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INTRODUÇÃO
Cada tempo tem sua marca, cada época, suas características. Nos tempos em
que vivemos as informações e nossa capacidade de leitura e interpretação de si-
nais assumem proporções dramáticas, influenciando fortemente nossos dias.
Numa posterior etapa, por meio de visão prospectiva (inclusive com projeções das
peças contábeis), compete ao analista de crédito investigar o ambiente onde está
inserido o cliente, com o objetivo de detectar problemas ou oportunidades a ele
inerentes.
Releva destacar que, na atual conjuntura, a variável risco ganha contornos mais
fortes. A cada momento a comunidade econômica emite sinais de sofisticação,
sugerindo visão altamente profissionalizada por parte do observador.
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1. CONTABILIDADE
1.1 Introdução
1.2 Objeto
O objeto da Contabilidade é o Patrimônio das entidades econômico-
administrativas. Entende-se como entidades econômico-administrativas as organi-
zações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, capital,
ação administrativa e fim determinado.
1.3 Objetivo
O objetivo da Contabilidade é permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes
da gestão do patrimônio das entidades econômico-administrativas.
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1.4 Finalidade
A principal finalidade da Contabilidade é permitir a obtenção de informações eco-
nômicas e financeiras acerca da entidade.
As informações de natureza econômica compreendem, principalmente, os fluxos
de receitas e de despesas, que geram lucros ou prejuízos, e as variações no pa-
trimônio da entidade.
As informações de natureza financeira abrangem os fluxos de caixa e do capital
de giro.
1.5 Usuários
Compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente,
tenham interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade,
como titulares (empresas individuais), sócios, acionistas, administradores, governo
(fisco), fornecedores, bancos, etc.
1.8 Patrimônio
É um conjunto de bens, direitos e obrigações, avaliado em
moeda e pertencente a uma pessoa (física ou jurídica).
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Os bens e direitos representam os aspectos positivos do patrimônio e as obriga-
ções representam os aspectos negativos. Todos nós gostaríamos de possuir o
máximo possível de bens e direitos, por exemplo, uma casa, um carro, uma conta
bancária alta etc., enquanto que a maioria não gostaria de ter dívidas, que são as
obrigações; por isso, vamos associar dentro da estrutura patrimonial os bens e os
direitos com o sinal positivo e as obrigações com o sinal negativo.
Os bens são as coisas capazes de satisfazer necessidades humanas e suscetí-
veis de avaliação econômica. Podem ser materiais ou imateriais.
Os bens materiais são os objetos que a empresa tem para uso (armários, pratelei-
ras, computadores, máquinas, automóveis, vitrinas, etc.), troca (mercadorias e
dinheiro) ou consumo (material de limpeza, material de expediente e material de
embalagem).
Os bens imateriais correspondem a determinados gastos que, por sua natureza, a
legislação brasileira determina que façam parte do patrimônio. Exemplos: gastos
com organização, reorganização ou modernização da empresa, benfeitorias feitas
pela empresa em bens de propriedade de terceiros (reformas, piscinas, etc., em
imóveis alugados), direito de uso de marcas, patentes de invenção, etc.
Os direitos são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros,
como Duplicatas a Receber.
As obrigações são bens de propriedade de terceiros que se encontram em nosso
poder. Normalmente, aparecem no patrimônio seguidas da expressão “a pagar”.
Exemplos: Título a Pagar, Salários a Pagar, Duplicatas a Pagar, etc. Entretanto,
há contas cuja a nomenclatura dispensa a expressão “a pagar”, por trazer inerente
a idéia de tratar-se de uma obrigação. Por exemplo: Fornecedores, Impostos a
Recolher, etc.
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Numa primeira definição, podemos dizer que o Patrimônio Líquido (ou Situação
Líquida) é a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo de uma entidade, em um
determinado instante.
Modernamente, podemos, também, entender o Patrimônio Líquido como sendo
uma obrigação que a empresa tem junto aos proprietários.
Resumidamente, podemos dizer que no Balanço Patrimonial o
lado esquerdo é formado por bens e direitos e o lado direito é
formado por obrigações, tanto para com terceiros como para
com os proprietários.
ATIVO PASSIVO
OBRIGAÇÕES C/
BENS E TERCEIROS
DIREITOS
OBRIGAÇÕES C/
PROPRIETÁRIOS
O
BD
A = P+SL;
BD
P = A + SL; O
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Situação Líquida Nula (ou inexistente)
BD = O; BD O
Nas três situações apresentadas, Ativo e Passivo sempre foram maiores que zero.
Em raras ocasiões, porém, poderão ser iguais a zero. Nesses casos, teremos:
Passivo = zero . A constituição da empresa é um dos raros momentos em que
esta situação poderá ocorrer.
Ativo = zero. O encerramento de atividades é um dos raros momentos em que
esta situação poderá ocorrer.
Em todos os casos, observe que o Ativo e o Passivo somente poderão ser iguais
ou maiores que zero. Porém, a Situação Líquida poderá ser menor, igual ou maior
que zero.
RECAPITULANDO.....
Ativo – Conjunto de contas onde se registram os direitos e
bens de uma empresa ou indivíduo. Classifica-se, por conven-
ção, sempre do lado esquerdo do balanço. As contas, salvo as
retificadoras, são de natureza devedora.
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Passivo – Conjunto de obrigações para com terceiros e para
com os sócios de uma empresa ou indivíduo. Classifica-se do
lado direito do balanço. As contas, salvo as retificadoras, são
de natureza credora.
Ou seja:
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As convenções acima são básicas para toda escrituração e apresentação de rela-
tórios contábeis.
Todas as pessoas têm ou já tiveram contato com a Contabilidade, basta olhar um
extrato de conta corrente bancária.
Quando você faz um depósito, o banco lança o valor na coluna do crédito do ex-
trato (lado direito). Isto ocorre porque para ele, instituição financeira, o seu depósi-
to é uma obrigação (ou origem de recursos). O banco está devendo dinheiro para
você. Em contra-partida, ele debita o caixa (lado esquerdo da conta caixa).
Se você fosse fazer a sua contabilidade, o lançamento estaria diferente, porque,
como você tem um dinheiro com o banco, ele é seu devedor. Você debitaria o
banco e creditaria o caixa pela saída do dinheiro. Resumindo, o seu débito na con-
ta banco foi uma aplicação e o crédito, diminuindo o caixa, uma origem.
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cionado (DVA), sendo mantidas as demais demonstrações e as Notas Explicati-
vas.
Cabe registrar que as demonstrações financeiras obrigatórias para todos os con-
tribuintes sujeitos à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real são:
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado Exercício e Demonstração de
Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Outro demonstrativo exigido para as empresas reguladas pela CVM é a DRA, ou
seja, a Demonstração do Resultado Abrangente. Tal relatório informa as transa-
ções que ainda não afetaram o exercício e irão impactar exercícios futuros. Interfe-
re na distribuição futura de dividendos.
Para fins de elaboração das demonstrações financeiras, a pessoa jurídica deverá
observar o disposto na Lei nº 6.404/76 (Lei das S.A’s); e, para fins de publicação,
estas demonstrações devem ser apresentadas de forma comparativa de dois perí-
odos consecutivos, podendo expressar os seus valores em milhares de reais.
A Lei nº 11.638/2007 estabeleceu que as normas sobre escrituração e elaboração
das demonstrações contábeis e obrigatoriedade de auditoria independente por
auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fossem extensíveis
às sociedades de grande porte (ativo total, no exercício social anterior, seja supe-
rior a R$ 240 milhões, ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões).
Mesmo quando não enquadradas nas regras citadas, algumas empresas já são
orientadas por seus órgãos reguladores a adotarem os novos padrões, tais como
aquelas entidades vinculadas à ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, à
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica e ao Banco Central do Brasil.
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representados pelo “Ativo Circulante” e as máquinas, móveis e imóveis são agru-
padas no “Ativo Imobilizado”.
Os grupos de contas, por sua vez, são escalonados em ordem decrescente de
liquidez no ATIVO e de exigibilidade no PASSIVO.
Por isso, o ATIVO inicia relacionando as Disponibilidades (Caixa e Saldos Bancá-
rios); depois, os direitos de curto prazo (Clientes, Duplicatas a Receber), Estoques
e outros valores de curto prazo a receber; em seguida, os direitos realizáveis a
longo prazo e, por último, os bens que a empresa não tem a intenção de vender.
Resumindo, os bens que são mais líquidos (possíveis de se
transformar em dinheiro mais rapidamente) aparecem em pri-
meiro lugar.
Já no Passivo aparecem primeiro as contas de Fornecedores e Empréstimos Ban-
cários; a seguir as outras obrigações de curto prazo; depois as obrigações de lon-
go prazo e, finalmente, o Patrimônio Líquido.
Assim, as obrigações com vencimentos mais próximos da da-
ta do Balanço aparecem em primeiro lugar. Os recursos dos
sócios (PL), por não serem exigíveis, aparecem ao final do
Passivo.
No Balanço Patrimonial, os elementos do patrimônio serão agrupados de modo a
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira das entidades.
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
- Investimentos
- Diferido
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1.9.1.1 Ativo
Circulante: disponibilidades, bens e direitos realizáveis no decorrer do exercício
seguinte ao do balanço sob análise (até 360 dias). Exemplos: Disponibilidades,
Duplicatas a Receber, Estoques, Despesas Antecipadas, etc.
Realizável a Longo Prazo: bens e direitos realizáveis após o encerramento do
exercício seguinte (mais de 360 dias). Exemplos: Duplicatas a Receber, Emprés-
timos a Diretores, Empréstimos a Interligadas, etc.
Na empresa em que o ciclo operacional tiver duração maior
que o exercício social, a classificação no circulante ou no lon-
go prazo terá base o prazo desse ciclo. Ciclo Operacional é o
tempo decorrido entre a aquisição de ativos para processa-
mento e a sua realização em caixa ou seus equivalentes.
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O Ativo Diferido deixou de existir em 31/12/2008. Os saldos das contas nele clas-
sificados poderão ser reclassificados para outros grupos do Ativo (Imobilizado ou
Intangível) quando for possível ou revertido para o resultado do exercício anterior
como despesas. Por ser tratar de direito adquirido, as companhias também podem
manter esses saldos no Ativo Diferido como subgrupo do Ativo Não Circulante até
sua completa amortização.
ATIVO – NOVA ESTRUTURA
Circulante
Caixa/Bancos/Aplicações
Clientes
Estoques
Outros valores circulantes
Não Circulante
Realizável em Longo Prazo
Clientes
Transações entre ligadas
Outros (ex: depósitos judiciais)
Investimento
Participações societárias
Imobilizado
Bens imóveis de uso
Intangível
Marcas e patentes
1.9.1.2 Passivo
Circulante – dívidas vencíveis no decorrer do exercício seguinte (até 360
dias). Exemplos: Fornecedores, Salários e Encargos a Pagar, Impostos a
Pagar, Empréstimos Bancários, Provisão para Imposto de Renda, etc.
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Reservas de Capital (Resultado de Correção Monetária – conta que
existia até 31/12/1995 -, Doações recebidas)
Reservas de Reavaliação (contrapartida da Reavaliação de Imobiliza-
dos)
Reservas de Lucros (Reserva Legal, Reservas Estatutárias, Reserva
para Contingências)
Lucros/Prejuízos Acumulados
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ATENÇÃO: Lei nº. 11.638/2007
A partir de 01/01/2008, o Passivo passou a ser dividido em dois subgrupos: Passi-
vo Circulante e Passivo Não Circulante, sendo que no primeiro são classificadas
as obrigações para com terceiros com prazo de até um exercício subseqüente e
no Não Circulante, com mais de um exercício subseqüente.
O grupo de Resultados de Exercícios Futuros foi extinto pela Lei nº. 11.941/2009.
Os saldos das contas nele existentes foram transferidos para o Passivo Não Circu-
lante (PNC).
No Patrimônio Líquido:
a) deixou de existir a Reserva de Reavaliação;
b) as Reservas de Capital de Prêmio na Emissão de Debêntures e de Doações
e Subvenções para Investimentos deixaram de existir podendo, desde que
atendidas determinadas disposições previstas na lei societária, ser classifica-
das como contas do passivo de curto ou de longo prazo que, posteriormente,
em obediência ao regime de competência serão transferidos para o resultado
do exercício;
c) Lucros acumulados: com advento das Leis nº. 11.638/2007 e 11.941, pas-
sou a ter apenas caráter transitório. Ela recebe o resultado do exercício quan-
do se encerram as contas de resultado e o transfere para as reservas de lucros
e para distribuição de dividendos;
d) Foi criada uma nova conta denominada Ajustes de Avaliação Patrimonial.
PASSIVO – NOVA ESTRUTURA
Circulante
Empréstimos/Financiamentos
Fornecedores
Tributos a pagar
Outros valores circulantes
Não circulante
Empréstimos/Financiamentos
Outros (ex: impostos refinanciados)
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1.9.1.3 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
É o relatório que demonstra o resultado final da empresa no exercício (lucro ou
prejuízo), discriminando todas as contas de RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS.
Trata-se de um relatório dinâmico, pois retrata os fatos contábeis ocorridos duran-
te o exercício social.
Desta forma, não haverá mais segregação entre receitas e despesas como opera-
cionais e não operacionais. O item outras receitas e despesas abarcará os resul-
tados de atividades não continuadas, sendo que o resultado operacional abarcará
as atividades continuadas.
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(+) Receita Operacional Líquida
(-) Custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos
(=) Lucro bruto
(-) Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras receitas e despesas
operacionais
(+/-) Resultado de equivalência patrimonial
(=) Resultado antes das receitas e despesas financeiras
(+/-) Despesas e receitas financeiras
(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro
(-) Tributos sobre o lucro
(=) Resultado líquido das operações continuadas
(+/-) Resultado das operações descontinuadas
(+/-) Tributos sobre resultado das operações descontinuadas
(=) Resultado líquido das operações descontinuadas
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de análise, interessa a geração de resultados operacionais. Se não estiver
detalhado no próprio normativo, valer-se das notas explicativas ou informa-
ções adicionais;
Temos, então, o Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro, que deduzido
das despesas com Imposto de Renda e Contribuição Social do exercício,
formam, finalmente, o Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício.
Finalmente, como novidade na nova legislação, e nesse caso bastante útil para o
processo de análise, a estrutura de DRE vigente prevê a segregação dos resulta-
dos relacionados a atividades eventualmente descontinuadas (alienadas ou encer-
radas), a serem apresentadas apenas nos exercícios em que ocorrerem.
A lei das Sociedades por Ações concede à empresa a opção de elaborar a De-
monstração das Mutações do Patrimônio Líquido em substituição à Demonstração
de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Entretanto, a partir de 1985 as Sociedades
Anônimas de Capital Aberto ficaram obrigadas, por resolução da Comissão de
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Valores Mobiliários (CVM), a elaborar essa demonstração, ficando dispensadas da
elaboração da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
CCL = AC – PC,
onde: AC = Ativo Circulante e PC = Passivo Circulante.
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As Notas Explicativas devem apresentar informações sobre a base de preparação
das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas
e aplicadas para negócios e eventos significativos, divulgar as informações exigi-
das pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas
em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras e fornecer informações
adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas
necessárias para uma apresentação adequada.
A Lei das Sociedades por Ações estabelece que as Notas Explicativas devem in-
dicar:
a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especial-
mente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de
constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para aten-
der a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
b) Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;
c) O aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações;
d) Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias presta-
das a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a
longo prazo;
f) O número, espécies e classes das ações do capital social;
g) As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) Os ajustes de exercícios anteriores; e
i) Os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que te-
nham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os
resultados futuros da companhia.
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nível compreende a soma dos saldos das contas Caixa, Bancos e Aplicações Fi-
nanceiras de liquidez imediata.
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1.9.7 Demonstração do Valor Adicionado – DVA
Essa demonstração tem por objetivo evidenciar a riqueza criada pela companhia
no processo de produção de bens e serviços e a forma como ela foi distribuída
entre os empregados (salários), financiadores da empresa (juros), Governo (tribu-
tos e contribuições sociais) e os acionistas (dividendos).
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2. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
Deve-se verificar a empresa como um todo, ou seja, como sistema, tendo em con-
ta a relação causa-efeito, visto serem os números exarados nas demonstrações
nada mais que o resultado da gestão.
Na análise da empresa, certamente alguns pontos irão nos chamar a atenção. Es-
tes deverão ser melhor investigados, muitas vezes no âmbito do próprio empreen-
dimento (visita), pois nem sempre os relatórios contábeis são suficientemente es-
clarecedores.
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2.2 Ajustes nas Demonstrações Financeiras:
Importante reforçar que o analista deve observar se a conta caixa não inclui as
aplicações financeiras, às vezes apresentadas em conjunto como disponibilidades.
Deve também ter em mente que a política de caixa da empresa pode variar. Exis-
tem empresas que optam por manter um valor alto em caixa e em depósitos ban-
cários ou, principalmente, em aplicações financeiras, para aproveitar oportunida-
des de aquisição de matéria-prima a vista, ou para pagar títulos a vista com des-
conto, ou mesmo como forma de se prevenir de uma eventual restrição de crédito
bancário, que esteja de alguma maneira temendo ou antecipando.
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Clientes ou Duplicatas a receber: comparar o saldo com a política de
vendas da empresa. Saldos elevados ou crescentes podem representar
créditos de difícil recebimento. Por outro lado, ausência de saldo pode
indicar a adoção de regime de caixa (contabilização só no recebimento).
Nestes casos, verificar as informações adicionais prestadas pela empre-
sa, no que se refere a prazos praticados e valores vencidos. Duplicatas
vencidas há mais de 180 dias, por exemplo, devem ser excluídas da
conta Clientes, em contrapartida de Deduções do Ativo.
Considere que o crescimento da conta clientes pode ter sido decorrente de política
agressiva de vendas, o que, se bem conduzida, poderá até, sob algumas condi-
ções, significar medida administrativa correta. Por outro lado, poderá constituir
fator negativo, caso as condições oferecidas sejam desfavoráveis para a empresa
– como vendas abaixo do preço de custo, dilação de prazos sem a contrapartida
de fornecedores e sem disponibilidade de capital de giro, por exemplo. Embora,
neste caso, não caiba qualquer ajuste contábil, tal informação deverá ser ponde-
rada no momento da análise, já que causará impacto nos indicadores de giro, co-
mo poderemos ver nos capítulos seguintes.
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2.3 Principais deduções do PL (Patrimônio Líquido):
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2.4 Reclassificação do Balanço
Além dos ajustes anteriores, as contas do Ativo e Passivo Circulante são classifi-
cadas em dois grupos: Financeiro e Cíclico.
BALANÇO TRADICIONAL
AC PC
PELP
ARLP
AP
PL
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BALANÇO RECLASSIFICADO
ARLP
PELP
AP
PL
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Numa operação de curto prazo, o analista deverá privilegiar os aspectos de LI-
QUIDEZ e SEGURANÇA. Já se tratando de operações de longo prazo, observar,
também, a capacidade de geração de lucro.
Porém, o índice não deve ser considerado isoladamente, mas sim sob o aspecto
dinâmico e dentro de contexto mais amplo, onde outros indicadores e variáveis
devem ser conjugadamente ponderados.
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EMPRESA: EXEMPLO S.A.
BALANÇO PATRIMONIAL (em R$ mil)
ATIVO 9.600 PASSIVO 9.600
Ativo Circulante 5.000 Passivo Circulante 2.000
Financeiro 500 Financeiro 500
Caixa e bancos 500 Empréstimos 500
Cíclico 4.500 Cíclico 1.500
Clientes 3.500 Fornecedores 1.000
Estoques 1.000 Salários a Pagar 300
Impostos a Recolher 200
Ativo Realizável L.P 1.600 Passivo Exigível a L.P 3.500
Clientes L.P 1.600 Financiamentos 3.500
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2.6 Índices de estrutura patrimonial
Endividamento Geral EG
PC + PELP X 100
PL
Quando esse índice for igual a 100%, estará indicando que os capitais de terceiros
são iguais aos capitais próprios; se o resultado for maior que 100%, indicará a
predominância de capitais de terceiros e, quando o índice for menor que 100%,
mostrará que os capitais próprios superam as obrigações com terceiros.
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Assim, pode-se concluir que, quanto MENOR for a RFR, mais capitalizada e, con-
sequentemente, mais tranqüila é a situação da empresa.
PC+PELP X 100
ATIVO
EG = 100%: A empresa não tem PL. Todo o Ativo é financiado por recursos de
terceiros.
Quanto menor for o endividamento, menor o risco que a empresa estará oferecen-
do aos capitais de terceiros. Entretanto, deve-se considerar que determinadas
empresas convivem muito bem com endividamento relativamente elevado, princi-
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palmente quando o endividamento tiver um perfil de longo prazo, ou quando o
Passivo de Curto Prazo não for oneroso, mas fruto de uma adequada administra-
ção de prazos de fornecedores.
A análise da adequação deste índice para a empresa dependerá, entre outros as-
pectos, de comparações com os índices apresentados por outras empresas de
mesmo setor econômico, da tendência demonstrada na análise de diversos exer-
cícios, da composição do endividamento (curto ou longo prazo) e, ainda, do custo
financeiro dessas dívidas.
PC
X 100
PC+ PELP
Admite-se que, quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será
o risco oferecido pela empresa. De outra forma, empresas com endividamento
concentrado no longo prazo, principalmente decorrentes de investimentos efetua-
dos, oferecem uma situação mais tranqüila no curto prazo.
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2.6.4 Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)
ANC - RLP
X 100
PL
Exemplo S.A = 73,2%
O índice exprime o quanto do ativo fixo da empresa é financiado pelo seu Patri-
mônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de
aporte de recursos de terceiros para manutenção de seus negócios.
A Exemplo S.A. apresenta uma IPL de 73,2% [3.000/4.100 X100]. Isto indica que a
empresa está imobilizando 73,2% de seu Patrimônio Líquido. Sobram, portanto,
26,8% de recursos próprios para aplicação no Ativo Circulante/Longo Prazo da
empresa.
Admitindo-se que o índice de 73,2% seja elevado para esse tipo de empresa, de-
ve-se observar, então, se os financiamentos de longo prazo (3.500) estão financi-
ando o Permanente a um custo compatível com sua capacidade de gerar lucros.
PCF + PELP
AT
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Este índice mostra a participação das fontes onerosas de capital no financiamento
dos investimentos totais da empresa, revelando sua dependência a instituições
financeiras.
Deve-se observar que, quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas
financeiras incorridas, influenciando o resultado do exercício.
Devemos ter em mente, no entanto, que um alto índice de liquidez não repre-
senta boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas
depende de uma adequada administração dos prazos de recebimento e de paga-
mento.
Assim, uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas mantém mercado-
rias estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou
mantém duplicatas incobráveis na conta Clientes poderá ter “problemas de liqui-
dez’”, ou seja, poderá ter dificuldades para honrar seus compromissos em seus
vencimentos.
AC
PC
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A liquidez corrente é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de
balanços. Indica quanto a empresa PODERÁ dispor em recursos de curto prazo
(disponibilidades, clientes, estoques, etc.) para pagar suas dívidas circulantes
(fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar etc.).
AC – ESTOQUES
PC
Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, pode-se dizer que a empresa não de-
pende da venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo. Por
outro lado, quanto mais abaixo da unidade, maior será a dependência de vendas
para honrar suas dívidas.
Existem autores que propõem outras fórmulas para o cálculo da liquidez seca. Uns
recomendam comparar somente disponibilidades e clientes com as obrigações de
curto prazo. Outros usam excluir, além de estoques, todas as contas que não re-
presentam entrada efetiva de recursos na empresa (despesas antecipadas, impos-
tos a compensar, adiantamentos a funcionários, entre outros). Qualquer que seja a
fórmula utilizada, o importante é que o analista tenha consciência dos valores en-
volvidos e da relação expressa pelo índice
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2.7.3 Liquidez Geral
AC+ ARLP
PC + PELP
Rotação do Ativo RA
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2.8.1 Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Lucro Líquido
X 100
Patrimônio Líquido
A empresa Exemplo S.A. apresentou uma RPL de 30,7% [1.260/4.100 X 100]. Isto
significa que os sócios obtiveram uma remuneração de 30,7%, no período, sobre o
capital investido na empresa.
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A Exemplo S.A. apresenta uma MOL de 17,0% [ 2.230/13.100 X 100]. Ou seja, a
empresa obteve 17,0% de lucro operacional sobre seu faturamento.
Lucro Líquido
X 100
Receita Operacional Líquida
Exemplo S.A = 9,6%
A exemplo do índice anterior , margem líquida (ML) é uma medida da lucratividade
obtida pela empresa. Este índice reflete o ganho líquido da empresa em cada uni-
dade de venda.
Este índice indica quantas vezes girou, durante o período, o Ativo Total da empre-
sa. Em outras palavras, comparando o faturamento do período com o investimento
total, indica quantas vezes a empresa conseguiu “vender o seu Ativo”.
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2.8.5 RENTABILIDADE DOS INVESTIMENTOS (RI)
Esse índice reflete o quanto a empresa está obtendo de resultado em relação aos
seus investimentos totais.
MOL X RA = RI
40
2.8.6 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA
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2.9 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS
Ciclo Operacional CO
Ciclo Financeiro CF
Fornecedores
X 360
Montante de Compras
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Assim, podemos dizer que Prazo Médio de Compras é o número de dias que de-
corre, em média, entre a compra e o respectivo pagamento.
Quanto maior for o PMC melhor será a situação da empresa, pois estará financi-
ando o seu giro com recursos não onerosos.
Estoques
X 360
Custo dos Produtos Vendidos
Assim, Prazo Médio de Estoques é o número de dias que decorre, em média, en-
tre a compra e a venda ou, também, o número de dias, em que os estoques ficam
parados na empresa. Considera-se ideal que os estoques girem o mais rápido
possível.
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A Exemplo S.A. apresenta um PME de 63 dias [1.000/5.700 X 360 = 63,15]. Isto é,
a empresa, em média, mantém a mercadoria em estoque por 63 dias até a sua
venda.
Clientes
X 360
Receita Operacional Bruta
Deve-se ter em mente, também, que no valor de Clientes deverão conter os crédi-
tos de curto e longo prazo. No caso da Receita Operacional Bruta, deverão ser
descontados os valores referentes às Devoluções ocorridas no período.
PME + PMR
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COMPRA VENDE RECEBE
45
Pelo capital próprio;
Por recursos de terceiros, onerosos.
A Exemplo S.A. apresentou um CF de 108 dias [ PME (63) + PMR (113) – PMC
(68)]. Isto significa que a empresa paga seus fornecedores 68 dias após a compra
e somente 108 dias após esse pagamento receberá o valor da venda a seus clien-
tes. Para financiá-los por 108 dias a empresa poderá, então, utilizar-se de recur-
sos próprios ou recorrer a desconto de duplicatas ou outros empréstimos para ca-
pital de giro.
O capital de giro – ou capital em giro – de uma empresa corresponde aos valores aplica-
dos em seu Ativo Circulante.
Iremos utilizar a expressão CDG para definir o Capital de Giro Líquido. Isto é, o
Ativo Circulante (recursos aplicados no giro) deduzido do Passivo Circulante (fon-
tes de recursos para o giro).
OU AINDA:
O CDG da empresa Exemplo S.A., onde AC= 5.000, PC = 2.000, PL = 4.100, ELP
= 3.500, Investimentos (Inv) + Imobilizado (imob) + Intangível (int) = 3.000 e RLP =
1.600, pode ser definido por:
46
2.11 Necessidade de Capital Giro (NCG) ou Investimento Operacional em Gi-
ro (IOG) – Análise Dinâmica
As aplicações cíclicas são valores do Ativo financiados pela empresa até sua rea-
lização. As fontes cíclicas são valores exigíveis, financiados por terceiros ligados à
área operacional. O ideal seria que a empresa utilizasse os financiamentos de ter-
ceiros para cobrir suas aplicações. Quando isso não acontece, há necessidade de
se recorrer a fontes não diretamente ligadas a atividade.
47
• Salários a Pagar
• Comissões a Pagar
• Encargos Sociais a Recolher (INSS, FGTS)
• Contas a Pagar (referentes a despesas operacionais: água, energia
elétrica, aluguel, telefone, etc.)
• Adiantamento de Clientes
• Impostos a Pagar
Fontes
Aplicações POSITIVA
Cíclicas
Cíclicas
NCG
Aplicações
NEGATIVA
Cíclicas
Fontes
Cíclicas
NCG
48
NCG ou IOG Permanente – próprio de empresas cujo nível de atividade de produ-
ção e vendas é distribuído com certa homogeneidade ao longo do ano.
Vimos há pouco que a empresa com NCG negativo não necessita de financiamen-
to bancário (por exemplo). Ao contrário, é indicativo de sobra de recursos para
aplicar no mercado financeiro, caso não tenha optado por investimentos no Ativo
Permanente ou distribuição de lucros.
49
2.12.1 Saldo de Tesouraria (ST)
O ST é obtido pela diferença entre as contas de Ativo Circulante e de Passivo Cir-
culante que não guardam relação com a atividade operacional da empresa.
É revelado pelas equações:
ACF PCF
ST (-)
ACC
PCC
50
O índice (NCG/Vendas) X 360 dias – indica a NCG em dias de venda. Em ou-
tras palavras, indica quantos dias a empresa precisa vender (faturar) para
obter os recursos complementares necessários ao seu capital de giro (a
NCG).
Podem determinar o Efeito Tesoura:
Crescimento real das vendas a prazo a percentuais muito elevados;
Imobilizações com recursos onerosos de curto prazo;
Prejuízos;
Distribuição excessiva de lucros;
Dependência sistemática de empréstimos de curto prazo, com pagamento de
altas taxas de juros;
Ciclo financeiro crescente.
0
-500 19X0 19X1 19X2
-1000 ST
Período
CDG
0
-500 19X0 19X1 19X2
-1000 NCG
-1500
Período
O gráfico anteroir demonstra que não existe o Efeito Tesoura, pois o Saldo de Te-
souraria é positivo.
51
A NCG é um instrumento que nos permite visualizar, com bom grau de confiabili-
dade, a efetiva necessidade de capital de giro da empresa, mantido seu nível de
atividade. Todavia, tal como os demais sinalizadores econômico-financeiros, há
que se observar a performance de outros indicadores – inclusive NCG/Vendas -, e
estes com o setor, permitindo, assim, verificar o desempenho global da empresa.
A NCG positiva, se crescente, período após período, pode ser indicador de ano-
malia empresarial. O crescimento da NCG pode acontecer, também, por força de
expansão dos negócios da empresa. O que não pode (ou não deve) ocorrer é o
crescimento da NCG em proporção superior ao volume das vendas.
O quadro a seguir constitui instrumento verificador dessa anomalia.
(-) Adiantamento de
Novos concorrentes
Clientes
Voltando ao ponto de origem, mas agora caminhando para a direita vemos que a
evolução da NCG/VENDAS na forma comentada pode provocar variação na de-
pendência de financiamentos onerosos, ocasionando aumento nas despesas fi-
nanceiras e, por conseguinte, determinar diminuição no lucro da empresa.
52
A combinação crônica desses fatores tende a provocar desequilíbrio econômico-
financeiro (overtrade) na empresa, podendo levá-la à morte com repercussão ne-
gativa para a economia, com ênfase na subtração de emprego e renda.
Uma empresa é um sistema aberto e, como tal, está sujeita às forças que atuam
no cenário econômico, financeiro e social.
Pode-se dizer que, assim como as pessoas, as empresas também nascem e mor-
rem. A morte empresarial se dá pelo desequilíbrio econômico-financeiro. Esse de-
sequilíbrio ocorre quando o capital de giro da empresa se revela cronicamente
insuficiente para bancar seu nível de atividade.
Fatores internos:
• Sistemática queda nos índices de liquidez;
• Estado crônico de escassez de disponibilidades;
• Crescimento do NCG em níveis superiores ao do CDG (Efeito Tesoura);
• Excesso não justificado de Ativo Permanente, causando atrofiamento do
Ativo Circulante;
• Lucro líquido muito baixo em relação ao movimento dos negócios;
• Declínio acentuado nas vendas;
• Excesso de produção ou de estocagem não absorvidos pelo mercado (ou
invendável);
• Obsoletismo do produto;
• Ciclo financeiro crescente;
• Elevado nível de participação das despesas financeiras em relação às
vendas;
• Distribuição excessiva de lucros;
• Alto grau de centralização decisória combinado com o espírito de ambição
do dirigente, que resulte em crescimento desordenado e não planejado da
empresa;
• Dificuldades em pagar os débitos de funcionamento;
• Máquinas e equipamentos obsoletos, com reflexo negativo na competição
junto ao mercado;
53
• Greve de funcionários e/ou outros problemas na força de trabalho;
• Despreparo para atingir o estágio seguinte (de pequeno para médio e de
médio para grande porte);
• Localização inadequada, por decisão empresarial;
• Devolução de vendas.
Fatores externos:
• Empresa operando sob “Efeito Sanduíche” (ES): adquire insumos/produtos
de fornecedores (F) oligopolizados que ditam os preços e, na outra ponta,
vende para um ou poucos clientes (C) de alto poder de barganha (ES = F >
E<C). A empresa poderá, também, adquirir insumos/produtos em quantida-
des superiores à necessidade, por imposição desses fornecedores; de ou-
tro lado, repentinamente o comprador poderá deixar de comprar.
• Dificuldades na contratação de mão-de-obra;
• Greve de funcionários – de fornecedores ou de clientes – de modo a inter-
romper a fluidez dos negócios;
• Recessão/inflação;
• Moda;
• Localização inadequada da empresa, por disposição legal;
• Intervenção governamental, via política econômica;
• Gastos forçados de adaptação para atender as exigências de entidades de
controle do meio ambiente.
54
ANÁLISE HORIZONTAL SOBRE AS CONTAS DA DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS:
55
Exemplo X1 X2
Duplicatas a Receber 10% 9,23%
Bancos 6% 3,85%
Ativo Total 100% 100%
Exemplo X1 X2
Lucro Operacional 7,50% 12%
Receita Líquida de Vendas 100% 100%
56
3. OUTRAS INFORMAÇÕES UTILIZADAS NA ANÁLISE ECONÔMICO-
FINANCEIRA
3.1 Outros índices utilizados
3.1.1 STSV - Saldo de Tesouraria Sobre Vendas: É um indicador da relação en-
tre a posição financeira da empresa em um determinado momento e o montante
de vendas num período. O resultado apurado é um percentual, que, se aplicado a
360 (quantidade de dias no ano) indicará o número de dias de vendas necessárias
para cobertura do saldo de tesouraria (se negativo) ou a quantidade de dias de
vendas que representa a folga financeira do saldo de tesouraria (se positivo).
STSV = ST . x 100
VL + IMP
Onde:
ST = Saldo de Tesouraria (ACF - PCF)
VL = Vendas Líquidas (ROL)
IMP = Impostos incidentes sobre as Vendas
Dados X1 X2
ACF - Ativo Circulante Financeiro 178.917 53.705
PCF - Passivo Circulante Fianceiro 147.216 104.793
ST - Saldo de Tesouraria (ACF - PCF) 31.701 (51.088)
Vendas Líquidas 661.515 735.464
Impostos 208.899 232.252
57
3.1.2 NOPAT - Net Operating Profit after Taxes (Lucro Operacional após o
Imposto de Renda): é o lucro operacional líquido depois do imposto, em que as
despesas financeiras não estão incluídas.
NOPAT = EBIT - IR
Onde:
EBIT (LAJIR) = Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda, ou Lucro Operacio-
nal 1
IR = Imposto de Renda
DRE R$ mil
Receita Operacional Bruta 974.655
( -) Impostos sobre vendas (230.567)
(=) Receita Operacional Líquida 744.088
( -) Custo das Mercadorias Vendidas (Serviços Prestados) (520.360)
(=) Lucro Bruto 223.728
( -) Despesas Operacionais (Comerc., Administrativas) (127.554)
( -) Provisões (1.440)
(=) Lucro Operacional I 94.734
( -) Despesas Financeiras (3.557)
(=) Lucro Operacional I I 91.177
(+/-) Receitas / Despesas Não Operacionais 27.099
(=) Lucro / Prejuízo Antes do IR/CS 118.276
( -) Provisão para Imposto de Renda /Contribuição Social (16.127)
(=) Lucro / Prejuízo Líquido do Exercício 102.149
3.1.3 EBITDA
58
EBITDA é a sigla inglesa para earnings before interest, taxes, depreciation and
amortization que, traduzido literalmente para o português, significa lucros antes de
juros, impostos, depreciação e amortização – LAJIDA, termo muito utilizado por
analistas financeiros na análise de balanços.
O valor apurado para o EBITDA, apesar de ser confundido por alguns como gera-
ção de caixa, considera o regime de competência, não levando em conta os pa-
gamentos e recebimentos operacionais futuros.
Muito utilizado nas décadas de 80 e 90, atualmente sabe-se que existem alguns
inconvenientes na interpretação do EBITDA, com destaque para os fatos a seguir
descritos.
Vantagens:
59
• Avalia a capacidade de gerar resultados a partir do próprio negócio, independen-
temente de outras fontes de renda e decisões de investimento, financiamento, dis-
tribuição de dividendos, impostos, ou seja, importam só as receitas, os custos e as
despesas normais da atividade.
• Não é afetado por variáveis específicas de cada país, como taxas de juros, re-
gras de depreciação e, principalmente, as complexas diferenças entre as leis tribu-
tárias.
Desvantagens
• Não pondera volumes de caixa para outras finalidades, como aumento da NCG,
investimentos (às vezes, inadiáveis), serviço da dívida, IR e CS, dividendos, etc.
• Não serve para medir a geração de caixa operacional para as empresas caracte-
rizadas por imobilizados de vida útil curta ou empresas que necessitem de gran-
des investimentos em atualização tecnológica, pois os investimentos são frequen-
tes e regulares e, se não realizados, poderão interferir diretamente nas receitas
futuras.
• Mesmo que de valor elevado, o montante pode não ser suficiente para honrar os
desembolsos de caixa para o pagamento de capital e juros dos financiamentos
existentes e outras despesas específicas que, se responsáveis por grande parcela
da saída de caixa de uma empresa, podem colocá-la numa situação de insolvên-
cia.
60
dispêndios), uma empresa poderia atingir um EBITDA excepcional, mas não dis-
por de capital suficiente em mãos para bancar seus juros e outros pagamentos.
Por fim, cabe salientar que a apuração do EBITDA, apesar de ser um importante
indicativo de avaliação de empresas, nunca será um indicador a ser observado
isoladamente, pois, mesmo que se apresente com resultado favorável, não signifi-
ca necessariamente que a empresa estará em boa situação econômico-financeira.
A cada dia o EBITDA está perdendo terreno para a análise de fluxo de caixa, que
abrange o real desembolso efetuado, refletindo uma situação mais precisa da em-
presa sob análise.
As três maiores empresas de rating são a Moody’s, a Standard & Poors e a Fitch
IBCA. As duas primeiras são norte-americanas enquanto que a Fitch IBCA resul-
tou da fusão da IBCA do Reino Unido com a Fitch Investors Service of New York.
61
Boa segurança financeira para operações de LP, contudo elementos sugerem
uma suscetível tendência para prejuízos no futuro.
Segurança financeira adequada, contudo, certos elementos de garantia podem
estar faltando ou não são confiáveis para operações de prazos muito longos.
Segurança financeira questionável, geralmente, as companhias que apresen-
tam esta classificação não possuem capacidade de pagamento certa, não assegu-
rando o pagamento no futuro.
Segurança financeira pobre, a garantia de pagamento das obrigações a longo
prazo é pequena.
Segurança financeira extremamente pobre, tais companhias podem estar com
problemas de caixa ou apresentar elementos de perigo em relação à sua capaci-
dade financeira.
Sem segurança financeira, companhias assim classificadas estão geralmente
em atraso com suas obrigações.
Inadimplentes, geralmente em atraso com suas obrigações e o seu potencial de
recuperação é baixo.
3.1 Caráter
62
Em análise de risco de crédito, caráter refere-se à disposição do cliente em honrar
compromissos assumidos. Por isto, é elemento básico e essencial para decisão
em crédito, uma vez que se destina a avaliar a índole, a idoneidade, a reputação
do cliente. Um devedor pode chegar ao ponto de desfazer-se de bens pessoais e
essenciais para solver seus compromissos. Outro não se dispõe a fazer o mesmo.
Obviamente, os dois não possuem o mesmo caráter.
Mas o caráter não se restringe apenas aos indivíduos, mas se estende às organi-
zações. Em empresas de médio e pequeno porte, normalmente, o caráter do em-
presário confunde-se com o da empresa, pois existe completa simbiose na condu-
ção dos respectivos negócios.
Ressalte-se que não há taxa de juros ou garantias, mesmo reais, que compensem
o risco de se conceder crédito a alguém comprovadamente desonesto. Caráter é,
portanto, fator eliminatório, insubstituível no processo de análise de crédito.
3.2 Capacidade
63
No processo de crédito, a capacidade ganha papel de destaque, pois o cenário
tem-se revelado extremamente complexo. A turbulência econômica varreu mundo
de ponta a ponta. As mudanças ocorrem em velocidade tal que assustam o obser-
vador mais atento.
Tudo isso sugere competência por parte dos governos, empresas. Empresários e
demais membros da sociedade. A habilidade de manter-se em equilíbrio e seguir
em frente com sucesso, é o que revela a capacidade no âmbito dos Cs do crédito.
Capacidade, nessa forma admitida, assume característica multiplicadora. Em fun-
ção do tipo de cliente que esteja sendo analisado, devem ser observados, entre
outros, os seguintes aspectos.
Produtor rural:
• experiência e progresso na atividade;
• produtividade;
• capacidade técnico-administrativa;
• assistência técnica;
• assimilação de novas técnicas;
• evolução e comprometimento do patrimônio;
• diversificação culturas;
• visão de mercado;
• eficiência na distribuição de seus produtos.
Pessoa física:
• experiência e progresso na atividade;
• histórico profissional;
• formação;
• capacidade legal;
• capacidade técnico-administrativa;
• sucesso em outras atividades.
64
de buscar dados sistematizados para subsidiar o exame da proposta formulada
pela empresa.
Os itens a seguir contemplam alguns fatores relevantes que podem ser conside-
rados na análise das empresas. Evidentemente, o roteiro não esgota todos os as-
pectos passíveis de abordagem pelo analista, e podem ser complementados por
outros itens, quando julgado conveniente pelas pessoas envolvidas no processo.
Área diretivo-gerancial
ACIONISTAS
É fundamental conhecer quem são os sócios ou acionistas controladores, pois seu conceito, sua
experiência no ramo e seu patrimônio pessoal refletem na imagem da empresa. Em empresas de
pequeno e médio portes, normalmente dirigidas pessoalmente pelos seus controladores, esse
reflexo reveste-se da maior importância, pois, na prática, tais empresas são a extensão das ativi-
dades pessoais de seus proprietários.
ADMINISTRADORES
Avaliar a experiência dos dirigentes na atividade explorada, sua competência profissional e geren-
cial. Avaliar a capacidade de recrutar e orquestrar talentos.
TIPO DE ADMINISTRAÇÃO
GRUPO EMPRESARIAL
LOCALIZAÇAO
Considerar os aspectos estratégicos e vias de acesso, bem como proximidade dos fornecedo-
res/clientes compradores.
TRADIÇÃO NO RAMO
Considerar a tradição da empresa no ramo em que atua. Estudos apontam alta concentração de
insolvências nos primeiros anos de vida das empresas nacionais e estrangeiras. Recomenda-se
atenção redobrada em empresas tradicionais na troca de geração no comando dos negócios ou
sua aquisição por pessoas ou empresas não tradicionais.
PLANEJAMENTO GLOBAL
65
Conhecer o planejamento estratégico que a empresa vem adotando atualmente e sua visão de
futuro.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Verificar se a estrutura está adequada ao porte e necessidade da empresa.
INCORPORAÇÃO DE RECEITAS
Conhecer a política de retiradas pelos sócios “versus” política de capitalização da empresa. Políti-
ca de altas retiradas por parte dos sócios pode conduzir a empresa a sérias dificuldades financei-
ras e ao sucateamento de seu parque industrial.
Atitudes de constantes descapitalizações podem sugerir certa descrença dos sócios em relação
aos negócios da empresa.
Área de Produção
ESTRUTURA FÍSICA ATUAL E PLANO DE EXPANSÃO
Verificar se o espaço físico disponível atende em qualidade e quantidade às necessidades da em-
presa, bem como a existência de planos de expansão.
LEIAUTE
Verificar a adequação do leiaute. Caso inadequado pode comprometer o processo produtivo, com
reflexo na rentabilidade.
NÍVEL TECNOLÓGICO
Conhecer o estágio tecnológico em que a empresa se encontra em relação a seus concorrentes.
DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS
Avaliar o grau de diversificação da linha de produtos da empresa e a representatividade de cada
produto em relação ao faturamento da empresa.
Área de Mercado
DIVERSIFICAÇÃO DE FORNECEDORES
Aquilatar o grau de dependência da empresa junto a seus fornecedores. A concentração em pou-
cos fornecedores pode obrigar a empresa a aplicar seu capital de giro ou de terceiros em estoques
estratégicos.
CRÉDITO DE FORNECEDORES
Conhecer qual o perfil das compras da empresa, quais as condições de compra obtidas em termos
de prazos, preços e descontos. O exame das políticas de compra e venda adotadas permite avali-
ar se estão equilibradas. Prazos de financiamento de compra incompatíveis com os de venda po-
dem evidenciar problemas de liquidez (prováveis dificuldades de caixa).
PROGRAMA DE QUALIDADE
66
Saber se a empresa efetua controle de qualidade dos materiais comprados e dos produtos fabrica-
dos. Programas voltados para certificação ISO demonstram visão de futuro e preocupação em
manter-se no mercado.
POLÍTICA DE PREÇOS
Verificar se a estrutura de preços da empresa é flexível e adequada para que não se percam opor-
tunidades de venda. Conhecer quais fatores são levados em consideração: lucro bruto do produto,
necessidade de caixa, facilidade de reposição e condições de pagamento aos fornecedores.
PRAZOS
Verificar efetivo controle nos recebimentos, atentando para possíveis vazamentos que possam
comprometer a margem de lucro.
DIVERSIFICAÇÃO DE CLIENTES
Identificar o grau de pulverização das vendas: se a empresa trabalha com número grande ou pe-
queno de clientes, correlacionando-os com a variável risco.
SAZONALIDADE:
Identificar sazonalidades das vendas em função de fatores como épocas específicas de consumo,
períodos de safra, etc.
NÚMERO DE EMPREGADOS
Verificar a contribuição que a empresa proporciona à comunidade (empregos gerados). Checar
esse número com as guias de recolhimento cãs contribuições previdenciárias, pois a existência de
empregados sem o competente registro (passivo trabalhista) poderá comprometer a saúde eco-
nômica e financeira da empresa.
POLÍTICA SALARIAL
Conhecer a política de remuneração da força de trabalho da empresa em relação ao mercado.
TREINAMENTO
Detectar o grau de qualificação da mão-de-obra utilizada e verificar a existência de planos de trei-
namento, inclusive com utilização de entidades governamentais e de classe ligadas à área (Se-
brae, Senac, CDL, Sesi, Senai, etc.)
EMPRESABILIDADE
Verificar a política de sustentação do ativo intelectual da empresa.
ROTAÇÃO DE PESSOAL
67
Informar-se sobre as modificações do quadro de pessoal, atentando sempre para o aspecto de
sazonalidade (características da atividade). Um alto turnover implica considerável ônus à empresa.
3.3 Condições
Para avaliação do fator condições, o analista deve olhar a empresa com visão sis-
têmica. A empresa deve ser percebida como um sistema aberto, integrante de um
sistema maior que, também, contém subsistemas. Nesse contexto, ela torna-se
agente que influencia e, também, recebe influência do ambiente externo onde está
inserida.
Deve-se estar atento, pois existem empresas boas em setores ruins, assim como
empresas ruins em setores bons. Este fato justifica a afirmação de que jamais se
pode deixar de analisar particularizadamente cada um dos clientes. A classificação
dos setores de atividade é apenas indicativo de probabilidade de se realizarem
bons ou maus negócios, assunto este abordado com profundidade no “C” capital.
68
2. ambiente operacional, composto pelo público e pelas relações diretamente
ligadas à atividade da empresa, ou seja, mercado consumidor, fornecedores,
concorrência, empregados, etc.
Macroambiente
VARIÁVEIS ECONÔMICAS
Crescimento do PIB.
Evolução da participação dos setores no PIB.
Alteração das taxas cambiais.
Inflação.
Taxa de juros.
Evolução dos índices de bolsas de valores.
Distribuição de renda.
Políticas monetária e cambial.
Movimento de importação e exportação.
Carga tributária.
Desenvolvimento tecnológico.
Pressão de movimentos sindicais.
Políticas governamentais.
Globalização.
Barreiras alfandegárias.
Legislação (geral e específica).
Desemprego.
Mercado.
Concorrência (produtos similares e substitutos.)
Clima (seca,chuva, geada,etc.).
Ecologia.
VARIÁVEIS PSICOSSOCIAIS
Estrutura de consumo.
Moda.
Conscientização e participação sindical.
69
Distribuição e hábitos das classes econômicas.
Características ideológicas.
Mobilidade da população.
Nível de alfabetização e escolaridade.
Hábitos culturais e religiosos.
VARIÁVEIS POLÍTICAS
Estrutura político-partidária.
Forças armadas.
Segurança pública.
Empresas multinacionais.
Empresas estatais.
Nível de regulamentação econômica.
Política de privatização e estatização.
Política de relações externas.
AMBIENTE OPERACIONAL
Concentração de fornecedores.
Concentração de clientes.
Dependência do setor público.
Essencialidade do produto.
Imagem e aceitação dos produtos junto aos consumidores.
Sazonalidade.
Propaganda e marketing.
Distância do mercado consumidor.
Obstáculos na obtenção de insumos.
70
3.4 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA NA PRÁTICA
71
Demonstração do Resultado do Exercício encerrado em 31.12.2012:
Reestruturação
72
BALANÇO TRADICIONAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Ativo Não Circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO
BALANÇO REESTRUTURADO
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Financeiro Passivo Circulante Financeiro
Ativo Circulante Cíclico Passivo Circulante Cíclico
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
No Ativo:
No Passivo:
73
• reclassificar para o Circulante Cíclico as contas que identifiquem os fi-
nanciadores normais das atividades da empresa e que constituam fon-
tes espontâneas de recursos, normalmente não sujeitas a juros. No ca-
so: Fornecedores R$ 846.900; Salários R$ 45.600; INSS R$ 215.090;
FGTS R$ 7.620; Contribuição Sindical R$ 690; ICMS R$ 1.092,900; PIS
R$ 67.000; COFINS R$ 353.175 e Contas a Pagar R$ 16.000.
74
Para fins didáticos, vamos considerar que as informações adicionais recebidas já
foram criticadas e acrescidas das informações colhidas nos sistemas internos do
Banco e, também, em consultas diretas ao contador e aos empresários.
quanto às obrigações tributárias: das dívidas com o ICMS (R$ 1.092.900) e à CO-
FINS (R$ 353.175), a importância de R$ 1.305.875 referiam-se a impostos em
atraso, parcelados em 60 meses. Os restantes R$ 140.200 representam dívidas
normais para com aqueles tributos, vencíveis no ano. Do total dos impostos rene-
gociados, R$ 292.375 representam parcelas vencíveis no corrente ano; o restante
vencerá apenas em exercícios futuros.
A consulta ao SCR apontou a existência das seguintes dívidas com o Sistema Fi-
nanceiro Nacional:
75
A partir das informações obtidas, vamos ajustar os números. Usando como refe-
rência o balanço reestruturado, transcreva as alterações em uma folha de papel
ou planilha e confira a exatidão de seus apontamentos.
Ajustes:
Como esse procedimento afeta o lucro líquido, reduzir igual valor da conta Lucros
Acumulados, equilibrando Ativo e Passivo.
76
• R$ 1.100.400: lançar no Passivo Circulante Financeiro, na conta Duplicatas
Descontadas em contrapartida com a conta Clientes (somar o valor na con-
ta Cliente existente no Ativo Circulante Cíclico), não sem antes verificar se
tal valor já não estava incluído no montante de clientes;
Pronto! Ajustado o balanço, vamos conferir suas anotações com o resultado abai-
xo, que é como ficou o balanço (posição 31.12.2012) após a efetivação dos ajus-
tes necessários. Se você identificar alguma diferença, refaça os passos acima.
77
2010 2011 2012
$ mil % $ mil % $ mil %
ATIVO 2.986.869 100,00 5.823.504 100,00 6.831.588 100,00
Circulante 737.016 24,68 1.726.894 29,65 2.578.058 37,74
Circulante Financeiro 45.633 1,53 223.094 3,83 11.700 0,17
Disponibilidades 45.633 1,53 223.094 3,83 11.700 0,17
Circulante Cíclico 691.383 23,15 1.503.800 25,82 2.566.358 37,57
Clientes 644.381 21,57 1.119.980 19,23 1.737.658 25,44
Estoques 24.913 0,83 350.826 6,02 745.700 10,92
Valores Diversos 22.089 0,74 32.994 0,57 83.000 1,21
Não Circulante 2.249.853 75,32 4.096.610 70,35 4.253.430 62,26
Investimentos 235.200 7,87 235.200 4,04 235.200 3,44
Imobilizado 2.014.653 67,45 3.861.410 66,31 4.018.230 58,82
78
Observe que, ao lado do valor relativo a cada conta ou grupamento, temos a parti-
cipação percentual em relação aos totais – do Ativo, do Passivo ou da receita,
conforme o caso. Podemos então iniciar a análise pela análise vertical dos relató-
rios ajustados.
Nas contas do Ativo, vemos que as contas do Não Circulante representam 62,26%
do total. Tal dado nos informa que uma parcela relevante de seus capitais está
investida no imobilizado. Vemos, também, que a conta Clientes participa com
25,44% do total do Ativo. É, de longe, a conta mais significativa do grupo circulan-
te, indicando que a empresa efetua suas vendas a prazo, predominantemente.
Esse é um dado que já nos alerta sobre a necessidade de analisar seu ciclo finan-
ceiro, o que faremos depois.
Podemos perceber que o quadro já não parece favorável, com base só na análise
vertical do balanço. Vamos agora a DRE, pois é possível que a operação da em-
presa seja ainda mais lucrativa que o custo de todo esse passivo oneroso, de for-
ma que esse grau de endividamento esteja justificado. Será?
Na DRE podemos perceber que esse não parece ser o caso, embora a situação
ainda não pareça tão grave. As despesas financeiras consomem 5,04% do mon-
tante das vendas e, fazendo o cálculo, quase 60% do lucro operacional.
79
Isso quer dizer, como ponto positivo, que a operação da empresa suportaria esse
nível de dívida, já que gera resultado operacional superior a esse custo e os resul-
tados são positivos mesmo depois da situação econômico-financeira. Se calcular-
mos o indicador de rentabilidade sobre o PL com base só em 2012, teremos 17%,
número que parece bastante razoável.
Chegou então a hora da análise horizontal. Vamos ver para onde a empresa está
se encaminhando. Já vimos que, apesar da estrutura alavancada, a situação não
seria desesperadora, desde que soubéssemos que existe uma tendência de me-
lhora ou, no mínimo, de estabilidade do quadro atual para os próximos exercícios.
Vamos ver então se é isso que está acontecendo.
Observe que o Patrimônio Líquido vem perdendo espaço como fonte de financia-
mento. De 64,11% no primeiro ano, passou para 29,69% no segundo, para repre-
sentar apenas 12,68% do Ativo no último ano analisado. Isso importa dizer que há
uma tendência de crescimento na participação de capitais de terceiros, e de capi-
tais onerosos também. Isso, novamente, também pode sinalizar um desequilíbrio
em seu giro. Vamos seguir em frente com a análise dos índices a seguir, lembran-
do que os índices-padrão são fornecidos pelo Banco para empresas do ramo e
porte da analisada, na mesma região geográfica.
80
Os índices confirmam o que já observamos na análise horizontal das contas do
passivo, evidenciando a tendência forte de piora na situação econômica, não só
na evolução dos indicadores, como na comparação com os indicadores padrão.
Repare também que o grau de alavancagem (GAF) aponta que os custos pagos
pelos capitais investidos não proporcionaram ganho em 2012 (não obstante estar
próximo de 1). Ao contrário, indicam que houve perda no montante dos capitais
investidos na empresa em função das despesas financeiras incorridas. Em 2011,
81
como já sabemos, o indicador está enganosamente elevado, em virtude do resul-
tado não operacional.
Podemos ainda complementar a análise com o estudo do EBITDA. Por não termos
dados sobre o valor da depreciação (o que na prática é bastante comum), será
possível apenas calcular o EBIT, que é o lucro operacional antes das despesas
financeiras.
Falta, agora, a análise financeira. Como você irá perceber, ela está diretamente
82
Obs.: valor do ST de 2011 = - 1.094.580
Os indicadores de giro revelam com clareza qual o problema. A ROL, como já ob-
servamos, é crescente e, para bancar o incremento das vendas, e o prazo conce-
dido para o pagamento das mesmas, cresceram as necessidades operacionais de
giro (NCG), em conseqüência do aumento do montante das contas Clientes e Es-
toques.
Como não possui disponibilidade de capital de giro (CDG), dado o elevado mon-
tante investido em ativos fixos, a empresa se utiliza de recursos de terceiros para
suportar as aplicações operacionais em giro. Podemos observar que a empresa
não vem conseguindo suprir o aumento da NCG com fontes cíclicas, como, por
exemplo, com a conta fornecedores (o que significaria maiores prazos de paga-
mento para as compras). Assim, tem recorrido sistematicamente a fontes onero-
sas, no último exercício também em operações de desconto de duplicatas.
83
te. Note que para aumentar as vendas é necessário manter um estoque maior e
atrair clientes oferecendo algum diferencial, normalmente preço ou prazo.
Nesse caso, a empresa não sacrificou suas margens de lucro operacional para
crescer, mas o fez por meio da concessão de prazos. Como está claro, a empresa
buscou e conseguiu o crescimento, mas negligenciou a análise e o planejamento
das fontes de recurso que permitiriam que o fizesse com segurança.
Isso mostra que, de certa forma ao contrário do que prega o senso comum, o in-
cremento das vendas, por si só, não é fator suficiente para melhorar a performan-
ce de uma empresa em dificuldade. Pelo contrário, se mal administrado e efetuado
de maneira descontrolada, pode levar uma empresa sólida à insolvência.
Além disso, a análise dos indicadores de liquidez (LC – LS – LG) já mostra tam-
bém que, sob o aspecto de solvência, a empresa já não possui capacidade para
saldar todos os seus compromissos, em caso de necessidade, e já apresentaria
problemas caso houvesse uma retração do crédito bancário e dificuldades de refi-
nanciamento da dívida de curto prazo.
Conclusão:
Com base nas análises efetuadas, podemos concluir com segurança que a situa-
ção econômico-financeira da empresa analisada é ruim, e com indícios de que
caminha para a insolvência.
Veja que, com as peças contábeis ajustadas, seguindo os passos descritos e utili-
zando os referenciais de análise estudados, não foi difícil emitir um parecer fun-
damentado sobre a situação econômico-financeira da empresa do exemplo.
Para finalizar nosso diagnóstico, seria ainda necessário estabelecer a relação dos
números analisados com as informações mercadológicas e empresariais já obti-
das, bem como entender como a própria empresa enxerga sua situação e quais
seus planos futuros. Muitas dicas já foram dadas pelas próprias informações ana-
lisadas, e é hora de confirmá-las ou complementá-las.
84
Por exemplo, caso descobríssemos que a Laticínios Boa Fé planeja manter o nível
de crescimento e expandir os segmentos de atuação, como descrito no enunciado,
a situação torna-se ainda mais grave, uma vez que apuramos que um dos princi-
pais problemas para a piora na situação econômico-financeira apurada era, justa-
mente, o crescimento descontrolado.
Tais dados confirmariam, portanto, que para esse caso a estratégia indicada seria
de negar a proposta (ou reduzir a exposição, se já formos financiadores).
Nesse caso, a decisão seria tão simples? Obviamente que não. Apesar da ten-
dência ruim, vimos que a empresa gerava resultados operacionais e com margens
crescentes. Seu problema era, principalmente, a dependência crescente de recur-
sos onerosos de alto custo e curto prazo, em função de um crescimento descon-
trolado, que fazia a empresa caminhar para a insolvência. Caso esse ciclo fosse
interrompido, talvez a empresa pudesse voltar a ser viável.
85
4. PROJETOS DE INVESTIMENTOS
4.1 Introdução
86
4.2 A decisão financeira e a empresa
A função financeira numa empresa pode ser entendida como um conjunto de es-
forços relacionados com a gestão otimizada dos recursos movimentados por todas
as áreas da empresa e que visa contribuir para o sucesso do empreendimento.
Esta difícil tarefa será capitaneada pelo administrador financeiro.
Esta importante questão pode ser conduzida em duas etapas. A primeira delas se
refere à avaliação da situação de liquidez da empresa com base nas informações
extraídas das suas demonstrações financeiras, enquanto a segunda etapa se volta
para o estudo do fluxo de caixa e das variáveis mais significativas que o com-
87
põem, com o objetivo de enriquecer a análise com um conjunto novo de informa-
ções referentes às operações, aos investimentos realizados e às formas de finan-
ciamento adotadas.
88
souraria e, portanto, na posição de liquidez da empresa.
89
Dentro de uma visão esquemática, na dinâmica do processo de investimento e
financiamento, as fontes de longo e de curto prazo de que a empresa dispõe são
direcionadas para o caixa da empresa e, de lá, para o financiamento das aplica-
ções no ativo econômico, realizadas no ativo ativo não circulante - investimen-
to/imobilizado/intangível - e na NCG. Do processo, resultarão as modificações não
só no valor das aplicações, como também nos valores do CDG e de T.
Isto significa que o fluxo de caixa afeta a liquidez da empresa induzindo modifica-
ções que podem ser identificadas na posição levantada em determina do instante
( n = 1) quando comparada com a posição no instante anterior ( n = 0 ). Por-
tanto, podemos estudar a formação do fluxo de caixa da empresa com base nos
fatores que produziram variações no CDG, na NCG e, por consequência, em T
(Tesouraria). A Figura a seguir procura evidenciar este ponto. Através dela, pode-
se verificar que o fluxo de caixa será afetado pelas operações (vendas, ciclo finan-
ceiro, resultado operacional), por fatores estratégicos (aportes de capital, emprés-
timos de longo prazo, novos investimentos, dividendos) e táticos (em préstimos de
curto prazo).
90
Obs.: variação Permanente = variação nos ativos investimentos/imobilizados/intangíveis
A primeira variável a ser estudada, quando o foco de atenção se volta para o fluxo
de caixa, é o Lucro bruto operacional. É formado a partir da Receita operacional
bruta, da qual são deduzidos o custo dos produtos, mercadorias e serviços vendi-
dos e as despesas operacionais, produzindo o Lucro operacional.
91
Em seguida, são adicionados o valor das depreciações, amortizações e exaustão
e das despesas financeiras.
Lucro Operacional
Depreciação
Desp. Financeiras
Lucro Bruto Operacional - LBO
92
Esta nova medida é interessante porque permite incorporar na avaliação o volume
de recursos utilizados para suportar o crescimento do volume de negócios. Desta
forma, um resultado elevado obtido através do aumento das vendas alavancado
por uma política de crédito que produza um aumento relevante no contas a rece-
ber de clientes poderá se revelar não tão interessante, quando todas as suas con-
sequências são consideradas.
É interessante observar que o FCO é uma medida muito conveniente para o ana-
lista, porque contempla as mudanças que as alterações na política de vendas ou
no gerenciamento do ciclo financeiro provocarão na posição de caixa da empresa.
Lucro Operacional
Desp. Financeiras
Lucro Operacional antes das Desp. Financeiras
Desp. Financeiras
IR + CSSL
Lucro Líquido
.
4.2.5.4 Geração de caixa
O EBITDA (LBO) é uma medida do fluxo de caixa gerado pelas operações. De
forma semelhante ao lucro operacional, este resultado é distribuído entre os ban-
93
cos, o governo e os acionistas. A Geração de Caixa representa uma avaliação da
parcela que coube aos proprietários, e é obtida diminuindo-se do EBITDA o valor
das despesas financeiras e dos impostos.
Lucro Líquido
Depreciação
Geração de Caixa
4.2.5.5 Autofinanciamento
94
Geração de Caixa
Dividendos
Autofinanciamento
Dessa forma, a Geração de Caixa pode ser entendida como a capacidade de ge-
rar recursos para o reinvestimento, o que, em última análise, irá depender também
da política de dividendos praticada pela empresa. Uma forma alternativa de cálcu-
lo é através da soma das depreciações ao lucro líquido e diminuição dos dividen-
dos distribuídos.
Lucro Líquido
Dividendos
Lucro Retido
Depreciação
Autofinanciamento
A totalidade da Geração de Caixa poderá não estar disponível, por que parte dela
já se encontra comprometida com o financiamento das atividades através do cres-
cimento da NCG. Uma avaliação do fluxo de caixa livre para o acionista poderá
ser obtida deduzindo-se da Geração de Caixa o valor da variação da NCG no pe-
ríodo.
95
Geração de Caixa
∆ NCG
FCA
A parcela da Geração de Caixa que não foi utilizada para financiar o crescimento
da NCG nem distribuída aos acionistas na forma de dividendos forma o Fluxo de
caixa líquido. Representa uma avaliação do fluxo de caixa disponível para investi-
mentos no ativo permanente (já que a variação da NCG já foi diminuída) ou para
aumento de Tesouraria, melhorando a liquidez da empresa.
Geração de Caixa
∆ NCG
FCA
Dividendos
FCL
Autofinanciamento
∆ NCG
FCL
96
A figura que foi utilizada para representar a natureza das decisões tomadas pela
empresa pode ser reformulada para incorporar as variáveis-chaves com um enfo-
que voltado para o fluxo de caixa. Pode-se identificar como as decisões tomadas
afetam o fluxo de caixa da corporação e a maneira pela qual os recursos são ge-
rados e fluem, provocando modificações no valor do ativo econômico, na NCG, no
CDG e em Tesouraria (T). Enfim, também na liquidez da empresa.
97
Quando o analista está interessado em aprofundar suas análises, procurando al-
cançar maior nível de detalhe em seus comentários e conclusões, ou elaborar pro-
jeções mais sofisticadas, será necessário utilizar dados obtidos em outros de-
monstrativos. Nestas situações, o Fluxo de caixa publicado pelas empresas é uma
fonte de consulta relevante.
98
4.3.2 O que são investimentos?
99
tornar o processo de produção mais moderno e com menores custos ope-
racionais;
100
Como o dinheiro tem valor no tempo, alguns métodos de análise de investimento
de projetos requerem a necessidade de uma taxa de juros para seu equaciona-
mento. Essa taxa recebe o nome de Taxa Mínima de Atratividade (TMA) e deve
ser a taxa mínima a ser alcançada pelo investimento para que ele seja viável eco-
nomicamente, isto é, a taxa mínima de retorno de capital aceitável para que um
projeto econômico seja implementado. A Taxa Mínima de Atratividade é o parâme-
tro de comparação para os métodos de análises de investimentos (TIR e VPL).
Como o próprio nome já revela, o Valor Presente Líquido (VPL), resulta da adição
de todos os fluxos de caixa na data zero.
K = custo capital;
j = período analisado;
n = número de períodos analisados;
VRn = valor residual do projeto no ano n;
Investimento inicial = investimento na data zero.
101
Critério de decisão:
a) se VPL ≥ 0, deve-se aceitar o projeto;
b) se VPL < 0, deve-se rejeitá-lo.
102
• a TIR mede a rentabilidade do projeto de investimento sobre a parte não
amortizada do investimento, rentabilidade dos fundos que permanecem,
ainda, internamente investidos no projeto;
• A TIR apresenta dificuldades no cálculo – fluxos de caixa com mais de uma
inversão de sinal podem ter mais de uma Taxa Interna de Retorno;
• se TIR ≥ custo do capital (ou Taxa Mínima de Atratividade - TMA), deve-se
aceitar o projeto;
• se TIR < custo do capital (ou TMA), deve-se rejeitá-lo.
103
• Principais Desvantagens: (i) não especifica o período apropriado pois não
utiliza fluxos de caixa descontados; (ii) não considera integralmente o fator
tempo no valor do dinheiro; (iii) não reconhece os fluxos de caixa após o
período de payback.
FV
PV = , onde i = taxa (custo de capital) e n = período.
(1 + i ) n
104
4.3.6.1 A depreciação, amortização e exaustão do ativo não circulante (tangí-
vel e intangível)
A depreciação de bens de ativo imobilizado corresponde à diminuição do valor dos
elementos ali classificáveis, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou
obsolescência normal.
Referida perda de valor, que afeta bens físicos do ativo imobilizado das empresas,
é registrada periodicamente nas contas de custo ou despesa e, como contraparti-
da contas de depreciação acumulada, classificadas como contas retificadoras (ou
negativas) do ativo não circulante.
Uma parte do capital da empresa é utilizada como capital de giro para financiar a
venda a prazo, o estoque de produto acabado, o produto em processo e etc. Parte
105
dessas aplicações é financiada pelo prazo concedido pelo fornecedor de matéria-
prima. Supondo que antes da aprovação do projeto a empresa esteja operando
com as necessidades de capital de giro atendidas, um novo projeto poderá au-
mentar o nível de atividades da sociedade e, consequentemente, aumentar as ne-
cessidades de capital de giro.
106
Deve, também, ser considerado qualquer incidência de impostos ou fluxo de caixa
necessário para desfazer-se de um equipamento obsoleto. Desembolsos de natu-
reza financeira, decorrentes do pagamento de juros, não devem ser considerados,
da mesma forma que o benefício fiscal da dívida.
107
(+) Depreciação
( = ) Fluxo de Caixa Operacional (FCO)
Embora o lucro líquido seja comumente visto como o indicador contábil mais im-
portante para uma empresa, sob a ótica das finanças, mais significativa do que o
lucro é a noção de fluxo de caixa, especialmente o fluxo de caixa do projeto que,
em termos gerais, corresponde aos recursos disponibilizados ou necessários em
decorrência das operações da empresa. Corresponde, basicamente, ao lucro so-
mado ou subtraído de novos investimentos (que incluem, além de máquinas e
equipamentos, o capital de giro) e adicionado ao valor residual (se houver).
O fluxo de caixa do projeto está disponível para ser distribuídos entre os fornece-
dores de capital (próprios e/ou de terceiros), pois esse fluxo de caixa quantifica
108
somente o resultado operacional do próprio projeto sem se importar como o proje-
to é financiado. Entretanto, há casos em que o projeto pode receber financiamento
externo. Ao retirar o impacto da decisão de financiamento do fluxo de caixa do
projeto se obtém o Fluxo de Caixa Livre (FCL) para o acionista.
109