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Arte

O que é a arte?? É uma questão que o Homem tem tentado responder desde a
sua existência, pois o Homem cria obras de arte desde a sua existência.
Para responder a esta pergunta, precisamos de primeiro estabelecer uma
definição de arte. Qualquer definição de arte deve englobar a palavra nos dois
usos que a palavra tem.
Existe o uso descritivo da palavra, o sentido classificativo, que diz que uma obra
de arte é uma obra de arte se pertencer a uma determinada classe.
Basicamente este sentido englobe o estabelecimento de algo como uma obra
de arte, se um objeto deve ser classificado como tal.
E ainda existe o sentido valorativo, o sentido avaliativo, que diz que uma obra
de arte, para além de ser classificado como tal, tem que ser um bom exemplar
disso, ou seja, uma boa obra de arte.
Existem filósofos que são da opinião de que é preciso encontrar uma definição
explícita de arte, ou seja, condições necessárias para que algo seja considerado
uma obra de arte, características comuns a todas as obras de arte que nos
permitem definir o que é realmente uma obra de arte. Teorias que se dedicam a
encontrar a essência da arte são designadas teorias essencialistas.
Porém, existem filósofos que são da opinião de que não conseguimos
estabelecer uma definição para arte por ela ser dinâmica e inovadora, ou seja,
nunca conseguimos estabelecer características que sejam comuns a todas as
obras de arte. Isso não quer dizer que não devemos uma definição de arte quer
apenas dizer que não devemos ter em conta apenas os valores intrínsecos
devemos considerar também as relações que estabelecem entre si e o meio
histórico e social em que se encontram. Já que defendem que não há a
existência duma essência pura de todas as obras de arte são designadas por
teorias não essencialistas.

Teorias essencialistas
Definição de arte: É uma atividade humana com a finalidade de criar um objeto
estético, um objeto que tem a função única de provocar uma experiência
estética. Uma experiência estética é um tipo de experiência de agrado que
provém das sensações, englobe uma complexidade de emoções e
interpretações de emoções.
Uma das características da experiência estética é a atitude estética que é
necessário para que haja essa experiência e essa atitude consiste em apreciar o
objeto por si mesmo, sem associarmos o objeto a um valor moral, a
aumentarmos os nossos conhecimentos (não é cognitiva) e também não é uma
atitude que tem em conta a vertente prática do objeto (atitude prática).
Depois da experiência estética temos o juízo estético, que é o ato em que
classificamos esse objeto com qualidades negativas ou positivas. Mas isso
levanta a questão: será que essas características são objetivas, pertencem ao
objeto, independente dos nossos sentimentos??
Os subjetivistas, que defendem o subjetivismo estético, dizem que quando
formulamos um juízo estético, por exemplo “esta estátua é bela” depende dos
nossos sentimentos e gostos pessoais.
Já para objetivistas, a beleza está nos objetos em si e não na nossa
interpretação ou nos nossos gostos ou sentimentos. Porém, isso levanta uma
questão, se a arte é objetiva como é que chegamos a diferentes conclusões
quando observamos a beleza da mesma obra de arte. Para os objetivistas,
podemos chegar a diferentes conclusões pois as pessoas têm dificuldade em ter
uma atitude totalmente estética, pode ser cognitiva e isso e também as pessoas
podem estar mal informadas e sobre o objeto fazendo um juízo incorreto.

A primeira teoria: arte como imitação


Até ao início do séc. XVIII, a arte era concebida como uma imitação da realidade
e que uma obra de arte era tão boa quanto mais sensação de realidade dava ao
observador. Claro que, com o aparecimento da fotografia, esta teoria foi
desaparecendo. Com a literatura e a arquitetura foram encontrados exemplos
de obras de arte onde não há um padrão de imitação. A pintura abstrata e o
teatro que explora mundos imagináveis também não procuram representar o
mundo exterior.

A arte como expressão de emoções


Esta teoria defende que a arte é a expressão de sentimentos, é o veículo de
transmissão destas emoções. A arte é utlizada pelo artista para transmitir o
sentimento que ele sentiu ao criar a obra.
“Algo é arte, se, e só se, algo é expressão imaginativa de emoções.”
É importante distinguir expressar emoções de manifestar emoções. Este último
é uma ação inconsciente e expressar emoções é um ato consciente e
controlado.

Ainda é importante referir uma obra de arte pode ser classificada como tal
mesmo que esteja presente apenas na mente do artista, não é preciso estar
materializada para ser considerada como tal.
Existem diversas críticas a esta perspetiva como por exemplo:
Às vezes podemos descobrir sentimentos numa obra de arte que não foram
colocados lá intencionalmente pelo artista.
Não faz sentido também o artista ser obrigado a sentir qualquer coisa quando
cria uma obra de arte às vezes ele tem uma rotina ou precisa de dinheiro e por
isso não associa nem tenta transmitir um sentimento nas suas obras.
Por não sabermos o estado mental do artista é impossível sabermos as
verdadeiras intenções dum artista quando este cria uma obra de arte.
Existem também obras de arte que não têm emoções associadas: como figuras
geométricas ou linhas.

Arte como forma significante


Depois destas teorias foi apresentada a teoria que diz que a qualidade de uma
obra de arte depende da disposição dos seus elementos formais, a sua forma
significante que corresponde à relação que se estabelece entre as parte que
compõem a obra. Por exemplo, numa pintura não importa o que se está a
representar não é importante esteticamente, o que importa é as linhas, as
cores, os padrões, as formas. Clive Bell, uma das figuras mais importantes deste
movimento disse que:
Algo é obra de arte se, e só se, ter forma significante.
Para Bell, para encontrarmos essa forma semelhante é preciso encontrarmos a
emoção estética que ele pensava que todos sentimos quando eramos expostos
a uma obra de arte. Se conseguimos descobrir o que estava na origem dessa
emoção conseguíamos descobrir a característica que é comum a todas as
formas de arte, a forma significante.
As críticas a esta teoria são obvias:
A ambiguidade do conceito de forma significante. Tudo pode ser uma forma
significante por isso tudo pode ser uma obra de arte. Bell é acusado de cair num
argumento circular: a forma significante produz a emoção estética mas é só a
partir da emoção estética que chegamos à forma estética.
É impossível às vezes distinguirmos o conteúdo da obra da forma dos objetos,
para compreensão de muitas obras de arte é importante as formas, mas
também é importante a representação e o contexto em que está inserida a
obra; é insensato ignorar o aspeto representativo da obra.

Teorias não essencialistas


Na década de 50 o filósofo Weitz atribui o fracasso das teorias essencialistas ao
facto de estas admitirem que existe uma característica partilhada por todos os
objetos artísticos, o que estaria a impor regras a uma atividade que as desafia,
não podemos restringir algo associado à mudança e à revolução. A é um
conceito aberto, não fechado.
Apesar de não ser possível encontrarmos características intrínsecas de obras de
arte conseguimos encontrar características extrínsecas, que não pertencem
propriamente ao objeto considerado, mas sim à sua relação com outras
realidades.
Foi formulada a primeira teoria institucional. Nessa teoria algo é uma obra de
arte se lhe for atribuído esse estatuto pelo mundo da arte, ou seja, se
determinadas pessoas, críticos de arte, jornalistas e até espetadores
considerarem uma obra como obra de arte então é uma obra de arte.
Críticas:
A definição é ambígua, tudo pode ser considerado como obra de arte, por isso
não há razão para fazermos a distinção entre arte e não arte.
Não há distinção entre obra de arte primitiva e obra de arte solitária pois
quando os nossos antepassados fizeram desenhos nas cavernas não havia
mundo de arte. E também não existe então um artista solitário que faça as suas
obras pois não há um mundo de arte capaz de classificar as suas obras de arte
como tal.

Teoria histórica
Levinson também tentou procurar as propriedades extrínsecas da arte e chegou
a uma definição: Algo é arte se o criador de uma obra deseja que a sua criação
seja encarada da mesma forma que foram encaradas as obras que
anteriormente foram consideradas como obras de arte.
É a história que define se uma obra pode ser considerada artística ou não, o que
faz uma obra de arte é a sua relação com a anterior.
A crítica é obvia: como é que a primeira obra de arte pode ser considerada arte
se não houve nenhuma obra precedente???

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