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Estética: ocupa-se de todos as nossas experiências ligados à nossa relação com objetos
belos, sejam naturais, sejam artísticos.
Filosofia da arte: disciplina diferente que se ocupa do âmbito artístico.
Arte:
A arte é um modo de produção de beleza ou, pelo menos, de algo que possa fixar a
nossa atenção ou sensibilidade estética, seja considerado belo ou não.
Tolstoi
Defendia que a arte representa uma atividade onde se exprimem sentimentos e
emoções
É um meio de transmitir emoções, pelo que pressupõe que elas estejam presentes
no arista: logo, o artista tem de sentir algo
É um meio de comunicação e uma forma de relacionar as pessoas, levando o
espectador a experimentar sentimentos idênticos àqueles que o artista sentiu e
transmitiu: une as pessoas nos mesmos sentimentos e emoções
Exige que o artista apresente com clareza a transmissão de sentimentos,
transmitindo-os de forma adequada e não aleatória ou confusa
Transmite singularidade do sentimento do artista (sentimentos individuais e não
coletivos). A este é lhe exigida autenticidade e sinceridade
Objeção:
Esta teoria parece estabelecer que a produção artística tem origem na experiência
emocional, quando talvez existam outros fatores a presidir na criação de obras.
Mesmo que a emoção esteja na base da criação, o momento em que o artista cria a
obra não coincide com o estado emocional que a motivou.
Esta teoria parece admitir que a qualidade das obras decorre das condições emocionais
que as originam, quando afinal o mérito da obra assunta sobretudo no artista
Teoria formalista (arte como forma):
Para Clive Bell, a emoção estética desencadeada no espectador pelas obras de arte
decorre de uma qualidade que tais obras possuem:
Forma significante
Diz respeito à relação entre as partes, o que é sobretudo notório nas artes visuais,
embora se aplique a qualquer outro tipo de artes
Assim, algo é arte se, e somente se, provocar emoção estética
Obras de arte visuais:
Assim, ser um artefacto é uma condição necessária para que algo seja considerado
obra de arte, mas não suficiente (caso contrário, todo o artefacto seria obra de
arte)
Só satisfazendo as condições de artefactualidade e de atribuição de estatuto é que
algo pode ser considerado obra de arte
Objeção:
Esta teoria é muitas vezes acusada de eltismo, uma vez que considera que apenas um
grupo formado pelos membros do mundo da arte, tem o poder de conferir o estatuto
de obra de arte aos artefactos
De acordo com esta teoria tudo se pode transformar numa obra de arte, bastando para
tal o parecer de pessoas que certifiquem tal coisa
Esta teoria inviabiliza uma arte primitiva, visto que é muito pouco provável que nos
tempos primitivos existisse o mundo da arte
No caso do mundo da arte, ao invés do que acontece noutras instituições, não existe
uma organização suficiente para conferir a algo o estatuto de obra de arte, existindo
variadíssimas discordâncias quando se trata de o fazer
Como observa Richard, ainda que admita que as pessoas ligadas ao mundo da arte têm
o dom de converter qualquer artefacto numa obra de arte, dever haver razões para
escolherem uns e não outros:
- se há razões, então essas a fixar o que é ou não é a arte
- se não há razões, isso é feito de forma arbitrária então a arte também será vista como
arbitrária
Esta teoria, assim como se sucede na de Dickie, é feita com sabe nas propriedades
não visíveis que todas as obras partilham
Levinson destaca não o mundo da arte mas sim as intenções de quem cria a arte
Segundo este autor, as condições necessárias e suficientes para que algo seja
considerado arte são:
- o direito de propriedade – o objeto é nosso ou temos o direito de usar como tal.
Assim, o artista não pode transformar em arte qualquer coisa que queira
- a intenção constante de que o objeto seja visto como obra de arte. As obras de arte
têm um tipo de relação do passado com o presente, tanto de artistas como
observadores, sendo caracterizada pela historicidade
Objeção:
O direito de propriedade é discutível como sendo uma condição necessária, pois,
admitindo que um artista pintou um quadro usando tintas que não pagou, mas deveria
ter pagado, será que estamos perante uma obra de arte ?
A condição relativa á intenção pode também não ser necessária. Basta pensarmos nos
artistas que não tiveram intenção de que as suas obras fossem vistas como arte, sendo
que só após a sua morte estas foram publicadas e consideradas como tal
Se o que faz uma obra de arte é a sua relação com a arte anterior então levanta-se o
problema ao considerar-se primeira obra de arte a surgir no mundo. Esta não pode arte
pois não tem uma antecedente
Esta teoria não responde à questão de saber o que muda no objeto propriamente dito
para que este possa ou não ser considerado arte, deixando por explicar o que é uma
obra de arte em si mesma
Conclusão:
A arte pode ser definida ?
Após a análise de várias teorias que procuram definir a arte, não se pode excluir a
hipótese de ela nem sequer poder ser definida
O conceito de arte é um conceito aberto, o que está em sintonia com a própria
criatividade artística e com o surgimento de novas formas de arte
Em vez que admitir a existência de características comuns para definir arte, privilegia-
se então a ideia de parecença familiar
Objeção:
Se existe parecença familiar, então deverá existir alguma característica comum às obras
de arte.
Contudo, não é fácil procurar uma definição consensual de arte, nem é consensual a
ideia de que ela não pode ser definida portanto o assunto permanece em aberto