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LUIS

O que é a Arte

Em primeiro lugar, devemos esclarecer que não há uma única


definição do que é arte. É difícil tecer um significado absoluto para uma
atividade que reúne uma produção tão vasta e diversificada.

Mas ainda assim é possível dizer que a arte é a expressão de um ideal


estético através de uma atividade criadora. É um tipo de manifestação
humana universal (existe em todas as culturas) que se comunica de forma
simbólica e criativa com a sociedade. De maneira geral, a definição que se
encontra em dicionários, é de que a arte é uma criação do Homem que
procura representar determinada coisa, seja um sentimento ou uma
mensagem.

Assim, a arte é um reflexo do ser humano e representa a sua


condição social e essência de ser pensante.

O que é uma obra de arte?

Um dos objetivos da filosofia da arte é encontrar uma maneira de


definir e distinguir obras de arte de objetos comuns. Existem, portanto, várias
teorias que visam encontrar respostas para esse problema.
É de ter também em atenção toda a parte histórica e cultural que
envolve a procura pela definição da arte, e por isso, as suas diferenças e
evoluções. Assim, pode-se concordar, que comumente, a arte é subjetiva, e
cada pessoa tem a sua própria interpretação da peça que está a apreciar,
deixando de lado a intenção do autor.
Por outro lado, existem ainda aqueles que definem concretamente a
arte e o que ela deve ou não ter para ser “arte”. Isso é o que leva a grande
discórdia entre os filósofos na sua busca pela definição da arte.
Para então serem capazes de definir arte, é primeiro necessário
encontrar uma obra de arte. Uns dirão que determinado objeto é arte, pois
apresenta certo tipo de características que irão ser comuns entre todos os
objetos de arte, outros dirão que os objetos comuns apresentam uma
utilidade, ao contrário das obras de arte. Como é então possível distinguir um
do outro? A resposta é de que é impossível distingui-los, a não ser que seja
adotada uma das teorias sobre o que distingue arte do objeto comum.
Teorias essencialistas VS Teorias não-essencialistas

Existem dois tipos de teorias que procuram definir arte. As teorias


essencialistas e as teorias não-essencialistas.
De forma resumida, as teorias essencialistas, à distinção das teorias
não-essencialistas procuram distinguir uma obra de arte de objeto comum ao
aplicar determinados tipos de características intrínsecas (dentro do objeto)
que distinguem um do outro. Para explicar: se eu criei uma obra X e ela
apresentar certas características que são comuns entre todas as obras de
artes, pois assim foram rotuladas, então, a minha obra X é considerada arte.
Se não apresentar essas características, é apenas um objeto comum.
Já as teorias não-essencialistas indicam que o que é ou não arte, é
subjetivo e não pode ser catalogado por meras características comuns entre
obras de arte então procuram definir obra de arte através das propriedades
relacionais, ou seja, justificar através de propriedades extrínsecas (fora do
objeto). Assim, o que irá distinguir obras de arte de objetos comuns irá ser
decidido por duas teorias não-essencialistas.

Dantas

Teoria da imitação
Esta é uma das mais antigas teorias da arte. Foi, aliás, durante muito
tempo aceite pelos próprios artistas como inquestionável. A definição que
constitui a sua tese central é a seguinte:
Uma obra é arte se, e só se, imita algo.
Vários foram os filósofos que se referiram à arte como imitação. Alguns
desprezavam-na por isso mesmo, como acontecia com Platão que, ao
considerar que as obras de arte imitavam os objetos naturais, via essas obras
como imagens imperfeitas dos seus originais. Ainda por cima quando, no seu
ponto de vista, os próprios objetos naturais eram por sua vez cópias de outros
seres mais perfeitos. Já o seu contemporâneo Aristóteles, mantendo embora
a ideia de arte como imitação, tinha uma opinião mais favorável à arte, uma
vez que os objetos que a arte imita não são, segundo ele, cópias de nada.

Vejamos então os principais pontos que são favoráveis a ela:

● Adequa-se ao facto incontestável de muitas pinturas, esculturas e


outras obras de arte, como peças de teatro ou filmes imitarem algo da
natureza: paisagens, pessoas, objetos, acontecimentos, etc.
● Oferece um critério de classificação das obras de arte bastante
rigoroso, o que nos permite, aparentemente, distinguir com alguma
facilidade um objeto que é uma obra de arte de outro que o não é.
● Oferece um critério de valoração das obras de arte que nos possibilita
distinguir facilmente as boas das más obras de arte. Neste sentido,
uma obra de arte seria tão boa quanto mais se conseguisse aproximar
do objeto.

Esta teoria baseia-se em imitar objetos então ela exprime-se


frequentemente através de frases como “este filme é excelente, pois é um
retrato fiel da sociedade americana nos anos 60”, ou como “este quadro é tão
bom que mal conseguimos distinguir aquilo que o artista pintou do modelo
utilizado”, mostrando o último ponto favorável a esta, de quanto mais parecido
com o objeto real melhor é a obra de arte.

A teoria da arte como representação é uma corrente de pensamento que


argumenta que a arte é uma forma de representar o mundo real ou imaginário
de uma maneira criativa e esteticamente agradável. É uma das abordagens
mais tradicionais e populares na filosofia da arte. Ela se baseia na ideia de
que a arte tem a capacidade de representar a realidade de uma forma única e
significativa.

De acordo com esta teoria, a arte é uma forma de expressão que permite que
os artistas transmitam suas ideias, emoções e perspetivas para o público,
através de diferentes meios, como pintura, escultura, música, teatro, dança e
literatura.

A teoria da arte como representação surgiu na Grécia Antiga, com os filósofos


Platão e Aristóteles. Para Platão, a arte era uma imitação imperfeita da
realidade, uma vez que o artista cria a partir de sua própria interpretação do
mundo. Já Aristóteles acreditava que a arte poderia revelar verdades
universais sobre a natureza humana e a sociedade.

No Renascimento, essa teoria ganhou força com a ideia de que a arte deveria
ser uma representação precisa e realista da natureza. Artistas como
Leonardo da Vinci e Michelangelo foram importantes nessa época, criando
obras que buscavam retratar o mundo de forma precisa e detalhada.

Para os defensores da teoria da arte como representação, a arte é uma


forma de refletir e interpretar o mundo que nos cerca. Ela permite que os
artistas criem suas próprias visões do mundo e as compartilhem com o
público, o que pode ajudar a gerar reflexão e debate sobre diferentes
questões sociais, políticas e culturais. Além disso, a arte pode ser uma forma
de documentar a história e a cultura de uma sociedade, preservando suas
tradições e costumes para as gerações futuras.
No entanto, esta teoria também é objeto de debate e crítica. Alguns
argumentam que a arte não deve ser limitada a uma mera representação da
realidade, mas também deve ser capaz de explorar novas formas de
expressão e criatividade. Outros argumentam que a teoria da arte como
representação tende a valorizar apenas aquelas formas de arte que são
capazes de transmitir uma mensagem ou contar uma história de maneira
clara e precisa, negligenciando outras formas de expressão artística que
podem ser menos fáceis de serem compreendidas ou interpretadas.

Independentemente de qual seja a posição adotada, é inegável que a arte


tem sido uma forma importante de representação ao longo da história da
humanidade e continua a desempenhar um papel importante na nossa
sociedade atual. Ela permite que os artistas compartilhem suas visões e
interpretações do mundo com o público, promovendo a reflexão e o debate
sobre questões importantes e preservando as tradições e a cultura de uma
sociedade.
Castilho

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