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Filosofia da arte

A filosofia da arte é uma área da filosofia que procura responder


questões como: “O que é a arte?”, “O que têm em comum as obras de arte?”
Em meio de resolver o problema da definição surgiram diversas teorias.
Essas teorias podem ser divididas em Teorias Essencialistas e Teorias Não
Essencialistas.
 Teorias essencialistas visam procurar propriedades comuns a todas
as peças de arte e essenciais para distinguir a arte do que não pode
ser considerado arte, ou seja, pretende-se identificar propriedades
individualizadoras da arte.

Como por exemplo: Teoria da arte como imitação, teoria da arte como
expressão e teoria da arte como forma.
 Enquanto as teorias não essencialistas defendem que a arte é
impossível de ser caracterizada por propriedades externas, mas sim
como influência o mundo exterior e aqueles que a apreciam.
Como por exemplo: Teoria institucional da arte e teoria histórica.

Aprofundando o tema da teoria essencialista da arte como imitação:


 Para Platão:

Platão foi um filósofo grego que viveu por volta do século IV a.C.. No
âmbito da filosofia da arte, este filósofo defendeu que a esta era a
imitação/representação da natureza.
Para Platão, existia dois mundos distintos: o mundo inteligível ou das
ideias que provém de um conhecimento prévio do mundo, a priori, e o mundo
concreto ou sensível que surge dos sentidos e da experiência e que para
Platão trata-se somente de um mundo de engano. O mundo sensível seria uma
representação do mundo inteligível
Tendo isso em conta, para este filósofo, a arte não passava de uma
imitação da imitação o mundo inteligível.

Curiosidade: Para Platão, a poesia era a arte máxima, pois o seu artista
não imita só a beleza exterior, mas também uma beleza intrínseca do assunto
que se tratava.
 Aristóteles:
Para além de Platão, Aristóteles também se debruçou no
questionamento do que faz algo ser arte ou somente um objeto sem valor
artístico.
Aristóteles como discípulo de Plantão complementa o seu trabalho e
aborda no seu livro Poética também o tema da definição de arte, um livro
escrito em resposta ao livro Républica, publicado anteriormente por Platão.

Aristóteles também tem como perspetiva a arte como representação de


algo, mas Aristóteles pensa em arte um pouco mais além do que uma mera
imitação.
Este apresenta a arte com uma visão mais positiva, em que a arte continua a
ser uma representação do mundo complementando a sua beleza em meio de
atingir o Ideal e com um efeito purificador na pessoa que contempla a obra de
arte.
“O objeto da arte é representar não a aparência externas das coisas, mas o
seu significado interno”. _Aristóteles

Se formos analisar o argumento temos que:


Segundo a teoria, X imita a realidade.

Se X é arte, então representa algo


X representa algo
Logo X é arte.
 Aqui está presente um argumento válido
Será este um argumento sólido?

 Exemplos de obras de arte que seguem o critério da teoria da arte


como representação:

Venus de Milo

 Argumentos a favor:
Esta é uma teoria, que no meio social em que foi pensava, abrangia a
maiorias das obras de artes existentes e vai de acordo com o senso comum
também com a sociedade de hoje em dia.
Para além disso, tem um critério rigoroso que nos permite distinguir
facilmente um objeto que seria arte de outro que não o é.
Esta ideia de arte como imitação/representação está inserida no nosso
quotidiano com frases como: “Este filme representou fielmente os anos 70”, “O
modelo está tal e qual o seu retrato”

 Aspetos negativos:
há obras que não são a representação de nada, obras abstratas
Há objetos que representam e não são obras de arte
Não tem como distinguir boas e más representações

Conforme o tempo passou, surgiram novos estilos que vieram contrariar a


tentativa de definição de arte dos antigos filósofos gregos, entre esses estilos
temos o abstrato, o surrealismo, entre outros.
Na atualidade, há diversos objetos que representam a realidade, mas nem
sempre são consideradas obras de arte. Como por exemplo, a fotografia.

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