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A arte como forma significante

Teoria formalista ou o Formalismo


Clive Bell
Surgiu no início do século XX, com Clive Bell.
Ao contrário da teoria da expressão, as obras não expressam emoções,
mas sim despertam emoções nos espetadores ou público da arte.
A teoria formalista de Clive Bell considera que é a capacidade de provocar
emoções estéticas nos espectadores que permite demarcar a arte da não
arte. Assim sendo não importa a emoção que o artista quis revelar na
obra, mas sim o sentimento que a obra desperta nos espetadores, ou seja,
é o sujeito que tem a capacidade de descobrir a obra de arte, a partir da
emoção estética que ela lhe desperta e o reconhecimento do valor de
uma obra depende da existência de atributos estruturais (forma
significante) inerentes aos objetos sujeitos a apreciação.
A forma significante é o modo singular como numa obra de arte, linhas,
cores e formas se relacionam, de modo a provocarem uma aquilo a que
Clive denomina emoção estética, isto é, provocar emoções quando a
admiramos.
A forma significante é reconhecida através de tributos diferentes nos mais
distintos tipos de arte sendo, por exemplo, reconhecido na pintura: são
certas combinações de linhas e cores, a música a organização sonora, na
literatura a estrutura narrativa, na dança a composição de figuras e
movimentos e na escultura os traços e contornos. Deste modo, a arte
abstrata é a maior representante do formalismo.
Bell defende que nem todos são capazes de sentir a emoção estética,
apenas os que forem dotados de uma certa sensibilidade são capazes de
perceber, intuitivamente, a forma significante na obra de arte., ou seja, os
seus elementos estruturantes.
O conteúdo nunca é condição nem critério de avaliação da arte, pois, se
olhamos para uma obra a partir do seu conteúdo, ela despertará apenas
um interesse ou gosto pessoal e não uma emoção estética.
Para Bell, a arte é um conceito valorativo, o que significa que, para que
uma obra seja reconhecida como arte, não basta ter sido classificada
como tal, é necessário haver alguém que lhe atribua valor e lhe reconheça
um estatuto.
Críticas:
 Nem todos os espectadores são capazes de reconhecer uma obra
de arte por não perceberem a sua forma significante ou por não
experimentarem qualquer emoção estética.
 O caracter circular da definição. Segundo Bell a forma significante
provoca emoções estéticas, e as emoções estéticas são provocadas
pela forma significante. É possível denotar-se uma dificuldade na
definição dos conceitos.
 A irrefutabilidade. Para Bell, não é possível apreciar uma obra de
arte sem sentir uma emoção estética. E, se ao contemplar uma obra
o espectador não se emocionar (esteticamente), então, ou ele não é
provido da sensibilidade necessária ou não desfrutou genuinamente
da obra. Torna-se portanto, impossível refutar esta teoria pois, fazê-
lo, implicaria pressupor o mesmo que a teoria pretende
demonstrar: que a fruição de uma obra de arte genuína produz, no
observador sensível, uma emoção estética.
 O formalismo questiona a atribuição do significado de arte, a obras
que já tinham sido anteriormente consideradas arte.
 A definição é demasiado ampla o que leva à existência de obras de
arte que são impossíveis de distinguir, em termos de forma, de
outros objetos que não são, de todo, arte.
 Não considera vários tipos de arte como tal, como por exemplo o
cinema, por não possuírem uma forma significante.

Concluindo, é o sentimento ou não de emoção estética que delimita a


diferença entre o significado de arte e do significado de não arte.

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