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Nome: Raquel Couto Pereira

DRE: 122073779
No capítulo 1 do livro “O que é arte?” o autor se propõe a discutir a
instauração da arte e os modos do discurso e para isso divide o conteúdo em
duas partes, uma para discutir a hierarquia dos objetos e outra para falar
sobre os caminhos do discurso.Começamos a primeira parte do capítulo com
a afirmação de que a arte é instaurada por meio do aparato cultural que
envolve objetos, como o discurso, o local, as atitudes de admiração em
relação à arte, etc. E além de permitir que a arte seja expressada, determina
um tipo de objeto dentre os outros que seja mais “artístico”. Porém seu poder
não é apenas delimitar o que é ou não é artístico, é também ensinar que obra
é mais interessante que a outra.
A crítica tem o poder de, através de certos critérios, classificar obras
em ordem de excelência, onde a posição de máxima obra de arte seria o
conceito de obra prima. Em relação a esse conceito, o autor nos leva a uma
viagem no tempo, visto que sua origem é antiga, mas está bem distante do
significado atual. A ideia de obra prima atualmente é associada a arte de
qualidade que julga-se excepcional em relação às outras, porém no passado
a obra prima era aquela que completava o aprendizado de um ofício. Para
um aprendiz se tornar mestre teria que fazer uma obra totalmente autoral,
que pudesse ser considerada perfeita, demonstrando total domínio da
técnica. Assim, logo pode-se perceber que antigamente a obra prima era
julgada por critérios específicos de fabricação e, atualmente, os critérios são
muitos mais diversos do que só o do saber fazer.
Essa constatação nos leva para a segunda parte do capítulo, no qual
procura-se debater quais são os caminhos para os critérios utilizados para o
discurso que determina o valor da arte. “São tantos os fatores em jogo e tão
diversos que cada discurso pode tomar seu caminho.” Essa é uma das frases
logo no início da primeira parte, porém essa afirmação gera uma dúvida
muito grande: vimos que os fatores externos instauram a arte na nossa
cultura e que determinam a hierarquia dos objetos artísticos, porém também
encontramos divergências de critérios. Talvez mesmo que não tenha
unanimidade, poderia se ter uma maioria, mas então chega-se a uma
resposta reveladora: o consenso sobre as obras é estável, porque este evolui
com o tempo.
Um exemplo dessa afirmação é que artistas, como Van Gogh só
receberam o reconhecimento do seu valor tempos depois que sua arte foi
feita, porque na época sua arte ia contra os critérios estabelecidos. Assim
será que é tão confiável determinar o reconhecimento definitivo de Van Gogh,
sendo que amanhã a crítica pode nos mostrar que estávamos enganados e
que esse artista não era tão interessante assim? A grande constatação que
podemos chegar, junto com o autor, é que a autoridade do discurso é forte,
mas é inconstante e contraditória, não permite que se tenha segurança no
interior do mundo das artes.

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