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Teorias Essencialistas

Profª e Mª José Ratinho,


O que são?
• As teorias essencialistas defendem que existe
uma essência de arte, ou seja, que existem
propriedades essenciais comuns a todas as
obras de arte e que só nas obras de arte se
encontram.
Essas teorias dividem-se em:

•Teoria da Arte Como Imitação, Teoria da Arte


como Expressão e Teoria da Arte como Forma
Significante.

Teoria da Teoria da Teoria


imitação expressão formalista

▼ ▼ ▼
As obras de arte As obras de arte As obras de arte
são imitação são expressão de são objectos
emoções dotados de forma
significante
1ª - A arte como representação
ou imitação
Esta é uma das mais antigas teorias da arte. Foi, aliás, durante muito
tempo aceite pelos próprios artistas como inquestionável. A definição
que constitui a sua tese central é a seguinte:

Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo


homem e imita ou representa algo.

A característica própria desta teoria não reside no facto de defender que


uma obra de arte tem de ser produzida pelo homem, o que é comum a
outras teorias,
• Exprime-se frequentemente através de frases
como
• “este filme é excelente, pois é um retrato fiel
da sociedade americana nos anos 60”, ou
como
• “este quadro é tão bom que mal conseguimos
distinguir aquilo que o artista pintou do
modelo utilizado”.
Defensores da teoria da arte
como imitação: Platão
• A beleza existe em si, separada do mundo sensível. Uma
coisa é mais ou menos bela conforme a sua
participação na ideia suprema de beleza.
• A arte devia “copiar” a ideia de belo existente no plano
inteligível e não sensível.
• As obras de arte deviam seguir a razão, procurando atingir
tipos ideais, desprezando os traços individuais das pessoas
e a manifestação das suas emoções.
• Platão ligou a arte à beleza.
Defensores da teoria da arte como
imitação: Aristóteles
Aristóteles concebe a arte como uma criação
especificamente humana. O belo não pode ser
desligado do homem, está em nós.
• O que confere a beleza a uma obra é a sua
proporção, simetria, ordem, isto é, uma justa
medida. Aristóteles associou a arte à imitação da
natureza e considerou que ela pode fortalecer a
vida em comunidade.
• A arte pode contribuir para uma purificação
emocional das pessoas que entram em relação
com ela, libertando-as de emoções negativas
(Catharsis)
Vantagens da teoria da arte
como imitação …
• Adequa-se ao facto de muitas pinturas, esculturas e outras
obras de arte (teatro filmes, etc) imitarem algo da natureza:
paisagens, pessoas, objetos, acontecimentos, etc

• Disponibiliza um critério de classificação das obras de arte


bastante rigoroso, o que nos permite, aparentemente,
distinguir com alguma facilidade um objeto que é uma obra
de arte de outro que não é.

• Disponibiliza um critério de valoração das obras de arte.


Uma obra de arte seria tão boa quanto mais se
conseguisse aproximar do objeto imitado.
• Apesar de muitas obras de arte imitarem algo, são
inúmeras aquelas que o não fazem, o que levou os
defensores da teoria da arte como imitação, a
substituir o conceito de imitação pelo de
representação.

• Muito presente na arte renascentista


• Assim, quando mais tarde se procura o
conceito de “arte”, o pensamento grego
era a referência: um objeto é uma obra de
arte se for a imitação de algo.
• A noção de representação é mais
inclusiva do que a de imitação, isto é, algo
que pode representar uma realidade sem
ser minimamente parecida com ela.
Argumentos

1. Algo é arte se copia, reproduz ou imita


a realidade.
2. Algo é arte de reprouz algum
acontecimento ou a realidade
Objeções
• logo, nem tudo o que é uma
imitação é arte. Se nem todas as
imitações são arte, então a
imitação não é condição sufuciente
para ser considerado arte.

• Segundo esta teoria e à luz dos


nosso dias teríamos de reconhecer
que a fotografia é a mais perfeita
de todas as artes. Só que não é
isso que acontece.
Objeções
• Há obras de arte que não
representam coisa alguma.
Segundo este critério Miró e
Kandinsky seriam, com certeza,
artistas menores…..
• Os sinais de transito não são arte.

• É demasiado restritiva a
arquitetura e algumas músicas
não seriam arte
2ª - A arte como expressão
Insatisfeitos com a teoria da arte como imitação (ou
representação), muitos filósofos e artistas românticos do
século XIX propuseram uma definição de arte que
procurava libertar-se das limitações da teoria anterior, ao
mesmo tempo que deslocava para o artista, ou criador, a
chave da compreensão da arte.

Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e


emoções do artista e se este, pela sua criação,
conseguir contagiar com os mesmos sentimentos e
emoções o espectador.
2ª - A arte como expressão
• Tal como Tolstoi, Robin George
Collingwood, vê a arte como expressão de
sentimentos, através de cores, linhas,
formas, etc. Todas as obras de arte
expressam um estado emocional que o
artista tenha vivenciado.
Vantagens da teoria da arte
como expressão
• Vários são os testemunhos de artistas que
afirmam que as suas obras resultam da
necessidade de transmitirem sentimentos e
emoções;
• O seu critério para classificar e valorar um
objeto como arte é abrangente.
• O seu critério é claro, já que uma obra de arte é
tanto melhor quanto melhor conseguir expressar
os sentimentos do criador
Argumentos
1. A arte deve expressar sentimentos.
2. Uma obra de arte requer que o seu criador
possua intenção consciente de exprimir
sentimentos.
3. Arte só é arte se o artista conseguir expressar
as suas emoções individuais de forma eficaz.
O público sente a emoção do artista
Objeções

- Dificilmente se podem classificar como arte


todas as obras de arte. Restritiva. Há expressões
intensas de sentimentos que não têm
reconhecimento artístico (como alguma música);

- Há obras de arte, tais como as abstratas, que


não expressam sentimentos e nem por isso
deixam de ser consideradas como arte;
Objeções
• Há artistas que primam na sua obra por
ocultar os seus sentimentos ou emoções e
as suas obras não perdem com isso valor
artístico (pelo contrário, são reconhecidas
exatamente por essa característica).
• Não há qualquer garantia que aquilo que
sentimos perante uma obra corresponda
aos sentimentos do seu criador
3ª - A arte como forma significante ou
Teoria Formalista

Esta teoria, defendida, entre outros, pelo filósofo Clive Bell,


considera que não se deve começar por procurar
aquilo que define uma obra de arte na própria
obra, mas sim no sujeito que a aprecia.

Isso não significa que não haja uma característica comum a


todas as obras de arte, mas que podemos identificá-la
apenas por intermédio de um tipo de emoção peculiar, a
que chama emoção estética, que elas, e só elas,
provocam em nós.
• Clive Bell foi um dos maiores
impulsionadores da teoria formalista,
impulsionou-a através do seu livro “Arte”,
escrito em 1914.
• Uma obra é arte se, e só se, provoca
nas pessoas emoções estéticas.
3ª - Teoria da arte como forma
significante ou Teoria Formalista
Segundo esta teoria a obra de arte vale:
•pela forma inovadora que acrescenta ao universo;

•pelas interpretações ou significados que suscita ao


espetador, sem que se deixe esgotar numa delas;

•por não indicar interpretações mas suscitar/interpelar no


espetador a emoção estética que o faz participar também
do ato criativo ao criar a sua interpretação da obra.
Argumentos
1. Pode incluir todo o tipo de obras de arte.
Inclui obras musicais e arquitetura. Tudo
o que provoque emoção estética é arte.
2. Tem como função mostrar a forma
significante (arranjo especial de linhas,
cores, volumes, etc.)
Objeções
• Há pessoas que não sentem nenhuma emoção
perante obras que são consideradas arte. É
uma teoria elitista, pois, segundo Bell, nem
todos conseguem sentir a emoção estética

• Centra as suas teorias nas artes visuais e


extrapola as suas conclusões para todas as
formas de arte.
Objeções
• É uma teoria circular, já que define a forma
significante em função a emoção estética e esta
é definida como resultado da forma significante

• Não permite a distinção entre obras de arte e


certos objetos comuns
Conclusão
• A teoria da imitação estava centrada nos
objectos representados, a teoria da expressão
no artista criador, a teoria formalista parte do
sujeito sensível que aprecia obras de arte.

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