Ø Metas de investimento geral;
Ø Estratégias que o profissional deverá empregar para atingir os objetivos;
Ø Limites de alocação em cada classe de ativo, podendo ter mínimo e máximo em
cada classe de ativo (renda fixa, ações, imóveis);
Ø Critérios de Seleção dos Ativos.

Apostila 2022 289


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


IPS: Restrições
Montar o IPS do cliente envolve muito cuidado e alguns itens são extremamente
relevantes pois podem gerar restrições na carteira de investimentos. São eles:
Ø Horizonte de Tempo (T): quanto mais longo o tempo, maior a disponibilidade e a
capacidade de se tomar risco. São divididas em Pré-Aposentadoria (aquisição de
bens), Aposentadoria e Pós-Morte (Herança). Uma mudança de horizonte de tempo
acontece quando as circunstâncias e padrões de gasto ou receitas do investidor
mudam significativamente (prêmio de loteria).
Ø Impostos (I): Afetam o retorno dos investimentos finais quando o imposto é pago
no final (Sucessão) ou durante a o percurso da carteira (renda/alienação).
Ø Liquidez (L): São associadas as necessidade de liquidez contínuas (gastos mensais
ou periódicos), as imediatas (inesperadas) do investidor e aquelas chamadas de
ocasionais (compra de uma casa na praia).
Ø Aspectos Legais e Regulamentação (L): Restrições legais variam muito de cada
jurisdição mas normalmente são associadas a transferência de patrimônio.
Ø Circunstâncias Únicas (U): Engloba todas as demais situações não cobertas pelas
outras categorias (ex. investimentos indesejados).

Apostila 2022 290


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Planejamento de Liquidez
O Planejamento de Liquidez é fundamental em uma carteira de investimentos, para que
não ocorra a necessidade de ter que transforma um investimento de longo prazo em
dinheiro em um curto espaço de tempo, causando um prejuízo não previsto por causa da
falta de liquidez ou causado pelo risco de resgate antecipado.

Este planejamento se baseia nos objetivos do cliente e nas necessidades de gastos


financeiros. Esta necessidade poderão ser:
Ø Imediatas: são despesas que precisam ser atendidas em um espaço de tempo
muito curto (emergências médicas, etc.). Estes recursos devem vir de investimentos
com alta liquidez, como por exemplo: Fundo de Renda Fixa Curto Prazo; CDB de
liquidez diária de bancos de primeira linha (AAA ou AA); Tesouro SELIC (LFT);
Ø Contínuas: são despesas recorrentes que devem ser honradas regularmente pelos
rendimentos da carteira de investimentos;
Ø Ocasionais: São gastos em eventos planejados, normalmente são valores altos
comparado a carteira de investimentos (reformas na casa, viagens, troca de carro).

Apostila 2022 291


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


IPS: Reserva de Emergência
Recomendasse que o saldo equivalente seja de 3 a 12 vezes os gastos mensais da família,
devendo ser considerado as coberturas já contratadas contra riscos (seguros) no cálculo
da Reserva. Esse valor pode variar em função, por exemplo, das características das
entradas e saídas de recursos da família:
Ø Maior previsibilidade quanto às rendas: Funcionários públicos, aposentados e
pensionistas (assalariados da iniciativa privada, autônomos e empresários precisarão
de maiores reservas de emergência).
Ø Maior previsibilidade quanto aos gastos: Análise da estrutura de custos fixos e
variáveis da família pode levar a variações significativas no saldo recomendado para
a reserva de emergência.

É aconselhado que as aplicações da Reserva de Emergência sejam em investimentos com


baixíssimo risco (tanto de crédito, quanto de volatilidade) e possuam altíssima liquidez. As
aplicações mais recomendadas são: LFT; CDB de bancos com rating AAA; Fundo de
Investimentos Renda Fixa (Simples ou Curto Prazo).

Apostila 2022 292


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Alterações
Conforme já mencionado, o profissional deverá deixar acordado qual será o período de
revisão dos dados do IPS (Política de Investimentos) do seu cliente. Mas isso não
necessita ser algo rígido, pois o próprio cliente não só pode, mas também deve comunicar
as mudanças relevantes (caso ocorra antes dos prazos acordados das revisões) para que o
profissional possa reajustar o seu IPS. Para que isso possa ocorrer, o cliente necessita
saber quais informações são relevantes e a troca de conhecimento é muito importante.

Os principais exemplos de mudanças na Política de Investimentos são:


Ø OBJETIVOS: Antecipação ou a postergação da compra da casa própria ou da
aposentadoria; nascimento de filhos; doenças terminais; casamento;
Ø SITUAÇÃO FINANCEIRA: Mudanças de emprego, herança, prêmio de loteria...
Ø CONHECIMENTO: Formação acadêmica em finanças e experiência profissional;
Ø MUDANÇAS ECONÔMICAS: Aqui vale uma ressalva, pois quando tratamos de
mudanças econômicas, nos referimos a parte de longo prazo e não de curto prazo.
Por exemplo, uma redução na taxa de juros pelo COPOM não modifica o IPS do
cliente, mas mudanças nos ciclos econômicos do Brasil, podem sim.

Apostila 2022 293


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Asset Location
O objetivo de construir um modelo eficiente de alocação é determinar quais serão as
classes de ativos com os seus devidos percentuais. Essa construção chamamos de
ALOCAÇÃO DE ATIVOS, ou em inglês de Asset Location. Esta parte, chamamos também de
MACRO-ALOCAÇÃO, pois ela define o percentual que deverá ser alocado nas categorias
de investimentos, como, 80% em renda fixa e 20% renda variável.

Após a Alocação de Ativos, temos o que chamamos de Seleção de Ativos, que é a


atividade de seleção específica dos produtos financeiros (10% em Petrobrás e 10% em
Vale do Rio Doce, totalizando os 20% que foram definidos no Asset Location). Esta etapa
também é conhecida com MICRO-ALOCAÇÃO e ocorre na ETAPA 5 – Implementar as
Recomendações.

Apostila 2022 294


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
Desenvolvendo Recomendações
Vimos até aqui como são importante as etapas iniciais (Etapa 2 – Coleta & Identificação de
Necessidades; Etapa 3 – Analisar e Avaliar a Situação do Cliente), pois se coletarmos os
dados equivocamente, não será possível Avaliar corretamente a Situação do Cliente. E se
tivermos uma avaliação equivocada, o documento que guiará todo o trabalho profissional,
que é o IPS (POLÍTICA DE INVESTIMENTOS), também estará equivocado.

Os últimos exames, foi exigido os seguintes pontos como padrão:


Ø Nível de Risco da Carteira (concentração da carteira em ativos de risco);
Ø Necessidade de liquidez (manter entre 5% a 10% em ativos de liquidez imediata);
Ø Calcular o retorno exigido pelo cliente, sempre assumindo o menor risco possível;
Ø Prestar muita atenção se os retornos das carteiras serão ou não sujeitos a
impostos, além de ficar atento se a questão está solicitando retorno real ou nominal.

Apostila 2022 295


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Desenvolvendo Recomendações: Exemplo
Um investidor, 30 anos de idade, solteiro, herdou R$ 2.000.000,00 recentemente. Ele
não trabalha e suas despesas pessoais são de R$ 30.000 por mês. Ele não pretende
trabalhar e deseja viver com o rendimento real e ganho de capital gerados pela herança,
sem tocar no principal. A inflação é de 3,5% a.a., a taxa do ativo livre de risco real de
4% a.a. Qual é a carteira mais recomendada?

CARTEIRAS
ATIVOS
I II III IV
Fundos de Curto Prazo 5% 5% 0% 20%
Títulos do Governo LFT 5% 10% 0% 30%
Fundos de Renda Fixa de Longo Prazo 10% 25% 40% 40%
Fundos Private Equity 25% 15% 25% 0%
Ações 55% 45% 30% 10%
Retorno Esperado Total das Carteiras,
30% 24% 23% 18%
após os impostos

Apostila 2022 296


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
Desenvolvendo Recomendações: Exemplo
Primeiramente, devemos calcular o retorno necessário que o investidor necessita ter:
Ø Suas despesas anuais são R$ 30.000 × 12 = R$ 360.000.
Ø O retorno mínimo REAL que ele precisa ter é 360.000 ÷ 2.000.000 = 18% ao ano.
Ø Considerando a inflação, o retorno nominal líquido será: 22,13%
§ HP-12C:
o 100 enter
o 18 [%] [+]
o 3,5 [%] [+]
o 100 [-]
Devemos escolher a carteira que entrega o retorno necessário e que possua liquidez.
Importante notar que o retorno em vermelho é o retorno líquido e não o retorno real.
Ø Carteira I: possui um retorno muito acima do necessário, gerando um risco
desnecessário ao investidor (80% está alocado em empresas: Ações + Private Equity)
Ø CARTEIRA II: É a carteira que deve ser escolhida e apresentada ao cliente, pois
fornece o retorno necessário e possui liquidez (15% em LFT e fundos Curto Prazo).
Ø Carteira III: mesmo tendo uma remuneração aceitável, não possui liquidez.
Ø Carteira IV: não gera o retorno necessário para o investidor.

Apostila 2022 297


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 5: Implementar as Recomendações


ETAPA 5
Nesta etapa, deve-se IMPLEMENTAR as recomendações de planejamento financeiro. Esta
implementação poderá ser feita tanto pelo profissional, quanto pelo próprio cliente, sem
a parÖcipação do profissional. Vale ressaltar que o profissional somente poderá executar a
implementação das recomendações naquelas áreas na qual ele esteja habilitado
legalmente e caso o ele e o cliente tenham acordado isto no início do relacionamento
(que ocorreu na Etapa 1 – Definindo o Escopo de Trabalho). Portanto, um profissional
CFP® pode cobrar para fazer um inventário extrajudicial? SIM, desde que ele seja
advogado.

Se o profissional for o responsável pela implementação, ele deverá:


Ø Obter aprovação sobre as responsabilidades na implementação do plano
financeiro pessoal.
Ø IdenÖficar e apresentar os produtos e serviços adequados para implementação do
plano financeiro aprovado pelo cliente.

q OBSERVAÇÃO: Caso haja a possibilidade de um conflito de interesse nas indicações dos


produtos, os mesmos deverão ser informados ao cliente.

Apostila 2022 298


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 5: Implementar as Recomendações
Categorias de Produtos
Profissionais devem analisar e classificar as categorias de produtos com que atuem,
identificando as características que possam afetar sua adequação ao perfil do cliente,
devendo ser considerados, no mínimo:
Ø Os riscos associados ao produto e seus ativos subjacentes;
Ø O Perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto;
Ø A existência de garantias;
Ø Os prazos de carências.

Apostila 2022 299


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 5: Implementar as Recomendações


Vedações e Deveres
q É vedada a recomendação de produtos ou serviços ao cliente quando:
Ø O perfil do cliente não for adequado ao produto ou serviço;
Ø Não sejam obÖdas as informações que permitam a idenÖficação do perfil do
cliente;
Ø As informações relaÖvas ao perfil do cliente não esÖverem atualizadas.

q Dever de quando o cliente ordenar a realização de operações, antes da primeira


operação:
Ø Alertar o cliente acerca da ausência ou desatualização de perfil ou da sua
inadequação, com a indicação das causas da divergência; e
Ø Obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência,
desatualização ou inadequação de perfil.

Apostila 2022 300


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ETAPA 6: Monitorar a Situação com o Cliente
Definição
Esta é a última etapa do planejamento financeiro, no qual deve-se MONITORAR a
situação do cliente, baseada na periodicidade acordada na Etapa 4 – Desenvolvimento de
Recomendações e Apresentação ao Cliente, no documento IPS (Investment Policy
Statement). Com isso, esta Etapa 6 – Monitoramento da Situação do Cliente, inclui:
Ø Revisar e reavaliar periodicamente o plano financeiro propondo e implementado,
se for o caso, os ajustes necessários;
Ø Obter aprovação sobre estratégias necessárias para implementar os ajustes
propostos.

Desta forma, nesta etapa ocorre o Feedback do cliente, criando-se um vínculo de longo
prazo entre o planejador financeiro e o cliente. Recomenda-se que seja feito pelo menos
uma vez por ano todo o processo do planejamento financeiro.

Apostila 2022 301


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

7.3 Gestão Financeira Pessoa Física


Apostila 2022 302
302
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Demonstrações Financeiras Pessoais
Orçamento Doméstico (Fluxo de Caixa )
O Orçamente Doméstico, também chamado como Orçamento Familiar, é a construção &
a análise de todas as fontes de renda da família, juntamente com os seus devidos gastos.
Com isso, passamos a enxergar que as pessoas físicas também devem ter controles e
análises como se fossem pessoas jurídicas (empresas).

Somente após montar o Fluxo de Caixa da Família, com entradas (rendas) e saídas
(custos), que podemos traçar como serão atingidos os planos par ao futuro: uma troca de
uma casa, uma viagem ou a antecipação de uma aposentadoria.

Vale ressaltar que valores que acumulam ativos não devem ser considerados como
despesas (saídas), tais como aplicações mensais em CDB, VGBL e PGBL.

ORÇAMENTO DOMÉSTICO = RENDAS – DESPESAS

Apostila 2022 303


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Demonstrações Financeiras Pessoais


Construindo um Plano Orçamentário
Na construção de um orçamento familiar, devemos identificar:
Ø Custos fixos, Custos variáveis e Custos sensíveis à inflação;
Ø Projetar o orçamento para os próximos 12 meses;
Ø Comparar as despesas reais com as projetadas (quando já foi feito a primeira).

Vale salientar que é muito importa analisar a o impacto da inflação no custo de vida do
cliente. Muitas pessoa possuem salário fixo e não conseguem reajustar a sua renda com o
devido aumento dos gastos gerados pelo aumento dos preços (inflação), gerando uma
perda na qualidade de vida.

RECEITAS DESPESAS
Ø Salários;
Ø Custos fixos (aluguel, financiamentos, prêmios de
Ø Receitas de juros;
seguros, pensão alimentícia,...);
Ø Receitas de dividendos;
Ø Custos variáveis (transporte, alimentação, telefone,
Ø Receitas de aluguéis;
internet, lazer, férias, ...);
Ø Reembolso de impostos;
Ø Qualquer saída recorrente.
Ø Outras receitas.

Apostila 2022 304


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Demonstrações Financeiras Pessoais
Capacidade de Poupança
A capacidade de poupança é um dos principais itens a ser analisado no orçamento
familiar. Ele é o resultado do quanto uma família ganha e o quanto ela consegue guardar a
sua renda. Se as receitas são MAIORES que as despesas, a família possui “Capacidade de
Poupança”, e poderá continuar aumentando o patrimônio e a conquistar seus objetivos
financeiros. Porém, se as receitas são MENORES que as despesas, a família está com
problemas financeiros, necessitando tomar empréstimos para custear seu padrão de vida
ou vendendo ativos para se manter. Segue a fórmula para este indicador:

Resultado do Orçamento Doméstico


Índice de Poupança =
Receitas

q EXEMPLO: Rafael tem sua renda líquida de R$ 9.000,00 e consegue investir todos os
meses R$ 300,00. Seu índice de Poupança é:
300
Í789:; 8; <=>?@7ç@ = = 3,33%
9000

Apostila 2022 305


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Demonstrações Financeiras Pessoais


Fundo de Emergência
O Fundo de Emergência, também chamado de Reserva de Emergência, é um valor
financeiro que deve estar aplicado em investimentos com muita liquidez, ou seja, que
possa ser convertido em dinheiro o mais rápido possível e sem variações bruscas, como
por exemplo LFT – Tesouro Selic, CDB liquidez diária, poupança, fundos Renda Fixa Curto
Prazo.

O objetivo desse recurso é para suprir imprevistos em nossas vidas (batida do carro,
problemas de saúde, e até mesmo desemprego) sem que seja necessário a tomada de
empréstimos com taxas extremamente altas ou a venda de patrimônio (ativos de longo
prazo). O aconselhável é que este valor seja de 3 a 12 meses das despesas correntes, ou
seja, se uma família tem renda de R$ 10 mil por mês e um custo de vida de R$ 5 mil,
iremos analisar de 3 a 12 meses sobre os R$ 5 mil (entre R$ 15 mil e R$ 60 mil para o
fundo de emergência).

Em 2019, o Banco Mundial constatou que mais de 70 milhões de brasileiros consideravam


impossível levantar cerca de R$ 2.500,00 numa necessidade extrema. No mundo, somente
outros sete países estão mais despreparados que o Brasil para surgimento de infortúnios.

Apostila 2022 306


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Orçamento Doméstico
Exemplo
(1) ENTRADAS
• Salário de João (líquido) R$ 15.000,00
• Salário de Maria (líquido) R$ 15.000,00
Total de Entradas R$ 30.000,00
(2) Saídas
• Casa (água, luz, telefone, ...) R$ 8.000,00
• Automóveis (combustível, impostos, ...) R$ 3.000,00
• Despesas Pessoais R$ 3.000,00
• Prêmios de seguros R$ 2.000,00
• Pagamento Prestação financiamento dos automóveis R$ 2.000,00
• Pagamento Prestação financiamento imobiliário R$ 3.000,00
Total de Saídas R$ 21.000,00
Saldo Final ( 1 - 2) R$ 9.000,00
CAPACIDADE DE POUPANÇA (Saldo ÷ Entradas))) 30%

Apostila 2022 307


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Demonstrações Financeiras Pessoais


Balanço Patrimonial
É um relatório que demonstra qual a situação financeira de uma pessoa (física ou
jurídica), relacionada aos seus bens, direitos e suas obrigações, ou seja, é tudo que ela
poderia vender e tudo que ela precisa pagar em uma certa data específica. Existem
algumas regras que deverão ser respeitas para que se haja um padrão nestes relatórios,
mesmo sendo para as pessoas físicas, que são:
Ø O Patrimônio será composto por dois grandes grupos: Ativos e Passivos;
Ø ATIVOS: tudo o que foi adquirido e que poderá ser vendido (transformado em
dinheiro ou que já é dinheiro. Apólice de seguro de vida não é ativo);
Ø PASSIVO ou EXIGÍVEL: são as dívidas da pessoa.
Ø PATRIMÔNIO LÍQUIDO: ATIVOS menos os PASSIVOS, ou seja, se vender tudo e
pagar tudo o que deve, quanto irá sobra? Este será o Patrimônio Líquido
Ø São agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez, ou seja,
primeiro aparecerão aqueles mais fáceis de vender ou que serão cobradas primeiro;
Ø Os ATIVOS das pessoas físicas são classificados com:
§ Bens de uso: Imóvel de moradia, veículos da família, casa de veraneio;
§ Bens de não uso: Aplicações financeiras, participações societárias, imóveis e
veículos que geram renda ou que o objetivo é uma venda futura;

Apostila 2022 308


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Balanço Patrimonial
Exemplo
ATIVO (A) EXIGÍVEL TOTAL (ET)
Ø Bens de Uso Ø Dívidas:
o Veículos da família R$ 100 mil o Cartão de Crédito R$ 5 mil
o Residência familiar R$ 500 mil o Financiamento do Carro R$ 55 mil
o Casa de Veraneio R$ 200 mil o Financiamento Imobiliário R$ 240 mil
Ø Bens de Não Uso
o CDB Liquidez Diária R$ 100 mil PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)
o Previdência VGBL R$ 200 mil
Ø PL = ATIVOS – PASSIVOS = R$ 1,1 MM
o Imóveis para locação R$ 300 mil

ATIVOS = R$ 1,4 MM PL + ET = 1,4 MM

Apostila 2022 309


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Principais Indicadores
Índice de Endividamento
Como vimos, os ATIVOS são compostos por Capital Próprio (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) e por
Capital de Terceiros (PASSIVOS), também chamado de Passivo Exigível, que são as dívidas.
Assim, é normal as pessoas terem dívidas para aquisição de bens. No entanto, no
momento em que se começa a adquirir dívidas, é importante que a família passe a
acompanhar a evolução do seu índice de endividamento para garantir que suas contas
estejam sob controle no curto, médio e longo prazo. Sua fórmula é:

ÍNDICE DE
ENDIVIDAMENTO = PASSIVOS (Passivo Exigível)
ATIVOS (Ativo Total)

q EXEMPLO: Marina tem ativos no valor de R$ 2.000.000,00. Suas dívidas, incluindo


pagamentos mensais de um Financiamento Imobiliário e do seu veículo, somam
R$ 900.000,00. O Índice de endividamento é:

!$ #$$.$$$
Índice de Endividamento = = 45%
!$ &.$$$.$$$

Apostila 2022 310


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Principais Indicadores
Índice de Alavancagem Financeira
Alavancagem financeira é o nível de endividamento utilizado para a maximização do
retorno do capital próprio, portanto, é uma das formas de ver o endividamento. Como
consequência temos que:
Ø O endividamento possibilita mais crescimento;
Ø Aumenta o risco de inadimplência e falência da pessoa física ou jurídica;

É relação entre recursos de terceiros (Passivos) e capital próprio (Patrimônio Líquido) e:

ALAVANCAGEM
= PASSIVOS (Passivo Exigível)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Portanto, uma pessoa sem capital de terceiros, ou seja, sem nenhuma dívida, possui
alavancagem financeira igual a zero. Perceba que este indicador leva em consideração as
dívidas pelo patrimônio líquido, já o Índice de Endividamento, leva em consideração os
Ativos. Por isso dizemos: “A com A, não dá”, ou seja, Alavancagem não se compara com
Ativos!

Apostila 2022 311


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