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DEPARTAMENTO DE ARTES
CURSO DE ARTES VISUAIS
INTRODUÇÃO À PINTURA
Alberti, L.B. (1999). Da Pintura. (2ª ed.). Editora Campina. Livro 2. P 101 -135.
RESUMO:
O renascentista Alberti, no segundo livro da obra Da Pintura, publicada em 1436, com a
intenção de conter a atenção de jovens, introduz a pintura como digna da consagração de
trabalho e dedicação, visando a partir disso a grande valoração que a habilidade de pintar
havia em sua época. Segundo o autor, “Contém em si a pintura – tanto quanto se diz da
amizade – a força divina de fazer presente os ausentes; mais ainda, de fazer dos mortos,
depois de muitos séculos, seres quase vivos, reconhecidos com grande prazer e admiração
para os artífices.” (P. 101). Coloca a pintura como responsável pela criação do que é belo,
ao dizer, “Talvez não se encontre arte de algum valor que não tenha vínculo com a pintura,
de tal forma que se pode dizer que toda beleza que se encontra nas coisas nasceu da
pintura.” (P. 103). Também a pintura como possibilidade de ascensão social, ao dizer,
“...assim, esta arte proporciona prazer aos que a praticam, e glória, riquezas e fama eternas,
aos que nela são mestres.” (P. 107)
Mas podemos observar que a pintura em sua visão está não deve estar disponível para
todos, pois apesar de ser visto como atividade de prazer para mulheres e crianças,
evidência um caráter escravagista no trecho em que diz, “...e tal foi a honra e o prestígio da
pintura entre os gregos que foi promulgado, por edito e lei, que aos escravos fosse proibido
aprender a pintura. Sem dúvida agiram bem porque a arte da pintura sempre foi a mais
digna dos engenhos livres e das almas nobres. Quanto a mim certamente considero o
deleite de pintura como o melhor indício do mais perfeito engenho, embora ocorra que essa
arte seja agradável aos doutos e indoutos.” (p. 106)
Após essa introdução, o autor busca definir os conceitos de Circunscrição, Composição e
Recepção de Luz, sendo eles responsáveis pelo resultado da pintura.
Recepção de Luz:
1. Sobre a recepção de luz, se encontra a mais alta competência de um pintor, que
está em saber utilizar o preto e o branco, pois é com a luz e sombra que
podemos representar os relevos. Sendo assim, vemos aqui a importância do
contraste.
2. “Existe uma certa amizade entre as cores a tal ponto que uma ao lado da outra
lhe dá graça e dignidade. A cor rosa ao lado da verde e do azul celeste dá honra
e vida. A cor branca, não apenas ao lado do cinzento e do amarelo, mas
colocada junto de quase todas, confere alegria. As cores escutar ficam entre as
claras, não sem alguma dignidade, e as claras se envolvem bem entre as
escuras.” (P. 130)