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Problema da definição da arte- Uma definição ou teoria filosófica de arte sugere que as

obras de arte partilhem determinadas características para que assumam esse estatuto,
formando assim a essência da arte.
- Implica a identificação das condições necessárias e suficientes para que algo seja arte.
Sentido classificativo (descritivo)- Dizer que algo é uma obra de arte é dizer
simplesmente que esse objeto pertence a uma determinada classe. Sem qualquer tipo de
juízo de valor associado.
Sentido valorativo (avaliativo)- dizer que algo é arte de arte é reconhecer que esse objeto,
além de pertencer à categoria das obras de arte, é um bom exemplo dessa categoria, ou
seja, é uma boa obra de arte.

 Teorias da arte- Teorias essencialistas


-Defendem que a definição correta de arte é a que descreve a sua essência8 ou natureza),
revelando as características intrínsecas, necessárias e suficientes, que fazem com que algo
seja arte.
Teoria da arte como representação- Algo representa outra coisa se, e só se, um emissor
tem a intenção de que algo esteja em vez de outra coisa e o recetor compreende essa
intenção.
Remete para uma tradição iniciada por Platão e Aristóteles. Ambos os filósofos defendiam
que a arte é uma imitação.

 Teoria mimética da arte- limita-se a dizer que a imitação é uma condição


necessária para a arte, o que é muito diferente de sustentar que a imitação é uma
condição suficiente para a arte, o que implicaria que toda a imitação seria arte.
Mas não afirma que todas as imitações são arte.
Críticas à teoria mimética da arte- tem sido demasiada criticada por ser demasiado
restritiva.
As principais objeções que a teoria mimética da arte enfrenta são os contraexemplos
oriundos das diversas artes não imitativas como, por exemplo, a pintura abstrata, a arte
decorativa, a arquitetura, a música instrumental, a found art e algumas formas de teatro,
dança, cinema e literatura, que não têm qualquer intuito imitativo
Ofício- é uma atividade na qual uma matéria-prima é transformada através de uma
determinada técnica num produto final previamente concebido.
 Teoria de arte como expressão- algo é arte se, e só se, é expressão imaginativa de
emoções.
A argumentação de Collingwood:
1. A arte é estimulação de emoções, ou expressão de emoções.
2. Mas a arte não é estimulação de emoções
3. Logo, a arte é expressão de emoções
Manifestação de emoções- é um processo corporal automático do qual podemos nem
sequer ter consciência- como, por exemplo, um esgar de dor ou a palidez de rosto.
Expressão imaginativa de emoções- é um processo consciente e controlado que visa a
clarificação e uma compreensão mais profunda de uma certa agitação emocional e que
envolve algum tipo de linguagem.

Críticas à teoria expressivista da arte:

 É demasiado inclusiva, pois implica que a arte psicoterapeuta é arte.


 É demasiado exclusiva, pois qualifica como ofício, e não como arte em sentido
próprio, alguns importantes modelos da história da arte.
 Há obras que não possuem qualquer conteúdo emocional.
 Incorre na falácia intencional, pois faz o estatuto de obra depender da intenção
original do artista, e não de aspetos inerentes à própria obra.

 Teoria de arte como forma.


Arte como forma – algo é uma obra de arte se, e só se, tem forma significante.
Forma significante- é uma configuração de linhas, cores formas e espaços que tem a
capacidade de provocar um determinado tipo de emoção no espetador- uma emoção
estética (apenas pode ser provocada por produções humanas ou artefactos).
Críticas à teoria formalista

 É viciosamente circular: recorre à noção de emoção estética para definir forma


significante, mas define a noção de emoção estética em função da noção de forma
significante.
 Assenta num falso dilema
 Há obras de arte com formas indistinguíveis de objetos comuns
 O conteúdo pode ser relevante para o estatuto de uma obra enquanto obra de
arte.
Teorias não essencialistas
Teoria institucional da arte- destaca o contexto em que surge e são apreciadas as obras de
arte.
Segundo a teoria institucional é necessário que alguém que atua em nome do mundo da
arte atribua o estatuto de candidato a apreciação a dado artefacto.
De acordo com esta teoria algo é uma obra de arte, no sentido classificativo se, e só se,
algo é um artefacto com um conjunto de características ao qual foi atribuído o estatuto de
candidato a apreciação por um representante da instituição social chamada “mundo da
arte”.
O mundo da arte é uma instituição social no seio da qual há lugar para atribuições de
estatuto por parte dos seus representantes.
Os representantes do mundo da arte atribuem o estatuto de candidato à apreciação a
algumas propriedades de certos artefactos, conferindo-lhes assim o estatuto de obra de
arte no sentido classificativo.
Se um candidato à apreciação chegar efetivamente a ser apreciado pelo público do mundo
da arte, então passa também a ser considerado uma obra de arte no sentido valorativo.
Críticas à teoria institucional da arte

 Oferece uma definição viciosamente circular da arte


 Torna a definição inútil
 Impossibilita a existência de arte primitiva e arte solidária.
Teoria histórica da arte – algo é uma obra de arte se e só se é um objeto em relação ao
qual alguém, possuindo o direito de propriedade sobre tal objeto, tem (ou teve) a
intenção séria de que este seja visto como uma obra de arte, isto é, visto de qualquer
modo (ou modos) como as obras de arte preexistentes são ou foram corretamente vistas.
Contudo, levinson procurou desenvolver uma teoria de arte que possibilitasse a existência
de arte solitária, isto é, de arte fora do contexto institucional do mundo da arte.
Segundo levinson, para que um objeto seja arte uma obra de arte, não se exige que o
artista tenha consciência de que a sua intenção tem bons precedentes na história da arte,
baste que esses precedentes, de facto, existam.
Críticas à teoria histórica da arte

 Não explica por que razão a primeira obra de arte é considerada arte
 É demasiado inclusiva
 É demasiado restritiva(exclusiva)

Semelhança da teoria institucional e a de arte


A semelhança da teoria institucional, também a teoria histórica de arte, procura definir
arte apelando a propriedade extrínsecas e relacionais/ contextuais, e não a propriedades
intrínsecas e manifestas de objetos.

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